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A VISÃO DO SERVIÇO DIACONAL

O novo testamento revela que servir aos santos é uma prática genuína para
todos os membros da Igreja, uma conduta que deve ser normal entre nós,
discípulos de Jesus.

“Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós
será vosso servo; tal como o filho do Homem, que não veio para ser servido,
mas para servir...” (Mt 20.26-28) e Lc 22.26-27).

Expressões práticas que definem esse serviço podem ser observadas nos
ensinos e práticas de Jesus, tais como: alimentar os famintos, acolher o
próximo e visitar os doentes e encarcerados (Mt 25.31-40). O novo testamento
também enfatiza a importância de um coração cheio de misericórdia e
compaixão por aqueles que têm necessidades físicas, materiais e espirituais.
Assim, o Espírito Santo nos capacita para esse serviço de assistências aos
santos através dos dons espirituais que ele mesmo derramou sobre nós.
Vale lembrar que, quando estivermos servindo e socorrendo aos irmãos (e em
especial aos pobres, necessitados e aflitos), estamos servindo ao próprio
Cristo.

“... Sempre que o fizeste a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o


fizestes.” (Mt 25.40)

“Se alguém me servir, siga-me, e onde eu estou, estará aquele que me serve;
se alguém me servir, o Pai o honrará.” (Jo 12.26)

SERVIR, UMA DAS CARACTERÍSTICAS DOS DISCÍPULOS DE JESUS

Diakoneo (grego) significa “servir". Servir é uma das características do


discípulo de Jesus. Essa identidade está em todo aquele que é nascido de
novo, pois é parte do próprio Cristo que habita em cada um de nós. O serviço
não pode ser atribuído a apenas um grupo específico de “servos”. Nenhum
discípulo deve se eximir do seu próprio serviço à igreja pelo fato de existir à
disposição um grupo de homens separados e habilitados (Diáconos). Cada um
de nós é livre para exercer essa maravilhosa graça.

A propósito, servir corresponde à responsabilidade de todos nós, de uns para


com os outros, de tomar conhecimento e suprimirmos em amor as
necessidades dos irmãos, e em especial os que são carentes e atingidos pelas
tribulações; esse é o dever sacro de cada um de nós. Todos nós fomos
chamados a servir uns aos outros. O individualismo, o viver apenas para o seu
próprio interesse, buscar apenas o que é seu não confere com o caráter do
discípulo de Jesus.

“Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também
para o que é dos outros.” (Fp 2.4)

Deus não dispensa nenhum de seus filhos do serviço na sua casa. Ele nos
concedeu a verdadeira vida, a vida de Jesus, que traz na sua essência essa
característica. Ele derramou dons que nos capacitam a suprir uns aos outros;
ele espera isso de cada um de nós.

“Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos
da família da fé.” (Gl 6.10)

Entretanto, se observa certo cuidado dos apóstolos em eleger homens com


responsabilidades gerais de gerir alguns serviços e demandas mais complexas,
que necessitam essencialmente de um ofício específico: o ofício diaconal. Daí,
então, surge a proposta de se eleger criteriosamente entre a irmandade
homens com a responsabilidade específica de “servir as mesas”. Mas não
podemos errar em definir que esse serviço à igreja foi institucionalizado ou
monopolizado por um determinado grupo de irmãos na igreja.

Vemos em Atos 6.1-3, inicialmente, a escolha estratégica por parte dos


apóstolos de sete homens para servir a igreja em suas inúmeras necessidades.
Daí a expressão “servir as mesas”. Portanto, são várias as “mesas” do serviço
que a igreja dispõe e necessita de ser suprida; não apenas aquela necessidade
que se verificou com as viúvas. Sabemos que existe as inúmeras mesas,
como: a “mesa” do pobres, necessitados, viúvas, hospedagem, socorrer
enfermos e tantas outras que o nosso tempo atual nos impõe.

