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REPÚBLICA DE ANGOLA

GOVERNO DA PROVÍNCIA DE LUANDA


DIREICÇÃO MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO DE BELAS
COMPLEXO ESCOLAR DO ENSINO PRIMÁRIO, I° E II° CICLO, N.° 2017

* ENG° JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS *

TRABALHO DE FILOSOFIA

TEMA: ÉTICA AMBIENTAL-


ECOLÓGICA

Sala: 05

Classe: 11ª

Período: Tarde Docente

Curso: Ciências Físicas e Biológicas ____________________

Ano Lectivo / 2023/2024


Integrantes do grupo VI

Nomes Classificação
André Fausto Da Costa Francisco
Odeth André Merlón
ÍNDICE

Integrantes____________________________________________________________________
Introdução___________________________________________________________________1
Densenvolvimento_____________________________________________________________2
Mercado e meio ambiente______________________________________________________2
Crise ecológica________________________________________________________________3
Crise ambiental_______________________________________________________________3
Como ultrapassar a crise ambiental_______________________________________________3
A ecologia na conservação_______________________________________________________3
Como é que os filósofos pensaram a respeito da naturfsa (baseando-se na ética ambiental-
ecológica)____________________________________________________________________4
Os efeitos das mudanças climáticas para o ambiente ecológico_________________________4
Ética e a moral________________________________________________________________4
Conclusão____________________________________________________________________5
Referências bibliográficas_______________________________________________________6
Introdução

O presente contéodo pretende apresentar o quão relevante é, ainda em nossos


dias, a necessidade de se refletir sobre uma ética centrada na natureza. Para tanto, irá
realizar uma análise de algumas das principais teorias sobre a ética ambiental-ecológico.
Será adotado, para o seu desenvolvimento, o método dedutivo, com caráter teórico,
analítico e descritivo, como base para proceder a uma revisão da literatura mencionada
sobre ética ambiental-ecológico. A ética é o estudo dos juízos de apreciação referentes à
conduta humana. Implica no entendimento do que deve ser socialmente correto e justo
para a geração presente e sustentável, no longo prazo. No plano ambiental, a ética deve
ser entendida como um pressuposto fundamental do comportamento humano, sob o qual
as decisões de gestão dos recursos naturais devem visar ao consumo presente, sem
prejuízo para as gerações futuras. Já no plano econômico, admite-se que as implicações
de dado fluxo de custos e benefícios das atividades produtivas devem ser avaliadas com
base em ganhos e perdas reais no período presente, em relação ao tempo futuro.

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A ética ambiental-ecológica consiste em teoria e prática sobre preocupação
apropriada com valores e deveres em relação ao mundo natural. Segundo explicações
clássicas, a ética diz respeito a pessoas relacionando-se com pessoas em justiça e amor.
A etica ambiental-ecológica parte de preocupações humanas com uma qualidade
ambiental, e alguns pensam que isto molda a ética como um todo. Outros sustentam
que, além das preocupações inter-humanas, os valores estão em jogo quando os
humanos se relacionam com animais, plantas, espécies e ecossistemas. Segundo essa
visão, os humanos devem julgar a natureza as vezes consideravel moralmente nela
mesma, e isto orienta a ética para novas direções.

MERCADO E MEIO AMBIENTE

Na verdade, o principal problema da valoração dos recursos naturais e meio


ambiente tem sido o seu tratamento com base no “mainstream” econômico. O
“mainstream” econômico tem sido dominantemente clássico e, como tal, é
essencialmente uma economia de mecanismos de mercado e de finalidade alocativa.
Nessa contingência, o processo alocativo esbarra em elementos intangíveis, sem valor
monetário determinado, porque não pode assegurar a alocação eficiente das
intangibilidades.

