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Maneiras & Costumes Bíblicos Prof. Abdias Barreto.

Maneiras & Costumes Bíblicos

CAPP – Centro Apologético Plenitude da Palavra


MARANATA! Ora Vem Senhor Jesus...

Porque tudo o que dantes foi escrito, para


nosso ensino foi escrito, para que pela
paciência e consolação das Escrituras tenhamos
esperança. Rm 15, 4.

Fortaleza - Ce
2017

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Maneiras & Costumes Bíblicos Prof. Abdias Barreto.

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Abdias Barreto.
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Abdias Barreto/ Erick Barreto

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Impresso no Brasil
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CATALOGAÇÃO NA FONTE DO
DEPARTAMENTO NACIONAL DO LIVRO

B2794 © Copyright Barreto, Abdias.


cm 14X2122/2p.
Costumes Bíblicos, Historia e Cultura. / Abdias Barreto.
Cristologia – Bibliologia – Religiões.
Educação religiosa – Teologia, Escolas e Cursos.
Fortaleza: 2017.
CDD 232.14

As citações bíblicas foram extraídas da Edição Revista e Atualizada


de João Ferreira de Almeida, publicada pela Sociedade Bíblica.

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INDICE

INTRODUÇÃO........................................................................06

OS EVANGELHOS E JESUS CRISTO....................................07


COMO ERA A PESSOA DE JESUS........................................16
A JUSTIÇA E OS POBRES......................................................23
A ALIMETAÇÃO DOS TEMPOS BÍBLICOS,.........................30
TEXTOS BÍBLICOS ENVOLTOS EM CULTURA..................41
USOS E COSTUMES NOS TEMPOS BÍBLICOS....................52
CONCLUSÃO...........................................................................65
APENDICES E CURIOSIDADES.............................................66

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INTRODUCÃO

O objetivo principal deste curso é prover conhecimentos básicos,


Culturais e históricos aos Alunos, professores e a quem tiver interesse em
conhecer melhor a Cultura, a historia e os costumes dos tempos Bíblicos
bem como reforçar a bagagem de pessoas que sintam-se chamadas ao
ministério da palavra, e do ensino para o aumento de sua capacidade para o
desempenhar com presteza seu serviço no reino de Deus..
Esta simples apostila tem como fonte principal o livro já consagrado
no assunto Manual dos tempos e costumes Bíblicos de William Colleman.
Portanto os méritos pertencem primeiramente a DEUS, e aos responsáveis
pelo manual citado acima que nos proporcionou tão preciosa ajuda.
Esperamos que essas aulas sirvam de subsídios àqueles amam o
Ministério da pregação e do Ensino da Palavra de Deus.

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OS EVANGELHOS E JESUS CRISTO


Praticamente tudo que sabemos sobre a vida terrena de Jesus é encontrado
nos quatro Evangelhos contidos no NT.

Fontes externas
A vida de um pregador itinerante que atuava numa remota província do
Império Romano provavelmente não seria incluída nas obras de
historiadores romanos, que tinham (na opinião deles) coisas mais
importantes com que se ocupar.Tácito faz uma rápida referência a Jesus, e
mesmo assim só para explicar o nome dos "cristãos" que estavam sendo
mortos pelo imperador Nero.
Nem mesmo os historiadores judeus têm muito a dizer sobre ele. A mais
famosa história dos judeus foi escrita por Josefo, no final do primeiro
século. Nesta obra, em uma passagem ele faz referência a Jesus como um
operador de milagres que era o Messias e que ele foi morto por Pilatos e
mais tarde reapareceu aos seus discípulos. É possível que a passagem tenha
sofrido alguma interpolação posterior ao ser transmitida e copiada por
escribas cristãos (por que Josefo chamaria Jesus de Messias?), mas
provavelmente os elementos básicos são genuínos.
Outras tradições judaicas sobre Jesus forampreservadas nas obras dos
rabinos. Eles dizem que ele praticava magia, iludia o povo, e disse que não
veio para destruir a lei nem acrescentar nada a ela. Ele foi enforcado na
véspera da Páscoa por heresia e por enganar o povo, e teve cinco discípulos
que curavam os enfermos. Isto dá uma idéia de como Jesus era visto pelo
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povo que tinha a mesma opinião dos membros do Sinédrio, o conselho


superior dos judeus que o condenou à morte.
Uma fonte mais promissora de informação são os vários "evangelhos" que
não foram incluídos no NT. Tais obras são conhecidas há muito tempo,
mas a recente descoberta do Evangelho de Tomé em Nag-Hammadi, no
Egito, trouxe um renovado interesse por obras desse gênero. O Evangelho
de Tomé contém uma série de afirmações atribuídas a Jesus. Obviamente
elas foram reformuladas ou editadas por cristãos radicais, mas é possível
que aqui e ali, neste e em outros documentos semelhantes, tenham sido
preservados fragmentos de tradições genuínas sobre Jesus. No entanto, o
fato de a igreja primitiva ter excluído todos eles da lista aprovada das
Escrituras indica que a nossa busca provavelmente não será bem-sucedida.

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Os Rolos do Mar Morto, a biblioteca de uma seita judaica que existia


pouco antes e durante a época de Jesus, descobertos nestas cavernas em
1947, ajudaram a esclarecer o pensamento corrente na Palestina daquela
época. Embora alguns autores tenham tentado encontrar referências a
Jesus nesses documentos e tenham usado os mesmos para criar retratos
bizarros a respeito dele, o fato é que os Rolos nunca falam sobre Jesus ou
qualquer um dos seus seguidores. O que é registrado sobre os membros da
seita e seus inimigos não tem ligação com a história de Jesus, embora nos
ajude a entender melhor o mundo em que Jesus viveu e as idéias religiosas
comuns naquela época

Isto significa que na prática nosso conhecimento sobre Jesus se limita ao


que nos é dito no NT. E mesmo aqui o campo vai aos poucos se reduzindo.
As cartas de Paulo e os outros autores apostólicos fazem poucas referências
a acontecimentos da vida de Jesus, embora eles tenham dado grande
importância a seu ministério como fato histórico e tenham sido fortemente
influenciados pelo que ele ensinou.
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Uma história lembrada e recontada


Logo, para obter o registro escrito da vida e do ensinamento de Jesus temos
que recorrer aos Evangelhos. Estes só foram escritos uns 30 anos após a
morte de Jesus. Durante este período de três décadas o material que
acabaria entrando nos Evangelhos foi preservado e transmitido de forma
oral e em registro escritos que se perderam.
Essa tradição foi transmitida com todo o cuidado. Nas escolas judaicas, as
crianças aprendiam a memorizar informações e tradições orais de forma
bem precisa, e os rabinos judeus que viveram um pouco de pois dessa
época tinham o mesmo cuidado ao transmitirem ensinamentos que não
haviam sido colocados por escrito. Seria natural esperar que os cristãos de
origem judaica lembrassem e preservassem de forma bem acurada o que
Jesus ensinou. O material que aparece nos Evangelhos foi ensinado
originalmente em aramaico, a língua falada por Jesus, e numa forma
poética que era fácil de memorizar.
As pessoas lembram aquilo que querem lembrar. Isto não significa que os
ouvintes de Jesus fizeram questão de esquecer aquilo que os perturbava ou
que consideravam difícil de aceitar. Pelo contrário, há muito material nos
Evangelhos que deve ter sido difícil e desafiador para os primeiros cristãos,
e mesmo assim foi fielmente preservado.
A história de Jesus foi lembrada e recontada porque era relevante para a
vida da igreja. Por exemplo, os primeiros cristãos não tinham outra opção
que não fosse debater com os judeus que se opunham a eles; logo, era
essencial para eles lembrar como Jesus havia discutido com os judeus
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alguns anos antes. Ao terem que tomar decisões de natureza ética em áreas
como, por exemplo, casamento e divórcio, precisavam do ensinamento de
Jesus como palavra de autoridade em tais assuntos. Assim sendo, ao lermos
uma passagem dos Evangelhos, sempre é bom perguntar qual era a sua
importância para a igreja primitiva. A história de Jesus não foi preservada
por mero interesse acadêmico em história, mas por causa da sua relevância
prática para os primeiros cristãos. Não era história "pura", mas história
"aplicada".
As pessoas também tendem a lembrar e transmitir histórias e ensinamentos
dentro de certo padrão formal. Histórias de milagres de cura, por exemplo,
apresentam, pela ordem, a condição da pessoa sofredora, a maneira como
se processou a cura, e os resultados que produziu. Muitas histórias sobre
Jesus descrevem uma situação em que ele se encontrava, ou uma pergunta
feita a ele, e culminam no ponto essencial: uma afirmação de Jesus feita
com autoridade sobre o assunto em questão.

O propósito dos autores dos Evangelhos


O Evangelho de João levanta a questão de como os Evangelhos se
relacionam com a história. Aquilo que é descrito nos Evangelhos realmente
aconteceu? Já indicamos que os Evangelhos baseiam-se em tradição com
cuidado na igreja. Ao mesmo tempo, devemos ter em mente que os
Evangelhos procuram apresentar o significado cristão da pessoa de Jesus.
Seu propósito básico é pregar o evangelho para converter os não-cristãos e
fundamentar os cristãos na sua fé.

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Isto significa que não são meros relatos históricos, como seria, por
exemplo, a biografia de um soldado famoso. Os autores não estavam
tentando fazer um relato histórico detalhado da vida de Jesus com tudo na
sua devida ordem cronológica. Isto fica bem claro, por exemplo, quando se
faz uma comparação entre a ordem dos acontecimentos em Mc 4--5 e a
ordem que aparece em Mt 13, Mt 8 e Mt 9.
Além disso, os Evangelhos registram pouca coisa sobre alguns aspectos da
vida de Jesus: quase nada é dito a respeito da vida dele antes da idade dos
30 anos , e mesmo o relato do seu ministério é incompleto. Certamente não
há ocorrências ou fatos suficientes para preencher toda a sua vida pública
ativa. Não devemos culpar os autores dos Evangelhos por deixarem de
fazer algo que não era seu objetivo.
Mas isto não quer dizer que não se preocupavam com a história. Os
Evangelhos não são invenção. No prefácio do seu Evangelho (Lc 1.1-4)),
Lucas dá grande ênfase ao fato de estar usando depoimentos autênticos de
testemunhas oculares. A história certamente era importante para ele e não
há motivo para supor que os outros autores pensavam de forma diferente.
Qual era, pois, o objetivo deles? Eles estavam pregando o evangelho, as
boas novas. Estavam apresentando Jesus como o Cristo, o Filho de Deus
(Mc 1.1). Eles escreveram para que seus leitores cressem nele e, crendo,
tivessem vida eterna (Jo 20.31). Portanto, retrataram Jesus como os seus
seguidores o viam. Para eles, Jesus não era um homem comum, nem
mesmo um profeta fora de série. Era o Senhor a quem Deus havia
ressuscitado dos mortos e que agora estava vivo e ativo no céu. Eles não
conheciam nenhum outro Jesus. É possível que tivessem uma opinião
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diferente a respeito dele antes da ressurreição (veja Lc 24.19-24), e até


mesmo a ressurreição não obrigou à fé todos os que ouviram falar sobre
ela. Mas eles creram em Jesus como resultado do impacto total que ele
tivera sobre eles, e, diante disso, só podiam apresentá-lo da maneira que o
fizeram.

