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A Aliança da Graça*
William Hendriksen

Prefácio

Meu obj et ivo é alcançar especialment e t rês cat egorias de pessoas.

Primeiro, aqueles muit os leit ores individuais que t êm sido abençoados com um
int eresse pela dout rina.

Segundo, os grupos de est udant es da Bíblia reunidos em classes e sociedades.


Como uma aj uda para suas discussões; razão por que se inclui uma série de
pergunt as ao final de cada um dos oit o breves capít ulos.

Em t erceiro lugar, de forma mais específica, aqueles que est ão pensando em


fazer pública profissão de sua fé. Geralment e, em nossos círculos, por essa
ocasião, o past or, em nome do conselho da igrej a e de t oda a congregação,
ent rega àqueles que t êm dado est e passo um livro ou folhet o com o qual se
aconselha a respeit o do t ipo de vida que se lhes espera a part ir disso, das
dificuldades que se podem esperar, et c. O aut or t em examinado com prazer
vários dest es livros e os t em considerado excelent es. Não é o propósit o compet ir
com eles. Mas, a sua esperança é que est e livret o possa ser considerado como um
possível guia para preparar aqueles que est ão pensando em dar est e import ant e
passo. Quem sabe, a concent ração sobre o t ema único da Aliança da Graça possa
ser de algum beneficio.

A esperança do escrit or é que est a revisão e ampliação possa encont rar a mesma
calorosa recepção que encont rou est e livro em sua primeira edição. Que nosso
Deus Trino da aliança receba t oda a glória e a honra.

*
Este livro é uma revisão de um publicado anteriormente com este mesmo título pela editora Wm. B.
Eerdmans em 1932.

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Capít ulo 1

A import ância dest e t ema

Recent ement e vem aument ando o int eresse sobre a dout rina da Aliança da
Graça. Se não fosse assim a edit ora não me t eria solicit ado que preparasse uma
edição revisada e ampliada de meu livro sobre esse t ema, publicado há quase
meio século.

Durant e est es anos t enho recebido mais e mais pedidos da obra ant erior e
sugest ões para que fosse reedit ada. Não faz muit o t empo, um past or j ubilado, ao
descrever o est ado exist ent e ent re muit os j ovens da sua denominação, e de
out ras, observou: “ O que necessit a é um despert ar do int eresse sobre a Dout rina
da Aliança de Graça. Nossa preciosa j uvent ude deve est ar conscient e do que
significa ser ‘ filhos a aliança’ !”

Out ra razão pela qual necessit a redirecionar a at enção a est e t ema é o fat o de
que est amos rodeados por t odos os lados pelo individualismo, o subj et ivismo e o
sensacionalismo religiosos e unilat erais. Ora, é cert o que muit os dos que são
verdadeirament e salvos consist em de um número de indivíduos separados que
foram repent inament e convert idos, geralment e, como frut o de uma ou de out ra
grande reunião evangelíst ica ou mediant e um apelo para “ se por de pé, levant ar
a mão ou dar um passo adiant e” em uma reunião de uma igrej a ou “ t abernáculo”
local. Pois bem, não é minha int enção minimizar as bênçãos result ant es de t ais
reuniões. Apesar de podermos dizer que, sem dúvida, nem t odos os que “ t em
aceit o a Crist o como seu Salvador pessoal e Senhor” seguem fiéis seis meses mais
t arde, é verdade, sem dúvida t ambém, que t em ocorrido conversões genuínas.

No ent ant o, o que é lament ável é que alguns vêem o t ipo dramát ico de
conversão como a única verdadeira conversão. Não há lugar em sua t eologia para
uma conversão dent ro da aliança. Para defender seus pont os de vist a, os
oponent es, que aderem à t eologia ant i-aliança, t ent am, às vezes, confundir ao
incaut o cit ando várias referências bíblicas, t odavia, fora de cont ext o. Todas as
passagens cit adas, num sent ido ou out ro, enfat izam o fat o de que “ não há
dist inção” (Rom. 3:22, 23, 29; 10:12; Gál. 3:28; Col. 3:11; et c.).

Em cont rapart ida, quem quer que est ej a dispost o a int erpret ar est as passagens
segundo os seus cont ext os descobrirá que o que Paulo est á dizendo é que t ant o o
j udeu como o gent io (escravo e livre, et c.) são salvos mediant e a fé no Senhor
Jesus Crist o. Nesse sent ido não há dist inção. Mas alguns pregadores ant i-aliança
procuram convencer a seu audit ório de que o apóst olo dissera que “ não há
dist inção ent re a forma de conversão experiment ada por (a) um pagão, e (b) um
filho da aliança. Em quaisquer dos casos deve haver uma conversão repent ina,
dramát ica, sensacional” . Há casos em que um minist ro ameaçou com o fogo do
inferno a uns j ovens que se negavam a responder o seu apelo para se colocarem

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de pé ou dar um passo adiant e da congregação... apesar dest es mesmos


indivíduos, em out ra igrej a, a qual pert enciam, houvessem feit o previament e
uma confissão pública de sua fé no Deus Trino como Ele se revela na Escrit ura.
Eram filhos de pais crent es e numa idade muit o t enra renderam suas vidas ao
Senhor pela soberana graça de Deus.

Querendo ou não admit i-lo, é um fat o que cada menino ou menina, rapaz ou
moça ou, inclusive, pessoa de maior idade não t em exat ament e a mesma
experiência de conversão. Houve por cert o uma diferença, ou diria, uma
diferença bem marcant e ent re, por uma part e, a conversão do carcereiro de
Filipos (At os 16:27-34) e, por out ra, a conversão de Samuel, ou Daniel, ou
Timót eo. A primeira foi súbit a e dramát ica, a segunda, gradual e muit o menos
dramát ica ainda que t ão real como a out ra. Com t oda cert eza, a falt a de est udo
e apreço devidos à dout rina bíblica da Aliança da Graça é a responsável pelo erro
que se t em comet ido às vezes ao dirigir-se à gent e j ovem.

Como esperamos demonst rar nos próximos capít ulos, a dout rina da Aliança da
Graça é da maior import ância para se viver um crist ianismo prát ico. No ent ant o,
ist o nem sempre é ent endido dessa maneira, como o indica a hist ória verdadeira
que se segue. O pai de uma criança de algumas semanas foi t er com o seu past or
em um sábado à t arde, j á que desej ava apresent ar seu filho para o bat ismo.
“ Agrada-me muit o not ar que você não pert ence à classe de gent e que espera que
seu filho complet e quat ro meses ou mais, para t razê-lo para ser bat izado.
Parece-me que você compreende a grande import ância da Aliança da Graça
selada pelo bat ismo” , disse-lhe o past or. A respost a foi, “ Bom, realment e não
pensamos nisso, mas disse à minha esposa, “ bem, poderíamos bat izar o bebê
amanhã para depois não nos esquecermos o assunt o'“ .

Não é de se deplorar que exist a t ant a indiferença e ignorância com respeit o a


uma dout rina t ão significat iva como é a da Aliança da Graça?

Deduzimos o significado cent ral do ensinament o de Deus a respeit o da aliança a


part ir das numerosas referências que se fazem dest a, t ant o no Ant igo como no
Novo Test ament o. Algumas vezes esse pact o ou essa relação segundo a aliança é
indicada por meio de um sinônimo ou uma expressão sinônima. Out ras vezes,
usa-se mesmo expressão “ aliança” . Vej am-se os seguint es: Gen. 15:18; 17:2-21
(especialment e o v. 7); 26:23-25; 28:13-15; Exo. 6:2-8;19:1-6; 24:7, 8; Lev.
26:14s, 23, 40-45; Deut . 4:23-31; Jos. 23:16; Juí. 2:20-22; 2Sam. 23:5; 1Reis
8:23; 19:10; 2Reis 13:23; 17:15-18, 34-41; 23:3; 1Cron. 16:1 sgt s; 2Cron. 5:10;
21:7; Sal. 25:14; 74:20; 89:28; 103:17, 18; 105:8-10; 11l:5; 132:12; Jer. 31:31-34;
Dan. 9:4 sgt s.; Luc. 1:54, 55, 72, 73; 22:20; At os 2:38, 39; Rom. 11:27; Gál. 3:9,
17, 29; Heb. 8:6 sgt s.; 10:16, 29; 12:24; 13:20.

Como se pode perceber, a dout rina da Aliança da Graça est á firmement e


embasada na Escrit ura. Foi levada ao primeiro plano por, dent re out ros, os
grandes líderes da Reforma prot est ant e. Foi muit o preciosa para Calvino,

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Zwinglio, Oleviano, Ursino, et c. A primeira pergunt a do Cat ecismo Maior de


Ursino, por exemplo, é est a: “ Qual é o t eu consolo na vida e na mort e?”
Respost a: “ Que em seu infinit o amor e imut ável bondade, Deus t em me recebido
em sua Aliança da Graça” . Queira Deus que est a preciosa verdade comece a
vicej ar novament e nas ment es, corações e vidas dos filhos da Reforma!

Perguntas baseadas no conteúdo deste capítulo:

1. O est udo dest e t ema é import ant e, e se for, por quê?

2. O que Paulo quer dar a ent ender quando escreve, “ não há diferença” ? Que
int erpret ação errônea dest as palavras por vezes encont ramos?

3. Em que difere a conversão do carcereiro (At os 16:27-34) da de Samuel, Daniel


e Timót eo?

4. De que maneira most ra Ursino seu alt o apreço pela Aliança da Graça?

Temas de discussão:

1. Por que é uma indicação promissora o int eresse renovado pela dout rina da
aliança?

2. Por que é um grande erro cit ar um t ext o fora de cont ext o? Ofereça um
exemplo.

3. Qual seria uma boa maneira de est imular o int eresse por est a dout rina
inclusive ent re crianças de 7 a 14 anos?

4. Com que idade deveriam nossos filhos começar a aprender acerca de sua
pert inência à aliança de graça?

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Capít ulo 2

O significado da aliança

Não há realment e nada de inusit ado na idéia de uma aliança. Muit as das mais
elevadas manifest ações da vida ent re as criat uras racionais e morais se revest em
da forma de um pact o. Pensemos no pact o de amizade ent re Davi e Jônat as, no
vínculo do mat rimonio, na liga ou na aliança ent re as nações, na federação de
sociedades de homens ou mulheres, nas associações de comerciant es, nos
sindicat os de t rabalhadores, nas frat ernidades ou irmandades de est udant es, et c.
O homem é um ser de alianças. O coração dele anela por companheirismo e
comunhão. At é os religiosos se reúnem em suas respect ivas ordens e ermit ãos
deixam sua reclusão para morar j unt os em convent os e most eiros.

Ent ão, se at é o homem moderno anela por comunhão, apesar de est ar vivendo
em um ambient e social alt ament e organizado e em uma sit uação em que goza de
plena prot eção por part e de um governo est ável, podemos est ar cert os que essa
necessidade era sent ida com muit a mais int ensidade naqueles dias do Ant igo
Test ament o quando “ não havia rei em Israel: e cada um fazia o que achava mais
ret o” . Sem governos responsáveis para prot eger seus direit os, as t ribos nômades
se viram obrigadas a escolher ent re o risco de serem at acadas por bandidos ou
ent rar em uma relação de aliança com out ras t ribos.

Abraão deve t er sent ido a necessidade de aliados quando est ava vivendo como
est rangeiro e peregrino na t erra de Canaã. Que grande gozo não deve t er
experiment ado em seu coração quando Jeová mesmo lhe disse: “ Est abelecerei a
minha aliança ent re mim e t i e a t ua descendência no decurso de suas gerações,
aliança perpét ua, para ser o t eu Deus, e da t ua descendência” ! (Gen. 17:7; cf.
Gen. 15:18).

Mas, e por que mot ivo Deus não est abeleceu est a aliança ant es do t empo de
Abraão? A respost a pode ser dupla: em primeiro lugar, Deus prot elou em inst it uir
formalment e est a aliança a fim de que os homens pudessem t er uma
oport unidade de cert ificarem-se da necessidade e do valor das alianças no
âmbit o nat ural. Est e reconheciment o, por sua vez, lhes aj udaria a discernir o
significado do carát er único da Aliança da Graça. Inclusive, a aliança de Deus
com “ Noé e com seus descendent es e com t odo o ser vivent e” pode ser
considerada preparat ória em seu carát er.

