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APOSTILA DO CURSO

A CIÊNCIA DA MEDITAÇÃO

O Domínio Da Mente
a Chave do Despertar Interior

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Índice

1. Apresentação
2. Meditação
3. As Três mentes
4. Preparação para a meditação: Ambiente, corpo e estado de consciência.
5. Os cinco passos fundamentais da Meditação
6. CAPÍTULO IV: A ESSÊNCIA (livro: Tratado de psicologia revolucionária)
7. CAPÍTULO X: OS DIFERENTES EUS (livro: Tratado de psicologia revolucionária)
8. CAPÍTULO XI: O QUERIDO EGO (livro: Tratado de psicologia revolucionária)
9. CAPÍTULO XXI: OBSERVAÇÃO DE SI MESMO (livro: Tratado de psicologia
revolucionaria)
10. CAPÍTULO XV: DIVISÃO DA ATENÇÃO (livro: O colar do budha)
11. CAPÍTULO XVI: ÍNTIMA RECORDAÇÃO DE SI MESMO (livro: O colar do budha)
12. A EXPERIÊNCIA DO VAZIO ILUMINADOR (conferência: O Vazio Iluminador)
13. LIVRO: A CIÊNCIA DA MEDITAÇÃO
14. CAPITULO 1: A VERDADE (Livro: A Ciência Da Meditação)
15. CAPITULO 2: A TALIDADE (Livro: A Ciência Da Meditação)
16. CAPITULO 3: ESSÊNCIA E PERSONALIDADE (Livro: A Ciência Da Meditação)
17. CAPITULO 4: O RELAXAMENTO (Livro: A Ciência Da Meditação)
18. CAPITULO 5: RELAXAMENTO DA MENTE (Livro: A Ciência Da Meditação)
19. O FUNDADOR DAS INSTITUIÇÕES GNÓSTICAS

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1. APRESENTAÇÃO
Nós do Instituto Gnosis Brasil temos por missão a difusão do conhecimento universal,
reunido, organizado e esclarecido pelo Veneravel Mestre Samael Aun Weor, Grande
Patriarca das Instituições Gnósticas no Mundo e Avatara da Era de Aquário, que trouxe a
síntese prática para a auto realização do Ser através dos três fatores da Revolução da
consciência: morte psicológica (eliminação dos defeitos psicológicos), Nascer (transmutação
das energias criadoras) e sacrifício pela humanidade (trabalho desinteressado em prol da
humanidade).

Uma área tão notável para se atingir a sabedoria, iluminação e conhecimento objetivo é
a meditação. Nossos anelos é que todos possam sair da teoria e adentrar de forma seria e
organizada no trabalho espiritual, para isso é necessário o entendimento e compreensão das
práticas espirituais.

A meditação além de ser um estado superior de consciência onde não há intervenção


da mente dual, terrenal é uma técnica; é necessário conhecer a técnica plenamente para
triunfar na meditação. Outro ponto fundamental para o triunfo na meditação é o estudo
profundo sobre a mente e os pensamentos. A mente trabalha dentro do conhecido, um ser
humano adormecido só emite conceitos e pensamentos daquilo que passou através dos
seus sentidos, ou seja, de fora para dentro. Diferente dos grandes mestres iluminados que
conseguiram transpassar o umbral da mente e se conectar com o mundo espiritual e dali
trazer algo novo, um conhecimento interno, uma luz espiritual que abre os olhos da
consciência para transformação intima e crescimento espiritual.

Esta apostila esta composta de ensinamentos extraídos de diversos livros gnósticos e


também de compilação de conferências do Mestre Samael, narrando suas experiências nos
mundos sutis por meio da meditação profunda.

Compreensão no que se esta fazendo, vontade, continuidade de propósitos e infinita


paciência são fatores indispensáveis para o triunfo espiritual. Que o anelo de transformação
intima e superação espiritual reinem sempre em vossos corações e se fortaleçam ainda mais
com a prática da meditação.

“A meditação é o pão diário do sábio”.

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2. MEDITAÇÃO
A meditação é um método para se chegar à sabedoria, por isso que se diz que “a
meditação é o pão diário do sábio”.
Através da prática da meditação, seguindo seus passos com paciência e perseverança,
conseguimos nos colocar em estados superiores de consciência que podem ser traduzidos
fundamentalmente em serenidade, paz, tranquilidade. Conforme nos mantemos nesse
estado superior vamos ganhando maior domínio sobre nós mesmos e maior compreensão
sobre a vida orgânica e espiritual que existe dentro e fora de nós.
A meditação é também um estado de não-mente ou não pensar. Dentro dos estudos
gnósticos evidenciamos que a mente é um instrumento do conhecimento, porém que hoje se
encontra em total descontrole e desequilíbrio, devido aos múltiplos agregados psicológicos
(ego) que o ser humano possui. A mente no seu estado natural é feminina, isto é, passiva,
receptiva, mas devido ao abuso intelectual, mental, nossa mente é reativa, busca resposta
para tudo e queremos resolver todos os nossos problemas através da mente.
A meditação nos permite compreender e evidenciar que existe algo acima da mente
que se chama essência, ou consciência, uma fração do TODO, ou de Deus dentro de cada
ser humano, uma espécie de luz interior, aquilo que realmente somos. Colocando-nos em
contato com nossa essência divina através do silencio da mente e da concentração profunda
voltada para nosso universo interior, se produz o autoconhecimento e o verdadeiro
crescimento e fortalecimento espiritual.

3. AS TRÊS MENTES
As três mentes são: Mente sensual ou mente inferior, mente intermediaria e mente
interior ou mente superior.

MENTE INTERIOR

MENTE INTERMEDIARIA

MENTE SENSUAL

A mente sensual é a mente que trabalha através dos cinco sentidos, elabora
conceitos a partir das impressões que chegam através dos cinco sentidos.

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Esse tipo de mente não conhece o real, nos serve apenas para nos mover na matéria,
para fazer cálculos e pagar contas. Ela trabalha com as informações que chegam de
fora, do mundo exterior, da matéria. O intelecto é útil dentro das questões materiais:
para viajar de um ponto a outro da cidade, para tomar decisões comuns e correntes
da vida. O absurdo é querer conhecer o real com o intelecto, muitos fracassam no
caminho espiritual devido ao fato de se contentarem com o conhecimento intelectual
querem comprovar as coisas espirituais pela matéria.
Dom Emmanuel Kant ensina o seguinte: O intelecto por si mesmo é racional e
subjetivo. Sempre que ouvir falar de temas como reencarnação, Karma, etc., exigirá
provas, demonstrações. As verdades que só podem ser percebidas pela mente
interior, jamais poderiam ser demonstradas à mente sensual. Exigir provas no mundo
sensorial externo equivale a exigir de um bacteriólogo que estude os micróbios com
um telescópio ou exigir a um astrônomo que estude os astros com um microscópio.
Exigem provas que não podem ser dadas à razão subjetiva porque esta não tem nada
a ver com aquilo que pertence ao mundo dos cinco sentidos. Temas como
reencarnação, do Karma, da vida depois da morte, etc., são de fato exclusividade da
mente interior e nunca da mente sensual.
A mente intermediaria é a mente das crenças se limita a crer; aceitar ou rechaçar
qualquer teoria religiosa ou meta física que nunca comprovou por si mesma. Trabalha
com informações espiritualistas de religiões, pessoas ou mestres, mas que nunca se
propôs a praticar para comprovar aquilo que crê e se limita a ficar repetindo aquela
informação como verdade ou repelindo como algo falso de acordo com sua formação
cultural e intelectual. Contentam-se em crer e nunca realizam a transformação intima
total. Perdem seu tempo miseravelmente e fracassam.
A mente interior trabalha com os dados da consciência, da essência, formula seus
conceitos através da vivência dos fenômenos supra sensíveis. Quando a mente se
encontra em estado passivo e receptivo, absolutamente quieta e em silêncio, se
liberta o Budhata ou a Essência da mente, então se abre a mente interior e
experimentamos o real das coisas. É uma espécie de conhecimento obtido pela
conexão com sua própria essência divina que é o seu real Ser interior.

4. PREPARAÇÃO PARA A MEDITAÇÃO: AMBIENTE, CORPO E


ESTADO DE CONSCIÊNCIA.
A meditação poder ser realizada em na natureza ou em casa, sozinho ou em grupo.
É muito importante que o local onde vamos meditar seja limpo e arejado, “O exterior é
reflexo do interior”, antes de iniciar a prática revise todo o ambiente para excluir toda classe
de preocupação e para não precisar interromper a meditação por fatores externos.
Para auxiliar no relaxamento e para manter uma uniformidade sonora podemos utilizar
musicas harmoniosas como sons da natureza e musicas eruditas de compositores como:
Bach, Vivaldi, Beethoven, Mozart, Lizt, etc. Também podemos praticar meditação sem
musica alguma, no silêncio, é muito importante enfatizar que devemos buscar silêncio dentro
de nós mesmos e fechar as portas dos sentidos não se identificando com nenhum som
externo. É muito difícil encontrar um local onde haja o silêncio total, o comum é que sempre

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haja algum ruído no ambiente, seja um carro passando na rua, uma porta se abrindo, etc.
Isso não deve se converter em empecilho para a meditação.
Os perfumes na dose correta são sempre bem vindos na prática de meditação.
Sabido é que a música clássica, os perfumes naturais, as defumações emanam
vibrações que se transformam em nós em fontes de inspiração e em notas superiores.
Como vocês sabem, os perfumes e a música clássica têm muito a ver com nosso
estado anímico; está claro que é necessário aprender a produzir desde nosso interior,
estados de inspiração para que através destes possamos aproveitar a magia da Natureza.
As pessoas que são amantes da meditação, da contemplação e da oração devem
utilizar perfumes muito suaves, como as essências de Rosas, Azahar, Murta, Jasmim,
Lilás, Sândalo, Heliotrópio, etc., e as defumações de Incenso, Benjoim e Noz-
moscada.
Existem alguns detalhes com nosso corpo físico que nos ajuda a alcançarmos estados
superiores na meditação ou termos maior proveito na prática.
- corpo limpo e perfumado;
- não se deve meditar com estomago cheio;
- para meditar é necessário produzir um estado de sonolência ou lassidão, através de
um bom relaxamento;
- nenhuma parte de nosso corpo deve estar tensionada.
Além de revisar nossa postura antes de iniciar a meditação é necessário revisar o
nosso estado de animo, é importante estar descansado e estar disposto realizar a prática até
o tempo que foi estipulado. Quanto mais se realiza meditação, mais teremos facilidade de
relaxamento e concentração e assim atingindo estados cada vez mais profundos.

5. OS CINCO PASSOS FUNDAMENTAIS DA MEDITAÇÃO


1 Asana – postura do corpo.
2 Pratyara – Mente em Branco
3 Dharana – concentração
4 Dyana – meditação profunda.
5 Samadhi – êxtase.

Asana – postura do corpo


- Finalidade: Relaxamento total
- Imobilidade do Corpo;
- Produzir uma leve Sonolência;
Existem varias posições que podem ser adotadas na meditação, o mais importante é o
corpo estar totalmente relaxado, que não transmita nenhum movimento, a coluna deve ficar
ereta e ao mesmo tempo relaxada e consiga ficar na mesma posição durante toda a prática.

Que as finalidades da Asana (postura) são, entre outras:

- Relaxamento total: dos nervos, articulações, músculos, mente, etc.


