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IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM PERNAMBUCO

DEPARTAMENTO DE FAMÍLIA DA IEADPE


Pastor Presidente: Ailton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP 50.040-000 – Fone: 3084 1526

TEMA CENTRAL: A FAMÍLIA CRISTÃ SOB INTENSOS ATAQUES DO MAL


SUBTEMA: A FAMÍLIA CRISTÃ SOB ATAQUE DO RELATIVISMO – PALESTRA VI

Texto: (Isaías 5:20)


“Ai dos que chamam ao mal bem e ao bem, mal, que fazem das trevas luz e da luz,
trevas, do amargo, doce e do doce, amargo!”

INTRODUÇÃO
Com a indispensável ajuda de Deus, na palestra de hoje, aprenderemos sobre o relativismo
e seus terríveis efeitos. Definiremos o termo, e falaremos também da causa e desdobramentos da
teoria relativista sobre o indivíduo, a sociedade e a família. E, por fim, indicaremos o que
podemos fazer para vacinar a nossa família contra esse terrível mal.

I – O QUE É RELATIVISMO
Segundo o Houaiss, Relativismo é a doutrina segundo a qual “tal ideia ou tal fato depende
das condições de meio e de tempo, com as quais varia”. O pastor Elinaldo Renovato, teólogo e
comentarista de lições bíblicas da EBD, diz que o relativismo ensina “que nada é certo e nada
poder ser considerado errado. Tudo depende da subjetividade do momento” (2013, p. 18). O
relativismo é a negação de que existe um padrão estabelecido por Deus a ser seguido, na verdade,
o homem e não Deus, faz o seu próprio padrão. Não há nada errado, nem certo, depende do ponto
de vista de cada um.

II – A PRINCIPAL CAUSA DO RELATIVISMO


Após a queda, o ser humano distanciado de Deus, passou a relativizar todas as coisas. E,
quanto mais este ser humano se afoga nas práticas pecaminosas, mas ele se enrola em práticas
relativistas. Paulo previu que os últimos dias serão dias trabalhosos, pois a sociedade seria
abundante em vícios e escassa de virtudes: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão
tempos trabalhosos; porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos,
soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural,
irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores,
obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus” (2 Tm 3.1-4).

III – ALGUMAS ÁREAS ATACADAS PELO RELATIVISMO


3.1 Ética e Moral. A ideia do relativismo ético-moral, é a de que não há padrão de
moralidade para o indivíduo, ele faz a sua própria moralidade. Nesse caso, a negação de Deus é
necessária para estabelecer esse pensamento pois se “a natureza é tudo o que há, então não há
uma fonte transcendente de verdade moral, e podemos construir nossa própria moralidade. Todo
princípio é reduzido a uma preferência pessoal” (COLSON, 2000, p. 39). Israel viveu um tempo
assim. A Bíblia relata que logo após a morte de Josué, Israel ficou sem o líder nacional e um líder
espiritual, isto levou o povo a viver o relativismo: “Naqueles dias, não havia rei em Israel, porém
cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos” (Jz 21.25). O resultado foi o desvio de grande
parte da nação (Jz 2.10-23).

3.2 Sexualidade. O relativismo sexual já está em andamento. As pessoas desviadas de


Deus, estão tornando usando a sexualidade de forma deturpada, pervertida e depravada.
Atualmente já se prega que não há apenas dois sexos: macho e fêmea, mas há uma diversidade
sexual. Há em andamento através da mídia, do entretenimento, da política e da música, o projeto
de acabar com o padrão sexual binário, tal como Deus criou, asseverando que cada um manifesta
a sua sexualidade como bem desejar. Não satisfeitos em viver assim, tais pessoas procuram todos
os espaços da sociedade para disseminar suas ideias sexuais pervertidas. Paulo disse que, quando
o ser humano dá as costas para Deus, ele perde completamente os freios da moralidade e da
sexualidade e mergulha num poço de iniquidade, que o leva a fazer coisas contrárias à sua
própria natureza (Rm 1.24-32). Quando pensou e criou o sexo, o Criador estabeleceu um padrão:

PADRÃO DIVINO PARA O SEXO REFERÊNCIA


HETEROSSEXUAL: Macho e Fêmea Gn 1.27
MONOGÂMICO: Um homem para uma mulher Gn 2.18; I Co 7.2
MONOSSOMÁTICO: Unidos através do Gn 2.24
matrimônio
ATO CONJUGAL: Sem perversão, pelas vias Na Bíblia Sagrada encontramos duras
naturais, com equilíbrio e higiene. reprovações dirigidas a práticas sexuais
pervertidas, tais como:
- Zoofilia (ato sexual com animais) (Lv 18.23);
- Estupro (Gn 34.2,7; 2 Sm 13.12);
- Incesto (ato sexual entre familiares
próximos) (Lv 18.7-19; 1Co 5.1);
- Pedofilia (Ef 4.19-22; Gl 5.19-21);
- Práticas Sexuais Antinaturais (1Co
6.19,20; 1Pd 3.7).

3.3 Religiosidade. O relativismo também tem penetrado no âmbito religioso. Hoje já há


quem pregue que “não há apenas um caminho para Deus”; que “não há salvação só em Jesus”;
que “a Bíblia não é Palavra de Deus, mas contém ou torna-se”. Não são poucos os cristãos que
estão se deixando engodar por essas falsas afirmações. À luz da Bíblia, nossa única regra de fé e
prática, podemos asseverar que tais concepções estão totalmente desconexas. Deus se revela na
Bíblia como único Deus verdadeiro (Dt 6.4; Jo 17.3). O sábio disse que “há caminho que ao homem
parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte” (Pv 14.12). Jesus sendo o único
mediador entre Deus e os homens (1Tm 2.5), disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida.
Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). Portanto não há salvação fora dele: “E em nenhum
outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens,
pelo qual devamos ser salvos” (At 4.12). Paulo chama a Bíblia de Sagrada Letra, que é
divinamente inspirada (2 Tm 3.15,16) e considera anátema, quem prega outro evangelho (Gl
1.8,9).

IV – EFEITOS DO RELATIVISMO

4.1 No indivíduo. O relativismo produz um tipo de ser humano que não respeita nada nem
ninguém. Como tudo depende do ponto de vista de cada um, e não há padrão, cada pessoa se
comporta da forma como bem desejar. Há até uma máxima que diz: “meu corpo, minhas regras”.
O apóstolo Pedro disse que neste estágio o homem, perde os freios (1 Pd 4.4), e se comporta como
animal irracional: “Mas estes, como animais irracionais, que seguem a natureza [...]” (2 Pd 2.12).
O absoluto relativismo conduz o ser humano a autodestruição (Ec 7.17; Rm 1.32; 3.23). A Bíblia é
clara em afirmar que tais indivíduos:
(a) estão em trevas (Ef 4.18);
(b) perderam a afeição natural (Rm 1.31; 2 Tm 3.3); e,
(c) acham normal pecar (Pv 10.23; 1 Pd 4.4)

4.2 Na família. Quando a visão relativista afeta o ser humano, afeta também a sua família.
Atualmente, a família tem sido o alvo principal do relativismo. Vejamos:

4.2.1 O conceito de família. O próprio conceito de família tem sido relativizado. A


ideia natural e tradicional de que a família é composta de pai, mãe e filhos, tem sido duramente
combatida, na tentativa de substituí-la e reconfigurá-la pelo novo conceito de que a família é
composta por “pessoas que se amam”. O Supremo Tribunal Federal do Brasil aprovou lei que
considera a união homossexual “união estável”, ou, o que é pior, “entidade familiar”, torcendo e
distorcendo o sentido de família, de acordo com a Constituição do País. O artigo 226, parágrafo 3º
da Constituição Federal diz que para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável
entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em
casamento. O que estamos vendo é um total desprezo à Palavra de Deus, que considera tais
uniões “abominação ao Senhor” (Lv 18.22; 20.13).
A nossa Declaração de fé (2017, p. 203) diz que: a família é uma instituição criada por
Deus, imprescindível à existência, formação e realização integral do ser humano, sendo composta
de pai, mãe e filho(s) - quando houver - pois o Criador, ao formar o homem e a mulher, declarou
solenemente: “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão
ambos uma carne” (Gn 2.24). Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança e os fez
macho e fêmea: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e
mulher os criou” (Gn 1.27), demonstrando a sua conformação heterossexual. A diferenciação dos
sexos visa à complementariedade mútua na união conjugal (1Co 11.11), essa complementariedade
mútua é necessária à formação do casal e à procriação. Reconhecemos preservada a família,
quando, na ausência do pai e da mãe, os filhos permanecerem sob os cuidados de parentes
próximos (Et 2.7,15; 1Tm 5.16). Rejeitamos o comportamento pecaminoso da homossexualidade
por ser condenada por Deus nas Escrituras, bem como qualquer configuração social, que se
denomine família, cuja existência se fundamente em prática, união ou qualquer conduta que
atente contra a monogamia e a heterossexualidade consoante o modelo estabelecido pelo Criador
[...] (Mt 19.6).

4.2.2 Os diferentes papéis na família. Não tem sido pregado somente a


relativização do conceito de família, mas também os papéis dos membros da família. Vejamos:

(a) O papel da esposa. Por influência do feminismo, o papel da mulher no lar tem
sido distorcido. A esposa para ser moderna, não pode aceitar a palavra submissão. Não deve ser
do lar. Nem criar filhos. Ela deve ter independência financeira e se livrar do estereótipo de dona
de casa. É preciso, em primeiro lugar, esclarecer que submeter-se não significa inferioridade,
porque Deus criou homem e mulher à sua imagem, e ambos têm igual valor (Gn 1.27; 1Co 11.8,9).
Paulo faz uma analogia comparando o marido como a cabeça e a esposa como o corpo, logo, a
cabeça não pode viver sem seu respectivo corpo e nem o corpo pode viver sem sua cabeça um
depende do outro (Ef 5.23-24). Em segundo lugar, não há nenhum problema, caso necessário, a
esposa precisar trabalhar para ajudar o esposo nas despesas do lar, entendemos que isto é uma
permissão e não um mandamento. A tarefa de cuidar do lar e dos filhos é uma tarefa nobre que
Deus confiou a figura feminina, no caso a esposa, sempre auxiliada pela figura masculina, no caso
o marido. Ser do lar não deprecia o valor e a importância da mulher, nem trabalhar fora a coloca
acima do homem. É preciso entender que diferentes papéis no lar, são indispensáveis para que a
família se desenvolva de forma saudável e assim sirva de testemunho para outras famílias (Tt 2.3-5).