Segundo, em essência j á encont ramos a Aliança da Graça no prot o-evangelho ou


promessa-mãe de Gênesis 3:15. Vej a o seu cont eúdo: “ Porei inimizade ent re t i e
a mulher, e ent re a t ua descendência e o seu descendent e. Est e t e ferirá a
cabeça, e t u lhe ferirás o calcanhar” . Aqui clarament e Deus se alia com o homem
na bat alha dest e cont ra Sat anás. Result ado: ainda que falando figuradament e o

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calcanhar do Messias promet ido seria ferido (especialment e no Calvário), e a


própria cabeça de Sat anás seria esmagada ou amassada, ou sej a, seria o inimigo
definit ivament e vencido. Num cert o sent ido, devemos remont ar bem mais at rás
para encont rar a origem da Aliança da Graça. Ela est á arraigada no próprio Deus!
Deus é o Deus da aliança; e ist o não soment e porque est abeleceu uma aliança
com o homem, mas porque t ambém, e especialment e, desde t oda a et ernidade,
exist e ent re as pessoas da Sant íssima Trindade uma relação assumida
volunt ariament e de amor e amizade, cada uma t rabalhando pela glória e a honra
da out ra. Conforme João 14:13; 16:14; 17:4, 5. Est a relação de aliança que
exist e ent re as pessoas da Trindade é o fundament o da Aliança da Graça. Como é
verdade que cada uma das pessoas divinas ama as out ras duas, assim, t ambém é
um fat o que o Deus Trino ama ao homem criado à sua imagem; sim, ainda que o
homem est ej a caído, porque a aliança de que est amos falando é uma aliança de
graça.

A essência dest a aliança é, port ant o, que Deus escolhe ser Amigo do homem. Ist o
significa salvação, complet a e livre, não merecida pelo homem e, port ant o,
produt o da graça divina.

Todas as veredas do Senhor


são misericórdia e verdade.
para os que guardam a sua aliança
e os seus t est emunhos!

Salmo 25: 10

Quant o, t ambém, à idéia de amor, misericórdia, amizade ent re Deus e o homem,


vej a-se de igual forma o t ext o de Salmos 89:28. Est a amizade é perdoadora em
seu carát er (Jer. 31:31-34; Rom. 11 :27). Em conexão com est es leia-se
especialment e a passagem muit o preciosa de Daniel 9:18, 19 e not e-se a est reit a
conexão ent re “ aliança” e “ misericórdia” (ou “ amor const ant e” ) em passagens
t ais como Deut eronômio 7: 9; 2º Crônicas 6:14; Daniel 9:4.

Em face de t odas est as considerações é fácil responder à pergunt a, “ Est a aliança


é unilat eral ou bilat eral?” Em um sent ido é bilat eral, porque est á est abelecida
ent re duas part es: Deus e o homem. De um lado est á Jeová, o Deus da aliança;
de out ra, os crent es e sua descendência (Gen. 17:7). Deus faz promessas. O
homem t em obrigações e responsabilidades decorrent es da aliança. Cont udo, em
out ro sent ido, devido à infinit a diferença qualit at iva ent re Deus e o homem, a
aliança pode ser chamada verdadeirament e de unilat eral. A aliança não surge
como result ado de um cont rat o feit o por duas part es iguais depois de longas
reuniões e discussões. É Deus, soment e Ele, quem por pura graça est abelece sua
aliança com o homem!

Mas, como é possível que um Deus sant o ent re em uma relação amigável com o
homem pecador? A respost a é: ist o foi possível pela obra de Jesus Crist o, o qual

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morreu em lugar de t odos aqueles que pela graça soberana põem sua confiança
nele (Isa. 53:5, 6; Jo. 3:16; 2 Cor. 5:18-21).

Agora est amos preparados para uma definição da Aliança da Graça. É aquele
pact o ent re o Deus Trino e seu povo pelo qual Deus promet e sua amizade e
port ant o salvação complet a e livre a seu povo sobre a base da expiação vicária
de Crist o o Mediador da aliança e eles em grat idão promet em viver para ele.

É necessário, ent ret ant o, fazer uma pequena dist inção nest e pont o. A ênfase não
deveria t ant o recair na amizade e salvação complet a como uma realidade j á
present e, mas, muit o mais à ordenança divina que t em como propósit o o
est abeleciment o dest a bendit a condição.

Perguntas baseadas no conteúdo de este capítulo:

1. Prove o fat o de que o homem é um ser de alianças.

2. Most re que foi muit o misericordioso da part e de Deus est abelecer sua aliança
com Abraão.

3. Porque é chamada est a aliança de uma Aliança da Graça?

4. Est a aliança é unilat eral ou bilat eral?

Temas de discussão:

1. É corret o o seguint e: “ Quando se faz a pergunt a, ‘ o que devo fazer para ser
salvo?’ a respost a deveria ser, 'Nada. Deus fez absolut ament e t udo' “ ?

2. Porque é t ão import ant e a pregação sadia e a cuidadosa inst rução dout rinal?

3. Quando foi a últ ima vez que você escut ou um sermão sobre a Aliança da
Graça? O que você se lembra daquele sermão?

4. “ Nós amamos porque ele nos amou primeiro” (1Jo. 4:19). Assinale a conexão
dest a passagem com a dout rina da Aliança da Graça.

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Capít ulo 3

A unidade da aliança

Uma das razões pela qual muit a gent e hoj e não quer saber nada do que eles
ironicament e chamam “ t eologia do pact o” é o muro int ransponível que se t em
const ruído ent re o Ant igo e o Novo Test ament o, ent re Israel e a igrej a. Algumas
pessoas ressalt am o fat o de que quando Deus est abeleceu sua aliança com
Abraão, anexou est a promessa: “ Dar-t e-ei, e à t ua descendência, a t erra das t uas
peregrinações, t oda a t erra de Canaã, em possessão perpét ua” . Eles exclamam:
“ a igrej a nunca reclamou para si a t erra de Canaã, port ant o, a aliança com
Abraão não t em nada a ver com a igrej a” .

Deve-se admit ir que exist e sim uma diferença ent re a ant iga e a nova
dispensação. Por exemplo, o código de leis cerimoniais e similares, est abelecido
durant e a ant iga dispensação, foi abolido na nova (Mar. 7:19; Col. 2:14).

Inclusive, a lei moral j á não est á escrit a em t ábuas de pedra mas no coração.

Os sacrament os sangrent os foram subst it uídos pelos sem derramament o de


sangue. E a aliança de Deus j á não diz respeit o exclusivament e a Israel mas aos
“ crent es e a sua descendência” sem levar em cont a as origens ét nicas deles.
Est as mudanças foram t ão grandes que às vezes a Escrit ura fala de “ uma nova
aliança” (Luc. 22:20; Heb. 8:8-13).

Deve-se t er dois fat os em ment e, no ent ant o:

a) est as mudanças haviam sido previst as e predit as (Gen. 17:5; 22:18; Sal. 72:8;
87; Isa. 9:2; 60:1-3; 61:l sgt s; Jer. 3:16 (que não haverá mais arca); 31:31-34;
Ose. 1:10); e

(b) não afet am a essência invariável da aliança, a saber, que Deus promet e ser o
Deus de t odos os crent es e de sua descendência, e que é pela fé que Deus lhes
t em dado que aceit em e se esforcem por viver uma vida em conformidade com
est e pact o.

Afirmar que a aliança de Deus com Abraão não cont inua na era do Novo
Test ament o porque nem t odos os seus element os são válidos para hoj e é t ão
absurdo quant o dizer que os Dez Mandament os perderam a sua aplicabilidade j á
que para a maioria dos crent es de hoj e não t em nenhum sent ido a proibição de
cobiçar o j ument o ou o boi do próximo.

O fat o de que a aliança com Abraão concerne t ant o à nova como à ant iga
dispensação foi aclarado por Pedro quando, no primeiro Pent ecost es depois da
ressurreição de Crist o, dirigindo-se aos j udeus e aos prosélit os, declarou: “ Pois

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para vós out ros é a promessa, para vossos filhos...” Paulo assinalou que a parede
ent re j udeus e gent ios havia sido derrubada, e que, como result ado, “ t emos
acesso ao Pai em um Espírit o” (Efé. 2:14, 18). Ele afirmou: “ De modo que os da
fé são abençoados com o crent e Abraão” (Gál. 3:9). A passagem, que pode ser
considerada a mais clara para most rar que a aliança com Abraão se aplica a t odos
os crent es de hoj e em dia, sem dist inção de nacionalidade, é aquela em que
Paulo afirma, expressament e, que em Crist o simplesment e j á não exist e mais
j udeus ou gregos (gent ios). Já não há mais lugar para essa ant iga dist inção: t odos
são um agora. Tudo o que cont a é se alguém pert ence a Crist o: “ E se sois de
Crist o, t ambém sois descendent es de Abraão, e herdeiros segundo a promessa “
(Gál. 3:28, 29). Uma linguagem mais clara que isso é impossível.

A t remenda promessa “ serei o t eu Deus” , repet ida várias vezes no Ant igo
Test ament o, cont inua sendo ecoada no Novo. As duas “ dispensações” , a ant iga e
a nova, est ão t ão int imament e relacionadas que às vezes at é a linguagem do
Ant igo Test ament o é repet ida no Novo. Vej a-se a passagem de Êxodo 29:45, 46 (e
Lev. 26:12) e compare-as com 2 Corínt ios 6:16-18. A promessa da aliança, serei o
t eu Deus, vale para t odos os crent es.

Assim t ambém Pedro, dirigindo-se principalment e aos crent es gent ios, lhes
dissera: “ Vós sois raça eleit a, sacerdócio real, nação sant a” , et c. Ele usa uma
fraseologia que no Ant igo Test ament o se aplica aos j udeus (Exo. 19:6; Deut . 7:6;
Isa. 61:6).

Tudo ist o prova o quant o é absurdo dizer que com respeit o à sua essência a
Aliança da Graça est abelecida com Abraão não cont inua na era do Novo
Test ament o. A aliança foi est abelecida com Abraão, considerado em seu carát er
pessoal como o “ pai de t odos os crent es” (Rom. 4:11), t ant o de j udeus como de
gent ios, circuncidados ou incircuncisos. Port ant o, é verdade que est a única
Aliança da Graça, idênt ica nas duas dispensações, foi revelada de uma maneira
gradat iva no decurso do t empo. Com base nist o, podemos falar acerca:

a) do período de Adão a Abraão, quando a aliança ainda não havia sido


est abelecida formalment e e não havia sido inst it uído um sacrament o para selá-
la;

b) do período de Abraão a Moisés, durant e o qual se est abeleceu a aliança


formalment e e agregou-se-lhe o sacrament o da circuncisão como seu símbolo e
selo;

c) do período de Moisés a Crist o, durant e o qual se agregou out ro sacrament o, a


saber, a Páscoa, ent regou-se a Lei, sendo que a aliança prat icament e
circunscrevera-se aos j udeus.

d) da era present e, ist o é, o período ent re a primeira e a segunda vinda de


Crist o, um espaço de t empo durant e o qual as bênçãos da aliança não est ão

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confinadas a nenhuma nação em part icular, as sombras do Ant igo Test ament o
est ão se cumprindo e os sacrament os sangrent os t em sido subst it uídos pelos sem
sangue.

e) da vida et erna, durant e a qual gozaremos das bênçãos da Aliança da Graça em


seu mais alt o grau. Mas, ainda que exist am t odas est as et apas, t ant o o Ant igo
como o Novo Test ament o nos revelam uma e a mesma Aliança da Graça, o
mesmo evangelho da aliança, o mesmo Mediador da aliança, a mesma promessa
básica da aliança e as mesmas obrigações da aliança para os membros da aliança.

Perguntas baseadas no conteúdo deste capítulo:

1. Prove, a part ir da Escrit ura, que os crent es da present e ou nova dispensação


são membros da Aliança da Graça. Em out ras palavras, most re que a aliança de
Deus com Abraão realment e “ cont inua” na era present e.

2. Mencione as várias et apas na hist ória da aliança de graça. Ist o significa que
exist em várias alianças?

3. Prove a part ir da Escrit ura que aos olhos de Deus j á não há dist inção alguma
ent re j udeu e gent io.

4. Qual é o significado do sermão de Pedro em Pent ecost es para um


ent endiment o apropriado da Aliança da Graça?