- Imobilidade do corpo: qualquer movimento do corpo é um obstáculo para o
relaxamento e, portanto, para a meditação. Eliminar a Ursa Menor, inconvenientes, tosse,
obstáculos, incômodos dos mosquitos, saliva, etc..
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- Sono: para lograr o desdobramento da Essência. O Êxtase, no trabalho de auto-
conhecimento, permite um estudo melhor do subconsciente e de todos os 49 níveis da
mente. Sem o sono, o devoto danifica o cérebro, arruína a mente e os poderes ocultos. O
sono deve ser controlado, voluntário, e não um sono sem controle, absurdo... sono e
meditação combinados inteligentemente. Devemos montar no sono e não deixar que o sono
monte em nós.

As posturas mais recomendáveis são:

- A do homem morto.
- A posição da Estrela Flamígera.
- Sentado ao estilo ocidental ou
- Padmasana, que é sentado ao estilo oriental, com as pernas cruzadas.
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RESPIRAÇÃO
A respiração é um aspecto presente no processo de Regeneração humana. É o
exercício com o qual conseguimos obter o prana.
É uma das mais importantes funções do corpo e quando sabemos utilizá-la
corretamente, obtemos um organismo mais saudável.
Está intimamente ligada com a prática da meditação.
Fazer muitas respirações para buscar a vida, para estar com ela e ela conosco.
A ciência da meditação combinada com a respiração produz efeitos extraordinários.
O valor da prática da respiração como um ponto indispensável para a obtenção das
seguintes vantagens na prática da meditação:
- Oxigena o sangue e o cérebro, melhorando o funcionalismo do sistema nervoso.
- Ajuda a relaxar mais rápido as diferentes partes do corpo.
- A respiração completa relaxa o plexo solar e a boca do estômago, massageando-os e
mobilizando o diafragma. Isso é importante porque é nessa região que se acumula a
força nervosa e se o plexo solar é massageado, se logra relaxar o sistema nervoso.
- Silêncio mental. Quanto a isso o V. M. Samael aconselha a respiração com o mantra
HAM-SAH como uma prática muito eficaz.
- Harmoniza os batimentos cardíacos, melhorando a concentração no coração; por sua
vez beneficia a oração e a comunicação com o Íntimo.
- Elimina os estados depressivos e restaura o ânimo do estudante através do Prana.

A respiração correta se faz inalando o ar pelo nariz, que filtrará e aquecerá o ar inalado,
além de retirar do ar o prana, o oxigênio, etc., necessários para a manutenção da vida em
nosso organismo.
A prática da respiração pode ser feita no momento da prática, estando já sentado ou
deitado, ou então combinada com certos movimentos físicos, que propiciam ao estudante
um melhor aproveitamento das capacidades do aparelho respiratório.

Pratyara – Mente em Branco.


- Deixar de preocupar-se com os problemas;
- Utilização de Mantras para ajudar a produzir a quietude e harmonia interior;
- Utilização de Koans (perguntas sem resposta aparente);

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- Mantras: OM, S..., WU
- Gate...Gate... Paragate... Parashamgate...Bodhi...Swaha

Os mantras e os koans produzem em nosso universo interior energias cristicas de


altíssima voltagem espiritual que nos auxiliam no processo de silenciar a mente.
O exercício de Koan (ou Hua Tou) é algo que nós, os Gnósticos, devemos estudar
profundamente.
É outra prática relacionada com a Disciplina Esotérica da Mente.
Koan é a pronúncia japonesa da frase chinesa Kung-na, cujo sentido original é:
“Documento de um acordo oficial sobre o escritório”.
O Koan, segundo o Budismo Zen, é um diálogo místico entre Mestre e discípulo.
O exercício esotérico Koan significa em regra geral: “Buscar solução a um problema
Zen”.
É inquestionável que a mente jamais poderá resolver um problema Zen, pois este
apresenta os Valores do Coração.
É ostensível que o entendimento nunca poderá compreender o profundo significado
de um Koan; então a mente, vencida, fica quieta e em silêncio.
Os Koans são necessários para:
- Misturar dentro do nosso universo interior as forças mágicas dos mantras ou koans.
- Despertar a consciência.
- Acumular intimamente átomos crísticos de altíssima voltagem.
- Descontrolar a mente (apaziguamento mental), para que o intelecto assuma um
estado receptivo, íntegro, unitotal, pleno, tranqüilo e profundo.
Que quando a mente está quieta, quando a mente está em silêncio, advém o novo.
Nestes instantes, a Essência, o Buddhata, escapa do intelecto e em ausência do eu
experimenta ISSO que não é do tempo.
Que devemos praticar o koan na nossa vida diária, para não deixar a mente
divagando.
Depois de relaxar o corpo, adormecer concentrado em um koan, meditar nele.
Exemplos de koans para meditação:
- “Quem recita o nome do Buddha?...”
- “OMNIS HAUM ÍNTIMO...”
- “Não é a mente, não é o Buddha, não é nada...”
- “Onde eu estava antes do nascimento; onde estarei depois da morte?...”
- “Se tudo se resume à unidade, a que se resume a unidade?...”
- “Qual é meu rosto original?...”
- “Volte a cara para o sul e contemple a Ursa Menor...”
- “Quem trouxe este cadáver em teu nome?...”
- “Quando dormes sem sono, onde está o Mestre?...”
- “Quem é o Mestre deste despertar, onde descansa seu corpo e aonde conduz sua
vida?...”
- “Quando e onde podemos considerar que terminou nosso trabalho zen?...”

Dharana – concentração
A concentração consiste em fixar a atenção em uma só coisa
Exemplo: concentrar no coração, no entrecenho, na respiração, em uma paisagem, etc.
Temos que aprender a nos concentrarmos, para aprender a orar e a meditar.

Os benefícios da concentração:

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- Relaxa-nos por completo, requerendo para isso a atenção necessária.
- Permite manter os objetivos fixados, não deixando que se diluam.
- Reúne as energias, afastando os pensamentos secundários, que prejudicam a
prática.
- Proporciona o silêncio e a paz, que é o delicioso perfume do coração tranqüilo.
Quando pensamos voluntariamente no que fazemos, estamos realizando um exercício
de concentração.
Sem a concentração não se consegue cessar o batalhar das antíteses, o que vai
prejudicar o silêncio mental e, portanto, a Meditação.
“Bebei o vinho da meditação na taça deliciosa da concentração”

Dyana - meditação profunda.


- Silêncio interior, serenidade;
- Além do corpo, dos afetos e da mente;
- Integração com nossa essência divina
Um mestre auto realizado disse: “Somente quando o projetor, ou seja, o Eu, está
ausente por completo, então sobrevém o silêncio que não é produto da mente. Este silêncio
é inesgotável, não é do tempo, é o incomensurável, somente então chega aquilo que É”.
Toda esta técnica se resume em dois princípios:
- Profunda reflexão e
- Tremenda serenidade.
Esta técnica da meditação com seu não-pensamento, põe a trabalhar a parte mais
central da mente, a que produz o extase. A parte mais central da mente é isso que se chama
o Budhata, a essência ou a consciência.

Samadhi – êxtase, satori.


“O êxtase não é um estado nebuloso, senão um estado de assombro transcendental,
associado a uma perfeita claridade mental.”
“Isso que a Essência experimenta aterroriza espantosamente ao Ego. Ser tudo e não
ser alguém resulta espantoso para quem retrocede na “Aniquilação Búddhica”.
“Quando um místico alcança o êxtase, sente ao retornar ao corpo físico a necessidade
urgente de criar os corpos existenciais superior do Ser e o indescritível desejo de dissolver o
Eu.”
“É necessário também esclarecer que depois do êxtase, apesar de receber um
tremendo potencial de energia, não por isso fica dissolvido o Eu, como acreditam
equivocadamente muitos estudantes de ocultismo.”
Ler A experiência do vazio Iluminador capitulo 12 desta apostila

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6. CAPÍTULO IV: A ESSÊNCIA
(livro: Tratado de psicologia revolucionaria)
O que faz bela e adorável a toda criança recém-nascida é sua Essência; esta constitui
em si mesma sua verdadeira realidade...
O crescimento normal da Essência em toda criatura, certamente é muito residual,
incipiente...
O corpo humano cresce e se desenvolve de acordo com as leis biológicas da espécie,
no entanto tais possibilidades resultam por si mesmas muito limitadas para a Essência...
Inquestionavelmente a Essência só pode crescer por si mesma, sem ajuda, em
pequeníssimo grau...
Falando francamente e sem rodeios diremos que o crescimento espontâneo e natural
da Essência, só é possível durante os primeiros três, quatro ou cinco anos de idade, quer
dizer, na primeira etapa da vida...
As pessoas pensam que o crescimento e desenvolvimento da Essência se realizam
sempre de forma contínua, de acordo com a mecânica da evolução, mas o Gnosticismo
Universal ensina claramente que isto não ocorre assim...
Com a finalidade de que a Essência cresça mais, algo muito especial deve suceder,
algo novo tem que realizar.
Quero me referir de forma enfática ao trabalho sobre si mesmo. O desenvolvimento da
Essência unicamente é possível à base de trabalhos conscientes e padecimentos
voluntários...
É necessário compreender que estes trabalhos não se referem a questões de
profissão, bancos, carpintaria, alvenaria, organização de linhas férreas ou assuntos de
escritório...
Este trabalho é para toda pessoa que tenha desenvolvido a personalidade; trata-se de
algo Psicológico...
Todos nós sabemos que temos dentro de nós mesmos isso que se chama EGO, EU,
MIM MESMO, SI MESMO...
Desgraçadamente a Essência encontra-se engarrafada, enfrascada, entre o EGO e isto
é lamentável.
Dissolver o EU Psicológico, desintegrar seus elementos indesejáveis, é urgente,
inadiável, impostergável... assim é o sentido do trabalho sobre si mesmo.
Nunca poderíamos libertar a Essência sem desintegrar previamente o EU Psicológico...
Na Essência está a Religião, o BUDA, a Sabedoria, as partículas de dor de nosso Pai
que está nos Céus e todos os dados que necessitamos para a AUTORREALIZAÇÃO
ÍNTIMA DO SER.
Ninguém poderia aniquilar o EU Psicológico sem eliminar previamente os elementos
inumanos que levamos dentro de nós...
Necessitamos reduzir a cinzas a crueldade monstruosa destes tempos: a inveja que
desgraçadamente veio a converter-se na mola secreta da ação; a cobiça insuportável que
tornou a vida tão amarga; a asquerosa maledicência; a calúnia que tantas tragédias origina;
as bebedeiras; a imunda luxúria que cheira tão mal; etc., etc., etc.
À medida que todas essas abominações vão se reduzindo a poeira cósmica, a
Essência além de emancipar-se, crescerá e se desenvolverá harmoniosamente...
Inquestionavelmente quando o EU Psicológico morre, resplandece em nós a
Essência...
A Essência livre nos confere beleza íntima; de tal beleza emanam a felicidade perfeita
e o verdadeiro Amor...
A Essência possui múltiplos sentidos de perfeição e extraordinários poderes naturais...

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Quando “Morremos em Nós Mesmos”, quando dissolvemos o EU Psicológico, gozamos
dos preciosos sentidos e poderes da Essência...