Mais adiante nas igrejas que surgiram no mundo gentílico, os Apóstolos


denominam aqueles discípulos que viriam a exercer esse serviço específico de
Diáconos; e o serviço ou grupo desses homens, de diaconato (I Tm 3.13).
Organiza-se, então, com mais critério o serviço; identifica-se os discipulos
qualificados para esse serviço, como também organiza-se o corpo diaconal
com as suas demandas (Fp 1.1-2, I Tm 3.8). Esses homens ficaram
encarregados de velar e garantir que o serviço aos santos fosse atendido, sem
negligência do suprimento necessário aos pobres e necessitados, aos
ministérios e a todas as demais demandas.

JESUS – MODELO DE SERVO E FORMADOR DE SERVOS


Como é interessante observar, na vida de Jesus, a graça de servir! Servir era
parte de sua própria natureza e da escolha voluntária de sua humilhação e
condição entre os homens.
“... antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo...” (Fp 2.7)
“Eu entre vós sou como quem serve.” (Lc 22.27)
“O filho do homem não veio para ser servido, mas para servir.” (Mt 20.28)

Que exemplo de sensibilidade e amor desse homem! Ele amou a arte de servir
e também capacitou outros para servirem como ele serviu. Note-o servindo:

“... deitou água na bacia e passou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-
lhos com a toalha com que estava cingido. ” (Jo 13.5)

“tomando ele os cinco pães e os dois peixes erguendo os olhos aos céus, os
abençoou; e, partindo os pães deu-os aos discípulos para que os
distribuíssem.” (Mt 14.19)

“...transformou a água em vinho...”

“ ... viram ali algumas brasas e, em cima, peixes; e havia também pão. (...)
vinde, comei. (...) veio Jesus, tomou o pão, e lhes deu, e, de igual modo, o
peixe. Jo 21 4-13.

Ele lhes deu o peixe e o pão (os serviu), mas também lhes ensinou a pescar.

E tantos outros exemplos que vemos nas escrituras. Jesus é maravilhoso!

Note-o também capacitando os discípulos para servir:

“... então, disse aos seus discípulos: fazei-os assentar-se em grupos de


cinquenta...”

“... recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca. ”


“... ide à aldeia que aí está diante de vós e logo achareis presa uma jumenta
com ela um jumentinho. Desprendei-a e trazei-nos.”

“... vai ao mar, lança o anzol e o primeiro peixe que fisgar tira-o.”

“... preparai o cenáculo para a ceia”


“tirai a pedra (sepulcro).”

“lançai a rede a direita do barco...”

“pediu que servissem a água que ele transformou em vinho.”

Ele servia, mas também capacitava homens simples para servir, homens que
imitassem seu exemplo. Jesus, modelo de servo e formador de servos. Aleluia!

O prestígio bíblico, estava no servir. Mc 9.33-35

Vs.35 “E ele assentando-se, chamou os doze e lhes disse: Se alguém quer ser
o primeiro, será o último e servo de todos”

JESUS SERVINDO NA DIACONIA PLENA

Na verdade, Jesus exerceu a diaconia plena, pois servia ministrando o


evangelho em toda a sua plenitude, e também ministrava no serviço de suprir
as necessidades materiais e físicas dos discípulos e dos homens (Serviu a
palavra e serviu as mesas). Com isso, ele foi completo na sua missão de
serviço pleno aos homens; ainda que era o Senhor de todos. Não significava
que ele era um homem centralizador.

Quando alguém quer fazer tudo, pode parecer nobre, mas não é inteligente. O
Centralizador traz sobre si sobrecarga, serviços deficientes, obras inacabadas.
O centralizador não expande a obra, compromete a formação de novos servos.
Monopoliza, individualiza aquilo que deveria ser repartido, traz estanque à
obra, e ainda corre o risco da vaidade da obra.

O que lidera na diaconia, dever ser capaz de delegar. Não deve ser
centralizador. O centralizador, não forma, se sobrecarrega e não deixa o
legado de servos.

Diaconia – Essa palavra é utilizada no Novo Testamento de três maneiras:


Diakono = diácono; Diakonia = serviço; Diakoneo = servir.