Temas de discussão:

1. Discut a-se: “ Como obj et o de seu favor especial, Deus reconhece dois grupos:
os j udeus e a igrej a” . Verdadeiro ou Falso? Dê razões para sua respost a.

2. Qual é o significado de Jeremias 18:9, 10, na explicação de Jeremias 31:35-37?

3. “ Deus t em acabado com os j udeus” . Verdadeiro ou Falso? Respalde sua


respost a.

4. “ Israel e a igrej a não devem ser ident ificados. O que é verdade a respeit o do
primeiro não é necessariament e válido para o segundo” . Verdadeiro ou Falso?
Explique.

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Capít ulo 4

Os sacrament os da aliança

Na bibliot eca de um det erminado seminário encont rei um livro que não apóia a
dout rina reformada – e, segundo creio, bíblica – da Aliança da Graça. A posição
esposada pelo escrit or daquele livro pode ser assim sint et izada: os filhos dos
crent es que na puberdade ainda não renderam as suas vidas a Deus são iguais aos
pagãos. Se t iver de ocorrer alguma mudança, para melhor, essa mudança deve
ser iniciada por eles. Deus est á esperando para ver o que eles vão fazer.

Aqueles que aceit am a dout rina da aliança de graça adot am uma posição
dist int a. De fat o, eles crêem que cada pessoa responsável, se é filho de pais
crent es, ou não, deve crer no Senhor Jesus Crist o para ser salvo e viver uma vida
que glorifique a Deus. Conforme João 3:16. Eles não negam a responsabilidade
humana ou a necessidade da ação humana. Mas não equiparam uma pessoa que
nunca ouviu o evangelho com um filho da aliança. Sua maneira de t rat ar o filho
da aliança é diferent e. Os crent es se dirigem a seus descendent es em t ermos
como os seguint es: “ Meu filho, você nasceu na aliança. Ist o significa que muit o
pouco depois que você nasceu os t eus pais t e levaram à igrej a. Você foi bat izado
em nome do único Deus verdadeiro: Pai, Filho e Espírit o Sant o. Por meio dest e
bat ismo, Deus est ava t e dizendo, 'meu (minha) filho(a), dá-me o t eu coração'.
Deus, o Pai, t e disse: 'Eu quero t e adot ar como meu (minha) filho (filha) e
herdeiro(a)'. Deus, o Filho, acrescent ou, 'Eu desej o t e lavar no meu sangue de
t odos os t eus pecados'. O Espírit o Sant o concluiu: 'Eu quero renová-lo(a) dia a
dia, at é que ao final Eu t e leve puro(a) e sant o(a) para a assembléia dos
redimidos no céu'. Pense nisso, meu(minha) querido(a) filho(a)! Reflit a no fat o de
que o amor de Deus t em precedido qualquer esforço que você possa fazer para
mudar. E assim, diant e disso, qual será a t ua respost a? Ore para que o Senhor
possa levá-lo a dizer, não soment e com os t eus lábios, mas com o t eu coração e a
t ua vida:

Fazes o que queres de mim, Senhor!


Do seu Espírit o, dá-me a unção -
Sej a do meu ser o dono absolut o.
Que o mundo possa ver em mim a Crist o, o Redent or” .

(est rofe de “ Faz o que queres” de Adelaide Pollard)

Que consolo é quando se aplica e int erpret a assim o bat ismo crist ão! O bat ismo
que clarament e subst it uiu a circuncisão (Col. 2:11) é o símbolo e selo da ent rada
na Aliança da Graça.

Vej a bem, a despeit o desse fat o, Deus não promet eu que t odo o filho de pais
crent es deveria ser salvo, mas, o que ele t em promet ido é definit ivament e

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perpet uar sua obra da graça na linhagem dos filhos dos crent es considerados
como um grupo. Ist o é muit o evident e das seguint es passagens: “ Est abelecerei a
minha aliança ent re mim e t i e a t ua descendência no decurso das suas gerações,
aliança perpét ua, para ser o t eu Deus, e da t ua descendência” (Gen. 17:7). “ Mas
a misericórdia do Senhor é de et ernidade a et ernidade, sobre os que o t emem, e
a sua j ust iça sobre os filhos dos filhos; para com os que guardam sua aliança, e
para com os que se lembram dos seus preceit os e os cumprem” (Sal. 103:17, 18).
Compare com Salmo 105:6-11. “ Quant o a mim, est a é a minha aliança com eles,
diz o Senhor: o meu Espírit o est á sobre t i, e as minhas palavras que pus em na
t ua boca, não apart arão dela, nem da de t eus filhos, nem da dos filhos dos t eus
filhos, não se apart arão desde agora e para t odo o sempre, diz o Senhor “ (Isa.
59:21). “ Pois para vós out ros é a promessa, para vossos filhos e para t odos os que
ainda est ão longe; ist o é, para quant os o Senhor nosso Deus chamar” (At os 2:39).

Que est a promessa da Aliança da Graça é na realidade o fundament o do bat ismo,


a base sobre a qual est e descansa, se deduz de At os 2:38, 39: “ Arrependei-vos e
cada um de vós sej a bat izado... pois para vós out ros é a promessa, para vossos
filhos” .

Em conseqüência, Deus, em sua sabedoria, resolveu inst it uir o sacrament o do


bat ismo como um símbolo de ent rada na Aliança da Graça. Como t al, ele ilust ra a
limpeza da culpa do pecado, por meio da expiação de Crist o, e da cont aminação
do pecado, por meio da operação do Espírit o Sant o. De forma similar ao bat ismo,
no Ant igo Test ament o, a circuncisão é o selo da nossa ent rada na aliança.
Compare-se ao uso dos selos hoj e dia para indicar a validade de um document o
import ant e. Como valorizamos esses selos! Como t al, o bat ismo é o penhor
ext erior, visível, da fidelidade de Deus à promessa de sua aliança. Sela-nos, a nós
e aos nossos descendent es, a amizade de Deus, port ant o, a salvação complet a e
grat uit a: remissão dos pecados (Mar. 1:4; At os 2: 38; 22:16; Heb. 10:22),
regeneração, conversão, sant ificação (Rom. 6:2-10; 1Co. 6:11; Ef. 5:26; Col.
2:12) e comunhão com Crist o e com o corpo de Crist o; daí, t ambém, a separação
do mundo (Mat . 28:19; At os 2:40, 41; 1Cor. 12:13). Que o bat ismo é
verdadeirament e um símbolo e sinal da Aliança da Graça é demonst rando de
forma evident e quando consideramos que, como j á o fora mencionado, de acordo
a Escrit ura (Col. 2:11, 12), o bat ismo t omou o lugar da circuncisão. E a
circuncisão é chamada “ sinal ... selo da j ust iça da fé que t eve (Abraão) quando
ainda era incircunciso” (Rom. 4:11).

O bat ismo é um sinal e um selo da ent rada na Aliança da Graça t ambém para os
filhos dos crent es, como aprendemos de At os 2:38, 39; os apóst olos que
bat izavam famílias int eiras, assim o criam (At os 16:15, 33; 1 Co. 1:16); e
depreende-se do fat o de que est es filhos, assim como seus pais est ão incluídos na
aliança (Gen. 17:7; Sal. 103:17; Isa. 59: 21; Mar. 10:13, 14; At os 2:38, 39).

Enquant o que o bat ismo é sinal e selo da ent rada na Aliança da Graça, a Ceia do
Senhor, chamada t ambém Sant a Ceia ou Eucarist ia (que significa Ação de

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Graças), é o sinal e selo da permanência nessa aliança. A Ceia do Senhor


subst it uiu a Páscoa e foi descrit a por Jesus como “ a nova aliança no meu sangue”
(Luc. 22:20). A razão para o adj et ivo “ novo” foi dada na Capít ulo 3. Quant o a
expressão “ em meu sangue” , é significat ivo que, em cada um dos quat ro relat os
da comunhão (a saber, Mat . 26; Mar. 14; Luc. 22 e 1 Co. 11), est abelece-se uma
relação ent re o sangue de Crist o e a aliança. Segundo o regist ram Mat eus e
Marcos, Jesus disse: “ meu sangue da nova aliança” . Em Lucas com pouca ou
nenhuma diferença de significado, o Senhor disse “ A nova aliança em meu
sangue” .

A expressão remont a-se a Êxodo 24:8. Vej a-se t ambém a passagem muit o
significat iva de Levít ico 17:11. E, not e-se: “ e sem derramament o de sangue não
há remissão” (Heb. 9:22, cf. Efé. 1:7). E t ampouco pode haver uma relação
especial de amizade ent re Deus e seu povo. A reconciliação com Deus sempre
requer sangue, um sacrifício expiat ório. E post o que o homem mesmo é incapaz
de render t al sacrifício, requer-se-ia que uma oferenda subst it ut iva fosse aceit a
pela fé (Isa. 53:6, 8, 10, 12; Mat . 20:28; Mar. 10:45; Jer. 6:51; Rom. 5:19; 8:32;
2 Co. 5: 10, 21; Gál 2:20; 3:13; 1Ped. 2:24; 1º Jo.1:7).

Segundo informa Lucas, Jesus disse: “ meu sangue derramado em favor de vós” .
Tant o Mat eus (26:28) como Marcos (14:25) põem “ derramado em favor de
muit os” (cf. Isa. 53: 11,12). Não exist e conflit o. Os discípulos verdadeiros de
Crist o, os onze e os out ros est avam incluídos nos “ muit os” .

A Ceia do Senhor t em sido chamada t ambém de a Refeição da Aliança. Em


conexão com ist o, não devemos nos esquecer que as aliança nas t erras bíblicas
sempre eram rat ificadas por meio de uma refeição, banquet e ou fest a, em que
part icipavam os int egrant es da aliança. Ademais, post o que o sal era t ido como
um ingredient e necessário à comida diária, havia uma est reit a relação ent re o sal
e o est abeleciment o das alianças; daí a expressão “ a aliança perpét ua de sal”
(Num. 18:19).

Com ist o em ment e, podemos ent ender cabalment e que quando os discípulos se
reuniram ao redor da mesa com o Senhor e inst it uiu-se a Ceia do Senhor, eles
viram est a comida como um sinal e um selo da Aliança da Graça, uma promessa
mút ua de amizade e lealdade perseverant es. Com que ansiedade a criança, que
t enha sido bat izada e ensinada corret ament e, espera o t empo quando t ambém
ela, depois de professar publicament e sua fé, t erá o privilégio de part icipar da
Fest a da Aliança!

Perguntas baseadas no conteúdo de este capítulo:

1. Como deveriam os pais crist ãos explicar aos seus filhos o significado de seu
bat ismo?

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2. Qual é o significado do bat ismo para a Aliança da Graça? Da Ceia do Senhor?

3. Deus t em promet ido que cada filho nascido de pais crent es será salvo? O que
exat ament e ele t em promet ido?

4. Que se quer dizer quando o bat ismo e a Ceia do Senhor são chamados “ sinais
[ou símbolos] e selos” ?

Temas de discussão:

1. Por que a circuncisão foi subst it uída pelo bat ismo, e a Páscoa pela Ceia do
Senhor?

2. O que significa a administ ração do bat ismo a uma criança que se incorpora à
aliança?

3. Alguns falam com desprezo do “ bat ismo em água” . O bat ismo “ no Espírit o”
t orna desnecessário o bat ismo com água? Vej a-se At os 10:44-48.

4. Por que se chama a Ceia do Senhor, “ a nova aliança em meu sangue” ?

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Capít ulo 5

As implicações prát icas da aliança

A dout rina da Aliança da Graça é de grande relevância prát ica. Quando a


ent endemos corret ament e, ela passa a influenciar t odos os nossos pensament os,
palavras e ações. Por isso que est a dout rina deveria ent ret ecer cada fibra de
nosso ser; est ar incorporada à própria essência de t odo o nosso pensament o e
vida.

Port ant o, seria impossível assinalar em um livro apenas – não import a o seu
t amanho – a relação ent re a dout rina da Aliança da Graça e t odas as facet as da
vida e at ividades crist ãs. Ainda que fosse possível, seria de t odo desnecessário: o
espírit o da consciência da aliança deve ser ant es capt ado, ao invés de ensinado.
Essa consciência desenvolve-se gradualment e. Assimilar as glórias da Aliança da
Graça requererá t oda uma et ernidade. Gost aríamos, no moment o, de assinalar
brevement e a relação ent re a Aliança da Graça e as causas da filant ropia crist ã,
da missão crist ã e da educação crist ã.