"Seria impossível registrar a grandeza desta pessoa numa única


descrição. Assim, foram feitos quatro retratos, cada qual destacando seus
próprios aspectos peculiares do caráter de Jesus."

Assim sendo, a história que aparece nos Evangelhos é a história do ponto


de vista dos cristãos. Um não cristão veria as coisas de forma diferente -
alegando, por exemplo, que a ressurreição não podia ter acontecido. Seria
interessante ter uma história de Jesus escrita deste ponto de vista, mas
nenhuma chegou até nós. O que temos são Evangelhos, escritos por
seguidores de Cristo com a finalidade de levar os outros à fé, mas nem por
isso eles deixam de ser relatos históricos.

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Quatro retratos de Jesus


Cada um dos autores evangélicos nos apresenta Jesus de uma forma bem
peculiar. Seria impossível registrar a grandeza desta pessoa numa única
descrição. Assim, foram feitos quatro retratos - quatro ângulos fotográficos
da mesma cena, cada qual destacando seus próprios aspectos peculiares do
caráter de Jesus.

Mateus se concentra no relacionamento de Jesus com a fé judaica. Ele


mostra como Jesus veio para cumprir o AT, mas ao mesmo tempo para
julgar os judeus por serem infiéis à sua religião. Nenhum outro Evangelho
denuncia com tanto vigor a postura hipócrita dos fariseus. Os judeus são
convidados a verem em Jesus o Messias prometido, o Filho de Davi; e o
juízo é pronunciado sobre eles pelo fato de tantos se recusarem a crer.
Mateus apresenta Jesus, em grande parte, como um mestre. Ele nos deu um
relato sistematizado dos ensinamentos de Jesus para a instrução da própria
igreja e seu trabalho de evangelização.

Marcos enfatiza a ação em vez do ensinamento. Ele ressalta a forma como


Jesus ensinou a seus discípulos que o "Filho do Homem" devia sofrer e ser
rejeitado, e que deviam estar preparados para trilhar o mesmo caminho.
Quem procurasse entender Jesus como sendo alguém diferente do Salvador
crucificado acabaria fazendo uma interpretação errônea. Os judeus
esperavam um Messias que seria um líder político e um personagem
glorioso. Para eles, era difícil reconhecer Jesus como o Messias, porque ele
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proferiu ser um servo humilde e sofredor. Somente na sua segunda vinda


ele aparecerá como Rei em toda sua glória.

Lucas salienta as bênçãos da salvação que Jesus trouxe. Seu Evangelho


enfatiza os sinais da vinda do Messias, profetizados no AT e cumpridos na
cura dos doentes e na pregação do evangelho aos pobres e necessitados.
Lucas ressalta especialmente a graça de Deus revelada em Jesus e
concedida àqueles que pareciam menos dignos dela: mulheres pecadoras e
gananciosos cobradores de impostos. Pois é exatamente isto que a graça
significa, que homens e mulheres não podem fazer nada para merecê-la.

Finalmente, João revela Jesus como Aquele que foi enviado por Deus Pai
para ser o Salvador do mundo. Como Filho, ele tem a autoridade de seu
Pai, vivendo em comunhão íntima com ele. João é o que mais se aprofunda
naquilo que Deus revelou e destaca o significado eterno do "Deus que se
fez homem".

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COMO ERA A PESSOA DE JESUS CRISTO

Imagem de Jesus a partir Sudário de


Turim.
Semelhança descrita pelo Governador
da Judeia Públios Lentulus
Qual era a aparência de jesus?
Ainda que os apóstolos e os primeiros pregadores cristãos tivessem o dever
de satisfazer, neste aspecto, a legítima curiosidade de seus ouvintes, como
este assunto era considerado algo secundário, logo as únicas informações se
perderam na memória daqueles primeiros grandes homens de Deus. Parece,
pois, que a Igreja primitiva não se preocupou em pintar um verdadeiro
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retrato de Jesus. Podemos concluir isto ao considerarmos a estranha


diversidade de pareceres que existiu entre os mais ilustres doutores dos
primeiros séculos acerca da aparência de Jesus. Seria este feio ou bonito?
Durante bastante tempo, a opinião predominante foi que ele era feio de
rosto, pequeno de estatura e sem atrativos físicos. Tal opinião foi apoiada
na descrição que Isaías fez do Mestre desfigurado pelo sofrimento (Is
52.14; 53.1-12) e que foi aplicada à aparência cotidiana de Jesus. Insistia-se
em certos detalhes como os descritos abaixo:
Como pasmaram muitos à vista dele, pois o seu parecer estava tão
desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a sua figura mais do que
a dos outros filhos dos homens. Is 52:14,

Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra
seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia
boa aparência nele, para que o desejássemos.
Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e
experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam
o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. Is 53:2,3

Contudo, pouco a pouco, essa opinião foi mudando, talvez influenciada


pelo gosto estético dos gregos, convertidos em grande número ao
cristianismo, porém mais ainda pela justíssima consideração de que, sendo
Cristo o homem perfeito, o homem ideal, parecia muito mais sensato
imaginá-lo dotado de graça e beleza (ver Is 4.2).

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Em vez de olhar somente para o Cristo sofredor descrito por Isaías, passou-
se a considerar também o Messias como descendente de Davi, do qual está
escrito que era de boa aparência (1Sm 16.18 ARA) e mais formoso do que
os filhos dos homens (Sl 45.2).
Essa opinião passou a ser defendida pela maioria dos grandes teólogos.
Eles argumentavam, com muita razão, que é muito difícil aceitar que a
alma que em tudo era perfeita, admiravelmente equilibrada, estivesse unida
a um corpo feio ou imperfeito; além disso, achavam que uma fisionomia
feia e repulsiva teria prejudicado o ministério do Salvador, atraindo para
ele o menosprezo das pessoas.
Favorecem também esta opinião os evangelhos. Neles vemos que, embora
o atrativo que Jesus exercia sobre milhares de pessoas era, antes de tudo,
por causa de sua bondade, sua santidade, sua pregação e seus milagres, não
podemos negar que a multidão também se deixava atrair pelo olhar terno,
pela sua fisionomia calma e acolhedora e pela graça que emanava de todo o
seu ser.
Contudo, quando falamos da beleza de Cristo, estamos muito longe de
atribuir-lhe os traços suaves e efeminados com que muitos o têm imaginado
e representado em pinturas. Como judeu que era, é certo que a beleza dele
era viril, espiritual, e que sua aparência e sua maneira de vestir-se e de
portar-se condiziam com sua santidade e seus valores morais. Podemos,
pois, imaginá-lo dotado de uma fisionomia nobre e distinta, amável e
graciosa, sisuda e inteligente, que inspirava ao mesmo tempo respeito e
afeto, e atraía doce e religiosamente os corações. Em seu semblante, devia
refletir-se o resplendor de sua alma e, de certa maneira, de sua divindade.
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Destituídos de informações exatas e precisas, não podemos acrescentar


mais nada. Devido ao fato de Constância, irmã de Constantino, o Grande,
ter escrito a Eusébio de Cesareia pedindo-lhe seu parecer sobre este
interessante tema, o sábio pastor, grande conhecedor da história eclesiástica
até em seus menores detalhes, respondeu à princesa, lembrando que em
Jesus Cristo havia duas naturezas: a divina e a humana; que só Deus sabia
com exatidão em que consista a primeira e que, no tocante à segunda, em
particular ao retrato de Jesus, devíamos contentar-nos com as palavras que
Paulo disse em 2Coríntios 5.16: que não conhecemos mais a Cristo
segundo a carne.
No entanto, apesar de todas essas considerações, desde o século I, e mais
ainda no século II, os pintores das catacumbas pintaram o Salvador com
variadíssimas aparências. Sabemos também que os gnósticos,
especialmente os discípulos de Basílides e de Carpócrates, pintaram
retratos de Cristo que veneravam ao seu modo. Mas isso tudo era
simplesmente obras de imaginação que cada artista traçava conforme a
ideia que ele fazia de Cristo, sem a pretensão de reproduzir seus
verdadeiros traços.
Em épocas menos remota, têm sido feitas as descrições da fisionomia de
Jesus. Entre as principais, a que João Damasceno, no século VIII, inseriu
em carta dirigida ao imperador Teófilo; a que certo Públios Lentulus, que
se apresenta como antecessor de Pilatos na Palestina, esboçou em uma
suposta mensagem oficial, que ele teria enviado para o Senado romano; e a
que se atribui a Nicéforo Calixto, historiador grego do século XIV. Como
há entre estas descrições certa semelhança, é válido suspeitar de que
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dependem de uma fonte comum mais antiga. A mais completa e conhecida


é a segunda, acredita-se que não seja anterior ao século XII. Ei-la aqui
conforme o texto que comprovada sua autenticidade, tornou-se, fora da
Bíblia, o documento mais importante sobre a pessoa do Senhor Jesus e que
nos parece mais digno de crédito.

Públio Lentulus Cornelius, um homem relativamente jovem, aparentando


menos de trinta anos, exercia no Senado funções legislativas e judiciais
O Governador da Judéia, Públios Lentulus, ao César Romano:
Soube ó César, que desejavas informações acerca desse homem virtuoso,
que se chama Jesus, que o povo considera um profeta, e seus discípulos, o
filho de Deus, criador do céu e da terra.
Com efeito César, todos os dias se ouve contar dele coisas maravilhosas.

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Numa palavra, ele ressuscita os mortos e cura os enfermos.


É um homem de estatura regular, em cuja fisionomia se reflete tal doçura e
tal dignidade que a gente se sente obrigado a amá-lo e temê-lo ao mesmo
tempo.
A sua cabeleira tem até as orelhas, cor das nozes maduras e, daí aos
ombros tingem-se de um louro claro e brilhante; divide-se uma risca ao
meio, á moda nazarena. A sua barba, da mesma cor da cabeleira, e
encaracolada, não longa e também repartida ao meio.
Os seus olhos severos têm o brilho de um raio de sol; ninguém o pode
olhar em face.
Quando ele acusa ou verbera, inspira o temor,mas logo se põe a chorar.
Até nos rigores é afável e benévolo.
Diz-se que nunca ninguém o viu rir, mas muitas vezes foi visto chorando.
As suas mãos são belas como seus braços, toda gente acha sua
conversação agradável e sedutora. Não é visto amiúde em público e,
quando aparece apresenta-se modestissimamente vestido. O seu porte é
muito distinto. Mantém-se sempre ereto e elevado. Fala pouco e com
modéstia. É o mais formoso dos filhos dos homens.
É belo.
Sua mãe, aliás, é a mais bela das mulheres que já se viu neste país.
Se o queres conhecer, ó César, como uma vez me escreveste, repete a tua
ordem e eu te o mandarei. Sem bem que nunca houvesse estudado, esse
homem conhece todas as ciências.