Gustafsson (1998) enfatizou que, para sermos capazes de delimitar o escopo e os


limites do mecanismo de mercado na gestão de recursos naturais e ambientais devemos
considerar, em primeiro lugar, a função e os valores ambientais e, em segundo lugar, as
condições e as propriedades institucionais de mercado, observando a extensão com que
essas propriedades se compatibilizam entre si. Ele sistematizou o ambiente natural em
quatro tipos de atividades que determinam a existência humana, quais sejam, regulação,
carga, produção e informação, num complexo processo de agregação em componentes
que determinam valores ecológicos, sociais e econômicos. Nesse caso, os valores de
mercado são considerados subclasses dos valores econômicos, sendo alguns
quantificáveis e outros, não.

Para que um valor econômico seja qualificado de valor de mercado, ele deve
originar-se de um processo alocativo espontâneo, em que a escolha e a informação
sejam livres aos consumidores, a competição seja extensiva entre produtores e haja
ausência de externalidades. Segundo Pearce (1993), o conceito de valoração reflete a
disposição a pagar por um benefício ou a disposição a evitar determinado custo
ambiental e a conseqüente avaliação de suas implicações intergeracionais. A literatura
define o valor econômico do meio ambiente como o somatório de valor de uso, valor de
opção e valor de existência, distinguindo-se duas técnicas de valoração com base em
mercados de recorrência e em mercados hipotético ou contingencial. Mercados de
recorrência são definidos como mercados de bens substitutos ou complementares aos
bens ambientais. As técnicas de mercado hipotético ou de avaliação por contingente são
aquelas em que se pesquisam as preferências individuais e a disposição a pagar na
provisão de bens ambientais (Serôa da Motta, 1992). O valor de uso é aquele que se
refere ao uso direto e indireto do meio ambiente, isto é, quando se configura um fluxo
de bens e serviços ambientais associado a uma atividade de produção ou de consumo.
Por exemplo, uso direto, como pesca, caça e recreação, ou indireto, como observação de
pássaros ou de uma queda de água. O valor de opção pode ser interpretado de duas
formas — uma associada à expectativa que os indivíduos têm de possíveis usos, que
farão no futuro, de certos bens ambientais; ou seja, as pessoas estariam dispostas a
pagar, hoje, alguma coisa pela opção de uso futuro.

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A outra refere-se à incerteza a respeito do meio ambiente em risco, razão por que
se assinala um valor positivo para que a preservação exista, até que se conheça com
maior segurança um valor de uso preciso. Essa segunda concepção tem sido
denominada valor de quase-opção. A terceira parcela deriva da satisfação de pagar algo
pela preservação dos recursos naturais somente por causa de motivos altruístas, como a
benevolência em relação a pessoas ou espécies animais e botânicas afetadas pela não-
preservação de certo sítio natural. O valor de existência está dissociado de qualquer
fluxo de bens e serviços ambientais consumidos pelo indivíduo. Serão esses motivos
altruístas que comporão basicamente os nossos argumentos contrários aos instrumentos
clássicos na economia dos recursos naturais.

CRISE ECOLÓGICA

Hoje em dia, o ser humano apenas tem perante para sí três grandes problemas
que foram ironicamente provocados por ele próprio: o aumento da população, o
desaparecimento dos recursos naturais e a destruição do meio ambiente. Triunfar sobre
esses problemas, vistos sermos nós a sua causa, deveria ser a nossa mais profunda
motivação.”

CRISE AMBIENTAL

 Ameaça todas as formas de vida;


 Dimensão planetária;
 Crescimento exponencial;
 Risco para as gerações futuras

COMO ULTRAPASSAR A CRISE AMBIENTAL

 Reposicionamento perante a natureza;


 Nova concepção filosófica Homem-Natureza;
 Ampla mudança de mentalidade;
 Consciencialização ambiental;
 Compromisso preservacionista;
 Equacionar a realidade de um modo diferente;

A ECOLOGIA NA CONSERVAÇÃO

A ecologia dedica-se a estudar as interações entre os seres vivos e destes com o


seu meio. Diversas definições já foram propostas, mas o termo sempre se referiu a uma
determinada disciplina científica com foco nas relações entre organismos e ambiente. O
ambientalismo moderno, por outro lado, é um movimento social com raízes antigas,
mas que tomou forma consistente na metade do século XX.

