Você está na página 1de 39

Paróquia Nossa Senhora do Desterro

Diocese de Janaúba
Formação para Ministro Extraordinários da Sagrada Comunhão

Os ministérios na Igreja – síntese histórica


1. O que são ministérios?

A palavra ministério (do latim, ministerium) significa "oficio próprio dos servos", "função
servil", "serviço". Uma espécie de prestação de serviço a indivíduos e grupos, por parte de alguém
que o faz de modo espontâneo e organizado. Também a Igreja é, toda ela, ministerial. Os
ministérios eclesiais não constituem, no entanto, um serviço estritamente pessoal, mas têm uma
característica comunitária: a cada um Deus confere dons para que possa colocá-los a serviço da
comunidade (Rm 12,4-5). E, embora sejam diversos, os ministérios eclesiais são obras do mesmo
Espírito (1Cor 12,11), em vista da unidade do Corpo de Cristo (Ef 4,4-6).
A Igreja instituiu, já em tempos antiquíssimos, alguns ministérios com o fim de render a
Deus o devido culto e de prestar serviço ao povo de Deus, segundo as suas necessi- dades; com
esses ministérios eram confiados aos fiéis as funções da liturgia sagrada e do exercício da
caridade, que eles deviam exercer em conformidade com as diversas circunstâncias (MQ,
Introdução).

2. Como surgiram os ministérios na vida da Igreja?

Todo o ministério eclesial tem o seu fundamento e o seu sentido no ministério de Cristo,
Verbo de Deus feito carne (Jo 1,14), Cabeça do Corpo que é a Igreja (Ef 4,15), que assumiu a
condição de servo (Fl 2,6-7) e lavou os pés dos discipulos (Jo 13,3). Ele que veio não para ser
servido, mas para servir e dar a sua vida (Mt 20,28), ensinou e testemunhou que aquele que
deseja ser o maior seja o servo de todos (Mc 10,42-44) e enviou os seus discípulos para anunciar
a Boa Nova da salvação (Mc 16,15), como sinal permanente do seu amor para com os homens.
O que temos dito da Cabeça Mística ficaria incompleto se não tocássemos, ao menos
brevemente, aquela outra sentença do Apóstolo: Cristo é a Cabeça da Igreja, Ele é o Salvador do
seu Corpo (Ef 5,23-28). Nessas últimas palavras, temos a razão pela qual a Igreja é dita 'Corpo
de Cristo: Cristo é o salvador Divino deste Corpo" (Myst. Corporis, 59).
Cristo, enviado do Pai (Jo 20,21), realizou sua missão profética com autoridade (Mt 7,29) e
confiou aos Doze a continuidade desta missão (Mt 24,14). Os apóstolos se tornaram, pois,
ministros da Palavra (Lc 1,2) e, conduzidos pelo Espirito Santo (Jo 16,13), não cessaram de
testemunhar a presença do Reino de Deus (At 2,36).
"O próprio Cristo, Evangelho de Deus', foi o primeiro e o maior dos evangelizadores" (EN
7). "Como evangelizador, Cristo anuncia, em primeiro lugar, um reino, o Reino de Deus, de tal
maneira importante que, em comparação com ele, tudo o mais passa a ser 'resto', que é dado por
acréscimo" (EN 8).
Como núcleo e centro de sua Boa Nova, Cristo anuncia a salvação, esse grande dom de
Deus que é a libertação de tudo aquilo que oprime o homem e que é libertação, sobretudo, do
pecado. Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote (Hb 7,26), o único mediador entre Deus e os homens
(1Tm 2,5), exercendo o sacerdócio único e pessoal, ao mesmo tempo Sacerdote e Vitima (Hb
7,27), selou a Nova e Eterna Aliança em seu sangue (Hb9; Lc 22,19, Mt 26,28). Cristo constituiu
um reino de sacerdotes (Ap 1,6) para que atualizassem a sua obra redentora.
Cristo, Redentor do mundo, é aquele que penetrou de maneira singular, e que não se pode
repetir, no mistério do homem e entrou no seu coração... Nele, a natureza humana foi assumida,
sem ter sido destruída; por isso mesmo, também em seu beneficio, foi elevada a uma dignidade
sublime (Redemptor Hominis, 8).
Cristo deixou à sua Igreja a continuidade dessa triplice missão. Esse ministério, para o qual
toda a Igreja é chamada, não constitui um privilégio (P 1212), mas, acima de tudo, é um serviço à
humanidade. A Igreja deve compartilhar das alegrias e esperanças, das tristezas e angústias dos
homens (GS 1). Perita em humanidade, sacramento de comunhão de todos os homens de boa
vontade (P 1302), a Igreja se mostra incansável na busca das ovelhas dispersas (Jo 10,15), de
modo particular os mais pobres e necessitados (P 1134), buscando reunir todos os homens em
torno de Cristo, o Bom Pastor (Jo 10,11).
"Nós queremos confirmar, uma vez mais ainda, que a tarefa de evangelizar todos os
homens constitui a missão essencial da Igreja" (EN 14). "A Igreja converte-se cada dia à Palavra
da verdade. Segue, pelos caminhos da história, a Cristo encarnado, morto e ressuscitado e faz-
se seguidora do Evangelho para transmiti-lo aos homens com plena fidelidade" (P 349).
"A Igreja, contudo, seguindo o seu fim próprio salutar, não somente comunica ao homem a
vida divina, mas também irradia a sua luz de certo modo refletida sobre o mundo inteiro,
principalmente porque eleva e restabelece a digni- dade da pessoa humana, fortalece a coesão
da sociedade humana e reveste de sentido mais profundo e de significa- ção a atividade cotidiana
dos homens" (GS 40).
Os Apóstolos imediatamente se deram conta de que não podiam levar em frente uma
missão tão ampla e escolhe ram, dentre a comunidade, homens de reputação e cheios do Espírito
Santo (At 6,3), a fim de, juntos, anunciarem a proximidade do Reino de Deus e convocarem o povo
para a conversão (Mc 1,15).
"Esta missão divina confiada por Cristo aos Apóstolos deverá durar até o fim dos séculos,
já que o Evangelho que eles devem transmitir é para a Igreja, em todos os tempos, a fonte de toda
vida. Por esta razão, os Apóstolos cuidaram de instituir sucessores nesta sociedade
hierarquicamente ordenada" (LG 20; cf tb. P 681).
Nessa missão, toda a Igreja era ativa e participante. Marcava presença nas principais
decisões (At 1,15; 2,1), propunha e escolhia candidatos para os ministérios (At 6,3- 5), enviava e
recebia missionários (At 11,22; 14,26ss; 15, 35- 40), chamava os Apóstolos à responsabilidade
(At 11,1ss) e tinha voz assídua ao ensinamento dos Apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do
pão e às orações (At 2,42), a ponto de serem um só coração e uma só alma (At 4,32).
A unidade fundamental da Igreja não impedia a diversidade de ministérios e funções.
Procurando conservar a unidade de Espírito (Ef4,3), a Igreja respeitava a diversidade de carismas
(1Cor 12,4-5), segundo a graça dada a cada um (Rm 12,6). Alguns carismas manifestavam um
cunho mais oficial, ligados à coordenação e à orientação das comunidades; mais tarde, foram
chamados de "ministérios hierárquicos" ou "ministérios ordenados". Outros, ao contrário, estavam
mais relacionados às necessidades práticas das comunidades; eram os "ministérios não-
ordenados", também chamados "ordens menores".
"Para exercerem tal apostolado, o Espírito Santo opera a santificação do povo de Deus
através do ministério que edos sacramentos confere ainda dons peculiares aos fiéis (1Cor 12,11),
de maneira que cada qual, segundo a graça que recebeu, também a ponha a serviço de outrem e
sejam eles próprios, como bons dispensadores da graça multiforme de Deus (1Pd 4,10), para a
edificação de todo o corpo na caridade (Ef 4,16). Da aceitação destes carismas, mesmo dos mais
simples, nascem em favor de cada um dos fiéis o direito e o dever de exercê-los para o bem dos
homens e a edificação da Igreja, dentro da Igreja e do mundo, na liberdade do Espírito Santo, que
opera onde quer (Jo 3,8) e, ao mesmo tempo, na comunhão com os irmãos em Cristo, sobretudo
com os seus pastores, a quem cabe julgar sobre a autenticidade e o uso dos carismas dentro da
ordem, não, por certo, para extinguirem o Espírito, mas para provarem tudo e reterem o que é
bom"…
Assim como o Bom Pastor, vão à frente das ovelhas; dão a vida por elas, para que tenham
vida e a tenham em abundancia; conhecem nas e são por elas conhecidos" (P 681). O Espírito
Santo santifica e conduz o povo de Deus, repartindo seus dons, conforme lhe apraz (1Cor 12,11).
O Concilio Vaticano II explicita que as graças do Espírito Santo, mesmo as graças especiais, são
distribuídas entre os fiéis de qualquer condição (leigos, religiosos, ministros ordenados),
acrescentando: Por elas torna-os aptos e prontos a tomarem sobre si os vários trabalhos e oficios,
que contribuem para a renovação e maior incremento da Igreja, segundo estas palavras:
A cada um é dada a manifestação do Espírito, para utilidade comum (1Cor 12,7). Estes
carismas, quer eminentes, quer mais simples e amplamente difundidos, devem ser recebidos com
gratidão e consolação, pois que são perfeitamente acomodados e úteis às necessidades da Igreja"
(LG 12b/33. Cf. Vida e Ministério do Presbítero, Doc. CNBB, 157).