O DIÁCONO
O termo Diácono vem do grego “diakono” e significa “servo”. Há pelo menos 29
citações da palavra diakono no novo testamento e ela é também usada de
diferentes formas, tanto sendo relacionada a diaconia no ministério, como
também a diaconia no servir as mesas.

Diáconos são mordomos do serviço de Deus, aos santos. Servos que


trabalham nos bastidores, servindo e suprindo as necessidades dos irmãos.
Servem às diversas “mesas” na igreja, ou seja, nas diversas áreas de
necessidades dos irmãos, e em especial aos irmãos pobres, e eventuais
necessitados, assim como aos ministérios.

Alguns desses serviços são anônimos. São demandas diversas que são
exercidas, às vezes, sem que ninguém as saiba, beneficiando a igreja como
um todo, de forma direta ou indireta. São assistidos: irmãos pobres, viúvas,
mães solteiras, esposas que o marido deixou o lar, estrangeiras, órfãos,
necessitados; pastores, líderes e demais irmãos, sendo necessitados ou não.
Diáconos são homens guardiões e responsáveis por prover com absoluto
cuidado e zelo a justiça e a equidade no serviço de assistência aos santos e no
suprimento dos ministros.

A ação da diaconia está voltada, principalmente, para os pobres e necessitados


da igreja. O serviço é realizado com alegria, singeleza de coração e
compromisso. Os que servem na diaconia devem guardar, no íntimo, grande
expectativa de recompensa em Deus. O Diácono deve ser modelo como servo
e vida abnegada aos irmãos. Deve ser modelo na generosidade, na
hospitalidade e no serviço aos santos. Sua casa e sua família devem ser
conjuntamente acolhedoras para com os que sofrem, e seu lar um lugar de
consolo, hospitalidade e abrigo.

O diácono deve ser zeloso pela responsabilidade que recebeu, pela autoridade
de que foi investido, sabendo que Deus o capacita para servir. Capacidade
inclusive para, na experiência do ofício, preparar outros servos e sucessores,
assim como fez Jesus. O diácono deve fugir de ser centralizador. Um diácono é
essencialmente um líder servidor, e formador de outros servos. Seu alvo, deve
ser, estimular e levar todos a servirem na igreja.

“A verdadeira liderança consiste em serviço e humildade e não no senhorio


sobre seus irmãos”

“A responsabilidade de liderança exige muito da vida pessoal; frequentemente


mais do que é esperado de outros”.
Decorre, indiscutivelmente, de uma resposta maior a Deus e aos que lhe
confiaram o bom serviço.

“A quem muito é dado, muito será cobrado”

DIACONATO, NÃO É MINISTÉRIO E SIM, OFICIO ESPECIFICO

Importante entendermos que o Diácono não exerce um ministério na igreja, e


sim um ofício. Pelo menos não identificamos isso nas escrituras. Para nos
convencermos disso, basta que olhemos para a lista que está em Ef 4.11. Essa
função (ofício, ou serviço diaconal) não é mencionada ali. Portanto, Diaconato
se constitui em um ofício específico de servir “as mesas”; e apóstolos, profetas,
evangelistas, pastores e mestres constituem os ministérios específicos.

Cooperam, sim, para com o ministério específico como oficiais leais e zelosos,
a fim de que não só a igreja seja suprida, como os pastores fiquem mais livres
para se consagrarem à oração e ao ministério da palavra. “...Não é razoável
que nós abandonemos a palavra de Deus para servir as mesas” (At 6.2b)
Estabelece-se, então, esse “ofício” para um serviço de atendimento aos irmãos
e aos ministérios específicos.

A DIACONIA (Diakonia = serviço)

A diaconia é o serviço propriamente dito. Como já dissemos anteriormente, é


de responsabilidade de todos, todavia notamos os apóstolos indicando um
grupo de homens com um ofício específico, o de “diáconos”. Esse serviço traz
essencialmente o caráter de humildade e serviço ao próximo. Reveste-se de
especial importância para a igreja de Cristo, e deve ser exercido integral e
plenamente, com amor e eficiência.