7. CAPÍTULO X: OS DIFERENTES EUS


(livro: Tratado de psicologia revolucionaria)
O Mamífero Racional equivocadamente chamado homem realmente não possui uma
individualidade definida.
Inquestionavelmente esta falta de unidade Psicológica no Humanoide é a causa de
tantas dificuldades e amarguras.
O corpo físico é uma unidade completa e trabalha como um todo orgânico, a menos
que esteja enfermo. Entretanto, a vida interior do Humanoide de modo algum é uma unidade
psicológica.
O mais grave de tudo isto, a despeito do que digam as diversas escolas do tipo
Pseudo-esotérica e Pseudo-ocultista, é a ausência de organização Psicológica no fundo
íntimo de cada sujeito.
Certamente, em tais condições, não existe trabalho harmonioso como um todo na vida
interior das pessoas.
O Humanoide, a respeito de seu estado interior, é uma multiplicidade psicológica, uma
soma de “Eus”.
Os ignorantes ilustrados desta época tenebrosa rendem culto ao “EU”, o endeusam, o
põem nos altares, o chamam “ALTER EGO”, “EU SUPERIOR”, “EU DIVINO”, etc., etc., etc.
Não querem dar-se conta os “Sabichões” desta idade negra em que vivemos, que “Eu
Superior” ou “Eu Inferior” são duas seções do mesmo Ego pluralizado...
O Humanoide não tem certamente um “EU Permanente”, senão uma multidão de
diferentes “Eus” infra-humanos e absurdos.
O pobre animal intelectual equivocadamente chamado homem, é semelhante a uma
casa em desordem onde, em vez de um amo, existem muitos criados que querem sempre
mandar e fazer o que têm vontade...
O maior erro do Pseudoesoterismo e Pseudo-ocultismo barato, é supor que os outros
possuem ou que se tem um “EU Permanente e Imutável” sem princípio e sem fim...
Se esses que assim pensam despertassem a consciência, ainda que fosse por um
instante, poderiam evidenciar claramente por si mesmos que o Humanoide racional nunca é
o mesmo por muito tempo...
O mamífero intelectual, do ponto de vista psicológico, está mudando continuamente...
Pensar que se uma pessoa se chama Luís é sempre Luís resulta algo assim como uma
brincadeira de muito mau gosto...
Esse sujeito a quem se chama Luís tem em si mesmo outros “Eus”, outros egos, que
se expressam através de sua personalidade em diferentes momentos e, ainda que Luís não
goste da cobiça, outro “Eu” nele –chamemos- lhe Pepe– gosta da cobiça e assim
sucessivamente...
Nenhuma pessoa é a mesma de forma contínua, realmente não se necessita ser muito
sábio para dar-se conta cabal das inumeráveis mudanças e contradições de cada sujeito...

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Supor que alguém possui um “Eu Permanente ou Imutável” equivale logo a um abuso
para com o próximo e para consigo mesmo...
Dentro de cada pessoa vivem muitas outras, muitos “Eus”, isto o pode verificar por si
mesmo, e de forma direta, qualquer pessoa desperta, consciente...

8. CAPÍTULO XI: O QUERIDO EGO


(livro: Tratado de psicologia revolucionaria)
Como superior e inferior são duas seções de uma mesma coisa, não está demais
assegurar o seguinte corolário:
“EU SUPERIOR, EU INFERIOR são dois aspectos do mesmo EGO tenebroso e
pluralizado”.
O denominado “EU DIVINO” ou “EU SUPERIOR”, “ALTER EGO” ou algo do estilo, é
certamente uma artimanha do “MIM MESMO”, uma forma de AUTOENGANO.
Quando o EU quer continuar aqui e no mais além, se Autoengana com o falso conceito
de um EU Divino Imortal...
Nenhum de nós tem um “Eu” verdadeiro, permanente, imutável, eterno, inefável, etc.,
etc., etc.
Nenhum de nós tem em verdade uma verdadeira e autêntica Unidade de Ser;
desafortunadamente nem sequer possuímos uma legítima individualidade.
O Ego, ainda que continue muito além do sepulcro, tem, no entanto, um princípio e um
fim.
O Ego, o EU, nunca é algo individual, unitário, unitotal. Obviamente o EU são “EUS”.
No Tibete Oriental aos “EUS” denominam-se “AGREGADOS PSÍQUICOS” ou
simplesmente “Valores”, sejam estes últimos positivos ou negativos.
Se pensamos em cada “Eu” como uma pessoa diferente, podemos asseverar de forma
enfática o seguinte:
“Dentro de cada pessoa que vive no mundo, existem muitas pessoas”.
Inquestionavelmente dentro de cada um de nós vivem muitíssimas pessoas diferentes,
algumas melhores, outras piores...
Cada um destes Eus, cada uma destas pessoas luta pela supremacia, quer ser
exclusiva, controla o cérebro intelectual ou os centros emocional e motor cada vez que pode,
até que outro o desloque...
A Doutrina dos muitos Eus foi ensinada no Tibete Oriental pelos verdadeiros
Clarividentes, pelos autênticos Iluminados...
Cada um de nossos defeitos psicológicos está personificado em tal ou qual Eu. Como
temos milhares e até milhões de defeitos, ostensivelmente vive muita gente em nosso
interior.
Em questões psicológicas pudemos evidenciar claramente que os sujeitos paranoicos,
ególatras e mitômanos por nada na vida abandonariam o culto ao querido Ego.
Inquestionavelmente tais pessoas odeiam mortalmente a doutrina dos muitos “Eus”.
Quando alguém de verdade quer conhecer a si mesmo, deve auto-observar-se e tratar
de conhecer os diferentes “Eus” que estão dentro da personalidade.

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Se algum de nossos leitores não compreende ainda esta doutrina dos muitos “Eus”, se
deve exclusivamente à falta de prática em matéria de Auto-observação.
A medida que alguém pratica a Auto-observação Interior, vai descobrindo por si mesmo
muitas pessoas, muitos “eus”, que vivem dentro de nossa própria personalidade.
Aqueles que negam a doutrina dos muitos Eus, aqueles que adoram um EU Divino,
indubitavelmente jamais se auto-observaram seriamente. Falando desta vez em estilo
Socrático, diremos que essas pessoas não só ignoram, senão, ademais, ignoram que
ignoram.
Certamente jamais poderíamos conhecer a nós mesmos, sem a auto-observação séria
e profunda.
Enquanto um sujeito qualquer seguir considerando-se como Um, é claro que qualquer
mudança interior será algo mais que impossível.

9. CAPÍTULO XXI: OBSERVAÇÃO DE SI MESMO


(livro: Tratado de psicologia revolucionaria)
A Auto-Observação íntima de si mesmo é um meio prático para lograr uma
transformação radical.
Conhecer e observar são diferentes. Muitos confundem a observação de si com o
conhecer. Conhece-se que estamos sentados em uma cadeira em uma sala, mas isto não
significa que estamos observando a cadeira.
Conhecemos que em um dado instante nos encontramos em um estado negativo,
talvez com algum problema ou preocupados com este ou aquele assunto ou em estado de
desassossego ou incerteza, etc., porém isto não significa que o estamos observando.
Sente você antipatia por alguém? Lhe cai mal certa pessoa? Por quê? Você dirá que
conhece essa pessoa... Por favor! Observe-a, conhecer nunca é observar; não confunda o
conhecer com o observar...
A observação de si mesmo, que é cem por cento ativa, é um meio de mudança de si,
enquanto o conhecer, que é passivo, não o é.
Certamente, conhecer não é um ato de atenção. A atenção dirigida para dentro de nós
mesmos, para o que está sucedendo em nosso interior sim é algo positivo, ativo...
No caso de uma pessoa a quem se tem antipatia, assim, porque sim, porque nos vem à
vontade e muitas vezes sem motivo algum, alguém percebe a multidão de pensamentos que
se acumulam na mente, o grupo de vozes que falam e gritam desordenadamente dentro da
própria pessoa, o que estão dizendo, as emoções desagradáveis que surgem em nosso
interior, o sabor desagradável que tudo isto deixa em nossa psique, etc., etc., etc.
Obviamente em tal estado nos damos conta também de que interiormente estamos
tratando muito mal a pessoa a quem temos antipatia.
Mas, para ver tudo isto, se necessita inquestionavelmente de uma atenção dirigida
intencionalmente para dentro de si mesmo; não de uma atenção passiva.
A atenção dinâmica provém realmente do lado observador, enquanto os pensamentos
e as emoções pertencem ao lado observado.
Tudo isto nos faz compreender que o conhecer é algo completamente passivo e
mecânico, em contraste evidente com a observação de si que é um ato consciente.

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Não queremos dizer com isto que não existia a observação mecânica de si, mas tal tipo
de observação nada tem a ver com a auto-observação psicológica a que estamos nos
referindo.
Pensar e observar resultam também muito diferentes. Qualquer sujeito pode dar-se ao
luxo de pensar sobre si mesmo tudo o que quiser, porém isto não quer dizer que se esteja
observando realmente.
Necessitamos ver os distintos “Eus” em ação, descobri-los em nossa psique,
compreender que dentro de cada um deles existe uma porcentagem de nossa própria
consciência, arrepender-nos de havê-los criado, etc.
Então exclamaremos: “Mas o que está fazendo este Eu?”, “O que está dizendo?”, “O
que é que quer?”, “Por que me atormenta com sua luxúria?”, “Com sua ira?”, etc., etc., etc.
Então veremos dentro de nós mesmos, todo esse trem de pensamentos, emoções,
desejos, paixões, comédias privadas, dramas pessoais, elaboradas mentiras, discursos,
desculpas, morosidades, leitos de prazer, quadros de lascívia, etc., etc., etc.
Muitas vezes antes de dormirmos, no preciso instante de transição entre vigília e sono,
sentimos dentro de nossa própria mente distintas vozes que falam entre si, são os distintos
Eus, que devem romper em tais momentos toda conexão com os distintos centros de nossa
máquina orgânica a fim de submergir-se logo no mundo molecular, na “Quinta Dimensão”.

10. CAPÍTULO XV: DIVISÃO DA ATENÇÃO


(livro: O colar do budha)
Aqueles que tenham estudado nossos ensinamentos GNÓSTICOS, aqueles que hajam
estudado esta MENSAGEM DE NATAL, se de verdade chegam a interessar-se pela SENDA
DO FIO DA NAVALHA e pela AUTORREALIZAÇÃO ÍNTIMA DO SER, sentirão o anelo de
ver, ouvir, cheirar, tocar e apalpar as GRANDES REALIDADES dos MUNDO SUPERIORES.
Todo ser humano pode chegar à EXPERIÊNCIA DA REALIDADE. Todo ser humano
tem direito às grandes vivências do espírito, a conhecer os REINOS e Nações das regiões
moleculares e eletrônicas.
Todo aspirante tem direito a estudar aos pés do Mestre, a entrar pelas portas
esplêndidas dos TEMPLOS de MISTÉRIOS MAIORES, a conversar com os brilhantes filhos
da aurora do MAHA-MANVANTARA da criação face a face contudo, tem-se que começar
por despertar a CONSCIÊNCIA.
É impossível estar despertos nos MUNDOS SUPERIORES se aqui neste mundo
celular, físico, material, o aspirante está dormido. Quem quiser despertar a CONSCIÊNCIA
nos MUNDOS INTERNOS, deve DESPERTAR aqui e agora, neste mundo denso.
Se o aspirante não despertou CONSCIÊNCIA aqui neste mundo físico, muito menos
nos MUNDOS SUPERIORES.
Quem DESPERTA CONSCIÊNCIA aqui e agora, desperta em todas partes. Quem
desperta CONSCIÊNCIA aqui neste mundo físico, de fato e por direito próprio, fica
DESPERTO nos MUNDOS SUPERIORES.
O primeiro que se necessita para DESPERTAR CONSCIÊNCIA é SABER que se está
dormido.