3. A restauração no Vaticano II

O Concilio Vaticano II, considerando as novas circunstâncias da Igreja no mundo moderno,


resolveu restaurar os ministérios. Foi redescoberta a sua teologia, particularmente a noção de
"serviço". O centralismo religioso continuou cedendo lugar à diversificação. A teologia do leigo vai
se esclarecendo e afirmando sempre mais. A função da mulher, na Igreja, começa a se definir
mais positivamente.
Existe hoje um clima favorável ao surgimento de novos ministérios, à medida que os
ministros ordenados vão ocupando os seus respectivos lugares, abrindo espaço para a
participação ativa e frutuosa dos leigos. Durante a preparação do Concilio Vaticano II, não poucos
pastores da Igreja pediram que as ordens menores eo subdiaconato fossem objeto de uma
revisão. O Concilio, embora nada tivesse estabelecido para a Igreja latina nessa matéria,
enunciou, entretanto, alguns principios orientadores, com os quais se abriu o caminho para
esclarecer a questão, e não há dúvida que as normas conciliares sobre a renovação geral e
ordenada da Liturgia compreendem também aquilo que se refere aos ministérios na assembléia
litúrgica deste modo, através do próprio ordenamento da celebração, a Igreja aparece estruturada
nas mais diversas ordens eministérios.
Por isso, o mesmo Concilio Vaticano Il prescreveu que 'nas celebrações litúrgicas se limite
cada um, ministro ou simples fiel, a fazer tudo e só o que é da competência, segundo a natureza
do rito e as leis litúrgicas". Com esta afirmação está intimamente relacionado aquilo que, um pouco
antes, está exarado na mesma Constituição conciliar: É desejo ardente da Santa Igreja que os
fiéis cheguem àquela plena, consciente e ativa participação na celebração litúrgica que a própria
natureza da liturgia exige, e que é, por força do Batismo, um direito e um dever do povo cristão,
raça escolhida, sacerdócio régio, nação santa epovo adquirido (1Pd 2,9).
Na reforma e incremento da sagrada liturgia, deve dar-se maior atenção a esta plena e
ativa participação dos fiéis, porque ela é a primeira e necessária fonte onde eles podem ir beber
o espírito genuinamente cristão. Esta é a razão que deve levar os pastores de almas a procurarem-
na como máximo empenho, através da devida educação" (MQ, Introdução; cf. tb. P 664-669).
Dentro deste espírito, reaparece o diaconato perma- nente e as ordens menores são
reestruturadas, dando lugar aos ministérios instituídos (leitorado e acolitato) e os ministérios
designados (ministérios e serviços).
Entre as funções peculiares a mantere a adaptar às exigências do nosso tempo, encontram-
se aquelas que estão particularmente relacionadas com o ministério da Palavra e do Altar, de um
modo mais intimo, e que são denominadas, na Igreja latina, Leitorato, Acolitato e Subdiaconato.
Convém que estas funções sejam mantidas e adaptadas de tal maneira que, a partir de agora,
passem a ser consideradas como dois oficios apenas: ou seja, o de leitor e o de acólito, os quais
passam a englobar as funções até aqui desempenhadas pelo subdiaconato" (MQ, Introdução).
Os dois ministérios instituídos são destinados a toda a Igreja, nada impedindo que a própria
Santa Sé, ou as Conferências Episcopais, instituam outros, de acordo com as necessidades
universais ou locais.
"Além desses ofícios comuns na Igreja latina, nada impede que as Conferências Episcopais
solicitem outros ainda à Sé Apostólica, quando julgarem necessária ou muito útil a instituição dos
mesmos na própria região, por motivos peculiares. Estão neste caso, por exemplo, as funções de
ostiário, de exorcista e de catequista, bem como outros encargos que devem ser confiados
àqueles que se dedicam a obras de caridade, onde este ministério não tenha sido confiado a
diáconos" (MQ, Introdução).
Além de serem mais estáveis, os ministérios instituídos se distinguem dos ministérios
designados porque são conferidos de modo oficial, com um rito próprio prescrito pela Sagrada
Congregação para o Culto Divino. Os ministérios designados constituem funções mais
temporárias, até mesmo ocasionais, abrangem uma gama mais ampla de atividades e são
confiados através de um "mandato", por um tempo determinado.
"É mais conforme com a realidade das coisas e com a mentalidade hodierna que estes
ministérios já não se chamem, doravante, ordens menores; igualmente, que o ato de os conferir
não se designe de 'ordenação', mas por 'instituição'; e ainda que propriamente passem a ser
clérigos, e como tais considerados, apenas aqueles que já receberam o diaconato.
Deste modo, aparecerá com maior nitidez distinção entre clérigos e leigos, e entre aquilo
que é próprio e reservado aos clérigos, e aquilo que pode ser confiado aos leigos; além disso,
ficará mais evidenciada também a relação mútua entre as duas categorias na medida em que 'o
sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial ou hierárquico, se bem que sejam diferentes
essencialmente e não apenas em grau, Estão ordenados um para o outro; ambos participam, na
verdade, cada um a seu modo, do sacerdócio único de Cristo" (MQ, Introdução).
A Carta Apostólica Ministeria Quaedam, de Paulo VI (15/08/1972), que prevê esta
reformulação, propõe uma série de mudanças e de determinações específicas em treze pontos,
como se pode perceber na síntese que segue. Vários desses pontos foram reafirmados por
documentos posteores:

01. A primeira tonsura desapareceu; a admissão ao Estado Clerical está vinculada ao diaconato.
02. As antigas ordens menores passam a chamar-se de ministérios (II).
03. Os ministérios podem ser conferidos também a leigos (III).
04. Permanecem, para toda a Igreja latina, os ministérios de Leitor e de Acólito (IV).
05. As funções do Leitor estão relacionadas à leitura da Palavra, à evangelização e à catequese;
o Leitor deve aplicar-se à meditação e à vivência da Palavra que anuncia (V).

As funções do Acólito dizem respeito ao ministério extraordinário da eucaristia e ao


incremento de toda a vida sacramental, em geral; o Acólito deve participar ativa e frutuosamente
do ministério eucarístico, a fim de poder corresponder às exigências e ao testemunho requeridos
pelo ministério (VD).
*Os ministérios não devem clericalizar aqueles que as recebem. A tendência à dericalização dos
leigos, freqüentemente menospreza sua índole secular,todos os ministérios se orientam para a
vida e a crescimento da comunidade eclesial, sem perder de vista a serviço que esta deve prestar
mundo, eles são variados e diversos, de acordo com carismas dos chamados e das necessidades
da comunidade.
Esta diversidade, porém deve coordenar-se de acordo comsua relação com o ministério
hierárquico os dons e ministérios relacionados ao anúncio missionário e…: "pessoa" é mais
contudente que as palavras que a pessoa profere. Se, de uma parte, ninguém é perfeito, de outra
parte é preciso não descuidar na escolha dos ministros;
*o ministro deve ser alguém que reúna as principais qualidades de um líder: diálogo,
compreensão, capacidade de síntese, equilíbrio, capacidade de acolhida, criatividade, abertura,
grandeza de alma, capacidade de decisão.

4. A diferenciação do ministério ordenado e do ministério não-ordenado (ministros


extraordinários da Sagrada Comunhão

Os ministérios existentes na Igreja são todos uma participação no mesmo ministério de