O amor compartilha a vida, a palavra, a comunhão e tem sua expressão mais


prática quando servimos uns aos outros; servindo com a nossa própria vida,
interesse, habilidades, socorro e suprimento. A manifestação do amor é um
testemunho para os de fora (At 2 42,43, 44-46; At 6.1, 2.6,7). A igreja cumpre
seu papel, cai na graça dos homens e Deus multiplica seu reino. Veja esse
resultado em At 6.7.

A diaconia envolve “pensar no outro”, dedicar-se, aproximar-se, conhecer e


servir. Visa, sobretudo, visitar irmãos em circunstâncias difíceis, orar, consolar
enfermos, manifestar os dons, socorrer pobres, viúvas e reais necessitados, e
direcionar ajuda específica a eles, caso necessário. É um trabalho honroso e
deve ser reconhecido pela igreja por causa da sua importância estratégica e
dignidade que representa.

O diaconato, por sua vez, refere-se ao grupo instituído e organizado de


diáconos que exerce o “servir às mesas” na igreja local. Ressalta-se que o
ofício diaconal é instituído pelos presbíteros (1Tm 3.8). As escrituras não
apresentam muitos detalhes sobre o desempenho prático desse ofício. São, no
entanto, taxativas quanto às qualificações exigidas para aqueles que são
eleitos e postos a exercê-lo. Essas qualificações específicas trazem
habilidades inerentes aos homens sábios e cheios do Espírito. O Espírito Santo
é, por assim dizer, criativo e laborioso, e também criterioso e de profunda
entrega. Alguém cheio do Espírito, de graça e de sabedoria dificilmente terá
dificuldades em conhecer as necessidades, considerá-las e oferecer-se ao
serviço de forma excelente. O diácono deve fugir do serviço medíocre a igreja.

O diaconato não é uma instituição ou mesmo um grupo de homens


especialistas, embora seja um ofício específico e qualificado, e de homens
capacitados e habilitados. A igreja, portanto, não está autorizada a transferir a
sua responsabilidade e oportunidade de servir para o diaconato.

Não é uma etapa para o sacerdócio, é um oficio permanente.

A igreja, é a casa de Deus, nela há os que realizam a diaconia no ministério e a


diaconia de “servir as mesas” – Podemos chamar da mordomia cristã.
Deus é o dono de tudo, nós, seus administradores. Não somos proprietários,
somos mordomos, representantes no seu reino. Não confundir esse trabalho
como gerentes de obra.

Há situações, em que o diaconato deverá ser acionado. Antes disso, todavia,


qualquer discípulo servo ou mesmo os líderes devem se antecipar, tomando
conhecimento do necessitado e se posicionando inicialmente em servir aos
seus irmãos. Quando qualquer um desses discípulos não puder pessoalmente
atender ao irmão necessitado, então devem buscar ajuda mais específica com
os pastores e ou diáconos. Todos podemos e devemos ser objetivos no
socorro, seja sendo os primeiros a ajudar, ou buscando orientação para o
necessitado; devemos fugir da burocracia e de transferir nossa
responsabilidade.

Os que discipulam, os líderes das igrejas nas casas, assim como os diáconos,
devem estar atentos para verificar as necessidades reais e legítimas dos
irmãos. Alguns estão sofrendo por entenderem que não devem ficar expondo a
todo tempo suas necessidades, e outros (discipuladores, líderes e diáconos)
podem falhar por não tomarem conhecimento e se anteciparem a investigar
criteriosamente e a suprir as necessidades legítimas dos discípulos.

Constitui parte da responsabilidade dos que cuidam de discípulos estarem


sensíveis e atentos também a essa área da vida do seu irmão; sobretudo se
alguns deles estiverem em condição de pobreza e necessidades crônicas (que
é a extrema pobreza). Muitos desses irmãos chegam à igreja, em alguns
casos, em condições muito precárias. O que se requer de nossa parte,
direcioná-los, capacitá-los, encaminhá-los ao bom e honesto trabalho e
suprirmos necessidades emergentes.