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Isso de compreender que se está dormido é algo muito difícil, porque normalmente
todas as gentes estão absolutamente convencidas de que estão despertas. Quando um
homem compreende que está dormido, inicia então o processo do AUTO-DESPERTAR. .
Estamos dizendo algo que ninguém aceita. Se a qualquer homem intelectual se lhe
dissesse que está dormido, Podeis estar seguro de que poderia ofender-se. As gentes estão
plenamente convencidas de que estão despertas.
As gentes trabalham dormidas, sonhando... manejam carros dormidas, sonhando...
casam-se dormidas, vivem dormidas, sonhando... e não obstante, estão totalmente
convencidas de que estão DESPERTAS.
Quem quiser DESPERTAR CONSCIÊNCIA aqui e AGORA, deve começar por
compreender os três fatores SUBCONSCIENTES chamados: IDENTIFICAÇÃO,
FASCINAÇÃO, SONHO.
Todo tipo de IDENTIFICAÇÃO produz FASCINAÇÃO e SONHO. A gente vai andando
por uma rua, de repente se encontra com as turbas que vão protestar por algo ante o palácio
do senhor Presidente. Se a gente não está em estado de ALERTA identifica-se com o
desfile, mescla-se com as multidões, fascina-se e a seguir vem o sonho, grita, lança pedras,
faz coisas que em outras circunstâncias não faria, nem Por um milhão de dólares.
Esquecer-se de si mesmo é um erro de incalculáveis consequências. Identificar-se com
algo, é o cúmulo da estupidez porque o resultado vem a ser a FASCINAÇÃO e o SONHO.
É impossível que alguém possa despertar CONSCIÊNCIA, esquecendo-se de si
mesmo, IDENTIFICANDO- SE com algo.
É impossível que um aspirante Possa despertar CONSCIÊNCIA, se se deixa fascinar,
se cai no sonho.
O BOXEADOR que está trocando golpes com outro BOXEADOR dorme
profundamente, está sonhando, está IDENTIFICADO totalmente com o acontecimento, está
fascinado e se chegasse a DESPERTAR CONSCIÊNCIA, olharia em todas direções e fugiria
imediatamente do RINGUE, totalmente envergonhado consigo mesmo e com o honroso
público.
Vais viajando em qualquer transporte URBANO, dentro da cidade; tens que saltar do
veículo em determinada rua. De repente vem à tua mente a lembrança de um ser. querido,
te identificas com dita recordação, vem a FASCINAÇÃO e logo a seguir vem o sonhar
desperto... De repente dás um grito de exclamação: Onde estou!?
Caramba! ... passei a quadra... tinha que descer em tal esquina, em tal rua... e logo te
dás com de que tua CONSCIÊNCIA havia estado ausente. Saltas do veículo e tens que
regressar a pé até a esquina onde devias ter descido.
Quem quiser DESPERTAR CONSCIÊNCIA deve começar por dividir a ATENÇÃO em
três partes: SUJEITO, OBJETO, LUGAR.
SUJEITO: Intima recordação de SI MESMO de momento em momento. Não se
esquecer de SI MESMO ante nenhuma representação, ante nenhum acontecimento.
OBJETO: Não IDENTIFICAR-SE com COISA ALGUMA, com circunstância alguma,
observar sem se IDENTIFICAR, sem se esquecer de SI MESMO.
LUGAR: Perguntar a si mesmo: Que lugar é este? - Observar o lugar detalhadamente,
perguntar a SI MESMO:
Porque estou neste lugar?

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A DIVISÃO da ATENÇÃO em três partes conduzirá os aspirantes até o DESPERTAR
DA CONSCIÊNCIA.
Querer vivenciar as GRANDES REALIDADES dos MUNDOS SUPERIORES sem haver
DESPERTADO aqui e AGORA, é marchar pelo CAMINHO do ERRO.
O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA origina o desenvolvimento do SENTIDO
ESPACIAL e a experimentação D’ISSO que é o REAL.

11. CAPÍTULO XVI: ÍNTIMA RECORDAÇÃO DE SI MESMO


(livro: O colar do budha)
Ainda quando pareça incrível, quando o estudante se OBSERVA a si mesmo, NÃO se
recorda a si mesmo.
Os aspirantes, fora de toda dúvida, realmente NÃO SE SENTEM A SI MESMOS, NÃO
SÃO CONSCIENTES DE SI MESMOS.
Parece algo inverossímil que quando o aspirante Gnóstico AUTO-OBSERVA sua
maneira de rir, falar, caminhar, etc., se esquece de si mesmo. Isto parece incrível, porém é
certo.
NÃO obstante, é indispensável tratar de RECORDAR-SE A SI MESMO enquanto se
AUTO-OBSERVA. Isto é fundamental para lograr o DESPERTAR da CONSCIÊNCIA.
AUTO-OBSERVAR-SE, AUTO-CONHECER-SE sem se esquecer de SI MESMO, é
terrivelmente difícil, porém espantosamente URGENTE, para lograr o DESPERTAR da
CONSCIÊNCIA.
Isto que estamos dizendo parece uma tontice, as gentes ignoram que estão dormidas,
ignoram que NÃO se RECORDAM A SI MESMAS, mesmo olhando-se em um espelho de
CORPO INTEIRO, nem ainda quando se AUTO-OBSERVAM em detalhe minuciosamente.
Este esquecimento de SI MESMO, isto de não RECORDAR A SI MESMO é realmente
a "causa causorum" de toda a ignorância humana.
Quando um homem qualquer chega a COMPREENDER profundamente que NÃO
PODE RECORDAR-SE a si mesmo, que não é CONSCIENTE de SI MESMO, está muito
próximo do DESPERTAR da CONSCIÊNCIA.
Estamos falando algo que exige REFLEXÃO profunda. Isto que aqui estamos dizendo
é muito IMPORTANTE e não se pode COMPREENDER se for lido MECANICAMENTE.
Nossos leitores devem REFLETIR. A gente NÃO é capaz de sentir seu próprio EGO
enquanto se AUTO- OBSERVA, de fazê-lo passar de um CENTRO a outro, etc.
Observar a Própria maneira de falar, rir, caminhar, etc., sem se esquecer de SI
MESMO, sentindo esse EU dentro, é muito difícil e não obstante BÁSICO, FUNDAMENTAL,
para lograr o DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA.
O GRANDE MESTRE OUSPENSKI, disse: "A PRIMEIRA IMPRESSÃO QUE ME
PRODUZIU O ESFORÇO POR SER CONSCIENTE DE MEU SER, POR SER
CONSCIENTE DE MIM MESMO COMO EU, DE DIZER-ME A MIM MESMO: EU ESTOU
CAMINHANDO, EU ESTOU FAZENDO E TRATAR DE MANTER VIVO ESTE EU, DE
SENTI-LO DENTRO DE MIM, FOI O SEGUINTE:

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"O pensamento ficava como dormido. Quando EU AGARRAVA ao EU, não podia
pensar, nem falar; até diminuía a intensidade das sensações. Ademais, a gente podia
manter-se em semelhante estado só por um tempo muito breve".
Ê necessário DISSOLVER O EU PLURALIZADO, torná-lo cinza, porém temos que
conhecê-lo, estudá-lo nos quarenta e nove departamentos SUBCONSCIENTES
simbolizados entre os GNÓSTICOS pelos quarenta e nove Demônios de JALDABAOTH.
Se um cirurgião vai extirpar um tumor canceroso necessita primeiro conhecê-lo. Se um
homem quer DISSOLVER O EU necessita estudá-lo, fazer-se consciente dele, conhecê-lo
nos QUARENTA E NOVE DEPARTAMENTOS SUBCONSCIENTES.
Durante a ÍNTIMA RECORDAÇÃO DE SI MESMO, nesse tremendo SUPERESFORÇO
por ser CONSCIENTE de seu PRÓPRIO EU, é claro que a ATENÇÃO se divide e aqui
voltamos novamente àquilo da DIVISÃO DA ATENÇÃO. Uma parte da ATENÇÃO se dirige
como é apenas LÓGICO, para o esforço, a outra para o EGO ou EU PLURALIZADO.
A ÍNTIMA RECORDAÇÃO DE SI MESMO é algo mais que se ANALISAR a si mesmo,
é um ESTADO NOVO que só se conhece através da EXPERIÊNCIA DIRETA.
Todo ser humano teve alguma vez esses momentos estados de ÍNTIMA
RECORDAÇÃO DE SI MESMOS.
Talvez em um instante de infinito terror, talvez na infância <ou em alguma viagem
quando exclamamos: que faço eu por aqui? Porque estou eu aqui?
A AUTO-OBSERVAÇÃO de SI MESMO, acompanhada em forma simultânea com a
ÍNTIMA
RECORDAÇÃO DE SEU PRÓPRIO EU, é terrivelmente difícil e não obstante
indispensável para AUTO- RECONHECER-SE de VERDADE.
O EU PLURALIZADO resulta sempre fazendo o contrário durante a meditação; ele
goza fornicando quando tratamos de compreender a LUXÚRIA; ele troveja e relampagueia
em qualquer dos quarenta e nove departamentos subconscientes de JALDABAOTH quando
tratamos de COMPREENDER a IRA; ele COBIÇA não ser COBIÇOSO quando queremos
reduzir a pó a COBIÇA.
ÍNTIMA RECORDAÇÃO de SI MESMO é dar-se conta cabal de todos esses processos
SUBCONSCIENTES do MIM MESMO, o EGO, o EU PLURALIZADO.
AUTO-OBSERVAR nossa forma de pensar, falar rir, caminhar, comer, sentir, etc., sem
esquecer-se de SI MESMO, dos ÍNTIMOS processos do EGO, do que está ocorrendo lá
dentro nos quarenta e nove departamentos SUBCONSCIENTES de JALDABAOTH, resulta
de verdade espantosamente difícil e não obstante FUNDAMENTAL para o DESPERTAR da
CONSCIÊNCIA.
A AUTO-OBSERVAÇÃO, a ÍNTIMA RECORDAÇÃO de SI MESMO, inicia o
desenvolvimento do SENTIDO ESPACIAL que chega à sua PLENA MADUREZ com o
DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA.
Os CHACRAS mencionados pelo Sr. LEADBEATER e muitos outros autores são, com
relação ao SENTIDO ESPACIAL, o que as flores com relação à ÁRVORE DA VIDA.
O FUNDAMENTAL é a ÁRVORE O SENTIDO ESPACIAL é o funcionamento normal da
CONSCIÊNCIA DESPERTA.

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TODO HOMEM DESPERTO DE VERDADE pode ver, ouvir, tocar, cheirar e apalpar,
tudo o que ocorre nos quarenta e nove departamentos SUBCONSCIENTES de
JALDABAOTH.
Todo homem desperto de VERDADE, pode verificar por si mesmo através da
experiência direta, os sonhos das gentes; Pode ver esses sonhos nas pessoas que andam
pelas ruas, nos que trabalham nas fábricas, nos que governam, enfim, em toda criatura.
Todo homem desperto de verdade pode ver, ouvir, cheirar, tocar e apalpar todas as
coisas dos MUNDOS SUPERIORES.
Quem quiser experimentar a REALIDADE de tudo o que sucede nas DIMENSÕES
SUPERIORES do espaço, deve DESPERTAR CONSCIÊNCIA aqui e AGORA.

