GEOGRAFIA

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Direção editorial: Raul Maia

Rogério Rosa
Edição: Iconography – Editorial & Comunicação
Direção: Luiz Felippe Nogueira
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Redatora: Regiane Ferreira
Projeto Gráfico: Lume Estúdio
Direção de Arte: Leandro Souza
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Capa: Lume Estúdio
Realidade aumentada: 3DK Estúdio
Revisão técnica: Carlos Eduardo Machado
Fabrício Sousa M. Vieira
Marcelo Mota Penha
Marco Aurélio Diassis Iasbeck
Rafaela Semíramis Suiron
Sérgio Ferreira
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Fabiana Ramalho
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Arquivos da editora

TEXTO CONFORME NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Hiperconhecimento: Digital e Interativo / Equipe DCL.

São Paulo: DCL, 2016.

ISBN 978-85-368-2200-6.

1. Arte 2.Biologia 3. Espanhol 4. Filosofia 5. Física

6. Geografia 7. História 8. Inglês 9. Matemática 10. Português
11. Química 12. Sociologia
I. Equipe DCL.

12-14030 CDD-370

Índices para catálogo sistemático:

1. Ensino integrado: Livros-texto : Educação 370

Editora DCL – Difusão Cultural do Livro Ltda.

Av. Marquês de São Vicente, 446 – 18º andar – Conj. 1808
Barra Funda - São Paulo - SP – 01139-000
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Geografia
Por que estudar
Geografia?
Estudar Geografia é uma das
formas de compreendermos o
mundo em que vivemos, seja
no âmbito físico, estudando
seus relevos, territórios, climas
e paisagens, ou no aspecto
político e social, analisando e
conhecendo sua população,
economia e suas peculiaridades.
A geografia é uma ótima
ferramenta de reflexão sobre
o mundo em seus variados
aspectos.
Geografia

UNIDADE 1 O Universo e a Terra

Capítulo
A Lua e suas fases
1 loca em relação ao Sol, a face visível apresenta-se
total ou parcialmente iluminada, conforme os períodos
denominados fases.
A Lua é o nosso único satélite natural e é o astro
mais próximo da terra, localizado a aproximadamente
384.405 km de distância.

A
Lua é o corpo celeste mais brilhante vis-
to da Terra, embora ela não tenha luz própria.
Sua luminosidade é o resultado da incidên-
cia dos raios solares. À medida em que a Lua se des-
A Lua gira ao redor da Terra, atraída pela sua for-
ça de gravidade, e em torno de si mesma. Apresenta
quatro fases diferentes, sendo que a face que vemos é
sempre a mesma:

Lua Nova: quando a Lua se encontra entre a Terra e o Sol

Lua Cheia: quando a Lua aparece
ao anoitecer e desaparece ao amanhecer.
Quarto Crescente: quando a Lua aparece por volta
do meio-dia e desaparece por volta da meia-noite.
Quarto Minguante: quando a Lua aparece por volta
da meia-noite e desaparece por volta do meio-dia.

Existem outras luas do sistema solar?

Acredita-se que exista um núme-

ro superior a 150 luas no sistema
solar, somente Netuno possui treze;
Saturno, quarenta e oito; e Júpiter,
sessenta e duas. A maior Lua do Sis-
tema Solar é Titãn, seu tamanho é
duas vezes superior ao da Lua terrá-
quea. A nossa Lua é o único corpo
celeste a receber seres humanos. 

254 HIPERCONHECIMENTO
 UNIDADE 1

Capítulo
Pontos de orientação
2 Rubídea
(88 a.l)
CRUZEIRO DO SUL

Pálida

O
s pontos cardeais servem para nos orientar. São
(258 a.l)
eles: Norte, Sul, Leste e Oeste. Suas iniciais – que
costumam representá-los – são, respectivamen- Mimosa
te: N, S, L, O ou N, S, E, W. (424 a.l)

ROSA DOS VENTOS

O Sol nasce sempre de um mesmo lado, chamado
nascente, Leste, este ou Oriente.
ORIENTAÇÃO
PELO SOL Intrometida
(59 a.l)
Movimento
aparente do sol

OESTE NORTE
Estrela de
Magalhães
(359 a.l)

SUL LESTE
Para ficar mais exata a orientação entre os pon-
tos cardeais, temos os pontos colaterais: Noroeste
(NO), Nordeste (NE), Sudoeste (SO) e Sudeste (SE).
Além desses, temos os pontos subcolaterais: nor-
te-noroeste (NNO), norte-nordeste (NNE), sul-sudoes-
te (SSO), sul-sudeste (SSE), leste-nordeste (ENE), leste-
-sudeste (ESE), oeste-noroeste (ONO) e oeste-sudoeste
(OSO). Todos esses pontos formam uma figura chamada
rosa dos ventos ou rosa dos rumos.
Orientação pela Lua
linha reta descendo desse ponto à superfície terrestre;
ela indica o Sul. A partir do Sul, pode-se determinar os
demais pontos cardeais.
Orientação pela bússola
A bússola é um instrumento de orientação que foi
inventado pelos chineses no século X.
É semelhante ao relógio e tem uma agulha que
aponta sempre, aproximadamente, para a direção Norte.
A bússola tem como mostrador a rosa dos ventos e
a indicação é feita em graus.

A orientação pela Lua é semelhante à orientação Orientação pelo rádio e radar

pelo Sol.
Numa noite de Lua cheia, abra seus braços e aponte o
braço direito para onde nasce a Lua, que é o Leste. O braço
esquerdo aponta o Oeste, à frente está o Norte e às costas, o
Sul.
Orientação pelas estrelas
A orientação é feita pela constelação do Cruzeiro
do Sul, cujas estrelas estão dispostas em forma de cruz.
Deve-se identificar a estrela mais brilhante, que é a
estrela de Magalhães. A partir dela, prolongue quatro ve-
zes o eixo maior do Cruzeiro do Sul. Imaginemos uma
Atualmente, os aviões e navios têm equipamentos
de alta precisão, como rádios e radares que os orientam
e auxiliam nas viagens.
O rádio transmite e recebe sons.
O radar é importante na aviação, especialmente
para a segurança dos voos, pois detecta e localiza objetos
fixos ou em movimento. Devido ao tráfego intenso de
aviões próximo aos aeroportos, o radar orienta a deco-
lagem e a aterrissagem.
A navegação marítima também utiliza o radar para
manobras e para detectar a presença de outra embar-
cação.

