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Introdução
Objetivos
Ouso dizer que nada no mundo contribui tão efetivamente para a sobrevivência,
mesmo nas piores condições, como saber que a vida da gente tem um sentido;
O que o ser humano realmente precisa não é um estado livre de tensões, mas
antes a busca e a luta por um objetivo que valha a pena, uma tarefa escolhida
livremente. O que ele necessita não é a descarga de tensão a qualquer custo,
mas antes o desafio de um sentido em potencial à espera de ser cumprido;
O sentido de vida difere de pessoa para pessoa, de um dia para o outro, de uma
hora para outra. O que importa, por conseguinte, não é o sentido da vida de um
modo geral, mas antes o sentido específico da vida de uma pessoa em dado
momento;
O sentimento de falta de sentido cumpre um papel sempre crescente na etiologia
da neurose;
As pessoas têm o suficiente com o que viver, mas não têm nada por que viver; têm
os meios, mas não têm o sentido;
O niilismo não afirma que não existe nada, mas afirma que tudo é desprovido de
sentido.
Portanto, o elemento místico da religião vem suprir e satisfazer a vida do homem, afinal o Deus
cristão se relaciona com seu povo, e relacionamento é intimidade e experiência. O mundo de
hoje está saturado de uma concepção de Deus meramente racional e sistematicamente
compreendido em tratados de teologia. Isso deve fazer parte da vida cristã, mas sem
ofuscarmos o elemento não-racional que não pode ser compreendido, mas experimentado no
coração. (Sobre isso trataremos mais adiante na aula sobre “Espiritualidade e academia”)
1
1 http://renovare.org.br/
Nós nos tornamos um com Cristo mediante a Palavra e o Espírito! Como já mencionado na
aula 01 temos visto um retorno às práticas espirituais tradicionais, embora o público é
variado desde esotéricos, empresários e cristãos desigrejados. O fato é que o desejo por
Deus aumentou! A cultura pós-moderna está cansada de modelos estilos “5 passos para a
vitória” ou a religião institucionalizada que dita como se deve fazer, mas nem mesmo seus
representantes o fazem. O homem de hoje quer experimentar por si mesmo o mistério de
Deus. Conforme atesta o RENOVARE “a razão rumo ao retorno místico da fé cristã é o fato
de muitos estarem fartos, cansados, de uma vida espiritual que apenas crê no que os outros
dizem sobre Deus. Essas pessoas desejam, elas mesmas, terem suas próprias experiências
espirituais. E veem na mística o caminho que atende seus anseios mais profundos de união
divina.” Para que esse caminho se cumpra é preciso escolher o modo de ser um com Deus.
Intelecto. Esse tipo de espiritualidade é praticada por aqueles que utilizam o método da
Lectio Divina que baseia-se na leitura, meditação e orar a Palavra.
Todos esses caminhos foram abstraídos por questão didática apenas. Cada um deles se
entrecruzam com outro (ou outros) visando o tornar-se um com Deus. O sentido de buscar
e experimentar Deus é bem definido no livro do “Anselm Grun. Mística: descobrir o espaço
interior” na pág. 37, que diz:
Em Cristo, Paulo encontrou uma nova identidade, passou a ser sua própria
essência. Em sua mística do Cristo, está expresso que não se trata apenas de
chegar a um contato pessoal e íntimo com Cristo, porém, mais que isso,
alcançar um ser em Cristo, uma plena transformação no Cristo, passando a ser
Cristo o nosso verdadeiro ser, o cerne de nossa personalidade interior, vivemos
em função dele, e não mais em função do ego. (Anselm Grun)
Modelos de espiritualidade
Nasceu em Fontiveros, em data desconhecida. Teve uma infância difícil e pobre e foi
obrigado a trabalhar como pintor e entalhador. Sua formação educacional desenvolveu-
se no Colégio
dos Jesuítas, posteriormente vincula-se a concepção de vida religiosa dos carmelitas, e
celebra sua primeira missa em Medina em 1567. Em 1968 conhece Teresa de Ávila
mantendo amizade continua. Em 1577 ficou preso em Toledo durante 8 meses e depois
fugiu de madrugada. Nesse período da prisão escreveu seu poema mais conhecido “A
noite escura da alma”, e morreu em 1591. Viveu 49 anos.
