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Resumo para a prova

A Psicologia é uma ciência multifacetada, repleta de dualismos como objetividade -


subjetividade, normal - patológico, individual- social, orgânico-mental etc. E para lidar
com estes objetos de estudo não se firmou uma base de preceitos gerais unificadores
aptos a conferir a psicologia uma identidade epistemológica → isso é devido a
existência de tantas abordagens e linhas teóricas.
Isso faz com que “Psicologia” não exista na exata concepção da palavra, e este é o
maior desafio desta ciência. A Psicologia Histórico Cultural assumiu este desafio para
si, e esta é uma de suas características principais desde seu surgimento. A ideia aqui
não seria juntar todas as abordagens como uma coisa só, mas torná-las parte da
ciência Psicologia, a qual, sistematizada, serviria como uma base geral.
Em geral, o problema aqui não está no objeto de estudo → consciência,
comportamento, fenômenos, etc. O problema está na falta de um método, e é isso que
a PHC busca delimitar.
“a possibilidade da psicologia como ciência é antes de tudo um problema
metodológico”.
Então, por isso, Vigotiski encontrou no materialismo histórico-dialético o enfoque
metodológico para a psicologia.

O método vem então com a função de conhecer e apreender a realidade, a qual tem
uma determinada dinâmica, o que justifica o uso do método, pois é com ele que
podemos buscar o melhor caminho para entender essa dinâmica.
O pressuposto é o princípio de determinação → o que está sendo estudado, entendido,
etc
E a lógica é a maneira de organizar o pensamento a partir deste pressuposto
pressuposto é a matéria e a lógica é a dialética.

DIFERENÇAS ENTRE IDEALISMO E MATERIALISMO

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Idealismo: objetos reais como manifestações de essências imateriais e abstratas; aqui
o determinante é a essência; a consciência existe independentemente da matéria,
gere-a e dirige-a. Ou seja, aqui acredita-se que tudo vem antes no nosso pensamento
→ imagino a existência de algo para se sentar de forma mais confortável antes da
criação da cadeira .
Materialismo: a matéria é externa, não foi criada por ninguém e não existe força
sobrenatural; a consciência é produto do desenvolvimento histórico da matéria, ideia é
a capacidade de representar a realidade no pensamento.
Ou seja, aqui acredita-se que o tudo (coisas materiais) já existem antes de torná-lo
cognoscível → o ato de se sentar, bem como materiais como pedras, madeira, etc, já
são existentes. A partir desse existente e da necessidade de algo diferente
(contradição e superação encaixam-se aqui) o homem cria então o objeto cadeira.
Aqui determina-se uma relação entre o sujeito e o objeto que é dada pela atividade

MATERIALISMO HISTÓRICO
Materialismo Histórico é o núcleo teórico-filosófico da epistemologia marxiana,
produzido pela decodificação materialista dialética dos fenômenos da realidade, no que
se inclui a natureza, a história, a vida social e o próprio homem.
Marx e Engels defendiam que a realidade e todos os fenômenos que a constituem são
material (materialistas).
A matéria é definida portanto como o dado primário da existência e dela tudo
depende, inclusive a consciência e o próprio pensamento humano.
O mundo objetivo é que será captado pelos sentidos e representado pela consciência,
a quem competirá torná-lo cognoscível. Isso faz sentido se pensar no desenvolvimento
de uma criança, a realidade não era idealizada para ela antes de ser materializada,
pelo contrário, é através da interação com o mundo material que ela desenvolverá sua
cognição.
A história é o produto dos modos pelos quais os homens organizam sua
existência ao longo do tempo e diz respeito ao movimento e as contradições do
mundo, dos homens e de suas relações. → o ser supera-se como ser biológico e
firma-se como ser social e histórico

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Sobre a centralidade do trabalho social:

Na concepção de Marx, trabalho não é sinônimo de emprego, mas significa a atividade


vital humana, a partir da qual o ser humano se relacionará com a natureza e com os
outros homens para criar condições necessárias de produção e reprodução da
humanidade.

O trabalho é um processo entre o homem e a natureza.


O homem se defronta com a matéria natural e a coloca em movimento → atuando
sobre a natureza o homem a modifica. “O homem como parte da natureza só
pode sobreviver por seu constante metabolismo com ela”.

O homem passa por três grandes estágios evolutivos segundo Leontiev:

evolução exclusivamente biológica;

desenvolvimento embrionário de vida social;

superação de um sistema de vida dominado por uma natureza dada (plano


biológico) em direção a um sistema de vida criador de uma natureza adquirida
(plano histórico-social).