Devemos cuidar pela dignidade de nossos irmãos. Não estamos falando sobre
compactuar com o assistencialismo religioso e inconsequente; nem tampouco
tentando resolver todos os problemas de quem, convertido, vem do mundo com
complicações financeiras, prometendo-lhe uma vida melhor e próspera, sem
sacrifício, sem trabalho ou sem assumir as consequências e colheitas de uma
vida desregrada. O que não podemos compreender ou concordar é com o
descaso e a falta de cuidado imediato, até que restabeleça a ordem nessa área
da vida do discípulo.

A igreja é constituída de homens generosos, caridosos, misericordiosos e de


maravilhosa equidade e justiça. Se formos sábios, saberemos lidar com essa
situação sem, no entanto, descuidarmos com os critérios de ajuda aos
necessitados, sobretudo aos que são recém-chegados.

“Comunicai com os santos nas suas necessidades...” (Rm 12.13)

A VIDA DE JESUS EM NÓS, PARA SERVIRMOS COMO DIÁCONOS.

A graça é a capacidade que Deus dá a seus filhos para realizar sua vontade, é
resultado de uma contemplação do nosso modelo de servo, JESUS. Sua vida
deve ser para nós sempre o maior motivo e inspiração para tudo que nos
propusermos a fazer para Deus. Na verdade, toda boa obra advém de sua
própria existência em cada um de nós. Logo, nossa conduta de contemplá-lo e
ser conduzido por ele é indispensável no exercício do serviço, que apenas se
realiza por meio dessa maravilhosa graça, Cristo Jesus, o filho de Deus. Caso
contrário, nosso serviço resultará em um ativismo independente, ou
subserviente, desmotivado e sem propósito.

Para desenvolver o serviço diaconal é necessário ser conduzido pelo Espírito


Santo. Percebemos isso quando os apóstolos reconhecem a necessidade do
serviço junto à igreja e de homens distinguidos entre a irmandade (At 6.3).
Naquela situação específica, vejam a condição de homens a serem escolhidos:
“... boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria...”. Em seguida ocorre a
imposição de mãos dos presbíteros.

É preciso, portanto, ter cuidado em não separar apenas homens “habilidosos”,


“capazes” e “inteligentes”, que obtiveram sucesso em seus empreendimentos e
formação secular. Para exercer a diaconia, é necessária vida reta, cheia do
Espírito Santo, sabedoria e graça de Deus. Homens simples e até mesmo sem
aparente capacidade, tementes a Deus são bem-vindos e podem perfeitamente
ser convidados e comissionados para este serviço honroso e de extrema
importância para a igreja de Jesus.

CARACTERÍSTICAS PARA O CANDIDATO A DIÁCONO

(Atos 6.3; I Tm 3. 8-10, 12)

Boa reputação (respeitável bom testemunho e acato por todos);


Cheio do Espírito Santo (graça e unção);
Cheio de sabedoria (capaz para o serviço, maduro para discernir);
Respeitáveis;
De uma só palavra (fiel, cumpridor, e de uma mesma posição para com todos);
Não inclinado a muito vinho (seja sóbrio, tenha domínio próprio);
Não cobiçoso de torpe ganância (não ambicioso);
Conservando o mistério da fé, com a consciência pura (I Tm 3.9). cf também,
Cl 1.26,27; Cl 2.2,3; Cl 4.3; Ef 1.9; 3.3-9; 5.32; 6.19; Rm 16.25; ICo 2.7-10);
Marido de uma só mulher;
Sua esposa seja respeitável, não maldizente, temperantes e fiéis em tudo (ITm
3.13). É equivocado, na escolha de um diácono, não observar o caráter de sua
esposa.
Governe bem seus filhos e sua própria casa.

