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Ensinamentos
do Mês
1.A CARACTERÍSTICA PECULIAR DA SALVAÇÃO DA IGREJA
MESSIÂNICA(9)
5 de outubro de 1949
Por Meishu-Sama – Alicerce do Paraíso, vol. 1
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Ensinamentos
para
Estudo
2.O SABOR DA FÉ
Há um sabor em tudo o que existe no mundo. As múltiplas formas de
vida e também todos os objetos têm e comunicam um sabor peculiar.
Se esse sabor faltasse em nossas vidas, o mundo seria insípido, vazio, e
perderíamos o desejo de viver. Nosso apego à vida é, em grande parte,
devido ao prazer que sentimos através das nossas percepções
sensoriais. Há um glorioso sabor na verdadeira fé. No entanto, as
pessoas diferem em suas crenças. Por mais estranho que possa
parecer, existem religiões que geram o temor. Seus seguidores têm
medo de Deus e vivem presos aos mandamentos. Não existe felicidade
nem liberdade para pessoas que vivem sob uma nuvem de medo como
esta.
A verdadeira fé traz paz de espírito e faz a vida feliz. Quando atingimos
tal estado, vemos o Amor de Deus no Sol e na Lua, nas estrelas, na
beleza da natureza, no canto dos pássaros e na perfeição das flores.
Sabemos da Sua generosidade pela abundância com que atende a cada
uma de nossas necessidades. Sentimo-nos integrados com toda a vida,
não somente com as criaturas, mas com a natureza inteira, com a vida
das plantas e dos animais à nossa volta. É o êxtase religioso. Nesse
sereno e feliz estado de espírito, além de fazermos o melhor em
qualquer situação, sentimos perfeita fé em Deus. Ao enfrentar um difícil
problema, cuja solução parece um desafio, volto-me para Deus, com
plena confiança no Seu auxílio e orientação. Entrego os problemas à
Sua sabedoria e espero Sua resposta. Posso afirmar que os projetos,
inicialmente obscuros, apresentavam resultados muitíssimo melhores
do que o esperado. Tenho, também, grandes ideais e peço a Deus Seu
auxílio, para realizá-los. Ele me abençoa, concretizando-os além da
minha expectativa. É, de fato, uma maravilha.
De vez em quando, eu me deparo com algo cuja perspectiva é tão
desencorajadora, que me oprime. Então, eu digo a mim mesmo: “Isto
deve ser o prelúdio de algo muito bom, de uma bênção que se
aproxima.” E espero, serenamente, que Deus esclareça a dificuldade.
Mais tarde, ela se transforma realmente em maravilhosa bênção. O que
poderia parecer condição adversa vejo como purificação necessária,
que possibilita a bênção. Sinto profunda gratidão e me admiro por ter-
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me preocupado ainda que por um instante.
Porque sempre me entreguei a Deus, minha vida foi abençoada com
Seus milagres. É o que considero o glorioso sabor da fé.
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3.DAIJO, SHOJO, IZUNOME DAIJO, SHOJO, IZUNOME
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4.SEJA UM BOM OUVINTE
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5.19 ENSINAMENTOS DA SALVAÇÃO
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fé são diversas divindades. Seus devotos, sem exceção, têm como
objetivo receber graças nesta vida e praticamente são pessoas sem
formação intelectual, que não entendem de aspectos teóricos ou
filosóficos.
Por outro lado, esses intelectuais valorizam as religiões que, não se
importando com graças nesta vida, teorizam habilmente suas
doutrinas para fins de estudo. Se tais religiões possuírem uma longa
história e, nesse período, tiverem surgido grandes líderes ou
sacerdotes virtuosos, eles as prestigiarão ainda mais, considerando-
as de alto nível. Em síntese, para os intelectuais, o nome e a tradição
da religião significam muito.
A propósito disso, desejo expor minha crítica sincera. Dos dois tipos
de fé mencionados, o primeiro pode ser vulgar, mas a verdade é que
ele influencia a massa popular mais do que podemos supor. Dado
que a massa tem um baixo nível intelectual, nem princípios nem
teorias lhe interessam. Essas pessoas visitam santuários de vez em
quando, fazem pedidos de graça e oferta monetária e se satisfazem
com isso. Trata-se de uma fé muito simples, mas que,
indiscutivelmente, influencia positivamente o sentimento. Mesmo
esse tipo de crença, como ele parte de uma visão espiritualista que
acredita no invisível, certamente contribui para o bem social mais do
que aquela que se baseia no materialismo. Afinal, uma pessoa que
possui o sentimento de orar a divindades, dificilmente cometerá
crimes brutais a sangue frio.