Primeirament e, relacionemos a dout rina da aliança com a causa da filant ropia


crist ã. O primeiro pensament o que se ocorre à nossa ment e é que nós que, se
somos abençoados com t odas as bênçãos da aliança, deveríamos desenvolver a
obra de misericórdia crist ã em grat idão pelo que recebemos como int egrant es da
aliança . Em out ras palavras, nossos dons e nossas int ercessões, nossas palavras
de consolo e de est ímulo nunca deveriam proceder de um mot ivo de mera
compaixão, caract eríst ica que, às vezes, é demonst rada at é pelos incrédulos,
mas deveria surgir de um coração cheio de agradeciment o pelo maior de t odos os
t esouros: a amizade do SENHOR, nosso Trino Deus e da Aliança.

Sent imo-nos seguros quando t emos const ant ement e em ment e o pensament o
acerca do dom de Deus para conosco, quando a cruz e t odos seus frut os gloriosos
est ão sempre diant e de nossos olhos; por causa disso não soment e nos doamos,
mas t ambém nos sacrificamos e verdadeirament e levamos “ as cargas uns dos
out ros” , assim, cumprimos “ a lei de Crist o” (Gál. 6:2). A idéia que aqui
enfat izamos é perfeit ament e bíblica. Vej a-se 2Corínt ios 8:7-9, “ Como, porém,
em t udo manifest ais superabundância . .. assim t ambém abundeis nest a graça ,
... pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Crist o, que, sendo rico se fez
pobre por amor de vós, para que pela sua pobreza t ornásseis ricos” .

A dout rina da Aliança da Graça não soment e nos dá um mot ivo para most rar
misericórdia, mas, t ambém, nos proporciona uma regra que deveria nos guiar na
dist ribuição de nossos dons. No present e, muit os crist ãos est ão se fazendo a
pergunt a: Como devo dist ribuir meus dons para o alívio do sofriment o e a
pobreza, et c? Pois bem, a dout rina da Aliança da Graça nos ensina que ainda que
o Senhor sej a “ bom para t odos” e ainda que “ suas t ernas misericórdias permeiem

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t odas as suas obras” (Sal. 145:9), no ent ant o, ele não t em est abelecido o seu
pact o com t odos. Pelo cont rário, o t em est abelecido com os crent es e seus
descendent es; e t ão-soment e com eles.

A Escrit ura nos ensina a imit ar a Deus. Não sugere que “ enquant o t ivermos
oport unidade, façamos o bem a t odos, mas principalment e aos da família da fé”
(Gál. 6: l0)? O que se coloca aqui seria uma dedução imperfeit a? Leia Efésios
4:32-5:2.

Em segundo lugar, examinemos a dout rina da Aliança da Graça em sua relação


com a causa dos esforços missionários crist ãos. O mesmo mot ivo de grat idão
pelas bênçãos da Aliança de Deus deveria t ambém cont rolar nosso ent usiasmo
missionário. Nest e sent ido, a dout rina da Aliança da Graça não soment e nos
provê de um mot ivo que deveria nos dirigir, mas t ambém de uma font e de
consolo e uma t ranqüila perspect iva com respeit o aos result ados que advirão de
nosso t rabalho. Segundo a promessa do pact o de Deus, o Senhor reunirá seu povo
de t oda t ribo e língua, povo e nação; porque a Escrit ura nos diz que em Abraão,
como pai daqueles que crêem, “ serão bendit as t odas as famílias da t erra” (Gen.
12:3). Que consolo para o missionário: saber que segundo a promessa da Aliança
de Deus alguns serão salvos de cada “ família” da t erra! Se a obra das missões
crist ãs basear-se firmement e na promessa de Deus não será de modo algum vã!

Mas est e consolo chega a ser ainda muit o maior quando consideramos o fat o de
que o missionário pode descansar seguro de que sua obra ent re os pagãos não
será de pront o dest ruída. Como uma regra geral, não t em com que t emer a
respeit o desse perigo pois que concomit ant ement e com o est abeleciment o do
reino da luz no coração dos pais, o reino das t revas deve ser imediat ament e
inst alado nos corações dos filhos e dos net os. Talvez depois de algum t empo mais
t arde isso possa ocorrer, mas, geralment e, isso não pode ocorrer imediat ament e
(Jos. 24:31; Sal. 105:9, 10; 2 Tim. 1:5). A promessa firme da aliança de Deus é:
“ est abelecerei minha aliança ent re mim e t i e t ua descendência depois de t i no
decurso das sua gerações...” A hist ória corrobora abundant ement e para
demonst rar o cumpriment o dest a promessa.

Em t erceiro lugar, consideremos a dout rina da Aliança da Graça em sua relação


com a causa da educação crist ã.

A maneira mais simples de assinalar est a relação poderia ser a seguint e: a


promessa da Aliança, “ est abelecerei minha aliança ent re mim e t i e t ua
descendência” se realizará soment e quando nossos filhos andarem pelo caminho
da Aliança, mas nós como pais não t emos o direit o de esperar que nossos filhos
andem assim, a menos que lhes ensinemos o Caminho da Aliança. Daí a
necessidade de uma educação crist ã.

Ist o equivale dizer que devemos colocar no lar o fundament o para a educação
crist ã dos filhos. “ Porque eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa

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depois dele, a fim de que guardem o caminho do Senhor, e prat iquem a j ust iça e
o j uízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que t em falado a seu respeit o”
(Gen. 18:19). “ Ta as inculcarás a t eus filhos, e delas falarás assent ado em t ua
casa, e andando pelo caminho, e ao deit ar-t e ao levant ar-t e.” (Deut . 6:7). “ Não
o encobriremos a seus filhos, cont aremos à vindoura geração os louvores do
Senhor...” (Sal. 78:4). “ E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-
os na disciplina e na admoest ação do Senhor” (Ef. 6:4).

Conseqüent ement e, para que nossos filhos possam andar no Caminho da Aliança
devemos orar e int erceder const ant ement e por eles t omando por base a
Promessa da Aliança (1 Sam. 1:11; Sal. 74:20).

A Confiança da Mãe

(Baseada em Êxodo 12:3, 11, 13)

Debaixo do ensangüent ado umbral est amos eu e o filho que Deus me deu;
Do mal o mensageiro viaj a o mundo int eiro,
Não há out ro refugio que ocult e a sua dest ruidora face;
Debaixo do ensangüent ado umbral encont raremos o nosso único refugio.

De Deus o cordeiro foi imolado; nossos pecados e dores ele carregou;


Pela fé o sangue é aspergido sobre a port a da nossa morada.

O inimigo que quiser ent rar fugirá at emorizado quando diant e do sacro
sinal;
Est a noit e o ensangüent ado umbral ocult ará a mim e aos meus.

Meu Salvador, acolho-me à t ua verdadeira promessa para os meus;


O Cordeiro é “ para a família” ; t ambém para os filhos é o Salvador.
Sobre a t erra t ambém os pequeninos rebent os sent irão t eu divino t oque;
Debaixo do ensangüent ado umbral t uas bênçãos alcançarão aos meus.

Oh, t u que promet est e guardá-los: àqueles pequenos rebeldes pés;


Das sombras que se est endem diant e deles, das enfermidades da vida que
lhes aguardam.
Meu amor de mãe é impot ent e; encomendo-os aos t eus sant os cuidados!
Debaixo do ensangüent ado umbral, oh, guarda-me ali para sempre!

Tu não decepcionarás a fé que em t i descansa;


Unge, Senhor, meu vacilant e coração com sabedoria para educá-los.
Sim, meus filhos, Pai, não posso ver t u face;
Acolho-me ao ensangüent ado umbral, a t ua Aliança da Graça.

Oh, maravilhoso Redent or, que por nossa causa sofrest e,


Quando a t orment a do j uízo recair sobre as culpáveis nações,

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Com gozo daquele seguro refúgio nos reuniremos para t e ver face a face,
Debaixo dos et ernos port ais ensangüent ados, meus filhos, Senhor, e eu.

Anônimo

Ademais, deveríamos considerar a est es filhos como filhos de Deus (Eze. 16:21).
Deveríamos falar-lhes const ant ement e acerca do Salvador e do seu amor (Mar.
10:14; 2º Tim. 3:15). Deveríamos observar cuidadosament e os seus caminhos
(Efé. 6:4), procurar ganhar e mant er sua confiança e aj udar-lhes desde sua idade
mais t enra a lut ar cont ra seus pecados caract eríst icos (1 Sam. 3:13). Tão logo for
possível, deveríamos fazer t udo para sermos colaboradores de Deus na t arefa
gloriosa de criar na alma da criança aquela est rut ura de fé, esperança e amor
cuj as fundações foram post as na et ernidade e cuj os pináculos chegam ainda at é
os céus.

Mas, seria suficient e a educação crist ã apenas no lar? Se nós real e seriament e
desej amos que nossos filhos recebam t odas aquelas gloriosas bênçãos da Aliança
da Graça, permit iremos que uma educação “ neut ra” na escola dest ruísse o que
est amos t rat ando de const ruir por meio da educação crist ã no lar? De modo
nenhum! Port ant o, muit os pais est ão enviando a seus filhos às escolas crist ãs.

Sobret udo, a igrej a (o past or, a congregação int eira) deveria est ar ligada na
infância. O past or j amais deveria se esquecer dos cordeirinhos, principalment e
em seus sermões! A classe de cat ecúmenos é t ambém import ant e na medida que
permanece fiel a seu propósit o original: compart ir a inst rução na dout rina.
Também, uma escola dominical com um conj unt o de mest res consagrados pode
ser de valor inest imável para a criança.

Há alguns, ent ret ant o, que dizem “ acima de t udo, t odas as coisas dependem de
Deus, ist o é, da obra regeneradora do Espírit o Sant o. Por isso, ainda que não
eduquemos a nossos filhos no caminho da aliança eles poderão ser salvos. Quando
Deus quer salvar a uma pessoa, ele o faz soberanament e! Respondemos à essa
obj eção dizendo: “ Por cert o, esses filhos poderiam ser salvos - não queremos
limit ar as operações da graça de Deus de nenhuma maneira - mas você precisa da
promessa gloriosa que Deus dest inada àqueles que ensinam a seus filhos no
caminho da Aliança. “ Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda
quando for velho não se desviará dele” (Prov. 22:6).

Também, o filho da aliança t em um chamament o glorioso: ele t em sido separado


do mundo para ser uma benção para o mundo! É seu dever e privilegio desfraldar
a bandeira da cruz, t est ificar, de maneira a levar os out ros ao conheciment o da
salvação e da vida para a glória de Deus. Como recompensa pode esperar o dia
quando nos céus o Senhor most rará as incomparáveis riquezas da misericórdia de
Deus aos principados e pot est ades nos lugares celest iais. Se, inclusive, uma
vocação ou profissão – como, por exemplo, médico ou advogado – requer uma
preparação especial, com t oda cert eza est e chamament o celest ial, que

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sobrepuj a em grandeza qualquer t arefa t emporal, requer a melhor preparação


que sej a possível obt er.

Novament e, os filhos da aliança são sant ificados em Crist o (1Co. 7:14). Port ant o,
os pais devem gravar em seus filhos o pensament o de que em vist a da promessa
da Aliança de Deus, eles esperam que os filhos se conduzam como seguidores de
Crist o; ou sej a, como aqueles que por uma conversão genuína t êm rendido suas
vidas ao Senhor. Os filhos deverão dar uma respost a a est a pergunt a: “ Cumpres
realment e com aquilo que se espera de t i? Est ás na verdade andando na caminho
da aliança? Tens dado t eu coração àquele Salvador que selou o seu amor em t i
quando eras muit o criancinha como para poder ent ender o significado dest e
amor?” (2 Cor. 13:5; 2 Tim. 1:5). Por causa dest e mét odo dist int ivo de se
alcançar o coração de uma criança da aliança, j ust ifica-se de pront o como
imperat iva uma educação crist ã específica.