Jesus Cristo (1Cor 12.28, Ef 4,7.11-13). Na Igreja encontramos, em primeiro lugar, os
"ministérios ordenados", isto é, aqueles que derivam do sacramento da Ordem. Exprimem e
realizam uma participação no sacerdócio de Jesus Cristo que se diferencia, não só em grau, mas
também em essência, da participação dada no batismo e na confirmação a todos os fiéis. O
sacerdócio ministerial está, contudo, essencialmente orientado para a plena realização do
sacerdócio comum dos fiéis.
A fundamentação do ministério ordenado (Bispos, Padres e diáconos) está em que
"O Senhor Jesus, com efeito, escolheu e instituiu os apóstolos, semente do povo da nova Aliança
e origem da sagrada Hierarquia, com o mandato de fazer discípulos todas as gentes (Mt 28,19),
de formar e guiar o povo sacerdotal. A missão dos apóstolos, que o Senhor Jesus continua a
conferir aos pastores (bispos, presbiteros e diáconos) do seu povo, é um verdadeiro serviço, a que
a Sagrada Escritura significativamente denomina 'diaconia', isto é, serviço, ministério.
Os ministros recebem de Cristo Ressuscitado o carisma do Espírito Santo, na ininterrupta
sucessão apostólica, através do sacramento da Ordem; dele recebem a autoridade e o poder
sagrado para servirem a Igreja, agindo in persona Christi Capitis (na pessoa de Cristo Cabeça) e
reuni-la no Espírito Santo por meio do Evangelho e dos sacramentos" (CL 22).
"Por isso, a fim de assegurar e aumentar a comunhão na Igreja, em especial no âmbito dos
diversos e complementares ministérios, os pastores devem reconhecer que o seu ministério é
radicalmente ordenado para o serviço de todo opovo de Deus (Hb5,1); os fiéis leigos, por sua
parte, devem reconhecer que o sacerdócio ministerial é absolutamente necessário para a sua vida
e para a sua participação na missão da Igreja" (CL 22).
Os ministro não ordenados (ministro da comunhão, ministro da palavra): A exortação
apostólica sobre a vocação e a missão dos leigos na Igreja e no mundo (Christifideles Laici - João
Paulo II-30/12/88) afirma que a missão da Igreja no mundo se realiza não só pelos ministros
ordenados, mas também pelos fiéis leigos, através de ofícios, funções e ministérios não-
ordenados que têm o seu fundamento sacramental no batismo, na confirmação, bem como, para
muitos deles, no matrimônio. Quando a necessidade ou a utilidade da Igreja o pedir, podem ser
confiados aos fiéis leigos certos oficios e certas funções que, embora ligados ao ministério dos
pastores, não exigem, no entanto, o caráter da Ordem.
"Onde as necessidades da Igreja o aconselharem, por falta de ministros, os leigos, mesmo
que não sejam leitores ou acólitos, podem suprir alguns ofícios, como os de exercer o ministério
da palavra, presidir às orações litúrgicas, conferir o batismo e distribuir a Sagrada Comunhão,
segundo as prescrições do direito. Todavia, o exercício de semelhante tarefa não transforma o fiel
leigo em pastor" (CL 23).
A exortação apostólica, acima citada, chama atenção, ainda, para o uso indiscriminado do
termo "ministério" e para a confusão que, por vezes, se estabelece entre o sacerdócio comum dos
fiéis e o sacerdócio ministerial. O termo "ministério" deve ser reservado para aqueles serviços ou
funções eclesiais mais importantes, exercidos de modo mais estável, reconhecidos oficialmente
como tais, através de uma ordenação (ministérios ordenados), ou de uma instituição designação
(ministérios instituídos ou designados).
Os demais serviços e outras funções eclesiais não devem ser chamados de "ministérios",
porque não têm caráter permanente, nem necessitam de uma ordenação ou designação para
testemunharem a fé no mundo. Assim, todo ministério eclesial é um serviço prestado à
comunidade, mas nem todo serviço exercido na comunidade constitui, necessariamente, um
ministério. Já a palavra "carisma" significa uma vocação do Espírito Santo, uma graça, um dom
particular conferido a cada um, em vista da utilidade comum.
Os ministérios não-ordenados têm uma identidade própria dentro da ministerialidade global
da Igreja. Isso significa que não devem ser vistos como "funções de suplência", em "situações de
emergência", por "falta de ministros ordenados", conforme acentua a exortação apostólica (CL
23), mas como funções que mantêm seu sentido próprio em comunhão com os ministérios
ordenados, no contexto ministerial da Igreja. De fato, se o fundamento sacramental dessas
funções se encontra no batismo, na confirmação e, se for o caso, no matrimônio.

Os ministérios não-ordenados também não se confundem com o "sacerdócio comum dos fiéis",
mas, em sua diversidade, se fundamentam nos carismas do Espírito enos sacramentos de
iniciação cristã.

5. A espiritualidade e o amor a eucaristia

A espiritualidade para um ministro extraordinário da Sagrada Comunhão desempenha um


papel crucial, uma vez que essa função está intrinsecamente ligada ao mistério da Eucaristia e à
sua participação na vida da comunidade de fé. Primeiro o profundo Respeito pela Eucaristia,
Reconheça a presença real de Cristo na Eucaristia e cultive um profundo respeito e reverência ao
tocar as hóstias consagradas. Compreender que está lidando com o Corpo de Cristo é
fundamental para sua espiritualidade como ministro.
Vida de Oração: Mantenha uma vida de oração consistente. Dedique tempo diário à
oração, meditação e reflexão sobre o mistério da Eucaristia. Isso ajuda a fortalecer a conexão
espiritual com Deus e a se preparar para servir os fiéis. Participação na Santa Missa: Além de
seu papel como ministro, participe ativamente da celebração da Eucaristia como membro da
comunidade. Receber a Comunhão como fiel também é importante para nutrir sua própria vida
espiritual. Formação Contínua: Busque aprofundar seu entendimento sobre a Eucaristia, a
liturgia e a teologia envolvida. Isso ajudará você a compreender melhor o significado do que está
fazendo e a transmitir isso aos outros.
Serviço com Amor e Humildade: Encare sua função como um serviço de amor à
comunidade e a Cristo. Cultive a humildade ao servir, lembrando que está facilitando o acesso
dos fiéis à presença de Cristo na Eucaristia. Integridade e Coerência: Procure viver de acordo
com os ensinamentos da Igreja e os valores cristãos em sua vida cotidiana. Sua integridade e
coerência fortalecem sua espiritualidade e testemunham o que acredita. A comunhão de vida deve
ser o essencial para aquele que é ministro, comunhão com os irmãos e principalmente com Jesus
Cristo. Por isso a confissão é necessário, para que esteja em comunhão com Deus.
Consciência da Comunidade: Esteja atento às necessidades espirituais da comunidade.
Ore pelas intenções dos fiéis e esteja disponível para ouvir e apoiar aqueles que buscam
orientação espiritual. Reflexão Pós-Serviço: Após cada celebração onde você ministra a Sagrada
Comunhão, reserve um tempo para refletir sobre a experiência. Pense sobre como você
experimentou a presença de Cristo enquanto servia e como isso impactou sua própria
espiritualidade.
Fraternalidade: Conecte-se com outros ministros extraordinários da Comunhão e
compartilhe experiências e insights espirituais. Isso pode enriquecer sua própria jornada espiritual.
Confiança em Deus: Lembre-se de que você não está sozinho nessa jornada espiritual. Confie em
Deus para guiá-lo, capacitá-lo e nutrir sua espiritualidade enquanto você serve na função de
ministro extraordinário.
O amor à Sagrada Comunhão Eucarística é um caminho de crescimento espiritual contínuo.
À medida que aprofunda a compreensão e prática da Eucaristia, experimentará uma ligação mais
profunda com Cristo e uma transformação em sua própria vida espiritual.
A espiritualidade para um ministro extraordinário da Sagrada Comunhão envolve um
compromisso profundo com o mistério da Eucaristia, uma vida de oração constante, humildade no
serviço e uma busca contínua por crescimento espiritual e compreensão. Essa espiritualidade não
apenas fortalece sua própria relação com Deus, mas também ajuda a enriquecer a experiência
dos fiéis. Não pode ser alcoólatra. Caso venha a ingerir, esta deve ser feito com moderação.
6. Celebração da Santa Missa

I. O MINISTRO EXTRAORDINÁRIO DA SAGRADA COMUNHÃO EUCARÍSTICA

- Ser idôneo.
- Não pode ser alcoólatra. Caso venha a ingerir, esta deve ser feito com moderação.
- Não pode viver em infidelidade matrimonial, uma vez que vindo a público pode provocar
escândalos aos fieis.
- Não pode viver “amasiado”, caso venha a viver em tal situação será afastado das funções.
- Em caso de adesão a “vida política” deve abdicar-se da função. Uma vez que não se pode
utilizar de tal função para promoção pessoal ou político-partidária.
- Não pode negar as verdades de fé católica, se opondo ao que diz a Igreja.
- Deve obedecer e estar unido ao Pároco e a coordenação geral.
- Deve estar sempre presente aos encontros, formações, missas e adoração ao Santíssimo
Sacramento.
- A instituição tem o valor temporário de até dois anos podendo ser estendido ou encurtadopelo
Administrador Paroquial.

PREPARAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DO MINISTÉRIO

II. EXERCÍCIO DO MINISTÉRIO – MISSA:

a) AO CHEGAR À IGREJA: Chegar ao menos 30 minutos antes da Celebração e fazer um


momento de oração diante do Santíssimo Sacramento preparando-se para a celebração.
b) PREPARO DO ALTAR (embora as zeladoras deixem tudo organizado): Missal, Lecionários e
acender velas.
c) PREPARO DA CREDÊNCIA: Verificar a quantidade de reserva eucarística no Sacrário,fazendo
isso com sutileza para não atrapalhar as pessoas que se encontram em adoração.
Organizar as partículas – hóstias na âmbula; âmbulas vazias; cálice (cálice, sanguíneo, patena, hóstia
magna, pala e corporal); galhetas com água e vinho; lavabo (bacia, jarro e Manustérgio); purificatório
(purificatório, corporal e sanguíneo) e véus de âmbula. Quando necessário, preparar acaldeira com Água
Benta – caso não tenha água benta, apresentar ao padre antes da missapara ser abençoada.
d) NA CAPELA DO SANTÍSSIMO: chave do sacrário e se necessário um corporal.
e) PROCISSÃO DE ENTRADA: Turíbulo <Cruz processional <Lanternas <Naveta
<Proclamadores <Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão Eucarística <coroinhas
<*seminarista <*Diácono com Evangeliário/Acólito Instituído <Diáconos <*Padres
<Presidente da Celebração <*cerimoniário.

