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SALVADOR – BA
2016
ÁUREA CRISTINA RODRIGUES DE SOUZA
SALVADOR – BA
2016
ÁUREA CRISTINA RODRIGUES DE SOUZA
BANCA EXAMINADORA
_____________________________
Profa. Carla de Araújo Risso
AO MEU PAI ANTONIO CARLOS DE SOUZA E A MEU GURU DHANVANTARI SWAMI (IVAN
AUGUSTO LISBOA RIBEIRO), QUE NUNCA ME PERMITIRAM ABANDONAR A FACULDADE.
A JAGAD VICHITRA PRABHU (SÉRGIO LISBOA RIBEIRO), QUE ME FEZ REFLETIR SOBRE A
À MINHA MÃE AURENI RODRIGUES DE SOUZA, COM QUEM APRENDI MUITAS LIÇÕES DE VIDA.
AO MEU MARIDO ANANTA VASUDEVA DAS (SAMUEL LOURENÇO THÉ), POR FLORESCER NA
MINHA VIDA.
ACREDITAR NISSO.
ÀS MINHAS VÁRIAS MÃES E IRMÃS: KUNTI, KADAMBA, MADALENA, RADHA KRSNA, HITA
KARINI, GOPESVARI LEUNY E GAURA PRIYA.
A GOVINDAJI DEVI DASI (GOVINDA VENTURA), CAITANYA DOIDO DAYA DAS (CLEITON
VENTURA), E RAVI KRISHNA (ÊÊÊÊ!!!) PELO COMBUSTÍVEL DA RETA FINAL.
A VERINHA E SUELI POR TANTO TEMPO, E A TODOS COLEGAS, PROFESSORES E
BHAVA TU ME)
OBRIGADA.
“Abhay encantou-se também com o festival de
Ratha-yatra do Senhor Jagannatha,
comemorado anualmente em Calcutá. O maior
Ratha-yatra de Calcutá era conduzido no
Radha-Govinda Mandir, com três carruagens
individuais, carregando as Deidades de
Jagannatha (Krsna), Balarama e Subhadra.
Saindo do templo de Radha-Govinda Mandir,
as carruagens seguiam a Rua Harrison por
uma curta distância, após o que voltavam.
Nesse dia, os dirigentes do Templo distribuíam
ao público grandes quantidades de prasada do
Senhor Jagannatha.
This document contains a study about the productions of the event "Festival
de Verão Ratha Yatra" [Ratha Yatra Summer Festival] organized by ISKCON Bahia,
Brazil, focused on the period 2003 to 2013. Its objective is to point ways to
deepening for any Cultural Producer interested on the field of the Ratha Yatra event
or similar ones. This paper presents a history of the Hare Krishna Movement,
ISKCON (world, Brasil and Bahia), and a history of Ratha Yatra (in India, in the
Occident, in Brazil, and at last in Salvador); it details production experiences of the
event in Salvador (BA) and it reveals the producer's considerations about the job in
practice by organizing the event for over 10 years. It wanders by the volunteers's
participation, the shortage of resources, the producer's limitations, and it concludes
with the importance of the symbioses between the Cultural Producer and his product.
AP Acervo Pessoal
APV Alimentos Para a Vida (FFL)
BBT Bhaktivedanta Book Trust
CGB Conselho Governamental Brasileiro
FFL Food for Life
GBC Governiment Body Comission
ISKCON International Society for Krishna Conciousness (Sociedade
Internacional para a Consciência de Krishna)
RY Ratha Yatra
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 13
1.1 GLOSSÁRIO PRÉVIO 15
2 A ISKCON E O RATHA YATRA, NA ÍNDIA, NO OCIDENTE
E NO BRASIL 16
2.1 ISKCON 17
2.2 Ratha Yatra: sua origem e elementos 18
2.2.1 Deidades do Ratha Yatra 24
2.2.2 Pujari 25
2.3 Ratha Yatra no Ocidente 26
2.3.1 Ratha Yatra no Brasil 30
3 A ISKCON BAHIA E O RATHA YATRA 35
3.1 Deidades da ISKCON Bahia 39
3.2 Snana Yatra 43
3.3 Carro do Ratha Yatra 44
3.3.1 Cúpulas 50
3.4 Prasada – Alimentos Para a Vida 54
3.5 Música 54
4 BOTANDO A MÃO NA CORDA 57
4.1 A “Religião” como um rótulo 58
4.2 Escolha do Percurso, Dia e Horário 58
4.3 Snana Yatra 60
4.4 Acompanhamento Percussivo 60
4.5 Sonorização 60
4.6 Apresentações Artísticas 61
4.7 Cerimônia dos Cocos 61
4.8 Chhera Pahanra (varredura) 61
4.9 Banquinhas 62
4.10 Manutenção, Transporte e Montagem do Carro 62
4.10.1 Pós-evento 63
4.11 Decoração 65
4.12 Alimentos Para a Vida 66
4.12.1 Madalena Koppe (Mada) 67
5 DE PRODUTOR PARA PRODUTOR 69
5.1 Planejamento e Execução 70
5.1.1 Projeto 70
5.1.2 Plano de Comunicação 71
5.1.3 Autorizações 72
5.2 Gerenciando Recursos 74
5.2.1 Voluntários, Tempo e Outros Recursos: o
Panorama da Mudança 74
5.2.2 Recurso Humano 75
5.2.3 Recursos Financeiros 76
5.2.4 Apoios Públicos 77
5.2.5 Distribuição de Prasada - Alimentos Para a Vida 77
5.3 Produção como Seva 78
5.3.1 Um Espaço para o Místico 79
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 84
REFERÊNCIAS 86
APÊNDICE A 88
ANEXOS 93
ANEXO A 94
ANEXO B 110
ANEXO C 125
1/5 Por que Krishna Aparece como Jagannatha? 126
2/5 Ratha-yatra: Quando o Senhor Sair, Convide-O a Entrar 134
3/5 Jagannatha: O Êxtase do Reencontro 138
4/5 Gundicha Marjana, A Limpeza do Templo de Gundicha 151
5/5 Archana: Adoração à Deidade 160
ANEXO D 166
ANEXO E 184
ANEXO F 202
RELAÇÃO DE ANEXOS ÁUDIO VISUAIS (F a N) 204
GLOSSÁRIO 206
13
1 INTRODUÇÃO
2.1 ISKCON
Em sua missão, Srila Prabhupada não se limitou aos países de língua inglesa,
e surpreendeu seus compatriotas não só por obter sucesso na consolidação da
ISKCON nos Estados Unidos da América, - o que seus contemporâneos indianos já
consideravam impossível antes de sua partida da Índia, - mas efetivamente
expandiu esta Sociedade para todos os continentes e principais países do mundo,
incluindo Estados da própria Índia, onde os Templos e discípulos da ISKCON se
tornaram referências no Gaudya Vaishnavismo. (SATSVARUPA, 2002)
Maiores informações sobre a ISKCON e Srila Prabhupada se encontram nos
Anexos A, B e D.
vide 3.2.2) com diversos líquidos, como sucos de frutas, mel, água de coco, leite,
essências, ghee (manteiga sem impurezas), iogurte e água. Como esse banho é
realizado na parte externa do Templo, considera-se que as Deidades ficam doentes
devido ao frio, após o que ficam reclusas no altar da sala do Templo de Puri, de
portas fechadas, até a data do Ratha Yatra, sendo cuidadas de Sua doença, e
vistas, neste período apenas por seus servos íntimos (pujaris). (KHUNTIA, PARIJA,
BIBUDHARAÑJAN, 2002)
Figura 12: Deidades de SSA: Baladeva (branco) Subhadra (amarela) e Jagannatha (AP)
Figura 13: Deidades de Sudarshana (AP) Fig. 14: topo Templo Puri (AP)
2.2.2 Pujari
Figura 16 Jayananda
Prabhu construindo o
1º Carro de RY de São
Francisco (AP)
Fig. 17: 1º RY de São Francisco 1967 (AP) Fig. 18: RY de São Francisco – 1968 (AP)
Todas as figuras a partir desta página são Figuras do Acervo Pessoal, com
exceto quanto explicitado o Autor entre parênteses, ou impresso na foto.
Figura 45: RY 2013 Orq. Pandeiros de Itapuã Figura 46: RY 2014 em Villas
34
Figuras 48 e 49: II Ratha Yatra de Salvador – 1996 (de Ondina ao Farol da Barra) com
as presenças de Iswara Maharaj e Krishna Kishora Prabhu
Figura 50:
Devotas apresentam coreografias no II
Ratha Yatra de Salvador – 1996 (de
Ondina ao Farol da Barra).
XX RY SSA 2016
Fig. 57, 58: Deidade de Sudarshana (madeira) Fig. 59: (Kadamba 2016)
3.2 Snana-Yatra
É realizado uma semana antes do Ratha Yatra. Foi iniciado pela produção de
2006, com o trabalho fundamental de Vamshivata Das na confecção da “mesa de
banho”. A equipe de pujari do Templo se encarrega dos materiais e rituais
necessários para o banho. Apesar de aberta ao público, é uma cerimônia íntima,
quando as Deidades ficam fisicamente mais próximas de seus devotos, que, após o
banho com diversos sucos e elementos feito pelos pujaris, podem banhar as
Deidades diretamente, com água comportada em conchas do mar. A bem-
aventurança prevalece entre os participantes.
Figura 66: Mandaracala Dasi (E), Aniruddha Das (C) e Dhanvantari Swami (D).
Cerimônia de cocos - XX RY SSA 2016 (Kadamba 2016)
O Carro de Ratha Yatra da ISKCON Bahia utilizado até 2013 foi construído
para o Ratha Yatra de 1998 pelo devoto Jagannatha Dhama Das, sob a supervisão
do então presidente Aniruddha
Das (José Alberto Guanaes). Ele
segue a estrutura, cores e
desenhos definidos para os Carros
de Ratha Yatra da ISKCON, com
grandes rodas de madeira
circundadas por aros de ferro, o
que, juntamente com sua alta
cúpula, confere um ar majestoso ao
cortejo.
Figura 67: Carro construído por Jagannatha
Dhama em 1998 - Salvador
(No entanto, entre os anos de 1998 e 2003, sua cúpula sofreu uma drástica
alteração, como veremos no próximo tópico)
46
3.3.1 Cúpulas
O tecido dessa cúpula, no entanto, foi emprestada para outro Ratha Yatra no
Brasil, com estrutura igual ao Carro de Salvador, também construído por Jagannatha
Dhama. Na época, não havia pessoas responsáveis pelo acompanhamento pós-
evento, e essa tecido não mais retornou a ISKCON Bahia. O Ratha Yatra de 1999
ocorreu então com o mesmo Carro construído em 98, mas sem sua cúpula.
51
Esta é a estrutura que foi usada desde então até o ano de 2013.
3.5 Música
O RY chegou a
utilizar um trio elétrico
na edição de 2009.
(Anexo H em vídeo)
Figura 88: show de Vayasaki Prabhu (discípulo de Srila Prabhupada) no RY 2007, com
participação de Júlio Caldas, Calazans Cominato, Gilmário Celso e Radha Vitória
4.5 Sonorização
trios elétricos pagos com recursos coletados por ela especificamente para este fim.
Essa opção, apesar do receio inicial da produção de que o trio elétrico fosse ofuscar
o Carro do desfile, deu muito certo, e em uma das edições chegamos a contar com
2.000 pessoas ao final do desfile no Farol da Barra. Com a assinatura do TAC
(Termo de Ajuste de Conduta) entre a Sucom e associações de moradores da Barra
em 2011, se tornou praticamente impossível contarmos com a autorização para o
uso de um trio para o som do RY.