Na escuridão, velada,
Aonde me esperava
Quedou-se adormecido,
E eu, terna, o regalava,
8. Esquecida, quedei-me,
São João da Cruz, depois de passar pela noite escura, fria e aterrorizante escreve esse
poema como expressão de sua experiência religiosa. A noite escura não é uma mera
prova para testar a nossa fé, mas a ausência completa de Deus de nossa vida para
transformar existencialmente o nosso ser. Na cruz Jesus bradou: “Deus meu, Deus meu
porque me abandonastes”. Deus estava sozinho na cruz! Aquele que é onipresente está
completamente sozinho e abandonado (a antinomia aparentemente permanece!). Deus
não olhou para ele. A solidão de Jesus foi a sua noite escura.
No livro de Cantares (5:3-8), a moça amada está deitada na cama com os pés e as
roupas limpas, quando seu amado bate a porta. Ela não levanta porque não quer sujar-
se, e ele insiste mais uma vez. Quando decide abrir a porta, ele já não estava mais lá, ela
desesperada sai a sua procura pelas ruas, acabando por ser presa pelos guardas. A
alegoria é inevitável. Nós somos essa moça amada em cujo coração o Senhor
constantemente bate, mas por inúmeras desculpas não abrimos a porta, e quando
decidimos encontrá-lo ele já se foi. “sair pelas ruas” é o equivalente a buscá-lo em
oração, clamar, chorar, fazer de tudo para senti-lo e ser encontrado novamente, mas
Deus está ausente. Ai começa a noite escura da nossa alma, o sofrimento de não sentir
mais sua presença é desolador.
Nesses momentos, nada nos faz sentido e o que nos resta é tentar sossegar nossa alma
e ouvir Deus. A noite escura esmaga a nossa vida e a refaz por completo. Essa escuridão
é a ausência de Deus em nós, como diz o livro de Lamentações: “Deus me levou por
caminhos de escuridão... construiu um muro de sofrimento e amargura... grito pedindo
socorro, mas ele não quer ouvir a minha oração... ele esfregou o meu rosto no chão e
quebrou os meus dentes nas
pedras... já não sei mais o que é paz... fico sempre abatido. (3:1-20) 2. Nessas dias cabe
apenas isso: “deixa Deus trabalhar” “Quando Deus nos faz sofrer, devemos ficar
sozinhos, pacientes e em silêncio” (Ibid. 3:28)
Quantas vezes o Senhor quis juntar Israel sob suas asas como a galinha faz com seus
pintinhos e o povo de Deus não quis? Sempre fugindo, sempre em busca de outras
coisas, e quase sempre rejeitando a Deus. Mas o Eterno não desiste de nós e ele mesmo
disse que “aquele que começou a boa obra há de terminar”, portanto Deus nos conduz,
às vezes, ao deserto e a solidão de sua presença, ao vazio existencial do ser para
recebermos o tratamento terapêutico de suas mãos que extrai de nós os carrapichos
impregnados em nossa vida, os hábitos arraigados que escondemos dentro de nós e que
nunca os encaramos, os quais fingimos que não existem. O Senhor é o único médico que
não usa anestesia, mas é o único que cura de uma vez por todas.
O próprio são João da cruz elenca três sinais da noite escura: 1) não ter mais prazer nas
coisas de Deus; 2) ter a sensação de que não está servindo a Deus; 3) agora você não
consegue mais orar e você deseja Deus desesperadamente. Há um desejo em meio a
tudo isso de saudade e busca por Deus, você quer experimentá-lo, mas não consegue,
se angustia, mas ainda não é o momento e a noite escura está apenas começando. Tem
a sensação que não se considera mais digno de Deus e do seu amor, e quando olha ao
passado e vê o quanto Deus já fez sente mais sofrimento e parece que tudo foi em vão.
Surge a sensação de que toda a nossa vida é contra Deus e que Ele é contra nós! Ele
diz: “Com efeito, quando a contemplação purificadora aflige a alma de verdade, a alma
sente as [dores] sente-se sem Deus, castigada, rejeitada e indigna Dele”. 6 Não temas!
Pois parece que o Senhor está ausente, muito pelo contrário, sua ausência é a presença
Dele de forma mais forte e profunda, é o seu amor e a sua luz levados as entranhas do
nosso ser a tal ponto que deseja mudar-nos por completo, e fazer-nos confiar, descansar
e viver somente Nele e para Ele.
