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O
CONHECIMENTO
DE DEUS
Como podemos ter um conhecimento
de Deus e quais são as suas formas de
se revelar.
- Daniel Gomide
Bacharel em teologia pela Sociedade de Estudos Bíblicos
Interdisciplinares (SEBI) e pela Faculdade Teológica Evangélica do Rio de
Janeiro (FATERJ) e especialista em Gestão de Pessoas pela Universidade
Católica de Brasília (UCB).
Boa leitura!
Edu Marques
https://escrituralistascarismaticos.blogspot.com/
Sumário
AGRADECIMENTOS .................................................................................... 2
PREFÁCIO ...................................................................................................... 8
Introdução ...................................................................................................... 15
2. Empirismo .................................................................................................. 18
2. Irracionalismo ............................................................................................ 26
3. Pressuposicionalismo ................................................................................ 47
3.14. Proclamação....................................................................................... 81
1
Comentário Bíblico de Isaías de Matthew Henry CPAD
múltiplos dados interrelacionados que, por si só, têm um menor valor
qualitativo. Para o filósofo grego Platão, o conhecimento é aquilo que é
necessariamente verdadeiro (episteme). Para o Dr. Gordon Clark,
conhecimento é crença verdadeira justificada. Por sua vez, a crença e a
opinião ignoram a realidade das coisas, pelo que fazem parte do âmbito do
provável e do aparente. Ou, é qualquer informação que a mente possua,
derivado das próprias faculdades de alguém, ou da fé.
Se não podemos falar inteligivelmente sobre Deus, podemos falar
inteligivelmente sobre moralidade, sobre nossas próprias ideias, sobre arte,
política - poderíamos sequer falar sobre ciência? Como podemos saber
alguma coisa? A resposta para essas perguntas, tecnicamente chamada de
teoria da epistemologia, controla todas as questões subjetivas que
reivindicam ser inteligíveis ou conhecidas. Eu afirmo que, o homem tem
um conhecimento inato de Deus, do qual ele não tem desculpa para negar a
existência de Deus, mas esse conhecimento é apenas para deixar os homens
indesculpáveis como diz o apóstolo Paulo em Romanos 1.20. Esse
conhecimento, assim chamado de revelação natural, onde diz que Deus se
revela na sua obra de criação, mas essa revelação é insuficiente para salvar
os homens, essa doutrina não será o nosso foco desse estudo. Mas não
podemos ter um sistema de teologia baseado no conhecimento inato do
homem. O presente estudo discutirá três teorias e enfatizará suas
implicações para religião, para o Cristianismo, e Deus. A primeira das três
é o empirismo.
2. Empirismo
Tomás de Aquino
Aristóteles
John Locke
2
A Busca da Verdade, Livro I, cap. XIII, pg 144,147
Em I, xiii, 5 Malebranche continua:
3
Ibid
sujeita ao erro, e eu lhe direi as razões disso. Mas a revelação
particular não pode jamais conduzir diretamente ao erro, pois
Deus não pode querer nos enganar. Para atiçar sua curiosidade
e despertar sua atenção, faço aqui uma pequena digressão para
que você perceba algumas verdades que lhe provarei em
seguida.4
5
Gordon Clark, Três Tipos de Filosofia Religiosa pg.16.
6
Ibid
As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao
coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam. Mas
Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as
coisas, ainda as profundezas de Deus.”
Paulo relata duas passagens de Isaías e o Dr. Clark enfatiza que:
“Paulo reforça a distinção entre religião empírica e a religião
revelada...Deus revela o que o homem não pode conhecer de outra
forma.”7 Em outras palavras, o estudo pelos sentidos nunca podem
outorgar a verdade. A revelação de Deus é o princípio do conhecimento.
Mesmo antes da queda, o homem era dependente dessa revelação de Deus,
para obter algum tipo de conhecimento. Ele não poderia, pelos seus
sentidos, determinar onde estava, quem era, ou o que deveria fazer. O dever
de Adão foi imposto por uma revelação de Deus. Deus teve que revelar
informações para ele, e logo após a queda, tornou-se a necessidade de uma
revelação ainda maior. Outra situação que nos mostra que o empirismo, o
conhecimento pelos sentidos, é falso, foi a descoberta do Sudário de Turim.
Infelizmente, muitos protestantes tiveram uma crescente afinidade com a
filosofia de Roma. Gary Habermas um batista e fundamentalista,
argumentou que o sudário era de fato, “a mortalha de Cristo, e que não
existe nenhuma possibilidade de que outra pessoa que não seja jesus ter
sido enterrado com ele.”8 Um dos líderes da equipe científica, que era
cristão, afirmou que ele (sudário) era “uma carta de amor, que Deus
deixou para a mente analítica.”9 Outros, que o sudário prova o milagre
mais notável da história. Mas eles deveriam saber que, o sudário não pode
fornecer uma “prova incontestável da exatidão da história dos Evangelhos”.
Por hora, vamos pensar que o empirismo é correto, e vamos apelar para os
nossos sentidos de que o que eu não vejo não existe. "O crente fecha os
7
Ibid
8
Ibid
9
Ibid
olhos para as evidências factuais objetivamente (e facilmente) verificáveis,
de que Deus não existe, ou que não sabemos se Deus existe, haja vista que
os nossos sentidos físicos não têm observado ou constatado nenhum
Deus".10 Vemos aí mais uma falácia do argumento de que o empirismo é
verdadeiro, e que podemos alcançar algum tipo de conhecimento
verdadeiro. Nós cremos que, Deus existe pela fé no que as Escrituras
dizem, e não no que vemos ou não vemos.
2. Irracionalismo
Sören Kierkegaard
2.2. O que é a Lei da não-contradição?
12
Segundo Gordon Clark em seu livro “Três Tipos de Filosofia Religiosa” ele diz: ‘...o Cristianismo
histórico nega que a consciência humana seja eterna...pois ele teve um ínicio...parece que alguns argumentos
de Kierkegaard são totalmente irrelevantes”
13
Gordon Clark, Em Defesa da Teologia pg.48-50
Mas o hindu, que nunca havia lido a Bíblia, João Calvino, Martinho
Lutero ou a Confissão de Fé de Westminster tinha uma ideia incorreta de
Deus. Porém, visto que ele orou com uma paixão infinita, ele estava orando
a Deus, e o luterano não. Essa ilustração poderia ter sido um exemplo bom,
se ele tivesse intencionado em recomendar a sinceridade e condenar
hipocrisia. Cristo teria condenado um luterano hipócrita tanto quanto ele
condenou os filhos hipócritas de Abraão, os quais ele conheceu durante sua
vida. Mas a hipocrisia não é o ponto da ilustração do hindu. Kierkegaard
tentou nos convencer que não há diferença no que o homem acredita.
Apenas o como, a paixão, é de valor. Nessa história, Cristo, ao condenar
qualquer tipo de hipocrisia, recomendaria a idolatria do hindu.
Essa ilustração quer dizer que um ídolo hindu é um substituto
completo para Jesus. E o que poderia ter impressionado Soren Kierkegaard
mais fortemente, segue-se também que a filosofia lógica e racional, a qual
ele odiava, é tão boa quanto seu próprio irracionalismo. Se não faz
diferença no que você acredita, você pode muito bem ser um incrédulo.
Embora os principais discípulos de Kierkegaard, Karl Barth e Emil
Brunner, e Rudolph Bultmann, também, em certo sentido, retiveram a fé na
contradição e no absurdo, eles parecem fazer algum esforço para mascarar
a futilidade por acreditar em contradições.
A paixão infinita de Kierkegaard torna-se, na teoria deles, um
encontro, o encontro que Barth e Brunner proclamam. Homens tornam-se
cristãos por ter um encontro com Deus. Claro, esse encontro nem contém, e
nem é produzido por qualquer informação histórica. A ressurreição não foi
um evento datado que ocorreu três dias depois da crucificação. É uma
experiência existencial no dia dos homens. Com respeito a isso, os
Evangelhos escritos contêm pouco ou nenhuma precisão histórica. São
todas fábulas como as de Esopo. E sabe quais são?
As fábulas remontam uma chance popular pra educação moral de
crianças hoje. Há muitas histórias incluídas nas fábulas de Esopo, tais
como: A raposa e as uvas, A Cigarra e a Formiga, A tartaruga e a
lebre, O vento norte e o sol e O menino que gritava lobo, O Lobo e o
Cordeiro são bem conhecidas pelo mundo afora.14
Elas são boas descrições de peculiaridades humanas popularizadas, e
para a neo-ortodoxia, assim também são os Evangelhos. O Conceito que
Kieirkgaard tinha de Deus, parece ter muita coisa em comum com o
Mágico de Oz. Não era sua existência que contava e sim o pensamento de
sua existência. No conto de fadas, Dorothy, o Espantalho, o Homem de
Lata e o Leão covarde, adotam certo curso de ação porque acreditavam no
Mágico de Oz. Suas vidas são transformadas por causa da crença nele.
Mas, no fim, o mágico acaba se revelando ser uma fraude. Não era um
mágico, mas um homem comum. No caso de Kierkgaard, parece que é
mais o pensamento acerca de Deus que o impulsionava a reagir de certa
forma, do que na verdade um encontro pessoal com o próprio Deus.
O que importa pra ele, é uma escolha subjetiva, o salto da fé, o
comprometimento com o absurdo. Mas, o encontro pode fazer o que a
história não pode. Não há necessidade de superar dois mil anos de história
e encontrar eventos que aconteceram há muito tempo atrás. A Páscoa
começa agora e o encontro cancela o tempo de duração e nos faz
contemporâneos de Cristo. Se soar absurdo dizer que, podemos abolir dois
mil anos desse jeito e retornar ao primeiro século, ou trazer a Páscoa para o
século XX, dizer que hoje podemos ser contemporâneos de Cristo, que seja
assim. O cristianismo consiste em se contradizer.
Nada inteligível pode ser dito de Deus, para esses teólogos liberais.
Brunner diz, e isto é uma citação literal, “Deus e o meio de
14
As fábulas de Esopo não são históricas, são literalmente falsas, mas existencialmente verdadeiras.
conceitualidade são mutuamente exclusivos”.15 Fornecendo outra citação
literal, “Todas as palavras tem apenas um valor instrumental. Nem as
palavras faladas nem o conteúdo conceitual deles são a própria Palavra,
mas apenas sua estrutura”.16 A verdade não é importante, pois Brunner
diz, e isso é outra citação literal, ele diz: “Deus pode falar sua palavra ao
homem mesmo através da falsa doutrina”.17
Não faz qualquer diferença no que você crê. Você deve crer
apaixonadamente. Esse é o resultado natural em trocar lógica por
paradoxos. Quando a lei da contradição é deliberadamente repudiada, a
distinção entre verdade e erro vai embora. Observem os absurdos que
podemos chegar. A palavra Deus e Satanás significam a mesma coisa. Um
ministro pode pregar que Cristo fez expiação pelo pecado e no mesmo
sermão também sustentar que Cristo não fez expiação pelo pecado. Isso
não apenas torna toda pregação fútil, mas também não podemos nem
convidar uma pessoa pra almoçar, pois quando digo, almoce comigo, eu
também estou dizendo, não almoce comigo. Almoço e nenhum almoço são
as mesmas coisas, ao menos que sejam logicamente diferentes.
15
Ibid
16
Gordon Clark Em Defe as da Teologia pg 48-50
17
Ibid
novo Copérnico.”18 Ele é o renomado professor Cornelius Van Til, do
Seminário Teológico de Westminster.19
Praticamente ele é adorado nos círculos da apologética
pressuposicionalista,20 onde existe uma biografia falsificada a respeito
dele21. Se caso alguém disser, que não segue a apologética Vantiliana, é
tratado com desprezo, mas não é só isso, o que espanta é tamanha crença
no absurdo irracional que ele defende. John Robbins diz:
18
Cornelius Van Til: o homem e o mito John W. Robbins, Ed. Monergismo
19
Cornelius Van Til (3 de maio de 1895 – 17 de abril de 1987), nascido em Grootegast, Holanda, foi um
filósofo cristão, apologista pressuposicional, e teólogo reformado.
20
Ibid.
21
Provavelmente uma referência a Van Til: Defender of the Faith (1979), de William White Jr.
Embora aclamado por muitos, o livro apresenta várias deficiências e imprecisões, como Frame destacou em
uma resenha. Cf. WTJ 42:1 (Fall 1979).
22
Cornelius Van Til: o homem e o mito John W. Robbins, Ed. Monergismo, Introdução.
não é levado muito a sério, infelizmente. Meu intuito não é denegrir a
pessoa de Van Til, mas mostrar o quanto sua teologia do paradoxo inundou
o meio cristão, principalmente o meio reformado. Mas, primeiro vamos
saber quem foi cada um deles.
Cornelius Van Til23 foi o sexto de oito filhos de Ite e Klazina Van
Til. Em 1905, Kornelius Van Til (grafia holandesa de seu nome) imigrou
para os Estados Unidos junto com seus pais e irmãos. Ele cresceu
auxiliando na fazenda da família, em Highland, estado de Indiana. Estudou
no Calvin Preparatory School, onde se preparou para o seminário, e entrou
no Calvin Seminary.
23
http://protestantismo.com.br/biografias/cornelius_van_til.htm
estudantis tanto no ano de 1923 (sobre o mal teodiceia) e 1924 (sobre a
vontade e suas relações teológicas). Ele conquistou o título de Th.M. em
teologia sistemática em 1925, com sua dissertação sobre epistemologia
reformada. Casou-se no mesmo ano com Rena Klooster. Em 1927, a
University of Princeton concedeu a ele o título de Ph.D. em filosofia por
uma dissertação sobre Deus e o absoluto.
Entre 1927 e 1928, ele pastoreou a igreja de Spring Lake, no
Michigan, como pastor da Christian Reformed Church americana, em seu
único pastorado. No ano escolar de 1928-1929, lecionou Apologética no
Princeton Seminary. De lá se demitiu em protesto a certas mudanças
ideológicas e teológicas impostas pela PCUSA (a quem Princeton
pertencia), juntamente com três outros professores: Robert Dick Wilson,
Oswald T. Allis, e J. Gresham Machen.
Foi um dos professores fundadores do Westminster Seminary, em
setembro de 1929, onde lecionou Apologética até sua aposentadoria, em
1974, quando então ficou como professor emérito. Ele ainda foi agraciado
com o título de professor honorário da Universidade de Debrecen, Hungria,
concedido a ele em 1938; o título de Th.D. (honoris causa) da Universidade
de Potchefstroom, África do Sul; e o título de D.D. do Reformed Episcopal
Seminary, na Filadélfia. Foi editor adjunto do Philosophia Reformata, um
periódico voltado à filosofia calvinista. Ele também se afiliou à Orthodox
Presbyterian Church em 1936, sendo pastor desta denominação até sua
morte, em 1987.
Em Westminster, desenvolveu suas obras, primeiramente como
apontamentos para aulas, depois como apostilas para os alunos, e, por fim,
nas suas formas publicadas, tendo publicado 30 obras durante sua vida.
Além dos livros publicados, disponibilizados até hoje pela Presbyterian &
Reformed Publishing Co. Nas principais livrarias teológicas dos Estados
Unidos, é possível adquirir as obras completas de Van Til no CD-ROM The
Works of Cornelius Van Til, de 1997 (ISBN 0-87552-461-3), no qual
constam todos os artigos, apostilas e escritos do autor presentes na coleção
Van Til Papers da biblioteca do Westminster Theological Seminary.
Atualmente é possível adquirir a coletânea The Works of Cornelius Van Til
como recurso do Logos Biblical software24.
24
https://www.logos.com/product/3994/the-works-of-cornelius-van-til
25
O Filósofo Presbiteriano - A Biografia Autorizada de Gordon H. Clark - Douglas J. Douma
Clark foi criado em um lar cristão e estudou o pensamento calvinista
desde jovem. Em 1924, ele se formou na Universidade da Pensilvânia com
um bacharelado em francês e obteve seu doutorado na Filosofia pela
mesma instituição em 1929. No ano seguinte, ele estudou na Sorbonne.
Ele começou a lecionar na Universidade da Pensilvânia depois de
receber seu diploma de bacharel e também lecionou no Seminário
Episcopal Reformado da Filadélfia. Em 1936, ele aceitou o cargo de
professor de Filosofia no Wheaton College, Illinois, onde permaneceu até
1943, quando aceitou a presidência do Departamento de Filosofia da Butler
University em Indianápolis. Após sua aposentadoria de Butler em 1973, ele
lecionou no Covenant College em Lookout Mountain, Geórgia, e no Sangre
de Cristo Seminary em Westcliffe, Colorado.
As afiliações denominacionais de Clark mudariam muitas vezes. Ele
nasceu e se tornou um ancião governante na Igreja Presbiteriana nos
Estados Unidos da América. No entanto, ele acabaria saindo com um
pequeno grupo de conservadores, liderados por John Gresham Machen,
para ajudar a formar a Igreja Presbiteriana da América (renomeada Igreja
Presbiteriana Ortodoxa em 1938) e seria ordenado na OPC - Orthodox
Presbyterian Church em 1944. No entanto, em 1948, após a controvérsia
Clark-Van Til, ele se filiou à Igreja Presbiteriana Unida da América do
Norte. Após a fusão da UPCNA - United Presbyterian Church of North
America em 1956 com a Igreja Presbiteriana nos Estados Unidos da
América - Presbyterian Church in the United States of America (a mesma
denominação da qual o OPC havia se separado em 1936) para formar a
Igreja Presbiteriana Unida nos Estados Unidos da América - United
Presbyterian Church in the United States of America, Clark se juntou à
Igreja Presbiteriana Reformada - Reformed Presbyterian Church General
Synod, em 1957. Clark foi fundamental para organizar uma fusão entre a
RPCGS e a Igreja Presbiteriana Evangélica - Evangelical Presbyterian
Church para formar a Igreja Presbiteriana Reformada, Sínodo Evangélico
em 1965. Quando a RPCES se tornou parte da Igreja Presbiteriana na
América em 1982, Clark se recusou a se juntar à PCA e, em vez disso,
entrou no Presbitério Covenant não afiliado em 1984.
Clark também foi eleito presidente da Evangelical Theological
Society em 1965. Ele morreu em 1985 e foi enterrado perto de Westcliffe,
Colorado. Explicando-se quem são eles, agora nós vamos partir para os
argumentos.
Um dos absurdos e contradições que Van Til, defende é a doutrina da
Trindade. Ele diz: “Afirmamos que Deus, isto é, toda a Divindade, é uma
pessoa… Devemos afirmar que Deus é numericamente um, ele é uma
pessoa”.26 Bem, confesso que não faço a mínima ideia do que ele quer dizer
com isso, é algo muito confuso, seus seguidores dizem que ele foi um
inovador nessa definição, mas fica claro quando lemos na sua Introdução à
Teologia Sistemática, em uma única citação, ele cita isso mais de oito
vezes. Podemos consultar os livros do professor Van Til e The Trinity [A
Trindade], escrito por Gordon H. Clark — percebeu-se com clareza que o
conceito de Van Til sobre a Trindade não é o do cristianismo ortodoxo,
mas uma novidade.
26
John Robinss em seu livro Cornelius Van Til: o homem e o mito John W. Robbins, Ed. Monergismo, na
nota de rodapé 33 diz o seguinte: Em vez de ser refutado publicamente, ocorreu o contrário: dezenas e
dezenas de pessoas tentaram e ainda tentam explicar como a visão diferente de Van Til é supostamente
ortodoxa. Livros como Paradox and Truth: Rethinking Van Til on the Trinity (2011), de Ralph Allan Smith,
e The Trinity and the Vindication of Christian Paradox (2014), de Brant A. Bosserman, propõem-se fazer
exatamente isso. O curioso é que essa não é a mesma atitude demostrada para com os respeitados teólogos
Wayne Grudem e Bruce Ware, em 2016, quando propuseram a existência da subordinação funcional eterna
do Filho. O debate é complexo, mas basta dizer que Grudem e Ware afirmaram categoricamente não crer na
subordinação ontológica, nem numa diferença interna na Trindade: todas as pessoas são igualmente Deus, e
idênticas em poder, glória e majestade. Não obstante, eles foram acusados de heresia por diversos líderes e
teólogos cristãos, e alguns até mesmo afirmaram que eles deveriam entregar seus ofícios eclesiásticos.
Ironicamente, Carl Trueman, professor do Seminário de Westminster, a maior instituição promotora do mito
vantiliano, a despeito da sua estranha doutrina trinitária, está entre os críticos mais ferrenhos de Grudem e
Ware.
É uma daquelas formulações doutrinárias chamadas por muitos dos
seus discípulos de radicalmente novas, demandadas pelo vantilianismo.
Van Til rejeita de forma explícita a explicação ortodoxa da Trindade: Deus
é um em um sentido, e três em outro sentido. Ele afirma que, Deus é
Trindade e unidade, “uma pessoa absoluta”. É algo completamente absurdo
e contraditório. O conceito do professor Van Til sobre a Trindade, que não
é o ponto de vista ortodoxo, tem sido exaltado por ele e por seus discípulos
como a solução para o problema do “um e dos muitos”. Todavia, sua visão
não resolve nenhum problema filosófico, pois ele afirma que as pessoas da
Trindade são “intercambiavelmente exaustivas”. Ele vai ainda mais longe e
afirma que Deus é uma pessoa. Sua “solução” para o problema do um e dos
muitos é dizer que 1 = 3 e 3 = 1. Essa irracionalidade não deve ser louvada,
mas condenada. Tivessem seus discípulos entendido o problema do “um e
dos muitos”, eles não seriam tão efusivos nos elogios ao conceito herético
de Van Til sobre Trindade. Van Til, o teólogo, não é o grande defensor do
cristianismo que as pessoas alegam. Creio que seja por isso que vemos
professores do curso de doutorado em uma renomada escola de pós-
graduação teológica, afirmar que “não tem problemas com paradoxos27 e
antinomias.”28
27
Segundo o site https://www.significados.com.br/ Paradoxo é o oposto do que alguém pensa ser a verdade
ou o contrário a uma opinião admitida como válida. Um paradoxo consiste em uma ideia incrível, contrária
do que se espera. Também pode representar a ausência de nexo ou lógica. Paradoxo vem do latim
(paradoxum) e do grego (paradoxos). O prefixo “para” quer dizer contrário a, ou oposto de, e o sufixo “doxa”
quer dizer opinião. O paradoxo muitas vezes depende de uma suposição da linguagem falada, visual ou
matemática, porque modela a realidade descrita. É portanto uma ideia lógica que transmite uma mensagem
que contradiz a sua estrutura. O paradoxo expõe palavras que apesar de possuírem significados diferentes
estão relacionados no mesmo texto, por exemplo "Quando mais damos, mais recebemos", "O riso é uma
coisa séria", "O melhor improviso é aquele que é melhor preparado".
28
https://www.dicionarioinformal.com.br/ De uma forma geral, antinomia designa um conflito entre duas
ideias, proposições, atitudes, etc.. Fala-se, por exemplo, de antinomia entre fé e razão, entre amor e dever,
entre moral e política. Num sentido mais restrito, antinomia designa um conflito entre duas leis. Muitas
vezes, usam-se as palavras paradoxo e antinomia como sinónimos ou então consideram-se as antinomias
como uma classe especial de paradoxos: os resultantes de uma contradição entre duas proposições, em que
cada uma delas é racionalmente defensável. O termo antinomia é, por vezes, utilizado para designar um
conflito entre duas proposições, ou entre as consequências que delas advêm. A antinomia de duas
proposições difere da contrariedade. Duas proposições podem ser contrárias sem que constituam uma
antinomia, no entanto, ela surge quando se pretende provar a validade de cada uma delas.
Vimos como uma doutrina básica da Trindade pode ser modificada, e
aceita no círculo cristão. Podemos ver também, sobre as Escrituras, que é o
foco do nosso estudo. Essa afirmação de Van Til, com contradições lógicas
na doutrina da unidade-Trindade, é consequência de seu conceito
heterodoxo sobre a Bíblia e a lógica. O papel da lógica na teologia, é um
tópico de sonoro e irado debate entre teólogos. Lógica, a ciência de deduzir
por consequência boa e necessária, é a ferramenta que se deve usar na
interpretação das Escrituras. Ela é indispensável para o entendimento das
Escrituras. Cristo, a Lógica de Deus (Jo 1.1), repreendeu os saduceus por
não aplicar a lógica à natureza de Deus e deduzir dela a doutrina da
ressurreição.