A produção de Salvador nunca teve que se preocupar muito com isso: uma
vassoura sempre é providenciada, ou pela produção ou por devotos. Simplesmente
levar uma vassoura para a saída do cortejo já é suficiente. O público se encarrega
de dar prosseguimento à cerimônia de varredura após ser iniciada por qualquer dos
devotos presentes.
62
4.9 Banquinhas
Também quando possível, e permissão para tal, bancas e/ou tendas de livros,
comidas e artigos indianos são montadas para venda aos participantes, com recurso
destinado a cobrir os custos do evento, visto que a realizadora é uma Instituição sem
fins lucrativos. Está opção deve se gerir de forma autônoma, visando não
sobrecarregar os produtores do evento.
4.10.1 Pós-evento
4.11 Decoração
Figura 92: Kits prontos Figura 93: Equipe coordenada por Madalena
“Mada” também aperfeiçoou o sistema de serviço de prasada em recipientes
fechados, e do suco em garrafinhas lacradas, agilizando completamente o processo
de distribuição. Ela assume a responsabilidade por todo o material para a
preparação dos lanches (chamado bhoga antes de ser alimento sacralizado), bem
como para a distribuição (vasilhas, garrafinhas, caixas de isopor, gelo, guardanapos)
e recolhimento dos resíduos (baldes de lixos e sacos plásticos). Através de
68
Neste último capítulo, alguns elementos das produções de 2003 a 2013 serão
avaliados por uma visão direcionada ao produtor e eventos semelhantes ao RY; em
tópicos que serão trabalhados separadamente, embutidos de considerações.
5.1.1 Projeto
5.1.3 Autorizações
É necessário muito tato com o setor público. No Brasil, é fato notório que a
qualidade do serviço público, e em boa parte por depender da “boa-vontade” e
humor dos servidores, é precária. Um simples ofício pode ficar esquecido em uma
mesa de gabinete, esperando uma assinatura, apenas porque outros processos
chegam depois e vão se acumulando sobre ele, ou, ser deixado para depois por ser
considerado como um “serviço sem urgência”. É preciso um acompanhamento
constante (às vezes repetitivamente num mesmo dia) dos documentos entregues,
que necessitam percorrer caminhos burocráticos, para que eles não sejam
extraviados, nem prazos sejam perdidos. Solicitações de autorizações de órgãos
como a Superintendência de Transito de Salvador (Transalvador), ou Sucom,
dependem antes da liberação da Prefeitura, liberação essa cujo procedimento pode
durar apenas uma semana, mas já chegou à marca de dois meses, e a explicação:
apesar de já estar pronto para liberação, o documento necessitava da assinatura de
um funcionário que julgou que, por não estar na véspera do evento, poderia ser
deixado para ser assinado depois (sic).
Anotar nomes, telefones, setores, criar vínculo com funcionários diretamente
ligados a este procedimento, inclusive em outros órgãos que serão consultados pela
Prefeitura, comparecer pessoalmente e aguardar pacientemente, entre outras
virtudes do produtor, são indispensáveis.
Ilustração verídica: para a Prefeitura conceder uma autorização, são
consultados pareceres de outros órgãos e setores, como Transalvador,
Superintendência de Parques e Jardins/Secretaria do Meio Ambiente (SPJ/SMA),
Sucom (e que fique claro, não são autorizações destes para o evento: após a
liberação da Prefeitura, de posse do ofício municipal, o produtor deve recorrer
novamente aos mesmos órgãos para solicitar suas autorizações específicas, e
Ordens de Serviço conforme o caso, quando necessário). Após duas semanas
verificando que o processo encontrava-se estacionado em um mesmo estágio,
através de contatos telefônicos (e muitas transferências de ramais) permeados
cuidadosamente de muita diplomacia e cordialidades, foi descoberto que um
determinado órgão não havia dado seu parecer ainda e está era a única pendência
para o processo seguir a diante. Em meia hora o produtor conseguiu o contato da
secretária do responsável pelo parecer, ressuscitou o processo, sanou as
pendências de esclarecimentos sobre o evento, e o parecer foi envido por fax para
Prefeitura, onde a comunicação foi retomada, e a funcionária de contato
74
diferentes valores que davam direitos a diferentes kits: camisa, camisa+boné, etc.
Uma ideia lucrativa, mas que exige um periódico acompanhamento.
A coleta de todos recursos financeiros sempre foram registrados, mas poucas
vezes organizados para serem apresentados à congregação da ISKCON (Prestação
de Contas). Antes da participação de Madalena, 70% dos recursos financeiros eram
oriundos de recurso particular dos produtores.
A busca por recursos públicos, de incentivo à Cultura, por exemplo, só não foi
realizada até 2016 por falta de recursos: humanos e de tempo.
Os apoios públicos são recebidos através das permissões para uso do solo,
Largo do Farol, vias de trânsito, às vezes banheiros químicos, escolta da Polícia
Militar, e Engenharia de Trânsito. Por ser um evento sem consumo de drogas (nem
de bebidas alcoólicas pelos devotos), e pacífico, onde nunca houve ocorrência de
distúrbios, os servidores da PM e da Transalvador sempre se mostraram favoráveis
à sua realização. Os órgãos autorizadores, também reconhecendo o carácter
sociocultural benéfico do RY, nunca se opuseram, com restrições apenas ao uso do
som.
Por possuir Títulos de Utilidade Pública Estadual e Municipal, bem como por
ser uma instituição sem fins lucrativos ou promoção particular, a ISKCON Bahia
obtém facilidades, como isenções do pagamento de taxas públicas, para o evento.
Por mais que o produtor tente ter uma visão profissional do evento, este é um
evento altamente participativo e apropriado pelos devotos, que se sentem
coprodutores de sua realização - são intensos Amadores. Isto deve ser observado
quando se produz um evento similar.
Os produtores devem se manter maleáveis, com respeito aos limites e às
aptidões de cada colaborador. Torna-se então inapropriado, assim como inviável, a
restrição invariável de serviços durante o Ratha Yatra, pois todos se sentem no
direito de tomar parte em um serviço tão especial a alguém que é considerado como
um familiar. Sugerir alguma espécie de autoridade sobre os serviços causa
desconforto em alguns devotos. Por vezes, “estar à frente” do Ratha Yatra pode ser
visto como “merecimento” de uma “superioridade espiritual”, gerando uma sutil
“guerra de egos”, de “orgulho”, onde o produtor se torna o objeto de julgamentos e
embates. Como é uma produção para uma Instituição religiosa, e seus membros,
sempre iram aflorar críticas baseadas no “nível espiritual” do produtor, e não sua
capacidade de realizar o evento a contento.
É necessário que o produtor contorne os atritos antes que eles surjam, ou
estar bem preparado para estas situações (psicológica, didática e emocionalmente).
Não é viável usar soluções estritamente profissionais, já que todos são voluntários,
de diferentes níveis culturais e intelectuais - a recompensa financeira é mais objetiva
para determinadas perfil de colaboradores -, e no trabalho voluntário a subjetividade
humana aliada ao compromisso apenas por uma ordem sutil (moral, religiosa,
filosófica, emocional etc) é um risco constante à estabilidade do evento.
Felizmente, a gama de serviços disponíveis para se organizar um Ratha Yatra
é infinita, desde os serviços essenciais, até qualquer oferenda pessoal que o devoto
deseje fazer, como parar em frente ao Carro e fazer orações: qualquer nuance é
indissociável do RY. E por serem poucos os voluntários comprometidos, o sucesso
do evento depende do que cada um pode dar espontaneamente. A maioria deles já
tem em mente qual será sua oferenda para o Ratha Yatra seguinte. É preciso
valorizar isso, assim como incentivar e capacitar a participação em serviços que
estão constantemente deficientes, ainda que esta não seja o desejo original do
colaborador. Empatia, tolerância, mudanças de paradigma, de linguagem e
79
Com a licença dos mais céticos, abre-se aqui um parêntese para algo
impossível de ser ignorado pelo produtor do Ratha Yatra, por mais objetivo que este
deseje ser.
Uma “energia cósmica” rege o Festival de Ratha Yatra, e o produtor há de se
render a ela, senão é clara a sensação de se nadar contra a corrente. Como se o
próprio Senhor Jagannatha fosse o cliente (exigente) que assinou contrato com o
produtor. Planejamentos, organização, horários determinados, tudo pode ser minado
sem qualquer razão palpável. Difícil por em palavras esta experiência, que todo
produtor obviamente tem ao trabalhar associado a outras pessoas e não estando
sobre o controle de todas as situações. Mas no Ratha Yatra, é como se essas
experiências se amplificasse, e uma pequena forma de compartilhar é ilustrando-as.
80
sobre os ombros. Ele vem a pé. O elefante vem atrás dele. Agora ele está
oferecendo as suas orações aos Senhor Balarama com suas mãos postas.
Mais tarde a rádio anunciou:
- Agora o Gajapati está se aproximando de Subhdadra Devi e
prestando-lhe reverência. Agora ele se aproxima do carro do Senhor
Jagannatha.
A cerimônia da varredura é sagrada para o Gajapati. Para este
propósito ele é trazido do palácio por um palanquim. Ao se aproximar dos
carros ele desce do palanquim e vai cumprir o seu dever. O maharaja vindo
a pé era uma quebra da tradição. Os devotos estavam curiosos em saber o
motivo daquilo. (...) O Primeiro ministro e outros ministros estavam ali, bem
próximos da Deidade, esperando que o Senhor subisse no carro, ansiosos.
Todos tentavam mover a Deidade com muito esforço. Ele Se movia um
pouco e voltava para sua posição inicial. Os esforços dos daitapatis e dos
seus auxiliares era inúteis. O administrador do templo empenhado em por
as Deidades em seus tronos nos carros agora estava confuso. Ele verificava
que todos os esforços eram inúteis.
Mahaprabhu Jagannatha não tinha vontade de subir no carro. Os que
tentavam erguê-lo à força eram derrotados, incapazes de suportar o peso.
Parecia que o Senhor era impossível de ser movido. Alguns daitapatis
musculosos estavam ocupados em fazer subir a Deidade, colocando os
ombros nas costas do Senhor.
Passaram-se horas, e quando todos realizaram que os seus esforços
eram inúteis, fadigados, esgotados, eles perderam a esperança. Aquilo fazia
lembrar outros passatempos do Senhor. Na época em que Krishna veio
para o planeta Ele vivia pregando peças nas gopis. Agora Ele não queria
subir do carro. Os daitapatis são as suas pessoas mais íntimas. Se Ele não
desejava ser bondoso e desejava lhes pregar uma peça, quem mais seria
capaz de erguer o Senhor do Universo?
(...) O espetáculo gerava comentários os mais diversos na multidão:
- A falha é do administrador do templo. A procissão de Pahandi com
as Deidades começou muito cedo, antes da hora auspiciosa. O
administrador marcou que as Deidades deveriam estar sobre os carros às
dez horas! E lá pelo meio dia os carros já deveriam estar sendo puxados.
Mas até agora o Senhor Jagannatha nem subiu no carro. Por mais que eles
tentem, nada!
Gajapati Maharaja prostrou-se diante das duas Deidades que
estavam sobre os Seus carros e aproximou-se da Deidade de olhos
redondos com as mãos postas. (...) A cena de duelo entre o criado e o
criador comovia muito o rei. Lágrimas rolavam por suas faces quando ele se
aproximou da Deidade.
Os esforços não haviam cessado. A todo instante a Deidade se movia
um centímetro e escorregava para trás. Gajapati observava atentamente.
Seu coração estava agonizando. Nisso, uma surpresa mística tomou conta
dele.
Não havia muitos anos que os ganapatis maharajas eram as
autoridades absolutas no que dizia respeito a administração do templo.
Segundo a tradição, o rei era a corporificação do Senhor Jagannatha.
Aconteceu que aqueles santos reis caíram de sua glória e deixaram a
administração desleixar. Fora quebrada a disciplina dos vários rituais e
cerimônias das Deidades. O governo de Orissa foi obrigado a assumir o
encargo da administração e a colocou nas mãos de um magistrado distrital.
