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UNIVERSIDADE LICUNGO
EVARISTO PHIRES
Beira
2023
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Evaristo Phires
Beira
2023
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Índice
1.Apresentação do tema.............................................................................................................4
1.2 Justificativas.........................................................................................................................4
2.Objectivos...............................................................................................................................5
3.Metodologias...........................................................................................................................5
4. Técnica de pesquisa................................................................................................................5
5. Tese........................................................................................................................................6
6. Fundamentação teórica...........................................................................................................7
7.Índice provisório...................................................................................................................10
8. Cronograma..........................................................................................................................11
Bibliografia..............................................................................................................................12
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1.Apresentação do tema
O presente projecto de pesquisa tem como tema: Ética de responsabilidade na perspectiva de
Hans Jonas.
1.2 Justificativas
A motivação por esta temática suscita na tentativa de buscar novas compreensões acerca do
compromisso ético do homem em relação ao meio ambiente. Para tanto, a revisão sobre “o
princípio responsabilidade” do filósofo Hans Jonas, motivou importantes considerações
estabelecidas nessa pesquisa. Sendo assim, ressalta-se a relevância do tema frente às atuais
configurações do mundo contemporâneo. Portanto, a responsabilidade ambiental deve ser
reflectida nos diferentes sectores socioculturais, de forma a ser valorizada e colocada em
prática, buscando fomentar técnicas educativas capazes de legitimar novas interacções, haja
vista o avanço nas pesquisas e a progressão no conhecimento nesse campo, frente às atuais
demandas sócio-ambientais. Em O Princípio Responsabilidade, Jonas apresenta a sua
preocupação com o futuro da humanidade e com os rumos que o uso impensado da
tecnologia pode nos levar. Após algumas experiências do homem com a aplicação da técnica
para fins nada nobres, como por exemplo, o uso da bomba atómica, restam muitas perguntas
e um tipo de lacuna ética.
1.3.Problematização
O século XXI é notadamente marcado por riscos que chamam a atenção para os grandes
desafios que surgirão no horizonte bem próximo da sociedade contemporânea. Estes riscos
delineiam um devir, no qual o esboço de um mundo virtuoso, esperado e desejado desde o
final do século XIX, muito bem expresso no conceito de progresso e nas oportunidades
alardeadas pela ciência, não mais surge como inevitável e inexorável.
Os problemas ambientais vividos pela sociedade nos levam à reflexão: teremos um futuro
sustentável para as futuras gerações? É preciso perceber que o degaste ambiental sofrido pelo
Planeta Terra é demasiado, e a construção de uma consciência crítica capaz de perceber e
posteriormente agir, não acontece actualmente, sendo um desafio urgente para os diversos
grupos humanos.
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2.Objectivos
3.Metodologias
4. Técnica de pesquisa
Pesquisa bibliográfica: consistirá na selecção e recolha do material que aborda o tema em
destaque.
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5. Tese
Hans Jonas fomenta a consciência crítica sobre a postura que a ciência deve assumir no
processo de defesa da vida no planeta. A partir desse pressuposto, propõe-se uma ética de
responsabilidade sobre a humanidade e o meio ambiente. As ideias do teórico incidem na
compreensão que a busca do homem pelo conhecimento nem sempre respeita os limites
éticos, desvinculando-se do sentido de responsabilidade social, supervalorizando a tecnologia
em detrimento da vida. Segundo o princípio de responsabilidade de Jonas, não se pode
sacrificar o futuro pelo presente: se a humanidade se preocupar apenas com o presente, o
futuro pode deixar de existir. A ética proposta por Hans Jonas inclui a responsabilidade por
futuras gerações. Esse tipo de responsabilidade não pode ser uma relação recíproca, pois é
direccionada às gerações futuras. É uma responsabilidade por pessoas que ainda não
nasceram, inclusive por seres humanos que habitarão a terra após todos que hoje estão vivos
já terem morrido. Portanto, trata-se de uma responsabilidade que não pode ser reciprocada.
Dito isto, a:
E ética deve impor limites à Ciência, sobretudo se o progresso científico ameaçar
a manutenção da vida na terra ou apresentar consequências desconhecidas.
Nova ética da responsabilidade deve incorporar a noção de cautela e a projecção
de consequências negativas ao impor limites à actuação da Ciência e da
tecnologia.
Ética deve se posicionar criticamente contra qualquer avanço científico que
ameace a continuidade da vida.
Há necessidade de se repensar a ética, acompanhada de valores que proporcionem uma
reflexão actualizada, que problematize os conceitos de positivo, negativo, bem e mal. Daí
parte também a convicção de que precisamos organizar as ideias, dando vida aos fatos, de
maneira que se acrescente a conduta que não só determinará a moral, mas que distinguirá o
comportamento individual e colectivo do homem perante o mundo.