Devemos entender em primeiro lugar, que as Escrituras são lógicas e
não que elas contêm contradições. Para Van Til, sua atitude com a lógica é
diferente. Quase todas as referências à lógica em seus livros são
depreciativas. Ele critica, minimiza e deprecia a lógica de forma contínua,
não o uso equivocado da lógica, mas a lógica em si. A lei fundamental da
lógica é chamada lei da não-contradição. Declarada de forma simples, ela
afirma que para uma palavra significar algo, ela também não deve
significar outra coisa. Ex: GATO é GATO e não é CACHORRO. Como o
Dr. Gordon Clark escreveu: “Alguém pode encontrar o princípio da lógica
exemplificado na primeira palavra hebraica em Gênesis. Bereshit, ‘no
princípio’, não significa mil anos ou nem mesmo um segundo após o
princípio”.29
O mesmo é verdade de todas as outras palavras na Bíblia: cada uma,
porque significa algo, também não significa outra coisa. Cada palavra
exemplifica a lei lógica da não-contradição. Sem lógica, não pode haver
revelação (o absurdo não é revelação), e não pode haver nenhum
29
Cornelius Van Til: o homem e o mito John W. Robbins, Ed. Monergismo,pg.26
entendimento ou teologia. Van Til não aceita o papel da lógica. Ele afirma:
“Todo o ensino da Escritura é aparentemente contraditório”.30
Todo o ensino, é aparentemente contraditório? Quando você
frequenta uma escola dominical em sua Igreja, o que é ensinado lá, pode
não ser ensinado lá no mesmo instante. Uma aluna do Seminário Teológico
de Westminster, Susan Foh, representa a segunda geração de discípulos de
Van Til. No livro Women and the Word of God [As mulheres e a Palavra
de Deus],31 muito popular em alguns círculos presbiterianos e reformados,
Foh afirma explicitamente que existem “antinomias” na Bíblia (p. 182).
O que tenho a dizer sobre isso, é que é uma grande desvalorização da
unidade lógica da Bíblia. Van Til considera as leis da lógica algo criado.32
Isso parece implicar na incapacidade de Deus pensar com lógica, da mesma
forma que ele não pode pensar em sentido temporal. A lógica se torna
“mera lógica humana”, e não se deve confiar na “mera lógica humana”. A
mera lógica humana afirma: 2 + 2 = 4; mas Deus, que não obedece, e não
pode obedecer, às leis criadas da lógica, pensa que 2 + 2 = 5. Isto é, caso
Deus pense.
Não há maior ameaça à Igreja cristã no século XXI que o
irracionalismo agora predominante em toda a nossa cultura. O nazismo e o
comunismo, culpados de dezenas de milhões de assassinatos, incluindo os
de milhares de cristãos, devem ser temidos, mas não tanto quanto a ideia de
que nós, como cristãos, não conhecemos e não podemos conhecer a
verdade divina. O hedonismo e o humanismo secular não devem ser mais
temidos que a crença na lógica, “a mera lógica humana”, como ferramenta
não confiável para entender a Bíblia. As pessoas devem procurar conhecer
a Deus, e só vão encontrá-lo nas páginas das Escrituras. Esse é o intuito
30
Common Grace and Witness Bearing. Phillipsburg, New Jersey: Lewis J. Grotenhuis, sem data,
p. 22.
31
Phillipsburg, New Jersey: Presbyterian and Reformed Publishing Company, 1979.
32
An Introduction to Systematic Theology, p. 92.
desse livro, para que possa ter acesso e possa ser liberto do erro do
irracionalismo, das contradições absurdas que são frutos da pós-
modernidade.
Toda cosmovisão deve ter um ponto de partida, e para muitos é crer
em absurdos irracionais. Alguns alegam que seu ponto de partida é crer na
Trindade Ontológica, assim como Van Til faz. Só que, não percebem em
que, crendo já em um ponto de partida absurdo e contraditório, e da forma
que Van Til descreve, todo o seu sistema vai desmoronar logo de início,
por estar baseado em contradições. Sobre isso, Vincent Cheung diz o
seguinte:
“Eu lhes digo a verdade, todo aquele que coloca outro princípio
antes do conhecimento da revelação é escravo desse princípio.
Uma filosofia que é escravizada a este estranho princípio não
pode ter um lugar sob a filosofia da Palavra. Sua filosofia
também morrerá em impossibilidades e contradições. Mas se a
Palavra libertar você, você estará livre de fato. Eu sei que vocês
afirmam pressupor a Palavra. No entanto, vocês estão prontos
para me renunciarem, porque vocês não tem espaço para o que
eu digo. Eu estou falando com vocês do meu princípio, e vocês
se comportam de acordo com o seu primeiro princípio. 33
33
https://escrituralistascarismaticos.blogspot.com/2018/06/o-pregador-fala-filosofia-vincent-cheung.html
pode ser encontrado no original: http://www.vincentcheung.com/2009/01/04/the-preacher-speaks-
philosophy/
Eu não inventei essa filosofia, mas Deus revelou isso por meio das
Escrituras. Mas, eles pertencem ao seu primeiro princípio, a confiabilidade
da descoberta humana (seja por sensação ou intuição)34, e realizam o que
este princípio exige. É uma falha epistêmica desde o começo, incapaz de
conhecer a verdade ou a realidade, ou entrar em contato com a revelação
que afirmam pressupor, porque o conhecimento da sensação ou da intuição
é impossível. Quando produz falsidades, faz o que é natural, pois é falso e é
o pai das falácias. Concordo com Vincent Cheung que diz:
36
A controvérsia Clark- Van Til - Volume 1e 2. Felipe Sabino de Araújo Neto (org.) Ed. Monergismo.
o significado da palavra “incompreensibilidade”. Dr. Clark citou o
príncipe dos teólogos americanos, Charles Hodge:
37
Charles Hodge, Teologia Sistemática, p. 253.
38
An Introduction to Systematic Theology, p. 206.
39
Ibid. pg.185
tem em nenhum ponto de sua mente o mesmo conteúdo exato de
pensamento que Deus tem na mente dele”.40 “Se Deus fizesse ao homem
todas as proposições revelacionais que algum dia faria sobre si mesmo,
mesmo então o homem não poderia ter o mesmo conteúdo de pensamento
em sua mente que Deus tem na mente dele”.41
Se isso fosse verdade que o homem não tem em nenhum ponto de
sua mente o mesmo conteúdo exato de pensamento que Deus tem na mente
dele, então a Bíblia seria uma fraude. Seria dizer que 2+2=4 é algo para o
homem, mas é algo diferente para Deus, talvez o resultado seria 5,10 ou 25.
A Bíblia consiste nas palavras e nos pensamentos de Deus e dos homens.
Todo o seu propósito é revelar a verdade aos homens: “E conhecereis a
verdade” João 8.32.
Sabemos que Paulo era apóstolo porque Deus também o sabia e nos
revelou. Porém, se os pensamentos de Deus e os nossos pensamentos não
coincidem em nenhum ponto, então nós não podemos saber que Paulo era
apóstolo, pois o conhecimento de Deus e o nosso conhecimento “não
coincidem em nenhum ponto sequer” — nem Deus o saberia. Ou Deus nem
saberia que o nome dele era Paulo. Nós sabemos que após Judas se
enforcar, havia 11 discípulos? Então Deus não pode saber essa verdade,
pois seu conhecimento e o nosso conhecimento não coincidem em nenhum
ponto sequer, de acordo com o professor Van Til.
Se Deus conhece toda a verdade, nenhuma das coisas em nossas
mentes pode ser verdade, incluindo-se os ataques dogmáticos de Van Til
contra a Trindade, a verdade e a lógica. Se o professor Van Til está correto,
então o cristianismo é uma tolice; se o cristianismo é verdadeiro, então o
vantilianismo é uma tolice.42 A verdade, e não a originalidade, deve
40
Ibid. pg. 186
41
Ibid.
42
John Robbins, Cornelius Van Til: o homem e o mito John W. Robbins. Pg.34
caracterizar a teologia. Por isso estudamos teologia, para descobrir e
aprender mais sobre a verdade. O vantilianismo deve ser repudiado como
uma das muitas formas do irracionalismo do século XX, que tem
perturbado a paz e pureza da Igreja. Passaremos agora a analisar o
pressuposicionalismo, de que as Escrituras são o primeiro princípio.
3. Pressuposicionalismo
43
No livro "O Ego e o Id", Freud expôs uma divisão da mente humana em três partes: 1) o ego que se
identifica à nossa consciência; 2) o superego, que seria a nossa consciência moral, ou seja, os princípios
sociais e as proibições que nos são inculcadas nos primeiros anos de vida e que nos acompanham de forma
inconsciente a vida inteira; 3) o id, isto é, os impulsos múltiplos da libido, dirigidos sempre para o prazer. (Os
três termos alemães empregados por Freud, em sua língua materna, eram "Ich", "Es" e "Überich", que se
traduzem também por eu, isso e supereu.)... - Veja mais em
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/psicanalise-a-mente-segundo-a-teoria-de-sigmund-
freud.htm?cmpid=copiaecola
44
São dois os fundamentos da teoria psicanalítica: 1) Os processos psíquicos são em sua imensa maioria
inconscientes, a consciência não é mais do que uma fração de nossa vida psíquica total; 2) os processos
psíquicos inconscientes são dominados por nossas tendências sexuais.... - Veja mais em
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/psicanalise-a-mente-segundo-a-teoria-de-sigmund-
freud.htm?cmpid=copiaecola
A força dominante no homem não é sua inteligência, compartilhada
que ele carinhosamente supõe com Deus, mas um bando de viagens
subconscientes e anseios sexuais. No consenso geral, consideramos isso um
julgamento falso, mas pelo menos reconhece uma natureza comum. E se
tomarmos como uma descrição do homem no seu estado caído, contém
alguma verdade, porém uma verdade distorcida. Mas, em oposição a todos
eles, a posição cristã é que o homem foi criado à imagem de Deus. O
homem, não os animais. E essa imagem deve ser determinada não por
observação empírica, mas por uma exegese (interpretação) de passagens
bíblicas. No livro seis de “A Busca da Verdade” de Nicolas Malebranche,
ele apresentou mais claramente a filosofia do Ocasionalismo, que “Deus é
a única coisa capaz de dirigir ou agir sobre a alma de uma maneira
causal, e fazendo isso, trazendo o conhecimento”.45 Como Deus é
onipotente e, como onipotência, é, por definição, um traço que não pode ser
transmitido ao homem, é o que Deus necessariamente irá realizar de acordo
com a Sua vontade.
Nicolas Malebranche
45
Nicolas Malebranche, A Busca da Verdade, p.241-263
Sua vontade, é assim dita, ser a causa eficiente e verdadeira de todas
as coisas. Uma causa ocasional, por outro lado, é simplesmente a referida
conexão, aquilo que Deus usa para efetuar o que Ele deseja; A causa
ocasional não deve ser considerada como a verdadeira causa, porque não é
a condição em que depende o cumprimento de qualquer coisa. Por isso,
Malebranche, concordando com Agostinho, acreditava que, mesmo o
conhecimento dependia de Deus. Além disso, apesar do que os sentidos
podem implicar, a locomoção para até mesmo o estudo das Escrituras, é
causada por Deus. Insistimos que se queremos descobrir o que é o
homem, devemos estudar a Escritura.
46
Frase muito usada pelos antiintelectualistas, que alegam que se estudar teologia o crente esfria
espiritualmente.
47
Exegese mau usada para dizer que se estudarmos muito a Escritura na letra, ou seja, se preocupar somente
com o estudo, essa letra que é apenas algo intelectual pode matar a fé. São frases e interpretações
completamente absurdas, Paulo não estava querendo dizer isso.
homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode
ser lógica e claramente deduzido dela. À Escritura nada se
acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações do
Espírito, nem por tradições dos homens; reconhecemos,
entretanto, ser necessária a íntima iluminação do Espírito de
Deus para a salvadora compreensão das coisas reveladas na
palavra, e que há algumas circunstâncias, quanto ao culto de
Deus e ao governo da Igreja, comum às ações e sociedades
humanas, as quais têm de ser ordenadas pela luz da natureza e
pela prudência cristã, segundo as regras gerais da palavra, que
sempre devem ser observadas.48
48
Confissão de Fé de Westminster, Capítulo I, Seção VI, Ed.Monergismo
Nos dias de hoje, muito se fala sobre os dons espirituais. Esses dons
considerados em parte (ek merous) principalmente o de conhecimento,
continuarão até quando vier o que é perfeito (do grego teleios, completo)
(v. 10). A perfeição em vista aqui tem sido interpretada de maneiras muito
diferentes:
Este tempo do fim (seja qual for a visão aceita) supera e substitui
todos os dons considerados em parte. Ao contrário deles, o amor dura para
sempre. Aceitamos a última opção, porque entendemos que as outras duas
opções são contraditórias com outros textos das Escrituras, que nos
ensinam a buscar um conhecimento. Se fosse verdade, hoje teríamos um
conhecimento completo, e o que é parcial deveria ser aniquilado. Mas não é
isso o que acontece.
Se o "perfeito" em 1Co13.10, se referisse ao Cânon completo das
revelações bíblicas, então Martin Lloyd-Jones estaria correto em escrever
que:
"Isso quer dizer que eu e você, que temos as Escrituras abertas
diante de nós, sabemos mais que o apóstolo Paulo sobre as
verdades de Deus [...] Isso significa que todos nós somos
superiores [...] até mesmo aos apóstolos, incluindo Paulo!
Significa que agora estamos em uma posição na qual [...]
conhecemos, da mesma forma como somos conhecidos por
Deus [...] Na verdade, existe apenas uma palavra para
descrever tal visão: absurdo.”49
49
Martin Lloyd-Jones, Prove All Thing, ed.Por Christopher Catherwood (Kingsway, Eastbourne, England,
1985), p. 32-33. Citado por Grudem em sua Teologia Sistemática, cap. 52 Nota [35].
O pecador não salvo está morto (Ef. 2:1-3), não tem conhecimento, no
sentido da salvação de Cristo e somente Ele pode ressuscitá-lo dentre os
mortos (Jo 5:24).
A principal preocupação de Pedro, é que os cristãos aumentem seu
conhecimento pessoal de Jesus Cristo, seu Senhor e Salvador. Esse
conhecimento, é tanto intelectual quanto experimental, e aumenta pelo
estudo da Palavra e também pela oração. O conhecimento de Deus é uma
das principais ênfases dessa epístola. O conhecimento de Deus, só é
possível por meio de Jesus Cristo. Jesus é a plenitude da divindade, a
expressa imagem do seu Ser. Ninguém pode chegar a Deus, exceto por
meio de Jesus. Ninguém pode ver o Pai, senão olhando para Jesus. Pedro
diz que nos apropriamos da provisão divina na medida em que conhecemos
plenamente a Cristo, a revelação suprema de Deus, aquele que nos chamou
para sermos herdeiros da glória no futuro, e nos capacita a vivermos de
forma virtuosa no presente. A virtude deve ser associada ao conhecimento.
A palavra grega epignosis, traduzida aqui por “conhecimento”
significa conhecimento pleno ou conhecimento crescente. Refere-se ao
conhecimento prático ou discernimento. Tem a ver com a capacidade de
lidar de forma certa e adequada com a vida. Este conhecimento é obtido no
exercício prático da bondade, e naquilo que tem aprendido de Cristo por
seu Espírito e pelas Escrituras.
O verdadeiro conhecimento de Deus não está no misticismo ou nas
nossas experiências, mas em Cristo Jesus. Não deve ser buscado através de
experiências místicas, mas nas Escrituras. No Breve Catecismo de
Westminster na pergunta 2 e 3 diz: Que regra deu Deus para nos dirigir
na maneira de o glorificar e gozar?
Romanos 15,4: “Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso
ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das
Escrituras, tenhamos esperança”.
João 5,39: “Examinai as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida
eterna, e são elas mesmas que testificam de mim”.
50
Breve Catecismo de Westminster, Ed. Monergismo
é o seu autor; tem, portanto, de ser recebida, porque é a
Palavra de Deus.51
51
CFW, Ed. Monergismo
Filho de Deus devemos buscar a perfeição até chegarmos à
estatura da plenitude de Cristo e não sermos mais lançados de
uma parte a outra por todo vento de pseudo-evangelista. As
crianças recém-nascidas, porém, devem desejar o leite não
adulterado da Palavra. Os bebês são tão bonitinhos, mas um
bebê de 20 anos não é nada bonito.❞52
52
Gordon Clark www.monergismo.com/.../cristologia/expiacao_cap12_clark.pdf
Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém
vem ao Pai, senão por mim. João 14:6
3.3. Revelação
53
CFW,Ed. Monergismo
palavras registradas nas Escrituras são inspiradas. O Espírito Santo,
capacitou os profetas e apóstolos de uma tal forma, que eles foram
impelidos a registrar tudo nas Escrituras. Eles foram movidos para que seus
escritos não fossem outra coisa a não ser a Palavra de Deus.
O originador de toda a Escritura é Deus, e Pedro relata que nenhuma
revelação ou profecia vinha de homens. Homens foram usados com suas
habilidades pessoais a escrever de modo infalível a Palavra de Deus. O
Espírito Santo, governa cada palavra ali descrita, de fato Deus é o autor
primário das Escrituras, e ela mesma afirma a sua infalibilidade.
O Dr. Gordon Clark, diz que, uma das derrotas mais esmagadoras
administradas aos liberais, tinha a ver com a nação hitita. Essa derrota
ocorreu há setenta e cinco anos, e agora para eles, não é mais nenhuma
novidade para primeira página de um jornal, mas foi tão impressionante,
que nunca deve ser esquecido. No século XIX, não havia nenhuma prova
de que a nação hitita existisse, exceto as declarações na Bíblia. Ela mostra
essa nação existente de Gênesis a Neemias, em um período de mil e
quinhentos anos.
É estranho que uma nação existente há tanto tempo, não houvera
deixado nenhum registro, monumento ou vestígio de si mesma, exceto na
Bíblia.
A Bíblia, dizem os críticos, é um romance histórico, um mau também
para os autores que realmente não sabiam nada das idades anteriores, e
simplesmente imaginavam o que eles precisavam para escrever a sua
história. Desde que nenhuma evidência corrobore a Bíblia, segue-se pela
rigorosa lógica que os hititas nunca existiam. Hoje, um ambicioso
estudante, pode ir para o Instituto Oriental, em Chicago, aprender a língua
hitita e traduzir os livros que estavam nas bibliotecas hititas. O que a
Bíblia diz é verdade, porque ela é a verdadeira Palavra inspirada por Deus,
e Deus dá muitas evidências sobre isso.
3.5. A Natureza dessa Inspiração
54
Ibid.
oriental, experiências existenciais através dos sentidos e a teologia sem
razão da neo-ortodoxia, não são fontes de revelação divina. Somente as
Escrituras são. As Escrituras, não são apenas fonte de autoridade para a
Igreja, mas também para cada área das nossas vidas. Ela é suficiente para
tudo, como o próprio Apóstolo Paulo declarou a Timóteo na sua carta de 2
Timóteo 3.16:
3.8. Canonicidade
55
The Pastoral Epistles, sobre Tito 3.10-11
Moisés (a Torá) e os profetas. Isso está descrito em Mateus 5.17-18. Depois
da Septuaginta, a tradução grega do Antigo Testamento, foi acrescentado
outra categoria, os chamados Escritos. Fica muito claro, que todo o
processo de coletar os livros, foi um ato Divino de Deus.
3.10. Preservação
3.11. Traduções
John Wycliffe
56
Wikipédia,John Wyclif
quatro monges foram seus advogados. Uma multidão aglomerou-se na
Igreja para apoiar Wycliffe e houve animosidades com o bispo. Isto irritou
ainda mais o clero e os ataques contra Wycliffe se intensificaram,
acusando-o de blasfêmia, orgulho e heresia. Enquanto isso, os partidos no
Parlamento inglês pareciam convictos de que os monges poderiam ser
melhor controlados se fossem aliviados de suas obrigações seculares.
É importante lembrar que, neste período, desenrolava-se a Guerra
dos Cem Anos entre a França e a Inglaterra. Na Inglaterra daquela época,
tudo que era identificado como francês era visto como inimigo, e nessa
visão se incluiu a Igreja, pois havia transferido sua sede de Roma para
Avinhão, na França. A elite inglesa (realeza, parlamento e nobreza) reagia
à ideia de enviar dinheiro aos papas e esta era uma atitude vista como ajuda
ao sustento do próprio inimigo. Neste ambiente hostil à França e à Igreja,
um teólogo como Wycliffe desfrutou quase imediatamente de grande
apoio, não apenas político, como também popular, despertando o
nacionalismo inglês.
Em 22 de maio de 1377, o Papa Gregório XI, que em janeiro havia
abandonado Avinhão para retornar a sede da Igreja a Roma, expediu uma
bula contra Wycliffe, declarando que suas dezoito teses eram errôneas e
perigosas para a Igreja e o Estado. O apoio de que Wycliffe desfrutava na
corte e no parlamento, tornaram a bula sem efeito prático, pois era geral a
opinião de que a Igreja estava exaurindo os cofres ingleses.
Na verdade, a tradução de Wycliffe era a tradução de uma tradução,
porque até aquele momento a tradução que ele tinha era a Vulgata latina
feita por Jerônimo, que do Grego e hebraico passou para o Latim, e do
Latim para o Inglês. A Igreja de Roma, se opôs a essa tradução. Nessa
época também, a Inglaterra pagava 50% de tributo a Roma que pagava ao
Rei da França, que estava em guerra contra a Inglaterra, e isto pareceu aos
olhos de Wycliffe um grande absurdo, pegar o dinheiro do povo e sustentar
um país que queria acabar com seu.
A Peste Negra atacou a Europa, e a Igreja Romana não dava conta do
sofrimento do povo, pois não tinha a Palavra de Deus que consolaria o
povo nesse momento tão crítico. Alguns Monges também viviam na
imoralidade e nem sequer sabiam a Palavra de Deus. O povo estava
entregue ao caos. Essas traduções eram para o povo que necessitava de vida
espiritual, mas a Igreja de Roma não ajudava em nada. Elas foram
consideradas ilegais pela Igreja porque davam “conhecimento” ao povo. A
tradução de Wycliffe o tornou um precursor da Reforma Protestante e Deus
levantaria mais homens fiéis para levar a sua Palavra e lutar contra a
imoralidade e perversão da Igreja de Roma. Logo mais à frente, um homem
chamado Johannes Gutemberg criou a imprensa, que facilitaria muito mais
a chegada da Palavra de Deus ao povo rapidamente. O primeiro livro a ser
impresso foi a Bíblia em 1495. Houve muitos outros motivos e precursores
da Reforma, homens como John Wycliffe e John Huss levaram a Palavra
de Deus aos homens menos favorecidos. Ocorreu também entre os
intelectuais um resgate da cultura e da língua grega.
John Huss
Os Reformadores se dividiram em dois grupos, que eram os
doutrinais, e os morais, que eram humanistas voltados aos escritores
gregos. Surge entre os humanistas um homem chamado Erasmo de
Roterdã, que queria que a Bíblia fosse traduzida de volta ao grego, e ele
mesmo fez isso em 1516. Ele e outro homem chamado Froben traduziram o
Novo Testamento do latim para o grego e foi essa tradução que mais tarde
Lutero, Calvino e outros reformadores usaram. Eles perceberam que,
quando se voltava aos escritos originais em grego, surgia alguns erros na
Vulgata Latina de Jerônimo. Um dos erros foi que, para Jerônimo,
‘justificar’ era algo apenas moral, mas no grego é um ato do próprio Deus.
A palavra ‘arrepender’ também foi traduzida de forma errada para ‘pagar
penitência’. Assim, perceberam que muitos dos ensinos da Igreja de Roma
caminhavam contra os ensinos da Palavra de Deus, e que as Escrituras
deveriam ser somente a regra de fé e prática da Igreja de Cristo.
3.12. Interpretação
William Tyndale
57
Wikipédia,William Tyndale
Tyndale escreveu notas explanatórias, introduções e comentários
para ajudar o povo a entender realmente o que Deus queria dizer. Ele foi
iluminado por Deus para este trabalho. Suas notas de rodapé eram notas
anti-papado, ou seja, ele escrevia contra as doutrinas absurdas papais. Esse
Novo Testamento traduzido por Tyndale era ilegal pela Igreja de Roma,
porque ia contra o Papa e poucos livros sobreviveram, sendo muitos
queimados. A provisão de Deus o ajudou e permitiu que ele traduzisse a
Bíblia para uma linguagem popular.
