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Fragmento do livro
“Desde as reuniões preparatórias para a Conferência de Estocolmo, o Brasil, que na época vivia
seus anos de ”milagre econômico”, manifestou divergências em relação às propostas dominantes,
que falavam em parada no crescimento e na constituição dos recursos naturais em patrimônio
comum da humanidade: nossos enviados ao Painel de Desenvolvimento e Meio Ambiente (1971)
declararam então que o compromisso prioritário brasileiro era com o desenvolvimento acelerado e
que a recuperação de desequilíbrios ambientais deveria ser responsabilidade do Primeiro Mundo.”
Fragmento do livro
O Relatório Brundtland serviu de base para as discussões da Conferência Internacional de Meio
Ambiente e Desenvolvimento (UNCED/92, United Nations Conference for Environment and
Development, ou CNUMA/92, Conferência das Nações Unidas para Meio Ambiente e
Desenvolvimento, ou ainda RIO/92 ou ECO/92, que procurou dar prosseguimento aos debates
travados em 1972, na Suécia”
Agenda 21: Documento-guia resultante da Conferência do Rio de Janeiro em 1992, que propôs
ações para os países nos primeiros 25 anos do século XXI, incluindo cooperação internacional,
combate à pobreza, mudanças nos padrões de consumo e promoção da saúde.
Fragmento do livro
“Nela a concepção da temática ambiental tem um componente social, traduzido em diversos
pontos para além da conservação da natureza: cooperação internacional, combate à pobreza,
mudança nos padrões de consumo, promoção da saúde humana, dinâmica demográfica,
fortalecimento de grupos (mulheres, etnias, infância e juventude, ONGs, trabalhadores, indústria e
comércio, agricultores), promoção do ensino, de uma ciência para o desenvolvimento sustentável,
de transferência de tecnologia, criação de instrumentos e mecanismos jurídicos internacionais
etc.”
Fragmento do livro
“Princípio 1 – Os seres humanos estão no centro das preocupações relacionadas com o
desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a
natureza. ”
“Princípio 8 – Para alcançar o desenvolvimento sustentável e uma melhor qualidade de vida para
todas as pessoas, os Estados deveriam reduzir e eliminar as modalidades de produção e de
consumo insustentáveis e fomentar políticas demográficas apropriadas.”
Impacto Político e ambiental: O texto destaca a recusa dos Estados Unidos em assinar o Protocolo
de Kyoto e sugere que desastres naturais, como os furacões Katrina e Rita, são consequências do
descaso com questões ambientais e econômicas.
Sustentabilidade:
Fragmento do livro
“Segundo David Brooks, “desenvolvimento sustentável pode ter dois sentidos – um radical e outro
conservador. No sentido radical, significaria igualdade, justiça social, preservação da diversidade
cultural, da autodeterminação e da integridade ecológica, de forma integrada. Tal é o sentido que
lhe vêm atribuindo aos ambientalistas do Terceiro Mundo. No sentido conservador, dentro do
marco tradicional da teoria econômica, a expressão seria sinônimo de crescimento sustentável, ou,
como conceituou W. Reilly, Presidente da Environmental Protection Agency – EPA – dos Estados
Unidos, seria a harmonização da expansão econômica e da proteção ambiental, um crescimento
estável [sic] de um capitalismo verde.”
Fragmento do livro
“Na conjuntura de 1992, entretanto, a bandeira de desenvolvimento sustentável assumia
dimensões de uma grande esperança entre muitos militantes, especialmente entre ecossocialistas,
os que faziam a ponte entre a busca de justiça e de eqüidade social e a preservação. Não faltou
quem tivesse desenvolvido a expectativa de que a UNCED viesse a ser a concretização de uma
síntese dialética: não mais capitalismo, não mais socialismo, mas os primeiros tijolos da construção
de algo completamente novo, de uma nova Ética, que se impunha pela própria racionalidade
ambiental. “
Sociedade Sustentável: Proposta de uma nova sociedade estável, baseada na minimização das
ameaças aos processos ecológicos, conservação de materiais e energia, população estável e
participação popular. Ênfase na necessidade de mudanças controladas e orquestradas para
alcançar uma sociedade sustentável.
Fragmento do livro
“A sociedade sustentável tem seu parentesco com a proposta de Estado Estacionário, de John
Stuart Mill, em 1857, e que foi incorporada às propostas de Boulding, em 1964; de Georgescu-
Roegen, em 1971; de Goldsmith et al., em 1972; de Herman Daly, em 1977.21 Mill insistia em que
o crescimento da riqueza não é ilimitado e que para além do Estado Progressivo residiria um
Estado Estacionário desejável, com estoques constantes de riqueza física e de população. Só nos
países atrasados é que o aumento de produção seria importante.”
Fragmento do livro
“Segundo Lutzenberger, notório ambientalista brasileiro, estaríamos diante da opção definitiva: ou
optaríamos pela sustentabilidade, por uma tecnologia sustentável, não agressora, ou estaríamos
em um caminho suicida e sem volta.”
Relações Funcionais com a Natureza: Natureza como fonte de recursos, receptáculo de resíduos e
suporte de vida. Emergência da necessidade de considerar a natureza não apenas como paisagem,
mas como elemento essencial para a sobrevivência humana.
Fragmento do livro
“Isto significa que políticas ambientais meramente verdes, de cunho conservacionista, voltadas
para a defesa resignada de unidades de conservação, não podem dar conta da problemática da
sustentabilidade. A questão ecológica não é só verde, mas marron (todas as formas de poluição
industrial, de falta de saneamento etc.) e, sobretudo, azul, da cor da água, este elemento vital que
temos usado como escoadouro das sujeiras.”
“Em busca da volta à natureza: o surgimento da questão ambiental no mundo e suas diferentes
correntes; a disseminação do pensamento ambiental no Brasil” aborda diversos tópicos
relacionados ao pensamento ambientalista ao longo da história e suas diferentes correntes. Aqui
estão os principais pontos:
Origens do pensamento ambientalista: Remonta ao século XVIII, com uma visão romântica que
criticava o utilitarismo da sociedade industrial emergente. Naturalistas como Von Linné e G. White
também contribuíram para essa visão.
Evolução do pensamento ambientalista no século XX: Surgiu como uma crítica ao mundo
moderno e à sua ciência, intensificada após eventos como os bombardeios atômicos de 1945 e a
publicação do livro "Primavera Silenciosa" de Rachel Carson em 1962.
Fragmento do livro
“No século XX, o pensamento ambientalista surgia imbuído de uma crítica e uma recusa ao mundo
moderno e sua ciência. Em 1945, os Estados Unidos explodiam as primeiras bombas atômicas. A
primeira, experimentalmente, no deserto de Los Alamos; as demais, sobre as populações civis de
Hiroshima e Nagasaki, ao término da Segunda Guerra Mundial. Foi então que os habitantes do
planeta deram-se conta de que o conhecimento humano acabava de atingir uma etapa na qual se
tornava capaz de destruir o mundo todo.”
“Rachel Carson, que, em 1962, lançou um livro intitulado “Primavera silenciosa”, no qual provava
que os pesticidas usados na agricultura eram os responsáveis pelo desaparecimento de inúmeras
espécies, e pássaros estavam ameaçados de extinção, inclusive a águia, símbolo dos Estados
Unidos.”
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Economia e sustentabilidade: fatos, mitos e caos | Wilson Cabral |
Video - https://www.youtube.com/watch?v=_un2hGEpHK8