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Anda descalço e de cabeça descoberta. Muitos riem, quando ao longe o


enxergam; desde que, porém, quando se encontra face a face com ele,
tremem e admiram-no.
Dizem os hebreus que nunca viram um homem semelhante, nem doutrinas
iguais às suas. Muitos crêem que ele seja Deus, outros afirmam que é teu
inimigo, ó César. Diz-se ainda que ele nunca desgostou ninguém, antes se
esforça para fazer toda gente venturosa.
Obs.1:
Esta descrição foi traduzida de uma carta de Públios Lentulus a César
Augusto, Imperador de Roma. Públios Lentulus foi predecessor de Pôncio
Pilatos como governador da Judéia, na época em que Jesus Cristo iniciou
seu ministério. O texto original encontra-se na biblioteca do Vaticano.
Comprovada sua autenticidade, tornou-se, fora da Bíblia, o documento
mais importante sobre a pessoa do Senhor Jesus.

Obs.2:
Sabemos também que após a crucificação de Cristo Públio Lentulus
tornou-se seu seguidor e, juntamente com sua filha Lívia, levava a palavra
de Deus aos povos da época.
O conjunto do texto não necessita de embelezamento nem é indigno de
nosso Salvador; pois representa muito bem o tipo geral que prevaleceu na
Palestina há séculos e que tem sido produzido pelo cinzel de tantos mestres
famosos.

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A JUSTIÇA E OS POBRES
A justiça e os pobres são um importante tema das Escrituras. É um tema
que perpassa a história da salvação, desde que Abel foi assassinado por
Caim, seu irmão, até o momento em que as lágrimas são enxugadas, no
livro do Apocalipse.

Uma questão de coração e vontade


A idéia bíblica de justiça não é uma formulação teórica que simplesmente
exercita o intelecto. Pelo contrário, exercita o coração e a vontade. Ela é
resumida nas palavras de Jesus, que disse que amar Deus de todo o
coração, de toda a alma e de toda a mente; e amar nosso próximo como a
nós mesmos resume toda a Lei e os profetas (Mt 22.37-40). Estas duas
afirmações concretizavam a expressão da justiça de Deus no AT.
Deste ponto de vista, a justiça tem uma característica relacional dinâmica;
na verdade, é a característica de uma ação amorosa entre Deus e os seres
humanos, e dos seres humanos entre si. Uma ação que está à altura das
necessidades de um relacionamento, seja com Deus ou com outras pessoas,
é considerada justa. Justo é qualquer ato dentro do relacionamento de
aliança que mantém, preserva ou restaura a base de uma vida em comum.

Vivendo em comunidade.
A justiça une humanidade e comunidade, dois elementos importantes muito
desgastados em nossos dias. Por exemplo, os líderes e as potências
mundiais ficam felizes em fazer do mundo uma aldeia global na economia,
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ma será que estão dispostos a fazer dele uma comunidade em que, de forma
compassiva, uns cuidam dos outros e em que existe um compartilhamento
justo dos recursos?
No AT, a lei de Moisés, exemplificada nos Dez Mandamentos, e todas as
outras leis foram forjadas no contexto de um pacto de obediência e
fidelidade - entre Deus e o seu povo, e entre os indivíduos. Tudo estava
aberto e nada era forçado. Todas as leis pretendiam criar uma base sadia
para a vida comunitária.

A preferência de Deus pelos pobres


Assim, a justiça bíblica não tem uma venda nos olhos, segurando de forma
imparcial a balança, como o símbolo da justiça que temos hoje. Pelo
contrário, ela tem um rosto descoberto, magnífico e santo; o rosto de Deus
voltado bondosamente para os pobres, os desamparados e oprimidos. Num
mundo caído em que impera uma injustiça crônica, tanto no passado como
agora, Deus se coloca firmemente como Protetor e Vingador dos
necessitados (Sl 10.14-18). Esta é a preferência social de Deus, sua
parcialidade.
Não é que os pobres são necessariamente santificados pela carência que
experimentam em sua vida, ou que são mais virtuosos do que os ricos por
causa do seu sofrimento. Paulo diz no NT: "pois todos pecaram e carecem
da glória de Deus" (Rm 3.23).
É que na escala social de Deus, em meio a todo o mal e à distorção causada
pela condição pecaminosa do ser humano, aqueles que ficam na parte
inferior da escala estão na situação de "prejudicados"; são aqueles "contra
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os quais se peca". E por ser o critério último do que é a justiça, Deus abraça
a causa deles. Pois ele ama a justiça e o direito (Sl 33.5); ele fica perto dos
que estão desanimados e salva os que perderam a esperança (Sl 34.18).

Reis e juízes
Como Senhor da justiça (Jr 23.6), Deus espera, acima de tudo, que reis e
juízes (isto é, líderes da nação) sejam justos e corretos (2Sm 8.15; 1Cr
18.14; 1Rs 10.9; Dt 1.16; Êx 23.7-8; Sl 82.3-4).
O dever do rei é, não se deixar corromper, mas vigiar constantemente para
falar em favor daqueles que não podem articular seu sofrimento. Ele deve
julgar com justiça e defender os direitos dos pobres e necessitados (Pv
31.4-5, 8-9).
Por outro lado, os juízes não devem aceitar suborno, nem serem
intimidados pelos poderosos, mas, sim, preservar o direito dos aflitos e
destituídos, e socorrer os fracos e necessitados.

O papel dos profetas


Lembrar isto aos líderes era o papel dos profetas, que clamaram contra a
idolatria e a injustiça_nos níveis pessoal, nacional e internacional. Em
mundos momentos, eles dramatizaram em sua pessoa as consequências que
adviriam do fato de o povo só ter olhos e ouvidos para seus próprios
caprichos e desejos.
Na economia das Escrituras, a fidelidade ao Deus único e o bem estar do
povo andam de mãos dadas (assim como a idolatria vem acompanhada pela
injustiça). Devemos refletir sobre isto na realidade atual de secularismo,
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pluralismo e grandes avanços científicos, onde a injustiça claramente


aumenta, e fica cada vez mais sofisticada. Seria isto o resultado da negação
da existência de um Deus absoluto de justiça em nosso meio?

Nosso próprio mundo


Hoje, os pobres do mundo aumentaram grandemente em número e
apresentam várias faces.
Devido a modificações de ordem geopolítica, as guerras étnicas de nossos
dias, que eliminam populações inteiras, são uma repetição sombria do
episódio em que Caim matou Abel. Atos de terrorismo internacional matam
pessoas inocentes. E o poderio bélico é aplicado em escala tal que, para
muitos, suscita questões relacionadas com a justiça. Dessas guerras
resultam milhares de refugiados que ninguém quer receber. Em constante
movimento e sem pátria própria, estão em piores condições que os exilados
da antiguidade.
Mulheres e crianças em todo o mundo trazem as marcas da opressão a que
são submetidas por razões de gênero e porque se mostram indefesas.
Os velhos, doentes e enfermos são deixados para trás.
Os milhares de trabalhadores dos países pobres percorrem a face da terra.
Deslocados cultural e socialmente, geralmente trabalham em condições
impróprias.
A fome em muitas partes do mundo deixa milhões, se não mortos, como
meros espectros do que eram. E ao mesmo tempo há nações que lutam
contra a obesidade entre seus cidadãos, gastando milhões com tecnologias
de redução de peso.
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Hoje também, uma grande parte da humanidade sofre opressão não


só nas mãos de vizinhos, mas nas mãos invisíveis de elites poderosas em
seus próprios países e no mundo inteiro.
Ao criarem leis, estruturas e sistemas que favorecem os interesses de
poucos, as pessoas de nossos dias inventaram uma maneira de se distanciar
dos atos diretamente opressivos, não só contra indivíduos e comunidades,
mas também contra nações e povos inteiros.
Algumas das leis, estruturas e sistemas político-econômicos que operam
atualmente mantêm nações mais fracas em constantes dependência e
subdesenvolvimento. Que os pobres sempre estarão conosco é algo que
ainda se pode verificar - prova de uma consciência universal não
regenerada sob o juízo de Deus.

Quem pode ajudar?


O profeta Isaías examinou a realidade moral e social da sua época e
constatou que o quadro não era nada animador. Ele lamentou:
Is 59.15-16
"O SENHOR viu isso e desaprovou o não haver justiça. Viu que não
havia ajudador algum e maravilhou-se de que não houvesse um
intercessor".

Interceder foi o grande desafio para Isaías e todos os profetas fiéis antes e
depois dele.

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Hoje, com injustiça estruturada e globalizada, e com os pobres ainda mais


marginalizados e reduzidos a simples estatísticas, o desafio de ser um
intercessor continua mais urgente do que nunca.
Como podemos Interpretar e aplicar textos Bíblicos escritos sob as
regências dessa Justiça aos nossos dias? Textos como:

Sl 37, 25 - Fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o


justo, nem a sua semente a mendigar o pão. ???

O Salmista escreveu o texto conhecendo e sabendo da justiça aplicada


aqueles a quem a escrevia.
Veja como a lei protegia o Judeu.

Compras de terras.
Mas, se santificar o seu campo depois do ano do jubileu, então o
sacerdote lhe contará o dinheiro conforme aos anos restantes até ao ano
do jubileu, e isto se abaterá da tua avaliação. Lv 27:18.

E se ainda restarem poucos anos até ao ano do jubileu, então fará contas
com ele; segundo os seus anos restituirá o seu resgate. Lv 25:52.

Mas se não conseguir o suficiente para restituir-lha, então a que foi


vendida ficará na mão do comprador até ao ano do jubileu; porém no
ano do jubileu sairá, e ele tornará à sua possessão. Lv 25:28.

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O Campo comprado por quem quer que fosse seria devolvido ao primeiro
proprietário no ano do Jubileu.

E deixai cair alguns punhados, e deixai-os ficar, para que os colha, e não
a repreendais. Rt 2. 16

Quando também fizerdes a colheita da vossa terra, o canto do teu campo


não segarás totalmente, nem as espigas caídas colherás da tua
sega. Lv 19:9

E, levantando-se ela a colher, Boaz deu ordem aos seus moços, dizendo:
Até entre as gavelas deixai-a colher, e não a censureis. Rt 2:15.

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ALIMENTAÇÃO DOS TEMPOS BÍBLICOS

O livro de Gênesis nos relata que Deus concedeu à humanidade uma


enorme variedade de plantas, ervas e árvores frutíferas, para servirem de
alimento para sua subsistência e sobrevivência:

"Eis que vos dou toda a erva que dá semente sobre a terra e todas as
árvores frutíferas que contêm em si mesmas a sua semente para que vos
sirvam de alimento" (Gn. 1: 29).