3.13. Convicção
58
Ibid.
John Bunyan
3.14. Proclamação
59
Ibid.
Charles Haddon Spurgeon
Os Peregrinos de Plymouth
3.16. Evangelismo
60
Ibid.
Também foram criadas as Bíblias para crianças com uma linguagem mais
simples e também para cegos em braile. Romanos 10:17 diz que a fé vem
pelo ouvir a Palavra de Deus.
John Eliot
61
Biografia David Brainerd
David Brainerd
Ela nos ensina a sermos mansos e pacientes, com aqueles que nos
afrontam e nos tem como inimigos. Ela nos garante resposta para tudo o
que precisamos em regra de fé e conduta moral.
62
Comentário Bíblico de William Barclay
Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor. 1
João 4:8
E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também
a seu irmão. 1 João 4:21
Ela nos ensina a amar a Deus e nosso próximo, se não temos o amor
dentro de nós, logo nós o odiamos. Nos ensina até onde podemos ir, ela é
uma regra, um instrumento de medição para as nossas vidas, da qual
usamos para a glória de Deus.
4. O ponto de partida.
63
Martin Lloyd-Jones, Pregação e Pregadores, Ed. Fiel
64
Ibid.
que a morte os tome e eles morram uma segunda e mais
profunda morte. Nenhuma obra poderia ser mais séria ou mais
exigente. ... Há um poder e eficácia que acompanha esse tipo de
pregação. Faz com que ameaças tenham tal peso que Paulo fez
Felix tremer. Torna as promessas doces e persuasivas, de modo
que Agripa estava quase convencido de ser um cristão. Faz até
mesmo um incrédulo confessar que, sem dúvida, Deus está
presente (1 Coríntios 14:25). Isso é mais do que um discurso
comum pode conseguir, mesmo em tais assuntos. Ela apresenta
a Palavra e a nós mesmos para a consciência dos homens aos
olhos de Deus. Ela faz com que o Evangelho triunfe em todo
lugar, e o torna um cheiro suave a Ele em tudo (2 Coríntios
2:14). (...)"65
65
Esse texto foi uma tradução do meu querido irmão Joelson Galvão, quando estudávamos as Escrituras pelo
Skype. Infelizmente desconheço a fonte original, mas creio na piedade e seriedade do irmão. Reformation
Scotland Trust – (tradução Joelson Galvão).
66
Dic. Strong
Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou? E Simão Pedro,
respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. E Jesus,
respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to
não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus.
67
Comentário Bíblico de Hebreus, João Calvino, Ed, Fiel
68
https://biblehub.com/commentaries/poole/hebrews/1.htm, tradução minha
69
Ibid
“Portanto assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu assentei em Sião
uma pedra, uma pedra já provada, pedra preciosa de esquina, que está
bem firme e fundada; aquele que crer não se apresse.” Porque ninguém
pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus
Cristo. E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro,
prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se
manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será
descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. 1 Coríntios
3:11-13
Existem pelo menos, mais de 300 versos bíblicos que foram
“profetizados e escritos” sobre a vinda do Messias, e cumpridos no NT, e
que comprovam que Jesus é o centro principal, o único fundamento de toda
Escritura. E que é através dela que aprendemos o modo de obedecer a
Deus. Nas Escrituras, existem o aspecto principal de que todo homem deve
saber a respeito de Deus e sua fé.
• Deus falou.
• Antigamente pelos profetas: agora pelo Filho.
• Então aos pais: mas agora a nós.
• Então em muitas épocas: agora no fim dos tempos.
Olhando para esse texto, nós entendemos porque a Bíblia tem duas
divisões principais: O Velho e o Novo Testamento. Nós referimos a essas
duas divisões da Escritura, como sendo “testamentos” porque cada uma
delas se centra em uma aliança divina. O Velho Testamento, registra a
história e os detalhes da aliança que Deus fez com Israel no Monte Sinai. O
Novo Testamento, fala da história e exposição da Nova Aliança que veio a
ser implantada pela morte de Jesus O Cristo.
O Velho Testamento então registra a história e o conteúdo de toda
revelação especial ou “profecias” anterior à vinda de Cristo. Ela veio de
várias maneiras e formas, através de muitas pessoas. Deus revelava a sua
Santa Vontade pelos profetas, sacerdotes, reis, soldados, mulheres e até
mesmo crianças que o ouviram falar. Ele falou a Adão no jardim e a
Moisés na sarça ardente. Ele falou a Miquéias sobre Belém, a Isaías sobre o
Calvário e a Joel sobre o Pentecostes. Deus falou de Sua criação, Sua Santa
lei, Sua nação escolhida e dos detalhes de Sua aliança com Israel.
Repetidamente, Ele falou de um Salvador que iria vir, cuja vinda
introduziria os últimos dias e uma nova aliança.
70
Comentário Bíblico de Hebreus, João Calvino, Ed, Fiel
Esse período inicial de revelação especial progressiva, se deu desde a
época de Adão e foi até o encerramento do livro do profeta Malaquias. O
relato dessa atividade reveladora, está escrito pela inspiração nos 39
primeiros livros da Bíblia. Esses livros são aquilo a que chamamos o
“Velho Testamento”. Nessas revelações progressivas sobre a Vontade de
Deus, na verdade, Ele estava preparando o caminho para a Sua Palavra
final. Ao dar Sua lei, Deus expôs o pecado através dela ao homem e sua
necessidade de um Salvador. Profecias revelavam que quando Jesus viesse,
Ele teria o testemunho delas às suas reivindicações.
Os tipos, ofícios, cerimônias, e mesmo o povo do Velho Testamento,
ilustraram conceitos e uma linguagem que nos ajuda a entender sobre a
Pessoa e a Obra de Cristo. Tendo, no tempo de Malaquias, dito tudo, a não
ser Sua palavra final, Deus não disse nada mais por quatrocentos anos. A
Palavra final de Deus veio a nós através de Jesus Cristo. Sua vinda é tão
cheia de significados que ela dividiu tanto o calendário histórico quanto a
nossa Bíblia. Cristo Jesus, é o antítipo de todos os tipos da velha aliança, o
assunto dos profetas e o objeto da fé de Israel. Tão grande foi essa
revelação feita através do Filho, que Ele é chamado: “O Verbo”.
71
Confissão de Fé de Westminster, Ed. Monergismo
Cremos e confessamos que as Escrituras de Deus são suficientes
para instruir e aperfeiçoar o homem de Deus, e assim
afirmamos e declaramos que a sua autoridade vem de Deus e
não depende de homem ou de anjo.1 Afirmamos, portanto, que
os que dizem não terem as Escrituras outra autoridade a não
ser a que elas receberam da Igreja são blasfemos contra Deus e
fazem injustiça à verdadeira Igreja, que sempre ouve e obedece
à voz de seu próprio Esposo e Pastor, mas nunca se arroga o
direito de senhora. 1Tm 3:16-17.2. Jo 10:27.72
"Deus falou a Adão, Noé, Abraão e aos profetas. Essa fala não é
a palavra escrita, mesmo que todas as palavras - e isso é
duvidoso - tenham sido inseridas mais tarde na Bíblia. Os
teólogos mais ortodoxos admitem que Jesus, a Palavra de Deus,
não era literalmente símbolos de tinta em pedaço de papiro ou
72
Confissão de Fé Escocesa, Ed. Monergismo
73
Confissão Bela, Bíblia de Estudo de Genebra
velino. Além do mais, o Poder e a Sabedoria de Deus,
identificados em 1 Cor.1.24, bem como a Palavra criadora em
Pv.3.19,20, não são caracteres hebraicos em uma página. Dessa
forma, pode-se dizer legitimamente que a Bíblia é a Palavra de
Deus, embora a Palavra de Deus não seja a Bíblia.74
74
O Escrituralismo de Gordon Clark, Ed Monergismo, p.67 Notas de rodapé – (“The Toronto School”, The
Review, August 1979, p.1)
75
Minhas Ressalavas com a CFW , John Frame, Ed. Monergismo
Essa seleção foi feita e projetada para levar a salvação dos eleitos:
“estes foram escritos para que creiais...” (João 20:31). Essa seleção de
escritos está adequada para as necessidades humanas: Toda a Escritura é
divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para
corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito,
e perfeitamente instruído para toda a boa obra. (2 Tm. 3: 16-17).
O ponto que quero chegar é que, houve outras profecias que não se
encontram nas Escrituras, mas mesmo assim não perdeu sua autoridade. É
seguro também dizer que, existiu muitos profetas verdadeiros mencionados
no Antigo Testamento, de quem nenhuma palavra chegou diretamente para
nós. Como muitos deles, não há nem mesmo um registro de suas palavras,
tendo em nada sido escritos. A. A. Hodge sugeriu que, enquanto tais
profecias perdidas foram verdadeiramente inspiradas, elas não eram
canônicas, porque elas não foram feitas para a instrução permanente da
Igreja, mas para alguns ocasiões em particular.76
Este argumento, é um pouco obscuro, porque é muito provável de
que havia no Antigo Testamento diversas vezes profetas cultuais, que eram
profetas por ofício, mas não por dom. Alguns dizem que isso é um tipo de
entusiasmo, louvor, ao invés de revelação verbal. Quando Saul caiu perdido
por um dia aos pés de Samuel e profetizou, parece que este foi um louvor
êxtase de Deus, ao invés de uma revelação sobre Jesus Cristo.
76
The Canon of the Old and New Testament Ascertained (rev. ed.: Philadelphia: Presbyterian Board of
Publications, 1851), pp. 87-88. Ver também Kenneth S. Kantzer, “The Communication of Revelation,” The
Bible -The Living Word of Revelation, ed. Merrill C. Tenney (Grand Rapids: Zondervan Publishing House,
1968), p. 73.
Samuel. Ele ficou deitado nu todo aquele dia e toda aquela noite” (1
Samuel 19:23).
Pode ser que tais êxtases, eram a marca dos profetas cultuais do
Antigo Testamento. No entanto, alguns, cujas palavras não entraram nas
Escrituras, foram profetas que falaram claramente pela inspiração de Deus.
Enoque profetizou, mas o único registro canônico disso é a uma profecia
em Judas 14-16 que diz: E destes profetizou também Enoque, o sétimo
depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus
santos; Para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os
ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram,
e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele.
Estes são murmuradores, queixosos da sua sorte, andando segundo as suas
concupiscências, e cuja boca diz coisas mui arrogantes, admirando as
pessoas por causa do interesse.
Mas, o Antigo Testamento registra uma série de profetas e profecias
que não foram escritas nas Escrituras, portanto, temos recebido pequenas
porções de seus trabalhos. Os mais conhecidos foram Elias e Eliseu. Tendo
em vista o extenso ministério que foi registrado deles, é altamente duvidoso
que todas as revelações que lhes foram dadas, entraram para as páginas do
Antigo Testamento. Micaías, filho de Inlá, foi um profeta, antes de aparecer
nas páginas dos escritos canônicos (1 Reis 22:8.; 2 Crônicas 17:7).
Miriã era uma profetisa; contudo temos apenas duas linhas de louvor
registradas (Ex. 15:21). Hulda, já era uma profetisa quando foi abordada
pelos servos de Josias (2 Reis 22:14; 2 Crônicas 34:22.); contudo, não há
nenhum outro registro de suas palavras proféticas. Há também o registro
dos setenta anciãos, que profetizaram sobre uma ocasião que eles
receberam o Espírito (Números 11:24). Há registros de que eles
profetizaram naquela ocasião, mas o conteúdo da sua profecia não é
registrado. Não fazia parte da revelação canônica.
George Gillespie, um dos signatários da Confissão de Fé de
Westminster, estava comprometido com a singularidade e integridade das
Escrituras. Mas, ele vê em alguns homens de sua época, revelações
extraordinárias de Deus, como ele diz:
77
George Gillespi, Miscellany Questions, Vol. 2, Chapter 5, section 7, p.30
Rutherford, foi outro comissário escocês da Assembleia de Westminster.
Ao escrever sobre a natureza da revelação (interna) subjetiva. Samuel
Rutherford diz:
78
RUTHERFORD, 1999 Samuel Rutherford, A Survey of Spiritual Antichrist (London, 1648), p.39-40
George Gillespie
Samuel Rutherford
Em outras palavras, sua compreensão da singularidade das
Escrituras, não os levou a concluir que Deus não poderia continuar a
revelar-se através de revelação extraordinária, e que isso de forma alguma
afetava a plenitude, inerrância e suficiência das Escrituras Sagradas.
79
CFW,Ed. Monergismo
segurança. Este privilégio está, pois, muito longe de predispor
os homens à negligência.
I João 5:13; I Cor. 2:12; I João 4:13; Heb. 6:11-12; II Ped.
1:10; Rom. 5:1-2, 5. 14:17, e 15:13; Sal. 119:32; Rom. 6:1-2;
Tito 2:11-12, 14; II Cor. 7: 1; Rom. 8: 1; 12; I João 1:6-7, e 3:2-
3.
Quanto a mim, esta é a minha aliança com eles, diz o Senhor: o meu
espírito, que está sobre ti, e as minhas palavras, que pus na tua boca, não
se desviarão da tua boca nem da boca da tua descendência, nem da boca
da descendência da tua descendência, diz o Senhor, desde agora e para
todo o sempre. Isaías 59:21
Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova com a
casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com
seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do
Egito; porque eles invalidaram a minha aliança apesar de eu os haver
desposado, diz o Senhor. Mas esta é a aliança que farei com a casa de
Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior,
80
http://www.vincentcheung.com/2011/10/29/the-witness-of-the-spirit/). (s.d.). Pode encontrar em português
em: https://escrituralistascarismaticos.blogspot.com/2017/06/o-testemunho-do-espirito-vincent-cheung.html
e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu
povo. E não ensinará mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu
irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde
o menor até ao maior deles, diz o Senhor; porque lhes perdoarei a sua
maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados. Jeremias 31:31-34
E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus
estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis. Ezequiel 36:27
Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem
salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se
tudo para edificação. 1 Coríntios 14:26
81
Ibid
diziam sobre algo, mas não era pra escrever. Foi algo que não está escrito
nas Escrituras.
Algumas dessas experiências privadas que temos, muitas das vezes
ou a maioria delas é algo totalmente pessoal. Não devemos simplesmente
passar para outra pessoa querendo que ela aprenda com a nossa
experiência, e sim que ela tenha também a sua experiência para a sua
edificação. Devemos guardá-la no nosso coração. Chame-a de
“revelação”, se desejar, e é “extra-bíblico” como está registrado em:
5.5. Proposicional
82
Samuel Rutherford, A Survey of Spiritual Antichrist (London, 1648), p.39-40)
83
Assurance of Faith
84
Robert Kendall, Calvin and English Calvinism to 1649, 1979, p. 205
Kendall está correto em afirmar que a terceira premissa em 18.2 não
é explicada, mas não é exato em sugerir que nenhum dos teólogos da
Confissão afirmou o tipo de testemunho direto que John Cotton defendeu.
R.T. Kendall
85
Henry Scudder, The Christians Daily Walk, p.338
86
Ibid
O terceiro grupo, que pode ser considerado como um subconjunto do
segundo teologicamente, coloca o evento da “imediata” confiança pelo
testemunho direto do Santo Espírito em um alto nível. Alguns teólogos de
Westminster, como William Bridge e Samuel Rutherford, pertencentes ao
segundo grupo, acreditam que tal confiança se torna parte de muitos
Cristãos antes deles morrerem. Outros, entretanto, como Thomas Goodwin,
influenciado pela Segunda Reforma Alemã e a tradição Cotton-Preston no
Puritanismo, coloca essa experiência bem acima do pálido crente ordinário.
Na verdade, Goodwin declara que a experiência da total confiança
pronunciada “imediatamente” pelo Espírito é tão profunda que é
comparável a “uma nova conversão”. Pois para Goodwin, essa “total”
confiança é o ápice da vida experimental. Ao contrário da posição adotada
pela maioria do segundo grupo, tal confiança está inteiramente divorciada
dos silogismos:
87
The Works of Thomas Goodwin, 8:366)
uma pedra branca que ninguém conhece mas aquele que o
recebe, Ap. 2.17.’88
Thomas Goodwin
88
(The Works of Thomas Goodwin, 8:351
amor. Agora Jesus o toma em seus braços e o abraça; agora lhe
dá um selo como uma evidência dele ser um filho de Deus…
Nesse momento o Espírito transmite um pleno esplendor de
conhecimento que o faz contemplar claramente a glória do
Senhor e o deixa extasiado com a reluzente visão ante a ele…
Nesse momento o Espírito remove o véu para que o crente
tenha ele mesmo uma visão do céu, como o lugar ditoso onde
ele habitará para sempre, e obtém uma prelibação daquela
felicidade que é reservada para ele após a sua morte.’ 89
89
The Pious Communicant Encouraged, pp.95, 96, 104,15
Confissão tenha dado aos silogismos um papel mais intrínseco à garantia e
deram maior ênfase a eles do que Calvino deu, as promessas de Deus
continuaram a ser consideradas como a primeira base para a garantia. Em
cada ponto da verdadeira garantia, a atividade do Espírito é essencial. Sem
a aplicação do Espírito, as promessas de Deus levam ao autoengano e vidas
infrutíferas. Sem a iluminação do Espírito, o auto exame tende a
introspecção, a escravidão e legalismo. O testemunho do Espírito,
divorciado das promessas de Deus e do exame da Escritura, inclina-se ao
misticismo não bíblico e ao emocionalismo excessivo. Assim, para a CFW,
esses três grandes linhas pertencem uma à outra.90
Martin Llyod-Jones, também acreditava que o selo do Espírito em
Efésios 1:13, se referiria ao Batismo com o Espírito Santo que dá alegria e
segurança aos crentes em Jesus. “A grande necessidade hoje”, ele diz, “é de
cristãos seguros de sua salvação” - o que é dado de um modo especial
através do batismo do Espírito Santo. Ele distinguia entre a “segurança
ordinária” do filho de Deus, com o que ele chamava “segurança completa”
que vem com o batismo do Espírito Santo.
90
Joel Beeke, Assurance of Faith, pp. 169-173
91
Minhas fontes secundárias, tem sido os dois novos volumes biográficos de Iain Murray sobre Llloyd-Jones,
seus sermões sobre Revival pregados em 1959 e publicados pela Crossway em 1987, e os dois livros mais
controversos, Joy Unspeakable e The Sovereign Spirit, contendo vinte e quatro sermões pregados entre 15 de
Novembro de 1964 e 6 de Junho de 1965, e publicados neste país por Harold Shaw em 1984 e 1985. Um
pequeno sumário da vida de Lloyd-Jones, escrito por seu neto Christopher Catherwood, pode ser encontrado
no Five Evangelical Leaders (Harold Shaw, 1985). Elas foram publicadas em:
https://escrituralistascarismaticos.blogspot.com/2017/12/uma-paixao-pelo-poder-que-exalta-cristo.html
“Pois bem, para chegarmos ao significado do termo “selo” com
ainda maior clareza, consideremos quando se dá a aplicação do
selo. Onde é que a selagem entra na vida e na experiência do
cristão. Tem-se visto que essa é uma questão interessante e, na
verdade para alguns, um problema. A Versão Autorizada
inglesa diz: “E quem também vós, depois que crestes, fostes
selados com o Espírito Santo da promessa”. A Versão Revista
inglesa (“ERV”) diz: “Em quem tendo também crido...”; e a
Versão Padrão Revista (“RSV”) “também vós, que crestes
nele.” Portanto, a questão que se levanta é qual tradução está
correta. Quando ocorre esta selagem com Espírito Santo? Será
no momento em que a pessoa passa a crer, ou depois? A Versão
Autorizada, que não é só tradução mas também exposição,
claramente indica que se trata de algo que se segue a crer, que é
diferente, separado e distinto do crer, e que não faz parte do
crer. Somos, pois, confrontados pela questão: este selo do
Espírito Santo é uma experiência distinta e separada na vida
cristã, ai é algo que acontece inevitavelmente com todos os
cristãos, de maneira que não se pode ser cristão sem este selo?92
Ele deixa claro aqui, que entende que essa manifestação é algo pós-
conversão. Ele continua:
92
Comentário de Efésios 1:13 Martin Lloyd-Jones
Charles Hodge, de Princeton, E.U.A, em seu comentário desta
Epístola em fins do século dezenove. Esses mestres traçam
aguda distinção entre crer (o ato de fé) e a selagem com o
Espírito Santo. Eles asseveram que as Escrituras ensinam que,
conquanto seja verdade que ninguém pode crer sem a
influência do Espírito Santo, não obstante, não é a mesma coisa
que ser selado com o Espírito, e que o ser selado com o Espírito
nem sempre acontece imediatamente quando a pessoa crê. Eles
ensinam que pode haver um grande intervalo, que é possível a
pessoa crer, e, portanto, ter o Espírito Santo, e ainda não
conhecer o selo com o Espírito.93 94
93
Ibid
94
https://escrituralistascarismaticos.blogspot.com/2018/01/selados-com-o-espirito-santo-exposicao.html
Dr. David Martin Lloyd-Jones
“Um homem e seu filho estavam andando por uma estrada de mãos dadas, e
a criança sabia que era filho de seu pai, e que seu pai a amava, e isso a fazia feliz.
Não havia nenhuma dúvida acerca disso, mas subitamente o pai, movido por
algum impulso, toma a criança nos braços, beija-a e abraça-a, demonstrando seu
amor por ela, e em seguida coloca-a no chão novamente e eles prosseguem
caminhando.95
É isto! A criança já sabia que seu pai a amava. Mas, oh! o abraço amoroso,
o derramar de amor, a manifestação incomum dele - este é o tipo de coisa que
estamos falando. O Espírito testificando com nosso espírito que somos filhos de
Deus”.96
95
Ibid.
96
Ibid.
Quando Jesus batiza uma pessoa com o Espírito Santo, Lloyd-Jones
diz, a pessoa é transportada não somente da dúvida para a crença, mas para
a certeza, para a consciência da presença e da glória de Deus". Isto é o que
Lloyd-Jones entende por reavivamento:
97
Ibid.
98
Ibid.
desesperado e endurecido, é dar segurança e a certeza de que o crente é um
filho de Deus.
99
Ibid.
100
Ibid.
101
Ibid.
clamor e derramando Seu Espírito sobre nós, e nos enchendo
como Ele encheu a igreja primitiva.102
102
Ibid.
103
Ibid.
104
Ibid.
105
Ibid.
106
Ibid.
do batismo do Espírito Santo. Dons espirituais extraordinários, ele dizia,
resultam do batismo do Espírito Santo. Ele afirmava que, esta questão é
muito importante nos dias atuais por esta razão: “nós necessitamos de uma
autenticação sobrenatural da nossa mensagem”107.
107
Ibid.
108
Ibid.
Depois de ler sua exposição de Efésios 1:13, penso que se ele
existisse nos nossos dias, ele estaria a um passo de ser um carismático, e a
dois de ser um pentecostal tradicional".109 R.T. Kendall diz em sua tese de
doutorado em filosofia — “The Nature of Saving Faith From William
Perkins (1558–1602) to the Westminster Assembly (1648)” (A Natureza da
Fé Salvadora de William Perkins (1558–1602) até a Assembleia de
Westminster (1648)110 — ele chama os puritanos de “predestinacionistas
experimentais”. Eles sabiam que eram salvos através de experimentos, ou
seja, refletindo se haviam crido verdadeiramente ou não.
Se concluíssem que sim, eles estavam seguros de que não eram
reprovados, mas eleitos de Deus. Kendall diz que o mais triste disso tudo é
que quase todos os puritanos morreram sem nenhuma garantia ou certeza
de sua salvação. O próprio Perkins morreu em grande agonia — sem saber
se era realmente salvo. De acordo com Kendall, essa era a forma com que
os puritanos concordavam quase de maneira unânime sobre a forma de se
obter a segurança da salvação. De acordo com Kendall, havia porém, duas
exceções: John Cotton (1584–1652) e Thomas Goodwin (1600–1680).