Toda ação humana (sei lá, construir uma casa) pressupõe a consciência de uma
finalidade (estou construindo uma casa para morar, ganhar dinheiro, etc) que precede a
transformação concreta da realidade natural ou social (a construção da casa em si) e ,
desse modo, a atividade vital humana é ação material consciente e objetiva, ou seja: é
práxis

Percebe-se que o trabalho é o que possibilita a estruturação da consciência, e com


isso, ela o regula.
O trabalho demanda meios e resulta em produções (no exemplo da casa, para
construí-la é preciso ter recursos para isso, e o resultar em produções seria o resultado
final, fruto do trabalho de construir a casa, que seria a própria casa em si), isto é,
sintetiza apropriações e objetivações
(desenvolver apropriações e objetivações aqui)

Objetivação: consiste na transferência, pelo ser humano, de características e


propriedades por meio da atividade física e /ou mental para um produto, com tal

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produto passando a ter uma função específica na prática social, e se tornando objeto
de uma dada apropriação, que representa o segundo processo.
exemplo: um martelo → função social de construir

Apropriação: processo por meio do qual o indivíduo utiliza o acúmulo de informações


da humanidade de forma genérica, para replicar a atividade de forma correspondente a
sua singularidade
Exemplo: como as pessoas usam o martelo, qual braço têm mais força, etc

As bases para as relações sociais são as relações sociais de produção:

Os homens não produzem individualmente os meios de sua sobrevivência, pelo


contrário, produzem em comum, interdependentemente… E é por isso que sejam quais
forem as condições, a produção humana é sempre uma produção social. A história de
desenvolvimento das sociedades está atrelada as suas relações de produção → São
as mudanças nos modos de produção que provocam as transformações dos modelos
organizativos da sociedade, ou seja, do sistema político e econômico que lhe dá
sustentação.

No sistema capitalista existe a alienação na relação entre o indivíduo e o produto de


seu trabalho, seu processo de produção e o gênero humano → fica claro para Marx,
sob dadas condições que são histórico - sociais (e não naturais), o homem deixa de ser
sujeito de sua atividade vital convertendo-se em objeto dela

MATERIALISMO DIALÉTICO

Para Marx, se todo existente é movimento, a dialética se apresenta no


pensamento de Marx como a lógica pela qual ele deva ser compreendido.

É a partir da lógica dialética que poderemos ter o conhecimento e interpretação da


realidade como algo material e histórico. Ou seja, a dialética é um caminho, um
método.

A lógica materialista tem por objetivo estudar o movimento do movimento em


movimento

A dialética materialista reflete as leis do movimento dos objetos e processos do mundo


objetivo, incluindo o homem e sua sociedade, que atuam como princípios e formas de

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atividade do pensamento.

O materialismo dialético como método, sistematiza princípios que orientam a


construção do conhecimento de todos os aspectos de um fenômeno, da realidade e
sobretudo, das relações mútuas, das interdependências que entre eles existem e por
isso prima por ser um método de compreensão do real como totalidade.

O sujeito cognoscitivo é o ser humano e o objeto a ser conhecido é a realidade → o


conhecimento não emana nem do polo concreto, representado pelo objeto, nem do
polo abstrato, representado pelo sujeito (pensamento), mas concentra-se no
movimento entre esses polos, na relação entre a realidade e a consciência sobre ela.
A dialética é adotada por Marx como possibilidade de superação da dicotomia, da
separação sujeito-objeto, ou dos dualismos lógico-formais que imperaram durante
séculos no campo científico.

Lógica: formal e dialética

Lógica é a ciência dos processos do pensamento.

A palavra dialética significa debater ou conversar para se chegar a verdade,


descobrindo e superando a contraditoriedade presente no raciocínio do interlocutor → a
divergência era um fator determinante no movimento das ideias
Para Marx, o movimento do pensamento é o reflexo do movimento do mundo real, que
existe por anterioridade em relação à consciência.

a lógica dialética não descarta ou exclui a lógica formal, outrossim, incorpora-a por
superação.

O objeto da lógica dialética é processo de construção do concreto pelo pensamento,


enquanto o objeto da lógica formal é o processo de construção da forma do
pensamento.