Mas como ser fixado um tempo para o infinito? Como apreciá-lO com a
82
mente racional se para Ele o racional e o irracional são apenas as duas vias
do infinito?
O administrador havia marcado um tempo para o Senhor chegar ao
carro. Se os funcionários da governo sevem chegar ao serviço na hora
certa, por que não o Senhor Jagannatha? São os homens que fazem tudo
pelo Senhor. Se eles desejavam, por que o Senhor não deveria embarcar
no carro na hora certa? O administrador era muito racional.
O Gajapati estava banhado de lágrimas. O seu olhar estava fixo na
Deidade. Todos deram passagem para o rei. Ele subiu lentamente o
charmal (chara) e ficou às costas da Deidade. Os musculosos daitapatis
amarraram uma corda de seda em volta dEle, mas o Senhor não fazia
progressos. Ele se recusava a embarcar por algum motivo desconhecido.
O jovem Gajapati não pôde conter a emoção. Ele chorava como uma
criança. Colocando as mãos nas costas do Senhor Jagannatha, ele disse:
- Ande, meu Senhor!
A resposta foi imediata. O Senhor subiu rapidamente para o Seu
posto. As pessoas o erguiam pareciam apenas enfeites. Ele havia esperado
pelo Seu querido lugar-tenente, o representante que Ele havia escolhido.
Cabia a ele dar o sinal verde, conforme o Senhor Jagannatha desejava.
Há instantes atrás Ele pesava como uma montanha, e agora estava
leve como uma pluma. Ele logo assumiu seu trono, antes que a multidão
pudesse notar alguma coisa.
Foi um evento, uma mensagem e um alerta contra as atitudes do ego
humano, que vive atolado na poça do pensamento racional. Quem pode
avaliar o quanto o Gajapati é uma alma íntima do Senhor Jagannatha!
Pode parecer uma pequena estrela em um céu nebuloso, mas com eventos
como o Ratha Yatra, onde o produtor é mais do que um profissional, instituindo-se
um amador de seu produto, situações assim são como um firmamento repleto de
pequenas e grandes estrelas, que por si só iluminam o planeta sem a necessidade
do auxílio de nenhuma outra fonte de luz. Para não falar das vezes em que aparece
uma grandiosa Lua no céu do Ratha Yatra.
84
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
85
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRYANT, Edwin F.; EKSTRAND, Maria L.. The Hare Krishna movement: the
postcharismatic fate of a religious transplant. New York: Columbia University Press,
2004.
COSTA, Ana Paula Ribeiro Dala. Adoração Ritual a Deidades no Templo Hare
Krishna em Curitiba. 2013. 79 f. TCC (Graduação) - Curso de Ciências Sociais,
UFPR, Curitiba, 2013.
ECO, Umberto; MARTINI, Carlo Maria. Em que creem os que não creem? 11. ed.
Rio de Janeiro: Record, 2008. 156 p.
FONTOURA, Carla Santos Santiago. OS HARE KRISHNAS E A IMPRENSA
SOTEROPOLITANA: UMA ANÁLISE SOBRE A IMAGEM HARE KRISHNA NA
LINGUAGEM JORNALÍSTICA. 2009. 129 f. TCC (Graduação) - Curso de
Jornalismo, UNEB, Salvador, 2009.
ANEXOS
IMPRESSOS
94
Arquivo em PDF.
MISSÃO:
A missão não-sectária deste movimento monoteísta é desenvolver o bem-estar da sociedade,
promovendo a ciência da Consciência de Krishna. Para isso, Srila Prabhupada estabeleceu a
declaração de missão da ISKCON em sete propósitos.
TEXTOS SAGRADOS:
A filosofia da ISKCON baseia-se em antigos textos védicos. Estes incluem o Bhagavad-gita, o
Srimad-Bhagavatam e o Caitanya-Charitamrita. O estudo dessas escrituras ocorre em templos
da ISKCON diariamente, e narrações especiais, ou palestras, muitas vezes fazem parte de
encontros comunitários semanais e festivais.
Bhagavad-gita
O Bhagavad-gita explica lucidamente a natureza da consciência,
o ego, e o Universo. É a essência da sabedoria espiritual da Índia,
as respostas para perguntas posadas por filósofos durante séculos
FILOSOFIA:
Devotos de Krishna ensinam que as pessoas não são seus corpos materiais, mas são almas
espirituais eternas, e que todos os seres são interligados por meio de Deus, o Pai comum. Na
tradição Vaishnava Deus é conhecido por muitos nomes, sendo o principal nome Krishna, que
significa “a Toda-Atrativa Pessoa Suprema”. Os membros da ISKCON acreditam que o mesmo
se fala de Deus em todas as grandes escrituras do mundo.
A ISKCON ensina que o objetivo da vida é desenvolver o amor por Deus. O amor por Deus
realiza-se por meio da prática de bhakti-yoga, ou serviço devocional. Este sistema antigo de
Yoga ensina a arte de se espiritualizar todas as atividades humanas. Para alcançar
efetivamente a consciência de Krishna, os membros cantam e meditam sobre os santos nomes
do Senhor Krishna:
Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna Krishna, Hare Hare;
Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare.
PRÁTICAS E PRINCÍPIOS:
Além de cantar e meditar diariamente, os membros da ISKCON praticam sua fé participando de
cultos regulares, estudando as escrituras, compartilhando refeições vegetarianas santificadas e
promovendo o companheirismo entre outros devotos de Krishna.
SOCIEDADE:
A ISKCON tem mais de um milhão de membros em todo o mundo. Enquanto alguns membros
vivem em templos e ashrams (monastérios), como monges e monjas, a maioria dos devotos
Hare Krishna vive, trabalha e vai à escola na sociedade secular. Praticam Consciência de
Krishna em suas casas e frequentam os templos regularmente. A participação é aberta a
qualquer pessoa, independente de raça, religião, gênero, etnia ou qualquer outro fator.
Números relevantes:
LIDERANÇA:
Antes de seu falecimento, em 1977, Srila Prabhupada estabeleceu uma Comissão de
Administração (GBC) para supervisionar as atividades da Sociedade Internacional para a
Consciência de Krishna. Esse conselho eclesiástico consiste em devotos de Krishna sêniores
na ISKCON, que trabalham juntos, como um corpo, para guiar a organização. Cada templo da
ISKCON está incorporado e gere individualmente os seus assuntos por meio de uma liderança
local.
Popularmente conhecida como Movimento Hare Krishna, a Sociedade cott Smith, Associate
Internacional Editor,
para a
Consciência de Krishna (ISKCON) pertence à Gaudiya-Vaisnava Sampradaya, tradiçãoVegetarian Times
monoteísta dentro da cultura védica, ou Hindu. Baseia-se no Bhagavad-gita, ensinamentos
espirituais proferidos pelo Senhor Krishna. Segundo a tradição, esse texto sagrado tem mais de
5 mil anos e documenta a conversa entre o Senhor Krishna e seu primo, amigo e discípulo
Arjuna.
Na última parte do Séc. XV, um santo chamado Caitanya Mahaprabhu revitalizou a tradição de
Bhakti-Yoga por meio da introdução de um movimento espiritual expansivo, que varreu a Índia.
O ponto central desse renascimento foi a ênfase de Caitanya no canto do nome de Krishna.
Subjacente a essa prática simples está uma teologia profunda, racional e intelectualmente
abrangente. Devotos Hare Krishna adoram o Senhor Caitanya como uma encarnação de
Krishna para esta era, e a ISKCON é uma continuação vibrante do movimento que Sri Caitanya
começou.
O Movimento Hare Krishna diminuiu um pouco nos anos que se seguiram. Então, no final do
Séc. XIX, Bhaktivinoda Thakura, um estudioso, magistrado e líder religioso na tradição de
Caitanya, conduziu um segundo renascimento da devoção a Krishna. Seu filho, Srila
Bhaktisiddhanta Sarasvati, continuou o seu trabalho e estabeleceu templos proeminentes e
instituições na Índia. Bhaktisiddhanta Sarasvati foi o mentor espiritual de A. C. Bhaktivedanta
Swami Prabhupada, e foi ele que pediu a Srila Prabhupada que levasse os ensinamentos de
Krishna para fora da Índia.
Quando Sua Divina Graça A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada entrou no porto de Boston,
em 17 de setembro de 1965, poucos americanos tomaram conhecimento – mas ele não era
apenas outro imigrante. Ele estava em missão, para introduzir uma antiga religião originada na
Índia na América. Antes de Srila Prabhupada falecer em 14 de novembro de 1977, aos 81
anos, sua missão foi bem-sucedida. Ele fundou a Sociedade
Internacional para a Consciência de Krishna (ISKCON) e a viu
crescer em uma confederação mundial de mais de 100 templos,
ashrams e centros culturais.
Nos 11 anos que se sucederam, Srila Prabhupada deu a volta ao mundo 14 vezes em
ciclos de palestras, trazendo os ensinamentos do Senhor Krishna para milhares de
pessoas em seis continentes. Homens e mulheres de todas as origens e classes
sociais aceitaram sua mensagem, e, com a ajuda deles, Srila Prabhupada estabeleceu
centros da ISKCON e projetos em todo o mundo. Sob sua inspiração, os devotos de
Krishna estabeleceram templos, comunidades rurais, instituições de ensino, e
começaram o que se tornaria o maior programa de ajuda alimentar vegetariano do
mundo. Com o desejo de cultivar as raízes da Consciência de Krishna em seu país de
origem, Srila Prabhupada voltou à Índia várias vezes, onde provocou um renascimento
da tradição Vaishnava. Na Índia ele abriu dezenas de templos, incluindo grandes
centros nas cidades sagradas de Vrindavana e Mayapur.
As contribuições mais significativas de Srila Prabhupada talvez sejam seus livros. Ele
escreveu mais de 70 volumes sobre a tradição de Krishna, altamente respeitados por
estudiosos graças à autoridade, profundidade, clareza e fidelidade à tradição. Várias de
suas obras são usadas como livros didáticos em inúmeros cursos universitários. Seus
escritos foram traduzidos para 76 idiomas. Suas obras mais importantes são:
Bhagavad-gita como ele é; Srimad-Bhagavatam e Sri Caitanya-Charitamrita.
MÚSICA E DANÇA
A tradição diz que, na morada do Senhor Krishna, "cada palavra é uma canção e cada passo é
uma dança”. A música desempenha um papel fundamental na vida dos devotos de Krishna.
Quando Srila Prabhupada trouxe pela primeira vez a tradição de Krishna para o Ocidente, em
1965, ele introduziu a arte de cantar kirtan devocional, acompanhado por instrumentos
tradicionais indianos. Devotos da ISKCON têm partilhado esta expressão musical dinâmica
com o mundo, e muitos se tornaram cantores e músicos talentosos. Templos Hare Krishna
também abrigam regularmente espetáculos de palco e oferecem aulas de dança indiana
clássica, como Bharata Natyam, Kathak e Odissi. Essas performances complexas e graciosas
fazem parte de uma rica tradição de representar as atividades divinas de Deus ou de Seus
devotos por meio da dança.
BELAS ARTES
Artistas dentro do Movimento Hare Krishna criaram centenas de pinturas originais retratando o
Senhor Krishna e Sua morada espiritual. Misturando características de estilos orientais e
ocidentais, essas obras de arte ilustram vários volumes de livros, decoram templos da ISKCON
e ajudam a apresentar visualmente a tradição de Krishna.