A idéia central da ideologia ambientalista é a redução dos impactos das


atividades humanas sobre os ecossistemas, deste modo conservando o planeta em um
determinado estado (considerado “de equilíbrio”). Considerando-se estes objetivos,
desde cedo ficou evidente a contribuição potencial da ecologia para solucionar a crise
ambiental. Vários ecólogos justificam suas atividades por meio de motivações
ambientalistas (e.g., conservação de espécies, recursos ou ecossistemas), e muitos
ambientalistas buscam soluções científicas para resolver suas demandas. A relação entre
ambas se tornou tão próxima a ponto de, no discurso popular, “ecologia” ser

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considerada (erroneamente) sinônimo de “ambientalismo”. Mas conservar envolve
atividades de um conjunto mais amplo de profissionais, desde ecólogos acadêmicos e
aplicados, a consultores, ONGs, órgãos públicos e tomadores de decisão. Mesmo com
esta relação estreita, diversas pessoas manifestam certa insatisfação com a ecologia,
notadamente as mais envolvidas na parte prática da conservação.

COMO É QUE OS FILÓSOFOS PENSARAM A RESPEITO DA NATURFSA


(BASEANDO-SE NA ÉTICA AMBIENTAL-ECOLÓGICA)

Os filósofos pensaram a respeito da natureza por milenios. Embora haja urna


ética implícita em muitas dessas visões de mundo, isto jamais foi muito desenvolvido no
Ocidente. Na sequência do Iluminismo e da revolução científica, na filosofia secular, a
natureza passou a ser vista como um reino destituído de valores, regido por forças
causais mecânicas. Os valores surgiram somente com os interesses e preferências dos
humanos. Nas teologias judeucristãs que prevaleciam anteriormete, Deus criou uma boa
terra com miríades de criaturas, e sujeitou-as ao domínio humano. Por quatro séculos, a
filosofia ocidental e a TEOLOGIA forarn predominantemente humanistas ou, em
vocabulario corrente, antropocêntricas.

A ética arnbiental aplica a ética ao ambiente de maneira análoga em relacção à


ética aplicada aos negócios, à engenharia, ao diretto e à tecnologia. Semelhantes
aplicações humanistas podem representar urn desafio: limitar o crescimento
populacional ou o desenvolvimento, questionar o consumismo e a distribuição de
riqueza, defender a inclusão de rnulheres ou povos aborígines, ou advertir contra o
aquecimento global.

OS EFEITOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS PARA O AMBIENTE


ECOLÓGICO

Os efeitos das mudanças climáticas não afetam apenas o tempo, o clima e os


sistemas ecológicos, mas podem causar danos diretamente aos seres humanos e seus
meios de subsistência. À medida que o nível do mar sobe, as terras costeiras são
inundadas e as ilhas baixas poderão ficar totalmente submersas. A mudança nos padrões
de chuvas pode tornar a agricultura mais difícil em muitas áreas; as tempestades de
maior intensidade, o aumento das inundações e as ondas de calor mais frequentes
colocam as pessoas em todo o mundo em risco. Os principais riscos para a saúde
humana incluem: aumento da desnutrição e consequentes distúrbios, com implicações
no crescimento e desenvolvimento infantil; aumento de mortes, doenças e lesões devido
a ondas de calor, inundações, tempestades, incêndios e secas; aumento da frequência de
doenças cardiorrespiratórias devido a maiores concentrações de ozônio no nível do solo;
distribuição espacial alterada de alguns vetores de doenças infecciosas.

A ÉTICA E A MORAL

Fundamentar as normas que regulem, a partir de valores imperativos morais, a


conduta do homem com a natureza é tarefa a ser assumida pela ética ambiental. A
reflexão moral representa uma forma de promover a sensibilidade ecológica, expandida
em uma ética filosófica da natureza, mediante fundamentação racional de normas de
conduta A racionalidade dos resultados, conforme denominou Weber, constitui-se como

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uma das origens do problema ecológico. Isso por que, nessa lógica, a razão humana se
desvincula de toda uma racionalidade de valores. Em outras palavras, a natureza passa a
ser considerada pelo valor de mercado e não mais por qualquer valor moral.