Goodwin, Cotton, Lloyd Jones e Kendall. Todos eles ensinaram que selo
do Espírito é o próprio testemunho do Espírito — e que ocorre depois da
conversão (subsequentemente). Era real — quer dizer, consciente e
imediato.
[...] você deve esperar ser batizado, deve ser selado com o
Espírito da promessa; não é para trabalhar regeneração [...] o
selamento é uma garantia de salvação.
[...] você vê que a obra da fé é uma coisa distinta, uma coisa
diferente da obra da segurança; isso é o mínimo que pode ser
109
Artigo do Facebook de Isaac Barboza
110
“The Nature of Saving Faith From William Perkins (1558–1602) to the Westminster Assembly (1648)”
(A Natureza da Fé Salvadora de William Perkins (1558–1602) até a Assembleia de Westminster (1648)
obtido a partir daqui ( Efésios 1:13 ). Ele fala da fé como uma
coisa, e o selamento do Espírito como outra coisa.
[...] vocês que são crentes, esperem por uma nova promessa do
Espírito Santo como aquele que nos coloca um selo [...] você
pode ver, que a grande promessa, é a promessa do Espírito
como aquele que nos sela. Então você encontrará em Atos 1: 4,
que os apóstolos deveriam esperar pela promessa do Espírito:
vocês também, meus irmãos.
[...] quando esse amor despertar amor a Deus e aumentar o
amor a Deus acima do homem [...] Apelo para vocês, boas
almas, se Cristo apenas olhasse para vocês um pouco, quão
sagrado fará de vocês! Muito mais, então, quando o Espírito
Santo é derramado sobre vocês e quando vocês são batizados
com o Espírito Santo. 111
111
Comentários de Efésios de Thomas Goodwin, Tradução minha.
Como já vimos anteriormente, o homem não tem livre-arbítrio e é o próprio
Deus quem controla nossas decisões. No caso do nosso estudo, nosso
conhecimento. Poderia trazer aqui vários textos das Escrituras provando
isso, mas vou me ater em fazer uma pequena análise do livro de Josué e no
caso de Sansão, o seu casamento com uma mulher filisteia. Eu chamo isso
de ocasionalismo divino. Poderíamos também usar o termo
“determinismo”, estou especificamente me referindo ao determinismo
teológico ou divino — estou me referindo ao ensino de que o Deus pessoal
da Bíblia, pré-determinou inteligentemente e imutavelmente todos os
eventos, incluindo todos os pensamentos, decisões e ações humanas,
predestinando assim tanto os fins como os meios para aqueles fins. O que é
completamente diferente de “fatalismo”, que me refiro ao ensino de que
todos os eventos são pré-determinados por forças impessoais, a despeito de
meios, de forma que, não importa o que uma pessoa faça, a mesma
consequência resultará. Apesar de muitos que se opõe a essa ideia não
fazerem essa definição, pensei em esclarecer essa questão em primeiro
lugar.
O ocasionalismo, entende que Deus infunde à alma os pensamentos e
volições, que por sua vez são repassados ao corpo, pois o movimento é uma
criação, e somente Deus pode criar. Por este motivo, todos os movimentos
que se realizam entre o corpo e a alma, têm sua causa eficiente originada
em Deus - duas substâncias visceralmente diferentes como o espírito e a
matéria, não tem como comunicar-se mutuamente. João 3,8: “O vento
sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para
onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito”.
Uma comprovação disto, é que não existe movimento no sentido do
corpo para a alma, somente da alma para o corpo. Por este motivo, todos os
pensamentos e atos dos homens tem origem na mente extracorpórea - a
alma - e são motivados somente pela determinação e vontade de Deus, que
age de forma mediata, por intermédio de causas secundárias e contingentes,
ou em casos excepcionais de forma imediata conforme sua determinação e
vontade. Hebreus 1:3: “Ele (Cristo), que é o resplendor da glória e a
expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do
seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à
direita da Majestade, nas alturas”.
Estes movimentos e relações, são estabelecidos pelo Logos divino
(Cristo), realizando-se através do tempo conforme estabelecido
previamente pela determinação eterna de Deus. Desta forma, os seres
particulares não são causas eficiente de nada que ocorre, mas são criados e
movidos unicamente pela vontade e determinação divinas, todavia, de
forma mediata com o uso das causas secundárias e contingentes, isto é,
chamado “ocasionalismo” (Deus pode também agir de forma imediata, em
casos excepcionais). Atos 17:28: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e
existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também
somos geração”. Desta forma, todas as verdades que o homem conhece
consistem em uma parte das verdades que Deus conhece.
Nicolas Malebranche,112 é quem desenvolve o racionalismo
cartesiano de Descartes, que se compõe com o pensamento agostiniano,
tendo em comum a filosofia platônica, mas afastando-se do panteísmo de
Spinoza e voltando-se ao cristianismo. Por esta negação do panteísmo,
Malebranche afirma Deus como a causa única, mas recusa a ideia
panteísta da substância única do universo.
Como racionalista Malebranche descarta o valor das sensações e
experiências não validadas pelo conhecimento, e raciocínio lógico
afirmando o valor único das ideias na formação do conhecimento. Desta
112
Nos capítulos anteriores, já havia citado suas obras mas aqui vou procurar descrever quem ele é. Nicolas
Malebranche (Paris, 6 de agosto de 1638 — Paris, 13 de outubro de 1715) foi um filósofo racionalista e
padre francês. Em suas obras, procurou sintetizar o pensamento de Agostinho de Hipona e René Descartes, a
fim de demonstrar o papel ativo de Deus em todos os aspectos do mundo. Malebranche é mais conhecido por
suas doutrinas de visão em Deus, ocasionalismo e ontologismo.
forma, as ideias, sendo necessárias de forma absoluta ao conhecimento, não
podem ter sua origem nas sensações ou experiências, mas tem que ser
inatas e imanentes na alma do homem, sendo provenientes dos
arquétipos113 eternos e imutáveis, próprios unicamente de Deus.
113
https://www.significados.com.br/arquetipo/ Arquétipo é um conceito da psicologia utilizado para
representar padrões de comportamento associados à um personagem ou papel social. A mãe, o sábio e o herói
são exemplos de arquétipos. Esses “personagens” têm características que são percebidas de maneira
semelhante por todos os seres humanos. Esse conceito foi desenvolvido por Carl G. Jung, psiquiatra suíço e
fundador da psicologia analítica. Para Jung, os arquétipos estão no inconsciente coletivo e por isso são
percebidos de maneira similar por todos. Jung dizia que os arquétipos são uma herança psicológica, ou seja,
são o resultado das experiências de milhares de gerações de seres humanos no enfrentamento das situações
cotidianas. As imagens dos arquétipos são encontradas em mitos, lendas, na literatura, nos filmes e também
aparecem nos nossos sonhos. Os arquétipos também são utilizados na publicidade. Quando um animal é
utilizado em uma marca, espera-se que os clientes associem a marca às características daquele animal.
O livro mostra a fidelidade de Deus às suas promessas, relatando a
entrada do povo de Israel na terra prometida. Também a desapropriação e
expulsão dos habitantes cananeus de seus territórios, a divisão dessas terras
e a renovação da aliança entre Deus e o povo de Israel. Mostrarei ao
decorrer desse texto, o controle exaustivo de Deus sobre os homens e suas
decisões que são inclinadas à vontade do Senhor. Dividirei o livro de Josué
em três partes. Vou procurar explanar elas no decorrer do texto.
Raabe já sabia o que Deus queria que seu povo soubesse, que Ele é
quem controla a história e as decisões humanas, e que Ele é perfeitamente
soberano e que entregaria a terra de Canaã a Israel e aniquilaria o resto do
povo, ou seja, a promessa de Deus era verdadeira. O pavor ali mencionado
se encontra naqueles que opõe a Deus com sua desobediência e práticas
abomináveis. Logo mais à frente, no capítulo 5.1; 9.24 e 10.2, é dito que
Deus envia o terror aos seus inimigos:
Temeram muito, porque Gibeom era uma cidade grande, como uma
das cidades reais, e ainda maior do que Ai, e todos os seus homens
valentes. Josué 10:2
Em alguns textos a mais, nos diz que Deus envia o medo para
aqueles que são declarados seus inimigos:
Logo mais, ela faz com que esses espias lhe façam um juramento,
dizendo que não mataria ela e nem os de sua casa, e logo concordaram
nisso. Mas, com a condição de que, quando a cidade fosse invadida, todos
eles deveriam permanecer dentro de sua casa. Raabe faz esse pacto com
eles, porque ela sabia do poder e da fidelidade de Deus com suas promessas
e que sua palavra não volta vazia. Quando os espias regressam, eles
chegam alegres e confiantes dizendo: “...Certamente o Senhor tem dado
toda esta terra nas nossas mãos, pois até todos os moradores estão
atemorizados diante de nós.”(Josué 2:24). Com a certeza absoluta de que
Deus estava com eles e que a vitória seria certa.
No capítulo 3 e 4, podemos ver o controle e o poder de Deus na
natureza, quando Ele ordena que os filhos de Israel atravessem o Jordão.
No verso 7 do capítulo 3, Ele traz uma promessa particular a Josué, de que
a partir daquele dia, Ele engradeceria seu nome perante todo o povo, e logo
depois Josué diz: ...Nisto conhecereis que o Deus vivo está no meio de vós;
e que certamente lançará de diante de vós aos cananeus, e aos heteus, e
aos heveus, e aos perizeus, e aos girgaseus, e aos amorreus, e aos
jebuseus. Josué 3:10
Que a partir daquele momento, eles teriam a certeza de que todos os
povos pereceriam em suas mãos e lhe obedeceriam em tudo. Deus
soberanamente cerra as águas do Jordão e os filhos de Israel passam a seco.
No capítulo 4 verso 23 e 24 diz:
114
Comentário Bíblico do AT Richard Hess, Ed. Cultura Cristã p.99
115
Comentário Bíblico Broadman p.369
Deus enviou o medo a eles. Depois nos é mostrado a conquista de
Jericó e Ai, e a estratégia dos gibeonitas para não morrerem nas mãos dos
filhos de Israel. Nós lemos que, Ele lançou grandes pedras do céu sobre os
cananeus (Josué 10:1), destruiu Jericó e Ai completamente que causou
grande espanto nos demais reis e realizou uma terrível execução entre eles.
Gibeão, que fez aliança com Israel, é invadida e Josué é chamado para
guerrear por eles contra cinco reis dos cananeus, que fizeram aliança para
derrotar os Gibeonitas. Aconteceu algo supreendente, o Sol e Lua pararam
pelo pedido de Josué, não que Josué teria algum poder para fazer isso,
aconteceu simplesmente porque o Senhor dos Exércitos batalhava por
Israel e por essas guerras, e mostrava o seu maravilhoso poder.
Não houve cidade que fizesse paz com os filhos de Israel, senão os
heveus, moradores de Gibeom; por guerra as tomaram todas. Porquanto
do Senhor vinha o endurecimento de seus corações, para saírem à guerra
contra Israel, para que fossem totalmente destruídos e não achassem
piedade alguma; mas para os destruir a todos como o Senhor tinha
ordenado a Moisés. Josué 10:19-20.
Vimos nesses textos, que Deus é um Ser pessoal que interage com
sua criação, Ele não está tão longe como muitos afirmam. Ele de forma
alguma viola seus princípios já estabelecidos, e nos mostra claramente que
controla todo o curso da história do mundo, a natureza e até as decisões
humanas. Sendo assim, podemos confiar em suas promessas e não devemos
duvidar delas. Porque Ele é fiel para cumprir o que nos promete, Ele tem
controle absoluto sobre nós, e nada acontece sem sua causação inicial em
todas as coisas. Até mesmo nas decisões maldosas dos ímpios, de querer
guerrear contra o povo de Deus, mas eles não sabem é que estão a caminho
da destruição. Seguimos agora para as distribuições das terras conquistadas.
Para concluir, podemos ver até aqui a boa e poderosa mão do Senhor
favorecendo seus escolhidos. Nessa última parte, vemos o desfecho dessa
situação com ainda muitas terras a serem conquistadas, desde que os filhos
de Israel obedecessem as Leis do Senhor. Josué, no capítulo 23, encoraja
os filhos de Israel a perseverarem na lei de Deus, mostrando a
responsabilidade do homem à frente da soberania de Deus. Mostra também
que o Senhor é poderoso e fiel para cumprir suas promessas, e que ninguém
pode resistir a elas. Diz que, o Senhor não expulsará algumas nações para
que elas sejam laços e acoites a eles, desde que, eles não cumprissem essas
exigências. A promessa é válida, e não depende da cooperação humana, e
isso na história podemos ver ser uma grande verdade, e que a perda dessa
terra seria a prova de seu julgamento. Deus é reto, santo e justo por
definição e não há lei nenhuma acima d’Ele que deva prestar conta. Nossa
responsabilidade pressupõe a soberania de Deus, seremos julgados porque
Deus nos criou assim, seres responsáveis. Deus diz ao povo de Israel
através de Josué, que foi Ele quem entregou todos os povos em suas mãos,
e que deixou uma terra onde eles não trabalharam e cidades que eles não
edificaram, vinhas e olivas que não plantaram. Josué, faz uma renovação
da aliança do Senhor com o povo, mostrando todos os sinais e prodígios
que Deus realizou no meio deles, desde a saída do Egito, a passagem pelo
deserto e a conquista da terra. O povo concorda fielmente em obedecer ao
Senhor Deus.
Até aqui, vimos que Deus é a causa única de todas as coisas, e que
Ele pode causar tanto o bem e o mal, e que pode fazer com que uma pessoa
adultere e caia em graves pecados. Como isso acontece? Então, vamos
observar nas Escrituras. O adultério, visto na Bíblia, nem sempre é somente
entre um marido e sua esposa, não que isso não seja, mas principalmente
entre o homem e Deus, o adultério principalmente afeta o relacionamento
entre os homens e Deus.
Nos Dez Mandamentos já nos é dito: “Não adulterarás” (Ex.20.14).
Era uma lei, uma ordenança para o povo obedecer ao Senhor em um
contexto social, moral e relacional. Vamos analisar melhor isso. Jeremias
13:27 diz: Já vi as tuas abominações, e os teus adultérios, e os teus
rinchos, e a enormidade da tua prostituição sobre os outeiros no campo; ai
de ti, Jerusalém! Até quando ainda não te purificarás?
Aqui é dito sobre Israel em ir buscar socorro com outros deuses, e
não ao Senhor, e fazendo isso é considerado um adultério. Mas, vamos nos
aprofundar melhor e ver como Deus causa ou não o adultério. E quando
isso acontece, Ele traz juízo sobre uma nação ou simplesmente em uma
pessoa. Em Juízes, a partir do capítulo 13, é anunciado o nascimento de
Sansão, que ele viria como o Salvador de Israel, por estarem a muito tempo
sendo escravos dos Filisteus. Sansão nasce e logo após isso, no capítulo 14,
nos é dito que Sansão se interessou, ou melhor, desejou uma mulher que
não fazia parte do povo de Israel, e ela pertencia ao povo que estava
oprimindo Israel naquele momento, os Filisteus. Isso era proibido pela Lei
do Senhor. Êxodo 34.14-16 nos diz:
Era algo proibido pela Lei, dar suas filhas aos povos da terra, ou
casar com as filhas deles, e se isso lhes acontecesse, se corromperiam ou
adulterariam atrás de outros deuses. Mais adiante, lemos algo um pouco
diferente em Juízes 14.1- 4:
116
As palavras em hebraico aparecem em suas transliterações para que possam ser encontradas facilmente.
117
117
The Hebrew Old Testament Ben Chayim/Ginsburg Textus Receptus With Massoretic Notes
118
https://biblehub.com/text/judges/14-4.htm
119
DICIONÁRIO BÍBLICO STRONG Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong
p.473.
adultério, por assim dizer, contra Deus. Sansão transgrediu a lei. Para os
israelitas, era considerado um adultério se casar com mulheres estranhas.
Dir-me-ás então: Por que se queixa ele ainda? Porquanto, quem tem
resistido à sua vontade? Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas?
120
Comentário Bíblico Broadman de Juízes p. 508
Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste
assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa
fazer um vaso para honra e outro para desonra?
Ora sabemos que tudo o que a Lei diz, aos que estão debaixo da Lei
o diz, para que toda a boca fique fechada, e todo o mundo esteja sob o
juízo de Deus; porquanto por obras da lei nenhum homem será justificado
diante dele, pois, pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. (Rm
3.19,20)
Paulo diz aqui que, Deus deu a lei para mostrar ao homem seu
pecado. A lei traz o conhecimento do pecado, ela não possui a intenção de
justificar de forma alguma o homem perante Deus. O conhecimento do
certo e do errado, do bem e do mal, tem o efeito de tornar o homem
responsável pelo pecado. A revelação de Deus do conhecimento do bem e
do mal ao homem por meio da lei, é exatamente como Deus o torna
responsável. Precisamos entender que, se Deus não tivesse revelado sua
santa lei à humanidade, o homem não teria sido responsabilizado por Ele
em relação ao pecado. Paulo não ensina a liberdade neste ponto. Outro
exemplo, é que nas Escrituras, indica que em várias passagens a base para a
responsabilidade não é a liberdade, e sim o conhecimento da lei. Em João
15:22 lê-se: "Se eu não viera, nem lhes houvera falado, pecado não teriam;
mas, agora, não têm desculpa do seu pecado".
Em outras palavras, ele quer dizer que, Deus pode decretar uma
ação que é pecaminosa para um humano executar, porque Ele a decreta
por razões não-pecaminosas. Ele tem planos com essa ação, que no caso
de Sansão, foi para ter uma ocasião de guerra contra os inimigos
filisteus. Também diz, para aqueles que se opõem contra a doutrina da
soberania de Deus, que Ele seja a única causa para todos os eventos,
inclusive o pecado, e fazendo isso se torne o autor no sentido de
praticante, ele responde:
121
Martin Luther, The Bondage of the Will; translated by J. I. Packer and O. R. Johnston; Fleming H. Revell
,1957 God Control.
122
Coletânea nº85, parágrafo adicionado.
infalivelmente aconteça. Eu digo, se isso é tudo o que se entende
por ser o autor do pecado, eu não nego que Deus é o autor do
pecado [...] O que Deus faz sobre isso é santo, e é um exercício
glorioso da excelência infinita de sua natureza. E eu não nego
que Deus sendo assim seja o autor do pecado.’123
Jonathan Edwards
Assim, espero ter respondido a objeção de que Deus causa sim, tanto
o bem quanto o mal segundo seus planos e propósitos. Mostrei pelas
123
http://edwards.yale.edu.
Escrituras, que Deus trabalha casualmente nas pessoas tanto o bem quanto
o mal. Existe uma grande diferença ente causar e comunicar. De forma
alguma Deus é autor do pecado, porque Ele é reto, Santo e Justo por
definição, e os homens são maus com seus corações corrompidos. E que
mesmo Deus causando isso, Ele causa por motivos não pecaminosos e sim
santos. Jamais acuse alguém ou um argumento de algo diabólico, sem ao
menos ler os argumentos do outro, isso acaba por cair em um falso
testemunho. E fazendo isso, não diga coisas estranhas ou crie espantalhos e
argumentos falaciosos sobre a posição contrária. Que Deus nos guarde
disso.
Essas são as formas subjetivas de Deus em se revelar. Deus controla
as decisões humanas. A partir de agora, voltaremos para a forma objetiva
de revelação, a profecia e a pregação pública das Escrituras.
Em 1 Coríntios 14:3 diz: Mas o que profetiza fala aos homens, para
edificação, exortação e consolação. E também para trazer o homem ao
arrependimento: Mas, se todos profetizarem (prophēteuōsin προφητεύωσιν)
e algum indouto ou infiel entrar, de todos é convencido, de todos é julgado.
E, portanto, os segredos do seu coração ficam manifestos, e assim,
lançando-se sobre o seu rosto, adorará a Deus, publicando que Deus está
verdadeiramente entre vós. 1 Coríntios 14:24,25. Assim, a sã e inspirada
pregação, se aplica a suficiente Escritura, a Palavra Final de Deus. As
profecias que não se encontram escritas nas Escrituras Sagradas, revelam as
necessidades humanas, levando-os as verdades eternas de Deus dentro dos
limites da Palavra Final de Deus contida nas Escrituras, e que expressam o
Evangelho e o avanço do Reino de Deus, mas não altera o seu conteúdo
doutrinário. Rev. Martin Lloyd-Jones nos diz o seguinte sobre as Profecias
e as Escrituras:
124
D. Martyn Lloyd-Jones. Christian Unity. Grand Rapids: Baker, 1987. p. 188
“qual é a diferença entre a profecia, por um lado, e a pregação
e ensino, por outro? (...) eu diria que a diferença pode ser
expressa com uma só palavra – imediatismo. E significa que
uma palavra é dada às pessoas e chega até nós. Pois bem, a
pregação e o ensino não são assim. O pregador e mestre é um
homem que toma tempo para estudar; toma tempo para
pensar, para preparar-se; ele arruma o seu material e lhe dá
ordem e sistema. Um pregador e mestre não deve ir ao púlpito
sem nenhuma preparação, confiando na inspiração do
momento. Isso não é pregação e ensino, é profecia. Profecia é
algo que é dado a alguém imediata e diretamente. Permitam
que eu lhes ofereça a minha prova, dizendo o seguinte: em
1Coríntios 14.29 lemos: ‘Falem dois ou três profetas, e os
outros julguem’. Depois, no versículo 30: ‘Se a outro, que
estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o
primeiro’. Pode-se retratar a reunião. Aí está um profeta
pronunciando uma profecia, mas uma palavra é revelada a
alguém que está sentado perto dele. É isso; isso é profecia. Uma
revelação direta”125
125
(Romanos: Exposição sobre o capítulo 12 - O Comportamento Cristão, PES, 2003. p. 290-1)
ensino e da pregação por uma ação direta, por esta percepção
de que Deus está revelando uma mensagem”126
126
Ibid
127
Citado por Grudem em sua Teologia Sistemática, cap. 52 Nota [35])
Aqui Josué profetizou, pois ele anunciou as palavras do Senhor:
“Assim diz o Senhor Deus de Israel”. Todavia, ele não profetizou sobre o
futuro e sim sobre o passado. Vemos o mesmo no livro de Juízes, onde
encontramos uma profecia que menciona um evento passado, sendo uma
simples palavra de exortação:
R. A Palavra de Deus deve ser pregada somente por aqueles que têm
dons suficientes, e são devidamente aprovados e chamados para o
ministério.
Ml 2:7; Rm 10:15; I Co 12:28,29; I Tm 3:2,6;4:14; II Tm 2:2.
P159. Como deve ser pregada a Palavra de Deus por aqueles que
são chamados para isso?
Deus procura por aqueles que têm uma reverência por sua Palavra e
para o seu plano de Salvação, tanto para o seu ensino e aplicação. E isto
tem tudo haver em como ouvir a voz de Deus. Deus é um comunicador por
excelência, a história bíblica não é apenas sobre a redenção, mas é também
sobre a história da comunicação e da revelação de Deus.
Para haver uma comunicação efetiva, é necessário haver uma escuta
efetiva. Por isso, o estudo da Bíblia, o tempo determinado de oração e a
adoração, são momentos especiais para realmente ouvir o Senhor. Também
creio que, devemos profundamente procurar nos consagrar a Deus com
jejuns solenes, e que Deus pela sua graça também fala através de sonhos e
visões espirituais. Mas nesse tópico, quero enfatizar a pregação da Palavra
escrita. Este processo poderá compreender os seguintes passos:
Jesus nos alerta na parábola do semeador, que nós podemos ser como
a terra cheia de espinhos e ervas daninhas, que representam os cuidados do
mundo, e que sufocam a Palavra fazendo com que não frutifique na nossa
vida:
João 13,34-35: "Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns
aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos
ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes
uns aos outros..."
Atos 17.11: "Ora estes foram mais nobres do que os que estavam em
Tessalónica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada
dia, nas Escrituras, se estas coisas eram assim."
A nobreza a que Paulo se refere dos judeus da Beréia, contrasta com
os judeus de Tessalônica, porque queriam aprender, e estavam abertos à
Palavra.
“Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à
vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória
e virtude; Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas
promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina,
havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo.”
2 Pedro 1:3,4
128
The Pastoral Epistles, sobre Tito 3.10-11
rocha. E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre,
compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia;
E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram
aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda. E aconteceu que, concluindo
Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina; Porquanto os
ensinava como tendo autoridade; e não como os escribas.