ARQUITETURA
Muitos templos da ISKCON em todo o mundo são exemplos magníficos de arquitetura
tradicional e neovédica. Em Spanish Fork, Utah, o templo da ISKCON segue o molde de um
palácio do Séc. XV do norte da Índia. Ostenta elaborados designs em arcos, colunas, varandas
e cascatas. Em West Virginia, os devotos de Krishna construíram um templo com cúpula de
ouro, chamado de “Taj Mahal da América”, pelo New York Times. A ISKCON também erigiu na
Índia dezenas de templos que empregam estilos arquitetônicos clássicos, em grandes cidades
como Nova Délhi e Mumbai e em cidades sagradas de peregrinação como Vrndavana e
Mayapur.
CULTOS
Os membros e convidados são atraídos pela autenticidade e vibração dos
cultos de adoração na ISKCON. A teologia Hare Krishna ensina que todos
os sentidos devem ser envolvidos na glorificação a Deus. Assim, ao entrar
em um culto de adoração na ISKCON, os olhos do visitante se regalam com
um altar decorado de maneira elaborada; seus ouvidos são invadidos pelo
canto melodioso; seu nariz alcança flores perfumadas e incenso; e sua boca
saboreia deliciosa comida vegetariana santificada.
FERIADOS E FESTAS
Na comemoração de dias sagrados do Calendário Vaishnava, o
SERVIÇOS DE ADORAÇÃO
Movimento Hare Krishna promove festivais coloridos e
emocionantes que atraem milhares de visitantes e seguidores. Um pujari (sacerdote) faz soar
Feriados como Janmastami (aniversário do nascimento de Krishna) uma concha, significando o
e Diwali (Ano Novo) são observados com grande festejo e alegria. começo de um serviço de
adoração tradicional (arati).
Talvez o mais famoso festival público, chamado Ratha Yatra, ou
“Festival das Carruagens”, é comemorado anualmente em grandes
cidades do mundo, incluindo marchas pela 5ª Avenida de Nova York, o calçadão de Venice
Beach, em Los Angeles, e a Independence Avenue, em Washington, DC, nos padrões do
festival milenar realizado na cidade indiana de Jagannath Puri. A festa inclui puxar carros
decorados de 40 metros de altura.
ALIMENTOS
Às vezes chamado de "religião da cozinha", o Movimento Hare Krishna oferece aos visitantes
dos templos da ISKCON deliciosa comida vegetariana santificada. O menu, de inspiração
internacional, pode variar de legumes ao curry a berinjela à parmegiana. Para que se
conheçam melhor os benefícios de uma dieta vegetariana, o Movimento Hare Krishna também
estabeleceu mais de 100 restaurantes vegetarianos em todo o mundo.
LITERATURA
Com o objetivo de lançar luz sobre a profunda filosofia subjacente a essas expressões
culturais, a Bhaktivedanta Book Trust (BBT), editora associada da ISKCON, tem imprimido e
distribuído mais de 400 milhões de livros e revistas. Estas publicações contêm frequentemente
traduções do Sânscrito ou Bengali, reproduções de comentários raros, ilustrações originais
atraentes e fotografias. Diz-se que a maior editora do mundo de textos clássicos Vaishnavas, a
BBT, é conhecida como um excelente recurso para o estudo da cultura e da filosofia da Índia.
Às vezes citado como "a religião da cozinha," o Movimento Hare Krishna promove ativamente
os benefícios do vegetarianismo. Aos visitantes, os templos da ISKCON oferecem comida
vegetariana santificada deliciosa e costumam oferecer aos domingos programas open house
semanais, que culminam em uma festa. O Movimento Hare Krishna estabeleceu mais de 100
restaurantes vegetarianos em todo o mundo e já distribuiu mais de 300 milhões de refeições
vegetarianas nutritivas para os menos favorecidos, por meio da instituição afiliada Food for Life.
Devotos de Krishna promovem regularmente aulas de culinária vegetariana em seus templos e
universidades locais, e vários membros da ISKCON são autores de livros de receitas
aclamados. A popular série Cozinhar com Kurma, do chef australiano Kurma Dasa, foi ao ar em
emissoras públicas de televisão em todo o mundo, e Yamuna Devi foi premiada com o James
Beard Award de 1992 de melhor livro de receitas internacional, pelo seu livro Yamuna’s table.
PRINCIPAIS CELEBRAÇÕES
Sobre a ISKCON
equilíbrio dos valores na vida e alcançar assim a verdadeira união e paz mundiais.
do Supremo (Krishna).
Mahaprabhu.
simples e natural.
História da ISKCON-BAHIA
Então a esposa de Ivan Ribeiro sugeriu que ele escrevesse para Srila Prabhupada
pedindo que mandasse algum representante para impulsionar a pregação aqui no
Brasil. A carta enviada por Ivan Ribeiro foi entregue por Srila Prabhupada para
Hridayananda dasa Goswami, um dos discípulos mais importantes de Srila
Prabhupada. Hridayananda dasa Goswami veio ao Brasil e simultaneamente abriu
templos em Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo.
Mais tarde Ivan Ribeiro e seu irmão Sérgio Ribeiro foram iniciados e hoje são
conhecidos por Dhanvantari Swami e Jagad Vicitra Prabhu, respectivamente.
Além de Paripe o templo já foi em Itapuã e no Rio Vermelho, depois se mudou para
Brotas, e hoje está construindo sua primeira sede própria, em São Cristóvão, um
lugar adequado para congregar os membros e receber os visitantes interessados em
conhecer a filosofia, religião e cultura védicas.
O Fundador-Acarya da ISKCON
Senhor Jagannatha
No dia seguinte, Indradyumna de fato achou o tronco boiando num rio sagrado. Mas
apesar de todo o esforço ninguém era capaz de esculpir o tronco, pois todas
ferramentas simplesmente quebravam, sem fazer qualquer marca no tronco.
116
Porém, Vishvakarma impôs uma condição ao aceitar o serviço. Disse que sua
meditação não poderia ser interrompida, não importasse quanto tempo levaria. E
que se alguém entrasse no quarto onde estava esculpindo as Deidades
imediatamente ele iria desaparecer sem completar o serviço. Sem alternativa,
Indradyumna aceitou.
Mas com o passar do tempo, a sua impaciência ficou intolerável e, encorajado por
sua esposa, ele entrou para ver como andava o trabalho. Imediatamente o escultor
sumiu, conforme tinha falado. Mas ele deixou para trás três imagens meio acabadas:
Jagannatha, Subhadra e Baladeva. Devido ao grande amor e devoção de
Indradyumna, o Senhor Krishna voltou a se aproximar dele num sonho e disse que
Seu desejo era ser adorado daquela forma, e que ele deveria mandar pintar a forma
de Krishna de preto, de Subhadra de Amarelo e de Baladeva de Branco.
Todos os anos o Senhor Jagannatha, Subhadra e Baladeva desfilam pelas ruas das
principais cidades do mundo, durante o Festival Ratha-yatra, dando Suas bênçãos a
todos. Procure os devotos e mantenha-se informado sobre a realização do Ratha-
yatra aqui em Salvador.
Sobre Deus
A maioria das escrituras não apresenta uma imagem muito clara do Ser Supremo.
Na ausência de tal informação, muitas pessoas imaginam Deus como um velho, tal
como foi retratado nas famosas pinturas de Miguelângelo na Capela Sistina do
Vaticano.
119
Os Vedas nos ensinam que, na presente era, o meio mais acessível e efetivo de nos
aproximarmos do nível máximo de conhecimento sobre Deus é cantar de Seus
santos nomes na forma do seguinte mantra: Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna
Krishna, Hare Hare, Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare.
Esse mantra é conhecido como o maha-mantra, o grande mantra, pois todos os
benefícios contidos em todos os mantras, estão presentes nesse maha-mantra.
Seu nascimento, no ano de 1486, em Mayapur, Índia, já fora predito há muito tempo
pelas escrituras milenares da Índia. Ao atingir o vigor juvenil, o Senhor Caitanya
começou a executar Sua missão divina de permitir que as pessoas de qualquer
classe social tivessem acesso ao amor a Deus. Sri Caitanya ensinou que este
despertar poderia ser obtido através do cantar dos santos nomes de Deus, o mantra
Hare Krishna: Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna Krishna, Hare Hare / Hare Rama,
Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare.
Através de todas as eras, os grandes SANTOS têm permanecido como provas vivas
de que este estado não temporário e permanente da Consciência de Deus pode ser
revivido em todas as Almas vivas. Cada alma é potencialmente divina.
YÔGA (um método científico para realização 'do EU' de DEUS) é o processo pelo
qual purificamos nossa consciência, impedimos futuras poluições e chegamos ao
estado da Perfeição, do CONHECIMENTO pleno e da BEM-AVENTURANÇA plena.
Se existe um Deus, quero vê-Lo. Não tem sentido acreditar em algo sem prova, e a
cosnciência de Krishna e a meditação são métodos por meio dos quais você pode
realmente obter a percepção de DEUS. Você pode relamente ver Deus, ouvi-lo e
brincar com Ele. Pode parecer loucura, mas Ele existe de verdade, e está realmente
com você.
Existem muitos Caminhos ióguicos - Raja, Jñana, Hatha, Kriya, Karma, Bhakti - e
cada MESTRE louva o seu método.
SWAMI BHAKTIVEDANTA é, como seu título diz, um BHAKTI Yôgi que segue o
caminho da DEVOÇÃO. Servindo a DEUS por meio de cada pensamento, palavra e
AÇÃO, e cantando SEUS Santos Nomes, o devoto desenvolve rapidamente a
consciência de Deus, cantando:
Peço-lhe que tire proveito deste livro KRISHNA e o compreenda. Peço-lhe também
que marque um encontro com seu Deus agora, através deste processo de liberação
do eu, a YÔGA (UNIÃO) e DÊ UMA CHANCE À PAZ.
Nila Madhava prometeu aparecer como madeira (daru), e por isso Ele é
chamado de daru-brahma(“madeira-espírito”). Indradyumna esperava à beira mar,
quando o Senhor apareceu como uma gigante tora boiando para dentro da praia.
O Senhor Chaitanya dança em êxtase diante do carro de Jagannatha durante o festival de Ratha-
yatra.
Uma vez que o Senhor Jagannatha não é outro senão Krishna, Sua morada é
idêntica a Vrindavana, onde Krishna executa Seus passatempos infantis.
Jagannatha Puri – também chamada Purushottama-kshetra, Sri Kshetra e Nilachala
[o local da montanha azul] – contém todos os passatempos (lilas) de Krishna em
Vrindavana, embora possam porventura estarem escondidos de olhos materiais.
O Vaishnava-tantra afirma: “Qualquer lila de Krishna que é manifesta em Gokula,
Mathura ou Dwaraka são encontradas em Nilachala, Sri Kshetra”.
Através da apropriada visão espiritual – olhos untados por amor puro por
Deus, krishna-prema – a pessoa pode ver todos os passatempos de Krishna ali
presentes.
O Senhor do universo passear com Sua carruagem pelas ruas da cidade em todo o mundo,
sob um colorido dossel, é um evento de verdades profundas. Está ali nossa oportunidade de
elevar o nosso amor devocional da separação para a união com o Senhor.
Este ano, alguns de nós veremos em uma rua de nossa cidade uma grande
procissão conhecida como Ratha-yatra, o festival anual das carruagens do Senhor
Jagannatha (Krishna), que acontece há séculos, até mesmo milênios. Em seus
primeiros dias, o Ratha-yatra, que se originou em Jagannatha Puri, Orissa, foi
principalmente para os moradores de Orissa, Bengala, e alguns estados próximos.
Hoje, porém, é muito mais: é um fenômeno cultural global celebrado em dezenas de
países, centenas de cidades, de Boston a Belfast a Brisbane, de Dublin a Dubai a
Dnepropetrovsk. A cidade de Nova Iorque sedia um Ratha-yatra anual pela Quinta
Avenida desde 1976. O primeiro teve a participação de sua Divina Graça A.C.