- Os Ministros Extraordinários devem estar de mãos postas, dois-a-dois, fazendo na frentedo


presbitério vênia profunda. Ocupam os lugares reservados a eles, nunca no presbitério, pois
como o nome indica, nele fica o presbítero e seus concelebrantes.
f) NA PREPARAÇÃO DAS OFERENDAS QUANDO NÃO SE TEM COROINHAS: Leva-se os
objetos na seguinte ordem <cálice <âmbulas com partículas <apresenta-se as galhetas
<lavado. O lavabo caso tenha incenso, apresenta-se após o padre incensar as oblatas e o altar.
- Durante a Oração Eucarística, no momento da consagração e da doxologia, não se estendea
mão em direção ao altar, pois tal gesto é reservado aos concelebrantes. No momento da
epíclese – invocação do Espírito Santo para santificação das oferendas e na Consagração é o
ministro quem toca o carrilhão/campainha.
g) NO RITO DA COMUNHÃO: Após a oração do Pai-Nosso, alguns ministros vão até o sacrário
buscar as Reservas Eucarísticas. Ao passar diante do altar faz-se uma genuflexão, por já conter
sobre o altar espécies consagradas. Os demais ministros permanecem em seus lugares. Ao
retornar comas Reservas Eucarísticas estes são depositados no altar sobre o corporal, retirando
as tampas;o ministro se afasta fazendo uma vênia profunda; caso tenha âmbulas vazias, estas
são colocadas fora do corporal para que o padre faça a devida distribuição antes ou após a fração
do pão. Durante o abraço da paz, abraça-se apenas quem está ao seu lado.
h) No Ofertório; as mãos devem ser lavadas na sacristia antes da celebração. Tendoo padre
apresentado a Eucaristia e comungado, os ministros sobem ao presbitério com as mãos postas,
comungam com o padre. Em seguida pega a sua âmbula, e dirige-se ao local de distribuição da
Comunhão, sempre da extremidade para o centro lembrando que o centro é destinado ao
Presidente da Celebração.
No momento em que o ministro termina a distribuição da Sagrada Comunhão, deve fazer
uma análise rápida à quantidade das pessoasque estão nas outras filas, se for necessário desde
que não haja tumulto este aproxima-se para ajudar. Quando retornar ao presbitério, deve-se
depositar a âmbula sobre o corporal dacredência e em seguida purificar as pontas dos dedos
secando o mesmo no sanguíneo, e retornando aos seus lugares; Permanecem no presbitério
apenas aqueles que vão purificar as âmbulas e também aquele que as conduzirão ao sacrário.
i) PURIFICAÇÃO: esta pode ocorrer imediatamente após a distribuição da Comunhão ouapós o
padre retirar-se do presbitério com seus auxiliares após a Missa. O ministro deverá seguir o
seguinte método: Pegando no sanguíneo, o ministro deverá remover,cuidadosamente, todo e
qualquer fragmento ou partícula que tenha ficado nas âmbulas paradentro de uma das âmbulas
(não devem ser removidos para mais nenhum recipiente, superfície ou, muito menos, para o chão),
tendo o cuidado de sacudir para dentro da mesmaqualquer fragmento que tenha ficado agarrado ao
próprio sanguíneo neste processo;

j) Usando a água que permanece numa das galhetas, deverá verter para a âmbula a quantidade
necessária; Agitando um pouco a âmbula se necessário, de forma que todos os fragmentossejam
envolvidos pela água, o ministro deverá consumir (beber) todo o conteúdo; A higienização das
âmbulas deverá ser feita com o sanguíneo, de forma cuidadosa e metódica.Após certificar-se que
tudo fica devidamente purificado, o ministro deverá dobrar o sanguíneo e colocá-lo sobre o cálice,
colocando depois o corporal sobre o sanguíneo. A purificação estará então concluída.

k) APÓS A MISSA: Os ministros após a benção final aproximam-se do presbitério para fazer a
vênia com os demais ministros e o padre. Após se encaminham à Sacristia para o
“bendigamos”. Depois disto, recolher os objetos utilizados na Missa e guardá-los na sacristia com
cuidado e zelo em seus devidos lugares. Ao apagar as velas colocar a mão na frente evitando
que sopre parafina sobre a toalha do Altar.

IMPORTANTE:
- Não deixar a reserva Eucarística por muito tempo no Sacrário. Evite-se ainda de colocarhóstias
consagradas após a comunhão sobre as mais antigas na âmbula. É necessária uma permanente
renovação da reserva Eucarística;
- Cuidar e zelar do sacrário e deixar a âmbula bem fechada;
- Evitar ficar transitando no espaço litúrgico antes e durante a Santa Missa;
- Fazer da sacristia um lugar de silêncio e não de conversas paralelas, fofocas, acertos de contas.
Seguir as orientações da coordenação que está em unidade com o Pároco.
- Respeitar a escala dos serviços. Não se meter onde não é chamado. A caridade acima detudo.
“Vós que temeis a Cristo, sede solícitos uns para com os outros” (Efésios 5,21).
- Igreja é lugar de silêncio, o ministro deve dar o exemplo.
- Agradecer sempre a Deus por ter servido, não esquecendo que o termo “extraordinário” deve
ser por nós entendido como “necessário”, o que nos leva a estarmos sempre prontos para o
serviço;
- Colaborar com a organização da Igreja, Sacristia, espaço litúrgico antes e após a celebração. Não
sair correndo, deixando os trabalhos só para uns poucos voluntários disponíveis.

III. EXERCÍCIO DO MINISTÉRIO – CELEBRAÇÃO DA PALAVRA:

a) PREPARO DO ALTAR (embora as zeladoras deixem tudo organizado): Lecionários, acender velas.
b) PREPARO DA CREDÊNCIA: verificar a quantidade de reserva Eucarística no sacrário,fazendo
isso com sutileza para não atrapalhar as pessoas que se encontram em adoração;galheta com
água; purificatório (purificatório, corporal e sanguíneo) e véus de âmbula. Quando necessário,
preparar a caldeira com água benta.
c) NA CAPELA DO SANTÍSSIMO: chave do sacrário e se necessário um corporal.
d) PROCISSÃO DE ENTRADA: <Cruz processional <Lanternas <Proclamadores
<Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão Eucarística <*Ministro da Palavra
<*Seminarista <*Diácono.

e) NO RITO DA COMUNHÃO: Após a oração do Pai-Nosso alguns ministros vão até o sacrário
buscar as reservas Eucarísticas. Ao passar de frente ao Altar faz-se uma vênia. Os demais
ministros permanecem em seus lugares. Ao retornar com as reservas estes são depositados no
Altar sobre o corporal, retirando as tampas; o ministro se afasta fazendo uma vênia profunda. O
restante ocorre como na Missa.
f) PURIFICAÇÃO: como na Missa.
g) APÓS A MISSA: como na Missa.

V. EXERCÍCIO DO MINISTÉRIO NA ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMO SACRAMENTO:

a) PREPARO DO ALTAR (embora as zeladoras deixem tudo organizado): Trono, Corporal,


acender velas – quatro ou seis velas. Colocar diante do altar o genuflexório.
b) PREPARO DA CREDÊNCIA/GENUFLEXÓRIO: Deixar marcado o ritual de bênçãos ou outro
material com a Benção do Santíssimo Sacramento; e se for utilizar, o microfone.
c) NA SACRISTIA: Estola, Capa de Asperges e Véu Umeral.
d) NA CAPELA DO SANTÍSSIMO: chave do sacrário, corporal, velas, e ostensório (estedeve ser
deixado de lado ou deitado sobre a mesa).
e) PROCISSÃO COM O SANTÍSSIMO: Turíbulo <Naveta <Velas <coroinhas c/carrilhão
<Padre portando o Santíssimo Sacramento <Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão Eucarística
e caso tenham, demais auxiliares.
- Os ministros devem estar de mãos postas, dois-a-dois, chegando a frente do presbitério ocupam
seus lugares e se colocam de joelhos.

IMPORTANTE:
- Caso seja o ministro a expor o Santíssimo na ausência do presbítero, este deve trazer a
âmbula/teca com a Hóstia magna consagrada e preparar o ostensório no altar. É expressamente
proibido dar benção ou passear com o mesmo pela Igreja, nem erguê-lo paraser aplaudido.

O que são símbolos?

Conforme nos ensina o Catecismo da Igreja Católica, uma celebração sacramental é


tecida de sinais e de símbolos. Segundo a pedagogia divina da salvação, o significado dos
sinais e símbolos deita raízes na obra da criação e na culturahumana, adquire precisão nos
eventos da antiga aliança e se revela plenamente na pessoa e na obra de Cristo (CIC,
n.1145). Isso significa reconhecer que Deus sempre fala ao homem por intermédio da
criação visível. A própria natureza se apresenta como vestígios da criação de Deus. A luz e
a noite, o vento e o fogo, a água e a terra, aárvore e os frutos falam de Deus, simbolizam ao
mesmo tempo a grandeza e aproximidade dele. (cf. CIC, n.1147).