Ou seja, a dialética relaciona muito o sujeito e o objeto para a construção do


pensamento, enquanto a lógica formal tem como enfoque apenas diretamente a
construção do pensamento

Leis básicas da lógica formal:

1. Lei da identidade→ qualquer dado é sempre igual a si mesmo A=A

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2. Lei da inadmissibilidade da contradição → a absoluta distinção entre identidade e
diferença. Se A=A, não pode ser Não A

3. Lei do terceiro excluído → se dois juízos que se contrariam não podem ser
verdadeiros e falsos ao mesmo tempo, se um deles é verdadeiro o outro é falso e
vice-versa.

Leis básicas da lógica dialética:

A lógica dialética volta-se para o estudo do movimento, da contradição e das


mudanças que elas promovem

Ao aprender os fenômenos em sua totalidade a dialética os afirma como síntese de


muitas determinações (isso me lembra muito do exemplo do cubo na feno, mas não
sei se é uma relação correta) → é impossível explicar de fato o real levando-se em
conta as partes isoladas.

A lei da contradição postula que tudo é e não é ao mesmo tempo → unidade


indissolúvel dos opostos, que contrapondo-se a si mesmos, se transformam
continuamente → todo desenvolvimento é o movimento sintetizado pela luta dos
contrários

A lei do movimento reflete a constatação da realidade como incessante


transformação e renovação

O desenvolvimento revela-se como resultado da acumulação de mudanças


quantitativas e qualitativas.

não significa que a lógica dialética rejeite a lógica formal, mas ela se apropria desta e a
supera. ou seja, dizer que A não poder não A, está correto, entretanto, a lógica dialética
considera que, como tudo está em movimento, A pode se transformar no seu contrário
não-A.

1. Movimento: explica que nada é eterno, só o movimento.

2. Contradição: unidade de contrários - em unidade e em luta. Só há movimento por


causa da contradição

3. Superação: tudo o que nasce traz em si o germe de sua superação. Nega e


incorpora. As contradições em luta se chocam, se resolvem e são superadas por
novas contradições

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4. Identidade de contrários: uma coisa pode se transformar no seu contrário. Ser o
seu contrário ao mesmo tempo

5. Necessidade: não é nem bom nem mal, o que possibilitou o movimento pode vir a
paralisá-lo

6. Salto de qualidade: quantidade e qualidade/ evolução e revolução/ acúmulo e


ruptura

7. Negação da negação: aparente retorno ao que já foi (primeira forma). O que é


superado é incorporado - movimento em espiral

8. totalidade: a causa de um fenômeno qualquer só pode ser o devir do mundo em


sua totalidade. Vê-los em movimento, como totalidade dinâmica. É movimento, é
dialético, mas não é arbitrário. Há tendências. No auge da contradição, a
determinação material se impõe.

Método materialista histórico-dialético


Para o materialismo histórico-dialético a construção do conhecimento objetivo demanda
a superação da apreensão aparente em direção à apreensão essencial do fenômeno.

Em suma, a implementação desse método pressupõe como ponto de partida a


apreensão do real empírico que convertido em objeto de análise por meio dos
processos de abstração resulta numa apreensão de tipo superior, expressa-se como
concreto pensado. Porém essa não é a etapa final do processo (conteúdo que se
repete mais a frente).
Parte-se do real aparente → procede-se à sua exegese analítica → retorna-se ao real
concreto como síntese de muitas determinações.

O materialismo dialético

1. O movimento universal

Tudo muda, tudo está em perpétuo movimento (é por isso que denominamos
histórico, porque o que era antes já não é o mesmo agora). Este movimento

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universal podemos reencontrá-lo a todos os níveis da realidade e não apenas ao
da história das sociedades humanas.

2. A dialética, lógica do movimento

Há traços comuns entre o movimento da matéria, o movimento da sociedade


humana e o movimento dos nossos conhecimentos.
A dialética do movimentos e manifesta em três níveis:

A dialética da natureza: independente de projetos, de intenções ou de


motivações do homem

A dialética da história: largamente objetiva à partida, mas na qual a irrupção do


projeto do proletariado para reconstruir a sociedade segundo um programa pré-
estabelecido, constitui uma viagem revolucionária

A dialética do conhecimento: é uma dialética sujeito-objeto, o resultado de uma


interação constante entre os objetos a se conhecer e a ação dos sujeitos que
procuram compreendê-la