129
bibliotecabiblica.blogspot.com/2015/10/mateus-7-comentario-de-matthew-henry.html
16. Conclusão
130
Fabrício Bezerra é formando em Teologia Pastoral pelo Seminário Cristão Evangélico do Norte. É
Membro da 1ª Igreja Cristã Evangélica em Fortuna –Ma. É um grande amigo que forneceu seus escritos.
III. Logo, Jesus “deveria” também nascer em pecado.
APÊNDICE II
131
A fonte de todas as citações de Erskine estão no livro: Ralph Erskine, Faith No Fancy: Or, a Treatise of
Mental Images (Edinburgh: W. and T. Ruddimans, 1745).Autor: John K. La Shell Fonte:
https://www.apuritansmind.com/the-puritan-era/imagination-and-idol-a-puritan-tension-by-john-k-la-shell/
Pode ser encontrado em português: https://escrituralistascarismaticos.blogspot.com/2019/05/o-
ocasionalismo-de-ralph-erskine.html
132
Ralph Erskine foi um ministro escocês puritano, (18 de março de 1685 - 6 de novembro de 1752)
a maioria dos puritanos, a prova mais clara do conhecimento inato de Adão
é vista ao nomear as criaturas.
Ralph Erskine
APÊNDICE III
133
Fonte:https://sheepishdiscernments.wordpress.com/2012/12/25/the-plumbline-of-scripture-christian-
occasionalism/
134
Vincent Cheung, Captive to Reason, (2009)
135
Ibid.
136
See my blog post, “A basic guide towards Christian epistemological foundations.”
No passado, alguns filósofos chegaram assustadoramente perto de
reconhecer essa realidade. David Hume, embora um inimigo da fé cristã,
foi um deles. Hume reconheceu que é impossível deduzir proposições
futuras a partir de relações causais do presente. Isso torna, portanto, o
empirismo e, até certo grau, o racionalismo problemáticos137. O maior
problema de Hume foi a uniformidade da natureza. Sem poder perceber o
futuro por meio dos sentidos, ele não poderia ter certeza de que o futuro
seria, de fato, semelhante ao passado, e, dessa maneira, todos os dados
empíricos do mundo não poderiam fornecer nenhum conhecimento
seguro138. Entretanto, Hume nunca avançou para o reconhecimento de que
esse abismo epistemológico poderia ter sido evitado se ele tivesse acatado
as Escrituras como seu primeiro princípio axiomático. Ao contrário, Hume
tentou pressionar o botão de auto-destruição e afundar a todos, inclusive
cristãos, com o navio139 – veremos mais a esse respeito adiante.
Gordon H. Clark foi um proponente do ocasionalismo e ressaltou que
a sensação era o estimulante usado por Deus em toda ocasião para revelar
uma proposição de forma direta140. Clark negou que a sensação fosse capaz
de produzir a verdade e, ao contrário, sustentou que somente a Escritura,
como revelada pelo Espírito Santo, era capaz de iluminar a mente e ter o
monopólio da verdade141. Vincent Cheung, também um adepto do
ocasionalismo escriturístico, postula que proposições verdadeiras resultam
apenas da ação do Espírito Santo ao implantar e controlar, diretamente, as
ideias no interior da mente humana142. Cheung insiste que a revelação não é
dependente de estímulo sensorial, e que é certo que Deus pode revelar
137
See my blog post, ” The Failure of David Humes Philosophy of Knowledge.”
138
Ibid.
139
Ibid.
140
W. Gray Crampton, The scripturalism of Gordon H. Clark, p 26.
141
Ibid.
142
Vincent Cheung, Ultimate Questions, (2010), pp 16-17.
coisas sem sensação143, embora Deus possa e use a ocasião da estimulação
sensorial com as Escrituras para revelar verdades proposicionais à mente,
de forma absolutamente autônoma da sensação144. Em suma, ambos
tornaram-se conscientes das falhas da sabedoria humana145 e reconheceram
que todas as aquisições do conhecimento e atividades intelectuais
dependiam de um Deus soberano e supremo que a tudo controlava, até
mesmo os pensamentos humanos146. E, deste modo, o termo
“ocasionalismo”, que também pode ser encontrado nas Escrituras
inspiradas por Deus (2 Timóteo 3: 16), foi adotado por eles para evitar o
abismo epistemológico em que tantos já haviam se precipitado.
A Bíblia afirma que o homem é feito à imagem de Deus. Ser feito à
imagem de Deus significa ter uma habilidade de pensar de modo lógico
como o próprio Deus que é o Logos147 (a lógica)148. Este é o ponto de
contato entre a mente do homem e a mente de Deus. Tanto Deus quanto o
homem pensam logicamente e, assim, é possível para Deus transmitir
informação às mentes humanas em forma proposicional149. Isto é muito
distinto do que ocorre com os animais, aos quais a Bíblia se refere como
irracionais (2 Pedro 2: 12, Judas 1: 10). As Escrituras também afirmam
que Deus é um ser onipotente que a tudo controla.
143
Romans 2: 14-15 Indeed, when Gentiles, who do not have the law, do by nature things required by the
law, they are a law for themselves, even though they do not have the law.Theyshow that the requirements of
the law are written on their hearts, their consciences also bearing witness, and their thoughts sometimes
accusing them and at other times even defending them.
144
Ibid.
145
1 Corinthians 1:20 Where is the wise man? Where is the scholar? Where is the philosopher of this age?
Has not God made foolish the wisdom of the world?
146
Proverbs 21:1 The king’s heart is in the hand of the LORD; he directs it like a watercourse wherever he
pleases. For more information please see G H. Clark, Predestination (2006), Vincent Cheung, Systematic
theology, (2010), Vincent Cheung, The author of sin, (2005), W. Gary Crampton, By scripture alone: The
sufficiency of scripture, (2002).
147
G H. Clark, The Johannine Logos, (1989)
148
W. Gary Crampton, Man as created in God’s image, (1994), retrieved
fromhttp://www.trinityfoundation.org/journal.php?id=183.
149
Vincent Cheung, Systematic Theology (2010), pp 88-90.
2. Controle geral sobre tudo
Isaías 44:24, ... Eu sou o Senhor que faz todas as coisas ...
Provérbios 16: 4 Jeová fez tudo para o Seu propósito; sim, até
o ímpio para o dia do mal.
Isaías 54:16 Eis que eu criei o ferreiro, que assopra as brasas
no fogo, e que produz a ferramenta para a sua obra; também
criei o assolador, para destruir.
Lamentações 3: 37-38 Quem falou e aconteceu que, a menos
que o Senhor ordenou-lo? Não é da boca do Altíssimo que
bom e mau vir?
Daniel 4:35 E todos os povos da terra são contados em nada;
e Ele o faz de acordo com a Sua vontade no exército do céu e
entre os povos da terra. E ninguém pode atacar a mão, nem
lhe dizer: O que você está fazendo?
Gênesis 18:14 Há, porventura, alguma coisa difícil ao
Senhor? Na hora marcada I voltará novamente, de acordo
com o tempo de vida, e Sara terá um filho.
Salmo 115: 3 Mas o nosso Deus está nos céus; Ele tem feito
tudo o que Ele tem agradado.
Salmo 135: 6 Tudo o Senhor agradou, Ele o fez, nos céus e na
terra, e nos mares e em todos os abismos.
Jó 23:13 Mas ele está resolvido; quem então pode desviá-lo?
Sim, o que a Sua alma deseja, Ele o faz.
Isaías 14:24 Senhor dos exércitos jurou, dizendo: Como
pensei, por isso deve vir a passar; e como determinei,
subsistirá
Isaías 14: 26-27 Este é o conselho que foi determinado sobre
toda a terra; e esta é a mão que está estendida sobre todas as
nações. Para o Senhor dos exércitos o determinou, e quem o
impedirá? A sua mão estendida está, e quem a fará voltar
atrás?
A lista acima, de modo algum, é extensiva, mas basta dizer que ela
demonstra que Deus está, de fato, no controle de cada detalhe, inclusive da
mente e da vontade do homem. Isto se torna mais evidente quando outros
aspectos dos atributos de Deus são integrados. Por exemplo, quando a
onisciência de Deus e o fiat divino são associados com a imutabilidade,
pode-se entender que uma mente eterna que não muda e que criou tudo ex
nihilo tem de estar no controle de todas as coisas e cria eventos com este
conhecimento completo na mente150. Isso, por inferência necessária,
significa que Deus conhecia a todos os eventos antes que existissem e que
150
See Gordon H. Clark, Predestination , (1987).
os criou com este conhecimento em Sua mente. E, deste modo, Deus é o
autor metafísico de todas as coisas, também dos pensamentos humanos151.
Isto, contudo, não significa que Deus estabelece a criação como um relógio
acabado e observa seu desenrolar como Ele tinha planejado. Ao invés
disso, a Escritura sugere que Deus está no controle imediato de todos os
eventos (Colossenses 1:17; Efésios 1:11; Romanos 8:28).
Além disso, a Escritura ensina, de forma explícita, que os cristãos
têm apenas um mestre152 e que este mestre é a causa direta de
compreenderem as Escrituras153. Igualmente ensinam as Escrituras que
Deus cega algumas pessoas de modo ativo e que é impossível para
qualquer um acreditar nas proposições do evangelho sem que Deus
regenere sua mente. E portanto, Deus controla tudo o que é tudo, Ele é o
tudo em tudo e trabalha tudo segundo Seu beneplácito.
151
See Vincent Cheung, Systematic Theology, (2010)
152
Matthew 23:10 “Nor are you to be called ‘teacher,’ for you have one Teacher, the Christ.”
153
Matthew 16:17 And Jesus answered and said unto him, Blessed art thou, Simon Barjona: for flesh and
blood hath not revealed it unto thee, but my Father which is in heaven.
que estamos em um debate sobre pressuposições. Você pressionou seu
oponente até um ponto sem saída e a ele resta o naufrágio em paradoxos e
contradições. Você destruiu a pressuposição fundamental de seu oponente,
que é o empirismo ou o racionalismo. Contudo, diz seu oponente, você
comete a mesma falácia ao usar seus olhos para ler as palavras nas páginas
da Bíblia e obter informação proposicional. Em outras palavras, você
também estaria partindo dos pressupostos do empirismo e do racionalismo.
Aqui está a antítese entre o cristianismo e qualquer outro sistema
epistêmico existente. Entre o escrituralismo e a teologia natural, entre
papas e cristãos, entre Cristo e Belial, entre a luz de Deus e as trevas. As
Escrituras ensinam que Deus sustém todas as coisas pelo Seu grande poder
(Colossenses 1: 17). O Logos é a luz que ilumina todo homem (João 1:9).
Essa luz não deve ser entendida como a luz da salvação, mas como racional
em todos os seres humanos; Jesus é a lógica e dá a lógica como a priori
para todos as pessoas. Esta é a razão porque se diz que o Logos é cheio de
graça e “verdade” no versículo 14. Além disso, a coerência exegética da
Escritura e sua harmonização demandam que a luz em João 1 seja a
racionalidade e o entendimento.
Isso é o que se quer dizer com efeito noético; não se trata de que a
razão humana tenha desaparecido ou que ele não mais seja um ser racional;
trata-se de que o pecado o faz odiar a luz, e o homem, então, favorecendo a
injustiça, suprime a verdade, isto é, que ele sabe sobre Deus (Romanos 1).
É necessário o poder direto de Deus para atrair um homem a Si mesmo e
dar a ele um novo nascimento, o que é inteira e completamente
independente da vontade do homem (João 1:13, João 3:5-8, João 6:65,
Romanos 9:10-24). Sem isso, nenhum homem buscaria a Deus (Romanos
3:11).
Quando tudo isso é compreendido em conjunto, daí se conclui que
Deus é o doador direto e imediato do conhecimento a todos os seres
humanos, cujas mentes são revestidas pelo Logos. E esse revestimento
inclui tanto a revelação geral quanto a especial. Não significa que os
cristãos dependam dos pressupostos empiristas, isto é, dos sentidos, para
compreender as Escrituras. Ao contrário, mediante a revelação direta, eles
são instilados com proposições bíblicas pelo Espírito na ocasião de leitura
das Escrituras. E ao mesmo tempo em que a revelação pode ocorrer na
ocasião de leitura da Palavra, essa revelação é independente da sensação
(Mateus 16:13-17). Além disso, Deus também cega as mentes de algumas
154
W. Gray Crampton, The scripturalism of Gordon H. Clark, p 26.
pessoas, que são vasos de ira, sendo preparados por Ele para a destruição
(Romanos 9). Esta cegueira não significa unicamente que eles não possam
entender as palavras das Escrituras, embora isso seja, algumas vezes,
verdade. Antes, os homens não atraídos por Deus e que são, pelo contrário,
endurecidos por Ele, não aceitam e não acreditam nas proposições das
Escrituras. Ao contrário disso, eles colocam sua confiança em filosofias
humanas, que se reduzem, em última instância, à estultícia e escuridão.
Esta mesma habilidade de raciocinar e de tentar ser racional demonstra que
a “luz” do “Logos” está presente no interior desses homens e que eles, de
fato, sabem que Deus existe e amparam-se em pressuposições das
Escrituras. Isto é conhecido como a revelação geral de Deus (a
racionalidade a priori); o ser humano raciocina porque Deus fê-lo uma
criatura racional.
Adicionalmente, quando tais homens moralizam, eles demonstram,
do mesmo modo, que são feitos à imagem de Deus e sendo criaturas
racionais e morais estão cientes de que a verdade, o bem e o mal
existem. Tudo isso revela que, no fundo, eles conhecem a Deus, mas
recusam-se a acatar as Escrituras. Esta sujeição às Escrituras é conhecida
como revelação especial e não pode ser produzida à parte da regeneração
inicial do homem e, em sequência, da doação a ele do dom da fé por Deus
(esta última entendida como confiança nas Escrituras) (Efésios 2:8-10). E,
assim, aqueles a quem Deus cega, ao invés de se sujeitarem às Escrituras,
são obscurecidos em seu entendimento (Efésios 4:18) e, embora saibam
que Deus existe, suprimem a verdade, em favor da injustiça (Romanos 1)
ao tentar usar filosofias humanas que, no fim, nada mais são que estultícia e
estupidez. Ainda que proclamem ser sábios, eles tornaram-se tolos
(Romanos 1:22). Eles o são ao raciocinar como um cristão, enquanto
negam esse mesmo poder (2 Timóteo 3:5).
Nesta forma, ao tentar atingir a Escritura com sua pressuposição
empírica auto-destruidora, nosso oponente falha cabalmente em acertar o
alvo. As Escrituras não apenas afirmam um sistema distinto da sabedoria
humana, como também propõem que os sentidos não são uma fonte
confiável (João 12:28-30). Adicionalmente, a Bíblia assevera que em Cristo
está oculto todo conhecimento (Colossenses 2:2-3) e que o início da
sabedoria e do conhecimento é o temor do Senhor (Provérbios 1:7). E desta
forma, toda a sabedoria humana é tolice e nenhum sistema independente de
Deus poderá conhecer algo (1 Coríntios 1:21). De fato, os não cristãos,
como parasitas, têm que adotar pressuposições bíblicas para poder mesmo
raciocinar de maneira inteligível. Como disse Van Til, “Um descrente tem
de se sentar no colo do Pai [Deus] para poder esbofeteá-lo”. Como
afirmado acima, os homens raciocinam como se Deus existisse e, apesar
disso, negam Sua existência ao mesmo tempo.
Como conclusão, pode-se afirmar que o sistema epistemológico
cristão não apenas é importante para o Cristianismo, mas é fundamental,
pois é a crença em ou a sujeição a certas proposições das Escrituras que
salva as pessoas do fogo eterno do inferno. A epistemologia está
intimamente ligada à salvação e é até mesmo um “ramo da soteriologia.”
Isto ocorre, porque o que nós acreditamos depende de como sabemos o que
sabemos. Como um cristão pode saber algo é o fundamento subjacente à fé,
porque a fé depende de conhecimento proposicional. Em outras palavras,
como pode alguém ter fé, a menos que saiba antes em que coloca sua
confiança? E como pode alguém saber tais proposições, a menos que se
tenha um sistema operante que permita, em primeiro lugar, obter
conhecimento? Por essas razões, a Bíblia é o único axioma auto-justificante
e é o único sistema epistemológico a oferecer uma visão de mundo
completa e coerente, independente de filosofias humanas como o
empirismo.
Qualquer que vá além do que está escrito (1 Coríntios 4:6) é estulto e
não se submete à revelação do Senhor e à iluminação divina para o
conhecimento. E, desta maneira, ele lançou-se a um abismo epistêmico.
Como afirmam as seguintes palavras, “Pode, porventura, um cego guiar a
outro cego? Não cairão ambos no barranco? (Lucas 6:39). Portanto, pode-
se afirmar que a filosofia humana é insensatez e que as Escrituras tornam-
nos sábios (2 Timóteo 3:15). Seja Deus verdadeiro, e mentiroso, todo
homem (Romanos 3:4).
CAPÍTULO I
155
O Rev. George Gillespie (21 de janeiro de 1613 - 17 de dezembro de 1648) foi um teólogo escocês.
Seu pai era John Gillespie, ministro de Kirkcaldy. Ele estudou na St Andrews University, e dizem que se
formou M.A. em 1629, embora a data seja provavelmente aquela em que ele entrou na universidade. Ele se
tornou tesoureiro do Presbitério de Kirkcaldy. Ele se tornou capelão de John Visconde Kenmure; a John,
conde de Cassilis, e tutor de seu filho, James, Lord Kennedy. Ele foi ordenado a Wemyss em 26 de abril de
1638. Ele recebeu ligações para Aberdeen e St Andrews. Ele foi traduzido para Greyfriars, Edimburgo, 23 de
setembro de 1642. Ele foi membro da Assembléia dos Divinos de Westminster, 1643, e embora o membro
mais jovem, por seu conhecimento, zelo e bom senso, deu assistência essencial na preparação do Diretório e
Confissão de Fé. Ele deixou Westminster em 10 de julho de 1647 e apresentou a Confissão de Fé à
Assembléia Geral em 4 de agosto, obtendo sua ratificação. Hew Scott diz que descarta a lenda que o conecta
com o Catecismo Breve, que não foi iniciado até 5 de agosto. [1] O Dr. Hew Scott menciona a fábula que
Gillespie elaborou "no decorrer de uma única noite". Ele foi eleito para St Giles, Edimburgo, pelo Conselho
Municipal em 22 de setembro de 1647, e admitido logo depois disso. Ele foi eleito moderador da Assembleia
em 12 de julho de 1648. Morreu em Kirkcaldy em 16 de dezembro de 1648.
156
. A Treatise of Miscellany Questions: WHEREIN MANY USEFULL QUESTIONS AND CASES OF
CONSCIENCE ARE DISCUSSED AND RESOLVED: FOR THE SATISFACTION OF THOSE, WHO
DESIRE NOTHING MORE, THEN TO SEARCH FOR AND FINDE OUT PRECIOUS TRUTHS, IN THE
CONTROVERSIES OF THESE TIMES. - George Gillespie. Chapter
1http://www.covenanter.org/reformed/2016/4/21/a-treatise-of-miscellany-questions Tradução: Edu Marques,
pode ser encontrado em: https://escrituralistascarismaticos.blogspot.com/2017/11/o-ministerio-e-uma-ordem-
perpetua-de.html
reconhecidos como os embaixadores de Cristo. Nenhum deles deve ser
reconhecido como tendo um chamado distinto e sagrado, ou separado
solenemente dos homens para o ministério da palavra e dos sacramentos.
Mas, qualquer um que esteja apto e dotado, embora não seja chamado ou
ordenado, pode pregar e ministrar os sacramentos, o batismo e a ceia do
Senhor. A seita dos Seekers também afirma que, não há neste momento,
nem foram durante muitas épocas, e que nem existe verdadeiros ministros e
nem embaixadores de Cristo. Agora, para a confusão desses erros, e para a
confirmação e a resolução de tais coisas, de qualquer maneira abalada ou
incomodada com isso, pensei bem aqui, em primeiro lugar, para garantir
esse princípio, que o ministério é distinto tanto da magistratura e dos
cristãos privados, e é uma ordenança perpétua de Cristo em sua Igreja até o
fim do mundo.
157
Heráldica refere-se simultaneamente à ciência e à arte de descrever os brasões de armas ou escudos, que
foi desenvolvida na Europa a partir do século XII. As origens da heráldica remontam aos tempos em que era
imperativo distinguir os participantes das batalhas e dos torneios, assim como registrar visualmente os
serviços por eles prestados, que eram simbolizados nos seus escudos, mantendo essa função identificadora ao
longo de toda a sua história. No entanto, é importante notar que um brasão de armas é definido não
visualmente, mas antes pela sua descrição escrita, a qual é dada numa linguagem própria – a linguagem
heráldica. Ao ato de desenhar um brasão dá-se o nome de brasonar, que segue uma série de regras mais ou
menos estritas.
6. Em 1 Tim. 6.14. O Apóstolo tendo nessa carta, dado direção sobre
oficiais da Igreja, bispos, presbíteros, diáconos com muitos outros talentos
que pertencem ao ministério, quando ele vai para o encerramento da carta,
ele dá uma carga rigorosa e solene a Timóteo para manter este mandamento
sem mácula, irrepreensível, até a aparição de nosso Senhor Jesus Cristo;
que não pode ser entendido pessoalmente a Timóteo, mas é uma ordem
dada a sua pessoa e a todos os ministros do evangelho que viverão até a
aparição de Cristo.
7. Em Apoc. 2.24,25. Há um ofício que já argumentamos até aqui; e
isso é dado a dois tipos de pessoas: Primeiro, ὑμῖν, vobis, para vocês bispos
ou pastores, pois havia mais deles do que um em Tiatira , assim como em
Filipos, Filip. 1.1; Antioquia, Atos 13.2; 15,35; Éfeso, Atos 20,17,28,36,37.
O mesmo pode ser observado de outras igrejas primitivas. Em segundo
lugar, λοιποῖς, para o resto de vocês, a saber, do rebanho e do corpo da
Igreja. Como o trabalho não pode ser restrito à Igreja de Tiatira, não pode
mais ser restrito ao ministério em Tiatira; Mas neles, Cristo encarrega todos
os ministros e membros da Igreja, de manterem firme a preciosidade do
evangelho até que Ele venha novamente.
8. É o privilégio da Nova Jerusalém que está acima, de que não há
templo ali, Apocalipse 21.22, nenhum ministério, nem pregação, nem
sacramentos no céu, mas Deus será tudo em todos. O gozo imediato de
Deus neste mundo sem ordenanças é apenas uma ilusão. Na Igreja, as
profecias vitoriosas chegarão ao fim, 1 Coríntios. 13.8; mas no trabalho da
Igreja, não despreze as profecias, 1 Tess. 5.20.
158
https://escrituralistascarismaticos.blogspot.com/2019/04/capitulo-v-as-profecias-e-os-profetas.html
para que não chova, nos dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas
para convertê-las em sangue, e para ferir a terra com toda a sorte de
pragas, todas quantas vezes quiserem.”
3. Que eram profetas extraordinários, imediatamente e
extraordinariamente inspirados pelo Espírito Santo; e que sejam contados
entre essas outras administrações que não deveriam continuar, por não
serem comuns na Igreja. “Synop: pur: theol: disp: 42. thes: 22. Mártir, loc:
com: classe: 4. cap. 1. Aretius, probl: theol. loc: 62. Institutas de Calvino.
lib: 4. cap. 3: § 4. Diodati em 1 Cor. 14. 1. Anotações inglesas tardias em
1 Cor. 12. 28. Sr. Baine em Efes: 4. 11. juntamente com dois homens
eruditos do meu país, o Sr. David Dickson , em 1 Cor: 14. 31. e o Sr.
Rutherfurd” em seu argumento pacífico: cap. 16. Apóstolos, Evangelistas,
Operadores de milagres: Conheço muitos escritores protestantes de muito
boa erudição, que são da segunda opinião. Mas com todo o devido respeito:
tenho a terceira opinião, com Gerhard, loc: com: Tom: 6. pag: 72. e
diversos outros motivos que me motivam, e são estes.