Conta-nos ainda que Deus criou também os peixes, as aves e os animais,


dando ao homem e à mulher a liberdade de reinarem sobre todos eles:

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"Então Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança.


Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os
animais domésticos e sobre toda a terra" (Gn. 1: 26).

A Moisés, um de seus profetas, Deus ordenou que libertasse seu povo


da escravidão do Egito e o conduzisse “para uma terra fértil
e espaçosa, uma terra onde manam leite e mel" (Ex. 3: 8).

Assim, a Terra Prometida proporcionaria, ao povo hebreu, leite, mel, uvas,


figos, romãs, amêndoas, azeitonas, além de leguminosas, como favas,
lentilhas, e diversos tipos de grãos, como trigo e cevada em abundância.

"O Senhor, teu Deus, vai conduzir-te a uma terra excelente... uma terra
de trigo e de cevada, de vinhas, de figueiras, de romãzeiras, de óleo de
oliva e de mel" (Dt. 8: 7-8).

Diante de tamanha riqueza, abundância e variedade de elementos e


ingredientes, e utilizando a inteligência e a liberdade que Deus
proporcionou ao homem, podemos concluir que inúmeros eram os pratos
preparados e servidos para a alimentação e, por que não dizer também, para
o deleite e o prazer desse povo escolhido por Deus para Se revelar à
humanidade.

Assim se expressa o autor bíblico no livro de Eclesiastes:

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"Eis o que eu reconheci ser bom: que é conveniente ao homem comer,


beber, gozar de bem-estar em todo o trabalho ao qual ele se dedica
debaixo do sol, durante todos os dias de vida que Deus lhe der. Esta é a
sua parte. Se Deus dá ao homem bens e riquezas e lhe concede delas
comer e delas tomar sua parte, e se alegrar no seu trabalho, isso é dom de
Deus" (Ecle. 5: 17-18).

Mas, apesar de tudo isso, não encontramos na Bíblia, especificamente,


registros de receitas dos pratos que eram consumidos nas refeições e nos
banquetes mencionados com freqüência em seus textos, porém existem
diversas referências aos ingredientes utilizados na época, como, por
exemplo, em Ezequiel 4: 9, quando Deus ordena ao profeta:
"Tomaras trigo, cevada, favas, lentilhas, milho e aveia,que guardarás
num mesmo recipiente para fazeres o teu pão..." (Ez. 4: 9).

Da mesma forma, lemos, em II Sm. 17: 28-29, que, após uma dura
batalha, Davi e seus soldados são recebidos pelos anfitriões com "(...)
trigo, cevada, farinha, grão torrado, favas, lentilhas, mel, manteiga,
ovelhas e queijos de leite de vaca... Trouxeram tudo isso a Davi e às suas
tropas para que se alimentassem, dizendo:
“Estes homens com certeza sofreram fome, fadiga e sede no
deserto”.

A Bíblia, pelo que podemos observar nas entrelinhas, sugere-nos uma


culinária típica, diversificada e bastante saudável, pois:
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• O leite era abundante na primavera e bastante consumido, in


natura e também em forma de coalhadas, queijos e manteiga. Era
comum, nas refeições, servirem o iogurte, numa espécie de molho,
sobre legumes crus ou cozidos e verduras, da mesma maneira que
utilizamos, hoje em dia, o creme de leite. Um queijo pastoso elaborado
à base de coalhada era preparado para ser passado no pão, conforme
fazemos, por exemplo, com a nossa popular maionese.

• Muitas leguminosas, como as favas e lentilhas; diversos cereais, como


o trigo, a cevada e a espelta (uma espécie de trigo inferior e mais duro
que o trigo comum); além de verduras e legumes servidos crus,
também eram consumidos diariamente.

• O pão, inúmeras vezes citado no decorrer da Bíblia, tanto no Antigo


como no Novo Testamento, era o alimento principal e o mais
consumido pela população. Era preparado com cereais integrais,
apenas triturados em moinhos de pedra, sendo, portanto, um alimento
rico em fibras vegetais.

• As aves e os peixes, normalmente, substituíam a carne vermelha. A


carne vermelha de gado, graúdo ou miúdo, era consumida só em
ocasiões especiais, sendo considerada até como um alimento de luxo, e
era servida cozida ou, preferencialmente, assada. Diversas passagens
bíblicas nos mostram o uso da carne como oferenda a Deus. Nos
primeiros livros da Bíblia, os pedidos do povo a Deus eram santificados
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por meio de rituais envolvendo animais assados (leia Gn. 8: 20-21). Os


sacrifícios de animais eram oferecidos em ações de graças a Deus e
serviam também para expiação dos pecados do povo (leia Nm. 15: 2-3).

• O povo simples só consumia a carne vermelha em ocasiões muito


especiais, como dissemos, nos sacrifícios, ou então para receber
hóspedes importantes (leia Gn. 18: 7-8). Utilizavam geralmente as
carnes de cabra, carneiro, vaca ou mesmo vitelo (verifique em I Sm.
25: 18; Gn. 18: 7; I Rs. 4: 23; Am. 6:4).

• A Lei de Moisés permitia-lhes ainda o consumo da caça, como veados,


gazelas e gamos (citação em Dt 14: 4-5). Já o consumo de pombos,
passarinhos e rolas era muito comum, pois essas aves eram abundantes
e não custavam caro no mercado. As galinhas só foram conhecidas
pelos hebreus no tempo do exílio, e os ovos, utilizados como alimento,
só são mencionados no Novo Testamento. O peixe, nas regiões onde
havia fartura deles, era o alimento básico do povo pobre.

• O mel era bastante apreciado pelos israelitas e abundantes na


Palestina, sendo usado puro nas refeições ou na elaboração de pratos
doces, substituindo o nosso açúcar refinado. Aliás, entre os povos
palestinos até hoje o mel é utilizado como adoçante.

• As frutas desempenhavam um papel importante na alimentação e na


nutrição das pessoas. Frutas como uva, tâmara e figo eram muito
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apreciadas e consumidas, frescas ou secas. Também eram comuns


as romãs, os abricós, os frutos do sicômoro (uma espécie de figo), as
nozes e as amêndoas, e, após o exílio, foram introduzidos nos cardápios
os limões, as amoras e os melões.
• Condimentos e ervas aromáticas, como a hortelã, o cominho e o
endro (da família do funcho e da erva-doce), a mostarda, a alcaparra,
o açafrão, a canela e o sal, eram utilizados normalmente para temperar
e dar um sabor especial aos pratos.

• As bebidas usadas basicamente eram a água, o leite e o vinho. O


vinho era tido como um dom de Deus (confira em Gn. 27: 28; Dt. 33:
28) e também uma fonte de alegria (verifique emEcl. 9: 7; SI. 104
(103), 15; Jo. 2: 1-11). Preparavam também um vinho doce ou
fermentado, às vezes aromatizado. Alguns vinhos eram obtidos a
partir de outras frutas, como o vinho de romãs (Cânt. 8: 2).

• Certas passagens bíblicas nos contam que os operários matavam a


sede molhando pão em vinagre, tomado como água (Rt. 2: 14). Daí
podemos entender, talvez como um gesto de misericórdia, o fato de os
soldados oferecerem vinagre a Jesus, agonizante na cruz (leia a
passagem em Jo. 19: 28-30).

Sabemos que os israelitas foram subjugados e dominados, durante


séculos, por diversos outros povos, como os egípcios, os persas, os
babilônios e os romanos - e em diversas ocasiões. Logo, concluímos que
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eles conheceram novos alimentos e absorveram outros estilos


culinários, no contato com a cultura de seus opressores

As Raízes nas Escrituras


Para compreender um pouco sobre a alimentação desde a antiguidade até o
dia de hoje, basta lembrarmos de uns poucos textos que fazem referência a
alimentos específicos nas escrituras e então poderemos compreender que de
uma forma geral há muito em comum entre as refeições nos tempos
bíblicos e as típicas refeições que ainda se fazem hoje em Israel.

A matéria prima
A matéria prima continua sendo basicamente a mesma através destes
milhares anos de história, ainda hoje se produz na Terra Santa o azeite do
tipo sírio, o leite, o vinho, queijos coalhados, o trigo e o tão famoso húmus,
ou seja a pasta de grão-de-bico. Os temperos também não mudaram muito,
o zatar continua presente, o cuminho, a pimenta e o manjericão, além da
mostarda, sal e etc.

Forma de preparo e conserva na antiguidade


Uma das coisas que mais diferenciam as épocas são as técnicas, bem como
os meios de conservação, pois não havia geladeira, não haviam trituradores
tão automáticos e precisos, não haviam fornos elétricos e não haviam meios
de conservar o alimento nem haviam corantes artificiais.
Os lugares mais e métodos de conservação ou preservação do alimento
eram poucos, portanto, em sua grande maioria, os alimentos eram
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preparados para serem comidos quase imediatamente ao seu preparo, som


exceção de bolos, azeitonas, vinhos e queijos.
Apesar de não haver geladeira, não é difícil conservar certos alimentos na
Terra Santa, visto que muitas casas se não fossem feitas nas rochas, eram
pelo menos feitas de pedra, fato que mantém a temperatura no interior
amena mesmo nas horas mais quentes do dia.

Tradição antiga e superior a europeia


Quero lembrar não podemos ignorar o fato de que a civilização no Oriente
Médio é muito mais antiga e era muito mais avançada do que na grande
maioria dos povos europeus, e na realidade foram os judeus, árabes,
mouros e persas quem doaram o seu conhecimento da agricultura e da
indústria ao ocidente e não ao contrário, portanto, muitas das tradições
conhecidas hoje como europeias na realidade tiveram sua origem nas
cozinhas judaicas, árabes, mouras, fenícias, persas e até mesmo chinesas e
indianas.
É conhecido pelas escrituras de que havia o cultivo de vinhas e a fabricação
de vinho a cerca de 4.000 anos atrás na região da Terra Santa,
porém, segundo pesquisadores, na Europa, os seres humanos ainda se
comportavam como macacos, vivendo sobre árvores para se defender das
feras.