Entende-se que a vida, ou seja o material, é mais velha do que o pensamento


humano.
Quanto mais os nossos conhecimentos se aperfeiçoam e se tornam cada vez mais
científicos; quanto mais o conhecimento se aproxima da realidade essa caminhada
irá cada vez mais seguir o movimento objetivo da matéria (aqui podemos retomar o
exemplo de uma árvore no conhecimento de uma sociedade mais antiga, eles
tinham um conhecimento, por exemplo que a árvore cresce por alguma razão, mas
hoje essa questão é muito melhor desenvolvida pela ciência)

3. Dialética e lógica formal


A lógica formal assenta em três elementos fundamentais:

A lei da identidade: A é igual a A

A lei da contradição: A é diferente de não-A

A lei do terceiro excluído: A ou não-A não pode ser ao mesmo tempo A nem
não-A

Todas as leis que acabamos de enumerar são verdadeiras, na medida em que se


abstraia o movimento: A permanece sempre igual a si mesmo, na medida em que

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não mude.

Eis porque a lógica materialista não recusa a lógica formal, mas a integra,
considerando-a como um instrumento válido de análise e de conhecimento, mas
válido sob condição de se lhe aperceber os limites; na medida em que se
compreenda que é inaplicável aos fenômenos do movimento, aos processos de
mudança.

4. O movimento, função da contradição


A dialética, ou lógica do movimento, estuda pois as leis do movimento, as formas
que este adota.
Este estudo é dividido em função da contradição e função da totalidade.

Todo movimento é causado (o que causa as mudanças são as contradições


internas) → exemplo da bebezinha
A causa última de todo o movimento, de toda a mudança, são as contradições
internas do objeto em mutação

Lógica do movimento e lógica das contradições, são duas definições da dialética,


praticamente idênticas.

Leis do movimento:
a) A unidade e a luta dos contrários: Não tem herói sem vilão. Para uma coisa
existir ela precisa de seu contrário

b) Mudanças qualitativas e mudanças quantitativas: toma a forma de mudanças


mantendo a estrutura (ou a qualidade) dos fenômenos: falamos neste caso de uma
mudança quantitativa. A partir de um certo “limiar”, a mudança qualitativa. A partir
de um certo limiar, a mudança quantitativa transforma-se em mudança qualitativa.
A partir desse limiar, a mudança, em vez de ser gradual, efetua-se por salto, dando
lugar a uma nova qualidade (é o exemplo do vilarejo → cidade)
c) negação e ultrapassagem: É preciso distinguir a negação “pura” e a “negação da
negação”, quer dizer, a ultrapassagem da contradição a um nível superior, que
implica, ao mesmo tempo, uma negação, uma conservação e uma elevação a um
nível superior

5. Alguns problemas suplementares da dialética do conhecimento

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a) conteúdo e forma (conferir com o Iago)
b) Causas e efeitos: é preciso usar o método genético, quer dizer, investigar a
origem histórica do movimento em questão.

c) o geral e o particular: exemplo das características de árvore. Tem o conceito


geral que engloba todas as árvores, mas cada uma tem sua particularidade.
d) o relativo e o absoluto:

6. O movimento, função da totalidade - o abstrato e o concreto

Formam conjuntos estruturados, uma totalidade construída seguindo uma lógica


determinada.
Mas é necessário ter presente que este inevitável processo de abstração
empobrece o real; quanto mais se aproxima do real, mais se aproxima de uma
totalidade rica de uma infinidade de aspectos, que a análise científica e o
conhecimento devem explicar, ao mesmo tempo, nas suas relações recíprocas e
nas relações contraditórias: “A verdade é sempre concreta” (Lenine) “O verdadeiro
é a totalidade” (Hegel)

7. Teoria e prática

O conhecimento nasceu pois da prática social do homem; tem por função


aperfeiçoar esta prática

O pensamento e experiência: o sensorial e o racional, o empírico e


o teórico, o abstrato e o concreto
Sensorial e racional

O pensamento surge e se desenvolve Por isso as sensações são consideradas


em base sensório-material. É racional, imediatamente autênticas e servem de
mas leva em seu bojo um momento fundamento de todos os nossos
contrário, sensorial. A unidade do conhecimentos.
racional com o não-racional no (Pode-se dizer que todo sentimento é
pensamento atua antes de tudo como válido considerando que não vem de
inter-relação entre racional e sensorial. O algo racionalizado?)
sensorial é não-racional no sentido em

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que seus resultados não são produzidos
pelo pensamento na forma necessária ao
homem mas nos são dados como algo
independente dele.