HIPERCONHECIMENTO 255
Geografia
Orientação por GPS
É a forma mais moderna de localização. Sua sigla
em português significa: Sistema de Posicionamento
Global.
Trata-se de um aparelho que funciona por meio de
sinais de radar ou satélite. Possui um receptor que cap-
ta sinais de, pelo menos, três satélites para definir sua
posição. Os sinais informam a localização e a altitude de
qualquer ponto na superfície terrestre.
Tem sido muito útil para mapear locais de difícil
acesso, como florestas e zonas polares.
Serve também para a orientação de aviões e em-
barcações que trafegam com pouca visibilidade.
Pense nisso!
Depois do conteúdo apresentado,
você deve estar se perguntando: para que
devo aprender os pontos cardeais? Prova-
velmente deve estar pensando: não preten-
do fazer nenhuma trilha por uma floresta a
ponto de me perder. Para falar a verdade,
raramente as pessoas hoje em dia escolhem
fazer esse tipo de atividade.
Muitas vezes, nós não notamos, mas saber
os pontos cardeais é necessário em muitos
outros casos. Por exemplo, uma casa, para
que seja bem iluminada, com maior tempo
de iluminação solar, para que possa dispor
de economia de energia elétrica e também
de aquecimento, ela precisa que o desenho
e seu projeto esteja voltado para a posição
Norte. Um bom engenheiro ou arquiteto
precisa saber os movimentos que o Sol rea-
liza durante o dia e durante o ano para saber
planejar corretamente a posição das portas e
das janelas.
Você pode não ter notado a indicação do
Norte no projeto da casa, mas certamente já
notou ou conhece alguém que reclama do
Sol “batendo” direto na janela da sala o que
dificulta muito para ver a imagem da televi-
são durante o dia. Se o engenheiro soubesse
os movimentos do Sol, colocaria
a janela naquela posição?
Numa indústria, janelas bem posicionadas
podem economizar energia com iluminação.
256 HIPERCONHECIMENTO
As causas do aquecimento
global
Mudanças climáticas afetam
vida no planeta
Ronaldo Decicino*
Para grande parte da comunidade científica,
o aquecimento global é o resultado da emis-
são excessiva de gases relacionados ao efeito
estufa na atmosfera, principalmente o dióxi-
do de carbono (CO2). Esse excedente forma
uma camada que fica mais espessa a cada
ano, impedindo a dispersão da radiação solar
e, em consequência, aquecendo exagerada-
mente o planeta.
O aquecimento global está ligado a fenôme-
nos como o degelo nas regiões polares e o
agravamento da desertificação. Um aumento
de 1oC na temperatura média da Terra seria
o suficiente para alterar o clima de várias re-
giões, afetando a biodiversidade. De acordo
com os cientistas do Painel Intergoverna-
mental em Mudança do Clima, da ONU, o
século 20 foi o mais quente dos últimos 500
anos, com aumento da temperatura média
entre 0,3oC e 0,6oC.
Segundo os cientistas, as causas do aqueci-
mento global são, principalmente, a derruba-
da de florestas e a queima de combustíveis
fósseis – petróleo, carvão e gás natural –,
atividades cada vez mais intensas desde o
início da Revolução Industrial, em meados do
século 18. Esses três combustíveis correspon-
dem a mais da metade das fontes de energia
do mundo. Formam, portanto, a base da
atividade industrial e dos transportes.
Entre as causas, ainda podemos citar o
excesso de gases, como metano e óxido
nitroso, que são gerados, sobretudo, pela
decomposição do lixo, pela pecuária e pelo
uso de fertilizantes.

SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS ARTIFICIAIS
O dióxido de carbono é um gás essencial à vida,
produzido pela respiração dos seres vivos, pela
decomposição de plantas e animais, e também
na queima de combustíveis fósseis e de flores-
tas. O tempo de sua permanência na atmosfera
é de 100 anos, no mínimo. O principal proces-
so de renovação do gás é a sua absorção por
oceanos e florestas. No início do século 21, o
planeta Terra emite entre oito e nove bilhões
de toneladas de CO2 por ano. Desse total, 80%
vem da queima de combustíveis fósseis.
As emissões de substâncias químicas artificiais –
sobretudo os clorofluocarbonos (CFC), desen-
volvidos na década de 1930 para serem usados
especialmente como fluidos refrigerantes em
geladeiras e aparelhos de ar-condicionado –
intensificam as reações químicas que destroem
o ozônio. Sem a camada de ozônio absorvendo
parte da radiação ultravioleta B (UVB) emitida
pelo sol, as plantas teriam uma redução na
capacidade de fotossíntese e haveria maior
incidência de câncer de pele e catarata nos
humanos.
A diferença entre efeito estufa e aquecimento
global é que o efeito estufa é um fenômeno
atmosférico natural, em que os gases da atmos-
fera funcionam como um anteparo, deixando
passar a luz solar para seu interior, mas aprisio-
nando o calor. Sem esse processo seria impos-
sível a vida na Terra, já que a temperatura média
seria 33oC menor. Já o aquecimento global é
causado pelas atividades humanas e resulta no
agravamento desse processo natural.
Quanto ao aparecimento de buracos na cama-
da de ozônio, trata-se de um processo natu-
ral, já que, em certas épocas do ano, reações
químicas na atmosfera produzem aberturas na
camada, mas que depois se fecham. No entan-
to, a atividade humana acentuou esse processo.
*Ronaldo Decicino é professor de Geografia do
ensino fundamental e médio da rede privada.
UNIDADE 1
Capítulo
Os mapas
3
O
s mapas, antigamente, serviam de roteiros para
viajantes, aventureiros e mercadores.
Atualmente, são representações de uma área geográ-
fica da superfície da Terra e podem ser físicos ou humanos.
Os mapas físicos são:
• mapa geomorfológico ⇒ características do relevo;
• mapa climático ⇒ tipos de climas;
• mapa hidrográfico ⇒ mostra os rios;
• mapa biogeográfico ⇒ tipos de vegetação.
Os mapas humanos são:
• mapa político ⇒ divisão em países, estados,
regiões, municípios etc;
• mapa econômico ⇒ atividades produtivas do
homem;
• mapa demográfico ⇒ distribuição da população.
Projeções
As projeções cartográficas são meios utilizados na
representação plana, em que se projetam os paralelos e
meridianos da Terra.
Os cartógrafos utilizam alguns símbolos para tornar
as informações contidas num mapa mais completas.
Nos atlas, atualmente, é usada a projeção que apre-
senta menores deformações nas formas e nas proporções.
Provalvelmente, antes do descobrimento
do fogo, o homem sentiu a necessidade de
registrar suas caçadas, aventuras e lugares
por onde passou. Surgiram, assim, os primei-
ros mapas, orientados por acidentes naturais
como rios, lagos e montanhas.
O mapa mais antigo de que
se tem notícia é o Ga-Sur, mapa babilôni-
co feito em um tablete de argila, datado de
2400 a 2200 a.C.
Esse mapa representa o rio Eufrates.
Escalas
As escalas indicam quantas vezes foi reduzido o ta-
manho real do lugar representado. Isso pode ser feito na
forma de: escalas numéricas ou gráficas.
HIPERCONHECIMENTO 257
Geografia

4
Plantas
As plantas são representações gráficas usadas para
representar um bairro ou uma cidade.
Capítulo
Além disso, são utilizadas por engenheiros e ar-
quitetos para projetar construções. A formação da Terra