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Bolos de Farinhas, Pães Ázimos, Carne Assada, Carne Cozida e Sopa


de Carne.
Em Gênesis 18:8 afirma-se que Abraão, tendo já reconhecido dentre os três
anjos a presença de Deus ofereceu-Lhe bolos de flor de farinha(farinha fina
de favo), um bezerro, coalhada e leite “e pôs tudo diante deles, ficando ele
em pé ao lado deles debaixo da árvore; e eles comeram”.
Bem agora você pode começar a compreender que era comum assados,
confeitados e até mesmo cozidos, olhe o texto abaixo de Juízes 6:19-21:
Entrou, pois, Gideão, preparou um cabrito e fez, com uma e efa de farinha,
bolos ázimos; pôs a carne num cesto e o caldo numa panela e, trazendo
para debaixo do carvalho, lho apresentou. Mas o anjo de Deus lhe disse:
Toma a carne e os bolos ázimos, e põe-nos sobre esta rocha e derrama-lhes
por cima o caldo. E ele assim fez E o anjo do Senhor estendeu a ponta do
cajado que tinha na mão, e tocou a carne e os bolos ázimos; então subiu
fogo da rocha, e consumiu a carne e os bolos ázimos; e o anjo do Senhor
desapareceu-lhe da vista.
Note que a forma de servir já era separada a cerca de 3.500 anos atrás,
Gideão serviu bolos ázimos(provavelmente era na páscoa), a carne
separada em um cesto, e o caldo(dela) em uma panela, ou seja, uma sopa de
carne separada.
O anjo muda a forma de servir, porém, conseguimos concluir como Gideão
achava que tinha que servir, pois este era o costume, servir os alimentos de
forma separada, bem como muitas vezes fazemos ainda hoje.

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Peixe assado na brasa


No encontro de Jesus com os discípulos podemos verificar que era comum
entre os Galileus, o que é comum ainda hoje, comer um peixe assado as
margens do Mar da Galiléia, veja o texto abaixo:
Lucas 24:39-43
Olhai as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e
vede; porque um espírito não tem carne nem ossos, como percebeis que eu
tenho. E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. Não acreditando
eles ainda por causa da alegria, e estando admirados, perguntou-lhes Jesus:
Tendes aqui alguma coisa que comer? Então lhe deram um pedaço de peixe
assado, o qual ele tomou e comeu diante deles.
Manteiga e Mel
Podemos ver no texto de Isaías a dieta do messias: “Portanto o Senhor
mesmo vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um
filho, e será o seu nome Emanuel. Manteiga e mel comerá, até que saiba
rejeitar o mal e escolher o bem” (Isaías 7:14 e 15)
Pão, muito pão e peixe
Além de todas estas passagens interessante, podemos notar em muitos
textos como os das multiplicações a variedade de pães, tamanhos e o uso
constante do peixe. Uma exploração arqueológica revelou a pouco tempo
de que até mesmo em Jerusalém, que está distante do mar Mediterrâneo a
cerca de 55 quilômetros, foram encontradas ossadas de peixes que estavam
em cozinhas a cerca de 2.000 anos atrás.

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Ou seja, mesmo naquela época a alimentação era bem variada independente


da distância da cidade do mar, obviamente que na judéia a especialização
era maior em alimentos mais a base de leite e criação de animais, bem
como azeitonas e vinhos, e em regiões ao longo do litoral o acesso a peixe
e alimentos oriundos do mar era mais comum.

Forma de Preparo Simples


Ainda hoje, na Terra Santa, passeando por Jerusalém ou por Tiberíades,
você poderá solicitar facilmente pratos como carne assada, peixe assado,
frango assado, com vegetais bem cozidos, batatas, saladas semi cruas, bem
como a dois mil anos atrás, pedir um pão árabe ou uma Halá(pão trançado
shabático), tirar um pedaço, passar o pão no azeite como zatar(tempero
típico da região), saborear e matar sua fome.
Creio que esta fórmula da simplicidade do preparo é a mesma formula para
o sucesso da comida do oriente médio, um carneiro bem assado no forno,
ou uns pedaços de carne na brasa(semelhante ao churrasco brasileiro), uma
taça de vinho das montanhas da judéia e umas azeitonas sírias, um humus
para esfregar o pão ou um lebane(queijo branco coalhado) repleto de azeite
e zatar e umas pimentas vermelhas é algo simples, porém delicioso.

Recomendação ao Viajante
Se você está na Terra Santa a passeio, ou a negócios, sugiro de que peça ao
guia, ou simplesmente observe no caminho as muitas famílias de árabes,
que principalmente na galiléia e os beduínos nos desertos, param os seus
carros no caminho oferecendo alimentação típica ao viajante.
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Na Galiléia você pode ter o privilégio de parar em restaurantes de estradas,


procure aqueles que estão próximos a postos de gasolinas, ou os muitos em
cidades como Nazaré e Acre(Akko), Haifa, na parte baixa e no sul, no
deserto, procure as tendas dos beduínos que ficam mais próximos as
estradas ou novamente os restaurantes junto aos postos de gasolina.
Na região de Jerusalém você vai se deparar como uma tonelada de lugares
e fica até difícil de escolher, na região de Tel-Aviv, você poderá optar pela
região de Jope(Jaffa), mas prepare o bolso. Ainda próximo a Jerusalém, a
minha melhor sugestão é a vila árabe de Abu Gosh, existem ali alguns
restaurantes com fama nacional e internacional, vale apena conferir.

TEXTOS BÍBLICOS ENVOLTOS EM COSTUMES E CULTURA


BÍBLICA

Mc 2.1-12: Um paralítico sai andando!


Neste caso, foi a iniciativa e a fé dos amigos que possibilitaram a cura
daquele homem. A ação de Jesus demonstrou o seu poder no campo físico
e espiritual. Quando ele pronunciou a palavra, o homem foi curado.
Quando ele falou, o homem foi perdoado. Em ambos os casos algo
realmente aconteceu.
V. 4 A casa devia ter uma escada externa que levava ao teto (horizontal)
em forma de terraço, que era uma área extra usada para vários fins. Esse
teto era revestido de telhas ou ripas de madeira cobertas de barro, não
sendo difícil a remoção.
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Filho do Homem (10) Esse era o título favorito de Jesus para si mesmo,
talvez porque o título "Messias" era mal interpretado. No AT, "filho do
homem" geralmente significava apenas "ser humano", mas em Dn 7.13-14
"alguém semelhante a um Filho de homem"" ("homem" na NTLH) recebe
poder de Deus. Jesus disse que o Filho do Homem tinha autoridade e poder
na terra para perdoar pecados (2.10). Ele era "Senhor também do sábado"
(2.28). Disse que o Filho do Homem devia sofrer, morrer e ressuscitar
(8.31; 9.9,12,31; 10.33,45; 14.21,41). E disse que o Filho do Homem
reinará em glória (8.38; 13.26; 14.62).
V. 11 As pessoas simples dormiam no chão sobre uma esteira ou manta que
podia ser enrolada durante o dia.
Ver Slide da casa e cama que o paralitico conduzia.

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Corbã

Vós, porém, dizeis: Se um homem disser ao pai ou à mãe: Aquilo que


poderias aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta ao Senhor (MC 7.11).

Corbã foi uma tradição (voto) criada pelos fariseus que era bastante
difundida no primeiro século da Era Cristã. Consistia na consagração de
posses (terras, gados, casas, etc.) dos religiosos a Deus (segundo o conceito
dos tais. Pois verdadeiramente o Senhor não recebia tal consagração
egoísta). Com esse costume, o bem consagrado não tinham outra finalidade
além de servir ao Senhor. O voto de corbã acabava ferindo a Lei de Deus
(como honrar aos pais; amar o próximo como a ti mesmo) - Invalidando
assim a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós ordenastes. E muitas
coisas fazeis semelhantes a estas (Marcos 7.13). Motivados pelo egoísmo,
os fariseus declaravam corbã aos bens, fugindo da responsabilidade de

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ajudar (honrar) os próprios pais. Consagrado o bem, o proprietário podia


usufrui-lo até a morte. Enquanto vivo (dono do pertence) não podia
repassa-los para ninguém, nem mesmos os pais. Essa prática extremamente
egoísta e desumana fora condenada pelo Senhor Jesus.

O filho pródigo. Lc 15. 11, , ,


Explicação da parábola:
Muitas pessoas não sabem bem o que significa a palavra PRODIGO que
aparece normalmente no título que é dado a essa parábola. De acordo como
o dicionário online Michaelis, significa: “Que despende com excessiva
profusão; que desbarata os seus bens; dissipador, esbanjador, gastador,
perdulário” Essa parábola mostra Deus na figura do Pai. E mostra cada um
de nós ou na figura do irmão mais velho, que rejeita a conversão de seu
irmão, ou na figura do irmão mais novo, que vive uma vida cheia de
pecados.

A parábola do joio e do trigo - Mt 13.24-30, 36-43


Resumo da Parábola
Nessa parábola Jesus conta a história de um homem que semeou boas
sementes de trigo em seu campo. Ao mesmo tempo um inimigo semeou
sementes ruins, de joio, em meio às sementes de trigo. Os empregados
daquele homem se surpreenderam ao perceber que havia crescido joio em
meio ao trigo naquela plantação. O instinto daqueles empregados
agricultores dizia que eles deveriam arrancar essa erva daninha do meio do
trigo para que este crescesse melhor. Porém, o dono da plantação os proibiu
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de fazer isso, já que o joio é muito parecido com o trigo e eles poderiam,
por engano, arrancar boas plantas junto com as ruins. Assim, a orientação
do dono da plantação era que deixassem crescer os dois até que na hora da
colheita pudessem identificá-los plenamente e, assim, arrancá-los.

Ensinos da parábola
O próprio Jesus no trecho que está em Mateus 13. 36-43 já traz algumas
explicações aos seus discípulos sobre os ensinos dessa parábola. Vale a
pena ler esse trecho para entender melhor a parábola. Vou expor abaixo
algumas lições interessantes que aprendo com essa parábola:
(1) No MUNDO existem boas sementes plantadas por Deus. Jesus
identifica as boas sementes plantadas no campo como os “filhos do reino”

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(v. 38). Isso significa que o agricultor e dono do campo, Jesus, espalha boas
sementes nesse grande campo chamado MUNDO. Mesmo que hoje em dia
não consigamos ver tantas boas sementes crescendo, e sejamos até
pessimistas com relação à atuação do bem, as boas sementes estão lá, pois
foram plantadas por Jesus.

(2) Não existe somente um plantador de sementes. O inimigo, espalhador


de sementes ruins, apontado por Jesus como sendo o diabo, também está
trabalhando. Se Jesus planta seus servos como boas sementes, o diabo
planta seus servos como más sementes como forma de estragar de alguma
forma a plantação de Deus. Nesse ponto não podemos ser ingênuos, mas
atentos.

3) Os filhos de Deus e os filhos do maligno são parecidos, mas não são


iguais. O maligno espalha suas más sementes pelo campo (O MUNDO). Os
filhos do maligno são “parecidos” com os filhos de Deus, assim como o
joio se parece com o trigo. Devemos ser prudentes sabendo que ele, o joio,
existe e está também tentando crescer e tomar seu espaço. Apesar de o joio
ser parecido com o trigo, devemos tal qual como os agricultores da
parábola, sermos atentos para saber que existe certa quantidade de joio
crescendo junto com o trigo.