Gost aria de cit ar a seguint e declaração sumária do Professor L. Berkhof em seu


discurso sobre A Aliança de Graça e o seu significado para a educação crist ã:
“ Agora os filhos da aliança são adot ados em uma família que é infinit ament e
mais alt a que a família de qualquer homem de est irpe ou nobreza. Eles são
adot ados à família do mesmo Deus da Aliança. Ainda enquant o est ão sobre a
t erra t em o privilégio de j unt ar-se à companhia dos redimidos, aos sant os de
Deus. Eles t omam o seu lugar na igrej a de Jesus Crist o que é a Jerusalém
celest ial. Ademais, est ão dest inados a viver e a mover-se et ernament e na
companhia de homens j ust os feit os perf eit os, das host es inumeráveis dos anj os
de Deus e de Jesus Crist o, o rei t odo glorioso. A vida perfeit a na comunhão mais
ínt ima com o t rino Deus é sua grande idéia; o céu com t odas suas glórias é o seu
lar et erno. Podemos t odavia duvidar da necessidade da educação crist ã? Podemos
sugerir, com t oda a seriedade que no mundo em que vivemos a educação crist ã
no lar, na igrej a e na escola dominical é t ot alment e adequada? Não deveríamos
ant es pergunt ar: é a melhor a educação que podemos proporcionar aos nossos
filhos, não import a quão complet a e ext ensa que sej a, realment e é compat ível
com a alt a dignidade a que nossos filhos são chamados?”

Nossos filhos necessit am uma educação crist ã complet a para poder reconhecer
plenament e suas responsabilidades no pact o e t ambém cumprir com as
obrigações decorrent es desse pact o quando chegarem à idade do discerniment o.

Port ant o, a necessidade da formação e disciplina crist ãs é a solene promessa que


os pais t em feit o por ocasião do bat ismo de seus filhos. Uma das pergunt as que
se inclui na lit urgia para a administ ração do bat ismo de crianças em cert a
denominação prot est ant e diz assim: “ Promet eis, e é a vossa int enção inst ruir a
est a criança t ão pront o como ele (ela) sej a capaz de ent ender, na dout rina ant es
assinalada, e fazer t udo o que est ej a ao vosso alcance para que sej a inst ruído(a)
nest a dout rina?” Enquant o o céu e a t erra est avam escut ando, est es pais
responderam, “ Sim, promet emos” . Não é esse solene vot o igual a um j urament o
em nome de Deus? Não é igualment e compromet edor?

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Quem subirá ao mont e do Senhor?


Quem há de permanecer em seu lugar sant o?
O que é limpo de mãos e puro de coração;
Que não ent rega a sua alma à falsidade
Nem j ura dolosament e.
Est e obt erá do Senhor a bênção,
E j ust iça do Deus da sua salvação.
Tal é a geração dos que o buscam,
Dos que buscam a face do Deus de Jacó.

Salmo 24:3-6

Finalment e, os pais deveriam dot ar os seus filhos com uma educação crist ã
complet a (Gen. 18:19; Sal. 78:4; Efé. 6:4) para que eles t enham direit o de
reivindicar com base na promessa da Aliança de Deus. Vej a-se o Salmo 74:20.
Com t oda a segurança, um beberrão que nem ao menos procura de algum modo
lut ar cont ra est e pecado não t em o direit o de esperar que Deus o libert e do seu
mal. De maneira similar, os pais que não querem obedecer ao mandament o de
Deus em relação à educação crist ã de seus filhos não t em o direit o de reivindicar
para eles as promessa da Aliança.

À vist a de t udo o que t emos dit o nest e capít ulo é evident e que as causas da
filant ropia crist ã, o esforço missionário crist ão e a educação crist ã florescerão
em nosso meio unicament e quando t ivermos uma medida abundant e da
consciência da Aliança. Queira o Senhor nos conceder essa benção!

Perguntas baseadas no conteúdo de este capítulo:

1. Em que sent ido é verdade que a dout rina da Aliança da Graça nos proporciona
(a) um mot ivo para dar, e (b) uma regra para nos guiar na dist ribuição daquilo
que recebemos?

2. Most re o significado da dout rina da Aliança para cumprir a ordem de Crist o


quant o às missões.

3. Como se relaciona a dout rina da Aliança da Graça com o dever (ou o privilegio)
dos pais de educar os seus filhos no caminho da aliança?

4. De que varias maneiras deveriam os pais crist ãos educar a seus filhos para que
caminhem no caminho da aliança?

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Temas de discussão:

1. Quando Josué fez “ o chamament o” , como respondeu o povo? Vej a-se Josué
24:16-18. Sat isfez essa respost a a Josué?

2. Quando João Bat ist a viu a muit os fariseus, et c., aproximando-se para serem
bat izados, como lhes respondeu? Vej a-se Mat eus 3 :7-10. Segue-se hoj e em dia o
exemplo de Josué e de João Bat ist a nas reuniões de avivament o? Se não é assim,
quem est á equivocado: (a) Josué e João, ou (b) cert os evangelist as modernos?

3. Examine-se: a educação crist ã diária deveria ser est imulada.

4. Procure responder a últ ima pergunt a do j á falecido Professor L. Berkhof:


“ Podemos sugerir, com t oda a seriedade, que no mundo em que vivemos, a
educação crist ã no lar, na igrej a e na escola dominical é t ot alment e adequada?”

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Capít ulo 6

Os membros da aliança

Por vezes surge a pergunt a: “ quem est á incluído na Aliança da Graça?”


Especificament e, exist em dois pont os de vist a. De acordo com o primeiro, Deus
est abeleceu a sua Aliança da Graça unicament e com os eleit os; segundo o out ro,
com os crent es e com os seus filhos. De acordo com o primeiro pont o de vist a,
aquelas pessoas bat izadas que não andam no caminho da aliança, e que vivem
sem se convert erem, não são membros da aliança; conforme o segundo, sim, o
são. Os proponent es de ambos pont os de vist a t omam a Escrit ura por seu apoio.

Os que dizem que soment e os eleit os est ão incluídos na Aliança apresent am os


seguint es argument os:

1. Text os da Escrit ura:

“ A minha aliança, porém, est abelecê-la-ei com Isaque ...” (Gen. 17:21).

“ Porque por Isaque será chamada a t ua descendência” (Gen. 21:12b).

“ A int imidade do Senhor é para os que o t emem, aos quais ele dará a conhecer a
sua aliança” (Sal. 25:14),

“ Fiz aliança com o meu escolhido, e j urei a Davi, meu servo” (Sal. 89:3).

“ Conservar-lhe-ei para sempre a minha graça, e firme com ele a minha aliança.”
(Sal. 89:28).

“ Porque os mont es se ret irarão, e os out eiros serão removidos, mas a minha
misericórdia não se apart ará de t i, e a aliança da minha paz não será removida,
diz o Senhor, que se compadece de t i ..., est a é a herança dos servos do Senhor”
(Isa, 54:10, 17),

“ Porque est a é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias,
diz o Senhor. Na ment e lhes imprimirei as minhas leis, t ambém no coração lhas
escreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (Jer. 31:33).

“ E não pensemos que a palavra de Deus haj a falhado; porque nem t odos os de
Israel são de fat o israelit as, nem por serem descendent es de Abraão, são t odos
seus filhos; mas: em Isaac será chamada a t ua descendência. Ist o é, est es filhos
de Deus não são os da carne, mas devem ser considerados como descendência os
filhos da promessa.” (Rom. 9:6-8).

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“ Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão ... E se sois de Crist o,
t ambém sois descendent es de Abraão, e herdeiros segundo a promessa” (Gál.
3:7, 29).

“ Est a é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei
nos seus corações as minhas leis, e sobre as ment es as inscreverei” (Heb. 10:16),

2. Compare-se t ambém aquelas passagens cit adas no Capít ulo 2, nas quais o
t ermo “ aliança” é um sinônimo de “ misericórdia” ou “ amizade” . O uso at ual da
palavra “ aliança” na Escrit ura é o único crit ério seguro pelo qual se pode
det erminar o significado dest e conceit o.

3. Crist o foi Garant ia e é o Mediador só para os eleit os. Há só um sent ido em que
o sangue da aliança cobre unicament e seus pecados (individuais).

4. Soment e os eleit os recebem a amizade de Jeová e port ant o a salvação t ot al e


grat uit a.

5. A Bíblia põe grande ênfase no fat o de que as promessas da Aliança se


cumprirão com t oda segurança (Isa. 54: 10). Mas est as promessas t erão seu
cumpriment o unicament e nos corações e vidas dos eleit os.

Tudo ist o é t ão claro que deveria ser convincent e. Em cert o sent ido é verdade
que Deus est abeleceu sua aliança soment e com seus eleit os. Est a não chega a ser
uma dout rina perigosa, nem t ampouco lhe falt a apoio bíblico. Est a posição
est aria suscept ível à crít ica, soment e no caso de cair-se no ext remo de dizer que
os não eleit os não podem pert encer à aliança em nenhum sent ido.

Segundo a Escrit ura, Deus est abeleceu sua aliança com “ Isaque” , com “ aqueles
que o t emem” , com “ seus eleit os” , com “ Davi” , com “ os servos do Senhor” , com
“ o seu povo” , com “ aqueles que são de Crist o” , e não “ com os da carne” .

Permit amos que est a verdade permaneça em t oda sua glória. Que não alt eremos
a gloriosa dout rina da Eleição. Que não nos privemos do consolo da dout rina da
Aliança da Graça ao separá-la da dout rina da Eleição. Fazer ist o seria cont rário à
Escrit ura.

Os defensores do segundo pont o de vist a t ambém reclamam apoio bíblico.


Referem-se em primeiro lugar às seguint es passagens:

1. “ Est abelecerei a minha aliança ent re mim e t i e a t ua descendência no


decurso de suas gerações, aliança perpét ua, para ser o t eu Deus, e da t ua
descendência... o que t em de oit o dias será circuncidado ent re vós, t odo macho
nas vossas gerações. . . “ (Gen. 17:7,12).

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“ Não foi com nossos pais que fez o Senhor est a aliança, e, sim, conosco t odos os
que hoj e aqui est amos vivos” (Deut . 5:3).

“ Demais t omast es a t eus filhos e t uas filhas, que me gerast es, os sacrificast es a
elas, para serem consumidos. Acaso é pequena a t ua prost it uição? Mat ast es a
meus filhos e os ent regast es a elas como ofert a pelo fogo” (Eze. 16:20, 21).

“ Ao passo que os filhos do reino serão lançados para fora, nas t revas ... “ (Mat .
8:12).

2. Além disso, recorre-se àquelas passagens que falam dos que quebram a Aliança
e fazem a pergunt a, “ como pode alguém quebrar uma aliança sem t enha sido
membro dessa aliança?” Vej a-se Gênesis 17:14, et c.

3. Out ras vezes formula-se a pergunt a: “ Se nem t odos os filhos de pais crent es
são membros da aliança, por que ordenou Deus que recebessem o sinal e o selo
da aliança: t ant o Ismael como Isaac (Gen. 17:12, 23; At os 16:15, 33)? Por que
devem receber o sacrament o a ambos, t ant o o eleit o como o não eleit o?”

Permit a-se-nos t ambém fazer j ust iça ao out ro lado da pergunt a.

Além de t udo, o problema não é t ão difícil como parece; t ampouco est ão os


defensores das duas posições em oposição diret a uns aos out ros. Ainda que sej a
um fat o deplorável - mas, ent ret ant o, um fat o – os defensores do segundo pont o
de vist a dizem e escrevem coisas pouco amáveis cont ra os dos do primeiro, e vice
versa, cont udo, escrit ores cuidadosos de ambos os lado geralment e t êm
reconhecido plenament e element os de verdade na posição cont rária. Dest art e,
em muit os casos, o problema t em sido em grande part e int eirament e de
t erminologia.

A honest idade exige que admit amos o element o de verdade em ambas posições.
De um lado, podemos e devemos dizer que soment e os eleit os são membros da
aliança. Negar ist o significa negar a Escrit ura. Nout ro sent ido podemos e
devemos mant er, como se t em feit o at ravés dest e livro, que os crent es e os seus
filhos sem exceção est ão na aliança. Tudo depende precisament e do que se quer
dizer por “ est ar na aliança” .