Projeções cartográficas

Sabemos que a ma-
neira mais adequada de
representar a Terra como
um todo é por meio de um
globo. Porém precisamos
de mapas planos para estu-
dar a superfície do planeta.
Então, para chegar a uma
representação mais fiel pos-
sível, os cartógrafos desen-
volveram vários métodos de
projeções cartográficas, ou
seja, maneiras de represen-
tar um corpo esférico sobre
uma superfície plana. Veja-
mos os três principais tipos
de projeção:
Azimutais: é a pro-
jeção da superfície terres-
tre sobre um plano a partir
de um determinado ponto
(ponto de vista). Também
chamadas planas ou zeni-
tais, essas projeções defor-
mam áreas distantes desse
ponto de vista central. São
bastante usadas para repre-
sentar as áreas polares.
Cilíndricas: consistem
na projeção dos paralelos
e meridianos sobre um ci-
lindro envolvente, que é
posteriormente desenvol-
vido (planificado). Uma das
projeções cilíndricas mais
utilizadas é a de Mercator,
com uma visão do planeta
centrada na Europa.
Cônicas: é a projeção
do globo terrestre sobre
um cone, que posterior-
mente é planificado. São
mais usadas para repre-
sentar as latitudes médias,
pois apenas as áreas próxi-
mas ao Equador aparecem
retas.
A
Terra, durante sua formação, tinha a metade de
seu tamanho atual. Compunha-se dos mesmos
elementos de hoje, porém, devido às altas tempe-
raturas, não se diferenciavam uns dos outros.
Com o passar de milhões e milhões de anos, nosso
planeta adquiriu as características atuais.
ERAS GEOLÓGICAS
A Geologia estuda a evolução da Terra e divide-a em
eras:
Era Primitiva ou Proterozoica:
Formação das rochas e seres vivos nos oceanos.
Período:
• Algonquiano
• Arqueano
Duração: cerca de 4 bilhões de anos.
Era Primária ou Paleozoica:
Peixes e florestas.
Períodos:
• Permiano
• Carbonífero
• Devoniano
• Siluriano
• Ordoviciano
• Cambriano
Duração: 380 milhões de anos.
Era Secundária ou Mesozoica:
Répteis gigantes e erupções vulcânicas.
Períodos:
• Cretáceo
• Jurássico
• Triásico
Duração: 140 milhões de anos.
Era Cenozoica:
Período Terciário: continentes, cordilheiras e mamí-
feros.
Período Quaternário: origem do homem e glaciação.
Duração: 60 milhões de anos.

258 HIPERCONHECIMENTO
 UNIDADE 1

CAMADAS DA TERRA Montanhas

• São grandes elevações.

Planaltos
• São áreas elevadas e onduladas que sofrem erosão
constante.

1 2 3 4 5 Planícies
• São áreas mais baixas, geralmente planas.
1 Núcleo
2 Núcleo
externo Depressões
3 Manto
inferior • São áreas bem mais baixas do relevo.
4 Manto
superior
5 Litosfera Forças internas
As forças internas são as que têm origem no interior
A Terra é formada por três camadas: a crosta terrestre
da Terra, como o vulcanismo, o tectonismo e os abalos
ou litosfera, o manto ou camada intermediária e o núcleo sísmicos.
Crosta Terrestre
• A crosta terrestre ou litosfera é a parte externa da
Vulcanismo
Terra e é constituída por várias rochas. A espessura • Atividade em que materiais vindos do interior da
da crosta terrestre varia de 5 a 60 quilômetros, sendo Terra (manto) são expelidos na crosta terrestre.
mais fina no fundo dos oceanos.
Tectonismo
Manto
• O manto ou camada intermediária é composto pelo • São movimentos provocados pelas pressões inter-
nas, e originam os dobramentos.
magma, que possui altas temperaturas, e sua espes-
sura é de cerca de 3.000 quilômetros.
Abalos sísmicos
Núcleo
• São vibrações na crosta terrestre originadas no in-
• O núcleo ou nife é formado predominantemente
terior da Terra, como terremotos e maremotos.
por níquel e ferro em elevada temperatura.

Rochas 1. Chaminé
As rochas são formações constituídas principalmen- 2. Cone de cinzas e lavas
te por minerais e são agrupadas em: 3. Conduto principal
• Rochas magmáticas ou ígneas ⇒ são rochas anti- 4. Conduto secundário
gas formadas pelo resfriamento e consolidação do 5. Câmara magmática 1
magma. Podem ter duas formas: rochas magmá-
ticas vulcânicas (basalto) e rochas magmáticas ou
plutônicas (granito);
• Rochas sedimentares ⇒ são formadas pelo acúmulo
de sedimentos como areia, argila, calcário e arenito; 2
• Rochas metamórficas ⇒ são formadas pela trans-
3
formação de outras rochas, devido à pressão ou à
4
temperatura, como gnaisse, mármore e o quartzito.

Relevo
O relevo é o conjunto de formas da crosta terrestre e
apresenta quatro tipos principais de formações: mon-
5
tanhas, planaltos, planícies e depressões.

HIPERCONHECIMENTO 259
Geografia
Pompeia
No dia 23 de agosto do ano 79 de nossa era,
uma importante cidade romana foi surpreen-
dida por um adormecido vulcão, o Vesúvio.
Seus habitantes não tiveram tempo
de evacuar a cidade, apenas sobreviveram os
que conseguiram fugir para o mar. Pompeia
ficou soterrada com suas luxuosas casas e te-
souros até o ano de 1748, quando um campo-
nês desenterrou, ali, algumas estátuas.
Uma das coisas que mais
impressionaram os pesquisadores foi a desco-
berta dos restos de diversos soldados romanos,
nas portas que davam acesso à cidade, que
permaneceram imperturbáveis em seus postos.
Brasil e os terremotos
Os terremotos são fenômenos que podem
ser causados por falhas geológicas, vulca-
nismos e, principalmente, pelo encontro de
diferentes placas tectônicas. A maioria dos
abalos sísmicos é provocada pela pressão
aplicada em duas placas contrárias, portan-
to, as regiões mais vulneráveis à ocorrência
dos terremotos são aquelas próximas às
bordas das placas tectônicas. Na América
do Sul, os países mais atingidos por terre-
motos são o Chile, o Peru e o Equador, pois
esses países estão localizados numa zona
de convergência entre as placas tectônicas
de Nazca e a Sul-Americana.
O Brasil está situado no centro da placa
Sul-Americana, no qual ela atinge até 200
quilômetros de espessura, e os sismos nessa
localidade raramente possuem magnitude
e intensidade elevadas. No entanto, existe a
ocorrência de terremotos no território brasilei-
ro, causados por desgastes na placa tectôni-
260 HIPERCONHECIMENTO
Forças externas
As forças externas, como a água, o vento e o ho-
mem, modificam e desgastam as formas de relevo.
Água
• água subterrânea ⇒ chuvas
• erosão fluvial ⇒ rios
• abrasão marinha ⇒ mar
• morainas ⇒ geleiras
Vento Energia limpa
Os ventos fornecem
• erosão eólica a energia eólica que
• desgaste pode ser utilizada para
• transporte mover aerogeradores
• acumulação e produzir eletricidade
com o menor impacto
ao meio ambiente.
Homem
• construção de estradas, túneis e viadutos
• extração de riquezas naturais
• desmatamento
ca, promovendo possíveis falhas geológicas.
Essas falhas, causadoras de abalos sísmicos,
estão presentes em todo o território nacio-
nal, proporcionando terremotos de pequena
magnitude, sendo sua maioria considerada
imperceptível na superfície terrestre.
Em 1955, no Mato Grosso, foi detectado um
terremoto de 6,6 graus na escala Richter.
Nesse mesmo ano, o Espírito Santo foi
atingido por um abalo sísmico de 6,3 graus.
Em 1980, o Ceará registrou um terremoto
de 5,2 graus na escala Richter. O Estado do
Amazonas, em 1983, sofreu com um terre-
moto de 5,5 graus, entretanto, pelo fato de
esses terremotos terem atingido áreas com
pouca concentração populacional, não hou-
ve danos materiais nem vítimas. O último
tremor numa escala tão alta havia ocorrido
em maio de 1935 e fez 60 mil vítimas na
cidade de Quetta, no Paquistão, que pratica-
mente ficou destruída por completo.