1. O Apóstolo é distinguindo dos profetas, dos pastores e dos
mestres; 1 Cor: 12. 28, 29. Efes:4. 11. Os profetas são enumerados entre os
ministros públicos que Cristo deu à Igreja; No entanto, distintos dos
Pastores e mestres comuns;
2. Eles não se distinguem apenas dos Pastores e mestres, mas
também parecem estar diante deles; sim, antes dos evangelistas, Efésios: 4.
11. E deu alguns apóstolos, e alguns profetas, e alguns evangelistas, e
alguns pastores e mestres, ou como os siríacos lêem, e alguns pastores e
alguns mestres, assim distinguem os pastores dos mestres, como o Sr.
Bayne também entende aqui diferente daqueles que trabalham na Palavra e
na Doutrina, os três primeiros são extraordinários, os dois últimos comuns.
Eu sei que nem sempre é preferido em honra e dignidade, o que é
mencionado pela primeira vez.
No entanto, acho que nossos Irmãos dissidentes não pensam que se
encaixam, nem são adequados para enumerar seus membros talentosos e
profetas, ao lado dos Apóstolos, e antes dos Pastores, muito menos
Evangelistas, tampouco baseio meu argumento simplesmente sobre a
enumeração, mas sobre uma enumeração como se observa, com primeiro,
segundo e terceiro, 1 Cor: 12. 28. E Deus colocou alguns na Igreja,
primeiro apóstolos, em segundo lugar Profetas, em terceiro lugar Mestres,
onde Ele coloca sobre os profetas a maior eminência e a maior dignidade
ao lado dos apóstolos, que eu acho que os irmãos profetas da época não
devem procurar; Chrysostom, de divers: nov: Test: locis: serm: 50.
Prova a principal dignidade do apostolado a partir dessas palavras:
Primeiros apóstolos: não é um argumento tão bom para provar a maior
dignidade pertencer a profetizar a partir dessas palavras, e secundariamente
os Profetas. Esses verdadeiros ofícios são mencionadas antes dos governos
nesse mesmo texto. Mas, o Apóstolo deixou em sua ordem numérica, antes
de chegar a eles e, além disso, os Diáconos e o Anciãos, são oficiais da
Igreja e nenhum deles Pregadores, de modo que a desproporção não é tão
grande quando o Diácono que é chamado antes do ancião: mas que tais
pregadores ou intérpretes que não tinham nenhum ofício na Igreja,
deveriam ser enumerados, não apenas entre oficiais e ministros da Igreja,
mas antes dos mestres, e estão em quatro textos, Atos 13. 11. 1; Cor. 12.
28; ibid. vers: 29. Efes:4. 11; e ao lado dos Apóstolos também, e com uma
ordem, primeiro, segundo e terceiro, é para mim totalmente improvável e
incrível;
3. O apóstolo menciona os profetas com uma nota de singularidade,
não comum, mas muito especial, 1 Cor: 12. 29, 30. Porventura são todos
apóstolos? são todos profetas? são todos doutores? são todos operadores
de milagres? Têm todos o dom de curar? falam todos diversas línguas?
interpretam todos?
Aqui, o Apóstolo faz uma segunda enumeração de administrações
que eram as mais raras; singular, especial, digna e privilegiada, e não é
competente para todos os oficiais da Igreja, e muito menos para todos os
membros da Igreja: portanto, ele omite o Ancião e o Diácono; ele disse que
não são todos cooperadores? São todos os que governam? Como se ele
tivesse dito. Alguns oficiais são nomeados apenas para a disposição, alguns
nomeados apenas para ajudar e supervisionar os pobres, e esses oficiais não
são nem Apóstolos e nem Profetas.
E se profetizar não seja um privilégio de todos os oficiais da Igreja,
quanto menos de todos os membros da Igreja: eu posso acrescentar aqui, é
mais agradável à significação nativa da palavra Prophesy, que entendemos
que é extraordinário e uma coisa rara. Pois se você considerar que a própria
notação da palavra Profecia é a predição, e προφητεια é de προφημι,
prevejo, das quais muito mais a seguir.
4. Um dos Profetas dessa época, é claramente descrito como
inspirado por revelações extraordinárias, Atos 21. 10, 11. E, demorando-
nos ali por muitos dias, chegou da Judéia um profeta, por nome Ágabo; E,
vindo ter conosco, tomou a cinta de Paulo, e ligando-se os seus próprios
pés e mãos, disse: Isto diz o Espírito Santo: Assim ligarão os judeus em
Jerusalém o homem de quem é esta cinta, e o entregarão nas mãos dos
gentios.
Havia outros profetas do mesmo tipo que Ágabo, pois corre o texto,
Atos 11. 27, 28. E naqueles dias desceram profetas de Jerusalém para
Antioquia. E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender
pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso
aconteceu no tempo de Cláudio César.
5. Que esses profetas falaram na Igreja por inspiração e revelação
extraordinária, aparece em 1 Cor. 14. 26. Quando se juntaram, tinham um
Salmo, uma Doutrina, uma Língua, uma Revelação, uma Interpretação, não
apenas uma doutrina ou interpretação, mas uma revelação. Depois no verso
30 ele acrescenta, deixe os Profetas falarem, dois ou três; Se alguma coisa
for revelada a outro, que se assente, e cale-se o primeiro:
159
Loc. com. classe. 4 Cap. 1. Sed in primitiva Ecclesia cum Prophetia vigeret, quid discriminis erat inter
Prophetam & Doctorem? Respondeo, quamvis idem fuerit utriusque munus, tamen Doctores instituebantur a
Praeceptoribus: Prophetae vero, bem Omni ope humana, repente afflatus Spiritus sancti concitatiloquebantur,
Probl: theol: loc: 61. Prophetae ampliora habebant dona ideo Scripturae obstrusiora loca illustrabant eodem
Spiritu, quo scripta Exercício -ideo de Scripturis rectius praedicabant. Então Calvin. Instit: loc: 4. cap. 3. § 4.
Abrir esse texto, Ephes. 4. 11. compreende pelos profetas, como as Revelações extraordinárias.
todo Pastor e Mestre não poderia fazer o trabalho de um Evangelista, ou de
um Profeta. Se essa observação for realizada, o que agradou a muitos, então
não podemos entender esses Profetas que não passaram mais do que de
Pastores e Mestres, ou seja, muito menos para terem sido menos do que
Pastores e Professores. Membros da Igreja, bem dotados para expor as
Escrituras de forma edificante, Chrysostom de divers: NT locis serm:50.
Inclui-se muito com essa mesma noção, pois ele chama os Apóstolos
da raiz, que era abrangente em um todo; um Profeta (diz ele) pode não ser
um apóstolo, mas um apóstolo era um profeta, evangelista, etc. Para provar
que um apóstolo profetizou, ele cita estas previsões proféticas, 2 Tim: 3.1.1
Tess. 4.15. Por que é manifesto que ele entende que a profecia mencionada
por Paulo é extraordinária.160
7. A menos que entendamos que aqueles profetas que Cristo deu à
Igreja, 1Cor.12.28, e o Cap.14; Efes:4.11; terem sido extraordinariamente
inspirados pelo Espírito Santo, então não poderemos provar nas Escrituras,
que Cristo deu à Igreja do Novo Testamento, qualquer profeta
extraordinário para prever as coisas vindouras. Mas, é certo que Cristo deu
tais profetas extraordinários à Igreja do Novo Testamento, como Ágabo e
as filhas de Filipe.
Eusébio nos diz que havia tais profetas na Igreja em seu tempo,
até nos dias de Justino Mártir; que nós também temos do próprio
Justinus. E agora tendo a ocasião, devo dizer isso para a glória de
Deus, que havia na Igreja da Escócia, ambos no tempo de nossa
primeira Reforma e, depois dessa Reforma, homens tão
extraordinários, que eram mais do que Pastores e Mestres comuns,
profetas consagrados recebendo revelações extraordinárias de Deus e
pregando diversas coisas estranhas e notáveis, que, portanto, vieram a
160
Justin Martyr, discagem. porra. Trypho. Jud. Και μεχρι νυν προφητικα χαρισματα εστιν, & c. Até mesmo
neste momento presente, existem dons proféticos, para que possamos entender que os presentes que eram
antigos em sua nação são transferidos para nós.
acontecer pontualmente, para a grande admiração de todos os que
conheciam os detalhes, como o Sr. Wishart, o Mártir, o Sr. Knox, o
Reformador; também o Sr. John Welsh, o Sr. John Davidson, o Sr.
Robert Bruce, o Sr. Alexander Simson, o Sr. Fergusson, e outros: seria
muito longo para fazer uma narração aqui de todos esses detalhes, e há
muitos deles estupendos, que dar exemplo em alguns, pode parecer se
esquecer dos outros. Mas, se Deus me der a oportunidade, pensarei que
vale a pena fazer uma coleção dessas coisas: enquanto isso, embora tais
Profetas sejam extraordinários, e raramente sejam ressuscitados na
Igreja, ainda assim tem sido: eu ouso dizer, não apenas nos tempos
primitivos, mas entre os nossos primeiros Reformadores e muitos
outros. É sobre isso que as Escrituras nos ensinam sobre os tais
profetas extraordinários. Se não, somente alguns irmãos profetas que
aplicam as Escrituras, ou somente membros da Igreja dotados deste
dom.
8. Existem apenas três sentidos da palavra Profetizar, que posso
encontrar em qualquer outro lugar no Novo Testamento:
8.1. Por tal profecia, que é competente para todas as pessoas dotadas
e convertidas, quando são preenchidas com um espírito de iluminação, e
falam com outras línguas, como o Espírito lhes dá para se expressar, foi no
sentido em que o profeta Joel previu, tanto as filhas como os filhos, bem
como os servos e servas, jovens e velhos, devem profetizar, Atos 2. 17, 18.
O que foi cumprido no dia de Pentecostes, para os Atos 1. 14. e 2. 1 - 4.
Este Espírito de Profecia foi derramado sobre todos os discípulos, homens
e mulheres.
8.2. Por tal profecia, como é a pregação dos ministros comuns,
embora eu não conheça nenhum texto, onde sem qualquer controvérsia, a
palavra seja usada para a pregação ministerial ordinária; No entanto, eu
entendo a palavra a ser usada, nesse sentido (embora, por alusão, apenas de
antes). Apoc. 11. 3. E darei poder às minhas duas testemunhas, e
profetizarão mil e dois dias e sessenta dias vestidos de saco.
8.3. Por profecia extraordinária de inspiração imediata e milagrosa,
entendo no sentido que é frequentemente usado no Novo Testamento, como
vou demonstrar.
Mas um quarto sentido. A profecia de irmãos talentosos, (não irmãs)
fora do ofício, e que, publicamente, e por um dom comum, não consigo
encontrar em nenhum lugar; e se formos mais alto ou mais baixo, então a
pregação pastoral ordinária, as mulheres e os homens podem profetizar. Na
língua das Escrituras, profetas, bem como profetas.
9. O apóstolo claramente se distingue, Profetizar, tanto da palavra do
conhecimento quanto da palavra da sabedoria, 1 Coríntios. 12. 8. 9. 10:
Porque a um é dado pelo Espírito, a palavra de sabedoria, para outro a
palavra de conhecimento pelo mesmo Espírito, para outra profecia; agora,
o que é esse dom e manifestação do Espírito, que é supostamente ser dado
aos membros dotados e profetas, não deve cair nessa enumeração, 1 Cor:
12. 7, 8, 9, 10, 11.
É então, a interpretação ou a abertura das Escrituras, que é a parte
dos professores, a palavra do conhecimento: é tanto para interpretar e
aplicar a Escritura, que é a parte dos pastores, a palavra da sabedoria; É
para profetizar, isso é, nem a palavra do conhecimento, nem a palavra da
sabedoria, e é, portanto, distinta de ambos.
10. Nesse texto citado em último lugar, a profecia é mencionada, não
apenas como um dom pelo qual o Espírito opera para o ganho e a
edificação da Igreja, e para o Ministério, função e administração na Igreja,
como no versículo 4, 5, 6. O apóstolo nos ensina, que existem diversidades.
1. De presentes Χαρισματων, 2. De administrações, διακονιων. 3.
Das operações, Ἑνεργηματων, posteriormente, em referência a todos esses
três, ele adiciona a enumeração dos detalhes, ver. 8. 9, 10. Em um Profeta,
portanto, há διακονια Ministerium, bem como Χαρισμα, Ενεργεια ou
Ενεργημα. Agora, διακονια é freqüentemente usado no Novo Testamento
para o Ministério, não apenas de anciãos e diáconos, Rom: 12. 7. de
Pastores e Mestres; sim, de evangelistas e apóstolos, Efes: 4. 12. Col: 4. 17.
2 Tim: 4. 5. 11. Atos 1. 17. 25. e 12. 25. e 20. 24. e 21. 19. Rom. 11. 13. 2
Cor:4. 1. e 5. 18. e 6. 3. e 9. 1. e então, onde os tradutores ingleses nesses
lugares tornam-no às vezes Ministério, às vezes Ofício, às vezes, de fato,
διακονια é usado no Novo Testamento para qualquer Ministro para o
necessidades dos santos pobres por caridade e esmola. Mas nenhum corpo
que eu conheça imagina ou pode imaginar que este é o sentido da palavra, 1
Cor: 12 onde διακονια é associado com Χαρισμα e Ενεργημα. Portanto,
concluo que os Profetas nesses tempos primitivos tinham um ofício e um
Ministério na Igreja.
11. A palavra Profetizar é freqüentemente usada no Novo
Testamento, para o que é extraordinário, em Apocalipse, Mat. 26. 68.
Apoc. 1. 3. Atos21. 9. Lucas 1. 67. Revel. 22. 10. 19. Apoc. 10. 11.
Marcos: 7. 6. 1 Pedro 1. 10. Judas: 14. João Batista é chamado de Profeta,
Lucas 1. 76. e 7. 28. Mat: 21. 26. e 14. 5. Cristo é chamado de Profeta, Mat.
13. 57. Lucas 7. 16 e 24. 19. João 4. 19. e 9. 17. Elimas, o Feiticeiro, é
chamado de falso Profeta, Atos. 13. 6. Profetizando em nome de Cristo, é
unido a outros dons milagrosos, Mat: 7. 22. Muitos me dirão naquele dia,
Senhor, não profetizamos em seu nome? e em teu nome expulsaram
demônios, e em teu nome fizeram muitas obras maravilhosas, Atos 19. 6.
E, quando Paulo pôs as mãos sobre eles, o Espírito Santo veio sobre eles, e
falaram em línguas e profetizaram. Nesse sentido, a palavra é usada,
quando diz que Caifás profetizou, João 11. 51.
A mesma palavra é usada para a predição profética, 1 Tim: 1. 18. de
acordo com as profecias que precederam em Apoc. 2. 22. Jezabel chamou-
se de Profeta.
12. A profecia (como Paulo fala disso) está tão longe de ser um
privilégio comum de santos superdotados, que é um dos dons especiais e
mais raros que os próprios apóstolos tiveram ou poderiam ter, 1 Cor. 13. 2.
E, embora eu tenha o dom de profetizar, e compreender todos os mistérios,
e todo o conhecimento, que existe entre o dom das línguas e a fé dos
milagres: novamente, 1 Cor: 14. 16. Agora, irmãos, se Eu venho a você
falando em línguas, o que eu o beneficiarei, senão eu falo para você, seja
pela revelação, seja pelo conhecimento, seja pela Profecia, ou pela
Doutrina.
Os dois primeiros, revelação, e o conhecimento é imanente no
apóstolo: os outros dois profetizando e doutrina; são transitórios do
Apóstolo para a Igreja. O que o meu dom de línguas edifica, diz ele; ou
como você deve ser edificado ou satisfeito por isso, a menos que, ou eu
proferi alguma revelação para você, profetizasse, ou predissesse o meu
conhecimento para você pela doutrina, de modo que distinguir profecia da
doutrina é muito maior que isso; porque profecia procede da revelação,
doutrina do conhecimento daquele que ensina.
13. Eu tenho mais um outro motivo, que penso que será como algo
duro para nossos irmãos dissidentes, o Apóstolo compara com isso. Cap 14:
os dons das línguas e os dons da profecia. Ele recomenda ambos, como
desejáveis, vers: 1 e conheço todos esses dois dons, vers 6: Mas, antes
profetiza quanto comparativamente o melhor para edificar a Igreja. Et
magis & minus, espécie não variante. Há dois dons bons e desejáveis do
Espírito, dados para se beneficiar, 1 Cor. 12. 7, 10, 11. O apóstolo também
permite que tantos falem em línguas na Igreja, como ele permite profetizar
na Igreja; isto é, com dois ou três dos Profetas podem falar, por via natural,
em uma assembleia, então dois ou três podem falar, é claro, em uma língua
estranha, de modo que haja interprete, 1 Cor:14. 27, 29.
Além disso, enquanto os nossos irmãos dissidentes supõem que a
maioria ou a maioria da Igreja, exceto as mulheres, profetizaram; eles
devem, no mesmo terreno, supor que toda ou a maioria da Igreja, exceto as
mulheres; falou línguas estranhas na Igreja. Pois no mesmo lugar onde diz,
que cada um deles tinha Doutrina e Revelação, também dizia que cada um
tinha língua e uma Interpretação 1. Cor: 14. 26. Que as línguas
consideradas e comparadas juntas, será encontrado que, se os motivos
forem válidos, e as consequências também sejam válidas, que sejam
trazidas como profecia por membros talentosos fora do ofício, e que eles na
Igreja de Corinto tenha alguém que julgue as mesmas razões, e também
com as fortes consequências provarão que as duas ou três pessoas das
Igrejas, que terão o dom de línguas estranhas, podem falar com certeza na
Igreja, de modo que um interpreta e a Igreja de Corinto preside tão bem
para isso, quanto para o outro; Deixe os nossos Irmãos, portanto, realizar
ambos os dons (profecias e línguas) na Igreja de Corinto, por serem algo
extraordinário e milagroso, e assim nenhum deles para ser um presidente
comum: ou de outra forma, eles devem fazer com que ambos sejam
estabelecidos para padrões comuns, e então comece a chorar línguas, bem
como a profetizar, pois se o dom da profecia, seja tal como os homens
possam alcançar pelo estudo, assim como o dom das línguas: não sei como
perder o nó sem reconhecer que tanto o dom das línguas como o da
profecia eram extraordinários e milagrosos, que é de extrema verdade.
Estas são as razões pelas quais eu me inclino. Passo agora a
responder as objeções. As três primeiras objeções que encontro na διατριβη
em relação à ordenação: mas devo responder a outras objeções também
omitidas lá, mas que foram objetadas por outros como oposição.
Objeção. 1. Os Profetas, 1 Cor: 14 não são inspirados imediatamente
para previsão; Para as mulheres que foram tão inspiradas, podem entregar a
sua profecia na Igreja, mas as mulheres estão proibidas de falar, vers: 34.
Resposta: 1. Mas onde achamos que as mulheres que eram
profetizas e imediatamente inspiradas foram autorizadas a entregar suas
profecias na Igreja? Suponho que ele tenha respeitado 1 Cor: 11. 5. Mas
toda mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra sua
cabeça, que é a Assembleia pública, pois o Apóstolo está falando de cobrir,
ou descobrir a cabeça na Igreja. Mas, vários intérpretes compreendem aqui
por uma mulher que ora ou profetiza, uma mulher que se junta como
ouvinte na Assembleia pública, e por isso: 4. por um homem que ora ou
profetiza, um homem que é ouvinte e se junta as ordenanças. Para que a
anotação de Genebra no versículo 5, dê uma boa sensação desse texto:
aquelas mulheres que se mostram em assembleias públicas e eclesiásticas,
sem o sinal e o sinal de sua sujeição, isto é, descoberto, envergonhado.
Veja mais para isso em Junius suas anotações sobre a versão árabe sobre
isso.
2. Se o Apóstolo profetiza, 1 Cor: 11. 4. 5. Compreenda profetizar
por inspiração imediata, então a objeção pode ser retorcida e transformada
em um argumento contra os objetores: para o sentido da palavra
profetizando no 11. Cap: pode dar luz à palavra profetizando no 14. Cap. 3.
Peter Martyr, loc: com: eccles: 4. cap: 1. É de opinião que as mulheres que
eram profetizas e extraordinariamente inspiradas poderiam falar na Igreja,
desde que suas cabeças fossem cobertas, em sinal de sujeição feminina, e
que a proibição das mulheres para falar na Igreja, se estende a tal, e assim
ele se reconcilia, 1 Cor.14. 34. 1 Tim. 2. 13. com 1 Cor: 11. 5. Duvido que
sua opinião particular não esteja bem fundamentada, só que até agora eu
uso isso, que se 1 Cor: 11. 5. seja feito de profetizas, orando ou
profetizando na Igreja, (que o Objetor deve provar). Então, certamente, a
proibição das mulheres para falar na Igreja, não pode ser entendida
universalmente, mas com uma reserva e exceção de casos extraordinários:
Mas como essa exceção das profetizas é consistente com o texto, deixe suas
mulheres silenciarem-se na Igreja, Por que ὑμῶν, suas mulheres, que
tinham profetizado, como é suposto por estes de outra opinião, a partir de 1
Cor:11. 5. Não, mesmo suas mulheres devem ficar em silêncio, diz o
Apóstolo; e as razões que ele acrescenta, são tão universais que
compreendem até mesmo profetizas, são ordenados a estar sob obediência e
estarem sujeitas, que o próprio mártir observa, é válido para as mulheres
profetizarem, assim como outras, e para isso suas cabeças deveriam estar
cobertas: outro motivo é adicionado, 1 Tim. 2. 14. Adão não foi enganado,
mas a mulher que foi enganada, isso foi a transgressão: pode-se temer, diz
P. Martyr, se as mulheres pudessem falar na Igreja, Satanás deveria
retornar a sua primeira astúcia e enganar o homem pela mulher. Certamente
aquele que fez uso de Eva, também pode fazer uso de uma mulher profetiza
para enganar, e tanto mais, porque agora, desde a queda, o homem e a
mulher estão mais sujeitos à tentação. De modo que ambos os Apóstolos
mandam, e os motivos deles parecem claramente excluídos, mesmo
profetizando as mulheres e falando na Igreja, e se lhes permita entregar
profecias e revelações extraordinárias na Igreja; por que não também para
profetizar como outros membros talentosos. Se o que é maior seja
permitido, por que não o que é menor? E, se as profetizas forem excluídas
da regra, 1 Cor: 14. 34. Porque também não outras mulheres com
excelentes dons.
Objeção: 2. O Apóstolo, 1 Cor. 14. 24, 26, fala da profecia como um
dom para todos, ou para a maioria dos membros da Igreja, e não o proíbe a
ninguém, só as mulheres.
Resposta: 1. Já provei, 1 Cor: 12. 28, 29. e 13. 2. e 14. 6. que
profecia naqueles dias, não era um dom comum, mas raro e singular. Então,
ibid: vers. 5 quando ele disse: Eu gostaria que todos falassem em línguas,
mas sim que todos profetizassem; ele intimou que todos eles não
profetizaram.
2. Quando o Apóstolo fala por meio de suposição, vers; 24: Mas se
todos profetizarem, isso não prova que todos profetizavam, nem a
suposição pode ser entendida universalmente. Pois, se um incrédulo tivesse
entrado na Assembleia e ouvido todos, cada um deles profetizando, com
certeza ele tinha sido tão longe de ser ganho assim, que ele tinha sido mais
alienado de tal confusão.
3. O que dá a maior cor à objeção, é vers: 26. Quando você se unir,
cada um de vocês tem um salmo, tem uma doutrina, tem uma língua, tem
uma revelação, tem uma interpretação: Ofereço livremente meu julgamento
referente a este texto a ser considerado. Tenho a primeira sugestão de
Cajetan nesss lugar; Não se diz, cada um de vocês pode falar uma língua
estranha, ou pode pronunciar uma Revelação, & c. Mas εχει tem ou seja,
cada um na Igreja tem estas coisas para o bem e benefício de todos, quando
alguém profetiza, ou dois ou três, todos na Igreja têm profecias, como
Salmos, Línguas, etc. Mesmo como 1 Cor: 3. 21. 22, todas as coisas são
suas, seja Paulo ou Apolo, e onde pode ser verdadeiramente adicionado, ou
Salmos, ou Línguas, ou Doutrinas, ou Revelações, ou Interpretações, tudo
isso é seu, tudo isso, tem Cristo dado à Igreja para o bem dela, dizem os
homens que tenham essas coisas de que tenham bom fruto, uso, benefício,
pelo menos, podem ter, e podem ter o benefício disso, Lucas 16. 29 “eles
têm Moisés e os profetas”; Efésios: 1. 7. e Col. 1. 14. “Em quem temos a
redenção pelo seu sangue”; 1 Coríntios. 2. 16. “Mas nós temos a mente de
Cristo”; Filip. 3. 17. “nos façamos um exemplo”; Heb: 13. 10. “temos um
Altar”; 2 Ped. 1. 15. “Temos uma palavra de profecia mais segura e
semelhante”.