OUTROS CRITÉRIOS A CONSIDERAR NA ESCOLHA DE DIÁCONOS

De preferência, (mas não exclusivamente) que sejam líderes respeitados, pois


exercerão autoridade sobre os demais.
Aqueles que já realizam serviços em favor da igreja. Homens de reconhecido
labor em favor da igreja.
Que não sejam neófitos. (Apesar dessa prerrogativa aparecer, apenas, quando
o Apóstolo Paulo em ITm 3.1-7 cita as características para a escolha do bispo.
Porém, deve-se considerar como procedente o cuidado em não escolher
novinhos na experiência de conversão). Até porque novos convertidos, não
experimentaram das exigências contidas em At 6.3 e ITm 3.8-1,12.
Sempre que se eleva a importância de um serviço, se faz necessário elevar o
critério de escolha dos responsáveis.

DONS DO ESPIRITO SANTO NA VIDA DO DIÁCONO

Jesus quando subiu aos céus concedeu dons aos homens, alguns dos quais
relativos ao serviço. Os diáconos devem também buscar os dons do Espírito
Santo que melhor lhe auxilie no serviço, a exemplo dos dons de:
Socorros;
Misericórdia;
Administrar/presidir (ICo 12.27-30; ICo 12.4-11; IICo 9.1,12,13; Rm 12.4-8).

“Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons
despenseiros da multiforme graça de Deus” (IPe 4.10)

“... Se alguém me serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas
as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo” (IPe 4.11)

“Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há


diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo” (ICo 12.4)

ETAPAS PARA EXERCER O DIACONATO (ITm 3.10)

Para que haja efetiva consolidação do serviço, são necessários, pelo menos,
três passos a serem seguidos.

Observância das características exigidas (Atos 6.3; I Tm 3.8-10,12).


Experimentar o discípulo – É provar um Diácono em potencial - Significa
atestar se o discípulo permanecerá nas qualificações e no desenvolvimento fiel
do serviço confiado. O seu desenvolvimento terá ajuda dos pastores e/ou
diáconos experientes. E, se for irrepreensível, poderá exercer o diaconato.
Esse período de experimentação deve ser assistido, com definição de tempo,
atribuições claras e supervisão. (Não “esquecer” o discípulo na experiência.)
: Os irmãos indicados e escolhidos para o serviço diaconal não devem ser
“esquecidos” no período de experimentação. Se há impedimentos reais que
comprometem a ordenação, devem esses ser notificados e/ou estabelecer
ações de correção, e até substituição por outros indicados. Exercer o serviço
diaconal com deficiências e/ou impedimentos, sem a devida ação de ajuste,
sem a imposição de mãos, pode-se apresentar à igreja uma conduta
equivocada doe oficio.
Imposição de mãos – depois de ser observado no serviço e aprovado, o
discípulo deve ser apresentado à igreja e receber imposição de mãos dos
presbíteros.

ATITUDE QUE O DIÁCONO DEVE DESENVOLVER NO SERVIÇO

Na dependência do Espírito Santo, através de oração, separando tempo de


qualidade diante de Deus para buscar graça, direção e renovo;
Com fé, sem desanimar diante das situações difíceis;
Comunicando sempre fé e confiança aos desfalecidos;
Com zelo, alegria e compromisso; é a Jesus que estamos servindo;
Não comprometer outros princípios, como o descanso pessoal e atenção à sua
família;
Na pluralidade, juntamente com seu companheiro de serviço;
Formando equipes de apoio eficientes;
Em sujeição ao presbitério.

MOTIVAÇÃO NO DESEMPENHO DO SERVIÇO

Seguir o exemplo de Jesus: servir;


Suprir as necessidades dos irmãos: servo de todos;
Corresponder à responsabilidade que Deus lhe conferiu através do presbitério;
No anonimato, (não para ser visto, mas vivendo como mordomo de Deus);
Não usar de favoritismo ou preferências pessoais;
Com esperança da recompensa em Deus. “Se alguém me serve, siga-me, e,
onde eu estou ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, o Pai o
honrará” (Jo 12. 26);
Para a glória de Deus! (Mt 5.16; Jo 12.28).