Os terremotos pelo mundo
11 de março de 2011 – Japão: Um forte terremo-
to de 8,9 graus na escala Richter atingiu a costa
nordeste do Japão. O tremor foi seguido por um
tsunami devastador, que deixou quase 15 mil mor-
tos e mais de dez mil desaparecidos. A tragédia
ganhou contornos ainda mais trágicos com o
vazamento nuclear na usina de Fukushima, que
entrou em colapso após ser atingida por ondas
gigantes.
26 de dezembro de 2004 – sudeste da Ásia: Um
terremoto de 8,9 de magnitude atingiu a extremi-
dade norte da ilha de Sumatra, na Indonésia, pro-
vocando grandes enchentes na costa e matando
milhares de pessoas na Indonésia, na Malásia, na
Tailândia, na Índia e no Sri Lanka. Cerca de 225 mil
pessoas morreram, entre elas muitos turistas oci-
dentais. O socorro e a ajuda humanitária prestados
à época foram dos mais abrangentes na história.
26 de dezembro de 2003 – Bam, Irã: Pelo menos
31,8 mil pessoas morreram e 18 mil ficaram feridas
num terremoto que arrasou a antiga cidade irania-
na de Bam. O tremor alcançou 6,7 de magnitude.
Apesar das tensões políticas com a República
Islâmica, países ocidentais enviaram suprimentos e
ajuda financeira a Teerã.
21 de maio de 2003 – norte da Argélia: Aproxi-
madamente 2,3 mil pessoas morreram e outras 10
mil ficaram feridas num tremor de magnitude 6,8
ocorrido próximo da capital, Argel.
25 de março de 2002 – norte do Afeganistão:
Tremor de magnitude 6 matou 4,8 mil pessoas.
26 de janeiro de 2001 – Gujarat, oeste da Índia:
o Estado indiano de Gurajat foi abalado por um
terremoto de 7,9 de magnitude. Números oficiais
informaram que pouco mais de 20 mil pessoas per-
deram a vida e outras 160 mil ficaram feridas, mas
organizações de ajuda humanitária estimam que o
número de vítimas fatais pode ter chegado a 50 mil.
17 de agosto de 1999 – noroeste da Turquia: Em
um dos piores terremotos da história do país, 17,8
mil pessoas morreram e aproximadamente 25
ficaram feridas na região próxima a Izmit. O tremor
chegou a 7,4 de magnitude. Os inúmeros arranha-
UNIDADE 1
-céus construídos de maneira barata e rápida na
cidade entraram em colapso. A situação levou a
uma investigação sobre as práticas de construção
desses prédios em todo o país.
30 de maio de 1998 – nordeste do Afeganistão:
um terremoto de 7,1 de magnitude matou cerca
de 5 mil pessoas no país.
4 de fevereiro de 1998 – nordeste do Afeganis-
tão: Entre 2,3 mil e 4 mil pessoas morreram em
tremor de 6,4 de magnitude.
10 de maio de 1997 – leste do Irã: 1,6 mil mortes e
3,7 mil pessoas feridas em terremoto com magni-
tude 7,1.
17 de janeiro de 1995 – Kobe-Osaka, região cen-
tral do Japão: A ilha de Honshu é atingida por um
terremoto de magnitude 7,2. São registradas 6,4
mil mortes, sendo que a cidade de Kobe é a mais
destruída. Prejuízos ultrapassam os 100 bilhões de
dólares.
30 de setembro de 1993 – Maharashtra, su-
doeste da Índia: Mais de 30 mil mortos e dezenas
de vilas são varridas do mapa após terremoto de
magnitude 6,4.
21 de junho de 1990 – noroeste do Irã: No pior
terremoto registrado no país ao longo do século,
com magnitude 7,7, mais de 50 mil pessoas nas
províncias de Ghilan e Zandjan.
7 de dezembro de 1988 – noroeste da Armênia:
cerca de 25 mil pessoas morrem no então Estado
soviético após um terremoto de magnitude 7 atin-
gir as cidades de Spitak e Leninakan, atual Gumairi.
19 de setembro de 1985 – Cidade do México:
Apesar do epicentro relativamente distante, pelo
menos 10 mil mexicanos morrem na capital após
um tremor de terras na região central das provín-
cias mexicanas.
28 de julho de 1976 – cidade de Tangshan na
província de Hebei, China:
Terremoto de 7,8 de magnitude deixa um saldo de
242 mil mortos e 164 feridos.
HIPERCONHECIMENTO 261
Geografia

UNIDADE 2 Hidrografia,
atmosfera e vegetação

Capítulo
Ciclo da água – hidrografia
1 Ciclo da Água

A
maior parte da superfície do nosso planeta é co-
berta por água, que corresponde a mais de 70%
do total, enquanto os continentes e ilhas não
chegam a 30%.
Portanto, para conhecermos melhor a superfície de
nosso planeta estudaremos: os oceanos, os rios, os lagos
e as geleiras.

OCEANOS
Oceanos são enormes extensões de água salga-
da, ligadas entre si. São divididos em: Pacífico, Atlân-
tico, Índico, Glacial Ártico e Glacial Antártico.
Através dos oceanos navegam grandes embar-
cações, no chamado transporte marítimo. O oceano
Atlântico é o mais importante deles, devido à sua lo-
calização, que é estratégica para as comunicações e o
comércio, principalmente no hemisfério Norte, entre
os países europeus, os EUA e o Canadá.
O oceano Pacífico é o mais extenso, com um gran-
de número de ilhas e arquipélagos.
O oceano Índico é importante para a navegação,
pois em suas águas trafegam muitos navios petroleiros.
Os oceanos Glacial Ártico e Glacial Antártico, devi-
do às suas localizações, apresentam suas águas conge-
ladas a maior parte do ano, o que dificulta a navegação
marítima.
Os mares são extensões menores de água salgada
junto aos continentes. Não possuem grandes profundi-
dades e são classificados em 3 tipos: costeiros; mediter-
râneos, interiores ou continentais; fechados ou isolados.
As águas marinhas apresentam vários movimentos:
as ondas, causadas pelos ventos, as marés, provocadas pela
atração que o Sol e a Lua exercem sobre a Terra e as correntes
marítimas, grandes volumes de água salgada, que circulam
Mar e oceano
Ambos os nomes são normalmente usados
para designar a mesma coisa, porém, um mar
não é exatamente
o mesmo que um oceano.
Mar é um corpo de água
salgada parcial ou totalmente circundado por
terra. Muitos
mares são conectados com os
oceanos por meio de canais.
como verdadeiros rios dentro dos oceanos.
O fundo dos oceanos e mares possui um relevo
mais suave, embora haja também montanhas, depres-
sões e planaltos.
A plataforma continental é a continuação da super-
fície dos continentes coberta pelas águas.
As águas marinhas constituem um agente de ero-
são, pois as ondas desgastam o relevo litorâneo.