Vej amos se podemos ilust rá-lo. O mat rimonio é t ambém uma aliança, no sent ido
de que t odas as pessoas casadas, sem exceção, t em firmado um cont rat o legal e
est ão moralment e obrigadas a guardar suas solenes promessas, t odas est ão nessa
aliança do mat rimônio. No ent ant o, nout ro sent ido, soment e aqueles que est ão
cumprindo suas promessas est ão realment e “ nessa” aliança, porque soment e eles
desfrut am da amizade e do amor do mat rimônio. Pois bem, o mesmo é verdade
com respeit o à Aliança da Graça. Quando se faz a pergunt a: “ quem est á na
aliança?” , ist o pode significar “ quem desfrut a a amizade, a misericórdia que

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Deus t em promet ido dar aos que andam no caminho da obediência da aliança?”
mas, quando se faz a mesma pergunt a, a saber, “ quem est á na aliança'?” , pode
significar “ quem est á obrigado pelos t ermos de um pact o divino a buscar 'a
amizade do SENHOR' ?” Ent ão a única respost a que se pode dar é, “ os crent es e
seus filhos, sem exceção” .

Est a dist inção não é uma solução fácil a um problema difícil, mas descansa
firmement e na Palavra de Deus. Qualquer pessoa que est ude com a aj uda de uma
concordância, t odas as passagens na Escrit ura em que ocorre a palavra “ aliança”
t erá que admit i-lo.

Perguntas baseadas no conteúdo de este capítulo:

1. Mencione os dois pont os de vist a exist ent es com respeit o à pert inência à
Aliança da Graça.

2. Cit e algumas passagens em que se baseiam os defensores do primeiro pont o de


vist a.

3. Faça o mesmo com os da segunda posição.

4. Qual é a solução?

Temas de discussão:

1. Que pont o de vist a da Aliança da Graça - (a) que abarca soment e os eleit os;
(b) que abarca os crent es e seus descendent es por suas gerações - est á implícit o
em passagens t ais como Isaías 5:1-4; Mat eus 23:27; Lucas 13:6-9?

2. De que maneira se aplica a equação C + O = R à present e discussão? (A idéia


expressada por “ C” se encont ra em At os 11: 29; a que começa com “ O” em Gál.
6: 10. Sabe-se t ambém qual palavra começa com “ R” ).

3. O que t em a ver Amós 3:1, 2 com est e t ema?

4. O que podem e devem fazer os pais para despert ar em seus filhos o sent ido da
responsabilidade da aliança? Est e t ema merece uma longa discussão.

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Capít ulo 7

O significado da aliança para t odos os filhos dos crent es

Primeirament e, a Aliança significa que você, filho de pais crent es, pert ence ao
grupo ao qual Deus t em dado colet ivament e a segura promessa, “ serei t eu Deus e
o da t ua descendência no decurso de suas gerações” .

Em segundo lugar, com respeit o ao dest ino et erno das crianças dos incrédulos
que morrem ant es da idade do discerniment o, nem t odos pensam de igual
maneira; mas, não há dúvidas quant o a ent rada na glória dos filhos crent es. Deus
é fiel à promessa da Aliança. Os pequeninos, conscient ement e, j amais o t em
rechaçado.

Em t erceiro lugar, aquela promessa, ainda que não sej a cumprida em cada
pessoa bat izada que chegue à idade do discerniment o, leva, cont udo, uma
import ant e mensagem para cada filho de pais crent es. Quando você não passava
de um bebê, quando ainda não conhecia a Deus, ele veio a t i em seu bat ismo
com um convit e muit o especial e com um mandament o especial: “ Dá-me, filho
meu, o t eu coração” (Prov. 23:26). “ Anda na minha presença ... e est abelecerei
minha aliança ent re mim e t i” (Gen. 17:1, 7). Tua vida agora é uma respost a
àquele convit e divino. Você est á dizendo “ Senhor, eu t e ent rego o meu coração” ,
ou est á desprezando a Aliança de Deus? Queira Deus que t ua respost a sej a:

Que minha vida int eira est ej a


Consagrada a t i, Senhor;
Que as minhas mãos possam seguir
O impulso do t eu amor.

Que os meus pés descalços


Possam a t erra sant a pisar;
E que a t i Senhor, minha voz
Se compraza em bendizer.

Que o meu t empo t odo est ej a


Consagrado a t i Senhor;
Que os meus lábios ao falar
Falem soment e de t eu amor.

Toma, oh, Deus, minha vont ade


E faça-a t ua e nada mais além;
Toma, oh, sim, o meu coração
Por t eu t rono o faças.

Toma Tu o meu amor que hoj e

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A t eus pés venho depor;


Toma t udo o que sou
Todo t eu eu quero ser.

Frances R. Havergal

Em quart o lugar, a Aliança da Graça implica em que você est á suj eit o à
dispensação da aliança e recebendo as bênçãos comuns do pact o. Nasceu de pais
crent es, daí, “ desde a infância sabes as sagradas let ras, que podem t ornar-t e
sábio para a salvação pela fé que é em Crist o Jesus” (2 Tim. 3:15; cf. 1:5).

Ademais, a igrej a da qual você é membro vigia os t eus passos e most ra-lhe a luz
que deveria ser o seu guia perfeit o em sua viagem por est a vida. Tem est ado no
seio da igrej a desde que começou a respirar. Nunca diga que “ vou unir-me à
igrej a” . Não podes fazê-lo, porque como um membro da aliança você sempre foi
um membro da igrej a. Por meio da educação crist ã no lar e a inst rução
cat equét ica da igrej a, a exposição da Palavra no Dia do Senhor, et c., o Espírit o
Sant o vem lut ando cont igo, vem chamando-o para viver uma vida para a glória de
t eu Deus da Aliança, vem esperando, anelando, zelosament e por você (Isa. 5:4;
Luc. 13:6-9; Tg. 4:5). Os pagãos segurament e não desfrut am os privilégios com
que t em sido abençoada a sement e nat ural de pais crent es.

Em quint o lugar, a igrej a com t oda a razão espera que você ande no caminho da
aliança. Pense em t oda a obra espirit ual que t em sido realizada por você. Reflit a
especialment e sobre a promessa de Deus a seus pais, “ serei o t eu Deus e o de t ua
descendência no decurso de suas gerações” . Geralment e, Deus não salva pessoas
ao acaso, uma aqui out ra ali, mas, segue uma cert a ordem e perpet ua sua
aliança de geração a geração at ravés das famílias dos crent es. Em conseqüência,
como uma regra geral, Deus não est abelece sua aliança com uma pessoa
isoladament e. É uma aliança com os crent es e com a sua descendência no
decurso de suas gerações (Gen. 17:7, 12; Sal. 22:30; 72:5; 103:17; 105:8; Jer.
32:39; Joel 2:28; At os 2:39; 1Co. 7:14). A obra da redenção baseia-se na obra da
criação. Essa é ordenança de Deus.

Tudo isso, porém, não eqüivale dizer que a graça sej a heredit ária. Em
conseqüência, t ampouco significa que um filho da aliança não necessit e render o
seu coração ao Senhor. Pelo cont rário, as muit as bênçãos que est e filho t em
recebido põem sobre ele uma carga pesada de responsabilidade. Se “ t odos os
t ermos da t erra” são exort ados a volt arem-se para o Senhor, quant o mais não
deveriam fazê-lo os filhos da Aliança, os grandement e privilegiados?!

Em sext o lugar, vocês, filhos de pais crent es, a quem Deus t em vindo com uma
mensagem pessoal e especial no bat ismo, que est ão suj eit os à administ ração da
aliança, compart ilham as bênçãos comuns da aliança, levam as insígnias do Rei
Jesus Crist o e est ão sob uma obrigação especial de andar no t emor do Senhor no
caminho da Aliança, t ambém est ão sob uma promessa: no bat ismo de cada um de

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vocês os seus pais crent es t em expressado “ eu e minha casa serviremos ao


Senhor” (cf. Jos. 24:15). Você est á compromet ido com essa promessa!

Você poderia dizer, “ mas, isso não é j ust o, porque não me consult aram acerca
desse assunt o” . Eu quest ionaria se não é inj ust o que t enha nascido como cidadão
do País em que vive – que t enha nascido debaixo da obrigação de lealdade para
com est e País; sem cont ar com o dever de aj udar a pagar as dívidas que ele t em
promet ido pagar, decorrent es de fat os que definit ivament e não lhe consult aram?
Não lhe consult aram sobre o lugar que você gost aria de t er nascido. Isso é j ust o?
Mas ao invés de quest ionar isso, você aceit a a honra de ser um cidadão nascido
em seu País. Aceit a-o j unt o com as responsabilidades que isso envolve. De
maneira similar, o filho da Aliança deveria possuir e aceit ar sat isfeit o a sua
responsabilidade na Aliança: uma vida de fé em seu sent ido mais complet o (Gen.
15 :6; Ex.19:5-8; Lev. 19:2; Sal. 125:1; Jo. 3:16, 36; Rom. 10:9; et c. ). Est a vida
de fé é uma vida de separação do mundo (Num. 23:9). “ Não ameis o mundo nem
as coisas que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não est á
nele” (1 Jo. 2:15; cf. Rom. 12: 2). Est a separação do mundo implica que nos
abst enhamos das inst it uições e prát icas mundanas: j ogos de azar, roubos,
homicídios, at os imorais, et c. Significa ademais que não acalent emos em nossos
corações e ment es as más prát icas do mundo: “ Porque de dent ro do coração dos
homens é procedem os maus desígnios, a prost it uição, os furt os, os homicídios os
adult érios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a invej a, a blasfêmia, a
soberbia, a loucura” (Mar. 7:21, 22). Ist o implica que não devamos por t odo o
nosso coração naquelas prát icas que são perfeit ament e legít imas em si mesmas,
por exemplo, comprar e vender, ensinar e est udar, prat icar esport es, et c. “ Os
que se ut ilizam do mundo, como se dele não usassem; porque a aparência dest e
mundo passa” (1 Co. 7:31).

Tudo ist o significa que não devemos associarmos em t ermos de uma comunhão
ínt ima com a gent e do mundo. “ Bem-avent urado o homem que não anda no
conselho dos ímpios, nem se det ém no caminho de pecadores, nem se assent a na
roda dos escarnecedores” ( Sal. l :1). Ademais, est ar separado espirit ualment e do
mundo significa cert ament e que devemos lut ar cont ra as forças do mal em cada
esfera da vida. Ist o est á clarament e implícit o na idéia da aliança, porque uma
aliança é um acordo ent re duas part es cont ra um t erceiro, nest e caso, Sat anás e
t odo seu exércit o (Gen. 3:15).

Como t emos assinalado ant es, est a vida de fé é uma vida de aut o-exame
const ant e.

Mas est a vida de fé não é soment e uma vida de separação do mundo para que por
meio de nossa vida e t est emunho sermos uma bênção no mundo, bem como uma
vida de aut o-exame, mas, é, ant es de t udo, uma vida para a glória de Deus, uma
lut a por promover sua glória na esfera do lar, da igrej a, da educação, do
governo, do comercio, da indust ria, et c.

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Finalment e, se o filho de pais crent es recusa-se a andar no caminho da aliança,


Deus lhe visit ará com a “ vingança da aliança” . Leia-se Levít ico 26:25 e sgt s,
“ Trarei sobre vós espada vingadora da minha aliança” . Quebrar a aliança que
Deus t em est abelecido cont igo significa você “ calcar aos pés o Filho de Deus” ,
“ profanar o sangue da aliança” (Heb. 10:29). Tal indivíduo “ merecerá ser
cast igado durament e” . “ Menos rigor haverá, no dia do j uízo, para com a t erra de
Sodoma do que para cont igo” (Mat . 10:15; 11:23, 24; Luc. 10:12). Ele “ será
punido com muit os açoit es” (Luc. 12:47, 48). Recordemos que há uma magnífica
promessa da Aliança, mas, há, t ambém, uma t errível ameaça de vingança da
aliança. Em Levít ico 26 e em Deut eronômio 29 e 30 pode-se ler acerca dest a
vingança. Na dest ruição de Jerusalém no Ano 70 d.C., vemos realizada,
simbolicament e, a vingança do pact o, quando t ant os e t ant os “ filhos do reino”
t iveram seus corpos dependurados nas cruzes que se erigiram fora das muralhas
de Jerusalém, t ant o que “ se necessit ava de mais lugar para as cruzes e mais
cruzes para a imensa quant idade de corpos” .