Desde Pentecostes, é por meio dos sinais sacramentais de sua Igreja que o Espírito
Santo realiza a santificação. Os sacramentos da Igreja não abolem, antes purificam e
integram toda a riqueza dos sinais e dos símbolos da natureza e da vida social (cf. CIC,
n.1152).
Vejamos alguns símbolos ligados à natureza presentes em nossa
liturgia:
A ÁGUA - A água simboliza a vida (remete-nos, sobretudo, ao nosso batismo, no qual
renascemos para uma vida nova). Contudo, também pode simbolizar a morte (enquanto
por ela morremos para o pecado).

O FOGO - O fogo ora queima, ora aquece, ora brilha, ora purifica. Está presente na
liturgia da Vigília Pascal do Sábado Santo e nas incensações, como as brasas nos
turíbulos. O fogo pode multiplicar-se indefinidamente. Daí, sua forte expressão
simbólica. É símbolo sobretudo da ação do Espírito Santo.

A LUZ - A luz brilha, em oposição às trevas, e mesmo no plano natural é necessária à


vida, como a luz do sol. Ela mostra o caminho ao peregrino errante. A luz produz
harmonia e projeta a paz. Como o fogo, pode multiplicar-se indefinidamente. Uma
pequenina chama pode estender-se a um número infinito de chamas e destruir, assim,
a mais espessa nuvem de trevas. É o símbolo mais expressivo do Cristo Vivo, comono
Círio Pascal. A luz é, pois, a expressão mais viva da ressurreição.

O PÃO E O VINHO - Símbolos do alimento humano. Trigo moído e uva espremida, sinais
do sacrifício da natureza, em favor dos homens. Elementos tomados por Cristo para
significarem o seu próprio sacrifício redentor.

O INCENSO - Sua fumaça simboliza, pois, a oração dos santos, que sobe qual aroma
agradável a Deus, ora como louvor, ora como súplica.

O ÓLEO - Temos na liturgia os óleos dos Catecúmenos, do Crisma e dos Enfermos, usados
liturgicamente na celebração dos sacramentos. Trata-se do gesto litúrgico da unção. A unção
com o óleo atravessa toda a história do Antigo Testamento, naconsagração de reis, profetas
e sacerdotes, e culmina no Novo Testamento, com a unção misteriosa de Cristo, o
verdadeiro Ungido de Deus. A palavra Cristo significa, pois, ungido. No caso, o Ungido, por
excelência.

AS CINZAS - As cinzas, principalmente na celebração da Quarta-Feira de Cinzas, sãopara


nós sinal de penitência, de humildade e de reconhecimento de nossa natureza mortal. Mas
estas mesmas cinzas estão intimamente ligadas ao Mistério Pascal. Não nos esqueçamos
de que elas são fruto das palmas do Domingo de Ramos do ano anterior, geralmente
queimadas na Quaresma, para o rito quaresmal das cinzas.

Ainda outros símbolos visuais integram o contexto de nossa celebração, inscritos


nas paredes e vitrais de nossos templos, dentre os quais podemos citar os seguintes
exemplos:
IHS - Iniciais das palavras latinas Iesus Hominum Salvator, que significam: Jesus Salvador
dos homens. Empregam-se sempre em paramentos litúrgicos, em portas de sacrário e nas
hóstias.
ALFA E ÔMEGA - Primeira e última letra do alfabeto grego. No Cristianismo aplicam-se a
Cristo, princípio e fim de todas as coisas.
TRIÂNGULO - Com seus três ângulos iguais (equilátero), o triângulo simboliza a Santíssima
Trindade. É um símbolo não muito conhecido pelo nosso povo.
INRI - São as iniciais das palavras latinas Iesus Nazarenus Rex Iudaeorum, que querem dizer:
Jesus Nazareno Rei dos Judeus. A pedido de Pilatos tais palavras foram escritas numa placa e
colocadas sobre a cruz do Senhor (Cf. Jo 19,19).
XP - Estas letras, do alfabeto grego, correspondem em português a C e R. Unidas, formam as
iniciais da palavra CRISTÓS (Cristo). Esta significação simbólica é, porém, ignorada por
muitos.
O que são Objetos Litúrgicos?

Ao conjunto dos objetos litúrgicos usados nas celebrações damos o nome ALFAIAS. "Com
especial zelo a Igreja cuidou que as sagradas alfaias servissem digna e belamente ao
decoro do culto, admitindo aquelas mudanças ou na matéria, ou na forma, ou na
ornamentação que o progresso da técnica da arte trouxe no decorrer dos tempos" (SC 122c).
Portanto, templo, altar, sacrário, imagens, livros litúrgicos, vestese paramentos, e todos os
objetos devem manifestar a dignidade do culto, que, como expressão viva de fé, identifica-
se com a natureza de Deus, a quem o povo, congregado pelo Filho e na luz do Espírito
Santo, adora "em espírito e verdade".

Vestes Litúrgicas

ALVA ou TÚNICA - veste longa, de cor branca ou neutra, comum aos ministros de qualquer
grau.
AMITO - Pano que o ministro coloca ao redor do pescoço antes de outras vestes
litúrgicas (pouco usado).
CASULA - Veste própria do sacerdote que preside a celebração. Espécie de mantoque
se veste sobre a alva e a estola. Acompanha a cor litúrgica do dia.
ESTOLA - Veste litúrgica dos ministros ordenados. O bispo e o presbítero a colocam sobre
os ombros de modo que caia pela frente em forma de duas tiras, acompanhando o
comprimento da alva ou túnica. Os diáconos também a usam, porém, a tiracolo, sobre o
ombro esquerdo, pendendo-a do lado direito.
CAPA PLUVIAL - Capa longa, que o sacerdote usa ao dar a bênção do Santíssimoou ao
conduzi-lo nas procissões. Usa-se também no rito de aspersão da assembléia.
CÍNGULO - Cordão com o qual se prende a alva ao redor da cintura.
VÉU UMERAL - Chama-se também véu de ombros. Manto retangular usado pelo sacerdote
sobre os ombros, ao dar a bênção com o Santíssimo ou ao transportar o ostensório com o
Santíssimo Sacramento.
DALMÁTICA - Veste própria do diácono. É colocada sobre a alva e a estola
CASULA CAPA PLUVIAL VÉU

DALMÁTICA TÚNICA
Livros Litúrgicos

MISSAL - Livro usado pelo sacerdote na celebração eucarística.

LECIONÁRIO - Livro que contém as leituras para a


celebração. São três:

- I - Lecionário dominical - Contém as


leituras dos domingos e de algumas
solenidades e festas.

- II - Lecionário semanal - Contém as


leituras dos dias de semana. A primeira
leitura e o salmo responsorial estão
classificados por ano par e ímpar. O
evangelho é sempre o mesmo para os dois
anos.

- III - Lecionário santoral - Contém as leituras para as celebrações dos santos.


Nele também constam as leituras para uso na administração de sacramentos e
para diversas circunstâncias.

EVANGELIÁRIO - É o livro que contém o texto do evangelho para as celebrações


dominicais e para as grandes solenidades.
Objetos Litúrgicos

CORPORAL ASPERSÓRIO
Tecido em forma quadrangular sobre o É um pequeno instrumento com o qual
qual se coloca o cálice com o vinho e a se joga água benta sobre o povo ou
patena com o pão. sobre objetos.

MANUSTÉRGIO CASTIÇAL
Toalha com que o sacerdote enxuga as Utensílio que se usa para suporte de uma
mãos no rito do Lavabo. Em tamanho vela.
menor, é usada pelos ministros da
Eucaristia, para enxugarem os dedos.

PALA PATENA
Cartão quadrado, revestido de pano, Pequeno prato, geralmente de metal,
para cobrir a patena e o cálice. para conter a hóstia durante a celebração
da missa.
SANGUINHO BACIA E JARRA
Chamado também purificatório. É um Em tamanho pequeno, contendo a jarra e
tecido retangular, com o qual o a água para o rito do "Lavabo", na
sacerdote, depois da comunhão, seca o preparação e apresentações dos dons.
cálice e, se for preciso, a boca e os
dedos.

VÉU DE ÂMBULA CÍRIO PASCAL


Pequeno tecido, branco, que cobre a Vela grande, abençoada solenemente na
âmbula, quando esta contém partículas Vigília Pascal do Sábado Santo,
consagradas. É recomendado o seu uso, permanecendo nas celebrações até o
dado o seu forte simbolismo. O véu vela Domingo de Pentecostes. Acende-se
(esconde) algo precioso, ao mesmo também nas celebrações do Batismo.
tempo que revela (mostra) possuir e
trazer tal tesouro.
ÂMBULA, CIBÓRIO OU PÍXIDE CRUZ
É um recipiente para a conservação e Não só a cruz processional, isto é, a que
distribui-ção das hóstias aos fiéis. guia a procissão de entrada, mas
também a cruz que fica próxima ao altar.

CÁLICE VELAS
Recipiente onde se consagra o vinho As velas comuns, porém de bom gosto,
durante a missa. que se colocam no altar, geralmente em
número de duas, em dois castiçais.
GALHETAS HÓSTIA
São dois recipientes para a colocação da Pão não fermentado (ázimo), usado na
água e do vinho, para a celebração da celebração eucarística. Aqui se entende
missa. a hóstia maior. É comum a forma
circular.

