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Ensaio Filosófico

Será a responsabilidade ecológica uma obrigação moral?


Diogo Dias nº6 11ºA
Neste ensaio pretendo abordar o problema da responsabilidade ecológica. Enquanto seres
racionais somos responsáveis pela Natureza, todavia atualmente com os níveis de poluição a
aumentar, a emissão de gases efeito de estufa e o aquecimento global a aumentar de forma
trágica e a utilização e o futuro esgotamento de recursos naturais, estamos não só a pôr em
risco a biodiversidade do nosso planeta, como também a existência de um planeta saudável
para as futuras gerações. O grande problema atualmente é que vivemos num planeta onde os
recursos são limitados e finitos, onde crescimento das economias mundiais atuais só é possível
devido à degradação ambiental. A ciência, juntamente com outras áreas do conhecimento
como a religião, arte e filosofia, devia estar na linha da frente na tentativa de conseguir
mudar esta crise ambiental que estamos a viver.

Perante isto, as opiniões dos filósofos que formulam opiniões e perspetivas sobre este assunto
divergem: Os antropocentristas defendem que as obrigações morais a respeito da natureza
dependem dos nossos interesses. Isto significa que, nós não temos obrigações morais diretas a
respeito da natureza. Apenas, a espécie humana, segundo esta perspetiva, é alvo de
consideração moral. Segundo os defensores desta perspetiva o nosso destino é inseparável do
da natureza, e para nosso interesse, devemos preservá-la e conservá-la. Trata-se de assegurar
a sustentabilidade da vida humana no planeta e a qualidade de vida. Os defensores do
antropocentrismo referem que de acordo com o tipo de interesses humanos, existem éticas de
conservação e éticas de preservação da natureza. A primeira interessa-se na conservação dos
recursos naturais, visto serem limitados, assegurando que as gerações futuras também têm
direito a esses recursos. A segunda prefere preservar a natureza para o crescimento humano e
espiritual. Um dos filósofos defensores do antropocentrismo, Hans Jonas, refere que as ações
das gerações humanas atuais devem ser fundamentais para assegurar a possibilidade de uma
existência digna às gerações futuras, ou seja, deve-se proteger o planeta para garantir algo
habitável às gerações vindouras. Jonas defende ainda que mais do que pensar nas gerações
futuras, é necessário conhecer as consequências dos nossos atos e antecipar as consequências
dos mesmos, impondo, desta forma, limites ao contrário do que as gerações anteriores
fizeram.
Porem os defensores do Biocentrismo opõem-se a Jonas… Estes contestam a ideia de que os
seres humanos são moralmente mais dignos de consideração do que as espécies que fazem
parte da comunidade. Um defensor do biocentrismo, Paul Taylor, Por outro lado, os
defensores do Biocentrismo, olham para a natureza como tendo um valor em si mesma,
embora considerem especificamente os seres vivos, assim, os defensores desta perspetiva
focam-se na vida, atribuindo-lhe um valor único e fundamental.
Por outro lado, a ética ecocêntrica considera os efeitos das ações sobre o ambiente não só nos
seres humanos ou nos seres vivos, mas em todos os seres naturais. Todos os seres naturais – a
chamada comunidade natural – têm valor intrínseco, não enquanto indivíduos, mas como
membros dessa comunidade. Temos deveres diretos para com o ambiente.

Neste ensaio irei defender os ideais do Biocentrismo. Os Defensores do Biocentrismo, olham


para afirma que devemos respeitar todas formas de vida. Aqueles que defendem essa ideia
afirmam que estar vivo é a única condição que precisa ser satisfeita para se merecer respeito.
Se uma entidade está viva, então, independente de qualquer outra característica que possa
ter, ela tem valor em si mesma. Isso significa respeito não apenas para seres sencientes, mas
para todas entidades vivas. Contudo, apenas dão valor à Natureza pelo que ela vale e não por
interesse humano ao contrário de Jonas, porque, é de salientar, que até agora a humanidade
só se preocupou com ela própria e nunca com a sua própria casa e isso nunca ninguém poderá
desmentir, pois está escrita e gravada em toda a história da humanidade e da Terra.
Em segundo lugar, foi esquecido que a Natureza é a mãe do Homem, ao mesmo tempo a sua
casa, família e bem. Sem ela não haveria lugares encantadores para visitar, não haveria dias
esplendorosos de praia, campismo, ou outras atividades de lazer que toda a gente aprecia.
Sem ela, não haveria lugar para construir os edifícios que fazem parte das vidas de qualquer
ser humano. Até agora, o que foi feito foi usar e abusar da Natureza, sempre com fim de
interesse mundano e nunca com interesse natural. Posto isto, não estará na altura de valorizar
a Natureza, assim, pelo que ela realmente vale?
Na perspetiva dos seus críticos, ao sobrevalorizar os organismos individuais, o biocentrismo
perde de vista as relações mais globais e envolventes, ou seja, as relações de cooperação e de
dependência mútua que existem em cada ecossistema e na comunidade biótica em geral.
Assim, parece faltar-lhe um critério para resolver os conflitos de interesses entre as entidades
individuais –abatemos árvores em nome do progresso ou dos nossos interesses ou não?

Concluindo, A ética ambiental é um campo do conhecimento que gera, atualmente, muitos


debates. Apesar das hipóteses discutidas no seio da ética ambiental no sentido de relevar o
modo como o ser humano se relaciona e pensa sobre a natureza, não se consegue ainda
chegar a um consenso relativamente a diversas situações. Por exemplo, debates em que
ecologistas e biólogos conservacionistas são também vistos como defensores da proteção
ambiental têm recebido muita atenção neste âmbito. Questões como o espaço para a
preocupação com o bem-estar animal na manutenção da vida selvagem, a avaliação e controlo
de espécies não nativas e a adoção de uma abordagem mais interventiva na conservação e
proteção ambientais (incluindo propostas de recolocação de espécies e utilização de sistemas
que protejam o meio ambiente a fim de evitar os piores efeitos das alterações climáticas)
dividem frequentemente engenheiros ambientais e conservacionistas. Esta divisão está,
normalmente, tão relacionada com diferentes convicções éticas e valores relativamente à
nossa responsabilidade para com as espécies e os ecossistemas, como com divergências
científicas na interpretação de dados ou nas previsões sobre as ações sociais e políticas

Bibliografia

https://drive.google.com/file/d/1mOUCKFJG_ft2hgXCI9jcrbi5ovGUveQz/view
Luís Rodrigues, Problemas da ética ambiental. A proteção da natureza, Filosofia 11ºAno (29 de
maio)

https://drive.google.com/file/d/1tdVExBB-jyFMA8kAdNvAnp3b4cDvJMDj/view
Viriato Soromenho-Marques, Como decidir sobre o futuro (29 de maio)

https://drive.google.com/file/d/1LlT7rdJOFq3KL2Ug2wB73PaGO42qp3Um/view
Carlos Fiolhais, O CLIMA E O HOMO SAPIENS, Ensaio Filosófico - A ciência e cuidado pelo
ambiente. (29 de maio)

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