(b) O papel do esposo. O relativismo também tem atacado a figura masculina e sua
importância no seio familiar. Em alguns lares, o homem está deixando de ser cabeça, para ser
cauda. Afirmam os defensores do relativismo que não vivemos mais numa sociedade patriarcal.
Historicamente, o termo “patriarcado” significa o governo autocrático do chefe de uma família.
Corpo sem cabeça, não sobrevive. O homem ocupa no lar a função de líder acompanhado de sua
esposa. A confirmação específica pelo Senhor da liderança de Adão se pode ver claramente no
fato de que:
• o homem ter sido feito primeiro (Gn 1.26);
• porque lhe foi dada a tarefa de lavrar a terra (Gn 2.15);
• de nomear os animais (Gn 2.19,20);
• ele próprio nomeou a esposa (Gn 2.23); e,
• foi chamado a responsabilidade quando pecou (Gn 3.9-12).
Geisler (2010, p. 940) diz: “a ordem de autoridade no lar e na Igreja está baseada no fato e ordem
da criação”.
(c) A criação e o papel dos filhos. Os defensores do relativismo tentam por meio
da mídia e da escola, incutir na cabeça dos filhos e da família, a forma como devemos criar os
nossos filhos e ainda tentam determinar qual o papel deles. Ensina-se que não se poder dizer
“não“ aos filhos, pois isto irá frustrá-los, que não se deve impor limites, e nem tampouco, delegar
tarefas dentro do lar, alegando que é trabalho forçado. Tais ensinamentos tem prejudicado a
formação e desenvolvimento dos filhos. A Bíblia diz que “o rapaz entregue a si mesmo envergonha
a sua mãe.” (Pv 29.15). O fato de Davi nunca ter contraditado Adonias, fez com que ele fosse um
filho malcriado (1 Rs 1.5,6). Filhos, criados sem disciplina, sofrem o juízo divino (1 Sm 2.25). É
dever dos filhos:
• Serem obedientes aos pais (Ef 6.1; Cl 3.20);
• Honrarem aos pais (Êx 20.12; Dt 5. 16; 27.15);
• Ajudarem aos pais nos afazeres domésticos (Gn 29.9; Êx 2.16; I Sm 17.15).

4.3 Na sociedade. A sociedade e o mundo influenciados por tudo que se propaga por meio
da mídia, sofre diariamente, influências relativistas e caminha sorrateiramente para o abismo. A
Bíblia chama de mundo o sistema dos homens em rebelião contra Deus, que é caracterizado por
tudo o que está em oposição a Ele. Envolve os valores do mundo, seus prazeres, suas atividades e
aspirações. João diz sobre esse “mundo” que ele está no maligno (1Jo 5.19), que rejeitou a Jesus
quando Ele veio (Jo 1.10), que não O conhece (1Jo 3.1). Na Bíblia, nossa regra de fé e prática,
encontramos princípios divinos que direcionam e guiam a vida do cristão, independentemente de
sua cultura, status, época etc. (Sl 119.9,11,105; Jo 17.17). Vejamos, então, qual deve ser nossa
atitude neste mundo:
• não devemos amar o mundo (1Jo 2.15);
• não devemos nos conformar com o mundo (Rm 12.2); e,
• não devemos ser amigos do mundo (Tg 4.4).

V – O ANTÍDOTO CONTRA O RELATIVISMO


Não podemos evitar que nossa família sofra investidas do diabo, mas podemos blindar a
nossa família das suas astutas ciladas (Ef 6.10,11). Vejamos como podemos proteger nossa
família:
(a) Santificando o lar (Lv 20.26; 2 Co 7.1; 1Ts 4.7);
(b) Praticando o culto doméstico (Dt 6.7-9);
(c) Mantendo uma vida de oração e jejum (Rm 12.12; Cl 4.2; 1Ts 5.17);
(d) Ensinando a Palavra de Deus no lar (Pv 22.6; At 5.42);
(e) Frequentando os cultos no templo assiduamente (2Cr 7.15,16; Sl 122.1);
(f) Vigiando em todo tempo (At 20.31; 1Co 16.13; Cl 4.2; 1Ts 5.6.10; 1Pd 5.8).

CONCLUSÃO
O relativismo absoluto é utópico, pois ninguém vive sem regras. No entanto, o relativismo
parcial já está em andamento, como um projeto diabólico, esquematizado para transtornar o ser
humano, a sociedade e a família. Diante de tal proposta, devemos nos esforçar para que sob a
direção da Palavra, com a força do Espírito Santo possamos conservar a nossa vida e da nossa
família blindadas pelo Senhor.

REFERÊNCIAS
• COLSON, Charles et. Al. E agora como viveremos? CPAD
• RENOVATO, A Família Cristã e os ataques do inimigo. CPAD.
• SILVA, Esequias Soares da (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. CPAD
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD

Depto. de Família – IEADPE – 2023

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