(4) O crescimento do joio não está fora do controle do dono da


plantação. O fato do dono da plantação não permitir que se arranque o joio
logo quando é identificável mostra que ele não foi surpreendido pelo
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inimigo. O dono da plantação, Deus, tem controle absoluto e orienta seus


empregados a como agir da melhor forma com relação ao joio em meio ao
trigo. Devemos ouvir a voz do dono para agirmos com sabedoria diante da
esperteza do inimigo. No final das contas o dono da plantação já tem
planejado o que fará com esse joio e com o trigo que plantou.

(5) O joio e o trigo não ficarão para sempre juntos. Jesus deixa claro que
haverá punição tanto ao inimigo que semeou sementes ruins, quanto para as
sementes ruins que buscaram atrapalhar a plantação de Deus. Essa punição
é indicada como o justo juízo de Deus, que sabe identificar joio e trigo
precisamente, e sabe exatamente o que deve queimar e o que deve
preservar. Essa separação será feita em momento oportuno pelo dono da
plantação.

Roupas vestimentas e adornos.


Era raro ver um judeu nu, exceto se louco. A nudez era sinal de humilhação
(GN 9:22)

Até mesmo passagens como João 21:7, exigem uma análise dos termos
empregados: ejpenduvten (lê-se, ependyten)

João 21. 7
Então aquele discípulo, a quem Jesus amava, disse a Pedro: É o
Senhor. E, quando Simão Pedro ouviu que era o Senhor, cingiu-se com
a túnica (porque estava nu) e lançou-se ao mar. João 21:7
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Cingir-se com a túnica, indicando que Pedro estava com uma peça mínima
de roupa, semelhante a uma sunga. Jesus foi crucificado com esta sunga,
pois os soldados já haviam lhe tirado a túnica (João 19:23)

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Deuteronômio 22. 5;

Calças compridas à luz de Deuteronômio 22.5

“A mulher não usará roupas de homem, nem homem veste peculiar à


mulher; porque qualquer que faz tais coisas é abominável ao senhor teu
Deus”.

É extremamente difícil estabelecer, primeiramente, quais eram as


diferenças entre as vestes masculinas e femininas nos dias de Moisés. As
palavras hebraicas originais usadas para denotar casaco, capa, cinto, são
empregados indistintamente tanto para designar vestes masculinas como
femininas. Diferenciava-se o gênero de uma vestimenta com parâmetros
diferentes dos nossos. Muitas vezes as roupas de um homem e de uma
mulher eram exatamente iguais. Distinguia-se uma da outra, unicamente,
pela figura do tecido usado para confeccionar as roupas das mulheres .

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Daí partimos para o nosso primeiro argumento: O que uma sociedade


estabelece como indumentária masculina e feminina não vale
necessariamente para outra região geográfica. As roupas das mulheres da
Palestina podem não transparecer feminilidade noutro país; em nossa
cultura, por exemplo, iriam ser consideradas muito pouco femininas. Um
homem que usasse, aqui no Brasil, aquilo que os beduínos consideram ser
roupas masculinas, certamente seria alvo de risos e provocações. Por
outro lado, alguém vestido de bombachas gaúchas nas ruas de Nazaré,
também seria o centro de todos os olhares da cidade.

Não compete ao Espírito Santo designar quais roupas são masculinas ou


femininas; isso é convenção cultural, portanto humana. O índio do
Amazonas ostenta sua masculinidade com um certo tipo de cor pintado nas
maçãs do rosto. Na Escócia, saias de lã, traspassadas e seguras por um
grande alfinete são traje de guerreiro.

Em segundo lugar, deve-se observar que as roupas e tradições também


variam de geração para geração. Aquilo que se determinava como roupa
masculina duzentos ou trezentos anos atrás, pode ser hoje um traje muito
afeminado, como é o caso das calças justas usadas por navegadores, ou
dos brincos que os piratas (os quais eram tudo, menos afeminados)
ostentavam nas orelhas.
O que era considerado vestimenta masculina algum tempo atrás é
permitido às mulheres, sem que com isso elas estejam masculinizando-se.
O caso mais típico dessa argumentação vem das calças compridas.
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É verdade que as calças compridas eram roupas de homens ainda no


começo deste século. Como as mulheres passaram a trabalhar fora de casa
e necessitavam de roupas fortes que protegessem suas pernas do frio e dos
acidentes de trabalho, o uso acabou sendo inevitável. Inicialmente,
causava inquietação e gerava muita tensão; porém, como o costume não
advinha de uma tentativa de masculinização, mas sim da carência de
proteção, logo pôde contar com o consentimento da sociedade. Veja que
uma necessidade social e não moral provocou essas mudanças no
comportamento das pessoas. Hoje as calças compridas já nem são mais
roupas masculinas, e sim neutras em seu gênero ou epicenas, isto é,
podem ser usadas tanto por homens como por mulheres.

Tornando-se imundo.
Mas a mulher, quando tiver fluxo, e o seu fluxo de sangue estiver na sua
carne, estará sete dias na sua separação, e qualquer que a tocar, será
imundo até à tarde. Levítico 15:19
Toda a cama, sobre que se deitar todos os dias do seu fluxo, ser-lhe-á
como a cama da sua separação; e toda a coisa, sobre que se assentar,
será imunda, conforme a imundícia da sua separação. Levítico 15:26

E qualquer que tocar em alguma coisa que esteve debaixo dele, será
imundo até à tarde; e aquele que a levar, lavará as suas roupas, e se
banhará em água, e será imundo até à tarde. Levítico 15:10

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Também todo aquele em quem tocar o que tem o fluxo, sem haver lavado
as suas mãos com água, lavará as suas roupas, e se banhará em água, e
será imundo até à tarde. Levítico 15:11

O QUE A BÍBLIA FALA SOBRE USOS E COSTUMES

Muitas igrejas têm feitos todo tipo de proibições para com as mulheres nas
questões de maquiagem e adornos. Com o argumento de que as irmãs
devem ser simples como as pombas (Mt.10:16), estas denominações
proíbem e disciplinam qualquer vestígio de enfeites feitos pelas mulheres.
É comum escutarmos alguns irmãos falarem “minha igreja tem doutrina,
lá mulher não usa maquiagem, brincos, pulseiras, etc.”. E falam isso com
orgulho de pertencer a uma igreja que tem “doutrina”. O que há nessas
afirmações é uma confusão entre as palavras “doutrina” e “costume”.
As vezes pessoas são disciplinadas em certas igrejas por usar ou praticar
coisas que aquela igreja julga que é proibido nas Escrituras, quando na
verdade é apenas um costume local.
Mas, você pode perguntar: existem passagens que mostram como os
homens e mulheres da Bíblia se vestiam e o que usavam? Será que é
correto hoje usar tudo o que eles usavam? A Bíblia aponta um padrão
para a vestimenta e adornos cristãos? Podem os irmãos e as irmãs se
adornarem ou é isso pecado? E aqueles versículos que estas pessoas citam
para proibir o uso de enfeites o que querem dizer? Neste capitulo vamos
estudar sobre este assunto com detalhes.
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I- COSTUME E DOUTRINA.
1.a- Já foi dito aqui que muita gente faz confusão entre “costume” e
“doutrina”, a primeira coisa que devemos fazer é definir estes termos, pois
existe diferença.
· Costumes estão ligados a usos, a uma prática habitual particular, se
baseiam na cultura e na moda vigente naquele tempo e lugar.
· Doutrina. No Novo Testamento, a palavra mais usada para doutrina
é didachê e significa: ensino, instrução, tratado. Para uma idéia ser
doutrina cristã, é preciso que ela esteja exposta por todo o texto sagrado, e
seja válida para todos os cristãos, ou seja, não é apenas algo local ou
circunstancial, mas universal.

Observe a diferenças entre doutrina e costume.


 Quanto à origem: A doutrina é divina. O costume em si é humano.
 Quanto ao alcance: A doutrina é geral. O costume em si é local.
 Quanto ao tempo: A doutrina é imutável. O costume em si é
temporário

1.b- A doutrina bíblica gera bons costumes, mas bons costumes não geram
doutrina bíblica. Igrejas há que têm um somatório imenso de bons
costumes, mas quase nada de doutrina. Isso é muito perigoso! Seus
membros naufragam com facilidade por não terem a base espiritual da
Palavra de Deus, se confiam nas próprias obras e acham que estão mais
perto de Deus por não fazer ou não usar isso ou aquilo.
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II- O QUE É VAIDADE.


2.a- Temos que definir também esta palavra e observar como ela aparece
nas Escrituras Sagradas. É importante a gente se dar conta de que o termo
‘vaidade’, em português, não significa uma preocupação com a estética,
como as pessoas pensam e usam a palavra dizendo: “ah, ela é cheia de
vaidades!” O termo ‘vaidade’ em português provém do latim vanitas, o
sentido básico desta palavra é: ‘em vão’.

1- Vaidade no Antigo Testamento.


a) No AT temos algumas palavras sendo usadas para vaidade. A
expressão hebel (vaidade) usada no livro do Eclesiastes 1:2; 2: 11,
indica: brevidade e ausência de substância, vazio (Jó 7: 16); coisa vã, que
não produz efeito (Jó 9:29); engano (Jr. 16: 19; Zc. 10:2). [1] A The
International Standard Bible Encyclopedia nos ajuda aqui com esta
palavra e diz que as palavras “vão“, “vaidade“, “vaidades” são
freqüentes na Bíblia. A idéia destas palavras é quase que exclusivamente
de algo “vazio” e também “falsidade”.

1- A palavra mais traduzida por “vaidades“, ou “vaidade” no AT é hebel,


que significa um “sopro de ar, ou da boca“, muitas vezes é aplicada
à idolatria (Dt. 32: 21; 1 Rs. 16:13; Sl 31:6; Jr. 8: 19); aos dias do
homem e ao próprio homem (Jó 7:16; Sl. 39: 5,11), e também
aos pensamentos do homem (Sl. 94: 11); e a riqueza e tesouros (Pv.

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13:11). No livro do Eclesiastes, onde a palavra ocorre muitas vezes, é


aplicada a tudo: “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade” (Ec. 1:2; 12:8).

2- Awen, que significa também “sopro“, é também traduzida por


“vaidade“, mas em conexão com “iniqüidade” (Is. 58:9);

3- Shaw é outra palavra freqüente, é traduzida por vaidade e tem também


a idéia de “falsidade, maldade” (Êx.20:7, Dt. 5:11; Sl. 31:6).[2]

2- Vaidade no Novo Testamento.


a) A palavra “vaidade” não ocorre freqüentemente no NT, mas em At.
14:15 temos a palavra grega mataios,[3] “vazio“, traduzida como
“vaidades” (de ídolos); encontra-se também mataiotês, como
“transitoriedade” (Rm. 8:20): “A criação ficou sujeita à vaidade
(fragilidade, transitoriedade). É traduzida também como “vazio”,
“loucura” (Ef. 4:17; 2 Pd. 2:18).[4] Observe que nenhuma vez
estas palavras estão sendo aplicadas a questões de se maquiar ou
usar certos adereços como brincos, pulseiras, etc.