12. A EXPERIÊNCIA DO VAZIO ILUMINADOR.


(conferência: O Vazio Iluminador)
TÉCNICA DE MEDITAÇÃO
Paz Inverencial! Torna-se urgente que se compreenda a fundo as técnicas da
meditação. Hoje falaremos sobre o Vazio Iluminador.
Ao iniciar este tema, vejo-me obrigado a narrar de forma direta aquilo que sobre este
particular pude verificar experimentalmente. Creio que os que me escutam estão informados
sobre a maravilhosa lei da reencarnação pois, nela, fundamento o relato seguinte:
Quando a segunda sub-raça da nossa atual raça ariana floresceu na antiga China, eu
estive ali reencarnado e me chamei Chou Li. Obviamente, fui membro ativo da Ordem do
Dragão Amarelo. Claro que em tal ordem pude aprender claramente a ciência da meditação.
Ainda mantenho na memória aquele maravilhoso instrumento denominado aya-acaparus, o
qual tinha 49 notas. Bem sabemos o que é a sagrada lei do eterno Heptaparaparshinok, ou
seja, a lei do sete. Indubitavelmente, sete são as notas das escalas musicais e se
multiplicarmos sete por sete obteremos 49 notas colocadas em sete oitavas. Nós, os irmãos,
nos reuníamos na sala da meditação, sentávamos no estilo oriental com as pernas cruzadas
e púnhamos as palmas das mãos de forma que a direita ficava sobre a esquerda.
Sentávamos em círculo no centro da sala, fechávamos os olhos e em seguida
púnhamos toda a atenção na música que certo irmão brindava ao cosmos e a nós.
Quando o artista fazia vibrar a primeira nota, estava em dó; todos se concentravam.
Quando fazia vibrar a nota seguinte em ré, a concentração tornava-se mais profunda.
Lutávamos com os diversos elementos subjetivos que carregávamos no interior,
podíamos recriminá-los e fazê-los ver a necessidade de guardarem silêncio absoluto. Não
será demais, queridos irmãos, lembrá-lo que esses elementos indesejáveis constituem o eu,
o Ego, o mim mesmo, o si mesmo... São, a seu modo, entidades diversas personificando
erros.
Quando vibrava a nota mi, entrávamos na terceira zona do subconsciente e
enfrentávamos toda essa multiplicidade de agregados psíquicos que em desordem fervem
em nosso interior, que impedem a quietude e o silêncio da mente; os recriminávamos e
tratávamos de compreendê-los. Quando o conseguíamos, entrávamos ainda mais fundo
com a nota fá. É óbvio que novas lutas nos esperavam, pois amordaçar a todos esses
demônios do desejo não é tão fácil. Obrigá-los a guardar silêncio e quietude não é coisa
simples, porém com paciência o conseguíamos. Assim, prosseguíamos com cada uma das
notas da escala musical.
Em uma oitava mais elevada, continuávamos com o mesmo esforço e assim, pouco a
pouco, enfrentando os diversos elementos infra-humanos que carregamos em nosso interior,

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conseguíamos por fim amordaçá-los todos nos 49 níveis do subconsciente e a mente ficava
quieta, no mais profundo silêncio. Esse era o momento em que a essência, a Alma, aquilo
que temos de mais puro, escapava para experimentar o real. Assim, entrávamos no Vazio
Iluminador. Assim, o Vazio Iluminador irrompia em nós.
Movendo-nos no Vazio Iluminador, conseguíamos conhecer as leis da natureza em si
mesmas tais quais são e não como aparentemente são. Neste tridimensional mundo de
Euclides, só se conhece causas e efeitos mecânicos, jamais as leis naturais em si mesmas.
Assim, no Vazio Iluminador, elas surgem diante de nós como realmente são. Nesse
estado, podíamos perceber com a essência, com os sentidos superlativos do Ser, as coisas
em si, tais quais são. No mundo dos fenômenos físicos, na realidade, só percebemos a
aparência das coisas: ângulos, superfícies... nunca um corpo inteiro de forma integra. O
pouco que percebemos é fugaz. Ninguém poderia perceber a quantidade de átomos, por
exemplo, que uma mesa ou uma cadeira tem... Porém, no Vazio Iluminador, percebemos as
coisas em si tais quais são... integralmente.
Enquanto nos achávamos submersos no grande Vazio Iluminador, podíamos escutar a
voz do Pai que está em segredo. Fora de dúvida, nos achávamos num estado de arroubo
que se podia denominar de êxtase. A personalidade ficava ali, sentada, em estado passivo,
na sala de meditação. Os centros emocional e motor se integravam ao centro intelectual
formando um todo único e receptivo.
De forma que as ondas de tudo aquilo que vivenciávamos no Vazio Iluminador
circulavam pelo cordão de prata e eram recebidas pelos três centros: emocional, intelectual
e motor.
Quando o Samadhi terminava, voltávamos ao interior do corpo conservando a
lembrança de tudo aquilo que tínhamos visto e ouvido. No entanto, hei de lhes dizer que a
primeira coisa que se tem de abandonar para submergir por longo tempo no Vazio
Iluminador é o medo. O eu do temor precisa ser compreendido... Já sabemos que sua
desintegração faz-se possível quando se suplica à Divina Mãe Kundalini de forma veemente.
Ela eliminará o eu do medo.
Um dia qualquer, não importa qual foi, achando-me no Vazio Iluminador, além da
personalidade, do eu e da individualidade, submerso nisso que se poderia chamar o Não,
Aquilo, senti que era tudo o que foi e será.
Experimentei a unidade da vida livre em seu movimento. Era a flor, o rio que cristalino
corria no seu leito de pedras, cantando delícias na sua linguagem, a ave que se precipitava
nos abismos insondáveis, era o peixe que nadava deliciosamente nas águas, era a Lua, os
mundos... era tudo o que é, foi e será.
Houve temor; os sentimentos do mim mesmo, do eu... Senti que me aniquilava, que
deixava de existir como indivíduo, que era tudo menos um indivíduo, que o mim mesmo
tendia a morrer para sempre.
Obviamente, enchi-me de indizível terror e voltei à forma física. Outros esforços
permitiram-me que o Vazio Iluminador irrompesse novamente e tornei a me sentir
confundido com tudo; como indivíduo, como pessoa, como eu, tinha deixado de existir. Esse
estado de consciência fazia-se cada vez mais profundo; de tal forma que qualquer
possibilidade para existir, para a existência individual, se acabava, tendia a desaparecer
definitivamente. Não pude resistir mais e voltei à forma física. Numa terceira tentativa,

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tampouco pude resistir e votei à forma. Desde então sei que para alguém experimentar o
Vazio Iluminador, para sentir o TAO em si mesmo, terá de eliminar o eu do temor; isso é
indubitável.
Entre os irmãos da Ordem do Dragão Amarelo, o que mais se distinguiu foi meu amigo
Chang. Hoje, ele vive num desses planetas do Cristo onde a natureza não é perecedora e
jamais muda. Há duas naturezas: a perecedora, mutável, etc., e a imperecível, a que jamais
muda, imutável. Nos planetas do Cristo, existe a natureza eterna, imperecível e imutável.
Chang vive num desses mundos onde o Cristo resplandece. Libertou-se há várias idades e
vive ali naquele longínquo planeta com um grupo de irmãos que como ele também se
libertaram.
Assim que, eu gostaria de lhes ensinar os sete segredos da Ordem do Dragão
Amarelo, porém com grande dor percebo que os irmãos de todas as latitudes ainda não
estão preparados para poder recebê-los; isso é lamentável.
Também é certo que hoje não é mais possível se utilizar os 49 sons do aya-acapaus
porque esse instrumento já não existe mais. Muitas involuções desse instrumento
ocorreram; já não possuem mais as sete oitavas.
Involuções dele são todos os instrumentos de corda: violino, guitarra, o próprio piano,
etc. No entanto, é possível chegar-se à experiência do Vazio Iluminador com um sistema
prático e simples que todos os irmãos podem praticar. Vou ditar a técnica agora mesmo.
Prestem atenção: Sentem-se ao estilo oriental com as pernas cruzadas...
Devido a que sois ocidentais, essa posição resultará muito cansativa para vós, então
sentai-vos em uma cômoda cadeira ao estilo ocidental. Colocai a palma da mão esquerda
aberta e a direita sobre a esquerda. Quero dizer, o dorso da palma da mão direita sobre a
palma da mão esquerda. Relaxai o corpo ao máximo possível. A seguir, inalai
profundamente, muito devagar. Ao inalarem, imaginai que a energia criadora sobe pelos
canais espermáticos até o cérebro. Exalai curto e rápido. Ao inalar, pronunciai o mantra
HAM. Ao exalar, pronunciai o mantra SAH. Indubitavelmente, inala-se pelo nariz e exala-se
pela boca. Ao inalar, vocalizai a sílaba sagrada HAM mentalmente, pois estais inalando pelo
nariz. Mas, ao exalarem, articulai a sílaba SAH de forma sonora. O H soa sempre como
exalando. Faz-se a inalação lenta e a exalação curta e rápida.
Obviamente, a energia criadora flui em todas as pessoas de dentro para fora, isto é, de
forma centrífuga. Nós devemos inverter essa ordem com objetivos de superação espiritual.
Nossa energia deve fluir de forma centrípeta, de fora para dentro. Fora de dúvida, se
inalamos devagar, lentamente, a energia criadora fluirá de forma centrípeta de fora para
dentro. Se exalarmos curto e rápido, essa energia far-se-á cada vez mais centrípeta.
Durante a prática, não se deve pensar absolutamente em nada. Os olhos ficam firmemente
fechados e em nossa mente só vibrará o HAM SAH e nada mais. À medida que se pratique,
a inalação vai se tornado mais funda e a exalação muito curta e rápida.
Os grandes mestres da meditação chegam a tornar a respiração pura inalação... A
respiração fica suspensa. Isto é impossível para os cientistas, porém real para os místicos.
Em tal estado, o mestre participa do Nirvikalpa Samadhi ou Maha Samadhi e vem a irrupção
do Vazio Iluminador. Ele precipita-se nesse grande vazio onde ninguém vive e onde
somente se ouve a palavra do Pai que está em segredo.