O segundo tipo de fé, diferentemente do primeiro, é seguido por
pessoas que, partindo do princípio que não se deve acreditar
naquilo que não se vê, rejeitam a crença no invisível, considerando-a
como superstição. Parece que, atualmente, a maioria dessas
pessoas pertence à classe intelectual. Naturalmente, uma vez que
são materialistas, elas até lidam com as religiões, mas como uma
forma de estudo. Consequentemente, quando discutem o assunto,
não o aceitarão se não o colocarem em termos teóricos e filosóficos.
A nosso ver, seus argumentos são extremamente superficiais, e as
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De acordo com o exposto, consideramos grosseiro e leviano criticar
nossa religião julgando apenas pela aparência e tachá-la de crença
popular só porque prioriza o recebimento de graças nesta vida.
Enquanto as críticas persistirem nesse foco, elas não terão nenhum
sentido. Se fizerem uma profunda análise da nossa religião,
compreenderão que ela não só é de caráter popular, mas também
teórica. Podemos dizer mesmo que é uma ultrarreligião jamais antes
experimentada pela humanidade. E não é só isso. O que defendemos
não se limita à religião. Estamos lançando as mais altas diretrizes
referentes ao campo da medicina, da agricultura, da arte, da educação,
da economia, da política; enfim, a todas as atividades desenvolvidas
pelo ser humano. Em suma: queremos demonstrar concretamente a
teoria de que fé e vida cotidiana são indissociáveis.
8 de novembro de 1950
Por Meishu-Sama – O Pão Nosso de Cada Dia, vol. 1
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6.73 AMOR AO PRÓXIMO
27 de junho de 1953
Por Meishu-Sama – O Pão Nosso de Cada Dia, vol. 1
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7.A RESPEITO DO ATEÍSMO
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8.CONCRETIZAÇÃO DA PROFECIA DO REINO DOS CÉUS – O
PARAÍSO TERRESTRE
Para o momento atual, creio que os pontos mais importantes da Bíblia
são: “Juízo Final”, “Chegada do Reino dos Céus” e “Segunda Vinda de
Cristo”. Um estudo sobre tais fatos leva-nos a crer que o Juízo Final é
obra de Deus, que a Segunda Vinda de Cristo ocorrerá no seu devido
tempo, o que dispensa qualquer explicação, e que somente o Paraíso
Terrestre será construído pela força humana. Nesse caso, é
indispensável que, em certo momento, alguém se torne o arquiteto e
execute a construção. Segundo nossa interpretação, o tempo é o
presente; quanto ao construtor, a nossa religião. E a concretização da
profecia do Reino dos Céus já começou! Vejam! Estamos construindo
esse modelo conforme veiculado diversas vezes em nossas publicações.
É por meio da construção do Paraíso Terrestre efetuada pela nossa
religião que a profecia de Jesus Cristo se concretizará. Não desejo que
advenha orgulho desse fato, pois tanto a profecia bíblica quanto sua
concretização por nós são frutos do amor de Deus pela humanidade,
que utiliza, livremente, Seus escolhidos para a construção do mundo
ideal conforme a época. Visto que a obra que estamos desenvolvendo
foi profetizada por Jesus Cristo há dois mil anos, considero que cada um
de nós foi incumbido da missão de concretizar tal profecia.
20 de março de 1950
Por Meishu-Sama, Alicerce do Paraíso, vol. 1
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9.CONSIDERAÇÕES ESPIRITUAIS SOBRE OS INCÊNDIOS
20 de maio de 1950
Por Meishu-Sama, Alicerce do Paraíso, vol. 2
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10.FÉ SHOJO
Atualmente, quando se critica a religião, ouve-se muito que os líderes
espirituais e sacerdotes deveriam ter uma alimentação frugal,
vestimentas e moradias modestas, andar a pé ou usar transporte
público como trem, ônibus etc., vivendo da forma mais simples possível.
É fato que, antigamente, para divulgarem os ensinamentos, os
precursores e fundadores saíam pregando pelas ruas sozinhos,
calçando sandálias de palha. Por vezes, dormiam ao relento, retiravam-
se nas montanhas, faziam jejuns, meditavam debaixo de cascatas,
experimentavam todos os tipos de sofrimentos e sacrifícios. Outras
vezes, eram atirados na prisão ou exilados em ilhas longínquas.