262 HIPERCONHECIMENTO
 UNIDADE 2

As águas do oceanos são responsáveis pelo equilí-

brio climático do planeta. Elas absorvem o calor do sol
e o liberam vagarosamente para a atmosfera, influen-
ciando no clima. A temperatura média das águas dos
oceanos é de 16ºC. Quando baixam a -2ºC, formam-se
as banquisas, que, ao se fragmentarem, dão origem aos
floesbergs, que se derretem mais rapidamente que os
icebergs. A temperatura varia de acordo com a latitude e
a profundidade dos oceanos. Quanto mais próximos do
Equador, maior a radiação e maior a absorção de ener- Como combater o
gia; quanto maior a profundidade, menor a temperatura. desperdício de água

- Aproveite as águas da chuva, armazenado-as de

maneira correta. Você poderá utilizá-la para dife-
rentes atividades, como lavar o quintal.

- Feche a torneira enquanto escovar os dentes;

- Reaproveite o papel. Isso é muito importante,

pois para produzir papel gasta-se muitos litros de
água, Exemplo: se possível utilize os dois lados
da folha, evite imprimir documentos;

As grandes massas de água possuem diferenças
físicas, químicas e biológicas entre si.
Rios
Os rios são correntes de água e nascem na chamada
nascente ou cabeceira. Os rios podem formar-se a partir
de uma fonte, do derretimento de neve ou da água da
chuva. O local onde os rios deságuam chama-se foz ou
desembocadura.
O curso de um rio é o caminho por ele percorrido
desde a nascente até a foz.
Bacia hidrográfica é a região banhada por um rio
principal e todos os seus afluentes e subafluentes.
Débito, descarga ou vazão é a quantidade de água
despejada por um rio em outro rio ou oceano.
Regime é a variação do nível das águas de um rio
durante um ano. O regime de um rio pode ser pluvial
(chuvas), nival (neve) ou misto.
Os rios podem ser perenes (são os rios cujas águas
nunca secam) ou temporários (que desaparecem na es-
tação seca).
- Acabe com o pinga-pinga da torneira. Uma
torneira gotejando, gasta, em média, 46 litros de
água por dia;
- Reduza o consumo doméstico de água potável;
- Não contamine os cursos d’água;
- Aja como consumidor consciente e exija que
as empresas produzam detergentes e produtos
de limpeza que diminuam a poluição do meio
ambiente (biodegradáveis);
- Evite o desperdício, cuidando dos vazamentos
de água, e não lavando as calçadas utilizando
água potável. Aproveite a água da chuva que
armazenou anteriormente, agora ela será bem–
vinda;

Os rios são muito importantes porque: - Ao tomar banho, desligue o chuveiro ao se

- são utilizados como meio de transporte (navega-
ensaboar, pois uma ducha chega a gastar mais
ção fluvial);
- a partir de suas quedas d’água são construídas de 16 litros de água por minuto.
as usinas hidrelétricas, que embora devastadoras
para o meio ambiente, são responsáveis pela maior Todas essas mudanças de hábitos são pequenas,
parte de nossa energia; no entanto, geram grandes diferenças. Faça você
- após serem devidamente tratados, servem de a sua parte, contribua para a preservação do bem
abastecimento de água para a população;
- irrigam as plantações; mais valioso da Terra, a água.
- fornecem alimentos muito nutritivos, tais como os
peixes, por exemplo.

HIPERCONHECIMENTO 263
Geografia
Geleiras
Icebergs As geleiras são massas de gelo que se acumulam em
pontos elevados do relevo. Podem dar origem às nascen-
Os icebergs são os habitantes tes de rios ou a icebergs. Icebergs são enormes blocos de
mais colossais dos oceanos. gelo, que flutuam em alguns pontos dos oceanos e mares.
Esses desprendimentos de gelo,
que navegam à deriva, são resultados de um
fenômeno natural fascinante
e, às vezes, perigoso.

Em 1912, de um só golpe, um deles chocou-se

com o Titanic – navio construído como tentati-
va de demonstração do poder humano
– provocando seu afundamento.

O maior iceberg já avistado pelo homem foi

encontrado em 1956,
pelo navio norte-americano
Glacier, no Pacifico Sul. Com 335 quilômetros
de comprimento e 97 quilometros de largura,
estendia-se por uma superfície de 31 mil quilô-
metros quadrados, ou seja,
As geleiras são encontradas principalmente nos polos e em altas montanhas.
maior que a Bélgica.

A água é o bem maior da humanidade e, a pas-

Lagos
Os lagos são massas de água acumuladas em de-
pressões do relevo. Destacam-se três tipos principais:
lagos tectônicos, vulcânicos e glaciários.
As lagoas são lagos de pequena extensão.
sos largos, está se acabando. Vejamos alguns
dados da Unesco (Organização das Nações
Unidas para a Educação, Ciência e Cultura)
sobre isso:

- Em 2025, cerca de 3 bilhões de pessoas vive-

rão em países com conflitos por falta de água;

- Apenas 1% da água da Terra pode ser utilizada

para o uso e consumo humano. Desde 1950, o
uso da água triplicou no mundo;

- A água potável salva mais vidas que todas

Lago em Ontário -
Canadá.
Maiores rios, oceanos e desertos do planeta
Veja lista dos acidentes geográficos mais conhecidos
do planeta: os maiores oceanos, os mares mais extensos,
os maiores rios do mundo, os maiores desertos, as maio-
res altitudes, as maiores quedas d’água, os lagos mais ex-
tensos e as maiores ilhas da Terra.
as instituições médicas do mundo: segundo
a ONU, a água contaminada causa 80% das
doenças do planeta;
A América do Sul é uma região riquíssima em
recursos hídricos. Pelas bacias dos rios Amazo-
nas, Orinoco, São Francisco, Paraná, Paraguai
e Magdalena corre 30% da água superficial da
Terra. Temos de usar a água com responsabili-
dade.

264 HIPERCONHECIMENTO
 UNIDADE 2

MAIORES ACIDENTES GEOGRÁFICOS

Os oceanos* Área (km2) Profundidade máx. (m)
Pacífico 179,7 milhões 11.524
Atlântico 106,1 milhões 9.220
Índico 74,9 milhões 9.000
Os três mares mais extensos Área (km ) 2
Profundidade máx. (m)
Mar da Arábia 3,68 milhões 5.800
Mar da China Meridional 3,45 milhões 5.560
Mar do Caribe 2,75 milhões 7.680
Os três maiores rios Localização ** Extensão (km)
Amazonas Brasil 6.868
Nilo Egito 6.671
Xi-Jiang China 5.800
Os três maiores desertos Localização Extensão em km2
Saara Norte da África 8,6 milhões
Gobi Mongólia e noroeste da China 1,3 milhão
Kalahari Sudoeste da África 930 mil
As maiores altitudes Localização Altura (m).
Everest Nepal/China 8.848
K-2 Paquistão/China 8.611
Kanchenjunga Nepal/Índia 8.598
As três maiores quedas d’água Localização Altura(m)
Salto Angel Venezuela 979
Tugela África do Sul 914
Utigard Noruega 800
Os três lagos mais extensos Localização Área (Km ) – Profundidade máx. (m)
2

Mar Cáspio Oeste da Ásia 371 mil – 1.025

Superior EUA/Canadá 84 mil – 406
Victória Uganda/Tanzânia/Quênia 68 mil– 73
As três maiores ilhas Área (km2)
Groenlândia 2,18 milhões
Nova Guiné 785 mil
Bornéu 736 mil

* Alguns geógrafos consideram o oceano Glacial Ártico (com 14,09 milhões de km2 não como um oceano, mas como
um mar formado pelo oceano Atlântico. A área do Atlântico mencionada nesta tabela inclui o Ártico.
** Principal país que o rio atravessa.