CALDEIRINHA OSTENSÓRIO
Pequena vasilha, onde se coloca água Objeto que serve para expor a hóstia
benta para a aspersão. consagrada, para adoração dos fiéis e
para dar a bênção eucarística.
PARTÍCULA RESERVA EUCARÍSTICA
O mesmo que hóstia, porém em Nome que se dá às partículas
tamanho pequeno e destinada consagradas, guardadas no sacrário e
geralmente à comunhão dos fiéis. destinadas sobretudo aos doentes e à
adoração dos fiéis, em visita ao
Santíssimo. Devem ser consumidas na
missa seguinte.

INCENSO NAVETA
É uma resina aromática, extraída de Pequeno vaso onde se transporta o
várias plantas, usada sobre brasas, nas incenso nas celebrações litúrgicas.
celebrações solenes.

TECA TURÍBULO
Pequeno estojo, geralmente de metal, Vaso utilizado nas incensações durante a
onde se leva a Eucaristia para os celebração. Nele se colocam brasas e o
doentes. Usa-se também, em tamanho incenso.
maior, na celebração eucarística, para
conter as partículas.
Espaço Celebrativo

ALTAR - Mesa fixa, podendo também ser móvel, destinada à celebração eucarística.
É o espaço mais importante da Igreja. Lugar onde se renova o sacrifício redentor de
Cristo.

AMBÃO - Chama-se também Mesa da Palavra. É a estante de onde se proclama a


Palavra de Deus. Não deve ser confundida com a estante do comentador e do animador
do canto. Esta não deve ter o mesmo destaque do ambão.

CREDÊNCIA - Pequena mesa onde se colocam os objetos litúrgicos que serão


utilizados na celebração. Geralmente, fica próxima do altar.

PRESBITÉRIO - espaço ao redor do altar, geralmente um pouco mais elevado que o


restante do templo, onde se realizam os principais ritos sagrados.

NAVE DA IGREJA - Espaço do templo reservado aos fiéis.

SACRÁRIO - Chama-se também Tabernáculo. É uma pequena urna onde são


guardadas as partículas consagradas e o Santíssimo Sacramento. Recomenda-se que
fique num lugar apropriado, geralmente numa capela lateral.

PÚLPITO - Lugar nas igrejas antigas de onde o presidente fazia a pregação. Hoje,
praticamente não é mais usado.

BATISTÉRIO – lugar reservado para a celebração do batismo. Em substituição ao


verdadeiro batistério, usa-se a pia batismal.

SACRISTIA – sala anexa à igreja onde se guardam as vestes dos ministros e os objetos
destinados às celebrações; é também o lugar onde os ministros se paramentam.

Celebração da Esperança

1. RITOS INICIAIS Saudação Inicial

Comentário: Irmãos e irmãs, estamos aqui reunidos para rezar por N. que (hoje) terminou sua
caminhada na terra. Queremos agora professar nossa fé na ressurreição e elevar nossas preces
ao Deus da Vida para que nosso(a) irmão(ã) N. seja acolhido(a) por Cristo em Seu Reino e
acompanhado(a) pelos anjos e santos à alegria da eternidade.

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.


Todos: Amém!

Dirigente: A graça, a paz e a bênção do Cristo Ressuscitado – nossa única esperança – estejam
em vossos corações e, principalmente, nos corações dos familiares e amigos, que sofrem pela
partida de um ente querido.

Todos: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!

Ato de Esperança e de Fé Dirigente: Irmãos e irmãs, nos momentos de perda somos


convidados a não perder a esperança e a confiar em Deus, Trindade Santa, que nos criou para
a vida, e não para a morte. Exaltemos nosso Deus, que “tudo pode”, por meio deste Ato de
Esperança e de Fé:
Dirigente: Senhor, Pai todo-poderoso, nós cremos que o vosso Filho morreu e ressuscitou
por nós.

Todos: Esperamos em vós, Senhor.

Dirigente: Senhor, que sois fonte de vida, vós nos remistes pela morte e ressurreição do
vosso Filho.

Todos: Esperamos em vós Senhor.

Dirigente: Senhor, Deus de infinita bondade e misericórdia, marcastes nossas vidas com o
mistério da Cruz e da Ressurreição do vosso Filho.
Todos: Esperamos em vós Senhor.

Dirigente: Senhor Jesus, dai-nos Fé para compreendermos a esperança de vida na morte e


confiança para esperarmos a realização da promessa de imortalidade.
Todos: “Para os que creem em vós, a vida não é tirada, mas transformada” (Prefácio dos fiéis
defuntos I).

Dirigente: Senhor Jesus, dai-nos a Esperança para entendermos que a morte não é o fim, mas
o início de uma vida nova e eterna.

Todos: “Desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado nos céus um corpo imortal” (Prefácio dos
fiéis defuntos I).

Dirigente: Senhor Jesus, dai-nos o Espírito de Amor para percebermos que os nossos corpos,
embora morrendo, não perecem, mas se transfiguram.

Todos: “Eu sou a ressurreição e a vida; todo aquele que crê em mim, mesmo que esteja
morto, viverá” (Jo 11, 25).

Dirigente: Senhor Espírito Santo de Amor, vinde em nosso auxílio e cumulai-nos com as
Graças e Bênçãos dos Céus; a fim de que, ainda que consternados pela perda de nossos entes
queridos, professemos sinceramente nossa fé na ressurreição dos mortos.

Todos: “Como é grande, ó Senhor, o vosso Amor. Vossa Palavra me devolva a minha vida”
(Ofício dos fiéis defuntos).

Oração inicial
Oremos (pausa):

Pelo falecido

Ó Deus, glória dos fiéis e vida dos justos, que nos remistes pela morte e ressurreição do vosso
Filho, concedei a este nosso irmão(ã) N. que, tendo professado o mistério da nossa ressurreição,
mereça alegrar-se na eterna felicidade.

Pelos parentes e amigos

E, por vossa bondade, consolai os corações dos familiares e amigos; que choram pela partida
de seu ente querido. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espirito Santo.

Todos: Amém.

2. Leituras bíblicas
Leitura da segunda Carta de São Paulo aos Coríntios (2 Cor 5, 1)

Irmãos, sabemos que, se a nossa habitação terrestre, esta casaem que vivemos, for destruída,
possuímos uma outra casa que é obra de Deus, a morada eterna nos céus, que não é feita pela
mão do homem.
Palavra do Senhor. Graças a Deus.

Aclamação ao Evangelho: Aleluia, aleluia, aleluia. Eu Sou a ressurreição e a vida.


Aleluia, aleluia.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, narrado por João (Jo 14, 1-3):
Naquele Tempo disse Jesus, “Não se perturbe o vosso coração: Credes em Deus, crede também
em mim. Na casa do meu Pai há muitas moradas. Caso contrário, eu vos teria dito. Eu vou para
preparar o lugar, quando tudo estiver preparado, voltarei para levar-vos comigo, a fim de que
lá onde eu estou, vós estejais também”. Palavra da Salvação. Glória a vós, Senhor!

3. Reflexão

Meus irmãos, Jesus nos ensina que na Casa do Pai existem muitas moradas, e, que estas
moradas são obras do próprio Deus. Para lá se dirigiu o Senhor Nosso, Jesus Cristo, para
preparar-nos um lugar em habitação tão santa. Por isso, cremos que a morte não é o fim; pois
o Cristo se tornou para nós a Ressurreição e a Vida.
Com a morte, iniciamos uma outra vida: vida de alegria, de paz e de felicidade na contemplação
do próprio Deus, face a face. Para nós, cristãos, a ocasião da morte é, portanto, o momento do
chamado de Cristo para habitarmos em uma das moradas do Pai e ali, livres do pecado e da
morte, vermos a Deus tal qual Ele é; e isto por toda a eternidade.
A nós que ainda peregrinamos neste mundo – a nós, que cre- mos no “Deus dos vivos” – resta
nos a esperança de um dia irmos também para a casa do Pai; onde nos encontraremos
novamente com os nossos familiares, amigos e irmãos.
E então, formaremos todos uma só família, a família de Deus. E no Céu viveremos, em
companhia dos anjos e dos santos, como irmãos, gozando e participando da própria vida do
Deus Trindade. Assim seja.

Todos: Amém!

4. Oração dos fiéis Dirigente: Rezemos pelo(a) nosso(a) irmão(ã) N. ao Senhor Jesus
Cristo que disse: “Eu sou a Ressurreição e a Vida; aquele que crê em mim não morrerá para
sempre” (Jo 11, 25).

Dirigente: Vós que chorastes

sobre Lázaro, enxugai as nossas lágrimas.

Todos: Nós vos pedimos, Senhor!

Dirigente: Vós que ressuscitastes os mortos, dai a vida eterna a es- se(a) nosso(a) irmão(ã)
N.
Todos: Nós vos pedimos, Senhor!

Dirigente: Vós que prometestes o paraíso ao bom ladrão arrependido, recebei no Céu este(a)
nosso(a) irmão(ã) N.

Todos: Nós vos pedimos, Senhor!

Se for batizado.

Dirigente: Acolhei, entre os santos, este(a) nosso(a) irmão(ã) que, em vida, fora
purificado(a) com a água do Batismo (e assinalado(a) pela Sagrada Unção).

Todos: Nós vos pedimos, Senhor!

Se comungava.