Observando isso hoje, é impossível não nos comover ao pensar nos
sofrimentos e nas dificuldades que eles viveram. Entretanto, só
conseguiram estender suas doutrinas a uma localidade ou a uma região
restrita. A maioria delas, após a morte desses precursores e
fundadores, se expandiu somente depois de várias gerações. Dessa
forma, comparando-se aos dias atuais, essas constantes adversidades
enfrentadas estão além de nossa imaginação.
Por outro lado, tais fatos permanecem gravados na mente das pessoas;
por isso, é natural que elas tenham uma visão equivocada sobre as
novas religiões. Logicamente, as religiões caracterizadas por tais
práticas são de fé shojo. Elas têm origem no bramanismo, que surgiu na
Índia, antes do nascimento de Buda Sakyamuni, e cujos ensinamentos
tinham por objetivo a Iluminação por meio de práticas ascéticas.
Segundo dizem, naquele país, ainda existe um pequeno número de
bramanistas que conseguem realizar milagres manifestando um
considerável poder espiritual. Creio que o jejum praticado pelo famoso
Mahatma Gandhi (1869–1948) talvez fosse uma decorrência de ele ter
professado o bramanismo quando jovem.
Há uma história interessante sobre o motivo que levou Buda Sakyamuni
a pregar os oitenta e quatro mil sutras. Ao analisar a situação da Índia
naquele tempo, ele percebeu que, devido ao fato de o bramanismo ser
predominante, considerava-se que a Iluminação só podia ser alcançada
por meio da ascese e que este era o verdadeiro caminho da fé. As
pinturas e as estátuas rakan, que encontramos hoje em diversos lugares
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do Japão, retratam as práticas ascéticas dos bramanistas. Por meio
dessas obras, podemos imaginar como elas eram. Não suportando ver
semelhante situação, Buda Sakyamuni, com sua grande misericórdia,
revelou uma forma para as pessoas obterem a Iluminação sem precisar
recorrer a tais práticas: os sutras budistas. Segundo ele, a simples
recitação dos sutras seria o bastante. Obviamente, o povo se alegrou
com isso e passou a admirá-lo e a reverenciá-lo como o mais respeitável
de todos os homens santos. Foi assim que o budismo dominou a Índia.
Podemos dizer que essa foi a realização mais relevante de Buda
Sakyamuni entre suas atividades de salvação.
Religiões shojo são anacrônicas
Diante do exposto, compreende-se o quanto a fé shojo, que se baseia
em práticas ascéticas, contraria a vontade e a grande misericórdia de
Buda Sakyamuni. Esse tipo de fé tende ao bramanismo, que foi objeto
da salvação realizada por ele. Creio que, do paraíso búdico, ele está
lamentando essa situação. Assim, é importante saber o quanto a fé
shojo é equivocada e anacrônica.
Por outro lado, no que se refere à difusão religiosa, observamos que
aquilo que antigamente se levava dez anos para conseguir, hoje pode
ser feito em apenas um dia, graças ao avanço tecnológico da imprensa
e dos meios de transporte. O correto, por conseguinte, é adequar-nos à
época em que vivemos, utilizando-nos de todos os recursos que a
civilização moderna nos oferece. Se apenas a religião continuar
persistindo nos métodos antigos, obviamente não conseguirá atingir
seus verdadeiros objetivos. Isso se evidencia pelo fato de que as
religiões tradicionais estão cada vez mais anacrônicas.
Quando as pessoas de visão shojo veem nossas atividades religiosas,
limitam-se a ficar surpresas e sequer tentam compreender aquilo que
verdadeiramente objetivamos. Se elas se restringissem a isso, não
haveria problema; porém, há aquelas que espalham boatos contra nós,
dizendo que levamos uma vida de luxo, moramos em palacetes. Posto
que desenvolvemos nossas atividades exclusivamente com as doações
de fiéis, é desnecessário depender de outros recursos. Além disso, se
concordássemos com as críticas de pessoas de fé shojo, teríamos que
deixar estragar ou até jogar fora os alimentos especialmente ofertados
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pelos fiéis. E, também, não tem cabimento devolver ou vender no
mercado paralelo os objetos que recebemos. Da mesma forma, não
poderíamos deixar de utilizar grandes imóveis que nos são oferecidos
com tanto amor pelos fiéis. Muito pelo contrário, é por intermédio
dessas doações que podemos desenvolver o grande trabalho de
salvação da humanidade e, quando pensamos nisso, compreendemos
quão equivocada é a visão das pessoas de fé shojo.