FRUTOS QUE ALCANÇAM OS QUE DESEMPENHAREM BEM O


DIACONATO

Alcançam para si mesma justa preeminência (uma posição honrosa na igreja);


Muita intrepidez na fé, em Cristo Jesus. (Uma fé bem plantada e solidificada
que se apresenta sem temor, estimulante e desafiante.)
“Pois os que desempenharem bem o diaconato alcançam para si mesmos justa
preeminência e muita intrepidez na fé em Cristo Jesus”. 1Tm 3.13
CONTEXTUALIZANDO O SERVIÇO DIACONAL COM UM TEMPO ATUAL

Deve-se observar que os tempos mudaram, sendo necessário estruturar o


serviço diaconal, contextualizando-o com a diversidade e a complexidade das
demandas que esse sistema nos impõe. Os diáconos devem buscar graça e
sabedoria para se organizarem e atenderem a solicitação de serviço que se
impõe nesse tempo atual.

Em Atos dos apóstolos, nota-se que existia apenas uma queixa, referente às
viúvas que estavam sendo esquecidas na distribuição diária, ainda que isso
não signifique que não havia outros problemas. Deus concede graça para que
seus filhos desempenhem qualquer serviço, em qualquer época e em qualquer
circunstância, em favor de seu povo. Ele é zeloso nas instruções, detalhista e
cuidadoso.

DIÁCONOS DE DEDICAÇÃO, NO SERVIÇO INTEGRAL OU PARCIAL?

Sabemos da grande importância do diaconato na igreja. A importância de


homens que uma vez identificados, experimentados para o serviço de
assistência aos santos, se dediquem com inteireza de coração e disposição
plena. As demandas de serviços na igreja estão cada vez mais crescentes. O
que se exige cada vez mais a necessária dedicação em caráter pleno nesse
serviço; homens que se dediquem, se possível, em tempo integral para o
serviço na igreja.

E como faremos com os discípulos que primeiro terão que ser


experimentados? Muitos deles são “graciosos e qualificados”, já servem à
igreja em alguma medida, alguns dos quais são líderes, não estão ociosos; no
entanto esses homens na sua grande maioria estão no mercado de trabalho e
alguns outros bem estabelecidos. Separá-los para uma experiência no serviço
diaconal, para um tempo integral, demandaria removê-los de forma parcial ou
total de seus empregos, e isso não seria uma tarefa conciliatória e fácil.
Imaginemos se o mesmo não lograr êxito, tanto quanto vem tendo em seu
trabalho secular e não vier a ser aprovado? Portanto, há necessidade de muita
cautela.

Quanto a experimentar alguém que não terá que necessariamente ficar em


“tempo integral”, torna-se mais fácil. Porém essa pessoa não terá condições de
se dedicar plenamente. Pode-se estruturar o diaconato inicialmente com gente
que não dedique tempo integral, porém o ideal é trabalhar com pessoas
exclusivas nesse serviço, e outros fiéis como auxiliares. Os investimentos,
nesse caso, são inevitáveis, porém os resultados são grandes. Entendemos
que nem sempre é tão fácil separar ou mesmo formar um diácono, e ainda o
colocando na condição de tempo integral. É preciso oração, atenção e
interesse pastoral. Esse trabalho não requer apenas separar ou impor as mãos;
requer debruçar-se sobre o assunto, a fim de encontrar alternativas eficazes
para a implementação desse serviço tão importante para a igreja.

O PAPEL DOS QUE PRESIDEM EM RELAÇÃO AO DIACONATO

Os presbíteros são os que promovem o estabelecimento do serviço diaconal na


igreja, seja instituindo o ofício, seja indicando, apresentando, colocando sob
experiência, capacitando e posteriormente ordenando os diáconos.