Dirigente: Recebei à mesa do vosso Reino este(a) nosso(a) irmão(ã) tantas vezes alimentado
pelo vosso Corpo e Sangue.

Todos: Nós vos pedimos, Senhor!

Dirigente: Fortalecei pela consolação da fé e pela esperança da vida eterna a todos nós,
entristecidos pela morte de nosso(a) irmão(ã) N.

Todos: Nós vos pedimos, Senhor! Dirigente: Pai-Nosso...


Todos: Que estais os céus...

5. Encomendação

Ainda no local do velório.

Conforme o costume cristão, vamos sepultar o corpo do nosso irmão(a) N. Peçamos a Deus,
com toda a confiança, que ressuscite na glória dos santos este pobre corpo que hoje sepultamos
e acolha sua alma entre os eleitos. Que N. alcance misericórdia no julgamento; para que,
purificado pela morte e absolvido de seus pecados, seja reconciliado com o Pai. E, transportado
nos ombros do Bom Pastor, mereça gozar a alegria eterna na companhia de Cristo Rei com
todos os seus santos.

Salmo 129 (130) – Confiança em Deus

Dirigente: Das profundezas, Senhor, a vós eu clamo. Senhor, escutai o meu apelo. Vossos
ouvidos estejam bem atentos ao clamor de minha súplica.

Todos: Se levardes em conta, Senhor, as nossas faltas; Senhor, quem poderá subsistir? Mas
em vós encontra-se o perdão. Eu vos temo e espero.
Dirigente: Minha alma espera no Senhor, em sua palavra te- nho confiança. Minha alma es-
pera no Senhor, mais confiante do que o vigia esperando pela aurora.

Todos: Que o vigia espere pela au- rora e Israel pelo Senhor! Porque no Senhor encontra-se a
graça, copiosa redenção. É Ele quem redimirá Israel de todas as suas faltas.

Dirigente: Dai-lhe, Senhor, o descanso eterno.

Todos: E para ele(a) brilhe a vossa Luz.

Dirigente: Pai de misericórdia, Deus eterno e todo poderoso, nós vos pedimos pela alma de
vosso(a) filho(a) N. que chamaste deste mundo. Dai-lhe a felicidade, a luz e a paz. Que ele(a),
tendo passado pela morte, participe do convívio de vossos santos, na Luz Eterna, como
prometeste a Abraão e à sua descendência. Que sua alma nada sofra e vos digneis
ressuscitálo(a) para a glória sem fim, na companhia dos vossos Santos e eleitos. Perdoai-lhe,
Senhor, os seus pecados para que alcance, junto a vós, a vida imortal no Reino Eterno. Isto vos
pedimos por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espí- rito Santo.

Todos: Amém.

6. Rito de sepultamento.

Dirigente: Os anjos te conduzam ao paraíso; acolham-te os mártires à tua chegada e te


introduzam na Cidade Santa de Jerusalém.

Todos: O coro dos anjos te receba, e com Lázaro, o pobre de outrora, possuas o repouso
eterno.

Ou:
Dirigente: Eu sou a ressurreição e a vida, quem crê em mim, mesmo se estiver morto, viverá;
e quem vive e crê em mim, não morrerá eternamente. Santos de Deus, vinde em seu auxílio.
Anjos do Senhor, correi ao seu encontro.

Todos: Acolhei a sua alma, Senhor.

Ou:
Dirigente: Cristo te chamou e te receba. Os anjos do Senhor te conduzam aos céus.

Todos: Acolhei a sua alma, Senhor.

Junto a Sepultura

Dirigente: Jesus, Filho de Deus e nosso Irmão, nos dá esta esperança: “Eu sou a ressurreição
e a vida” (Jo 11, 25).
Todos: Senhor, vivemos nesta esperança!

Dirigente: “Esta é a vontade de meu Pai; que eu não deixe pe- recer nenhum daqueles que
Ele me deu, mas que os ressuscite” (Jo 6,40).

Todos: Senhor, aceitamos esta vontade!

Dirigente: “Quem crê em mim, ainda que esteja morto viverá” (Jo 11, 26).

descanse em paz nesta sepultura, até ao dia em que Vós, que sois a ressurreição e a vida, o
façais resplandecer com a luz da ressurreição, para que possa contemplar no esplendor do
vosso rosto a luz eterna do Céu. Vós que sois Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo.

Todos: Amém.

Dirigente: Dai-lhe, Senhor, o descanso eterno.

Todos: E para ele (ela) brilhe sempre a vossa Luz.

Dirigente: Descanse em paz.


Todos: Amém.

7. Bênção da sepultura

Oremos: Senhor Jesus Cristo, que, repousando três dias no sepulcro, santificastes com a
esperança da ressurreição os túmulos daqueles que crêem em Vós, fazei que o corpo do vosso
servo durma.

Que o Senhor te abençoe e te proteja.


Que o Senhor te mostre a sua face e tenha misericórdia de ti.
Que o Senhor volte os seus olhos para ti e te dê a sua paz.
Que o Senhor te abençoe.

Dirigente: Bendigamos ao Senhor.

Todos: Demos graças a Deus!

A VISITA AOS DOENTES1


Para “levar os doentes à Eucaristia” antes de “levar a Eucaristia aos doentes”, é
importante visitar essas pessoas doentes e idosas. Todos os cristãos, animados pela caridade e
pela solicitude de Cristo e da Igreja para com os doentes, cada um segundo a sua condição,
cuidem deles com empenho, visitando-os, confortando-os no Senhor e auxiliando-os
fraternalmente nas suas necessidades. Mas sobretudo os párocos, e todos os que cuidam
dos doentes, ajudem-nos com palavras de fé que os levem a conhecer o significado da
doença no mistério da salvação; exortem-nos, além disso, a que, iluminados pela fé, saibam
unir-se a Cristo sofredor e possam por fim santificar a doença com a oração, da qual
aprenderão a haurir a fortaleza de ânimo para suportar asdores.
Procurarão, no entanto, levar aos poucos os doentes a participarem nos sacramentos
da Penitência e da Eucaristia, recebendo-os com a devida preparação e frequência, segundo a
condição de cada um, e particularmente a receberem em devido tempo a Santa Unção e o
Viático. Convém que os doentes sejam levados a rezar, quer sozinhos, quer em união com
os seus familiares ou comaqueles que lhes assistem ou deles cuidam, utilizando sobretudo
as orações da Sagrada Escritura,meditando naquilo que em Cristo e nas suas ações ilumina
o mistério da doença humana, ou utilizando as fórmulas e os sentimentos dos Salmos e de
outros textos.
Mas para fazerem devidamente essa oração, devem ser ajudados com meios
adequados. Ossacerdotes devem fazer mesmo essas orações com eles de vez em quando e
de boa vontade. Ao visitar os doentes, o sacerdote poderá organizar, com elementos próprios,
uma oração comunitária, à maneira de breve celebração da Palavra de Deus, que deve ser
preparada por um diálogo fraterno. Mas à leitura da Palavra de Deus, junte-se oportunamente
a oração, que deve ser tomada dos Salmos, de outras orações ou ladainhas.
Porém tudo isso deve ser feito com grande atenção ao estado do doente, com muito
espíritode fé, mas ao mesmo tempo com discrição, fruto do bom-senso e da caridade.

NORMAS PARA A SAGRADA COMUNHÃO AOS DOENTES2


Os que vivem com o doente, ou cuidam dele, sejam avisados para prepararem
devidamente uma mesa com toalha, sobre a qual se deponha o Santíssimo Sacramento. Se é
costume, coloque-se também sobre a mesa um vaso com água benta e um hissope ou raminho,
que sirva para a aspersão, assim como velas. Quando se tiver de administrar a Comunhão fora
da igreja, levem-se as espécies

1 BERGAMINI, Augusto. O Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão Eucarística. Brasília: Edições CNBB, 2014. p. 72-74.
2 BERGAMINI, Augusto. O Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão Eucarística. Brasília: Edições CNBB, 2014. p. 90-98.
sagradas guardadas em uma teca ou em outro vaso pequeno, e com roupa e modo
adequados às circunstâncias locais.
Quando, porém, a Santíssima Eucaristia for levada aos doentes por um acólito ou
ministro extraordinário da Sagrada Comunhão, instituído segundo as normas do direito,
observam-se os ritos seguintes. Os fragmentos que eventualmente tenham sobrado depois
da Comunhão sejam recolhidos com todo o respeito e depostos na píxide ou num pequeno
copo com água. Beba-se a água das abluções ou então seja lançada num lugar conveniente
(cf. IGMR n. 280, 334).
Os que prestam assistência ao doente podem receber com ele a sagrada Comunhão,
observando-se o que sobre isso está prescrito.