E assim entendo o texto agora nessa controvérsia, o Apóstolo tendo
desde o início desse Cap.14, persuadido de que os dons de línguas e
profecias possam ser usados, não para que os homens possam ser mais
admirados, mas para que a Igreja seja mais edificada, e não tanto os dons
como um uso lucrativo, mas para serem desejado, ele conclui este ponto,
vers: 26. Fazendo uma transição para certos Cânones, para ordem no uso de
línguas e profecias, como se ele tivesse dito: Se esses dons forem assim
melhorados para edificar, então, embora cada um de vocês tenha não os
dons das línguas, profetiza, etc. No entanto, quando vocês se juntarem,
cada um de vocês tem todas essas línguas, profecia, etc. Eles são seus, para
o seu bem e edificação.
4. Mas se nossos irmãos dissidentes não receberão nesse sentido, (o
que é bastante contrário ao deles). No entanto, neste texto, aqui, eles não
podem mais se estender a todos ou a maioria dos membros da Igreja, um
desses ramos, depois outro: se todos ou a maioria deles profetizassem,
então todos ou a maioria deles tinham o dom de línguas, e a interpretação
das línguas, e Revelações, e o dom de compor Salmos, e assim o mesmo
que dirige o culto deve trazer línguas estranhas, bem como profetizar, (do
que mais antes) além da composição dos Salmos. Eu dificilmente acredito
que os próprios irmãos dissidentes dirão que toda ou a maior parte da Igreja
de Corinto tinha o dom das línguas. Vejamos, então, como eles restringirão
as palavras ἕκαστος ὑμῶν cada um de vocês em referência a línguas, eles
devem permitir-nos fazer a mesma restrição em referência à profecia: mas
se eles disserem em geral, que a maioria ou a maioria da Igreja de Corinto
tiveram os dons de línguas, bem como o de profetizar, então eles são, de
alguma maneira perdedores, ao ceder o precedente da Igreja de Corinto
(naquele mesmo lugar sobre o qual eles constroem sua profecia) para ser
extraordinário e milagroso.
5. Considerando que a objeção diz que tudo ou a maioria deles
profetizaram, essa adição, da maioria deles, é fictícia e falaz para esconder
a fraqueza, pois o texto não tem tal coisa, mas diz a cada um de vocês:
“Eles não se atrevem a entender cada um de vocês, universalmente, mas
em um sentido restrito, pois então os Profetas e os Irmãos devem ser
acíclicos, e nomes conversíveis nas Epístolas aos Coríntios, e quando
"diz", os espíritos dos Profetas estão sujeitos aos profetas, 1 Cor. 14. 32”.
O sentido não deve ser mais, mas equivalente (sobre o assunto) a
isso, os espíritos de todos os Irmãos estão sujeitos aos Irmãos.
6. Portanto, cada um de vocês, vers: 26. (se entendido a profetizar)
não pode ser mais, mas cada um de vocês, profetas, como Isaías1. 23. “Isto
é, cada um dos príncipes”; Heb: 2. 9. “Jesus provou a morte por cada
homem; isto é, para todo homem que o Pai lhe deu, ou escolhido para ser
redimido”; 1 Cor. 12. 7. “Mas a manifestação do Espírito é dada a todo
homem; isto é, a todo homem dotado da Igreja, para se beneficiar”; Efes.
5. 33. “ὑμεῖς οἱ καθ' ἕνα, ἕκαστος, deixe cada um de vocês em particular,
então ame sua esposa; isto é, cada um de vocês maridos”, Isa: 9. 17.
“cada um é um hipócrita, isto é; Todo malvado que vem adorar antes de
mim”; Lucas 13. 15. “Não faça a cada um de vocês no sábado, perca seu
boi ou seu jumento, isto é, cada um de vocês que tem um boi ou um burro”;
muitos outros exemplos desse tipo podem ser dados pelas Escrituras.
7. Nota de Bullinger do grego Scholiast, que o apóstolo aqui, 1 Cor:
14. 26. usa ἕκαστος, para ὁσμεν, e ὁσδε, isto é, um de vocês tem um salmo,
outro uma doutrina, outro uma língua, etc. Beza nos dá o mesmo sentido, e
nos remete para 1 Cor: 1. 12. qual é um esclarecimento notável deste texto,
para a mesma frase: ἕκαστος ὑμῶν, que é usado: cada um de vocês diz: sou
de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo, mas cada um deles
não disse tudo isso, mas disse: Eu sou de Paulo, outro disse: Eu sou de
Apolo, & c. A versão siríaca confirma o mesmo sentido, para 1 Cor. 14. 26.
Ele faz assim: “Todo aquele de vós que tem um salmo, diga, e aquele que
tem doutrina, e aquele que tem uma revelação, e aquele que tem língua, e
aquele que tem uma interpretação”; então a versão árabe (que Junius em
suas anotações marginais sobre ela aqui elabora) corre assim. “Se algum de
vocês tem uma espécie de Salmo para dizer, e aquele que tem Doutrina, e
aquele que tem uma Revelação, e aquele que tem Língua, e aquele que tem
uma Interpretação, faça tudo isso para edificar”.
Objeção: 3. Esses dons que são requeridos em um Profeta, 1 Cor:
14. 3. 26, são tais que os homens normalmente podem, e alcançam pela
trabalho e estudo.
Resposta. 1. O contrário foi claramente provado, e esse mesmo
texto, vers: 26. prova; mais estranho é, que um texto que mencione
revelação, línguas, seja citado para estudos e trabalhos comuns.
2. "É verdade, vers: 3. O que profetiza, fala aos homens para
edificação, exortação e conforto. O que então? um profeta extraordinário,
um apóstolo, um evangelista não falou aos homens para edificação,
exortação e consolo? Ninguém se atreva a negar, mas eles fizeram, mas
isso não pode provar que os apóstolos e os evangelistas não eram
extraordinários. Ministros: a edificação e o fruto que vêm à Igreja por esses
profetas, é uma coisa, o caminho da revelação e inspiração pela qual a
profecia vinha, é outra coisa: o apóstolo está apenas comparando dois dons
extraordinários e milagrosos, línguas e profecias: dos dois, profecia é
bastante desejável, para a edificação da Igreja, pois aquele que fala uma
língua estranha não consegue edificar a Igreja, a não ser que seja
interpretada, mas aquele que profetiza, edifica a Igreja por seu próprio dom
de profecia, com menos negócios, e sem um intérprete; Este é o escopo e o
sentido do texto, que podemos descobrir a fraqueza desse terreno, sobre o
qual muitos supuseram que o Apóstolo não significa nada por profecia, mas
o dom comum de expor e aplicar a Escritura; profecia e revelação, são
proferidas de uma só vez, tanto para edificar como distinta é da doutrina e
revelação que são distintas do conhecimento, devem ser tomadas como um
dom e não serem contadas entre os dons comuns (como Junius sobre o
Árabe, em uma nota escreve) o que sempre aceita a palavra, podemos
encontrar mais em que nas Escrituras.
Objeção. 4. Mas o Apóstolo lhes pede a vontade de profetizar, vers:
1. Como alguém pode desejar ou orar na fé para um dom milagroso e
extraordinário do Espírito.
Resposta: 1. Ele lhes pede não só desejo, para que possam
profetizar, mas para que tenham outros dons espirituais, como os dons de
línguas, então vers: 1 e as interpretações de línguas, ele deseja a todos eles
o dom de línguas, agora o dom das línguas era extraordinário e milagroso,
como Atos 2. 6, 7, 8. Eles podem desejar tanto um dom como o outro, para
glorificar a Deus e se edificarem com isso. 1 Cor: 12. 7. sim, eles podem
orar por fé na fé para estes fins, e tanto mais, porque Marcos.17. 17. A
promessa é feita aos crentes daquela primeira idade. “E estes sinais
seguirão os que crerem, em meu nome expulsarão demônios, falarão com
novas línguas, etc”. E por que a oração de fé não pode obter o dom da
profecia, bem como curar os doentes, Tiago: 5. 15?
Embora nem o único nem o outro possam ser orado, com esse
absoluto desejo, como salvação, misericórdias e graças necessárias à
salvação, que é intimada em parte pela frase diferente, observada por
Erasmus, e outros a serem usados, 1 Cor: 14. 1. Seguir após a caridade,
διωκετε, persegui-la ou como (o Syriac) corre atrás dele, então segue após
o amor, para nunca ser satisfeito até que você o ultrapasse, e seja sincero na
busca dele. Mas, em relação a línguas, profecias e coisas semelhantes, ele
acrescenta; e deseja dons espirituais ζηλουτε uma palavra que cai fora do
outro, não significando qualquer afeto de qualquer coisa com todo o nosso
esforço (como a outra palavra), mas apenas uma alta estima, valorizando,
admirando, desejando uma coisa que, ainda assim, se for negado a nós,
devemos sentir-nos satisfeitos sem ele.
Objeção: 5. Mas esses profetas deveriam ser julgados, examinados e
julgados, 1 Cor: 14. 29. 32. Portanto, parece que eles não eram profetas
extraordinários infalivelmente inspirados.
Resposta: 1. Se aqueles que vieram sob o nome de profetas
extraordinários, não podem ser julgados e examinados, por que há tantas
advertências no Novo Testamento, para se cuidar de falsos profetas, Mat: 7.
15. e 24. 11, 24. 1 João 4. 1. O Senhor não admitiu a Moisés a sua objeção,
que, porventura, os filhos de Israel não acreditariam nele, que Deus havia
aparecido a ele e enviou-o, onde Deus iria satisfazê-los por sinais e
milagres, Êxod. 4.1. vers: 10. Não eram os Bereanos (Elogio), que em Atos
17. 11. Procuraram provar e tentar a doutrina dos próprios apóstolos pelas
Escrituras?
2. Embora, tais como o dom de profetizar, não fizeram, nem
pudessem errar, na medida em que foram inspirados pelo Espírito Santo
para profetizar, e muito menos na escrita das Escrituras, ainda que
pudessem ter, e alguns tiveram seus próprios erros e erros em casos
particulares; para o qual eu vou ter uma instância em Elias, que disse, que
ficou sozinho; mas o que Deus lhe responde, que tinha reservado para ele
mesmo sete mil, etc. Ele falou de seu próprio espírito, quando ele disse que
ficou sozinho, mas a resposta de Deus corrige seu erro. Outra instância
naqueles discípulos profetas, atos 21.4. Quem disse a Paulo pelo Espírito,
para que não subisse a Jerusalém. Portanto, prever e conhecer o perigo de
Paulo em Jerusalém, foi do espírito de profecia, mas a consequência que
eles tiraram daqui, para que, portanto, Paulo não subisse a Jerusalém. Esses
intérpretes concebem, eram apenas de seus próprios espíritos, embora eles
não concordassem com o Espírito de Deus.
3. "É bem observado nas anotações inglesas em 1 Cor. 14. 32, que,
embora essas profecias tenham sido infundidas pelo Espírito Santo, e que
não pode errar, mas todas as coisas nem sempre são reveladas de uma vez,
e aquilo que não é revelado de uma certa clareza, muitas vezes é revelado a
mais, e às vezes, de maneira mais clara. Pode haver também alguma coisa
misturada com aquilo que os profetas receberam, e podem errar, que o que
eles acrescentaram por meio de confirmação, ilustração ou aplicação, pode
ser justamente sujeito a censura, seja necessário e julgado pelos outros, se
as profecias procedem da inspiração do Espírito Santo e de acordo com o
domínio da fé, Isa. 8. 20.
Objeção: 6. O Apóstolo distingue a profecia do ministério, Rom. 12.
6, 7. Portanto, os que profetizaram, foram dotados de pessoas fora do
ofício.
Resposta: 1. Diversas pessoas resolveram esse texto assim, que
primeiro o Apóstolo faz uma divisão geral dos ofícios eclesiásticos.
Profecia compreendendo estes que trabalham na palavra e doutrina.
Ministério compreendendo aqueles que não trabalham na palavra e na
doutrina, e que, depois disso, o Apóstolo subdivide a profecia na função
pastoral e de doutorado: e Ministério, ele subdivide-se no ofício de ancião
dominante, Diácono para demonstrar misericórdia, que foi cometido às
vezes aos velhos, às vezes às viúvas.
2. Quando olho de novo e de novo para esse texto, prefiro entender
que profetizar ali, é a profecia extraordinária, e pelo Ministério, os ofícios
comuns na Igreja. Tendo então dons, diz o Apóstolo, e diferindo de acordo
com a graça que nos é dada, se profetizamos, profetizemos de acordo com a
proporção da fé, que sob a cor da profecia e da revelação, nós não trazemos
nada que não seja agradável a regra de fé, ou ao ministério. Se nosso ofício
e administração forem comuns, vamos participar dele; e não leve, porque é
comum. Então ele amplia esse último por uma enumeração dos ofícios
comuns na Igreja, Pastores, Mestres, Anciãos e Diáconos. Enquanto
escrevo essas coisas, encontro Gomarus sobre Rom. 12. 6, 7 da mesma
opinião, essa profecia significa aqui o que é extraordinário, o ministério
daquilo que é comum.
Objeção 7. Mas esse texto, os espíritos dos profetas estão sujeitos
aos profetas, é aplicado por muitos escritores presbiterianos, para defender
a autoridade dos Conselhos e Sínodos, o que não é um bom argumento
desses profetas, se esses profetas fossem extraordinários.
Resposta. Isso torna o argumento nada mais fraco, mas tanto mais
forte. Pois, se os Profetas que foram imediatamente inspirados, deveriam
estar sujeitos ao exame, ao julgamento e à censura de outros Profetas, e se
Paulo e Barnabé fizeram um relato, diante dos Apóstolos e dos Anciãos em
Jerusalém, de sua doutrina, tão contrária por alguns em Antioquia em
Atos15. E, se Pedro fosse acusado de entrar nos incircuncisos, foi levado a
defender-lhes em Jerusalém, Atos 11. Então, a fortiori, mais se tornam
pastores e professores comuns, para se submeter ao julgamento de uma
Assembleia de Pastores e Mestres. E, em geral, como na justiça civil, é uma
regra boa e igualitária, para que um homem seja julgado por pares, de
forma proporcional às censuras da Igreja, manterá entre oficiais da Igreja
ou Ministros, para que sejam julgados por pares, um Apóstolo pelo
Apóstolos, um Profeta pelos Profetas, um Ancião pelos Anciãos.
Objeção 8. Judas e Silas são chamados Profetas, Atos 15. 32. E eles
exortaram a Igreja, mas eles estavam fora do cargo, pois se distinguem dos
Apóstolos e dos anciãos, e diziam ser líderes entre os Irmãos, vers: 22.
Resposta: 1. Esta liderança carregará os irmãos profetas muito alto,
pois Silas é reconhecido por Teólogos como um Evangelista, que pode ser
chamado de sua viagem por tantos lugares com Paulo, para difundir o
Evangelho, Atos 16. 17 . Atos. 17. 4, 10. 14, 15. Atos.18. 5. outros pensam
que ele teve uma acusação ministerial em Jerusalém, mas a opinião anterior
parece estar melhor fundamentada.
2. A palavra Irmãos e Irmão, não é nunca observar como estavam
fora do ofício na Igreja, mas tem diversas vezes usados, (e então eu levá-la
aqui) de como eram nem fixadas como Anciãos nem tão eminente na Igreja
como Apóstolos, mas teve encargos especiais ou extraordinários, ou em
administrações da Igreja, como 2 Cor: 8. 18. 22, 23 1 Cor: 16. 12. 2 Cor: 1.
1. Heb: 13. 23. 1 Cor : 1. 1. 1 Animal de estimação: 5. 12. Efes: 6. 21. Col:
4. 7. Filem:1. 20. De que lugares é manifesto que os companheiros
apóstolos em suas extraordinárias administrações são frequentemente
chamados de irmãos, e entre esses irmãos, Judas e Silas eram líderes, seja
pela grandeza de seus dons, como por trabalhos mais abundantes.
E agora, no encerramento, meu conselho e exortação são para os
irmãos que tomam para si mesmo e caem sobre eles a pregação ou profecia,
sem serem, e nem pretenderem ser ordenados ao Ministério, que ainda os
levariam a pensamentos sérios sobre esse assunto. E vendo que profetizar o
que eles tomam para o seu líder, foi tão claramente provado ter sido
extraordinário, e vendo também que Cristo nomeou pastores e mestres para
o trabalho ordinário do ensino público, edificando a Igreja e aperfeiçoando
os santos, Efésios: 4.11-12.(que a ordenança é suficiente para esse fim),
esses irmãos devem fazer bem em melhorar seus dons de outra maneira,
escrevendo e exortando ocasionalmente, admoestando, instruindo,
reprovando, confortando os outros, dessa maneira fraterna, que é adequado
aos cristãos fora do ofício: se desejam qualquer outro trabalho na Igreja,
que desejem o ofício pastoral e se ofereçam a julgamento para isso, pois,
como Gregório de Nazianzeno diz, em sua oratória, cap: 7. “Cristo
designou Este pedido em sua Igreja, para que o rebanho seja uma coisa,
outros Pastores; E novamente, é um para um grande negócio ensinar,
mas é seguro e inofensivo para aprender, por que você é seu Pastor,
quando você é um dos rebanhos”.
Capítulo VII
Dos Profetas e Evangelistas – George Gillespie161
161
Extraído de: A Treatise of Miscellany Questions: WHEREIN MANY USEFULL QUESTIONS AND
CASES OF CONSCIENCE ARE DISCUSSED AND RESOLVED: FOR THE SATISFACTION OF
THOSE, WHO DESIRE NOTHING MORE, THEN TO SEARCH FOR AND FINDE OUT PRECIOUS
TRUTHS, IN THE CONTROVERSIES OF THESE TIMES.by George Gillespie, late Minister at
Edinburgh..http://www.covenanter.org/reformed/2016/4/21/a-treatise-of-miscellany-questions Tradução: Edu
Marques, pode ser encontrado em: https://escrituralistascarismaticos.blogspot.com/2017/07/dos-profetas-e-
evangelistas-george.html
dadas, eu vou aqui falar um pouco, primeiro do trabalho dos profetas e
evangelistas.
Seu trabalho e administração, eu entendo ser parcialmente ordinário,
e parcialmente extraordinário. Normalmente, porque os graus mais altos.
Ef. 4:11 são abrangentes do mais baixo, não contrário, um pastor faz o
trabalho de um mestre, um evangelista faz o trabalho de um pastor e
mestre, um profeta faz o trabalho de um evangelista, pastor e mestre, um
apóstolo o trabalho de todos eles, que eu antes, havia também seguindo o
pensamento de Crisóstomo e o Sr. Bayne.
Os profetas e evangelistas edificam a Igreja pregando, bem como
pastores ordinários, 1Cor. 14.3; Ef. 4. 11.12; 2Tim.4. 2.5. A partir do qual
as Escrituras e outros desse tipo, como Tit.1.5;1 Tim.3.15. Alguns
evangelistas reunidos tiveram um trabalho fixo em alguma igreja certa, e
que participaram e tomaram a supervisão dela, para o trabalho do
ministério com frequência, e contanto em que outras ocasiões urgentes e
públicas da Igreja poderia permitir. Veja Zepperus de Polit: eccl: lib: 2.
Cap: 1. aret: probl: theol: loc: 62.
Eu digo novamente que, o trabalho dos profetas e evangelistas foi
extraordinário, para uma propriedade distintiva, ou característica de um
profeta, ou seja, o máximo que eles poderiam fazer e que os oficiais
ordinários não poderiam, nem qualquer outro, é a revelação de grandes
mistérios ou predizer coisas futuras a vir, pela inspiração especial e
extraordinária do Espírito Santo.
Seu próprio nome tanto para προφήτης e προφητεύω vêm de
προφημι "prever". De acordo com o sentido da palavra, todos estes eram
chamados profetas antigos, que previram coisas que iriam acontecer, como
mágicos, astrólogos, prognósticos, natividades, & c. Veja Olivarius de
Prophetia Pag: 9.10. Os sacerdotes e intérpretes dos Oráculos também
eram chamados de profetas, e os Apóstolos: Tit.1.12 chama Epimênides de
profeta dos cretenses, qui quasi praesenserit futura, diz Erasmus. Como
também diz ele, porque esse livro de Epimênides fora do qual esse
versículo é citado tem o seu título Περὶ τῶν χρησμῶν de Oraculis. Mas na
noção da Igreja, essa palavra que nossos pais tiraram das Escrituras: a
profecia é uma previsão das coisas que vêm de uma inspiração especial
do Espírito Santo.
Mas qual é o trabalho de distinção e propriedade característica de um
evangelista, ou seja, que um pastor ordinário e um mestre não pode fazer, e
que ninguém poderia fazer senão um apóstolo ou um profeta?
Que eu possa falar com mais clareza, isto é para ser lembrado, que a
palavra "Evangelista" não está aqui tomada em um sentido restrito para
um escritor do Evangelho inspirado pelo Espírito Santo. Pois nesse sentido,
havia apenas quatro evangelistas, e dois deles eram apóstolos. Mas esta não
é a noção bíblica da palavra, que nos diz que Filipe e Timóteo foram
evangelistas, Atos. 21.8.; 2 Tim. 4. 5. e que Cristo deu evangelistas a sua
igreja para o trabalho do Ministério Ef. 4.11,12.
Agora, se tomarmos a palavra como a Escritura diz, o trabalho
adequado de um evangelista, ou seja, aquele que nenhum, mas um
Evangelista como um evangelista, ou aquele que era mais do que um
evangelista poderia fazer, eu digo duas coisas:
O primeiro é, para estabelecer as fundações das igrejas, e para pregar
Cristo a um povo descrente, que ainda não receberam o Evangelho, ou pelo
menos que não têm a verdadeira doutrina de Cristo entre eles. Então Filipe,
o Evangelista, pregou Cristo à cidade de Samaria, e batizou-os antes que
qualquer um dos Apóstolos viesse até eles. Atos 8.5.12. E se os 70
discípulos em Lucas 10 foram evangelistas (como muitos pensam, e
Calvino Instit: liv: 4. Cap: 3.4 pensa que é provável) seu trabalho adequado
como evangelistas, foi pregar o Evangelho para as cidades que não o
tinham recebido.
Seu segundo trabalho são viagens e negociações como mensageiros e
agentes para ocasiões extraordinárias, e em emergências especiais que é
muitas vezes entre uma igreja e outra, e tão distinta do primeiro que é uma
viagem entre eles que ainda não fizeram. Deste segundo existem diversos
exemplos nas Escrituras, como em 2 Cor.8.23. Filip: 2.19.25; 2Tim:4.9;
Tit:3.12; Ato:15.22-25.
Neste último exemplo, embora alguns são de opinião que Silas era de
Jerusalém, e tinha uma função ministerial ordinária lá, mas os melhores
escritores geralmente reconhecem Silas entre os evangelistas, e eu não
duvido, mas como também um profeta, Atos15.32. Assim também um
evangelista, que pode aparecer por sua viagem através de muitos lugares,
no trabalho de pregar o Evangelho, às vezes com Paulo como seu
companheiro de trabalho e ajudante: Atos 16:19 e 17.4.10. às vezes com
Timóteo, Atos:17.14.15. e 18:15.
Agora, quando eu chamo essas obras e administrações de profetas e
evangelistas extraordinários, meu significado não é que eles são
completamente e de todas as maneiras extraordinárias, mesmo como o
apostolado. Pois não ouso dizer que desde os dias dos Apóstolos nunca
houve, ou que até o fim do mundo nunca haverá qualquer um
levantado por Deus com tais dons, e para tais administrações, como eu
já descrevi ser adequado para os profetas e evangelistas, ou seja:
trazer à tona dizendo coisas que viriam acontecer, a viagem entre os
incrédulos para convertê-los pela pregação do Evangelho, e entre uma
igreja e outra, sobre mensagens extraordinárias.