2 Davi passou por isso: (salmos 88) (v.16) “ A tua ira e teu furos caem sobre mim;/ os teus ataques
terriveis acabam comigo. (17) O dia todo eles me cercam como uma enchente; eles me rodeiam por
todos os lados. (v.18) Tu fizeste com que os meus queridos e os meus vizinhos me abandonassem,
e agora tenho como companhia a escuridão”. BTLH.
4 Ibid. p, ?
p?
Que a noite escura, guie-nos a intimidade com Ele, a tal ponto que em nós não exista
mais nada a não ser Ele!
Madame Guyon
Morreu em 1717 em plena paz de espirito. Defendeu e praticou o “quietismo”, que era
um relacionamento com Deus a partir da intuição, que passivamente recebia a luz
divina em seu interior. Essa atitude nos leva a refletir o texto do evangelho de João
11:42a, que diz: “Eu sei que sempre me ouves...”
Há dois exercícios espirituais bem conhecidos por todos nós: a leitura bíblica e a oração.
Em nossos cultos somos constantemente convidados a essas práticas. Desenvolver o
hábito saudável da leitura bíblica diária e a oração é aprofundar em intimidade com Deus.
E quem não gostaria de ser amigo de Deus como o foi o pai da fé Abraão e Jesus o Autor
e consumador da fé? Todos nós desejamos isso! Madame Guyon, esta francesa que
amava a Jesus, pode nos indicar o caminho para uma vida cristã plena da presença de
Deus. Letra Viva e oração com sentido inflama o coração desejoso de paz e poder de
Deus!
Guyon, afirma que a Palavra de Deus é fundamental para alimentar a nossa alma. Sem
ela é como se faltasse algo. Assim como sentimos fome quando não nos alimentamos
fisicamente. Nosso desejo de ingerir a Palavra deve ser tão forte como alimentar o corpo.
Se não comemos morremos de fome. Se a leitura e a meditação na Palavra não for um
hábito ficaremos desfigurados espiritualmente e esqueceremos das promessas de Cristo
e a consequência será uma vida cansada, triste, insatisfeita e vulnerável a qualquer
situação que se apresente. Ler e saborear a Palavra são o caminho para uma vida de
oração prazerosa. Guyon sugere meditar em pequenas porções das escrituras; degustá-
la calmamente, compreendendo-a com a mente e o coração (Lectio Divina). Investir
tempo com a Palavra é concomitantemente investir tempo em oração. Antes de orar
deveríamos meditar na Escritura e “orar a Palavra.” Não recitamos os textos para lembrar
Deus de suas promessas, mas para lembrar a nós mesmos. Quantas vezes a angústia
entra em nosso coração e tenta dominar nossa vida, nos faz até mesmo pensar que
Deus não está perto de nós e isso acontece porque “a maioria dos cristãos não percebe
que é chamado para uma relação mais profunda, interior, com o seu Senhor. Mas todos
nós fomos chamados às profundezas de Cristo, tão certo como fomos chamados para a
salvação" (Guyon)
Como homens e mulheres de oração precisamos dizer o que está em nosso coração a
Deus. Falar, clamar, interceder e depois ouvir o que Deus quer falar conosco. Falamos
muito enquanto oramos e até estranhamos não ouvirmos Deus. A palavra chave aqui é
quietude.
Na presença santa Dele precisamos do silêncio para ouvir sua terna voz que esquenta
nosso coração e nos orienta em sua vontade, de forma intima e pessoal. “Aquietai-vos e
sabei que sou Deus.” E nesse instante “Não procure nada de Deus durante estes
momentos quietos a não ser amá-lo e agradá-lo.” (Guyon). Haverá momentos de silêncio
por parte de Deus. Guyon, menciona o recurso didático do deserto utilizado por Deus
para aperfeiçoar nossa espiritualidade. Ela menciona o silêncio divino e o seu não-falar,
seu silêncio terrível é o seu grito mais poderoso de amor por nós. Ele nos ensina
berrando silenciosamente aos nossos corações que nos ama e que esse momento
“longe” é para nosso bem. E é quando estamos fracos que “Ele aperfeiçoa seu poder”.
Deus nos ensina a depender só Dele e não das nossas forças, ou do tanto que fazemos
afinal o Senhor está mais interessado no que somos do que fazemos, pois quanto mais
nos tornamos Nele mais faremos por Ele.