RITO ORDINÁRIO DA SAGRADA COMUNHÃO AOS ENFERMOS

RITOS INICIAIS pensamentos e palavras, atos e


(O ministro, com veste conveniente a esta função, omissões, (e, batendo no peito,
aproxima-se e saúda cordialmente o enfermo e
dizem:) por minha culpa, minha
todos os presentes, acrescentando, se for o caso, a
seguinte saudação:) tão grande culpa. (e
A Paz esteja nesta casa e com continuam:) E peço à Virgem
todos os seus habitantes. Maria, aos Anjos e Santos, e a
(Em seguida, depondo o Santíssimo Sacramento
vós, irmãos, que rogueis por
sobre a mesa, adora-O com todos os presentes. O mim a Deus, nosso Senhor.
ministro convida o doente e os demais presentes ao
ato penitencial:)
Irmãos e irmãs,
reconheçamos os nossos
pecados, para participarmos
dignamente desta santa
celebração.
(Após um momento de silêncio, o ministro convida
à confissão:)
Confessemos os nossos
pecados.
(E todos prosseguem:)
Confesso a Deus todo-
poderoso e a vós, irmãos,
que pequei muitas vezes por
(O ministro conclui:)
Deus todo-poderoso tenha
compaixão de nós, perdoe
os nossos pecados e nos
conduza à vida eterna.
(Todos respondem:)
Amém!

LEITURA DA PALAVRA DE DEUS


(Se for conveniente, poderá ser lido por um dos
presentes ou pelo próprio ministro um texto da
Sagrada Escritura, como, por exemplo:)

Jo 6, 54:
Quem come a minha Carne e bebe o meu
Sangue tem a vida eterna e Eu o
ressuscitarei no último dia. A minha
Carne é verdadeira comida e o meu
Sangue é verdadeira bebida.

Jo 6, 54-59:
Quem come a minha Carne e bebe o meu
Sangue tem a vida eterna e Eu o
ressuscitarei no último dia. A minha
Carne é verdadeira comida e o meu
Sangue é verdadeira bebida. Quem
come a minha Carne e bebe o meu Sangue
permanece em Mim, e Eu nele. Assim
como o Pai, que vive, Me enviou, e Eu
vivo pelo Pai,
também aquele que Me come viverá por é bom; feliz de quem nele
Mim. Este é o pão que desceu do Céu; não
é como aquele que os vossos pais
encontra o seu refúgio. Eis o
comeram, e morreram; quem comer deste Cordeiro de Deus, que tira o
pão viverá eternamente. pecado do mundo.
Pode-se ler muitas outras leituras: Jo 14,6; Jo
14,23; Jo 14,27; Jo 15,4; Jo 15,5; 1 Cor 11,26;
1 Jo 4,16. Pode dar-se uma breve explicação
destes textos, se parecer oportuno. Aos domingos é
bom que se leia todo, ou em parte, o Evangelho da
liturgia da Palavra do mesmo domingo ou
solenidade.

RITO DA COMUNHÃO
(O ministro, com estas palavras ou outras
semelhantes introduz a oração do Senhor:)
Agora, todos juntos, rezemos a Deus,
como o Senhor Jesus Cristo nos
ensinou:
(E todos prosseguem juntos:)
Pai nosso, que estais nos
céus, santificado seja o vosso
nome; venha a nós o vosso
reino; seja feita a vossa
vontade assim na terra como
no céu. O pão nosso de cada
dia nos dai hoje; perdoai-nos
as nossas ofensas, assim
como nós perdoamos a quem
nos tem ofendido; e não nos
deixeis cair em tentação; mas
livrai-nos do mal.
(O ministro apresenta o Santíssimo Sacramento,
dizendo:)
Felizes os convidados para a
Ceia do Senhor!
(Ou:)
Provai e vede como o Senhor
(O doente e os que estiverem para comungar sacramentos pascais,
dizem uma só vez:)
permaneçamos unidos ao
Senhor, eu não sou digno(a)
vosso amor. Por Cristo nosso
de que entreis em minha
Senhor.
morada, mas dizei uma
(Todos respondem:)
palavra e serei salvo(a).
Amém!
(O ministro aproxima-se do doente e, apresenta-
lhe o Santíssimo Sacramento e diz:)
O Corpo de Cristo.
O doente responde:
Amém!
(As outras pessoas que vão comungar recebem a
Comunhão como de costume. Depois da
distribuição da Comunhão, o ministro faz a
purificação de costume. Se for conveniente, observe-
se o silêncio sagrado por algum tempo. Em
seguida, o ministro conclui com uma das seguintes
orações:)
(Oremos:)
Senhor, Pai Santo, Deus
todo- poderoso, nós Vos
pedimos, confiantes, que o
sagrado Corpo (sagrado
Sangue), de vosso Filho,
Nosso Senhor Jesus Cristo,
seja para este nosso irmão
(nossa irmã) remédio de
eternidade, tanto para o
corpo e como para a alma.
Por Cristo nosso Senhor.
(Todos respondem:)
Amém!
(Ou então, no Tempo Pascal:)
Ó Deus, derramai em nós o
vosso Espírito de caridade,
para que, saciados pelos
RITOS FINAIS (Ou:)
(O ministro, invocando a benção de Deus, O Senhor todo-poderoso e
persigna-se, dizendo:) cheio de misericórdia, Pai e
Que o Senhor nos abençoe, Filho e Espírito Santo, nos
guarde-nos de todo mal e nos abençoe e nos guarde.
conduza à vida eterna. (Todos respondem:)
Amém!
RITO BREVE DA COMUNHÃO AOS DOENTES

(Usa-se este rito mais breve quando a Sagrada Comunhão é dada a muitos doentes em vários quartos da
mesma casa como, por exemplo, nos hospitais, acrescentando-se, se for conveniente, alguns elementos do rito
ordinário. O rito pode começar na igreja, na sacristia ou no quarto do primeiro doente, dizendo o ministro a
seguinte antífona:)
Ó sagrado Banquete, em que somos os convivas, no qual
recebemos o Cristo em comunhão! Nele se recorda a sua Paixão,
nosso coração se enche de graça e nos é dado o penhor da glória
que há de vir.

(O ministro, se possível acompanhado, por alguma pessoa que leva uma vela, aproxima-se dos doentes e diz, ou
uma só vez a todos que estejam no mesmo aposento ou a cada comungante:)
Felizes os convidados para a Ceia do Senhor. Eis o Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo.

(Cada comungante acrescenta uma só vez:)


Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas
dizei uma palavra e serei salvo.

(E recebe a comunhão como de costume. O rito termina com a oração, que pode ser recitada na igreja, na
sacristia ou no último quarto.)

Oremos. Senhor Pai Santo, Deus todo-poderoso, nós vos pedimos


confiantes que o sagrado Corpo (o sagrado sangue) de vosso
Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, seja para nosso irmão (nossa
irmã) remédio de eternidade, tanto para o corpo, como para a
alma. Por Cristo, nosso Senhor.

(Os presentes respondem:)


Amém!
Bênção do Santíssimo Sacramento
(Canto antes da bênção)

Tão sublime Sacramento adoremos neste altar,


pois o Antigo Testamento deu ao Novo o seu lugar.
Venha a fé por suplemento os sentidos completar.
Ao eterno Pai cantemos a Jesus, o redentor,
Ao Espírito exaltemos, na Trindade eterno amor.
Ao Deus uno e trino demos a alegria do louvor.
Amém!

V. Do céu lhes destes o pão.


R. Que contém todo o sabor.

Oremos
- Senhor, que, neste admirável sacramento, nos deixastes o memorial
de vossa paixão, concedei-nos a graça de venerar de tal modo os
sagrados mistérios de vosso corpo e sangue, que possamos experimentar
sempre em nós o fruto de vossa redenção. Vós que viveis e reinais
com o Pai e o Espírito Santo.
R. Amém.

(Segue-se a bênção do santíssimo)

BENÇÃO

- Deus vos abençoe e vos guarde!


Que Ele vos ilumine com a luz da sua face e vos seja favorável.
Que Ele vos mostre o seu rosto e vos traga a paz.
Que ele vos dê a saúde do corpo e da alma.

(Após a bênção)

ATO DE LOUVOR

- Bendito seja Deus.


- Bendito seja o seu santo nome.
- Bendito seja Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
- Bendito seja o nome de Jesus.
- Bendito seja o seu Sacratíssimo coração.
- Bendito seja o seu preciosismo sangue.
- Bendito seja Jesus no Santíssimo sacramento do altar.
- Bendito seja o Espírito Santo Paráclito.
- Bendita seja a grande mãe de Deus, Maria santíssima.
- Bendita seja sua santa e imaculada conceição.
- Bendita seja sua gloriosa assunção.
- Bendito seja o nome de Maria, virgem e mãe.
- Bendito seja são José, seu castíssimo esposo.
- Bendito seja Deus, nos seus anjos e nos seus santos.
Deus e Senhor nosso, protegei a vossa Igreja, dai-lhe santos pastores
e dignos ministros. Derramai as vossas bênçãos sobre o nosso Santo Padre,
o papa, sobre o nosso bispo, sobre o nosso pároco e todo o clero, sobre
o chefe da nação e do Estado e sobre todas as pessoas constituídas
em dignidade para que governem com justiça.
Dai ao povo brasileiro paz constante e prosperidade completa. Favorecei
com os efeitos contínuos de vossa bondade o Brasil, este (arce) bispado,
a paróquia em que habitamos, cada um de nós em particular e todas as
pessoas por quem somos obrigados a rezar ou que se recomendaram as
nossas orações. Tende misericórdia das almas dos fiéis que padecem
no purgatório. Dai-lhes, Senhor, o descanso e a luz eterna.

(Pai nosso, Ave-maria, Glória ao Pai)

Você também pode gostar