Seja qual for o conhecimento humano, ele é mediado pela prática antecedente, pelos
resultados do pensamento das gerações anteriores, fixados nas palavras.

O racional aqui não é simplesmente a forma de expressão dos resultados da


experiência mas um meio nesta baseado de obtenção do novo conteúdo do
conhecimento que não é dado na experiência.

Empírico e teórico

Em nível empírico obtém-se da O pensamento teórico reflete o objeto no


experiência imediata o conteúdo aspecto das relações internas e leis do
fundamental do pensamento movimento deste, cognoscíveis por meio
da elaboração racional dos dados do
conhecimento empírico. Sua forma lógica
é constituída pelo sistema de abstrações
que explica o objeto.

“A tarefa da ciência é reduzir ao movimento interno real o movimento visível, que se


manifesta apenas no fenômeno”

O empírico e o teórico são níveis A empiria é importante não só no


relativamente independentes, a fronteira processo de formação de conceitos mas
entre eles é até certo ponto condicional também em sua sucessiva existência e
desenvolvimento

Abstrato e concreto

Abstrato: conceito extraído pelo método da abstração - extrair da realidade perceptível -


como representação mental - uma parte ou aspecto específico
Abstração: processo de eliminar as características não essenciais de um conjunto de
fenômenos, preservando a característica geral comum a todos eles

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Abstrato: representação mental de um elemento isolado da realidade empírica, tal
como se reflete de modo direto no pensamento - fase elementar do conhecimento, mas
não é o próprio conhecimento

Para Marx, o verdadeiro método científico é o que vai do abstrato ao concreto

Concreto real: ponto de partida - realidade material que existe independentemente de


seu pensamento e é seu pressuposto

Concreto sensorial: ponto de partida da elaboração do conhecimento. expressão da


percepção imediata da realidade pelos sentidos. Representação caótica do todo
Concreto pensado: teoria - produto ou resultado do pensamento por um processo de
síntese, agregação. Partes combinadas numa totalidade em que se articulam
dinamicamente de modo definido

A etapa mental é formada por:


concreto sensorial → coleção de abstrações simples → concreto pensado

O processo do conhecimento é dado por:


concreto real → concreto sensorial → coleção de abstrações simples → concreto
pensado

do concreto real ao concreto sensorial do concreto sensorial ao concreto


temos a etapa material que se refere ao pensado temos a etapa mental que se
processo de produção refere ao processo de elaboração do
conhecimento

e a tudo isso chamamos de processo do conhecimento = prática

O abstrato e o concreto são categorias da dialética materialista elaboradas para refletir


a mudança da imagem cognitiva tanto no que concerne à multilateralidade da

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abrangência do objeto nessa imagem quanto à profundidade da penetração na
essência dele.

O pensamento é abstrato no sentido de que, em termos gerais, não é empírico-


concreto; em sua essência, o pensamento é inteiramente concreto, pois expressa a
realidade em suas multiformes propriedades e relações.
Para a lógica dialética marxista o método de ascensão do abstrato ao concreto é
apenas um meio através do qual o pensamento assimila o concreto, o reproduz
intelectualmente mas nunca o cria.

A dialética materialista considera o concreto ponto de partida e chegada do


conhecimento.

Embora a abstração represente o objeto não sob a forma em que ele existe na
realidade, ela tem por conteúdo aquilo que realmente existe.

Todo pensamento é abstrato no sentido de que se realiza somente nas abstrações.


O pensamento abstrato, por um lado, está mais distanciado do objeto estudado,
pois está a ele vinculado através das sensações, percepções e noções e, por outro,
está mais perto dele por apreender a essência, as leis do movimento dos
fenômenos do mundo objetivo.

As abstrações não substituem a Por exemplo, os processos que se


contemplação viva mas é como se as desenrolam no núcleo do átomo não
continuassem, são um novo degrau podem ser apreendidos pela
qualitativamente diverso no movimento contemplação viva, no entanto o homem
do conhecimento. os conhece através do pensamento
abstrato e aplica na prática os
conhecimentos adquiridos.

(as abstrações são necessárias para conhecer melhor o concreto)

É por meio das abstrações que a humanidade reconhece, explica e representa a


realidade social e natural.

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A Verdade objetiva do pensamento: o
absoluto e o relativo. O teórico e o prático
A lógica dialética tem como objeto o estudo do movimento do pensamento no sentido
da verdade.