Nossa religião cria uma vida de alegria
Uma vez que o ideal de nossa religião é construir um mundo sem
doença, pobreza e conflito, as pessoas que nela ingressam passam a
viver com saúde e prosperidade, plenas de harmonia e alegria. Todavia,
do ponto de vista daqueles que padecem numa sociedade infernal,
como a de hoje, isso é algo inimaginável. Eles refutam a possibilidade da
concretização desse ideal e pensam que tudo não passa de artimanhas
para atrair o povo. Pode ser também que, para essas pessoas, os
modelos do Paraíso Terrestre que estamos construindo sejam meras
construções suntuosas, totalmente desnecessárias. Nosso objetivo, no
entanto, é promover o cultivo de nobres sentimentos possibilitando, de
vez em quando, que as pessoas se distanciem desta sociedade infernal
e se deleitem em lugares paradisíacos envoltas por uma atmosfera
celestial de Verdade, Bem e Belo, imersas em um estado de suprema
alegria. Assim, fica claro que a construção desses modelos é uma
necessidade para o homem contemporâneo.
Atualmente, o ambiente social produz pessoas desprezíveis e degrada
os jovens, não havendo, portanto, um lugar sequer que não seja origem
do mal social. Por esse motivo, podemos afirmar que o nosso Paraíso
Terrestre é o único oásis no mundo atual. Se as pessoas
compreendessem realmente o quanto nosso projeto é nobre e
arrojado, ao invés de nos censurarem, deveriam manifestar seu inteiro
apoio.
Existe, ainda, uma importante questão. Nem é preciso dizer o quanto os
japoneses, devido às guerras e invasões que perpetraram tempos atrás,
foram recriminados pelo mundo e perderam sua confiança. Portanto,
recuperar essa confiança, o mais breve possível, é uma questão
seriíssima que nos é imposta. Neste sentido, o modelo do Paraíso
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Terrestre é um local de extrema importância para mostrar tanto as
belezas naturais do Japão, como também o talento artístico
característico dos japoneses. Desde já, minha expectativa é que esse
modelo, ao ser concluído, se torne alvo de admiração mundial, pois,
além de contribuir para a satisfação dos visitantes estrangeiros, fará
reconhecer o elevado nível da cultura japonesa.
De acordo com o que foi dito acima, fica explicado o que é fé shojo e fé
daijo.
11 de março de 1950
Por Meishu-Sama, Alicerce do Paraíso, vol. 2
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11.A purificação que promove o equilíbrio(120)
22 de abril de 1950
Por Meishu-Sama, Alicerce do Paraíso, vol. 3
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12.PRAGMATISMO
5 de setembro de 1948
Por Meishu-Sama, Alicerce do Paraíso, vol. 4
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13.PECULIARIDADES DA CULTURA JAPONESA(36)
Quero muito falar aos japoneses sobre certo assunto. Trata-se das
peculiaridades da nação japonesa e de seu povo. Se, por acaso, eles
tivessem profunda compreensão a esse respeito, jamais teriam vivido a
amarga derrota na guerra nem visto seu país em ruínas. Existe uma
expressão: “Conhece-te a ti mesmo.” Ampliando o conceito, afirmo: “É
preciso conhecer o próprio país.” Se ainda estivéssemos na época de
isolamento do Japão(37), ainda seria admissível. Todavia, quando tudo
se tornou abrangente em nível mundial, internacional, é importante
conhecer o próprio país e estar suficientemente ciente da missão que
ele deve cumprir.
É evidente que, se não compreendermos o motivo da existência do
Japão, não haverá como consolidar uma grandiosa política nacional.
Para melhor entendimento, basta observar a situação do país até o fim
da Segunda Guerra Mundial. Em termos nacionais, existia uma classe
privilegiada, a dos militares, detentora de poderes absolutos e, baseada
na vontade de um pequeno número de pessoas, governava o país como
bem entendia. Por essa razão, na relação entre os detentores do poder
e o povo, este não tinha o direito de falar, submetendo-se à condição de
“escravos”. Esta situação ainda se encontra nitidamente gravada em
nossa lembrança. A partir do Período Meiji [1868-1912], a Constituição
Japonesa foi promulgada e instituído o Sistema Político de
Representação. Embora se tivesse a impressão de que a vontade do
povo era respeitada, na verdade, a política encontrava-se nas mãos de
uma minoria, que acabou provocando aquela guerra despropositada,
que se assemelhou à venda de gato por lebre.
Vamos refletir aqui sobre a história do Japão. Desde a época de Jinmu,
primeiro imperador do Japão, nosso país não teve um período sequer
de paz, sendo contínuas as guerras internas. A política sempre esteve
dominada pelo poder armado. Disfarçados sob o belo nome “Código de
Conduta da Classe Guerreira (Bushido(38))”, os que cometiam
assassinatos habilmente, recebiam condecorações e obtinham o poder.