Fonte: Manual de Redação - Folha de S.Paulo

HIPERCONHECIMENTO 265
Geografia

Capítulo
Atmosfera
2
A
atmosfera é a camada gasosa que envolve a Terra. Esta imagem, de
É formada, principalmente, de nitrogênio e oxi- 2013, divulgada
pela Nasa, mostra
gênio e está dividida em camadas: troposfera, es- que o tamanho
tratosfera, mesosfera, ionosfera e exosfera. do buraco na
A troposfera é a camada com a qual o homem man- camada de ozônio
é equivalente à
tém um contato direto; ela vai do solo até 15 ou 16 quilô- América do Norte,
metros de altitude e é nela que ocorrem os fenômenos com dimensões
atmosféricos, o calor, os ventos e as chuvas. de 24,1 milhões
de quilômetros
A estratosfera é a camada seguinte e tem uma es-
quadrados.
pessura de cerca de 40 quilômetros. Nessa camada, en-
contra-se o gás ozônio, que filtra a radiação ultravioleta Ar atmosférico
do Sol.
A mesosfera é a camada intermediária e estende- A atmosfera é formada por uma mistura de gases,
-se até 80-85 km de altura. em que predominam o nitrogênio (78%) e o oxigênio
A ionosfera fica acima de 80 quilômetros de alti- (21%).
tude; nela encontram-se moléculas carregadas eletrica- O ar atmosférico possui quantidades variáveis de va-
mente (ionizadas), que refletem as ondas de rádio para por d’água, dióxido de carbono, cinzas, poeira etc.
a Terra. Na ionosfera e na mesosfera, os meteoros pro- O dióxido de carbono contido no ar vem aumen-
venientes do espaço desintegram-se, dando origem às tando, devido à queima de combustíveis fósseis (carvão e
estrelas cadentes. petróleo) e de florestas.
A exosfera é a camada mais externa: começa após As camadas da atmosfera que sofrerem alterações
os 500 quilômetros e prossegue até se confundir com o podem trazer consequências negativas para a vida na
vazio do espaço. Terra.

CAMADAS DA ATMOSFERA

Satélite Reflexões
de ondas
curtas de
+ 2.000° Exosfera rádio durante
a noite
500 km
Ar Aurora Reflexões
de ondas
rarefeito curtas de
rádio durante
Ionosfera o dia
Ônibus
- 100° espacial Reflexões
de ondas
Coluna de ar

médias de
80 - 85 km rádio
Meteoros

+ 17° Mesosfera Reflexões

Camada de de ondas
ozônio longas de
rádio
50 km
Estratosfera Balões Ar
- 70° denso Concorde Nuvens e
meteorológicos fenômenos
8 - 16 km meteorológicos
Troposfera
+ 20º nível do mar
temp. em °C

266 HIPERCONHECIMENTO

Tempo e clima
O tempo é o estado momentâneo da atmosfera em
determinado local.
O clima é definido após um longo período de obser-
vações dos estados de tempo durante o ano.
a) Temperatura
Temperatura é a quantidade de calor que permane-
ce retida próxima à superfície terrestre.
As temperaturas são registradas pelos termôme-
tros e seus valores são dados em graus Celsius (ºC).
As temperaturas variam de lugar para lugar, pois
sofrem interferências da latitude, da altitude e do
aquecimento desigual das terras e das águas.
b) Latitude
A latitude é a distância ou proximidade da linha do
Equador; portanto, à medida que se caminha em direção
aos polos, a latitude aumenta e a temperatura diminui.
Isso ocorre porque a Terra não recebe os raios
solares com a mesma intensidade em toda a sua su-
perfície.
c) Altitude
A altitude é a altura de um local em relação ao ní-
vel do mar. A temperatura diminui com o aumento da
altitude: em média, para cada 200 metros de altitude, a
temperatura diminui 1ºC.
O efeito estufa está causando um aumento das
temperaturas. Isso ocorre devido ao acúmulo do dió-
xido de carbono (CO2) na atmosfera. O aumento do
gás deve-se a dois fatores: à queima de combustíveis,
como o carvão, o gás natural e o petróleo (veículos,
indústrias etc.), e às queimadas das florestas.
O EFEITO ESTUFA
4. Esse aquecimento provoca não só
o aumento da concentração de vapor
d’água na atmosfera como também
o possível derretimento da neve nas
calotas polares
5. O derretimento das geleiras
pode provocar a elevação do
nível dos oceanos, inundando,
assim, muitas cidades
costeiras
UNIDADE 2
Se o aquecimento da Terra continuar a aumentar, te-
remos longos períodos de secas, ondas de calor muito for-
tes e elevação do nível das águas dos oceanos.
Vários países têm promovido encontros para a
discussão e a busca de soluções para esse problema.
Pressão atmosférica
A pressão atmosférica varia de acordo com as
temperaturas e a altitude. Ao nível do mar, a pressão
atmosférica é maior, mais pesada. À medida que nos
dirigimos para partes mais altas do relevo, a pressão é
menor, porque existe menos atmosfera.
Na região próxima à linha do Equador, temos baixa
pressão atmosférica e, em direção aos polos, alta pressão.
Ventos
Vento é o movimento do ar atmosférico, que pode
soprar no mesmo sentido ou em sentidos diferentes.
Os ventos regulares ou constantes, como os alísios,
sopram sempre na mesma direção. Os ventos periódi-
cos, como as brisas e as monções, sopram em sentidos
variados.
Umidade do ar e chuvas
A evaporação é a transformação das águas em vapor,
sejam elas dos mares, dos lagos, rios ou florestas. A água,
ao encontrar temperaturas mais altas, passa para o estado
gasoso, formando nuvens. Nuvens são milhões de gotícu-
las de água em suspensão.
A chuva ocorre quando essas gotas se juntam formando
gotas maiores e mais pesadas, que se precipitam.
Pluviômetro é o nome do aparelho que mede a
quantidade de chuva que cai em uma área.
3. O dióxido de carbono armazena
maior quantidade de calor e o emite
para a Terra, aumentando, assim, o
aquecimento terrestre
2. Devido à queima de combustíveis
fósseis e à identificação dos
desmatamentos, aumentam os níveis
de dióxido de carbono na atmosfera
terrestre
1. Emissão de dióxido de
carbono na atmosfera
HIPERCONHECIMENTO 267
Geografia
As chuvas podem ser: chuvas de convecção, que
são comuns em regiões equatoriais; chuvas frontais,
frequentes no Brasil; chuvas de relevo ou orográficas,
A camada de ozônio comuns nas regiões serranas do Brasil.