Guyon, fala que nas belas flores do jardim sempre cresce uma erva daninha, e às vezes
esta erva está tão junto a flor que temos receio de extrair achando que machucaremos a
flor. A metáfora é evidente, a erva está dentro do nosso coração! E o comodismo nos faz
acostumar com ela de tal maneira que se torna uma parte de nós, assim é o pecado, a
angustia, o medo, a falta de fé e tantas outras coisas mais são digeridas e
mecanicamente reafirmadas em nosso ser como parte integrante da nossa psique. Longe
de nós continuarmos assim. Vamos renunciar tudo o que nos prejudica em nosso
relacionamento com Deus, como disse Lutero no seu hino “Castelo Forte”:
Se temos de perder
Família, bens, poder,
E, embora a vida vá,
Por nós Jesus está, E
dar-nos-á seu reino.
Creio que a oração nos faz íntimos de Deus. Ele se revela a nós com seus mistérios e
maravilhas, e gera no nosso coração por meio do Espírito Santo, dependência divina
sendo guiados por Ele conforme a Sua vontade aonde for o melhor lugar para realizarmos
Sua obra. Por fim temos que prosseguir sempre sem nunca olhar para trás, com a
convicção gerada em nós por Deus, por meio da obra de Cristo e pelo Espírito Santo que
o Seu amor é o fundamento existencial do nosso ser, enquanto somos diariamente
transformados e mais parecidos com Jesus, até poder dizer como Jesus: “Eu sei que
sempre me ouves...” (Jo. 11:42)
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Bem, chegamos ao final da aula de hoje. Espero que os exemplos vistos tenham trazido
grande inspiração.
Introdução
Objetivos
I - Disciplinas espirituais
internas
Os exercícios espirituais são meios de graça oferecidos por Deus para nossa
formação espiritual.
“Não devemos ser levados a crer que as Disciplinas são para os gigantes
espirituais e, por isso, estejam além de nosso alcance; ou para os contemplativos
que devotam todo o tempo à oração e à meditação. Longe disso. Na intenção de
Deus, as Disciplinas da vida espiritual são para seres humanos comuns: pessoas
que têm empregos, que cuidam dos filhos, que lavam pratos e cortam grama.”
(Richard Foster. Celebração da disciplina, versão digital)
Oração
“Orar é viver”, afirmou Henri Nouwen. É como o oxigênio da alma que a mantém
lúcida diante das paixões e das necessidades da carne. Orar é desnudar-se diante
de Deus e tornar-se um com Ele por meio do diálogo, e nesse dialogo falamos e
ouvimos. No conceito de Eugene Peterson “a oração é uma aventura ousada
rumo à linguagem, que coloca nossas palavras juntas com aquelas palavras
cortantes, vivas, que penetram e dividem alma e espírito, juntas e medulas e,
impiedosamente, expõem cada pensamento e propósito do coração”. (Eugene
Peterson. Um pastor segundo o coração de Deus. p.41). Essa aula ficaria imensa
se fossemos oferecer todas os conceitos do que é orar. Portanto, citaremos D. A.
Carson, em seu livro “Reforma espiritual”, e os empecilhos à prática da oração,
como segue:
Acima, Henri Nouwen disse que “orar é viver”. Já para Foster “Orar é mudar”.
“Mudar” implica em transformação e criação para algo mais elevado. Nosso intimo
é desconstruído, nossas paixões, e desejos da carne são amenizados, enquanto
também somos construídos mediante a atuação do Espírito Santo ao nos
relacionarmos com a Trindade por meio da oração, parecendo a cada dia com
Jesus. A imagem de Deus é formada em nós. Orar, para o referido teólogo não é
uma possibilidade vez ou outra
praticada, mas “o negócio das nossas vidas”. Fomos chamados para esse
relacionamento constante com Deus via oração. Foster, cita muitos homens de
oração ao longo da história da igreja. Todos eles dedicaram-se incansavelmente a
vida intensa de oração, e após uma lista considerável de nomes ele concluí
provisoriamente: “Tais exemplos, contudo, em vez de estimular a muitos de nós,
desanimam-nos. Esses “gigantes da fé” acham-se tão distantes de qualquer coisa
que tenhamos que experimentar que chegamos a desesperar-nos.” Todavia,
lembra ele, por isso é um exercício iniciado aos poucos e com a pratica
transforma-se em “hábito” (está entre aspas porque não devemos entender hábito
aqui como algo banal, mas tão natural como respirar). A oração é um tema vasto.
Uma busca rápida no Google com a palavra “oração” indica 22.200.000
resultados! Muito já foi escrito sobre isso, e justamente por isso não pretendemos
esgotar o assunto, de fato não conseguiríamos, mas podemos indicar um
caminho para uma vida de oração bem sucedida.
