Você está na página 1de 4

Origens do pensamento e da língua de acordo com Vygotsky

Assim como no reino animal, para o ser humano pensamento e linguagem têm
origens diferentes. Inicialmente o pensamento não é verbal e a linguagem não é
intelectual. Suas trajetórias de desenvolvimento, entretanto, não são paralelas - elas
cruzam-se.
Inicialmente a criança aparenta usar linguagem apenas para interação superficial
em seu convívio, mas, a partir de certo ponto, esta linguagem penetra no subconsciente
para se constituir na estrutura do pensamento da criança.

Pensamento, linguagem e desenvolvimento intelectual


De acordo com Vygotsky, todas as atividades cognitivas básicas do indivíduo
ocorrem de acordo com sua história social e acabam se constituindo no produto do
desenvolvimento histórico-social de sua comunidade.
Portanto, as habilidades cognitivas e as formas de estruturar o pensamento do
indivíduo não são determinadas por fatores congênitos.
Neste processo de desenvolvimento cognitivo, a linguagem tem papel crucial na
determinação de como a criança vai aprender a pensar, uma vez que formas avançadas
de pensamento são transmitidas à criança através de palavras.

O método materialista histórico dialético


Materialismo é toda concepção filosófica que aponta a matéria como substância
primeira e última de qualquer ser, coisa ou fenômeno do universo. Para os materialistas,
a única realidade é a matéria em movimento, que, por sua riqueza e complexidade, pode
compor tanto a pedra quanto os extremamente variados reinos animal e vegetal, e
produzir efeitos surpreendentes como a luz, o som, a emoção e a consciência. O
materialismo contrapõe-se ao idealismo, cujo elemento primordial é a idéia, o
pensamento ou o espírito.
A concepção marxista é uma ciência à qual o pensador alemão Karl Marx deu o
nome de materialismo histórico e cujo objeto são as transformações econômicas e
sociais, determinadas pela evolução dos meios de produção. Marx constrói uma
dialética (do grego dois logos) materialista, em oposição à dialética idealista hegeliana.
O materialismo dialético pode ser definido como a filosofia do materialismo histórico, ou
o corpo teórico que pensa a ciência da história. Os princípios fundamentais do
materialismo dialético são quatro: (1) a história da filosofia, que aparece como uma
sucessão de doutrinas filosóficas contraditórias, dissimula um processo em que se
enfrentam o princípio idealista e o princípio materialista; (2) o ser determina a
consciência e não inversamente; (3) toda a matéria é essencialmente dialética, e o
contrário da dialética é a metafísica, que entende a matéria como estática e anistórica;
(4) a dialética é o estudo da contradição na essência mesma das coisas.
O materialismo dialético entende que não existem oposições
dualistas/dicotômicas entre as instâncias sociais e individuais, objetividade-
subjetividade, interno-externo. Entretanto, é comum vermos nas publicações marxistas
certa rejeição ao tema da subjetividade. O marxismo fundou na história do pensamento
uma ontologia ancorada em bases de uma dialética eminentemente histórica, que
redimensionou um conjunto de questões concernentes à relação do homem com sua
história, do homen consigo mesmo (Silveira, 1989). O homem marxiano se recusa como
um ser apenas determinado na/pela história, mas como transformador da história, sendo
a práxis, a forma por excelência desta relação.
 A lei da transformação da quantidade em qualidade, segundo a
qual as mudanças quantitativas dão origem a mudanças qualitativas
revolucionárias;
 A lei da unidade e interpenetração dos contrários, que sustenta
que a unidade da realidade concreta é uma unidade dos contrários ou
contradições
 Práxis em Marx: atividade livre, universal, criativa e auto-criativa,
por meio da qual o homem cria (faz, produz), e transforma (conforma) seu mundo
humano e histórico e a si mesmo; atividade específica do homem que o torna
basicamente diferente de todos os outros seres.

A Teoria da Mediação
A mediação caracteriza-se como o processo relação entre o homem, o mundo e
outro. Sendo: Instrumento, Sujeito e o Objeto.
As funções psicológicas superiores são intimamente desenvolvidas por seres
humanos, estas ações são intencionais, sendo: planejamento, memória voluntária,
pensamento, imaginação e etc.
As funções psicológicas elementares correspondem ao que é inato, biológico,
relacionado ao reflexo e etc.
 Responsabilidade dos educadores no ambiente;
 O conhecimento que os alunos trazem à escola, deve ser
organizado e potencializado.
 Em uma abordagem sócio-histórica/cultural, a aprendizagem de
qualquer conhecimento novo parte do OUTRO, de padrões interacionais
interpessoais. Assim, a aprendizagem é entendida, independentemente da
idade, como social e contextualmente situada, como um processo de
reconstrução interna de atividades externas, em que a relação social tem o papel
primário em determinar o funcionamento intrapsicológico ou intramental (...)

Zona de desenvolvimento próximo


Zona de desenvolvimento próximo representa a diferença entre a capacidade da
criança de resolver problemas por si própria e a capacidade de resolvê-los com ajuda
de alguém.
Abrange todas as funções e atividades que a criança ou o aluno consegue
desempenhar apenas se houver ajuda de alguém. Esta pessoa que intervém para
orientar a criança pode ser tanto um adulto (pais, professor, responsável, instrutor de
língua estrangeira) quanto um colega que já tenha desenvolvido a habilidade requerida.
 Espaço simbólico entre ensino e aprendizagem;
 (...) Assim, a ZDP é, ao mesmo tempo, um resultado/produto e uma ferramenta
dentro das análises vygostkyanas de desenvolvimento” (MEIRA; LERMAN,
2010, p. 205).
Desenvolvimento real:
 Nível de capacidade que o indivíduo pode resolver o problema
sozinho, ainda que equivocadamente;
 Resolver o problema individual;
Desenvolvimento potencial:
 Nível de aprendizagem que o indivíduo precisa de mediação de
outro ou outros, para avançar no conhecimento aprendido;
 Constroem-se a partir de uma determinada habilidade;
Alteridade

 Interação entre o “eu”, singularidade de cada pessoa, e o “outro”, aquilo


que é além de mim.
 Para Vygotsky esse processo acontece através da constituição do
psiquismo.
 A existência de um eu só é possível via relações sociais.
 Lei da dupla estimulação.
 Cada pessoa, para Vygotsky (2000, p.33) é um “agregado de relações
sociais encarnadas num indivíduo”, o que significa afirmar que ao mesmo
tempo há um “eu” e não há.

Subjetivação

 A construção de si mesmo
 Visão de seus papéis e delimitações
 “A subjetivação se dá sob uma forma de conflito, de luta contra poderes
que limitam a autoconstrução” - Alain Touraine
 Cada indivíduo tem sua história de vida
 Experiências
 Ambiente externo
 Internalização

Você também pode gostar