Vygotsky

Marisa Lopes n 40440

1. Explique a psicologia cognitiva.

A Psicologia cognitiva é uma área de conhecimento que se propõe estudar como
as pessoas são capazes de perceber, aprender, lembrar e pensar sobre
determinadas situações da vida. Propõe-se descobrir “leis” que estabelecem
conexões entre o comportamento e a variedade de aspectos e elementos com os
quais o comportamento está relacionado. A Psicologia Cognitiva insere-se num
movimento mais amplo, o das chamadas “ciências cognitivas” e pretende estudar,
dentre outras coisas, a relação entre os processos cognitivos e o comportamento
humano.
A abordagem cognitiva é uma abordagem muito recente que surgiu com Uric
Neisser – cognição – corresponde a forma como os indivíduos interpretam,
processam, estruturam e memorizam a informação; caracteriza-se pela
voluntariedade e é transversal a todos os indivíduos.

2. Explique porque a corrente associa o cognitivismo ao

desenvolvimento.
O desenvolvimento cognitivo pode ser entendido como um processo pelo qual os
indivíduos adquirem conhecimento do mundo ao longo da vida. O funcionamento
psicológico fundamenta-se nas relações sociais entre os indivíduos e o mundo
exterior. O conhecimento do mundo é sempre mediado pelas práticas culturais,
pelo outro e, especialmente, pela linguagem. Pela palavra, na relação com o outro,
referimo-nos ao mundo, classificando, recortando, agrupando, representando,
significando. São, assim, múltiplas as funções da linguagem e os modos de seu
funcionamento.
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3. Explique os conceitos linguagem, raciocínio, pensamento,

memória e emoção de acordo com Vygotsky.
Todos os conceitos mencionados são um conjunto de processos cognitivos
altamente interligados.
A linguagem é um processo cognitivo, é tudo aquilo que envolve a comunicação
– linguagem verbal e não verbal – A linguagem é sempre um indicador útil do
desenvolvimento global humano, a condição biológica é importante mas a social
é maior, é o indicador mais importante do desenvolvimento no meio em que se
insere. Percebemos que a fala tem papel central no desenvolvimento cognitivo do
individuo e é por meio dela que o individuo se tornam mais capaz de realizar ações
e desenvolver projetos no seu contexto social. A linguagem é, antes de tudo, social.
Portanto, sua função inicial é a comunicação, expressão e compreensão. Essa
função comunicativa está estreitamente combinada com o pensamento. A
comunicação é uma espécie de função básica porque permite a interação social e,
ao mesmo tempo, organiza o pensamento. O pensamento é quando as palavras
passam a ser pensadas, sem que necessariamente sejam faladas. É um pensamento
em palavras. Já o pensamento é um plano mais profundo do discurso interior, que
tem por função criar conexões e resolver problemas, o que não é, necessariamente,
feito em palavras. É algo feito de ideias, que muitas vezes nem conseguimos
verbalizar, ou demoramos um certo tempo para encontrar as palavras certas para
exprimir um pensamento. Segundo as analises de Vygotsky permite-nos
compreender que o pensamento não é formado com autonomia e independência,
mas sob condições dos signos e dos instrumentos culturais que se apresentam
histórica e socialmente disponíveis, pois tudo aquilo com que o individuo lida
molda o seu processo de pensamento.
Vygotsky é enfático ao afirmar que a compreensão completa do pensamento
humano só é possível quando se compreende sua base afectiva emocial. Criticava a
tendência, predominante na época, de buscar explicações mecanicistas para a
emoção, afirma que esta tendência não consegue encontrar uma maneira de
entender a verdadeira e adequada ligação entre os nossos pensamentos e
sentimentos. Para o autor as dimensões do afecto e da cognição estariam
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intimamente ligadas desde cedo, nesse sentido a vida emocial esta interligada a
outros processos psicológicos e ao desenvolvimento da consciência em geral.
Nesta interligação o reportório cutural, as experiencias e interações com outras
pessoas representam factores imprescindíveis para a compreensão dos processos
envolvidos .
A memória não se forma no interior do indivíduo isoladamente. Pelo contrário, é
engendrada em comunhão com o meio social e com as outras capacidades, tais
como, o raciocínio, a percepção, a atenção, a emoção. A linguagem, como
principal instrumento de mediação, cria e modifica a memória humana. Sabe-se
que a memória animal, instintiva, depende da orientação imediata do meio
ambiente, por razões biológicas. No homem, devido à linguagem, estabelece-se a
atividade mnemônica consciente. O homem estabelece fins especiais para lembrar,
organiza material a ser lembrado e encontra-se em condições não só de ampliar de
forma ilimitada a quantidade de informação que conserva na memória a longo
prazo, como, ainda, de se comportar arbitrariamente em relação ao passado,
retendo dele o que considera mais importante. O raciocínio permite ir buscar á
memória lembranças, armazenadas no passado e reagir ao presente mediante essas
memórias.
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4. Qual o papel do meio na aprendizagem de acordo com

Vygotsky?
Em comparação à abordagem dentro-fora de Piaget, Vygotsky enfatiza o papel do
ambiente no desenvolvimento intelectual das crianças. Postula que o
desenvolvimento procede enormemente de fora para dentro, pela interiorização e
pela ZDP (zona de desenvolvimento proximal)
Como tal o meio tem de nos proporcionar condições para que possamos
desenvolver, as habilidades só são possíveis se o meio as proporcionar; e por meio
entenda-se algo muito amplo, que envolve cultura, sociedade, práticas e interações
é fator de máxima importância no desenvolvimento humano. Esta visão
sociointeracionista , de Vygotsky, demonstra que o desenvolvimento humano dá-se
com a relação com o meio, mediante as relações e trocas entre parceiros sociais. O
individuo é interactivo pois adquire conhecimentos a partir de relações intra e
interpessoais e de troca com o meio.

As conclusões a que Vygotsky chegou mostraram que “a verdadeira trajetória de

desenvolvimento do pensamento não vai no sentido do pensamento individual para o
socializado, mas do pensamento socializado para o individual”
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5. Qual a relevância do ZDP (zona de desenvolvimento

proximal) na pedagogia?
“A Zona de Desenvolvimento Proximal define aquelas funções que ainda não amadureceram, mas que estão
em processo de maturação, funções que amadurecerão, mas que estão, presentemente, em estado
embrionário” (Vygotsky.)

Uma grande contribuição de Vygotsky para a psicologia pedagógica e do

desenvolvimento é a zona de desenvolvimento proximal (ZDP) (às vezes,
denominada de zona potencial de desenvolvimento). A ZDP é a amplitude de
capacidade observável – desempenho – de uma criança e a capacidade latente –
competência – da criança. Quando observamos as crianças, o que tipicamente
observamos é a capacidade que elas desenvolveram, pela interação da
hereditariedade e do ambiente. A ZDP é potencializada pelo meio da interecção
social do aprendiz com outros indivíduos mais experientes e é nesse nível proximal
que acontece a aprendizagem.
Wertsch, um dos maiores divulgadores da obra de Vygotsky, na sua analise a obra
considera três implicações pedagógicas relativamente a zona de desenvolvimento
proximal, primeira implicação: uma “janela de aprendizagem”, segunda: o tutor
como agente metacognitivo e por fim a terceira: a importância dos pares como
mediadores de aprendizagem.

Vygotsky

Marisa Lopes – 40440