A delegação dessa responsabilidade deve incluir o conferir autoridade para


esses oficiais presidirem o servir às mesas na igreja com liberdade e
desenvoltura, observando, evidentemente, limites de atuação deles, mas
cuidando também para não os aleijar na subserviência. Devem ser
comissionados com dignidade própria, em favor da igreja, entregues ao serviço
de amor a seus irmãos. A imposição de mãos dos pastores (Atos 6.6) se dá a
fim de conferir autoridade para o discípulo exercer o ofício. É um sinal para a
igreja. A igreja visualiza e recebe o ofício diaconal sobre suas vidas, e são
beneficiadas pelo amor e cuidado de Deus através desses homens.

AUTORIDADE PARA SERVIR - O diácono recebe e exerce um “tipo de


autoridade” para gerir o serviço de assistência aos santos e às inúmeras
demandas de socorro e assessorias à igreja. É um grupo distinto, de homens
que precisam ser facilmente identificados e reconhecidos na igreja, assim como
os ministérios o são. Os apóstolos, pastores e líderes devem velar pelo bom
acato, respeito e honra da igreja por estes homens e pelo oficio. “Qualquer
lugar, onde há delegação de autoridade divina, Deus coloca honra ali”. Não
podemos permitir que se trate com leviandade o que Deus considera
importante. (1Tm 3.14-15)

Deve-se também, ter um cuidado especial para com esses homens, pois eles
necessitam de apoio dos que presidem e devem ser beneficiados com a graça
e sabedoria dos ministérios na igreja e o interesse destes por sua vida pessoal
e sua família. São homens de frente, homens que estão expostos a riscos e
que necessitam de ânimo, encorajamento, advertência, direção e supervisão.
Todo serviço que se delega, precisa ser também supervisionado.

Nota: Os irmãos indicados e escolhidos para o serviço diaconal não devem ser
“esquecidos” no período de experimentação. Se há impedimentos reais que
comprometem a ordenação, devem esses serem notificados e/ou estabelecer
ações de correção, e até substituição por outros indicados. Exercer o serviço
diaconal com deficiências e/ou impedimentos, sem a devida ação de ajuste,
sem a imposição de mãos, pode-se apresentar à igreja um modelo equivocado
de oficio.

AS DISTORÇÕES DO OFICIO DIACONAL

Ao longo de sua história, a igreja sofreu distorções e abandono de princípios


nas diversas áreas da vida normal da igreja. Com o serviço diaconal não foi
diferente. O princípio do serviço diaconal, assim sua prática recorrente,
também foi distorcido e reduzido em prática de pouca importância ou praticado
de forma equivocada. Isso devido à falta de visão ou mesmo à visão
equivocada do ofício e de seu desempenho no seio da igreja.

A ausência de visão e a falta de atenção quanto à diaconia na igreja


potencializou e evidenciou desvios e negligências flagrantes, e trouxe sérias
consequências para o corpo de Cristo nas localidades. A qualidade do serviço
aos ministros, o descuido com os pobres, o travamento da expansão da igreja,
comprometeram o princípio e o serviço. O descaso com a assistência
adequada aos ministros e a falta de socorro aos necessitados, em alguns
casos, além de deficiente é gritante nos desvios e descuidos.

AS ESPECTATIVAS

Certamente que com o bom desempenho desse serviço, a igreja será mais
bem atendida (sobretudo os pobres e necessitados), suprida e organizada,
além de ter seus pastores e outros ministérios mais livres para o
desenvolvimento pleno de seu serviço na oração, na palavra e na expansão da
obra de Deus.

Vejamos a orientação final de Paulo para Timóteo em sua epístola pastoral, em


1Tm 3.14.

“Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te em breve; para que, se eu tardar,


fique ciente de como se deve proceder na casa de Deus...”.

O contexto desse texto inclui também a organização do serviço diaconal, a


ordem e o procedimento na casa de Deus. É importante dar atenção especial
ao tema, investigando as escrituras e enxergando ali o modelo e a importância
do serviço diaconal, com entendimento e temor, assim como fizeram os
apóstolos da igreja primeira (At. 6.1), a fim de promover também a glória de
Cristo nessa área da vida da igreja.
“E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se
não desanimarmos”. (Gl 6.9)

César Damasceno
diaconato.salvador@gmail.com
#Diaconato #serviço

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