Aprendendo a orar como
Jesus.
“Senhor, ensina-nos a orar” (Lucas 11.1). A vida de oração de Jesus foi tão
impactante que os discípulos queriam aprender a orar com Ele. Observe que
nenhum deles pediu para aprender a pregar, curar, ou a ensinar, mas sim a orar!
A primeira lição aprendida é que devemos orar a Palavra. Não sublimar nossos
desejos em Deus, mas submeter nossos desejos e todo nosso ser às Palavras de
Jesus. Não oro para que Deus se mova em meu favor, mas para ser
transformado por ele, por isso a oração mais audaciosa que podemos fazer é
confiar na soberania de Deus sobre todas as coisas, como Jesus disse: “seja feita
a tua vontade.” “Aprender” é um processo. Ninguém aprende a falar num único
dia ou a resolver equações matemáticas em uma semana, semelhantemente
ocorre com a oração. A cada dia em relacionamento com Jesus aprendemos
como desenvolver uma vida prazerosa, e como ter nossas orações respondidas!
Meditação
O termo “meditação” em latim “meditare” é um olhar para dentro de si. Uma auto
reflexão. Portanto, meditar na Palavra é fazer uma auto reflexão tendo como base
as Escrituras e permitir que nosso ser seja confrontado e transformado por Ela.
Para, Dallas Willard meditar é: “não só lemos, ouvimos e inquirimos, mas também
meditamos naquilo que está diante de nossos olhos. Isso significa que nos
retiramos em silêncio para, em atitude de oração e com intensidade, nos
concentrarmos no que estamos lendo, desta forma, o significado do que lemos
pode emergir e nos formar enquanto Deus trabalha no íntimo do nosso coração,
mente e alma.” (Dallas Willard, O Espírito das Disciplinas. Ed.Danprewan, p. 177.
D. A.
1. Leitura (Lectio). Leitura da perícope escolhida. Leia várias vezes até que o
texto
esteja na sua mente e coração. Peça ao Espírito Santo iluminar
sua compreensão da leitura;
3. Oração (Oratio). Ore pedindo a Deus para que o auxilie a praticar a Palavra
lida,
se for confrontado pelo texto, reconheça que precisa mudar, se o
texto o confortou, louve a Deus em gratidão;
Jejum
Estudo da Palavra
Vamos começar esse último tópico com algumas estatísticas alarmantes sobre o
nível de estudo dos pastores:
• 72% dos pastores afirmaram que só estudam a Bíblia quando para preparar
sermões ou lições. Isso deixou apenas 38% que leem a Bíblia em
devocionais e estudos pessoais;
Fonte: http://diariodoreino.blogspot.com.br/2013/10/estatisticas-alarmantes-
sobre- o.html
1. Repetição do conteúdo;
2. Concentração;
3. Compreensão;
4. Reflexão.
II - Disciplinas espirituais
externas
1 Simplicidade
Essa duplicidade de ser, isto é, como aparentar simplicidade sem de fato tê-la,
gera o vazio da vida religiosa mascarada apenas pela possibilidade de vivenciar
a pratica dessa disciplina.
1) Compre as coisas pela sua utilidade e não pelo seu status (automóveis
devem ser
comprados por sua utilidade e não pelo seu
prestigio);
6) Aprecie a natureza;
8) O objetivo da sua vida é Cristo, então não deixe sua mente divagar em
outras
coisas;
Resumindo. Você compra coisas por sua utilidade ou por status? Se Jesus
fosse ao shopping com você como acha que ele se comportaria? (Apenas
para pensarmos!)
Solitude é estar a sós com Deus. Solidão é estar sozinho sem Deus e sem
pessoas!
Como disse Foster: “Solidão é vazio interior. Solitude é realização interior. Solitude
não é, antes de tudo, um lugar, mas um estado da mente e do coração.” Estamos
tão acostumados a barulhos e sons que em completo silêncio até ficamos
amedrontados. É
como o medo do terror noturno! Foster, fala da “solitude do coração”. Uma
disposição interior para permanecermos calmos em todas as circunstâncias, seja
diante da agitação da vida de hoje, ou na calmaria do sitio.