Bhaktivedanta Swami Prabhupada, em um retorno triunfal para a cidade onde ele
havia incorporado sua Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna dez
anos antes.
significativos, a beleza das três divindades (Jagannatha com Seu irmão Baladeva e
Sua irmã Subhadra), e a sinfonia de elogios musicais de cantores especializados, e
gritos sinceros, dos adoradores, de “Jaya Jagannatha!” – todos esses ímpetos
devocionais poderosos fazem com que um Ratha-yatra nos acenda experiências
espirituais de transformação da vida.
A Agonia Extática
arrebatador de ter novamente com o Senhor, com todas as batidas do coração. Tal
era a agonia extática das gopisde Vraja quando Krishna partiu de Vrindavan.
Um Convite Imortalizado
A forma de Jagannatha tem essa história especial por trás dela, e o mesmo
se dá com Sua carruagem festiva. Muitas deidades (esculturas divinas) saem em
procissões para derramar graça sobre os espectadores, mas Jagannatha sai em
outra missão especial. Após Krishna ter deixado Vrindavana, as gopis de Vraja se
encontraram com Ele muitas décadas mais tarde, em Kurukshetra, onde devotos de
muito longe tinham se congregado para realizar cerimônias religiosas durante um
137
eclipse solar. A breve união das gopis com Krishna inflamou em seu interior um
desejo ardente para uma reunião duradoura no paraíso pastoril de Vrindavana – o
lugar original e inimitável de seus passatempos com Krishna. Eles se imaginaram
levando Krishna de volta para Vrindavana em uma carruagem – não dirigida por
cavalos, mas pelo amor de seus corações e o trabalho de suas mãos. Seu desejo
sagrado é imortalizado no Ratha-yatra, em que o ponto de partida representa
Kurukshetra, e o ponto final representa Vrindavana. Quando puxamos a carruagem
do Senhor, nós ajudamos as gopis em seu empenho de amor. Ao ajudar assim
aqueles enriquecidos com bhakti, sentimos nossos corações se enriquecerem
com bhakti. Pela nossa força amorosa, não somente levamos Jagannatha de volta
para Vrindavana, mas também o convidamos de volta para o nosso coração.
Para ver se Ela ainda está respirando, as amigas de Radharani seguram um pouco de
algodão diante de Suas narinas. Restam esperanças? Krishna virá salvá-lA da saudade, ou
ali é Seu leito de morte?
Narada disse: “Tudo bem. Concordo. Porém, tenho uma apreensão. Assim
que Krishna acorde, o que acontecerá? Não sabeis? Ele imediatamente correrá para
Vrajabhumi. Ele está louco agora. Ele não esperará por ninguém. Uma quadriga,
então, deve estar preparada”. Eles, então, chamaram por Daruka, o quadrigário de
Krishna, e solicitaram-lhe que preparasse a quadriga de Krishna.
Missão Fracassada
Ouvindo isso, Uddhava ficou melancólico. Ele disse: “Eu aceito plenamente
tudo o que me disseste; não tenho quaisquer objeções. Quando devotos vaishnavas
elevados me solicitam algo, não sou capaz de recusar. Todavia, tenho algo a dizer.
Isso talvez já seja do vosso conhecimento. Meu amigo, o Senhor Krishna, quando
estávamos em Mathura, enviou-me certa vez a Vrajabhumi. Fui até lá como
mensageiro e permaneci por três meses. Eu fora de modo a consolar Nanda
Maharaja, Yashoda-mata, as gopis e Radharani. Estão sentindo as dores intensas
da saudade de Krishna. Todavia, que consolo eu poderia oferecer-lhes? Minhas
palavras falharam, minha missão falhou”.
Uddhava continuou: “Estão chorando por Krishna dia e noite, vinte e quatro
horas por dia. Se alguém aqui no mundo material perde aqueles que são próximos e
queridos, ou seu dinheiro duramente conquistado, ele chora dia e noite. Ninguém
chora por Krishna. Nesse caso, alguém talvez diga: ‘Por que estás chorando? No
mundo material, tudo é temporário, anityam. Jatasya hi dhruvo mrtyuh: quem nasce
tem um dia de morrer. Assim, a morte é certa; ninguém a pode deter’. Todas essas
palavras são palavras de consolação. No entanto, que palavras de consolo eu
poderia dar aosvrajavasis? Estão chorando por Krishna. E se alguém quer chorar
por Krishna, que é o objeto do amor, como podes dizer ‘não chores’? Isso seria uma
ofensa. Meu coração, ao contrário disso, dizia: ‘Dize-lhes que chorem mais, chorem
mais, chorem mais!’. Assim, minha missão fracassou. Eu não pude lhes consolar de
modo algum”.
Uddhava disse ainda: “Por fim, falei-lhes: ‘Voltarei para Mathura e farei tudo
dentro de meus poderes para enviar Krishna de volta a Vrajabhumi imediatamente’.
Dei-lhes a minha palavra, mas, até o momento presente, isso não aconteceu. Agora,
após tantos meses e tantos anos, se eu for a Vrajabhumi e falar assim, jamais
depositarão fé em minhas palavras. ‘Não, és um mentiroso, Uddhava. Tu nos
prometeras isso anteriormente, mas Krisha não voltou’. Jamais terão fé em minhas
palavras, senão que me repreenderão como um enganador. Como, então, posso
ir?”.
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Procrastinação
Boas Novas
Tendo dito isso, Baladeva não Se viu mais capaz de suprimir Seus
sentimentos e começou a chorar. Nesse momento, Subhadra chegou ali. Ela é muito
inteligente. “Tudo bem, irei a Vrajabhumi. Irei primeiro”, ela disse. “Todos vós, por
favor, sede pacientes e abandonai vossa ansiedade. Irei a Vrajabhumi e me sentarei
no colo de mãe Yashoda. Enxugarei as lágrimas em seus olhos e direi: ‘Ó minha
mãe, Krishna já está vindo. Meus dois irmãos e eu partimos de Dvaraka juntos, mas,
no meio da estrada, muitas pessoas se ajuntaram para saudar Krishna. Eles
construíram grandes portões. Muitíssimos reis, maharajas, estão às margens das
estradas. Inumeráveis pessoas estão carregando pratos de arati simplesmente para
oferecer puja a Krishna. Em razão de tudo isso, Ele vai chegar um pouco mais tarde.
Vim na frente apenas para te dar essa boa notícia: Ele está vindo! Krishna está
vindo!”.
Uma quadriga já fora preparada para Krishna, e, agora, outra quadriga foi
preparada para Subhadra. Baladeva tem grande afeição por Vrajabhumi, motivo pelo
qual, quando viu que Subhadra estava pronta para subir em sua quadriga, Ele disse:
“Como posso deixar que meu irmão, Krishna, vá sozinho? Não. Terei de ir também.
Como Subhadra está indo, acompanhá-la-ei”.
Uddhava concordou: “Tudo bem. Vós dois ireis. Quando comeceis vossa
jornada, não faremos nenhuma parada. Tão logo partais, Narada Muni cantará vraja-
lila kahani com seu vina-yantra. Krishna, então, recobrará Sua consciência, e nós O
enviaremos junto imediatamente”.
Alcoolizado
Tão logo os dois rathas partiram, Narada começou a tocar seu vina-yantra e a
cantar preme-lila kahani. Quando essa vibração sonora transcendental alcançou os
ouvidos de Krishna, Ele ficou consciente mais uma vez e de pronto Se levantou em
uma postura curvada em três pontos,tribhangima thani. Essa forma não aparece em
Dvaraka, mas só em Vrajabhumi. Em Dvaraka, Krishna é um rei, e traja vestes reais.
Ele não assume a postura curvada em três pontos, nem toca flauta ou usa pena de
pavão. Isso acontece apenas em Vrajabhumi. Porque agora tudo em que Ele está
pensando é Vrajabhumi, Ele imediatamente assumiu a postura tribhanga. Isso é tudo
com o que Ele sonha e tudo no que Ele pensa; não há pensamentos em Dvaraka.
Então, Krishna imediatamente disse: “Onde está a Minha flauta? Onde está a
Minha flauta?”. Não há flauta em Dvaraka. “Onde está Minha flauta? Quem roubou
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Minha flauta? Ah! Isso só pode ser coisa daquelas gopis! Elas roubaram Minha
flauta!”.
Depois de ter dito isso, começou a correr para encontrar Sua flauta. Nesse
momento, viu Uddhava e disse: “Ei, Uddhava! Por que estás em Vrajabhumi?”. No
instante seguinte, viu Narada: “Ó Narada! Estás aqui em Vraja?”. Nesse momento,
caiu em si: “Aqui não é Vrajabhumi?”.
O kunja de Radharani fica em Nidhuvana. Ela está deitada lá com Sua cabeça
repousada sobre as palmas das mãos de Lalita. Suas asta-sakhis estão todas
sentadas em torno dEla. Elas não sabem o que fazer. Lalita e Vishakha estão muito
inquietas. Algumas vezes, cantam o nome de Krishna nos ouvidos de Radha; outras
vezes, pegam um pouco de algodão e colocam na frente de Suas narinas para
verem se Ela ainda está respirando.
Ayana Gosh
Nesse ínterim, toda a Vrajabhumi chegara ali, pois a notícia de que Radharani
estava prestes a morrer havia se espalhado. Primeiro, chegou Ayana Gosh,
Abhimanyu, que é conhecido como “o esposo de Radha”. Isso é apenas externo;
não é verdade. O verdadeiro esposo de Radharani é Krishna. Chorando
copiosamente, com lágrimas nos olhos, Abhimanyu chegou correndo. Colocando
sua cabeça nos pés de lótus de Radharani, banhou os pés de lótus dEla com suas
lágrimas e disse: “Ó Sarvaradhya Radhe, todo-adorável Radha. Jamais toquei Teu
corpo”. Como ele poderia tocar o corpo de Radha? Apenas Krishna pode tocar o
corpo dEla.
146
Ele, então disse: “Jamais toquei o Teu corpo, mas hoje experimento grande
fortuna. Estou pegando um pouco da poeira de Teus pés de lótus e colocando-a
sobre minha cabeça. Minha vida tornou-se bem-sucedida neste dia. De qualquer
forma, é de Teu conhecimento que sou pujari de Katyayani Devi e que minha deusa
adorável também é Paurnamasi Devi. Ó Radhe, o desejo de Krishna é desfrutar
de parakiya-rasa, o amor de amante. Por conseguinte, para realizar o desejo dEle,
Paurnamasi Devi manifestou esta lila. Teu verdadeiro esposo é Krishna, e Tu és
esposa dEle. Sois eternamente marido e mulher. Entretanto, para realizar o desejo
de Krishna de desfrutar deparakiya-rasa, Paurnamasi ordenou a Vrindadevi que
realizasse a nossa cerimônia de casamento. Isso é apenas externo; não real.
Krishna é Teu verdadeiro esposo, e Tu és Sua esposa. E és a deusa de meu
coração. Casei-me com a chaya, a sombra, de Radharani, e não com a Radharani
real. Agora que estás em uma condição moribunda, o que acontecerá conosco?”.
Depois de falar dessa maneira, exclamou: “Que todos saibam hoje que me casei
com a chaya-radha!”.
Febre de Sannyasa
Com uma voz embargada, ela disse: “Ó Radha, minha fortuna hoje é imensa.
Obtive a oportunidade de colocar um pouco da poeira de Teus pés de lótus em
meu sinthi. Hoje, de fato tornei-me sati, uma mulher casta. Eu tinha um grande
orgulho. Sim, um orgulho grande como um arranha-céu,akasa-chumbi. Eu estava
sempre proclamando: ‘Eu sou a única mulher casta! Não existe outra mulher casta
em Vrajabhumi! Todas são prostitutas!’. Eu costumava dizer isso, e tentei no melhor
de minha capacidade provar que és uma grande prostituta e que não tens
absolutamente nenhuma castidade. Embora tenhas Te casado com meu irmão,
estás sempre atrás de Krishna. Perante isso, tentei ao máximo provar que és a mais
incasta e que eu sou a mais casta. Uma vez, contudo, algo muito misterioso
aconteceu. Um dia, Krishna manifestou uma lila, jvara-lila, como se Ele estivesse
sofrendo de uma febre alta.