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6. Fundamentação teórica
Alemão de Mönchengladback, Hans Jonas nasceu em 1903 e viveu até 1993. Em sua obra
basilar, O princípio responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização tecnológica,
publicado em 1979, Jonas discute os principais problemas ocasionados pela natureza
modificada do agir humano, para os quais ele se encarrega de apresentar soluções quanto à
questão da relação homem/natureza – que se caracteriza exactamente por ser empresa e
processo – estes sendo o que se pode considerar como os autênticos signos do progresso.
Logo no início desta reflexão Hans Jonas afirma que tomemos do passado aquelas
características do agir humano significativo para uma comparação com o estado actual de
coisas. Para Hans Jonas nenhuma ética anterior havia pensado em um futuro distante, pois
elas não reflectiam sobre a relação homem x natureza por se acreditar que, até então, que a
acção do homem tinha um impacto quase irrelevante em relação ao meio ambiente. Segundo
o autor, imaginava-se que o “alcance efectivo da acção era pequeno, o intervalo de tempo
para a previsão, definição de objectivo e imputabilidade era curto, e limitado o controle sobre
as circunstâncias” (Jonas,2006.p.35). O que leva a crer que as éticas anteriores tinham um
carácter antropocêntrico, a ética tinha a ver com a relação directa entre iguais.
Segundo Jonas (2006), o imperativo kantiano era voltado para o indivíduo e seu
critério era momentâneo, Kant enunciava: “Aja de modo que tu também possas querer
que tua máxima se torne lei geral”. Em seu imperativo, Kant impelia à reflexão sobre
as consequências de uma universalização de nossa máxima de conduta, mas nesta
reflexão não havia a possibilidade de que factualmente a escolha individual viesse a
se tornar uma máxima geral ou mesmo contribuir para tal. Não se consideram os
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efeitos reais em absoluto, não se trata de uma responsabilidade objectiva, mas de uma
constituição subjectiva da autodeterminação. Já o imperativo jonasiano diz respeito a
outra forma de coerência, não sendo mais a do ato com ele mesmo, mas “a dos seus
efeitos finais para a continuidade da actividade humana no futuro” (p.49).
É necessário um novo imperativo adequado ao novo tipo de agir humano diante desse novo
contexto deveria ser mais ou menos assim segundo Jonas: “Aja de modo a que os efeitos da
tua acção sejam compatíveis com a permanência de uma autêntica vida humana sobre a
Terra”; ou expresso pela via negativa: “Aja de modo a que os efeitos da tua acção não sejam
destrutivos para a possibilidade futura de uma tal vida”; ou simplesmente: “Não ponha em
perigo as condições necessárias para a conservação indefinida da humanidade sobre a Terra”;
ou ainda positivamente: “Inclua na tua escolha presente a futura integridade do homem como
um dos objectos do teu querer (idem).
Percebe-se, assim, que o imperativo proposto por Jonas consiste em um verdadeiro princípio
ético, ou seja, significa um agir ético coerente com a continuidade da vida humana no futuro,
sendo primordial que as acções decorrentes desse princípio adoptem uma caracterização
universal na medida factível e possível de sua eficácia. O imperativo proposto por Hans Jonas
é de ordem racional para um agir colectivo como um bem público e não individual.
Garcia (2007) esclarece o ponto da ética voltada para o futuro, segundo a qual para
ultrapassar a tradicional é a ética do futuro, de dimensão “quase cósmica”,
eminentemente política, uma ética que, de um lado, demanda uma cidadania
informada e ciente das suas consequências e irreversibilidade, de outro, demanda uma
cidadania à escala global (p.75). Percebe-se o contraponto que é desenvolvido por
Hans Jonas no que se refere à ética tradicional e à ética do futuro. Enquanto a ética
tradicional tem como características principais a contemporaneidade, a proximidade, a
acessibilidade e a não comutatividade, a ética do futuro ultrapassa esses quesitos, uma
vez que o agir humano não apresenta previsibilidade dos seus efeitos (Garcia, 2007, p.
82).
Hans Jonas propõe que as acções humanas sejam regidas por uma ética que propicie aos
homens do futuro encontrar plenas condições de vida na Terra. Segundo o autor, a ética do
futuro não pode estar baseada somente na emoção, embora ele admita que o sentimento de
temor possa servir como método para conhecer o que queremos preservar. A ética do futuro
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8. Cronograma
Actividades Meses
Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro
Elaboração de
projecto de pesquisa X
Colecta de dados
X
Análise e organização
dos dados
X
Elaboração de
projecto X
Entrega da versão
final de projecto
X
9. Orçamento
Material Quantidade de material Valor de material
Obras 6 --
Resma 1 250 Mts
Computador 1 9.000 Mts
Esferográfica 2 20 Mts
Caderno 1 100 Mts
Total 11 9370mts
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Bibliografia
JONAS, Hans. (2006). O princípio responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização
tecnológica. Rio de Janeiro: Contraponto: Ed. PUC‐Rio.
____ (2004).O princípio-vida: fundamento para uma biologia filosófica. Petrópolis: Vozes.