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Com esta prática, consegue-se a irrupção do Vazio Iluminador sob a condição de não
se pensar absolutamente em nada. Não se admitirá na mente pensamento algum, nenhum
desejo, nenhuma lembrança... A mente tem de ficar completamente quieta por dentro, por
fora e no centro. Aqui, o pensamento, por insignificante que seja, é obstáculo para o
Samadhi, para o êxtase. Esta ciência da meditação combinada com a respiração produz
efeitos extraordinários.
Normalmente, as pessoas padecem disso que se chama poluções noturnas. Homens e
mulheres sofrem tal situação, têm sonhos eróticos, os eus copulam uns com os outros, a
vibração passa pelo cordão de prata até o físico e sobrevém o orgasmo com a perda da
energia criadora. Isso acontece quando a energia sexual flui de dentro para fora de forma
centrífuga. Quando a energia sexual flui de fora para dentro de forma centrípeta, as
poluções noturnas terminam, o que vem em benefício da saúde.
Agora, bem, o Samadhi se propicia durante esta prática de meditação devido a que as
energias criadoras, fluindo de fora para dentro, impregnam a consciência e terminam por
possibilitar seu abandono do Ego e do corpo. A consciência desengarrafada do Ego, na
ausência o Ego, fora do corpo físico, entra no Vazio Iluminador e recebe o TAO. Aquele que
eliminou o eu do medo, do temor, poderá permanecer no Vazio Iluminador sem preocupação
alguma.
Sentirá que seu aspecto individual vai se dissolvendo, sentirá a si mesmo vivendo na
pedra, na rocha, na longínqua estrela ou na ave canora de qualquer mundo planetário; não
terá medo.
Se não tiver medo, por fim gravitará até sua origem, convertendo-se a consciência, a
essência, em uma criatura terrivelmente divina para além do bem e do mal. Poderá pousar
no Sagrado Sol Absoluto e ali, nesse Sol, como estrela microcósmica conhecerá todos os
mistérios do universo. É bom saber que o universo em si mesmo, todo o nosso sistema
solar, existe na inteligência do Sagrado Sol Absoluto como um instante eterno. Todos os
fenômenos da natureza processam-se dentro de um instante eterno na inteligência do
Sagrado Sol Absoluto. Se tiver medo, perder-se-á o êxtase e haverá o retorno à forma
densa.
Queridos irmãos que me escutam, precisam abandonar o temor. Não basta dizer:
deixarei de temer. Há necessidade de se eliminar o eu do temor, sim... E ele é dissolvido
estritamente pelo poder da Divina Mãe Kundalini Shakti.
Primeiro temos de analisá-lo, compreendê-lo e depois invocar a Devi Kundalini, a
nossa Divina Mãe Cósmica particular, pedindo para que Ela desintegre o eu do temor.
Somente assim alguém consegue submergir no Vazio Iluminador de forma absoluta.
Quem o conseguir, gravitará para o Sagrado Sol Absoluto e conhecerá as maravilhas do
universo. Nossos irmãos precisam, pois, praticar esta técnica de meditação tal como a
demos. Não se esquecer que o corpo precisa ficar bem relaxado; isso é indispensável.
HAM SAH é o grande alento, HAM SHA é a nossa Alma, HAM SAH é também um
mantra que transmuta as energias criadoras. A meditação combinada com o tantrismo é
formidável. HAM SAH é a chave. Bem sabemos que a energia criadora serve para o
despertar da consciência.
Combinada com a meditação tira inquestionavelmente a consciência de dentro do
elemento egóico e a submerge no Vazio Iluminador. É óbvio que o Vazio Iluminador está
além do corpo, dos afetos e da mente.
Em uma sala de meditação oriental, um monge perguntou ao Mestre: O que é o Vazio
Iluminador? Dizem os textos que o Mestre deu-lhe um pontapé no estomago e o discípulo
caiu desmaiado. Depois, o discípulo levantou-se e abraçou o Mestre: Obrigada, Mestre,
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experimentei o Vazio Iluminador. Absurdo, declararão muitos, porém não é bem assim. O
que aconteceu é que fenômenos muitos especiais se apresentam para o Vazio Iluminador.
Um pintinho está pronto para sair do ovo. Sua mãe o ajuda ou o auxilia picando também ela,
a casca.
O pintinho segue picando e com sua ajuda sai do ovo.
Assim, quando alguém amadureceu, recebe ajuda da sua Divina Mãe Kundalini, fura o
cascão do Ego e da personalidade e sai para experimentar o Vazio Iluminador.
No entanto, há que se perseverar na meditação, há que saber combinar
inteligentemente a concentração com o sono; sono e concentração misturados produzem
iluminação.
Muitos esoteristas pensam que a meditação não deve de modo algum ser combinada
com o sono do corpo.
Aqueles que pensam assim estão equivocados porque a meditação sem sono arruína o
cérebro. Deve-se sempre utilizar o sono em combinação com a técnica da meditação, porém
um sono controlado, um sono voluntário, não um sono sem controle, um sono absurdo...
Sono e meditação combinados inteligentemente. Devemos montar no sono e não deixar que
o sono monte em nós. Se aprendermos que a montar no sono, teremos triunfado.
Se o sono monta em nós, fracassamos. Portanto, usar o sono; meditação combinada
com sono... Esta técnica leva os praticantes ao Samadhi, à experiência do Vazio Iluminador.
Em que hora? No momento em que sintamos com ânimo para executá-la e especialmente
quando estivemos com sono. Se seguirmos estas indicações, um dia poderão receber o
TAO, poderão experimentar a verdade.
Obviamente, há dois tipos de dialética: a dialética radical do intelecto e a dialética da
consciência. Durante o Satori, trabalha a dialética da consciência e tudo estendemos por
intuição, através de palavras ou figuras simbólicas, na linguagem das parábolas do
evangelho cristão, na linguagem viva da consciência superlativa do Ser. No Ser, a dialética
da consciência se adianta sempre à dialética do raciocínio.
A um monge Zen foi perguntado: Porque o Bodhidharma veio do oeste? Resposta:
Quem está no jardim é o cipreste. Qualquer um diria que isto não tem concordância alguma.
No entanto, tem sim. É uma resposta que se adianta à dialética do raciocínio; sai da
essência. O cipreste, a árvore da vida, está em todas as partes, não interessa oriente nem
ocidente. Este é o sentido da resposta. No Vazio Iluminador se sabe tudo por experiência
direta da verdade.
O estudante terá de se familiarizar com a dialética da consciência. Infelizmente, o
poder formulativo de conceito lógicos, por mais brilhante que seja, por mais útil que seja nos
aspectos da vida prática, resulta em obstáculo para a dialética da consciência. Não quero
com isso descartar o poder formulativos dos conceitos lógicos, pois todos precisam dele no
terreno dos fatos práticos da existência.
Porém, cada faculdade tem inquestionavelmente a sua órbita particular onde é útil, fora
dela resulta sem utilidade e prejudicial. Deixemos o poder formulativo de conceitos dentro de
sua órbita. No Samadhi ou no Pansamadhi da meditação devemos sempre vivenciar, captar,
a dialética da consciência. Isso é questão de experiência que o discípulo irá adquirir à
medida que pratica com a técnica da meditação.
O caminho da meditação implica em muita paciência.
Os impacientes jamais conseguirão triunfar. Impossível vivenciar a experiência do
Vazio Iluminador enquanto exista a impaciência em nós. O eu da impaciência tem de ser
eliminado, depois de ter sido compreendido. Que se entenda isto com clareza! Se assim se
age, se recebe o Tao isso é obvio. A experiência do real jamais poderia chegar a nós
enquanto a consciência continue embutida no Ego. O Ego em si mesmo é o tempo. Toda

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essa multiplicidade de elementos fantasmagórico que constituem o mim mesmo são um
compêndio de tempo. A experiência do Vazio Iluminador é sua antítese; ele é atemporal, ele
está além do tempo e da mente. O tempo é toda essa multiplicidade de eus; o eu é o tempo.
Assim, pois o tempo é subjetivo, incoerente, torpe, pesado e não tem realidade objetiva.
Quando alguém se senta em uma sala de meditação ou simplesmente em sua casa a
fim de meditar, se quiser praticar esta técnica, deverá esquecer o conceito de tempo e viver
dentro de um instante eterno. Aqueles que se dedicam à meditação dependentes de relógio
obviamente não conseguem a experiência do Vazio Iluminador. Se me perguntarem quantos
minutos diários devem ser utilizados na meditação, se meia hora, uma hora ou duas horas,
não haverá respostas.
Se alguém entra em meditação e está dependente do tempo não pode experimentar o
Vazio Iluminador porque este não é o tempo. Seria algo similar a uma ave que tentasse voar
e que estivesse amarrada por uma pata a um pau; não poderia voar... haveria uma trava.
Para experimentar o Vazio Iluminador, temos de nos livrar de qualquer trava. O
importante é certamente experimentar a verdade e a verdade está no Vazio Iluminador.
Quando a Jesus, o Grande Kabir, perguntaram o que é a verdade, o Mestre guardou um
profundo silêncio.
Quando a Guatama Sakiamuni fizeram a mesma pergunta, ele deu as costas e retirou-
se. A verdade não pode ser descrita, não pode ser explicada, cada um tem de experimentá-
la por si próprio através da técnica da meditação.
No Vazio Iluminador experimentamos a verdade. Esse é um elemento que nos
transforma radicalmente. Há que se perseverar, há que se ser tenaz... Pode acontecer que
no princípio não consiga nada, porém à medida que o tempo for passando iremos sentindo
que nós vamos fazendo cada vez mais profundos. Um dia qualquer irromperá em nossa
mente a experiência do Vazio Iluminador.
Inquestionavelmente, o Vazio Iluminador em si mesmo é o santo Okidanok, o ativo
Okidanok, onipresente, onipenetrante, onisciente, que emana de si mesmo, o Sagrado Sol
Absoluto. Feliz de quem consiga precipitar-se no Vazio Iluminador, onde não vive criatura
alguma, porque será precisamente ali onde experimentara o real, a verdade.
Perseverança faz-se indispensável...
Há que se trabalhar a fundo diariamente até se conseguir o triunfo total. A experiência
da verdade através da meditação se resulta prodigiosa. Ao se experimentar a verdade, a
pessoa sente-se com força para perseverar no trabalho sobre si mesmo.
Brilhantes autores falaram sobre o trabalho em si mesmo, sobre o eu, sobre o mim
mesmo. Falaram muito bem ao falarem assim, mas esqueceram-se de uma coisa; a
experiência da verdade. Enquanto alguém não tenha experimentado o real, não se sente
reconfortado e não se sente com a força suficiente para trabalhar sobre si mesmo, sobre seu
próprio eu. Quando alguém de verdade passou por tal experiência mística é diferente, nada
poderá o deter em sua aspiração de libertação. Trabalhará incansavelmente sobre si mesmo
para seguir de verdade uma mudança radical total e definitiva. Agora, meus queridos
amigos, compreenderão porque as salas de meditação são indispensáveis.
Francamente, sinto tristeza ao ver que, apesar de ter escrito tanto sobre a meditação
em diferentes Mensagens de Natal em anos anteriores, ainda não há salas de meditação em
países centro e sul-americanos, quando já deveriam existir. O que aconteceu? Existe
indolência, porquê? Por falta de compreensão. Faz-se necessário entender! O podre animal
intelectual equivocadamente chamado homem precisa de alento, precisa de algo que o
anime na luta, estímulos para o trabalho sobre si mesmo...
Sei que o pobre animal intelectual é débil por natureza e encontra-se em uma situação
completamente desvantajosa.

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O ego é demasiadamente forte e a personalidade terrivelmente débil. Como deixá-lo se
assim apenas consegue caminhar? Ele precisa de algo que o anime no trabalho, precisa de
um apoio íntimo. Isso só se torna possível através da meditação. Não quero dizer que todos
de uma só ceifada irão experimentar o Vazio Iluminador.
Obviamente, se chegará a essa experiência através de diferentes graus.
O devoto entenderá cada vez mais o impulso íntimo do Ser e terá diversas vivências
mais ou menos lúcidas.
Dia chegará em que terá a melhorar das vivências; a experiência: experiência direta da
grande realidade; então receberá o TAO.
Todos aqueles que me escutam devem pesar bem minhas palavras. Reflitam, não
basta simplesmente ouvir. Há que se saber escutar, o que é diferente.
Porém, o que escuta a palavra e não a faz - diz o apóstolo Santiago na Epístola
Universal - se parece ao homem que se olha no espelho e depois dá as costas e se vai. Há
que se viver a palavra dentro de si próprio. Não basta que me escutem. É necessário que se
converta este ensinamento em carne, sangue e vida, se é que se pretende a transformação
radical. Há que se perseverar! Até aqui minhas palavras.
Paz Inverencial!