Discutindo, todos concordaram que Kutila é a dama mais casta. Ela está
sempre tocando tambores e proclamando: “Eu sou a mulher mais casta! Todas as
outras são incastas!”. Então, disseram: “Tudo bem. Chamai-a e dai-lhe esse cântaro
com centenas de furos. Que ela traga a água do Yamuna sem derramar uma só
gota”. No entanto, quando Kutila tentou fazê-lo, toda a água foi derramada. Isso
provou que ela não era em nada casta. Kutila admitiu: “Provou-se isso, e meu
orgulho foi completamente destruído. Eis o porquê de Krishna ter manifestado
essa jvara-lila: esmagar meu orgulho”.
água, ela voltou com ele cheio, apesar de o mesmo ter centenas de furos, sem
derramar uma só gota.
Acusações
Todos dizem: “Ah! Ela é uma prostituta! Sob o pretexto de ir buscar água, foi
ao Yamuna simplesmente para Se misturar com Krishna”. Todos estão indo. Porém,
quando Radha vai, Ela subitamente Se torna uma prostituta.
ávida por realizar os desejos de Krishna, sou a mulher mais aflita e condenável.
Tornei-me uma das causas de afastar Krishna de Ti. Krishna é Teu esposo. Certas
vezes, Krishna vai a meu kunja, mas Ele não fica feliz comigo. Ele fica feliz apenas
com Tua pessoa. Mesmo em sonhos, Ele pensa unicamente em Ti. Ele jamais pensa
em mim”. É dito que, enquanto Krishna está com Chandravali, Ele pensa em Se
associar com Radha. Ele jamais pensa em Chandravali. Ele jamais sente grande
prazer ou grande felicidade quando está com ela.
Chandravali disse: “Tudo isso é a lila criada por Yogamaya. Yogamaya faz
todos aqui em Vrajabhumi dançarem. E, para o prazer de Krishna, de toda maneira
que Yogamaya nos faça dançar, nós todos dançaremos. Sei disso muito bem. Todos
aqui estão dedicados a fomentar a lila de Krishna; nada mais. Hoje, no entanto,
chegou ao meu conhecimento de que estás em uma condição moribunda. Se
deixares Teu corpo, ninguém em Vrajabhumi sobreviverá. Ó Radhe! Nem mesmo
um só animal haverá de sobreviver. Todos morrerão. Krishna, então, jamais virá a
Vrajabhumi. Jamais veremos Krishna novamente. Por favor, não morras”.
Agora, Krishna está olhando para Radharani, e Radharani está olhando para
Shyamasundara, Krishna. Um encontro olhos nos olhos.
chamada de pauganda-lila, foi chamado por Seu pai verdadeiro. Na prática, Ele foi
chamado para matar Kamsa, Seu tio materno que estava transtornando toda a
dinastia Yadu, e todos estavam aguardando por Krishna. Assim, Krishna apareceu e
imediatamente foi transferido por Seu pai para a casa de um amigo.
Então, Krishna nasceu de um pai kshatriya. Ele não nasce, mas Ele apareceu
como o filho. Deus jamais nasce, daí O chamarmos de “não-nascido”. Os
filósofos mayavadis entendem Krishna erroneamente, pensando que Krishna nasce.
Se Ele nasce, como pode ser Deus? Na verdade, Krishna não nasceu do ventre de
Sua mãe; em vez disso, apareceu com quatro braços diante de Sua mãe, momento
no qual Sua mãe temeu: “Meu irmão Kamsa estava aguardando para matar Deus, e
agora Deus está aqui, com quatro braços. Kamsa imediatamente O matará”. A mãe
se esqueceu de que, se seu filho é Deus, Ele não pode ser morto, mas a afeição
materna é sempre dessa natureza. Quando o garotinho Krishna, por exemplo,
estava para atacar um demônio, Yashoda-ma pedia ao seu esposo, Nanda
Maharaja: “Por que permites que esse menino saia? Por que não O trancas?”. Assim
é a afeição materna. Mãe Yashoda não sabe que Krishna é a Suprema
Personalidade de Deus, pois, se o soubesse, sua afeição maternal seria obstruída.
Ela, portanto, estava sempre encoberta por yoga-maya. Embora Krishna estivesse
brincando infantilmente, tal qual uma criança comum; Ele, ao mesmo tempo, estava
mostrando que Ele é a Suprema Personalidade de Deus.
também está falando mentiras”. Os garotos, então, enfatizaram: “Não, mãe. Nós
vimos que Ele comeu barro sim”, momento no qual a mãe disse a Krishna: “Tudo
bem. Abre Tua boca e verei”. Quando Krishna abriu Sua boca, Yashoda viu toda a
manifestação cósmica material. Ela viu na boca não apenas uma Yashoda, mas sim
milhares de Yashodas e milhares de planetas, sóis, luas e assim por diante. Mãe
Yashoda, então, pensou: “Isso deve ser algum ilusionismo. Tudo bem. Esquece. Não
faças isso novamente”.
Vrindavana foram ver Krishna porque a vida deles era Krishna – eles não conheciam
nada exceto Krishna. Então, aquela era a oportunidade, e, ali em Kurukshetra,
Radharani solicitou a Krishna: “Meu querido Krishna”, Ela disse, “Você é o mesmo
Krishna, e Eu sou a mesma Radharani, mas, embora estejamos juntos, não estamos
juntos no mesmo lugar. Aqui, Você é tal qual um rei majestoso – com quadrigas,
soldados, ministros e secretários –, e, lá em Vrindavana, Você era um vaqueirinho, e
Nós costumávamos nos encontrar nas florestas, entre os arbustos. Eu quero levá-lO
para Vrindavana, com o que ficarei feliz”.
Então, Jiva Gosvami apresenta esta filosofia: Se, para conhecer o Param
Brahman, o indivíduo tem que abandonar tudo o que é material, como o Param
Brahman poderia desfrutar de algo material? Essa é a questão. Vemos na prática
que o indivíduo tem que abandonar tudo o que é material, como acontece com os
seguidores de Shankaracharya, cuja renúncia é muitíssimo severa. Shankaracharya
não aceitará alguém como apto a avançar na cultura espiritual sem ter aceitado a
ordem renunciada de vida, sannyasa, senão que exige que primeiramente o sujeito
aceite sannyasa, após o que se permite falar da Verdade Absoluta. Assim é
o sampradaya de Shankara.
Assim, não dizemos que algo é falso, senão que tudo é real, em virtude do
que, no movimento da consciência de Krishna, aceitamos tudo, mas aceitamos tudo
para o serviço a Krishna – nada para a minha gratificação sensorial. Isso é
consciência de Krishna. Não dizemos: “Este mundo é falso. Abandonem-no”. Por
que não o dizemos? Os nossos acharyas, como Rupa Gosvami, afirmam:
anasaktasya vishayan
yatharham upayunjatah
nirbandhah krishna-sambandhe
yuktam vairagyam uchyate
(Bhakti-rasamrita-sindhu 1.2.255)
não é proprietário, qual é o significado de sua renúncia? Esse é o defeito. Então, nós
não renunciamos, pois vemos que tudo é dado por Krishna a nós. Tena tyaktena
bhunjitha (Ishopanishad 1): Nada pertence a mim, senão que tudo é de Krishna.
Mesmo o meu corpo e minha mente também são de Krishna. Com efeito, meus
pensamentos, minha fala e o que quer que eu crie pertence a Krishna – eis a
filosofia de Krishna, e, na verdade, é a realidade.
Quinhentos anos atrás, não havia a facilidade das estradas de ferro, de modo
que as pessoas costumavam ir para Gundicha a pé, especialmente da Bengala. E,
porque Chaitanya Mahaprabhu ficava na Orissa, há muitos gaudiyas oriás. Os
seguidores do Senhor Chaitanya são praticamente os bengalis e os oriás – eles
são gaudiyas, em geral.
.
160
Deus é uma pessoa e, devido à Sua infinita bondade, Ele nos permite até mesmo
em nossa condição presente prestar-Lhe serviço pessoal.
vestidas e ornadas com guirlandas de flores. Qual delas é Deus? Para muitas
pessoas, a pluralidade de Deidades implica numa religião primitiva, sem nenhum Ser
Supremo. Como diferenciar a adoração à Deidade da obediência aos deuses e
deusas da mitologia grega? Dentro da própria Índia, diferentes personalidades, tais
como o Vishnu e Shiva, são adorados elaboradamente em forma de Deidade.
Alguns hindus até mesmo dizem: “Todas elas são Deus”. Contudo, a consciência de
Krishna é a adoração a um Deus único, o Senhor Krishna. Por que, então, há tantas
Deidades mesmo nos templos Hare Krishna?
Embora todas essas formas sejam realmente Deus, os devotos podem sentir
uma forte atração por uma determinada Deidade. No movimento para a consciência
de Krishna, nossa Deidade mais amada é o Senhor Krishna. Nosso acharya-
fundador, Srila Prabhupada, explicou com inúmeras referências às escrituras
védicas que a forma de Krishna é a forma original de Deus, com pleno poder. Assim
como muitas velas podem ser acesas a partir de uma lamparina e todas as velas
podem queimar com igual luminosidade, há apenas uma chama original – essa
chama é Sri Krishna.
servir ao Seus pés de lótus realmente assume seu significado quando os vemos
decorados com polpa de sândalo e flores.
(Escrito por Purushatraya Swami. Baseado numa enquete feita pelo órgão ASSINTEC -
Associação Interconfessional de Educação de Curitiba (PR) - que assessora a Secretaria de
Educação de Curitiba nos assuntos referentes à Educação Religiosa e Diálogo Inter-
Religiosos.
1. Tradição religiosa
2. Origem histórica
Embora todos os nomes referentes a Deus têm esse poder, Caitanya recomendava
o canto e a meditação no maha-mantra Hare Krishna (explicaremos mais a frente).
Seu movimento teve um grande impacto social pois desestruturava um rígido
sistema de castas que prevalecia no país naquela época. Ele atingiu tanto as
camadas populares quanto a classe intelectual, e até, membros da realeza.
Começou na região da Bengala (leste da índia, cuja capital é Calcutá) e, a seguir,
espalhou-se pelo estado vizinho, Orissa. Na seqüência, permeou o país. Caitanya,
inclusive, profetizou que esse canto espalhar-se-ia pelo planeta, o que , mais ou
menos, podemos, hoje em dia, presenciar.
A conhecimento Vaishnava aceita que “ tudo provém de Deus.” Não existe uma
dicotomia original de Bem e Mal, ou Deus e Satanás. Essas dualidade estão
presentes no estado de existência em que ora vivemos. Em geral, o aspecto
negativo da realidade é a ausência da contraparte positiva, assim como por
exemplo, o fenômeno “escuridão” se dá quando a luz é bloqueada ou está inativa. O
sofrimento, tido muitas vezes como uma imperfeição na criação de Deus, tem, com
certeza, seu papel no teatro da vida e, muitas vezes, é aquilo que purifica, que nos
faz ver a realidade e nos traz conhecimento e realizações mais profundas.
A morada do Senhor é o reino absoluto. O termo sânscrito que traduz isso é sat cit
ananda, que significa, existência plena e eternidade (sat), consciência infinita (cit) e
bem aventurança plena (ananda). A forma do Senhor é igualmente sat cit ananda.
Assim como na revelação cristã, a Tradição Vaishnava aceita que “Deus tem muitas
moradas.” Além de muitas moradas, Ele possui muitas formas. Apesar de possuir
inúmeras manifestações, Ele não perde Seu caráter de Ser único e Uno.