Para Aristóteles: a verdade é um juízo que corresponde à realidade


A concepção marxista da verdade incorpora antes de tudo a tese da objetividade desta
Quando fala-se da concepção machista refere-se a uma escola com origem em Ernest
March.
A verdade é subjetiva no sentido de que é conhecimento humano, mas é objetiva
no sentido de que o conteúdo do conhecimento verdadeiro não depende do
homem nem da humanidade
O conhecimento é verdadeiro somente quando incorpora conteúdo objetivo. Por isto
não pode haver nenhuma outra verdade exceto a objetiva. Objetiva → independe
do homem
O conhecimento é um processo de movimento do pensamento
Dialética materialista reconhece relatividade dos conhecimentos, mas não no sentido
da negação da verdade objetiva, mas da condicionalidade histórica dos limites da
aproximação dos conhecimentos à essa verdade.

Verdade absoluta e relativa


As peculiaridades da verdade enquanto processo são expressas pelas categorias de
verdade absoluta e relativa.
O absoluto expressa o estável. O imutável no fenômeno, enquanto o relativo
expressa o mutável, o transitório
O próprio absoluto é relativo, enquanto no relativo manifesta-se o absoluto.
Ser materialista significa reconhecer a verdade objetiva que nos é revelada pelos
órgãos dos sentidos. Reconhecer a verdade objetiva, ou seja, independente do homem
e da humanidade, significa reconhecer de uma forma ou de outra a verdade absoluta.
A verdade absoluta e a relativa são dois momentos necessários de uma verdade
objetiva.

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A verdade absoluta e relativa diferem entre si não pela fonte mas pelo grau de
precisão e a plenitude com que refletem o mundo objetivo.
A verdade absoluta se constitui da soma de verdades relativas.
A verdade é um processo de pensamento cujo conteúdo é o movimento no
sentido do objetivo, do absoluto.
A verdade relativa é dada devido a limitações do nosso conhecimento em determinada
etapa histórica - como exemplo da árvore no conhecimento dos povos antigos
“A dialética materialista de Marx e Engels compreende indubitavelmente o relativismo
mas a ele não se reduz, ou seja, reconhece a relatividade de todos os nossos
conhecimentos não no sentido da negação da verdade objetiva mas no sentido da
condicionalidade histórica dos limites da aproximação dos nossos conhecimentos a
essa verdade”
Não há oposição entre elas porque a verdade é a evolução do pensamento incompleto
para um mais completo, absoluto.

A negação da dialética nos leva a dois extremos quanto a verdade:

Dogmatismo: exagera o aspecto absoluto do conhecimento e nega sua


relatividade.

Relativismo: absolutiza o aspecto relativo e condicional do conhecimento. Nega


verdade absoluta. Nega qualquer padrão ou modelo objetivo e independente da
humanidade.

Teórico e prático
O pensamento como relação teórica do sujeito com o objeto surge e se desenvolve à
base da interação prática entre eles e se caracteriza pelas seguintes peculiaridades:

1. caráter material

2. forma especificamente humana → o homem atua não como indivíduo mas como
membro da sociedade

3. A atividade racional do homem → as coisas existentes independentemente da


consciência do homem

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Ultimamente não têm sido raros os casos em que se considera prática a atividade
teórica, partindo do simples fundamento de que ela também é atividade do homem.
A prática é a unidade do sujeito com o objeto, é ativa por forma porém concreta-
sensorial por conteúdo e resultados

Se a prática em si muda a realidade, então o conhecimento por si só não muda a


realidade, não cria o objeto e suas necessárias conexões e relações internas mas
subentende e destaca o objeto como sendo algo presentemente dado, algo que se
deve representar, idealmente reproduzir
O sujeito atua como a parte ativa, sendo o objeto o lado determinante.
A prática é um processo dirigido para um fim (e o fim emana de necessidades práticas -
tal qual exemplo da casinha lá em cima)
O pensamento prático e o teórico estão indissoluvelmente inter-relacionados, o teórico
encontra no prático sua consubstânciação material.
O pensamento está ligado à prática e é por esta condicionado, mas em seu movimento
ele é relativamente autônomo e pode afastar-se da prática.
Enquanto critério, a prática é absoluta, pois o que ela confirma é verdade objetiva; mas
ela é também relativa, pois o critério da prática, no fundo, nunca pode confirmar ou
rejeitar inteiramente nenhuma concepção humana
Papel generalizador da linguagem: transmitir as ideias a outros, conhecer o
pensamento dos outros,
sintetizar e transmitir conhecimentos.

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