A camada de ozônio é
uma espécie de capa Chuva
frontal Latitudes médias
composta por gás ozô-
nio, responsável por filtrar Nuvem
cerca de 95% dos raios
ultravioleta emitidos pelo
Ar quente
Sol que atingem a Terra. e úmido
Essa camada é de extre-
ma importância para a manutenção da Ar frio
vida terrestre, pois, caso ela não existis-
se, as plantas teriam sua capacidade de Frente
fotossíntese reduzida e os casos de câncer
de pele, catarata e alergias aumentariam,
Chuva convectiva
além de afetar o sistema imunológico.

A degradação da camada de ozônio é

um dos grandes problemas da atualida-
de. Esse fenômeno é conhecido como
“buraco na camada de ozônio”, no en- Evaporação
tanto, não ocorre a formação de bura- Chuva

cos, mas sim a rarefação dessa camada,

que fica mais fina, permitindo que uma
Oceano
maior quantidade de raios ultravioleta 25°C
atinja a Terra.

Em 1989, começou a vigorar o Protocolo Chuva de

de Montreal, assinado por 47 países que Vento seco montanha
se prontificaram a reduzir a emissão de 10°C ou orográfica
substâncias nocivas à camada de ozônio.

O resultado tem sido positivo, visto que Área Chuva

montanhosa
vários países pararam de fabricar o gás
clorofluorcarbono (CFC), havendo uma Ventos alísios
queda de aproximadamente 80% em
seu consumo mundial. No entanto, essa 25°C
Oceano
medida não é suficiente para proteger a
camada de ozônio.

Massas de ar Inversão térmica

Massa de ar é um volume de ar definido pela sua
temperatura e teor de vapor de água. Cobre centenas
ou milhares de quilômetros quadrados e possui as mes-
mas características da superfície que está abaixo dela. As
massas de ar são classificadas de acordo com a latitude e
as suas regiões de origem continental ou marítima. As de
ar frio são as chamadas massas polares árticas e as de ar
quentes são denominadas massas de ar tropical. Massas
de ar continentais são secas, enquanto que as marítimas
são de monção úmida.
É um fenômeno típico de dias de inverno. Ocorre
quando uma camada de ar frio sobre uma cidade
é encoberta por uma camada de ar quente.
O ar frio fica preso, parado, não havendo cor-
rentes de vento para dispersar os poluentes das
fábricas e veículos.
Esse fenômeno é comum na cidade de São
Paulo.

268 HIPERCONHECIMENTO

Seca na Amazônia?
A explicação para a seca que tem atingido a re-
gião Norte está no oceano Atlântico, segundo
Everaldo Souza, meteorologista do Sipam.
“Há duas áreas de aquecimento.
Na região da Bacia Norte, onde tem havido
episódios de furacões, e na região subtropical,
próxima à costa sul e sudeste do Brasil, há
muita água quente. Isso provoca a formação
de chuvas sobre o oceano”, disse.
Everaldo Souza explicou que, como a atmos-
fera na região tropical é dinâmica, acontece
um movimento de compensação: o ar mais
frio desce, mas sobre a Amazônia. “Isso inibe a
formação de nuvens e a ocorrência de chuvas
na região.”
Após ler esta reportagem, reflita sobre quais as
hipóteses mais prováveis para essas mudanças
no cenário da Amazônia.
Chuva ácida
A chuva ácida não é um
fenômeno recente
Logo após a Revolução Industrial, o químico
Robert Angus Smith aplicou pela primeira
vez o nome “chuva ácida”, em um trabalho
sobre a poluição na Inglaterra; mas só na
década de 1950 é que realmente a percep-
ção da chuva ácida ocorreu, quando foram
comprometidos vários ecossistemas, o que
também atinge as cadeias alimentares e a
composição química do solo e das águas.
Ao atingir lagos e florestas, a biodiversidade
também é atingida. As obras de arte e os
monumentos arquitetônicos também são
afetados, porque o ácido sulfúrico, presente
nas chuvas ácidas, dissolve tintas, deixa os
papéis amarelados e dissolve o mármore,
bem como todas as rochas calcárias.
Algumas medidas, como a substituição do
carvão por óleo diesel e a construção de
indústrias com chaminés mais altas, já foram
tomadas para que a acidez das chuvas seja
diminuída; porém não exterminada.
UNIDADE 2
Capítulo
Vegetação
3
A
s paisagens vegetais variam de um lugar para ou-
tro e o maior responsável pelos diferentes tipos de
vegetação é o clima.
Nos climas secos, não existem florestas; a vegetação
é pobre e predomina a vegetação denominada xerófila.
Exemplo de floresta tropical, a floresta Amazônica
é composta de milhares de espécies de vegetais.
A vegetação mais exuberante e densa aparece nas
regiões quentes e úmidas.
Nas regiões mais frias, durante o curto verão, predo-
mina a vegetação chamada de tundra.
Nas regiões temperadas, com inverno rigoroso, te-
mos extensas florestas onde predominam os pinheiros.
FORMAÇÕES ARBÓREAS
Diferentes tipos de vegetação aparecem em várias
regiões do mundo.
As formações arbóreas correspondem a tipos diferen-
tes de árvores: são as florestas. Dentre os vários tipos, des-
tacam-se:
• Florestas equatoriais ⇒ que possuem grande varie-
dade de espécies vegetais e são de difícil penetração.
• Florestas tropicais ⇒ que são menos exuberantes e apre-
sentam uma menor variedade de espécies vegetais.
• Florestas temperadas ⇒ que abrangem parte da
América do Norte, da Europa, da Ásia e da Oceania.
• Florestas boreais ou coníferas ⇒ que abrangem trechos
da América do Norte, do norte da Europa e da Ásia.
FORMAÇÕES CAMPESTRES
Na superfície terrestre destacam-se dois tipos de for-
mações campestres:
HIPERCONHECIMENTO 269
Geografia
• As savanas ⇒ que são formadas por plantas rastei-
ras, intercaladas por arbustos pobres em folhas e
flores e são encontradas em regiões de clima tropi-
cal mais seco.
• As estepes ⇒ que são formadas por plantas rasteiras,
geralmente gramíneas, utilizadas para a criação de
gado e para a agricultura.
Formações desérticas
Devido à pouca umidade, a vegetação predominante
é de cactos. Nos locais mais úmidos aparecem os oásis.
Vida animal
Os animais dependem mais da vegetação e menos
do clima.
Na floresta equatorial, vive uma grande diversidade de
animais, como macacos, cobras, insetos variados, aves etc.
A floresta boreal ou taiga é habitada por animais que
são procurados por sua pele, como ursos e lobos.
Nas savanas e estepes, temos o predomínio de ani-
mais de grande porte, como elefantes, girafas, zebras, ri-
nocerontes, antílopes, leões etc.
Nos desertos, vivem poucos animais, como o came-
lo, que presta serviços ao homem.
A savana, na África Oriental, suporta grandes
animais, que se alimentam dos pastos, e seus
respectivos predadores, que estão ameaçados
nessas áreas pela agricultura e criação de ani-
mais domésticos.
As savanas podem ser encontradas na Áfri-
ca, América do Sul e Austrália sendo que em
cada região ela apresenta alguma peculiaridade.
A savana brasileira e a australiana possuem
como principal diferença da savana africana a
inexistência de animais de grande porte como
os elefantes, muito embora ainda possuam
exemplares extremamente grandes como
a anta brasileira, que é o maior animal terrestre
das Américas, podendo chegar a até 2 metros e
300 quilos, ou o canguru marrom australiano.
Na savana africana pode ser encontrado
o maior animal terrestre do mundo, o elefante,
assim como o mais alto, a girafa, e o maior pre-
dador terrestre, o leão.
Todos eles são remanescentes da Megafauna
(fauna composta por animais gigantes) que ha-
bitou a região (Gondwana) durante os períodos
do Pleistoceno e Holoceno e foram extintas em
todas as regiões do mundo, exceto na África.
270 HIPERCONHECIMENTO
Formações alagadiças
São comuns nas áreas de clima frio ou tempe-
rado. Predominam as seguintes vegetações:
Tundra ⇒ é uma vegetação rasteira, que apa-
rece em lugares de clima frio.
Mangues ⇒ predominam
nos litorais de climas quentes; é uma vegeta-
ção de arbustos com as raízes acima do nível
das águas.
El Niño
O fenômeno El Niño é o resultado de uma complexa
interação entre oceano e atmosfera. Tem início no meio
do oceano, a cerca de 10 mil quilômetros da costa do
Peru. O primeiro registro data de 1725, quando o aque-
cimento das águas do Pacífico prejudicou a atividade
pesqueira no Peru e Equador. Na época, pensou–se que
isso ocorria somente nas costas litorâneas dos dois paí-
ses. Isso porque, de tempos em tempos, nas regiões ba-
nhadas pelas águas frias do Pacífico, costumavam surgir
correntes de águas quentes em dezembro, próximo à
época do Natal. Daí o nome de El Niño – que, em espa-
nhol, significa O Menino – em alusão à comemoração
do nascimento de Jesus.
A partir da década de 1950, os pesquisadores come-
çaram a desconfiar que o fenômeno teria abrangência
muito mais ampla. Hoje, sabe-se que El Niño é um fe-
nômeno extremamente complexo, que envolve a inte-
ração entre correntes oceânicas e atmosféricas e ocorre
cerca de cinco vezes a cada 20 anos, suas consequên-
cias alcançam escala planetária, provocando de secas no
Nordeste brasileiro a enchentes na Índia e Austrália. Ex-
plicá-lo, porém, não é simples, porque estão envolvidas
duas das mais incontroláveis forças naturais da Terra: os
oceanos e a atmosfera.
Devido ao maior volume de águas quentes na faixa
equatorial do Pacífico, passa a ocorrer maior evaporação,
que, por sua vez, provoca a elevação do índice de chuvas
nos países da América do Sul.
Logicamente, essa transformação repercute tam-
bém no Brasil, causando aumento de chuvas no Sul
e seca no Nordeste. El Niño chega até a alterar a tem-
peratura nas águas do oceano Atlântico, modificando
o ambiente na costa brasileira. No Brasil, segundo os
cientistas, é importante que as autoridades das cidades
normalmente afetadas estejam em contato permanente
com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)
de Cachoeira Paulista, SP, acompanhando a evolução do
fenômeno para que sejam tomadas as medidas necessá-
rias para enfrentar catástrofes como as que se abateram
sobre o Vale do Itajaí, em Santa Catarina, e o semiárido
 UNIDADE 2