A pedagogia do silêncio nos ensina a falar - É por meio do silêncio que brota a
Palavra viva e recriadora. No silêncio divino irrompeu a Palavra que deu forma a
todas as coisas visíveis e invisíveis. O silêncio faz com que não desperdicemos as
palavras com futilidades, mas como fruto da meditação, a Palavra gera vida aos
corações secos. Abraão no caminho ao Monte Moriá, onde sacrificaria seu único
filho Isaque, manteve- se em silêncio, quebrado apenas por uma palavra de
confiança gerada dessa meditação: “Deus proverá”. A quietude de estar a sós
enquanto caminhava deu-lhe a certeza da providência divina. Nouwen, termina
suas meditações como segue: “o silêncio se revela como mistério do mundo futuro
é nos ensinado a falar. A palavra com poder vem do silêncio. A palavra que dá
fruto surge do silêncio e a ele retorna. Essa palavra nos faz lembrar o silêncio do
qual ela vem e nos leva de volta ao silêncio. A palavra que não está enraizada no
silêncio é palavra fraca e impotente. (...) Tudo isso é verdade quando o silêncio
que dá origem à palavra não é vazio e ausência, mas plenitude e presença, não é
o silêncio humano do embaraço, da vergonha ou da culpa, mas o silêncio divino
no qual o amor repousa em segurança.” (p.50).
Por outro lado devemos sempre olhar para o maior exemplo de submissão e
obediência a Deus: Jesus. O Texto clássico é Fl.2:1 - “E, sendo encontrado em
forma humana humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de
cruz.” Watchamn Nee, fez um interessante comentário sobre a submissão de
Jesus contrapondo a queda de Adão: “Como último Adão ele coloca fim à velha
criação caída pelo pecado e a rebeldia, como segundo homem, ele dá começo a
uma nova criação submissa e obediente à autoridade de Deus. Assim, o princípio
da autoridade foi definitivamente estabelecido pelo nosso Senhor Jesus Cristo.”
(Do seu livro: Autoridade espiritual). Jesus nos ensinou a submissão em relação
a:
Vamos fechar mais esse tópico com as palavras de Jesus sobre submissão e em
seguida o comentário de Dietrich Bonhoeffer sobre o mesmo texto: Mc.8:34,35 -
“Então ele chamou a multidão e os discípulos e disse: ‘Se alguém quiser
acompanhar-me, negue- se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem
quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a vida por minha causa e
pelo evangelho, a salvará.” Essas palavras são fortes e incisivas! É um chamado
radical (John Stott tem um ótimo livro sobre esse assunto) ao discipulado e a
completa submissão à vontade de Deus. Veja o comentário de Bonhoeffer: “Soa o
chamado, e imediatamente segue o ato obediente da pessoa que foi chamada. A
resposta do discípulo não é uma confissão oral da fé em Jesus, mas sim um ato
de obediência.” A disciplina espiritual da submissão é um negar- se por completo
por causa da vontade de Deus!
Vamos ilustrar o “Eu” da velha natureza com o “nós” da nova natureza a partir da
“parábola do Bom samaritano.” Há quatro personagens na parábola: Sacerdote,
levita, samaritano e o homem machucado. Qual foram suas atitudes? (Leia 10:30-
37)
Atitude do é teu.
assaltante: O que é Atitude: O que é
teu é meu. meu é teu!
O que é Atitude: O que é
eu. meu é teu!
Atitude: O que é teu Atitude: O que é
é teu. meu é teu!
Atitude: O que é teu
Sobre a disciplina do serviço expôs Dallas Willard, “Pelo serviço, nós engajamos
nossos bens e forças na promoção ativa do bem dos outros e da causa de Deus
no mundo. Aqui temos que fazer uma importante distinção. Nem todo ato que
pode ser feito como uma disciplina precisa ser feito como uma disciplina. Muitas
vezes, eu serei capaz de servir a outras pessoas simplesmente como um ato de
amor e de justiça, sem
considerar como isso pode melhorar minha habilidade de seguir a Cristo.
Certamente não há nada de errado com isso, e pode até fortalecer minha vida
espiritual. Mas eu posso também servir a outras pessoas para me afastar da
arrogância, do egoísmo, da inveja, do ressentimento e da cobiça. Neste caso,
meu serviço é empreendido como uma disciplina para a vida espiritual.” (Do livro
“O espirito das disciplinas, p. 183).
Bom, chegamos ao final de mais uma aula! Creio que o aprendizado de hoje
trouxe crescimento espiritual a todos nós.
Grande abraço e
sucesso!