13. LIVRO: A CIÊNCIA DA MEDITAÇÃO (Autor: V.M Samael Aun Weor)

14. CAPITULO 1: A VERDADE


(Livro: A Ciência Da Meditação)
Enquanto a pessoa não tenha experimentado isso que não é do tempo, isso que é a
Verdade, não terá a energia, o ardor, esse incentivo, essa força continua que se necessita
para trabalhar sobre si mesma.
Nestes tempos modernos, os aspirantes são mornos, não trabalham sobre si mesmos
de forma continua, ardentemente; isto se deve precisamente ao fato concreto de que nunca
experimentam realmente isso que esta mais além do corpo, dos afetos e da mente isso que
é a verdade. Não é possível ter incentivo para o trabalho continuo sobre si mesmo, se não
se experimentou o Real.
Isso que a pessoa sente no mais profundo de seu próprio Ser é o único que pode
experimentar diretamente Aquilo que não é do tempo.
Isso que está deste lado do rio, por aqui, no Vale do Samsara, é o que sofre...
Aquilo que está do outro lado do rio é isso que não é do tempo... Isso é isso e tu não o
conheces.
O Ser do Ser está mais além do eu, no Jardim do Amor, nisso que não é do tempo...
O Ser do Ser está muito longe do corpo, dos afetos e da mente...
Nós, os “irmãos de serviço”, sofremos muito por estes pobres humanóides que vivem
neste vale de amarguras, queremos leva-los ao outro lado do rio...
Somente o corpo de Transformação, o Nirmanakaya, pode nos preparar para essa
experiência continua disso que não é do tempo.
O Corpo de Nirmanakaya se recebe quando renunciamos ao Nirvana por amor a
humanidade; mas há que cria-lo na “Nona esfera”, tu o sabes.
O Corpo de Nirmanakaya somente possuem os Bodhisatwas de Compaixão, esses que
renunciaram à felicidade por amor a humanidade doente.

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Só o Corpo de Nirmanakaya, ou Corpo de Transformação, converte-nos em seres
capazes de experimentar continuamente o real.
Muitos entenderão estas linhas com o intelecto mais não são conscientes destes
ensinamentos porque não os experimentaram diretamente.
Essas pessoas não sabem o que é a Verdade porque não a viram, porque não a
experimentaram, porque não estão conscientes dela.
A verdade é o desconhecido de instante em instante.
A verdade é isso que é sempre novo.
A verdade é o atemporal.
O que alguém sente em seu coração, a dor que um instante dado lhe aflige, tem sua
raiz no tempo.
Ao outro lado do rio está sempre Aquilo que nada tem a ver com o tempo.
A plenitude real, a autêntica felicidade, se encontra do outro lado do rio.
As famílias surgem no tempo, perdem-se no tempo, são sempre subjetivas,
inconscientes e sofrem muito.
Os grupos humanos aparecem e desaparecem no tempo, são mortos que vivem.
Essas sombras do passado são fantasmas que choram e que através do beco do
presente se projetam para o futuro.
Sombras do ontem projetando-se no futuro através do beco do presente.
Entre essas sombras do tempo existem muitos conflitos.
Conflitos subjetivos dos grupos que choram, tu o sabes.
Pobres seres inconscientes que aparecem e desaparecem como fantasmas no tempo.
O que está detrás de nós mesmos, no interior do interior, é o Ser...
Só o Ser do Ser pode experimentar diretamente a verdade.
O mim mesmo está deste lado do rio.
O Ser está do outro lado do rio.
O mim mesmo é o que nada vale, o perecível.
O Ser é o imperecível, isso que é sempre novo.
O mim mesmo é o complicado, inconsciente e doloroso.
O Ser é o simples, feliz e consciente.
O mim mesmo é um nó que há que se desatar.
O Ser é Plenitude Perfeita.
As diversas circunstâncias dolorosas da vida nunca poderiam existir mais além do
tempo.
Sentirmos o que devemos sentir, o que ninguém entende, o que ignora o que sente, o
que não vale a pena sentir, é em realidade estarmos despertos.
Depois do sentimento que alguém considera tão real, existe outro sentimento que este
não entende.
Além da Luz existe a Luz da Luz. Além da inteligência, existe a inteligência da
inteligência, mais além do fogo existe o fogo do fogo.
Só o grau mais alto da “Intuição Prajnaparamita” pode experimentar diretamente isso
que se chama “Sunyata”.
Todo Bodhisatwa possuidor do glorioso Corpo de Nimanakaya experimentou alguma
vez, de forma direta, o Vazio Iluminador, o Sunyata.

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15. CAPITULO 2: A TALIDADE
(Livro: A Ciência Da Meditação)
Muito mais além do “Vazio iluminador” e da maquinaria da relatividade, existe a
Talidade, isto é “A Totalidade”.
“O Vazio Iluminador é o Vestíbulo da Talidade”.
“Quem experimenta o Vazio Iluminador, se não retornar aterrorizado, entra na
Talidade”.
Retrocede o místico aterrorizado diante do “Vazio Iluminador” quando jamais passou
pela Aniquilação Búddhica.
No oceano da luz Incriada, o “Não Ser” é o “Real Ser”.
Se é realmente o que a pessoa acredita que não é.
Ser algo que a pessoa acredita que não é, é Ser realmente.
Se todas as coisas se reduzem à unidade, a que se reduz a unidade?
Inquestionavelmente, a unidade se reduz a todas as coisas!
Dizer isto, de forma enfática, é coisa fácil, compreendê-lo é um pouco mais difícil mas
não impossível.
Senti-lo, experimentá-lo diretamente, vivenciá-lo é quase impossível...
Quem alguma vez passou por tal experiência mística, sabe o que é o “Vazio
Iluminador”.
Somente esses, os poucos, conhecem diretamente isso que está mais além do corpo,
dos afetos e da mente, isso que é a verdade.
Afirmar intelectualmente que somos a árvore, o pássaro que voa, o peixe, o sol, os
sóis, resulta muito fácil.
Nos identificar com a árvore, com o pássaro, com o peixe, com o sol, com os sóis, em
extado de êxtase e logo nos sentir sendo tudo isso, resulta muito simples e ao alcance de
qualquer místico iluminado, é muito simples.
Ser realmente a árvore, o pássaro que voa, o peixe, o sol, os sóis, resulta quase
impossível, é “Sunyata”, a experiência do “Vazio Iluminador”.
Para compreensão de nossos leitores diremos que uma coisa é identificar-se com a
árvore e outra muito distinta é ser a árvore.
No Sunyata, experiência direta do Vazio Iluminador, se é realmente a árvore, o
pássaro, o peixe, o sol, os sóis, o mundo, os mundos, tudo o que é, foi e será.
Quando se tem Ego, a Essência retorna, como a Lâmpada de Aladim, à garrafa, o
interior do Ego.
Assim se perde o Sunyata, a experiência mística do real.
É precisamente no Sunyata quando se experimenta isso que é a Verdade.
A Essência, no Sunyata, se move livremente no seio do “Vazio Iluminador”.
A gota se submerge no oceano Daquilo que ninguém entende.
O que É realmente nunca é entendido por aqueles que vivem no tempo.
Isso que a Essência experimenta aterroriza espantosamente ao Ego. Ser tudo e não
ser alguém resulta espantoso para quem retrocede na “Aniquilação Búddhica”.
A autêntica felicidade do Ser horroriza ao Ego.
No Sunyata, existe um elemento que transforma radicalmente.

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Quem alguma vez experimentou o “Sunyata” trabalhará intensivamente sobre si
mesmo, sem se desanimar jamais.
No “Vazio Iluminador” se sente o que nunca se pode expressar com palavras.
Isso que se sente no Ser causa dor ao Ego.
O Ser e o Ego são incompatíveis, são como a água e o azeite, nunca podem se
misturar.
No Sunyata, a gota se dilui mais e mais no Grande Oceano... Estende-se terrivelmente.
Aonde nos levará?
Uiva o furacão entre as gargantas das montanhas, o mar açoita a praia, estremece-se
a terra em suas intimidades...
Tudo isto não são senão incidentes passageiros, vãs palpitações, ligeiras vibrações
que se perdem n”Isso que está mais além do corpo, dos afetos e da mente.
No Grande Oceano se dilui a Consciência estendendo-se aterradoramente; é rio, é mar
e muito do que tudo isso.
Toda essa profundidade é terrivelmente divina, oceanos sem bordas...
Os deuses são tão somente ondas de luz no oceano profundo Disso que não tem
nome.
A Consciência superlativa do Ser estende-se, amplia-se aterradoramente, e pressente
que ao fim tem que perder-se em algo ainda mais profundo...
Se o Ego não existisse, toda possibilidade de terror seria mais que impossível.
Desgraçadamente, o Ego ainda existe e teme à Aniquilação Búddhica.
É precisamente o “mim mesmo” quem transmite sua pérfida vibração à Consciência
Superlativa do Ser.
Então o místico exclama: “E eu, então...O que será de mim?
Teme o místico, deixar de existir... Horroriza-se...Sabe que tem que perder-se na
Talidade” (a Totalidade).
Assim é como se perde o Satori, o Êxtase, o Shamadí, e se volta ao interior do “mim
mesmo”.
Quão poucos resistem com êxito ao Sunyata Búddhico.
Em realidade, a Talidade está muito mais além do universo, da relatividade.
Inquestionavelmente, a Talidade está muitíssimo mais além do Vazio Iluminador.
A maquinaria universal da Realatividade e seu oposto, o Vazio Iluminador, são tão
somente os opostos Disso que é e, entretanto não é.
A Talidade é a síntese desses opostos, aquilo que existe além de toda possível
existência.
Indubitavelmente, aquilo que existe além de toda possível existência, é realmente isso
que não é, absolutamente, para a mente.
O “Vazio Iluminador” é tão somente o vestíbulo da sabedoria; tu o sabes.
Quem isto escreve experimentou por três vezes consecutivas o “Vazio Iluminador”;
agora parla por isso...