Sua presença, fazendo mal uso de seu livre-arbítrio, Ele simplesmente garante que
haja justiça na hora da colheita daquilo que foi semeado. Mas àqueles que refugiam-
se nEle, o Senhor no coração conduz a pessoa com segurança através do oceano
da existência.
Embora possuindo múltiplas formas, todas são manifestações do Deus Uno, como já
dissemos. O devoto Vaishnava escolhe a forma de Deus que mais lhe inspire e,
então, desenvolve sua devoção baseado nos preceitos das Escrituras. Cada
manifestação de Deus tem características e humores diferentes e,
conseqüentemente, a forma de devoção também varia em termos de sentimento e
em seu aspecto formal e ritualístico.
Dentre diferentes tipos de relações, essas três são as mais íntimas: amizade, amor
da mãe para o bebê e amor conjugal. O Senhor Krishna aceita esses três tipos de
relacionamentos amorosos, que devem ser, definitivamente, destituídos de qualquer
172
4. Textos sagrados
Além dessas categorias de literatura sagrada existem algumas outras que não cabe
aqui serem descritas por questão de concisão.
5. Ritos
venerada com consciência espiritual. Deus é invisível a nossos olhos, mas, por Sua
misericórdia, torna-se accessível para aceitar nossa adoração dentro deste mundo.
Devido ao ritual regulado e constante e a atitude devocional, tanto dos sacerdotes
quanto dos devotos em geral, a deidade torna-se um foco de energia espiritual
poderosíssima, bálsamo capaz de aliviar nossos sofrimentos.
Num templo Hare Krishna, a primeira cerimônia começa bem cedo, às quatro e trinta
da madrugada. A idéia é que, ao acordar, toma-se logo um banho e, imediatamente,
como sendo a primeira coisa de cada dia do devoto, ele recepciona o Senhor no
templo. Essa cerimônia, que irá também acontecer em certas horas ao longo do dia,
chama-se arati. Oferece-se, no altar, preparações comestíveis especificamente
elaboradas para as diferentes horas do dia, e, também, outros artigos como incenso,
flores com perfume, lamparina e outros. Cada arati tem seu canto específico e
devem acontecer em horários estritamente estabelecidos.
O ritual é uma maneira formal e externa de oferecer nossa devoção a Deus. Ele não
é um fim em si, mas um instrumento a nosso dispor para elevarmos nossa
consciência material, normalmente aferrada nas atividades mundanas do dia-a-dia, à
consciência de Deus. A idéia da oferenda é que o devoto aproxima-se de Deus não
somente para pedir e pedir, mas para oferecer nosso amor. Deus não precisa de
nada, mas temos que demonstrar nosso amor a Ele, aproximando-se dEle com uma
atitude adequada. Quando o amor a Deus já é parte da natureza do devoto, o ritual
é, inclusive, dispensável. Sua vida, na totalidade, já é um oferecimento de amor a
Deus.
6. Principais celebrações
Essas são as celebrações mais importantes. Além dessas, existem várias outras
celebrações referentes a diferentes aspectos das divindades e dos mestres
espirituais da linha. Nessas comemorações são, em diversos casos, prescritos jejum
numa determinada parte do dia— às vezes até ao meio-dia, e outras vezes até o por
do sol ou nascer da lua.
área geográfica tem um, ou em certos casos, mais de um, representante do GBC.
Os membros do GBC certificam se as coisas seguem na linha, sem desvios, e, por
serem devotos experientes, dão assessoria e aconselhamento.
Uma terceira iniciação, de grau mais elevado, é uma prerrogativa para aqueles que
estão livres do envolvimento familiar, seja por opção pessoal ou por idade. A
qualificação é ter atingido a maestria no processo e total absorção na causa. Esta é
a ordem renunciada ou sannyasi.
Os devotos estão sempre sintonizados com o mantra, que é um som espiritual puro
destituído de qualquer conotação secular. Sua, vibração sonora ou mental, carrega
em si uma série de potências espirituais que agem a nível interno: purifica e acalma
a mente, abre os canais da consciência para a espiritualidade e conecta o ser mortal
com a Divindade. O maha-mantra Hare Krishna, especificamente, faz manifestar no
coração a energia espiritual bhakti, cuja essência é a devoção e o puro amor a
Deus.
As duas formas de se praticar o mantra são: meditação individual (japa) e/ou canto
congregacional (kirtana).
178
Na iniciação, o devoto faz votos de seguir certos princípios que irão nortear sua vida
espiritual daí para frente. Uma observação quanto a isso é que esses princípios não
devem ser considerados como meras “proibições.” Esses princípios estão
diretamente relacionados com a prática da bhakti-yoga, e visam possibilitar a
elevação da consciência individual até ao estado de “consciência de Krishna” ou
consciência de Deus. é, portanto, uma prática de auto-realização e o devoto que
179
a) Não comer carne, peixe e ovos— quer dizer, estrito vegetarianismo. Este princípio
baseia-se na misericórdia para com os demais seres vivos e no conceito de ahimsa,
não violência. Não devemos cometer violência desnecessária. Uma grande carga de
violência deste mundo pode ser evitada ao adotarmos uma dieta vegetariana, que,
além do mais é muito mais saudável e natural.
11. Vida além da morte: Que resposta norteadora do sentido da vida além
morte representa?
Outro princípio que está diretamente relacionado a esse tema é o de “causa e efeito”
ou “ação e reação.” Consideramos que “colhemos o que semeamos.” é o que o
conhecimento védico chama de “lei do karma.” Essa vida atual já é, efetivamente,
uma colheita; e agora temos a oportunidade para semear para colher na próxima
safra. A morte marca o fim do ciclo em um corpo específico. As impressões e as
tendências de toda a vida ficam registradas na consciência. Essas impressões na
consciência irão determinar a próxima situação de vida, afim de que a alma tenha
oportunidade de retificar-se dos erros do passado e continuar sua trajetória rumo à
perfeição. Atingindo o estado de “consciência de Deus”, a alma livra-se do
enredamento material e passa a existir em seu habitat natural, face a face com
Deus.
Na doutrina Vaishnava, céu e inferno são situações temporárias. Boas ações e vida
piedosa (mas, em consciência material,) produzem, como reação, a transferência da
pessoa, após a morte, para regiões celestiais, onde irá desfrutar de seus méritos.
Quando tais méritos esgotam-se, ela volta, outra vez, a esse plano de existência
terrena, que é a região onde o karma é produzido.
Aqui, também, está presente o caráter cíclico da natureza material. Esse mundo é
criado, permanece por certo tempo e é aniquilado; depois de um certo período, é
criado novamente, e assim por diante, em ciclos cósmicos que se repetem
indefinidamente.
Outra informação obtida nos textos sagrados é que existem dois estágios na criação:
criação primária e secundária. Na criação primária são produzidos os elementos
materiais e na criação secundária as formas são produzidas. Por exemplo, para a
criação de uma casa, precisamos de materiais— tijolo, cimento, areia, etc. Esta seria
a criação primária. A partir daí, o engenheiro usa esse material para criar a forma da
casa (criação secundária).
182
O seguinte passo, é a criação secundária das formas deste mundo— desde os seres
vivos unicelulares, reino vegetal, reino animal, seres humanos e culminando nas
hierarquias celestiais. Essas são as entidades com vida. Paralelamente, existem as
formas insensíveis, desde o grão de areia às galáxias. O responsável por essa fase
da criação é a entidade semi-divina Brahma, que junto com Vishnu e Shiva, formam
a trindade responsável pela criação, manutenção e aniquilação da manifestação
cósmica.
O “movimento Hare Krishna” está sempre presente, tanto aqui no Brasil quanto em
qualquer parte do mundo, em qualquer iniciativa para promover a paz nesse mundo.
Não existe nenhum fator que faça restringir o diálogo inter-religioso e a participação
lado a lado com outros grupos que comungam os mesmos ideais.
Hare Krishna!
Então, nós vamos fazer hoje uma cerimônia de iniciação múltipla: primeira
iniciação e também segunda iniciação. Além disso, nós vamos fazer uma pré-
iniciação. É que o nosso Movimento tem crescido e se expandido de uma forma
congregacional. Há alguns anos atrás, a forma mais comum do nosso Movimento
era comunitária, então nós tínhamos muitas comunidades urbanas, que eram
representadas por um templo ou algum conjunto de residências em torno do templo,
ou comunidades Rurais, que eram, e ainda são, comunidades onde cuidamos da
terra protegemos as vacas e reunimos as famílias para viver nessa comunidade.
Então por isso o Movimento teve que desenvolver uma habilidade nova, que
não era tão comum na atividade anterior comunitária, que é olhar para o outro.
Interessante, né? Porque quando trabalhávamos, vivíamos juntos em comunidade,
todos éramos um só, praticamente, e todos pensávamos e agíamos como numa
estrutura muito simples. Tínhamos um único objetivo, que era a distribuição dos
livros de Prabhupada e cuidar da vida espiritual pessoal e pronto, não tínhamos
outras responsabilidades ou obrigações perante a sociedade. Apenas íamos até a
sociedade, dávamos a nossa mensagem e retornávamos para a nossa comunidade.
Inclusive, esse programa era chamado de sanduíche: de manhã todo mundo
acordava, ia para os programas espirituais, depois, durante o dia, saía às ruas para
distribuir os livros, e à noite retornava para onde? Para os programas espirituais.
Então os devotos vinham para o Sundara-Arati, eles liam o Bhagavad-gita, e depois
iam dormir. E no dia seguinte, de novo o sanduíche.
Mas o sistema original, que não tem essas características deturpadas, é um sistema
natural. Imaginem que as quatro divisões, ou as quatro propostas vocacionais, se
referem: aos intelectuais, aqueles que têm as habilidades intelectuais, como
professores, sacerdotes, etc.; a outra seria de administradores, organizadores,
líderes de um modo geral, os líderes da sociedade; a outra seria de vaisyas,
produtores ou comerciantes; e a outra seria de operários colaboradores. Então
observem que essas quatro divisões são encontradas praticamente em todos os
grupos sociais, em todas as sociedades, ainda hoje em dia. Então não é um sistema
artificial de ser implantado, é, de certa forma, natural.
cantar um número reduzido de voltas. Elas já passaram por todas essas fases. Só
para falar destas duas devotas, elas são de Salvador, e a comunidade de Salvador
está bem representada aqui hoje, porque o Munisvara está aqui com a família, mãe
Ananta-virya e Harini, e a sobrinha também, Mariana, e o Sri Vaishnava, que vai ser
iniciado. Então a comunidade de Salvador tem anos e anos e anos dependendo de
uma maneira muito direta do serviço dessas duas devotas. Áurea, que entrou muito
novinha ainda, adolescente ainda, fazendo vestibular, e desde então se dedicou com
muita entrega a tudo dentro do Movimento, e começou a ajudar no Ratha-yatra, e
Madalena também, com o Ratha-yatra, fazendo e realizando o Ratha-yatra
anualmente, construindo o carro do Ratha-yatra, organizando toda a festa, decidindo
que tipo de prasada seria distribuída, como acondicionar a prasada - me lembro da
primeira vez em que Madalena inventou de colocar a prasada dentro de umas
caixinhas, para distribuir no ponto mais importante da cidade de Salvador, onde o
Ratha-yatra acontecia - com toda a inteligência, e fazendo contatos com grupos de
músicas populares da Bahia, para poder tornar o festival interessante. Áurea, do
mesmo jeito, organizando tudo, recebendo todos os convidados ilustres, que vinham
de todas as partes, encontrando hospedagem para eles, alimentação, e tudo o mais.
Então estas duas devotas têm uma participação extremamente importante na
comunidade de Salvador.