Mas, eu chamo o trabalho de profetas e evangelistas extraordinário
no sentido de Calvino (expresso por ele no lugar antes citado) ou seja, não
é comum como o de pastores e mestres, que tem um lugar constantemente
nas melhores igrejas constituídas e estabelecidas. Em breve, tomo a palavra
extraordinária aqui, não para o que cessou com a primeira era da igreja
cristã, mas para o que não é, nem obreiro ser ordinário. E muito do seu
trabalho.
APÊNDICE V
162
Pode ser encontrado em: https://escrituralistascarismaticos.blogspot.com/2019/04/espiritos-privados-na-
confissao-de-fe.html Tradução: Luan Tavares
Às vezes, métodos semelhantes precisam ser usados também na
literatura cristã posterior, mesmo naqueles escritos na própria língua. A
Confissão de Fé de Westminster (doravante abreviada como CFW) não é
exceção.163 Três séculos e meio se passaram desde que a Assembleia de
Westminster completou esta obra clássica de instrução cristã. Não é de
surpreender que algumas palavras e frases, bem conhecidas por eles, devam
ser obscuras para nós. Tal é o caso no primeiro capítulo da Confissão de
Fé. Na CFW §1.10 os teólogos confessam a supremacia da Escritura:
163
As citações da CFW são da edição de SW Carruthers (A Confissão de Fé. Comitê de Publicações da Free
Presbyterian Church of Scotland, 1970). Esta edição é baseada no autêntico manuscrito de 1646 escrito por
Cornelius Burgess. Também verifiquei diligentemente as citações com a edição de Philip Schaff (Os Credos
da Cristandade com Uma História e Notas Críticas, quarta edição, Volume 3, Harper and Brothers, 1919).
164
Notavelmente, Robert Shaw inclui comentários sobre os outros três itens da lista de 1.10, mas não discute
“espíritos privados” (Exposição da Confissão de Fé, Carlisle, PA: A Bandeira da Verdade, 1958 [Reprint of
1869 original; e GI Williamson, A Confissão de Fé de Westminster para as Classes de Estudo (Filadélfia:
Presbiteriana e Reformada, 1964). A exposição de Gordon Clark é uma rara exceção ao oferecer uma
explicação da frase; ele interpretou de forma pejorativa: O que a Confissão se refere como 'espíritos privados'
é a visão de que o Espírito fornece a alguns homens informações não contidas e muitas vezes contraditórias à
Bíblia. Exemplos são Swedenborg, Anne Hutchinson e Mary Baker Eddy” (What Do Presbyterians Believe -
A Confissão de Westminster: Ontem e Hoje, Filadélfia: Presbiteriana e Reformada, 1965: 24).
outros. 165
Outros ainda sugerem “revelações privadas”, ou “alegações de
revelações privadas”, ou, talvez, “impressões privadas”.166 Ambos os
sentidos para a palavra espírito — “opinião” e “revelação” — estão listados
no Oxford English Dictionary, e documentado para ser de uso comum nos
anos 1600.167 Como devemos definir essa frase na CFW § 1.10? Ao
contrário da CFW § 1.6, esta seção refere-se não às “revelações do
Espírito”, uma frase bastante comum, mas aos “espíritos privados”, uma
frase não comumente encontrada no inglês contemporâneo. Estes “espíritos
privados” são listados ao lado de “todos os decretos de concílios”,
“opiniões dos antigos escritores” e “doutrinas de homens” como itens
sujeitos ao teste e julgamento pelas Escrituras Sagradas — e
consequentemente não serem rejeitados sem análise prévia.
Significativamente, a Escritura é aqui descrita como o próprio Espírito
falando, e consequentemente, é apelado ao juiz supremo em todas as
controvérsias religiosas. A que se refere os “espíritos privados” na CFW §
1.10? A que as Escrituras Sagradas são recorridas para julgar: opiniões ou
revelações?
165
Donald Remillard, uma edição contemporânea da Confissão de Fé de Westminster (Ligonier, PA: Presby
Press, 1988); Douglas E Kelly, e outros, The Westminster Confession of Faith: Uma Versão Moderna
Autêntica, terceira edição (Signal Mountain, TN: Summertown Texts, 1992); John H. Gerstner, et al, Um
Guia para a Confissão de Fé de Westminster: Comentário (Signal Mountain, TN: Summertown Texts, 1992)
23.
166
Respectivamente, a Revisão Verbal da Confissão de Fé de Westminster (manuscrito não publicado,
Pittsburgh, PA: Junta de Educação e Publicação, RPCNA, 1975) 2, preparado por um comitê conjunto da
Igreja Presbiteriana Ortodoxa e da Igreja Presbiteriana Reformada da América do Norte; a versão proposta do
estudo em inglês da Confissão de Fé (Igreja Presbiteriana Ortodoxa, edição de janeiro de 1993) 5; e o
Consenso da PCA em sua Proposta de Declaração para a Igreja Presbiteriana na América (publicada
privativamente, 1994) 3.
167
The Oxford English Dictionary (Oxford: The Clarendon Press, 1933).
fonte contemporânea da Assembleia de Westminster, uma obra agora rara
intitulada Certamen Religiosum, que supostamente registra uma disputa de
1646 entre Carlos I (1600-1649), rei da Inglaterra, e Henry Somerset
(1577-1646), marquês de Worcester, respeitando a religião. Nesta obra,
Carlos (ou mais provavelmente, seu escritor fantasma) defendeu a causa
protestante contra as reivindicações romanistas promovidas pelo marquês.
Em 1651, a disputa foi publicada postumamente, acompanhada de um
comentário anônimo, intitulado A Vindication of the Protestant Cause
[Uma Reivindicação da Causa Protestante].168
Como esta publicação foi bem recebida, o comentarista teve
coragem de acrescentar seu nome ao trabalho no ano seguinte: Christopher
Cartwright. Cartwright (1602-1658) foi um eminente teólogo anglicano,
erudito bíblico, hebraísta, polemista ocasional e pregador na St. Martin’s
Church, York. Ele parece ter estado cordialmente com os partidos puritano
e realista, um feito difícil naquela época tão dividida pela espada. O
puritano Richard Baxter pensou bastante nele que, quando escreveu o
primeiro de seus muitos livros, o submeteu a Cartwright para revisão
crítica. Após sua morte, Baxter chamou-o, apesar das divergências, de “um
homem muito instruído, pacífico e piedoso”.169 B. B. Warfield nomeou
Cartwright como possivelmente uma das principais fontes para a doutrina
das Escrituras de Westminster.170
168
Christopher Cartwright, Certamen Religiosum - com Uma Reivindicação da Causa Protestante (W. Lee:
Londres, 1652). O título completo do trabalho composto é: Certamen Religiosum : Ou, UMA
CONFERÊNCIA ENTRE o falecido Rei da INGLATERRA, e o falecido Lo: Marquesse de Worcester, sobre
a RELIGIÃO. Juntamente com Uma Reivindicação da Causa Protestante, dos Preteses do Marquêsem seus
últimos Documentos; qual a necessidade dos Reis Affaires denyed Ele Oportunidade (sic) para responder,
TAMBÉM O calúnias do Marquesse, lançada sobre os famosos Divines, Instrumentoschiefe dos protestantes
Porque, viz., Lutero, Calvino, Qwinglius, Melanchton, e Beza, bastante apagado À Worke com apreendendo
todos os Pontos Materiall controvertido 't wixt protestantes eromanistas. Este título ultra- protestante para o
trabalho, bem combinado por seu conteúdo, põe em dúvida a alegação de que Charles I participou de sua
autoria; daí a minha suposição de um escritor fantasma.
169
Citado em Leslie Stephen e Sidney Lee, Dicionário de Biografia Nacional (London: Oxford University
Press, 1922) 3.1129-30
170
Benjamin Breckinridge Warlield , The Westminster Assembly e seu trabalho (Nova York: Oxford
University Press, 1931) 161.
Eu lidarei bastante com o Certamen, porque é uma fonte
contemporânea altamente importante para entender o idioma de
Westminster em § 1.10. Em resposta ao chamado do marquês para
interpretar as Escrituras pela regra (alegadamente) infalível dos pais e da
igreja, Carlos, apelando para a Sagrada Escritura, o sopro de Deus,
responde com uma retórica florescente:
171
Cartwright, Certamen Religiosum 51-92
Sua Majestade está satisfeita [...] em recorrer às Escrituras. Eu
humildemente peço permissão para perguntar a vossa
Majestade que heresia que alguma vez existiu não o fez? Como
o maior herético do mundo será confundido ou censurado? Se
alguém pode ser autorizado a apelar para as Escrituras:
margens com suas próprias notas, sendo com o seu próprio
significado, e entreteres com seu próprio espírito privado? Até
que ponto os mares foram tão plenamente, tanto pelos Profetas,
Apóstolos e nosso Salvador, se não os usamos? 172
Carlos responde que, uma vez que até mesmo os apóstolos poderiam errar
individualmente — tais como Pedro negando Cristo na casa de Caifás e
separando-se dos gentios em Antioquia — e até mesmo os concílios
poderiam errar — como o Conselho de Ariminum que confirmou o
arianismo — é tanto mais necessário respeitar a única regra infalível, a
própria Escritura. Para isso, o marquês objeta:
172
Cartwright, Certamen Religiosum 52-3
173
Assim, a Oxford English Dictionar y refere-se a Certamen Uso do religiosum de ‘espírito privado’ no
estabelecimento de sua definição de ‘privado’ como ‘peculiar a determinada pessoa’ (8,1389,col. 1, nº 8).
Quanto a suas Majestades objetando os erros dos Santos
Apóstolos, e os Escritores do Espírito Santo, e sua inferência
sobre isto, viz. que a Verdade se encontra somente na Sagrada
Escritura: sob a correção de suas Majestades, considero este o
maior argumento contra o Espírito privado (instigado por
vossa Majestade) que nos leva a toda a Verdade, que poderia
ser descoberta. Pois se tais homens (como eles) induziram com
o Espírito Santo, insensibilizados com o poder de operar
milagres, tão santificados em seus chamados, e iluminados em
seus entendimentos, poderiam errar: como pode qualquer
homem (menos qualificado) assumir a si mesmo um isento de
erros, com a ajuda de um Espírito privado? 174
174
Cartwright, Certamen Religiosum 56; cf. 119-20
175
Suas obras são agora convenientemente extraídas da série Os Clássicos da Espiritualidade de Westem, em
um volume intitulado João da Cruz: Escritos Selecionados, editado por Kieran Kavanaugh (Nova York:
Paulist, 1987).
176
O fundador Quaker George Fox, a partir de 1646, relatou ter recebido infalíveis revelações do Espírito
Santo. Em um encontro notável em uma igreja anglicana, depois que o sacerdote admoestou sua congregação
de que a Escritura era o teste de toda a doutrina, Fox exclamou: “Oh não, não são as Escrituras”. Fox então
exortou a congregação que “era o Santo. Espírito, segundo o qual opiniões, religiões e julgamentos deveriam
ser julgados.” Ver E. Glenn Hinson, editor, The Journal of George Fox, em The Doubledory Devotional
Classics, Volume I (Garden City, NY: Doubleday & Company, 1978) 59.
privado” para se referir não só a uma revelação pessoal, mas que poderia
ser falível percebido pelo seu destinatário. O marquês acreditava que Deus
é infalível, que os apóstolos agindo corporativamente eram infalíveis, mas
que os cristãos (até os apóstolos) podiam cometer erros, mesmo quando
recebiam ajuda reveladora.
Neste ponto, nossos discordantes se voltam para outros assuntos com
os quais não estamos preocupados agora. Mas se nos voltarmos para o
comentário de Cartwright que acompanha The Vindication of the Protestant
Cause [A Vindicação da Causa Protestante], nós descobrimos suas
respostas às duas declarações do marquês sobre espíritos privados que
esclarece mais este exame da CFW § 1.10. Para a primeira dessas
declarações, Cartwright responde:
177
Cartwright, Certamen Religiosum 116
Cartwright concorda de uma vez com o marquês, que ninguém pode
justamente apelar para revelações privadas na interpretação da Escritura.
Além disso, Cartwright insiste, o rei não fez isso, e é repreensível inferir
que ele o fez sem prova positiva. Para a segunda das referências do
marquês, Cartwright responde:
178
Estas declarações, incidentalmente, indicam que a doutrina da inerrância verbal não era uma invenção
moderna (assim Jack B. Rogers, Escritura na Confissão de Westminster, [Grand Rapids: Eerdmans, 1967]),
nem a única propriedade dos escolásticos reformados continentais (assim, CA Briggs [Whither ?, 1889],
citado em Warfield, The Westminster Assembly , 263), mas fazia parte da fé de anglicanos como Charles I
(ou seu escritor fantasma) e Christop seu Cartwright em meados de 1600. s.
179
Cartwright, Certamen Religiosum, 120-21
Esta citação, conclui nossas citações do Certamen Religiosum e sua
acompanhante Vindication. Cartwright transfere seu uso do termo de
denotar um “espírito” privado de revelação — que se refere ao ministério
do Espírito Santo ou talvez anjos — para um uso pejorativo para aqueles
que “sob a pretensão do Espírito vão contra a Palavra”. Também nos leva a
exibir mais o curso de significado para “espíritos privados” entre 1646 e
1652. Eu coloquei quatro conclusões, as duas primeiras dos quais são
certos e a terceira e quarta são hesitantes. (1) O marquês (1646) e
Cartwright (1651— 52) concordam na definição de “espírito privado”
como revelação pessoal. (2) Nenhuma das partes, no entanto, pensa muito
bem em tais alegações de revelação, já que ambas concordam em rejeitar a
infalibilidade no receptor. (3) O marquês parece aceitar a legitimidade de
pretensões modestas à revelação que não inferem qualquer reivindicação de
infalibilidade no receptor. (4) Não está claro se Cartwright aceita uma
legitimidade limitada às revelações fora da Escritura, mas pode haver
concordância com o marquês aqui também; a última frase citada acima
talvez implique na crença de Cartwright em sua extraordinária
possibilidade, pois é claro que ele normalmente não espera que tais
revelações ocorram. Para Cartwright, “muitos... sob pretexto do Espírito,
vão contra a Palavra.”180 Talvez em sua opinião, alguns outros não farão
disto um erro, mas verdadeiramente seguirão a direção do Espírito.
180
Veja o livro do controversialista inglês Recusan James Sharpe, The Tria do Protestant Private Spirit
(1630; reeditado como Volume 157 em Inglês Recusant Literature, Scolar Press: Menston, Inglaterra, 1973)
para uma avaliação vituperativa desse “espírito privado”. Para Sharpe, o espírito privado protestante era
demoníaco ou uma ilusão autocriada. A declaração anterior perpetua a acusação católica comum da era da
Reforma inicial de que os protestantes eram possuídos por demônios.
reformado inglês William Whitaker (1547/48-1595) publicou um
Disputatio de Sacra Scriptura dirigido contra o erudito jesuíta Robert
Cardeal Bellarmine.181 Belarmine levantou a questão se Deus designou
algum juiz para controvérsias dentro da igreja. Escritura é a lei da igreja -
então o cardeal argumenta - mas toda lei precisa de um juiz para interpretá-
la e aplicá-la; portanto, Deus designou o pontífice romano para suprir essa
necessidade. Whitaker respondeu:
181
Guilielmo Whitaker, Disputatio de Sacra Scriptura (Cantabria) 1588 [Ann Arbor, MI: Microfilms da
Universidade 425366, Reel 1468]. A versão em inglês é Disputation on Holy Scripture (Cambridge: The
University Press, 1849; reeditada London: Johnson Reprint Co., 1968).
182
Esta frase e perto equivalente s freqüentemente aparecem na Disputa de Whitaker; em WCF 1.10, a frase
reaparece como o clímax de todo o parágrafo. 21 Disputation 1849: 444-45.
183
O original diz: “Reliquit quidem Deus iudicem Ecclesiae suae; sed quis ille sit iam quaeritur, & inter nos
ac Papistas controvertitur. Nos dicimus hunt iudicemesse Spiritum sanctum em Scripturis loquente. Iesuita
ve rô hac de re tria asserit. Primò, ait hunt iudicem não esse Spiritum privatum revelantem. Respondeo: Nos
hoc fate mur, Huiusmodienim Spiritus autoritas oculta, arcana, ac privata est: sediste iudex publicam,
apertam, & omnibus notam authoritatem habere debet” (Disputatio 1588: 331-32).
privada e oculta, ela não deve ser recebida, porque duvidosa e
incerta, e não melhor que o testemunho pessoal do Espírito;
enquanto todas as regras devem ser certas e conhecidas [...]. Os
argumentos dos papistas [...] são, na maior parte, irrelevantes,
sendo dirigidos contra o espírito privado, que não é o juiz que
reconhecemos.184
184
Disputation 1849: 446- 47. O original diz: “Lex verô divina e iudicium, e iudex, e interpres, e regula est.
Quam enim regulam sibi proponet iudex ille, quem ipsi Papista solteira, em Scripturisinterpretandis?
Nullamnê? id, ut spero, não audente aflirmare. Si verô ullam sequetur regulam, ea auto privata, aut publica
sentar necesse est.
Si privatam & occultam aliquam regulamsequatur, illa quidem recipienda non est, quia dubia est & incer ta,
ne melhor esse potest privato testemunho spiritus: regula verô omnis certa atque nota esse debet. Atqu e
hactenus quidem dePapistarum argumentis diximus, qu ae feré aliena sunt, cóm priva tum spiritum
oppugnent, quem nos iudicem non facimus” (Disputatio 1588: 333-34).
185
Essa comparação também é confirmada na versão latina do CFW da Assembleia de Westminster (contida
no relatório de Schaff). Credos da Cristandade, volume 3).
registrados nos últimos anos da Assembleia de Westminster.186 O uso da
CFW § 1.10 de “espíritos privados” inferimos, segue o uso de Whitaker em
sua Disputatio.
186
A obra do Professor Spear (“William Whitaker e a Doutrina de Wesminster”, The Reformed Theological
Journal 7 [1991]; 38-48) aumenta significativamente o campo de guerra (The Westminster Assembly, 169-
90) sobre as fontes do CFW 1.
CFW § 1, e que a cessação de todos os modos de revelação especial é “uma
parte integral do ‘sistema de doutrina’ estabelecido na Confissão de Fé
Westminster”.187
Em vez disso, nossa evidência sugere que a CFW § 1 é mais
provavelmente uma declaração compromisso entre os vários partidos na
Assembleia de Westminster. Embora nenhum registro de discussão ao
longo dessas linhas sobreviva (um problema frequente na reconstrução da
obra da assembleia), pelo menos três partes podem ser identificáveis nesta
questão. Primeiro foram os cessacionistas estritos, que podemos representar
por Edward Reynolds (1593-1676), que participaram do comitê que
elaborou o CFW e por John Lightfoot (1602-1675), o mais eminente
hebraísta da assembleia.
Segundo esses homens, todos os modos de revelação especial devem
necessariamente ter cessado desde a conclusão do cânon da Sagrada
Escritura.188 Em segundo lugar, havia os Independentes, representados por
William Bridge (1600? -1670), que acreditavam que uma revelação
limitada, não fundacional, não canônica era ainda remotamente possível.189
187
Robert L. Reymond, E as Revelações e Milagres na Igreja Presbiteriana Hoje? (Phillipsburg, NJ:
Presbyterian and Reformed, 1977) 21; 2, n. 2
188
Reynolds escreveu: “As Escrituras são a única regra de todas as controvérsias… Então, a única luz pela
qual as diferenças devem ser decididas, é a palavra, sendo um cânon completo da vontade revelada de Deus:
pois o Senhor não faz agora, como antigamente vezes, tornar-se conhecido por sonhos ou visões, ou qualquer
outra forma diate Imme (Obras V, 1826: 152 -53; como citado em Warfield, The Westminster Assembly,
256). Lightfoot escreveu: “Não há promessa nas Escrituras, pelo que o espírito da revelação deve ser
esperado após a queda de Jerusalém ... Na queda de Jerusalém, toda a Escritura foi escrita e a plena vontade
de Deus revelada; de modo que não havia mais necessidade de profecia e revelação” (Works Vol. VI: 236-
42; conforme citado em Warfield, The Westminster Assembly, 287-88). Lightfoot não manteve essa opinião
casualmente. Sua dissertação de doutorado de Cambridge foi intitulada Post canonem Seripturae consig
natum, não sunt revelações expectandae. O título está intimamente Pará redigidas em Inglês nas próprias
palavras de Lightfoot: “[A] f ter Deus havia preenchido e assinado a escritura-cânones, os cristãos devem
expec t revelações não mais” (Funciona VI: 287; como citado em Warfield, The Westminster Assembly,
281).
189
Em um sermão publicado em 1656, e provavelmente pregado no ano 1640, Bridge escreve: “Deus não fala
por visões e revelações extraordinárias, nestes nossos dias?” Ele responde: Sim, sem dúvida, ele pode: Deus
não deve ser limitado, ele pode falar de que maneira ele quer. O que Deus pode fazer não vou contestar: ele
pode assim falar aos homens, se lhe agradarem; sim, e se pudermos dar crédito a histórias conhecidas, o
Senhor tem falado assim algumas vezes a alguns de seus servos desde o tempo dos apóstolos… Contudo, há
uma grande diferença entre a fé na promessa e uma visão ou revelação. Possivelmente, então, o Senhor pode
falar de tal maneira como isto é para alguns de seus servos. Mas agora, que você pode ter um limite neste
Terceiro, e aqui atipicamente os aliados do segundo partido, onde os
Comissários escoceses, que podemos representar por um dos mais
eminentes debatedores da Assembleia, o Covenater George Gillespie
(1613-1648), que, em comum com muitos presbiterianos escoceses, que
John Knox, George Wishart e outros heróis da Reforma Escocesa eram de
fato profetas.190 Em nossa leitura proposta, então, a CFW § 1.10 faz um
ponto semelhante ao feito pelo Arcebispo James Ussher. Ussher — mais
conhecido agora por seu cálculo da data da criação como 4004 a. C. — foi
um dos grandes teólogos da época.
Muitos dos Teólogos de Westminster o reverenciaram, apesar de ele
ter recusado o convite do Parlamento para servir entre seus membros na
assembleia. B. B. Warfield demonstrou que os Teólogos de Westminster
191
usavam extensivamente as obras de Usher para escrever a CFW. Em
Sum e Substance of the Christian Religion [Soma e Substância da Religião
Cristã] de Ussher, uma obra que provavelmente foi lida por alguns dos
Teólogos de Wesminster em 1645—46,192 aparece a seguinte declaração
que mostra que esse teólogo, tão influente na Assembleia de Westminster,
ensinou o que nossa interpretação da CFW § 1.10 sugere:
assunto… Embora Deus possa assim falar com alguns de seus servos, ainda que eu tenha um desejo ardente
depois de visões e revelações, está doente.
O Senhor pode operar um milagre e, estando forjado, Tam deve recebê-lo; mas eu não posso colocar Deus no
trabalho de um milagre. Então, aqui, se Deus fala assim comigo, ele pode; mas não posso colocá-lo nele sem
tentá-lo; sim, devo estar tão longe de desejar que Deus fale desta forma de visão, como estou obrigado a estar
atrasado para isso. Um desejo ardente depois de visões, argumenta que um homem não está contente com a
Escritura. (William Bridge, "Luz da Escritura, a Luz Mais Segura ", As Obras da Ponte de William, 1845, I
.417-18 [ repr] . Beaver Falls, PA: Soli Deo Gloria, 1989].)
190
Gillespie escreveu que eles eram "homens extraordinários, mais do que pastores e mestres comuns, até
mesmo profetas santos, recebendo revelações extraordinárias de Deus, e predizendo coisas estranhas e
notáveis, que: consequentemente, aconteceram pontualmente " (Tratado de Questões Diversas). Edimburgo,
1844: 30). Quero agradecer ao Professor Wayne R. Spear por chamar essa referência para minha atenção.
191
Warfield, The Westminster Assembly, 175; 169-90 passim
192
Então Warfield, The Westminster Assembly, 176-77 e n. 35
dos homens e dos anjos. Todas as tradições, revelações,
decretos de conselhos, opiniões de doutores, etc., devem ser
adotadas tão longe quanto possam ser provadas das divinas
Escrituras, e não de outra maneira.193
193
Como citado em Warfield, The Westminster Assembly, 190.
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