Port ant o, t odos os filhos dos crent es est ão na aliança, no sent ido que

a. A eles, considerados como um grupo, Deus lhes t em dado uma magnífica


promessa, selada pelo bat ismo.

b. Est a promessa t ambém consist e no seguint e: “ Uma vez que t emos de discernir
a vont ade de Deus mediant e a sua Palavra, a qual t est ifica que t odos os filhos
dos crent es são sant os, não por sua própria nat ureza, mas em virt ude da Aliança
da Graça, na qual eles est ão compreendidos j unt ament e com seus pais, os pais
piedosos não devem duvidar da eleição e salvação daqueles a quem Deus se
compraz em chamar dest a vida em sua infância” (Gen. 17:7; At os 2:39; 1Co.
7:14) - Cânones de Dort , 1, 17.

c. A cada filho da aliança, t ão logo ele ou ela sej a capaz de ent ender e de
responder, Deus chega com uma convit e especial.

d. Est es filhos gozam da administ ração da aliança; port ant o, das bênçãos comuns
da aliança.

e. A respeit o deles a igrej a mant ém uma gloriosa expect at iva.

f. Eles est ão debaixo de uma especial obrigação da aliança de render seus


corações e vidas ao Trino Deus em uma conversão verdadeira e de servi-lhe.

g. Caso eles se recusam a caminhar no caminho da aliança, a vingança da aliança


será execut ada sobre eles.

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Perguntas baseadas no conteúdo deste capítulo:

1. Reproduza de memória os dois primeiros pont os que t emos resumido aqui.

2. Faça o mesmo com os dois seguint es.

3. E com os próximos dois.

4. E com o pont o final.

Temas de discussão:

1. Discut a: “ A ênfase da educação dos filhos no caminho da aliança põe em


perigo o ent usiasmo missionário” . Verdadeiro ou falso? Just ifique a sua respost a.

2. De que maneira se pode reconciliar a t eoria: “ ao reunir seus eleit os Deus


geralment e perpet ua sua aliança de geração em geração” com o fat o de que os
pais que t emem a Deus com muit a freqüência t em gerado maus filhos, como o
prova a hist ória dos reis de Israel e Judá? Qual é a lição que Deus nos ensina em
relação a ist o?

3. Com que idade deve uma criança fazer sua profissão pública de fé?

4. De que vários sent idos podemos est imular aos nossos filhos para ser
religiosament e at ivos?

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Capít ulo 8

O consolo da aliança para aqueles que assumem


as responsabilidades da aliança

Aquelas pessoas que caminham pela senda da aliança recebem a bênção da


aliança: a amizade do SENHOR; a saber, a salvação complet a e grat uit a. Para
aqueles indivíduos que não nasceram de pais crent es mas que se criaram nas
t revas do paganismo e ouviram o Evangelho j á adult os e o aceit aram por meio de
uma fé viva e verdadeira, a Aliança da Graça é, por sua vez, um pact o divino e
um desfrut e da amizade de Deus. Nest e sent ido eles diferem daqueles que t em
est ado na aliança desde o nasciment o. Est a diferença se vê de duas maneiras.
Primeirament e, nem t odos os filhos dos crent es a quem é selado a aliança pelo
bat ismo aceit am suas obrigações quando chegam à idade do discerniment o;
port ant o, nem t odos esses filhos gozarão da amizade do SENHOR. Por out ra
part e, t odos aqueles que se volt am das t revas do paganismo para a luz do
evangelho desfrut am da realidade int erior e espirit ual da Aliança da Graça.

Em segundo lugar, aqueles que se convert em do paganismo ent ram


imediat ament e em um gozo conscient e da salvação; enquant o que os filhos
pequenos dos crent es, ainda que j á podem t er recebido a bênção da
regeneração, nat uralment e não est ão t odavia conscient es do significado da
promessa: “ serei o t eu Deus” . Não obst ant e, à medida que est as crianças chegam
à idade do discerniment o são ensinadas a respeit o da misericórdia da Aliança do
Trino Deus. Aprendem que por meio do bat ismo o Pai lhes t em assegurado que
Ele lhes adot ará como seus filhos e herdeiros; que o Filho lhes incorporará à
comunhão de sua mort e e ressurreição; e que o Espírit o Sant o morará neles e os
sant ificará. Ademais, aprendem que t odas est as bênçãos são bênçãos da aliança,
vale dizer que est as se realizam nos corações e vidas dos que assumem suas
responsabilidades perant e a Aliança.

Pois bem, quando pelo Espírit o Sant o est e conheciment o é aplicado ao coração,
est as crianças começarão a amar a esse Trino Deus que lhes t em t rat ado t ão
misericordiosament e, desde quando ainda não eram conscient es de seu amor.
Eles mais e mais se arrependerão de seus pecados e recorrerão ao Salvador.
Alegrement e assumirão suas responsabilidades e responderão à promessa de
Deus, “ serei t eu Pai, Redent or e Sant ificador” dizendo, “ nós seremos t eus filhos,
discípulos e t est emunhas” . Daí que a igrej a lhes t est ificará abert ament e sua fé,
e em cada esfera da vida se unirão mais e mais a est e único Deus, Pai, Filho e
Espírit o Sant o. Mais e mais porão sua confiança nele e o amarão com t odo o seu
coração, com t oda a sua alma, com t oda a sua ment e e com t odas as suas forças.
Renunciarão ao mundo, crucificarão sua velha nat ureza e caminharão em uma
vida nova e sant a.

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Assim, para t odos aqueles que aceit am suas obrigações em relação ao pact o, a
Aliança da Graça não soment e significará um compromisso divino mas uma
comunhão de vida e amizade. O primeiro est á desenhado para desenvolver-se no
segundo. O SENHOR será um Deus para eles. O que significa isso? Nada menos que
a salvação complet a e grat uit a. Encont ramos uma bela int erpret ação dest a
promessa em Romanos 8:31, 32, “ Se Deus é por nós, quem será cont ra nós?
Aquele que não poupou a seu próprio Filho, mas ant es por t odos nós o ent regou,
porvent ura não nos dará graciosament e com ele t odas as coisas?” Port ant o, est a
é uma promessa de Crist o com t odos os seus benefícios.

Est a é uma promessa de Crist o, como nosso Redent or, Cabeça, Mediador e
Amigo. Crist o passa a ser para nós t oda a nossa salvação e t oda a nossa canção.

No seguint e poema procurei incluir muit os dos nomes dados ao Salvador pela
Escrit ura.

Jesus, nosso Salvador,


Cabeça e Redent or,
Senhor dos senhores e Rei dos reis,
Est eio da salvação,
Juiz da criação,
Sol dos céus t razendo cura em suas asas.

Luz de cada nação.


Único Fundament o,
Filho de Davi e de Abraão,
Rabboni: Meu mest re,
Verdadeiro Vinho e grande Bandeira,
Imagem de Deus, Palavra de Deus, EU SOU.

Maravilhoso, Conselheiro,
Deus Todo-Poderoso, Governador,
Verdade e Vida e vivo Caminho.
Luz verdadeira e Test emunha,
Senhor Jeová Just iça nossa,
Est rela da manhã e do dia.

Leão e Raiz de Davi,


Sement e, Renovo e Filho de Jessé,
Príncipe da Vida, Cet ro de Israel,
Provada e preciosa Pedra Angular,
Plant ação de Renome,
Rabi, Apóst olo, Mest re.

Dom de Deus, o Sant o,


Filho unigênit o,

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Pão da vida, Ressurreição


Comandant e, Guia,
Homem, Mediador,
Poderoso para salvar, Redenção.

Crist o o Senhor e Filho do Homem,


Fiel e Verdadeiro, Amém,
Senhor do dia de repouso, Carpint eiro,
Eleit o, amado Filho,
Esposo e Just o,
Cordeiro que foi imolado e Precursor.

Filho de Deus e Sabedoria


Poder e Resgat e,
Amigo de pecador e publicano.
Alfa, Ômega,
Crist o: nosso Messias,
Sumo Sacerdot e da nossa confissão.

Servo, Mensageiro,
Paz, Purificador,
Filho da bênção, Emanuel,
Est rela de Jacó,
Font e e Bispo,
Glória e Esperança de Israel.

Pai Et erno,
Bendit o de Deus para sempre,
Rei, Profet a, Sacerdot e, e Escolhido,
Primeiro, Ult imo e Vivent e,
Bom Past or e Font e Viva,
Lírio e Rosa de Saróm.

Temos afirmado que “ é uma promessa de Crist o com t odos os seus benefícios” .
Em conseqüência, est a promessa da aliança é uma promessa do reino dos céus
para os humildes de espírit o, de consolo para os que choram, de herança da t erra
para os mansos, de plena j ust iça para os que t êm fome e sede de j ust iça, de
misericórdia para os misericordiosos, da visão de Deus para os limpos de coração,
de reconheciment o como filhos de Deus para os pacificadores, e de uma
recompensa e uma herança et erna nos céus para os “ perseguidos por causa da
j ust iça” (Mat . 5:3-12).

Como j á t emos ressalt ado ant eriorment e, o element o básico dest a promessa é
“ serei o t eu Deus” , significando o perdão dos pecados. A amizade do SENHOR não
pode ser desfrut ada enquant o o pecado não t enha sido perdoado.

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Ademais, est a promessa inclui a adoção de filhos. Ist o significa não soment e que
Deus nos declara que somos seus filhos, mas verdadeirament e nos faz seus filhos.
Assim, é evident e que est a divina “ adoção de filhos” é muit o melhor que a
adoção humana. Quando os pais adot am um filho, não podem imprimir sua
própria nat ureza ou imagem naquele filho ou filha adot ada. Mas quando Deus
adot a, ele t ambém compart e sua própria semelhança àquele que adot a.
Port ant o, a adoção que est amos aqui t rat ando inclui a regeneração e a
sant ificação. O que caminha a senda da aliança não soment e cant a:

Sofria quando vagava, me espírit o oprimido,


Mas agora sou feliz; descanso seguro,
De raiar do dia at é ao anoit ecer
alegres cânt icos ent ôo.
E est a é a razão: caminho com o meu Rei.

James Rowe

Ele pode dar um passo mais. Não soment e caminha e conversa com o Rei, mas
que chama ao Rei dos reis de seu Pai. Port ant o, ele pode cant ar:

Meu Pai é rico em mansões e t erras,


Ele t em a riqueza do mundo em suas mãos.
De rubis e diamant es, de prat a e ouro,
seus cofres est ão cheios; t êm incont áveis riquezas.
Eu sou filho do Rei, filho do Rei,
A Deus sej a a glória, Eu sou filho do Rei.

Hat t ie E. Buell

E sendo filho do Rei, o crent e sabe que ainda em t empos de aflição a promessa
da aliança se cumprirá: “ serei o t eu Deus” . O Pai nos céus não o esquecerá, mas
cuidará dele:

Quem se Import a!?

O que pode significar? É alguma coisa para Ele


Que minhas noit es sej am longas e os meus dias confusos?
Pode ser Ele t ocado pelas dores que suport o
Pelo que me ent rist ece o coração e alvej a os meus cabelos?
Ao redor do seu t rono há et erna calma,
Há alegre música, vigorosa de felizes salmos,
Há bem-avent urança que não pode ser abalada por fragor algum;
Como pode Ele t er cuidado de mim, de t ão insignificant e viver?

No ent ant o, espero que Ele cuide de mim


Enquant o vivo aqui aonde a dor exist e.

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Quando languescem as luzes da est rada que t enho t omado,


Quando as forças falham e os amigos se esquecem,
Quando o amor e a música que por uma vez me acompanhavam
Deixaram-me silencioso e só,
E a canção de minha vida se t ransforma em oração de márt ir,
Meu coração ent ão clama pelo cuidado de Deus.

Quando as sombras impõem sobre mim o dia sem fim,


E o meu espírit o est á arqueado de vergonha e maldade;
Quando eu não sou mais a boa e frondosa sombra,
De consciência culpável faz o meu coração t remer,
E o afanoso mundo t em demasiado o que fazer
Para det er-se em seu curso e aj udar-me,
Espero ansiosament e um Salvador... É possível
Que o meu Pai nos céus t enha cuidado de mim?

Oh, maravilhosa hist ória de amor sem fim!


Nossos corações est ão ansiosos por aquele coração d’ além;
Ele lut a por mim quando eu não posso lut ar,
Ele me consola a lúgrube noit e;
Ele alivia minha carga porque Ele é fort e,
Ele t ranqüiliza o meu olhar e mant ém o meu cant ar;
Ele carrega as dores que me vem humilhar
Ele me ama e me perdoa porque t em cuidado de mim.