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16. CAPITULO 3: ESSÊNCIA E PERSONALIDADE
(Livro: A Ciência Da Meditação)
A Essência submersa no “Vazio Iluminador” experimenta o que ninguém experimenta.
Submersa a gota no Grande Oceano da Luz, percebe o que as pessoas nunca
percebem.
O que é real para a Essência, não interessa às pessoas.
No “Vazio Iluminador”, a Essência percebe e transmite.
O que a Essência percebe chega à personalidade humana; nesses momentos, os
centros emocional e motor se unem ao centro intelectual.
As experiências místicas da Essência, durante o Êxtase, ao serem recebidas pelo
centro intelectual, informam também aos centros emocional e motor.
Isto se deve à integração dos três centros durante o Êxtase profundo.
Graças a todos estes processos psíquicos, quando o Êxtase conclui e a Essência
retorna ao Interior do corpo, não se perdem as lembranças disso que experimentamos em
ausência do “mim mesmo”.
Em realidade, o que a Essência experimenta em ausência do “mim mesmo” é a
felicidade daquilo que não é e, entretanto é.
Felicidade grande a da plenitude; então nos movemos mais além do tempo nisso que
ninguém entende.
Sentimento puro, porém iluminado por algo que a razão subjetiva ignora.
Sentimento que não é sentimento mas que sim é sentimento.
Sentimento terrivelmente profundo, nisso que ninguém entende.
Sentimento do sentimento, convertido em feitos concretos mas desconhecidos para o
raciocínio meramente subjetivo.
Luz na luz, inteligência muitíssimo além de toda possível inteligência. Questão de
questões que somente os Dharmakayas podem entender.
Ditosos aqueles que possuem o corpo glorioso dos “Dharmakayas”. Esses seres
perfeitos se movem exatamente mais além do bem e do mal.
Ditosas criaturas essas que, vestidas com o corpo Essência do Ser, moram na zona
geométrica existente entre o universo da relatividade e o “Vazio Iluminador”.
Escrito está no “Livro da Vida”, que os “Dharmakayas” da Grande Lei têm que passar
previamente pelo estado da “Sambogakaya”.
Aqueles que se movem em todas as regiões do universo, antes de sua LiberaçãoFinal,
são ditosos com o “Corpo de Desfrute”, o maravilhoso veiculo da “Sambogakaya”.
Indubitavelmente, antes de recebermos a “portaria do universo”, devemos acertar as
contas com a “Tesouraria” um pouco mais além do Aeon 13, tu o sabes.
Os Dharmakayas, com o “Corpo Essência” ou “Corpo Lei”, depois de acertar as contas
na Tesouraria, submergem-se no “Vazio Iluminador e posteriormente ingressam à
“Talidade”.

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17. CAPITULO 4: O RELAXAMENTO
(Livro: A Ciência Da Meditação)
Deite o Asceta Gnóstico em decúbito dorsal (de barriga para cima), com a cabeça para
o oriente.
Pode deitar-se em seu leito ou na perfumada terra ou onde queira.
Delicioso deitar-se para meditar nos floridos campos ou nesse rumor encantador dos
pinheirais ensolarados, onde as aves cantam.
Também pode, o Asceta Gnóstico, deitar-se sobre as rochas das montanhas ou nos
escarpados do tempestuoso mar.
As rochas amigas brindam consolo aos ascetas gnósticos.
Colocar vosso corpo, seja em forma de uma formosa estrela de cinco pontas, seja em
forma de homem morto, escolham a figura...
A Pentalfa resulta profundamente esotérica; ela pode lhes defender dos ataques dos
tenebrosos.
A posição de homem morto é profundamente significativa: ”A morte é a coroa de
todos”, tu o sabes.
Deve-se então parecer um cadáver: os pés tocando-se com os calcanhares e as
pontas dos mesmos separadas em forma de leque.
Ao longo do corpo se estendem os braços de cadáver.
Respirem agora como respiram as crianças recém-nascidas; observem aos pequenos,
ponham atenção em sua forma de respiração, imitem-nos durante a meditação.
Quão belos são os meninos recém-nascidos; sua respiração é certamente a da alma
do mundo.
O aroma das criaturas recém-nascidas é silvestre; tem sabor de bosque, de montanha,
tem um “não se o quê”...
Nas inocentes criaturas só se manifesta a essência pura e inefável.
Agora podemos explicar, por nós mesmos, o motivo fundamental pelo qual os recém-
nascidos são autoconscientes.
Entretanto, as pessoas mais velhas, com muita autossuficiência, supõem que o recém-
nascido é inconsciente.
Observem as crianças recém-nascidas; seus corpinhos no berço relaxados têm um
aspecto inefável.
Imitem às criaturas recém-nascidas, relaxem vosso corpo como as crianças o relaxam.
Que nenhum músculo fique em tensão, as pernas e os braços das criaturas recém-
nascidas parecem seda.
As crianças recém-nascidas dormem deliciosamente em seus berços felizes e sem
problemas de nenhuma espécie.
Imitem as crianças inocentes durante a meditação interior profunda. Reconquistem a
infância na mente e no coração.

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18. CAPITULO 5: RELAXAMENTO DA MENTE
(Livro: A Ciência Da Meditação)
Vivam de instante em instante, de momento em momento, sem o doloroso peso do
passado, sem preocupações pelo futuro.
Relaxem a mente. Esvaziem-se de toda classe de pensamento, desejos, paixões, etc.
Não aceitem, dentro de suas mentes, nenhum pensamento.
Antes que a chama de ouro possa arder com luz serena, o abajur deve estar bem
cuidado, ao abrigo de todo o vento!
Os pensamentos terrestres devem cair mortos às portas do templo!
A mente deve estar quieta por dentro, por fora e no centro.
Assim, em meditação profunda e com a mente relaxada, experimentareis o Real.
Entregai-vos a vosso Deus Interior profundo, esquecei-vos completamente da
mundanalidade.
Durante a meditação, mantenham as pálpebras fechadas.
Que vosso veículo físico se adormeça deliciosamente.
A meditação sem sono destrói o cérebro e danifica a mente.
A meditação profunda devidamente combinada com o sono conduz ao Êxtase, ao
Shamadhi.
Combinem sono com meditação em proporções harmoniosas.
Nunca esqueçam a Lei da Balança.
Necessitais realmente de 50% de sono e de 50% de meditação. Pratiquem a Meditação
quando se sentirem predispostos ao sono normal.
O padeiro que quer preparar pão deverá saber combinar as diversas quantidades de
água e farinha.
Se puser mais água que farinha, não resultará o pão.
Se puser muita farinha e pouca água tampouco resultará o pão.
De forma similar é o processo da meditação.
Se pusermos mais sono que meditação, cairemos na inconsciência.
Se pusermos mais meditação que sono arruinaremos a mente e o cérebro.
Porém, se soubermos combinar harmoniosamente sono e meditação, obteremos isso
que se chama Shamadi, Êxtase.
Quem pretende meditar eliminando radicalmente o sono, parece-se àquele que tenta
pôr o automóvel em marcha fazendo pressão violenta sobre os freios.
Outro exemplo lhes permitirá esclarecer melhor isto tudo: imagine por um momento a
um cavaleiro sobre sua cavalgadura.
Se o cavaleiro quer pôr em marcha ao cavalo, deverá afrouxar as rédeas; mas, se em
vez de fazer isto, devora as rédeas a tempo que fere à besta com as esporas, então haverá
algo absurdo, o pobre animal entrará em desassossego, se colocará sobre suas patas,
relinchará e até atirará o cavaleiro com violência.
Exatamente acontecerá algo similar ao devoto que tenta meditar eliminando o sono.
O relaxamento mental deve ser perfeito.
Qualquer ideia, desejo, pensamento, etc; que em um instante dado atravesse pela
mente produz tensões e isto não é relaxamento.

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O relaxamento perfeito da mente exclui desejos, ideias, pensamentos, lembranças,
paixões, etc.
Esvaziar a mente convertê-la em um poço sem fundo, profundo, é realmente relaxá-la.
A mente superficial é semelhante a um atoleiro no caminho; quando suas águas se
evaporam sob os raios solares, somente fica o lodo e a podridão.
A mente, profunda, relaxada, maravilhosa, é como um lago insondável, onde vivem
inumeráveis peixes e há vida em abundância.
Quando alguém lança uma pedra em um lago aprazível e sereno, produzem-se ondas
rutilantes que vão do centro para a periferia; é a reação da água diante o impacto
proveniente do mundo exterior.
Similarmente, diremos que a mente relaxada é como um lago aprazível e sereno onde
se reflete o panorama do universo.
Os impactos provenientes do mundo exterior ao caírem no lago da mente, originam
ondas que vão do centro à periferia.
Essas ondas agitam a mente dos anacoretas e lhes levam ao fracasso, a mente deve
ser controlada do centro, a fim de que nunca reaja diante dos impactos provenientes do
mundo exterior.
Paz inverencial.

19. O FUNDADOR DAS INSTITUIÇÕES GNÓSTICAS


Venerável mestre Samael Aun Weor

Só um ser realmente desperto seria capaz de desvelar os grandes mistérios sem


equívocos ou más interpretações.
Desde sua infância já possuía algumas de suas faculdades e poderes despertos,
como a clarividência e a capacidade de viajar conscientemente pelo plano astral,
conhecido como o mundo dos sonhos, ou a 5ª dimensão.
Depois de haver passado por diversas escolas esotéricas e espiritualistas com o
real propósito de encontrar o caminho secreto também chamado o caminho iniciatico,
se deparou com um verdadeiro labirinto de teorias, ensinamentos incompletos, ou
apenas frações da verdade.
Dedicou-se ao estudo do conhecimento universal se convertendo em um
verdadeiro erudito nas diversas ramas do saber como: kabala, astrologia, antropologia,
magia, medicina natural, filosofia, psicologia, religião, culturas e civilizações antigas,
etc, etc, etc. Percebeu logo de inicio que a teoria não transforma ninguém intimamente,
se dedicou por diversos anos a prática da meditação e o desenvolvimento dos
poderes da alma (clarividência, telepatia, intuição, etc), depois de muita paciência
combinada com uma super disciplina físico esotérica (espiritual), chegou a conhecer o
seu REAL SER, sua Mônada sagrada e se integrando com ela atingindo a consciência
desperta permanente e objetiva ou a iluminação.
Investigador competente das dimensões do cosmos e dos mistérios mais
profundos da mãe natureza se convertendo em um verdadeiro mago branco depois de
haver passado por diversas purificações, erradicando de sua natureza: vícios, maus
pensamentos, maus hábitos, comportamentos e pensamentos que levam ao erro.
Compreendeu sua missão dentro do mundo da matéria: Trazer a síntese prática
através de ensinamentos de fácil compreensão e leitura, porém ao mesmo tempo de
grande profundidade para que qualquer ser humano que busca sua transformação

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intima e despertar para uma nova realidade possa encontrar esses ensinamentos de
forma acessível independente de sua classe social, nível cultural e intelectual.

Escreveu 78 obras e ditou centenas de conferencias sobre: alquimia,


transformação intima, os mistérios das culturas antigas, antropogenese, as dimensões
da natureza, medicina natural, anatomia oculta do homem, os chackras, sociologia,
síntese das religiões, magia prática, etc.

Sintetizou que para se chegar ao despertar da consciência é necessário praticar


A REVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA
através de três fatores.

 Morrer (trabalho de eliminação dos defeitos psicológicos, vícios, maus hábitos,


conflitos íntimos, etc).

 Nascer (sábio manejo das energias capazes de despertar em nós os poderes


da alma e cristalizar o arquétipo do homem perfeito, alquimia sexual)

 Sacrifíciopela humanidade (praticar o amor incondicional e desinteressado


por nossos semelhantes, seguindo as pegadas dos grandes sábios que dedicaram
suas vidas mostrando a humanidade um caminho de ascensão espiritual.

Só um grande mestre, um verdadeiro iluminado é capaz de cristalizar no mundo


físico uma AUTENTICA ESCOLA DE MISTÉRIOS INICIATICOS.

“Advirto-te, seja tu quem fores, oh, tu que desejas sondar os arcanos


da natureza, que se não achas dentro de ti mesmo aquilo que buscas,
tampouco poderá achá-lo fora. Se tu ignoras as excelências de tua própria
casa, como pretendes encontrar outras excelências? Em ti está oculto o
tesouro dos tesouros. Oh, Homem! Conhece a ti mesmo e conhecerás o
Universo e os Deuses. ”

Inscrição do Templo de Delphos Grécia.

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