Então, são devotas muito ativas, elas só não são iniciadas. A gente nem
lembra que elas não são iniciadas. Madalena, em particular, desenvolveu um projeto
de conquistar um terreno e então construir um templo; levar a Deidade para esse
templo, a Deidade de Salvador; sair de uma casa alugada há mais de 30 anos, com
um aluguel complexo; e ela conseguiu conquistar o terreno, conseguiu convencer
vários devotos a comprar terrenos vizinhos, fez um condomínio - na verdade, uma
vila, porque não tem uma organização de condomínio -, fez uma vila com o templo
191
Na verdade, o que Madalena, e mesmo Áurea, o que elas duas têm feito para
o Movimento é trabalho de pessoas que fazem dedicação exclusiva, como os
sannyasis, que estão sempre dispostos a renunciar aos seus interesses pessoais em
benefício da missão de Prabhupada. O que elas fazem é nesse nível. Eu posso dizer
porque estou na ordem de sannyasi há mais de 30 anos, e sei como funcionam os
sannyasis, e sei como elas funcionaram até agora. Então posso dizer que elas têm o
mesmo espírito. E o que Prabhupada dizia? Prabhupada chamava de “grhasta-
sannyasi”, ele usava essa expressão; usava a expressão também “brahmacari-
sannyasi”, e “grhasta-sannyasi”... e também usava grhasta-brahmacari. Prabhupada
reconhecia a virtude humana acima das denominações sociais. Ele via o indivíduo, e
esse é o exercício que nós estamos tentando fazer hoje.
vêm fazendo, e que certamente continuarão a fazer, porque dá pra ver que já faz
parte da vida de vocês viverem essa experiência missionária.
Rômulo, que é de Juiz de Fora, Minas Gerais, está aqui também, e ele está
bem dentro do padrão comum de uma iniciação; ele vai receber a primeira iniciação,
onde vai receber o nome espiritual, vai receber a japa, vai fazer os votos, e também
vai participar da cerimônia; então sai completo daqui hoje, ele recebe o pacote
completo.
Para mim é uma experiência nova iniciar alguém de terceira geração. Nunca
iniciei. O primeiro devoto de terceira geração que eu inicio... é o Sri Vaishnava. Eu
193
tenho um prazer muito grande; eu vi a avó dele entrar, depois vi o pai crescer, foi
aluno do nosso Gurukula... Aproveito este momento tão formal que estamos aqui: o
Munisvara foi uma das primeiras crianças do Movimento Hare Krishna no Brasil,
então um movimento muito inexperiente naquela época, e o Movimento, como eu
falei, muito comunitário, não tinha experiência nem conhecimento a respeito de
educação de crianças. Ele foi um dos primeiros alunos da escola Gurukula, e em
diferentes etapas da escola, chegando até a minha época como diretor, e como ele
foi dos primeiros, acho que nós do Movimento, autoridades, líderes do Movimento,
devemos algumas desculpas: pelas improvisações, erros cometidos no trato, na
educação dele, e dos irmãos também. O irmão mais velho... Gopesvara, - tinha outro
nome, antes, mudou: era Gopal, e agora ele é Gopesvari, foi iniciado, também tinha
uma pré-iniciação, - e o Mukunda, que é o mais novo, inclusive Sathyabhama, a
irmã, também. Todos eles estudaram no Gurukula, e acho que nós devemos
desculpas formais a todos eles. Eu aproveito este momento, vendo que ele, apesar
de todas as dificuldades que enfrentou, sendo dos primeiros filhos de devotos no
Movimento, primeiro aluno de Gurukula, ainda assim conduz a vida familiar, a
educação dos filhos, ao ponto de ter um filho aqui, com 19 anos, sendo iniciado – e
mais, porque ele é assim com tantas virtudes, um queridão – não posso dizer que
uma pessoa de 2 metros seja o queridinho, então ele é o queridão do Instituto
Jaladuta – ele vai receber as duas iniciações hoje.
Podem ver que essa cerimônia aqui é bem interessante. Tem um padrão, que
é o Rômulo, tem o Sañjaya também recebendo a segunda iniciação. Depois tem o
Gokula-rañjana recebendo a segunda parte da segunda iniciação. Tem o Sri
Vaishnava recebendo as duas iniciações. E tem Madalena e Áurea recebendo uma
pré-iniciação. Então é uma cerimônia bem interessante, ótima para final de ano,
quando estamos encerrando nossas atividades; refletindo sobre nossa vida neste
ano, o que fizemos; e fazendo planos para o futuro que começa já... o ano seguinte,
que começa agora em janeiro de 2016, então é um momento muito adequado para a
gente concluir uma etapa, entrar em outra etapa, sem pular etapas, e fazer a coisa
de uma maneira muito natural, e rendida, obediente, a Prabhupada.
194
Vou tomar ele emprestado por alguns dias porque, embora nosso templo seja
congregacional, o atendimento às Deidades é um atendimento padrão. Bastante
reduzido, mas é um atendimento padrão. E, por que é um templo congregacional,
temos um número de devotos muito reduzido em relação aos serviços que
precisamos realizar. Quando chega esta época do ano, muitos devotos, porque são
membros congregacionais, inseridos na sociedade, vão cumprir com suas
obrigações e responsabilidades de vários níveis, responsabilidades profissionais,
responsabilidades familiares, responsabilidades de lazer, tudo o que está previsto
para uma sociedade complexa, que não é mais uma sociedade comunitária, mas
uma sociedade complexa como é hoje em dia. Então ficamos numa situação sempre
de preocupação. Como vamos poder atender às Deidades? A gente precisa
desenvolver essa sensibilidade para com o atendimento às Deidades. Todos nós,
devotos bhaktas, devotos iniciados, devotos brahmanas, sannyasis, devotos de todo
o tipo, precisamos desenvolver essa sensibilidade especial, e fazer um olhar para as
195
Deidades, que são Deidades de Prabhupada. Maha Gaura Nitai são Deidades
instaladas na ISKCON de Prabhupada, portanto são Deidades de Prabhupada.
Shota Gaura Nitai também são Deidades de Prabhupada; como Jagannatha,
Baladeva e Subhadra também são Deidades de Prabhupada.
Eu estou feliz por estar aqui, estamos com a comunidade presente; é muito
bom ver tudo isso. Esta cerimônia de iniciação assim complexa abrange as duas
iniciações, a primeira e a segunda. Na primeira iniciação os devotos devem estar
conscientes dos princípios éticos que regem a vida de um cidadão vaishnava. Os
princípios éticos são: não-violência, ahimsa mesmo, misericórdia, (é) o primeiro
princípio; o segundo princípio é o princípio de austeridade, a pessoa deve ter
controle sobre suas próprias atividades e deve aceitar a realidade como ela é, não
buscar subterfúgios – deve, pelo contrário, estar sempre rendido –, então
austeridade é o segundo princípio ético; o terceiro princípio ético é honestidade,
veracidade, a pessoa deve ser veraz, honesta, genuína, não deve usar de recursos
da desonestidade, da falta de verdade; e o quarto princípio é de pureza, a pessoa
deve cultivar a pureza. Esses são os quatro princípios éticos que regem a vida de
todos os vaishnavas, em todos os ashramas e em todos os varnas, e em todas as
circunstâncias: eles devem usar de misericórdia, austeridade, honestidade e também
de pureza.
197
posição de Krishna como Aquele que pode atingir o âmago do nosso coração, e
derreter a dureza do nosso coração... coração de ferro que temos. Mas Krishna tem
uma flecha, - Ele é conhecido como Kamadeva, - ele tem um arco e uma flecha de
flores. E ele simplesmente solta sua flecha, e ela atinge o nosso coração. E esta
flecha é capaz de atingir a parte mais dura, de ferro mesmo, de nosso coração e
derreter. O mantra Gayatri faz essa meditação, que vai da primeira até a sétima
linha, essa é a meditação da sétima linha, de ver o nosso coração derretido. Vocês
vão receber o mantra Gayatri e vão poder meditar assim, e também localizar quais
as fontes de entusiasmo neste mundo para vocês nunca serem dependentes de
estruturas materiais para ter entusiasmo espiritual.
Pronto? Então eu vou dar início a iniciação propriamente dita. Vou pedir aos
devotos que vão ser iniciados que venham aqui. Primeiro em respeito à senioridade,
pelo tempo de serviço, nós temos Áurea e Madalena, claro. Elas são mais velhas do
que quase todos que estão aqui, juntos (risos). ... No movimento, né? Elas têm uma
199
carga de serviço, também, muito grande, por isso eu vou primeiro dar os nomes...
Mas eu quero completar a instalação da cerimônia, não cantamos ainda o mantra de
abordagem a Krishna. Eu vou fazer isso agora, antes de dar os nomes e continuar,
‘tá bom?
(Madalena: “Não. A gente é assim até hoje!” Áurea: “Eu ficava pegando
no pé dela... ‘pra ela se ‘endireitar’”. (risos) Madalena: “Na verdade eu entrei
para ajudar ela porque eu ‘achava ela’ tão novinha, e tão esforçada, e
sozinha... que eu: “não, eu quero ajudar essa menina!”, como é que pode?..” )
Dhanvantari: Pois bem. Então, eu acho que, Áurea, você pode receber um
nome muito bonito, que identifica Srimati Radharani... e que é muito bonito. Fazendo
já a propaganda do nome dela. (risos) Então você pode receber o nome de “Adisvari
Dasi” (palmas)
200
Então, Madalena, você... é forte, né? Madalena agora tem a ajuda de uma
filha. A filha dela morava em Portugal, e veio morar nessa vila que eles criaram –
chama “Floresta”, né? (Madalena: “’Floresta Encantada’. Em homenagem a sua
irmã, Tatiana.”) – “Floresta Encantada”, é o nome de onde tem o templo de
Jagannatha. Madalena é misteriosa, ela tem um poder tão grande que ela consegue
doações, com a responsabilidade das pessoas menos esperadas: a gente ficou 40
anos tentando e nunca conseguimos nada! Ela foi lá e rapidinho conseguiu.
Madalena é assim, essa pessoa... Então, Madalena, tem um nome muito bonito,
também, e que mostra essa força toda, e também mostra flexibilidade. Apesar de ser
super poderosa, (é) muito flexível; sensível, também, como você. E que não tem
ninguém no Brasil com esse nome – como Adisvari também não tem ninguém que
eu conheça, – Seu nome pode ser: “Mandaracala”. (palmas)
Cidade
Disponível em:
http://www.tribunadabahia.com.br/2016/04/25/movimento-hare-krishna-volta-
capital-baiana
ANEXOS
ÁUDIO VISUAIS
205
GLOSSÁRIO
Bolinha Doce - Doce feito de leite em pó, açúcar (pode ser adicionado alguma fruta
machucada ou seu sumo).
C Chhera Panhara - Cerimônia em que o rei varre com uma vassoura de cabo
de ouro o local por onde irá passar o Carro do Ratha Yatra.
Gopis - Filhas dos pastores de vacas da vila onde vive o Senhor Krishna, e Suas
associadas íntimas.
Grhastha - aquele que está praticando vida espiritual enquanto vive com esposa e
filhos; o segundo asrama, ou ordem espiritual.
Karma - ação fruitiva, para a qual sempre há uma reação, boa ou má.
Krsna (ou Krishna) - Literalmente significa o todo atrativo, entre outros significados.
Um dos muitos nomes atribuídos à Suprema Personalidade de Deus.
M Maha Mantra “Hare Krsna” - O grande mantra: Hare Krishna Hare Krishna
Krishna Krishna Hare Hare, Hare Rama Hare Rama Rama Rama Hare Hare.
Seva – Serviço.
Svami (ou Swami) - Monge que assumiu a forma renunciada de vida, sannyasa,
que está sobre o controle dos sentidos, e desapegou internamente de posses e
laços familiares.