Que o coração dos aflit os lat ej e out ra vez;


Não est amos sós em nossas horas de dor
Nosso Pai desce das alt uras do seu sublime t rono
Nos t ranqüiliza e nos acalma com o seu insone amor.
Quando a t orment a arreceia, Ele não há de nos abandonar,
Temos confiança porque ele est á na noit e.
Pode ser problema o que com Ele se compart e?
Oh, descansa em paz, porque o Senhor t em cuidado de t i!

Anônimo

“ Serei o t eu Deus” . Est a promessa t ambém significa consolo e gozo no dia do


j uízo. Significa que Deus t omará seus filhos para si mesmo.

“ Razão por que se acham diant e do t rono de Deus,


e o servem dia e noit e no seu sant uário;
e aquele que se assent a no t rono
est enderá sobre eles o seu t abernáculo.

Jamais t erão fome, nunca mais t erão sede,


não cairá sobre eles o sol,

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nem ardor nenhum;


pois o Cordeiro que encont ra no meio
do t rono os apascent ará,
os guiará para as font es da águas da vida.
E Deus lhes enxugará dos olhos t oda lágrima” .

(Apocalipses 7:15-17)

Além de t udo isso, est as maravilhosas promessas são para nós e para os nossos
descendent es! Verdadeirament e, o indivíduo em cuj a vida se realiza a promessa
da aliança gloria-se na Aliança da Graça. Uma Aliança de Graça por cert o, porque
a Graça é o principio e o fim, a fundação e a pedra angular, pois se t rat a de
graça baseada em j ust iça. A graça é o mot ivo divino para o est abeleciment o
dest a aliança; o Louvor e a Glória da Graça de Deus é a sua met a; o Senhor Jesus
Crist o, o dom da Graça de Deus é o Mediador dest a aliança; e a Graça é t ambém
a mãe da fé por meio do que se realiza a promessa da Aliança.

A Aliança da Graça não se baseia em um pact o do t ipo meio-a-meio no qual Deus


promet e a salvação na suposição de que você por seus próprios meios ent regará o
t eu coração. Conscient ement e, você deve exercer a fé – Deus não crê por você –
mas ainda essa fé é dom de Deus e ai est á incluída a promessa da aliança (Ef. 2:
8). Na Aliança da Graça, Deus é t udo. Dá o que ele reivindica. Daí por que a
palavra do Novo Test ament o para est a aliança sej a diat heke, ou sej a, uma
disposição em vez de um acordo. É o pact o de Deus com o homem em vez de ser
merament e um convênio ent re Deus e o homem. É uma aliança est abelecida por
Deus. Ele a chama de “ minha aliança” . Se a Aliança da Graça fosse sido um
acordo ent re duas part es iguais, deveria ser sido chamada sunt heke em vez de
diat heke.

Do significado da palavra original do Novo Test ament o é evident e que às vezes


pode-se t raduzir como “ t est ament o” . Provavelment e, a única passagem em que
est a palavra t enha esse significado é Hebreus 9:16, 17, “ Porque onde há
t est ament o é necessário que int ervenha mort e do t est ador; pois um t est ament o
só é confirmado no caso de mort os; vist o que de maneira nenhuma t em força de
lei enquant o vive o t est ador” . Pois ent ão, a Aliança da Graça na realidade pode
ser chamado um t est ament o porque:

1. É t ot alment e grat uit a; uma disposição de graça.

2. Deus nunca revoga o seu dom.

3. Descansa sobre a base legal da mort e vicária de Crist o.

Por razões quase similares, a Aliança da Graça é ás vezes chamada ou comparada


à uma “ herança” ( Rom. 8:17; Gál. 3:29; 4:1; Tit o 3:7; Heb. 6:17; 11:7). Do
mesmo modo, como o filho segurament e receberá a herança, assim o crent e

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recebe t odas as bênçãos da aliança. Assim como ent re os j udeus do Ant igo
Test ament o, a herança não podia ser alienada (Lev. 25:23, 28; 1Reis 21:3),
t ampouco o crent e nunca perderá a amizade de Jeová uma vez t endo-a possuído.
E, assim como quando se est abelece um t est ament o o filho t em um direit o à
herança, do mesmo modo o crent e t em um direit o a t odas as bênçãos da
salvação. Est e direit o não se baseia nele. Qualquer coisa que ele recebe é dom
da graça de Deus; est e direit o lhe é dado. Ele t em direit o a est as bênçãos porque
Deus as t em promet ido para ele e porque Crist o se as t em merecido. O direit o se
baseia na graça.

O fat o de que o nosso infinit o Deus, nosso Benfeit or, cont ra quem rebelamos,
est ej a dispost o a ent rar em relação de aliança conosco, criat uras de pó e
rebeldes, nos serve de consolo. C. H. Spurgeon disse: “ Por muit o t empo t em
havido guerra ent re o homem e seu Criador. Nosso cabeça federal, Adão, no
Jardim do Éden, arremet eu sobre o rost o de Deus as suas luvas. Ouviu-se o som
da t rombet a nos clarões do Paraíso, a t rombet a que irrompeu o silencio da paz e
alt erou o cânt ico de louvor. Desde aquele dia at é hoj e não t em havido nenhuma
t régua, nenhum t rat ado, por nat ureza, ent re Deus e o homem. Seu coração t em
sido de inimizade cont ra Deus... mas ainda que o homem não se submet a a Deus,
nem, por sua part e, peça a paz, Deus most ra que não quer est ar mais em guerra
com o homem. Ao dar o primeiro passo, Deus most ra que desej a ansiosament e
que o homem sej a reconciliado com ele. O mesmo Deus envia seus
embaixadores. Ele não fica à out ra part e os convidando – o que não seria graça -
mas envia embaixadores, e det ermina a que esses embaixadores sej am muit o
fervorosos e a que roguem aos homens... para que se reconciliem com Deus”
(The Present Trut h, pp. 129, 130).

Ainda que sej a cert ament e possível fazer uma const rução arminiana dest as
palavras, não obst ant e, o pont o principal que Deus dá o primeiro passo e nos
reconcilia consigo mesmo, é uma verdade complet ament e bíblica. A Aliança da
Graça: uma aliança de Deus com o homem! Que mist ério de graça é est e!

Est a aliança de graça é uma “ aliança de sal” (Num. 18:19), “ do Senhor” (Gen.
17:2), “ de paz” (Isa. 54: 10), “ de misericórdia” (Dan. 9:4), “ da promessa” (Efé.
2:12). É uma “ aliança perpét ua” (Sal. 105: 10), et c., porque uma vez realizada a
promessa da aliança em t ua vida, permanecerás um amigo de Deus para sempre,
“ porque os mont es se ret irarão, e os out eiros serão removidos, mas a minha
misericórdia não se apart ará de t i, e a aliança da minha paz não será removida,
diz o Senhor, que se compadeci de t i” (Isa. 54: 10).

Cant arei para sempre


as t uas misericórdias, ó Senhor;
os meus lábio proclamarão
a t odas as gerações a t ua fidelidade.

Pois disse eu:

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A benignidade est á fundada para sempre


a t ua fidelidade, t u a confirmarás nos céus dizendo:
Fiz aliança com o meu escolhido;
e j urei a Davi meu servo:
Para sempre est abelecerei a t ua post eridade,
e firmarei o t eu t rono de geração em geração.

Salmo 89:1-4

Levant am-se algumas obj eções. Alguém dirá, “ por que é que experiment o t ão
pouco do consolo da aliança?” Eu respondo: “ provavelment e não est ej a
suficient ement e conscient e da aliança” . Quem sabe, você nunca orou com base
na Aliança que Deus est abeleceu cont igo e com os t eus filhos. Que a experiência
do salmist a lhe sirva de lição. Não é que t enha falhado a Aliança da Graça; é
você que t em falhado.

De noit e indago o meu ínt imo,


E o meu espírit o perscrut a:
Rej eit a o Senhor para sempre?
Acaso não t orna a ser propício?
Cessou perpet uament e a sua graça?
Caducou a sua promessa para t odas as gerações?
Esqueceu-se Deus de ser benigno?
Ou, na sua ira, t erá ele reprimido as suas misericórdias?

Ent ão disse eu: Ist o é a minha aflição:


Mudou-se a dest ra do Alt íssimo.

Recordo os feit os do Senhor;


Pois me lembro de t uas maravilhas da ant iguidade.
Considero t ambém nas t uas obras t odas,
E cogit o dos t eus prodígios

Salmo 77:6-12

Sej amos honest os conosco mesmos. Temos descuidado dest a gloriosa dout rina.
Not e-se como os crent es nos t empos bíblicos revelavam sua consciência da
aliança. Leia-se o emocionant e Salmo 74. A t erra da promessa é descrit a como
sendo assolada pelo opressor. Ouça o t rist e clamor, “ deit am fogo em t eu
sant uário; profanam, arrasando-o at é ao chão...” E, ent ão, a suplica,
“ ...considera a t ua aliança” .

O sant o dos t empos bíblicos at ribui cada bênção à Aliança da Graça, inclusive o
pão que come. “ Dá sust ent o aos que o t emem, lembrar-se-á para sempre da sua
aliança “ (Sal. 111:5). E nos t empos de alegria expressam sua grat idão em t ermos

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da Aliança da Graça, e diz: “ E lembrar-se de sua sant a aliança; e do j urament o


que fez ao nosso pai Abraão” (Luc. 1:72, 73).

Querido leit or: baseais assim as t uas pet ições e ações de graças, sobre a Aliança
da Graça que Deus t em est abelecido cont igo e com os t eus descendent es?
Aproximas-t e sempre do t rono de graça, dizendo, “ Senhor, olhe para a aliança
que t u est abelecest es conosco e com nossos filhos” ? Aquelas orações serão
ouvidas, porque Deus levará em cont a o “ sangue” , o “ j urament o” , o “ selo” e o
“ Mediador” da aliança. Queira o Senhor conceder a t odos nós uma abundant e
medida de consciência da aliança, porque

A misericórdia do Senhor
é de et ernidade a et ernidade sobre
os que o t emem,
E sua j ust iça sobre os filhos dos filhos;
Para com os que guardam sua aliança ,
E para com os que se lembram dos seus preceit os
e os cumprem.

Salmo 103: 17, 18

E lembre-se t ambém:

Seu j urament o, sua aliança , seu sangue,


Me sust ém no t orvelinho;
Quando parece que minha alma j á se rende,
Ele é t oda minha esperança e firmeza.
Em Crist o, a rocha sólida, eu permaneço;
Tudo o mais é areia movediça.

Edward Mot e

Perguntas baseadas no conteúdo de este capítulo:

1. Em que varias maneiras é est ar na aliança de graça um consolo para aqueles


que demonst ram haver assumido suas responsabilidades em quant o à aliança?

2. Qual é o significado dos seguint es Salmos para a dout rina da Aliança da Graça:
25, 74, 78, 103, 105, 11l, 132?

3. Há algum sent ido na qual est a aliança pudesse chamar-se um t est ament o?
Explique-se, por favor.

4. Que significa “ rogar em (o: sobre a base de) ou aliança” ? Deviera est o
est imular-se?

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Temas de discussão:

1. Qual é a diferença ent re a adoção humana e a divina?

2. Quando dizemos que Deus não esperava que o homem perdesse a paz, mas que
Deus deu o primeiro passo ao enviar seus próprios embaixadores, em que
passagem paulina provavelment e est amos pensando?

3. De que maneira se pode fort alecer a consciência da aliança em nossas vidas e


em as de nossos filhos?

4. Quais são algumas de as cosas principais que t ens aprendido do est udo de est e
livro'?

Bibliografia adicional:

P. Marcel, El bat ismo, sacrament o del pact o de gracia (Edit orial FELIRE).
Trat ament o exaust ivo do t ema, com uma ênfase no significado e uso da aliança
no Ant igo Test ament o.

J. Murray, El pact o de gracia (Edit orial FELIRE). Comparação das dist int as
“ alianças” do Ant igo Test ament o, assim como a unidade Aliança da Graça
segundo o ensinament o bíblico.

L. Berkhof, Manual de Dout rina Crist ã (Edições Luz Para o Caminho). Breve
est udo do t ema (em sua primeira seção); sua relação com out ras dout rinas
bíblicas. Recomendamos essa obra para quem desej ar um est udo não muit o
profundo.

L. Berkhof, Teologia Sist emát ica (Edições Luz Para o Caminho). Explicação de
dist int os pont os de vist a acerca dest a dout rina, assim como seu desenvolviment o
at ravés da hist ória. Est udo das palavras originais hebraicas e gregas.

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