Segundo Kant, as condutas do homem para com a natureza têm sua essência na
moral, vez que a escolha entre o que se pode fazer (que é técnica) e o que se deve fazer
é uma questão de ética A racionalidade baseada na produção de riqueza apenas
condiciona a uma perda do referencial de valor moral que vê a natureza não como fonte
de produção. Nesse sentido, percebe-se a total conexão entre a racionalidade científica e
a destruição de certos valores morais. É como se a objetivação da vida proporcionada
pelos avanços da ciência, ocasionassem um processo de substituição do mundo natural
por uma estrutura artificial de conhecimentos formais.

A tendência seria, portanto, uma arbitrariedade de condutas nas quais a


exploração da natureza mostra a perversa racionalidade que respeita apenas os valores
econômicos e tecnológicos. Esta situação foi anunciada por Habermas como um
momento em que a técnica e a economia, elevadas a ideologias, não apenas teriam se
diferenciado da razão moral, mas também ignorado esta como princípio legitimador de
condutas.

O valor moral, que conduz à ética, refere-se a decisões racionais que em outros
tempos, como na idade média, por exemplo, vinculavam-se a instâncias metafísicas,
religiosas e que, na modernidade se basearam em categorias científicas. Atualmente, as
novas formas dessa razão, como a ecologia, ainda estão à espera de uma revalidação –
somente atribuível pelo homem – que promova a ponderação das possibilidades e
limites da sua razão sobre o uso e manejo da natureza. Isso por que é o homem quem
revalida, ou não, as razões ecológicas e científicas.

O problema, portanto, ainda recai sobre a questão da ética; sobre o que é o ético.
A ética ambiental seria um novo paradigma construído sob suporte das ciências
naturais, biologia, ecologia, geologia, etc. Contudo, consagrar essa ética propõe a
identificação da relação de dependência entre homem e natureza, deslocando-se aquele
da função de explorador. Uma ética ambiental pressupõe rechaçar a noção da ética
antropocentrista, conduzindo à assunção de que além de agente criador, o homem é
também paciente e que há instancias que transcendem seu poder e controle. A ética
ambiental, portanto, admite a relação de dependência para com a natureza, relação que
até pouco tempo atrás se baseava no paradigma da dominação.

A ética ambiental-ecológica, portanto, se fundamenta na existência de valores


ecológicos, sem os quais dificilmente poderia ser legitimada como conduta racional.
Refere-se à natureza como um todo, englobando toda a comunidade biótica, em cujo
equilíbrio se fundamenta o fundamento da ética. A ética do meio ambiente reconhece
nos seres vivos um valor de dignidade, de respeito aos valores da natureza enquanto
bens em si mesmos. Esses valores existiriam independentemente da necessidade e do
interesse da espécie humana.
Conclusão
5
Após as pesquisas feitas abordado sobre a ética ambiental-ecológica,
concluímos que a ética ambiental-ecológica deve ser entendida como um pressuposto
fundamental do comportamento humano, sob o qual as decisões de gestão dos recursos
naturais devem visar ao consumo presente, sem prejuízo para as gerações futuras, para o
seu desenvolvimento, com o caráter teórico, analítico e descritivo, como base para
proceder a uma revisão da literatura mencionada sobre ética ambiental-ecológico.
Referências bibliográficas
6

DWORKIN, R. 2014.ÉTICA AMBIENTAL. São Paulo, WMF Martins Fontes, 735 p.


FERRY, L. 2009. A nova ordem ecológica: a árvore o animal e o homem. Rio de
Janeiro, Difel, 250 p. GARCIA, M. da G.F.P.D. 2007. O lugar do Direito na proteção do
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por quê? As motivações e objetivos da ideologia ambientalista. [Dissertation]. Belo
Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais.

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