III- O QUE OS HOMENS E AS MULHERES DA BIBLIA USAVAM?


Os homens e as mulheres da Bíblia se enfeitavam e não era pouco. Eles
usavam muitos adornos em várias partes do corpo. A seguir listamos
alguns:

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3.a- Os homens usavam:


· Anéis e colares (Gn. 41: 42; Ex. 35: 22; Et. 8: 2; Dn. 5: 29; Lc. 15: 22);
· Brincos (Ex. 32:2-3);
· Braceletes (Ex. 35: 22; 2Sm. 1:10);

3.b-As mulheres usavam:


 Pendente, pulseira (Gn. 24: 22, 47);
 Braceletes, colares (Ez. 16: 11);
 Brincos, coroa na cabeça (Ez. 16:12);
 Anéis no tornozelo (Is. 3 18);
 Cadeias para os passos (Is. 3: 20).

3.c- Observe com atenção que as mulheres e os homens da Bíblia usavam


muitos enfeites, não havia a concepção de pecado para tal prática. Todos
podiam usar os seus adornos, se vestir bem e se enfeitar para o dia a dia.
Nas Escrituras isto nunca foi proibido. A relação de Deus e do povo de
Deus com as jóias na Bíblia é muito interessante, preste atenção nessas
passagens a seguir:
· Êx. 3: 21-22- Deus diz que quando os israelitas saíssem da escravidão
no Egito pedissem aos egípcios jóias e roupas para seus filhos usarem.
Isso não aconteceria se os israelitas não usassem jóias e se Deus fosse
contra as mesmas.
· Êx. 35 4-5, 20-22, 30- 36:3– Veja que os objetos do Santuário que Deus
mandou Moisés construir para ser sua casa de adoração, foram feitos cm
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as jóias do povo. Se jóias fossem algo pecaminoso Deus as usaria na Sua


casa?
· Nm. 31: 50- aqui encontramos as jóias do povo sendo usadas como
oferta expiatória para Deus. Deus aceitaria como oferta algo
pecaminoso?
· Jó 42: 11- Como presente dos seus amigos após sua restauração Jó o
homem justo e temente a Deus (Jó 1:1), recebe um monte de anéis. Para
que isso se ele não usasse?
· Pv. 1:8-9- O escritor de provérbios compara o ensino dos PIS que é uma
coisa muito boa, com diademas e colares, ou seja, compara com adornos,
enfeites. Isto mostra que para ele os enfeites eram coisas importantes e
boas. E não podemos esquecer que ele escrevia inspirado pelo Espírito
Santo.
· Pv. 25:12– Uma pessoa sábia é comparada com jóias e brincos de ouro.
· Is. 61:10- Jerusalém é representada como se fosse uma mulher,que está
recebendo as bênçãos de Deus (3), e estas bênçãos são comparadas com
enfeites, com as jóias de uma noiva.
· Ez. 16: 1-14- Este texto é maravilhoso e esclarecedor. Deus compara
Jerusalém com uma mulher, e como se Ele fosse um esposo que está feliz
com sua mulher, lhe dá todo tipo de jóias, e ainda diz que ela enfeitada
está com a gloria dele refletida (14).
· Ap. 21: 1-2- a Nova Jerusalém, que é um símbolo da Igreja glorificada, é
comparada a uma noiva quando se enfeitava para o casamento.
3.d- Será que se as jóias fossem algo que Deus abomina e que os cristãos
não deveriam usar o Senhor faria as comparações que acabamos de ler em
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sua Palavra, e daria e receberia as mesmas de seu povo? É óbvio que não.
Todas estas passagens mostram que nas Escrituras nada existe de
proibições com respeito as jóias, e que o povo da Bíblia as usava
normalmente.

IV- E AQUELE TEXTO?


Existem alguns textos que são muito usados por algumas pessoas para
condenar o uso de jóias pelos cristãos, a pergunta é: o que estes textos
querem dizer? Vamos analisá-los.
4.a- Is. 3: 16-26 – As vezes alguns mais desavisados também usam estes
versículos para manter suas proibições. É um uso mal feito, pois aqui se
estivesse proibindo as jóias para as mulheres, estaria proibindo também:
· Véus (19);
· Cintos (20);
· Anéis (21);
· Roupas caras, capas, bolsas (22);
· Espelhos, roupas de linho, xales (23);
· Perfumes, penteados, roupas caras (24).
Mas, logo se vê que as pessoas que usam esta passagem para proibir as
jóias, não proíbem as outras coisas. Usam de dois pesos e duas medidas. O
que este texto que dizer então?
4.b- É o seguinte: o profeta Isaías está dando uma sentença contra as
mulheres de Jerusalém (16), dizendo que Deus iria tirar tudo o que cita
delas, não porque aquilo fosse pecado, mas porque elas estavam
cometendo outro pecado, o pecado da arrogância, do orgulho (16). A
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retirada de todos estes objetos delas seria uma forma de castigo, tudo seria
parte do julgamento de Deus sobre Jerusalém da qual fala todo este
capítulo 3. Temos aqui um fato circunstancial, referente a situação das
mulheres de Jerusalém, um fato descritivo (descreve um acontecimento), e
não prescritivo (não prescreve, nem ordena uma doutrina). Contrate esta
passagem com Ez. 16: 1-14, onde Deus feliz com Jerusalém lhe dá jóias de
todos os tipos e roupas finas como bênção. Tirar os ornamentos para o
povo de Israel era sinal de tristeza (Ex. 33:1-6); receber ornamentos era
sinal de bênçãos (Is. 61: 10; Ap. 21:1-2).
4.c- 1Tm. 2: 9-10; 1Pd. 3:1-4 – Estas duas passagens também têm sido
usadas por alguns para proibir os adornos femininos, mas não é isso o que
está escrito nelas.
1- No primeiro texto (1Tm. 2: 9-10) o apóstolo Paulo não está proibindo o
uso de jóias, nem os penteados para as mulheres, ele está fazendo um
contraste entre dois tipos de beleza, a interior e a exterior. Ele diz que a
verdadeira beleza não deve está por fora, nas jóias e ornamentos que as
mulheres usavam, mas por dentro, na espiritualidade, na santidade. A
mulher não deveria pensar em se enfeitar e se esquecer da parte espiritual,
deve fazer uma, mas faça principalmente a outra. Ele reflete sobre as
prioridades do cristão, como em 1Tm. 4:8: “Porque o exercício corporal
para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a
promessa da vida presente e da que há de vir”. É claro que Paulo não
desaconselha o exercício físico, mas mostra que a pessoa deve se exercitar
na santidade antes de tudo. Toda leitura de um texto assim deve ser feita
com cuidado, levando em seu contexto, se não for assim iríamos achar que
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o apóstolo estaria proibindo o casamento em 1Co. 7:27: “Estás ligado à


mulher? Não busques separar-te. Estás livre de mulher? Não busques
mulher”, mas, não é isso que ele faz.
2- Na segunda passagem (1Pd. 3: 1-4), se Pedro estivesse lançando uma
proibição contra o uso de jóias pelas mulheres, porque ele usa como
exemplo de santidade as mulheres do AT (5-6)? Pois como já vimos, elas
usavam muitas jóias. Ora, se Pedro tivesse aqui sendo contra o uso de
jóias pelas mulheres, não usaria como exemplo quem as usava. Como
entender o texto então? O que temos aqui são expressões idiomáticas como
as seguintes:
· “Assim não fostes vós que me enviastes para cá, senão Deus, que me tem
posto por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa, e como regente
em toda a terra do Egito.” (Gn. 45:8). Veja no verso 4 que foram os
irmãos de José mesmo que o venderam.
· “Pois não desejas sacrifícios, senão eu os daria; tu não te deleitas em
holocausto. Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um
coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus“. (Sl. 51:16-17).
Mas veja o verso 19, e também Ex. 29; Lv.22: 17- 33, onde o próprio Deus
é quem estabelece os sacrifícios.
· “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que
permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque
a este o Pai, Deus, o selou” (Jo. 6:27). Estaria Jesus proibindo o
trabalho? É claro que não.

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Quando os autores bíblicos escrevem assim, eles estão querendo colocar


ênfase em certos detalhes que não podem ser esquecidos em certas
práticas, mas não estão negando nada. Por exemplo:
· Em Gn. 45:8, José não estava dizendo que os seus irmãos eram inocentes
se sua ida ao Egito como escravo, mas sim afirmando que ANTES dos
irmãos dele fazerem o plano, Deus já havia feito.
· Em Sl. 51: 16-17, Davi não está dizendo que Deus não aceitava
sacrifícios, pois o AT está cheio de ordenanças a este respeito (Lv. 1-7),
mas está dizendo que ANTES de sacrifícios Deus queria o coração
contrito.
· Em Jo. 6: 27, João não está dizendo que pessoas não deve trabalhar pela
comida material, ANTES que se preocupe com a comida espiritual em
primeiro lugar.
Portanto, nas duas passagens analisadas não há proibição do uso de
ornamentos pelas mulheres, mas que ANTES elas saibam que a sua beleza
deve está no interior, na vida espiritual dedicada, e não apenas no
exterior, no que elas usam.

V- QUAL O CRITÉRIO DO CRISTÃO AO SE VESTIR E SE


ADORNAR?
Depois de tudo o que foi dito fica a pergunta então devemos fazer tudo o
que os homens e mulheres da Bíblia faziam; usar tudo o que usavam? Para
responder a mesma temos que prestar atenção ao seguinte:

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5.a- A Bíblia foi escrita em um determinado contexto e cultura onde havia


muitos costumes diferentes dos nossos, assim nem tudo o que está na Bíblia
é para fazer. Observe:

1- Gn. 16- Sara a esposa de Abraão, por ser estéril, dá empregada para
que seu marido se deite com ela e gere um filho;
2- Ex. 21: 7- O pai podia vender a filha;
3- Ex. 21: 16,17 Lv. 20:9- Amaldiçoar ou ferir os pais era passível de pena
de morte;
4- Lv. 23- Era obrigado celebrar as festas da Páscoa, Primícias, e o Dia
da Expiação;
5- Dt. 21: 15-17- Homens podiam ter mais de uma esposa;
6- Dt. 21: 18- 23- Filhos desobedientes deveriam ser mortos;
7- Dt. 22:13-21- Mulher que casasse e ficasse provado que não era mais
virgem deveria ser apedrejada até a morte;
8- Dt. 25:5-10- Se um homem casado morria sem ter deixado filhos, o seu
irmão casava com sua esposa, era a lei do Levirato;
9- Dt. 26: 12-15- Quem dava o dízimo deveria fazer uma oração prescrita
para todos.
Estes eram costumes do povo e da Lei de Israel, mas não são nossos. Ali
eram aceitáveis, mas não são aceitáveis hoje, pois como já vimos costumes
mudam de povo para povo e de época para época. Assim, devemos ao ler a
Bíblia saber diferenciar o que é um costume local, que dentro daquela
sociedade era permitido e aceitável, e o que não é aceitável em nossa
sociedade.
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5.b- Observe este fato interessante:


· 1Co. 11:4-16 – Em Corinto, era proibido as mulheres cortarem o cabelo,
e os homens de terem os cabelos crescidos. Mas, em Israel era normal os
homens terem longos cabelos (Jz. 13: 1-5; 2Sm.14:26);
· 1Co.11: 5– Aqui em Corinto as mulheres podiam profetizar e orar nos
cultos, e profetizar também era ensinar (1Co. 14:31), mas em Éfeso onde
Timóteo estava elas não podiam fazer nada disso (1Tm. 2:11-12).
Acontecia assim porque estas duas cidades tinham costumes diferentes.
5.c- Todo cristão deve saber que deve respeitar a cultura na qual está
inserido, se ela não fere a doutrina bíblica (1Co.10:32). Assim, no caso de
usos e costumes devemos saber se tal costume no país em que vivemos é
aceito ou não. Como a sociedade olha quem pratica tal coisa? Olha como
cristão? Sendo práticos: homens de brincos no Brasil são vistos como
cristãos pela sociedade? Mulheres com brincos pendurados no nariz são
vistas como cristãs? Agora todos nós sabemos que a sociedade não vê
nada de errado em uma mulher cristã se adornar com seu brinco na
orelha, ou seu colar ao pescoço. A mesma coisa não existe discriminação
em um homem usar um colar discreto.
5.d- Existem algumas coisas que devem ser observadas pelo cristão
quando for se vestir e se adornar com seus enfeites. Não se deve usar tudo
que a moda oferece, quando se for usar algo se deve fazer algumas
perguntas:
· Isto que estou usando serve para a glória de Deus (1Co. 10:31)?

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· Isto que estou usando me faz ser causa de escândalo para crentes ou
descrentes (Rm. 14: 13-16,21; 1 Co.10:32)? Muitas coisas podem não ser
pecado, mas para evitar o escândalo não devemos fazer (1Co. 10: 23-31);
· Isto que estou usando mostra que sou santo (1Pd. 1: 14-15)?
· Isto que estou usando Jesus usaria (1Jo. 2:6)?
· Isto que estou usando mostra que meu corpo é templo do Espírito
Santo (1Co. 6:18-20)?
O cristão deve adotar a modéstia em todo o seu procedimento, se não
adota o comedimento saiba que peca. O bom senso deve ser praticado
pelos crentes no que usam como trajes ou adornos, sob pena de fazer do
templo de Deus que é o seu corpo, um templo profano. Ao usar uma roupa
ou adorno pense sempre no outro, e se aquilo está escandalizando o nome
de cristão ou não. Que tipo de templo você é?

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CONCLUSÃO:

As Escrituras estão fartas de textos que provam que os adornos


eram usados pelo povo de Deus, não eram proibidos. Alguns tentam usar a
Bíblia erradamente para tentar proibí-los, alegando que tudo isso é
vaidade. É bom notar que na bíblia a palavra vaidade nunca esteve ligada
ao uso de adornos pelas pessoas.

Os cristãos estão livres para se adornarem, mas observando o


principio da modéstia. Devem saber que são diferentes, que devem ser
santos. Se o que usam os transforma em motivo de escândalo ou de
descrédito para com sua vida espiritual, estão em erro. Glorificar a Deus
com seu corpo este é o critério básico para o comportamento cristão. Faça
isso.

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APÊNDICES E CURIOSIDADES

a. Dt. 22: 5 – Igrejas têm usado esta passagem para condenar o uso de
calças compridas por mulheres. A explicação que dão é que calças são
roupas de homem, e, portanto, são proibidas aqui para as mulheres. O que
estas pessoas não dizem é que na época em que este texto foi escrito as
roupas eram semelhantes para homens e mulheres. Os judeus todos
usavam vestidos e túnicas, homens e mulheres, a distinção dos sexos não
estava no tipo de roupa, pois todos usavam vestidos, mas nos tamanhos e
cores.
b. A palavra hebraica no texto que é traduzida por roupa é o hebraico
“simlâh”, a mesma palavra que é traduzida por “capa’ em Gn. 9: 23. Esta
palavra significa: capa, manto, envoltório, vestuário, de homem ou de
mulher; especialmente uma grande roupa exterior. [1] Assim , o texto não
se refere a calças, mas a estilos de capas, vestimentas que se distinguiam
por tamanho, cores, detalhes, e não por tipo. Portanto, não se proíbe aqui
o uso de calças por mulheres, pois se ela usa uma calça de modelo
feminino não há problema, assim como na Bíblia os homens usavam
vestido, mas de modelo masculino. O texto proíbe o travestismo, homem
como mulher e mulher como homem.
c. Mt. 10: 16 – Este texto não fala nada sobre usos e costumes. Fala dos
problemas que os apóstolos enviados por Jesus iam passar e Jesus está
mostrando como eles deveriam enfrentar estes problemas. É só ler todo o

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capitulo 10 de Mateus. Portanto quem usa este texto para tentar falar de
usos e costumes na igreja está falsificando as Escrituras.

Curiosidades sobre a Bíblia


Algumas informações aqui contidas serão apenas pra satisfazer nossas
curiosidades porem outras nos serão muito útil para o desenvolvimento de
nosso ministério pastoral, na vida cristã.

1. No ano de 1250 o cardeal Caro dividiu a Bíblia em capítulos, que


foram divididos em versículos no ano de 1550, por Robert Stevens.
2. A Bíblia inteira foi escrita num período que abrange mais de 1600
anos.
3. É uma obra de cerca de 40 autores, das mais variadas profissões: de
humildes agricultores, pescadores até renomados reis.
4. O Antigo Testamento foi escrito em hebraico, com exceção de algumas
passagens em Esdras, Jeremias e Daniel que foram escritas em
aramaico.
5. O Novo Testamento foi escrito em grego.
6. O Codex Vaticanus é provavelmente o mais antigo exemplar da Bíblia
em forma completa.
7. A primeira tradução completa da Bíblia para o inglês foi feita por
Wycliffe, em 1380.
8. Martinho Lutero foi o primeiro tradutor da Bíblia para a língua do
povo alemão.

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9. Na biblioteca da Universidade de Gottingen, Alemanha, existe uma


Bíblia que foi escrita em 470 folhas de palmeira.
10. O Livro mais antigo da Bíblia não é o Gênesis, mas Jô. Acredita-se que
foi escrito por Moisés, quando esteve no deserto.
11. O primeiro Salmo encontra-se em II Samuel 1:19-27, uma elegia de
Davi em memória de Saul e seu filho Jônatas.
12. A Bíblia contém 1189 capítulos e 31102 versículos.
13. Ester 8:9 é o maior versículo da Bíblia.
14. No livro de Ester e no livro de Cantares não se encontra a palavra
Deus.
15. O Antigo Testamento termina com uma maldição, e o Novo Testamento
termina com uma benção.
16. O último livro da Bíblia a ser escrito foi III João.
17. Há 3573 promessas na Bíblia.
18. O livro de Isaías assemelha-se a uma pequena Bíblia: contém 66
capítulos; os primeiros 39 falam da história passada, e os 27 restantes
apresentam promessas do futuro.
19. Dos quatro evangelistas só dois andaram com Jesus; Marcos e Lucas
não foram seus discípulos.
20. Todos os versos do Salmo 136 terminam com o mesmo estribilho:
“Porque a Sua misericórdia dura para sempre.”
21. O profeta que veio depois de Malaquias foi João Batista.
22. Judas foi o único dos doze apóstolos que não era Galileu.
23. João era o discípulo mais jovem dos doze.
24. Os versículos 8, 15, 21 e 31 do Salmo 107 são iguais.
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25. Matusalém, o homem mais velho da Bíblia, morreu antes de seu pai,
Enoque, que ascendeu ao Céu.
26. Ló era o pai de Moabe e Bem-ami, e também o avô dos dois porque “as
duas filhas de Ló conceberam do próprio pai”. (Gen. 19:36-38)
27. 42 mil pessoas perderam a sua vida por não saberem pronunciar a
palavra Shiboleth. (Juízes 12:5, 6)
28. Adão não teve sogra.
29. A única idade de mulher que se menciona na Bíblia é a de Sara (Gên.
23:1)
30. A primeira cirurgia foi realizada por Deus, quando tirou uma costela
de Adão. (Gên. 2:21,22)
31. Além de Jesus, Elias e Moisés foram os únicos homens que jejuaram 40
dias e 40 noites. (I Reis 19:8 e Deut. 9:9)
32. A arca de Noé tinha três andares. (Gên. 6:16)
33. O Salmo 119 é o mais longo da Bíblia, é um acróstico. Os 176
versículos acham-se divididos em 22 seções de oito versos cada uma,
correspondendo a cada uma das letras do alfabeto hebraico.
34. Em Gate houve um homem de grande estatura, que tinha 6 dedos em
cada mão e em cada pé. (II Samuel 21:20)
35. Elias teve o privilégio de comer uma refeição preparada por um anjo.
36. Existem muitos dados curiosos relativos às estatísticas bíblicas. Um
dos números que mais aparece na Bíblia é o 7. Entre os Hebreus este
número era considerado sagrado e símbolo da perfeição.
37. Noé tinha 600 anos quando terminou a arca.
38. O sábio Salomão deixou mais de três mil provérbios.
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39. A operação matemática mais rendosa foi efetuada por Jesus quando
multiplicou 5 pães e 2 peixes para alimentar a mais de cinco mil
pessoas e ainda sobraram 12 cestos cheios.
40. Talento era uma moeda grega que valia o equivalente a uns mil e
quinhentos dólares.
41. Judas vendeu a Jesus por 30 moedas de prata, equivalentes a uns 20
dólares.
42. Calcula-se que o presente que Naamã ofereceu a Eliseu, do qual Geazi
finalmente se apropriou, equivalia a uns 48.000 dólares.
43. Tiago, filho de Zebedeu, foi o primeiro dos apóstolos a morrer por sua
fé. Foi decapitado a espada por ordem do rei Herodes Agripa I, por
volta do ano 44 de nossa era.
44. Paulo, o grande apóstolo dos gentios, foi decapitado em Roma por
ordem do tirano Nero.
45. Em I Samuel 17:18, o queijo é mencionado pela primeira vez na Bíblia.
46. Em juízes 14:18 encontramos um dos exemplos mais antigos de
enigma.
47. Dois reis dos Amorreus foram postos em fuga por vespões.
48. A última cidade mencionada na Bíblia é a cidade santa. (Apoc. 22:19)
49. Salmo 117 é o capítulo mais curto da Bíblia
50. Salmo 118 é o capítulo que está no centro da Bíblia. Há 594 capítulos
antes e depois do Salmo 118
51. O Versículo que se encontra no centro da Bíblia está em Salmo 118:8.

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