Quem vencia, assumia a supremacia da época.
Até o fim da Segunda Guerra Mundial, o Japão veio sendo conduzido
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por esse regime de brutalidade, que desmoronou com a derrota da
guerra, que foi um grande choque. Se todos os japoneses não
reconhecerem profundamente o significado de tudo isso, será
impossível surgir uma verdadeira política nacional, digna de uma nação
pacífica. Para tanto, o fundamental é uma nova conscientização do país.
Em verdade, o Japão, por natureza, deve ser pacífico e artístico, o
oposto de um país militarista e feudal a que costumamos nos referir.
Esta é a missão concedida pelos Céus ao nosso país.
Fala-se muito sobre a reconstrução do Japão, mas isso, por si só, não
possui um grande significado. Se analisarmos essa reconstrução
literalmente, veremos que o país não passará de uma nação nos moldes
de uma democracia, destituído de poderio bélico o que, evidentemente,
não deixa de ser motivo de alegria. Entretanto, na realidade, o Japão
precisa conscientizar-se da sua missão ímpar em relação ao mundo e
contribuir para o bem-estar da humanidade: eis o verdadeiro papel do
novo Japão. Vou enumerar algumas das razões que me levam a fazer tal
afirmativa.
Em primeiro lugar, o Japão possui terras ricas em beleza natural. No
mundo, talvez não haja outras que se lhe comparem. Assim sendo,
ouvimos elogios frequentes por parte dos estrangeiros que nos visitam.
No que se refere ao clima, há um profundo significado no fato de as
estações do ano serem bem definidas. Trata-se da contínua mudança
da beleza natural, tais como: as montanhas, os rios, as plantas, as
árvores. Isso está bem claro nas palavras do poeta Kyoshi Takahama,
que, após viajar pelo mundo, disse o seguinte: “Não existe país onde as
estações sejam tão bem definidas como no Japão. O haicai(39) canta as
estações do ano, de modo que, em outros países, não é possível
compor um haicai autêntico.” Além disso, dizem que nossa rica
variedade de plantas, árvores, flores, frutos, peixes e mariscos é
realmente incomparável.
Outra característica marcante do povo japonês é a habilidade manual, o
que justifica seu pendor para as artes e o artesanato. A prova disso é o
elevado número de magníficas obras de arte que foram produzidas, não
obstante seu passado de constantes guerras internas. Ainda hoje, suas
técnicas e dom admiráveis nos surpreendem.
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Pelo exposto, creio que puderam entender, de forma clara e em linhas
gerais, a missão do Japão e do seu povo. Em suma, trata-se de
transformar o território japonês em Jardim do Mundo, por meio do
incansável e contínuo esforço em relação à arte, até que esta atinja seu
nível mais elevado. Ou melhor, empregar todo o empenho na sua
concretização, estabelecendo uma política nacional baseada no turismo,
na arte e no artesanato. Como resultado, é natural que isso contribuirá
para a melhoria do pensamento da humanidade, proporcionando,
também, recreação e entretenimento renovados. Em síntese, é tornar o
Japão um país de aperfeiçoado nível artístico e cultural.
Podemos afirmar que nunca houve uma época em que a humanidade
temeu tão seriamente a guerra e desejou tão ardentemente a paz como
a atual. A causa da guerra, como sempre dizemos, é por ainda subsistir
nos seres humanos um forte instinto belicoso. Logicamente, esse
instinto tem origem no pensamento primitivo, o que significa dizer que,
embora os homens se considerem civilizados, na realidade ainda lhes
falta muito para se despojarem da selvageria. O meio para solucionar o
problema é fazer com que a humanidade mude o foco. O objetivo dessa
mudança deve ser a arte, isto é, a transformação do mundo infernal de
lutas em um mundo paradisíaco, artístico. Em suma, a paz obtida pela
ameaça armada é apenas temporária. De qualquer maneira, é
fundamental que haja a renovação do pensamento, e eu afirmo que
esta só se efetivará por meio da Religião e da Arte.
Portanto, nesse sentido, ao invés de “reconstrução do Japão”, gostaria
de dizer “construção de um novo Japão”. E não haveria outro plano de
âmbito nacional senão transformá-lo em uma nação artística.
(39) Haicai: forma de expressão poética, com três linhas, de cinco, sete e
cinco sílabas, respectivamente. É usado, principalmente, para exprimir o
sentimento dos japoneses em relação à beleza das estações do ano.
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