nordestino, em 1983, quando ainda não havia como pre- emergência para a desocupação de encostas, limpeza
ver a evolução do fenômeno. Com o atual conhecimento dos leitos dos rios e, até mesmo, evacuação das áreas que
desse fenômeno, há tempo para se elaborar planos de podem ser atingidas pelas chuvas.

O fenômeno climático “El Niño”

La Niña
La Niña representa um fenômeno oceâni-
co-atmosférico com características opostas
às do El Niño, caracterizando-se por um
esfriamento anormal nas águas superficiais
do Oceano Pacífico.

Alguns dos impactos do La Niña tendem

a ser opostos aos do El Niño – a região
sul do Brasil tende a passar por um longo
período de seca, trazendo a diminuição dos
reservatórios de águas e problemas para a
agricultura.

HIPERCONHECIMENTO 271
Geografia

UNIDADE 3 Divisões da Terra

Capítulo
Os continentes
1 nelas não haver nenhuma separação física, desenvol-
veram civilizações muito diferentes.
A África também já esteve unida à Ásia, mas, em 1869,
foi inaugurado o Canal de Suez, que liga o mar Mediterrâneo
ao mar Vermelho e separa os dois continentes.
A América, formada pela América do Norte, Amé-
rica Central e América do Sul, é chamada de Novo

A
superfície do nosso planeta possui grandes ex-
tensões de terra, que receberam o nome de con-
tinentes.
Os continentes são: Europa, Ásia, África, América,
Oceania e Antártida.
A Europa, a Ásia e a África formam o Antigo Con-
tinente, ou Velho Mundo, assim chamado por ter sido
o berço das antigas civilizações e dos descobridores de
outros continentes.
A Europa e a Ásia formam a Eurásia e, apesar de
Continente ou Novo Mundo.
O continente americano é separado na Améri-
ca Central pelo Canal do Panamá, que liga os oceanos
Atlântico e Pacífico.
A Oceania, chamada de Novíssimo Continente, é
formada pela Austrália, Nova Zelândia e por muitas ilhas
localizadas no oceano Pacífico.
A Antártida, situada ao redor do Polo Sul, possui
terras cobertas de gelo e é o menos explorado dos con-
tinentes até então.

O que foi a pangeia?

Há 400 milhões de anos, as terras do

planeta estavam reunidas em um único Pangeia
continente, o Pangeia (toda a terra). Esse
continente começou a rachar no senti-
do leste-oeste há 225 milhões de anos,
formando dois subcontinentes: Laurásia
e Gondruana. A atual formação e posi-
ção dos continentes tem cerca de 60 Laurásia
milhões de anos, mas eles continuam
em constante formação. A América do
Sul e a África afastam-se um do outro a
uma velocidade de 7 cm por ano. Gondruana

272 HIPERCONHECIMENTO
 UNIDADE 3

(+) Extenso (-) Extenso (+) Denso (-) Denso (+) Vida (-) Vida

Sudão Seychelles Maurício Chade Reunião Serra Leoa

África
2.505.813 km2 455 km2 550 hab / km2 0,5 hab / km2 79 anos 33 anos

América Nicarágua Granada Barbados Belize Dominica Haiti

Central 130.000 km2 344 km2 698 hab / km2 8,6 hab / km2 80 anos 48 anos

Canadá 81
América Canadá México México Canadá México
anos
do Norte 9.970.610 km2 1.958.201 km2 50,1 hab / km2 3,2 hab / km2 70 anos

América Brasil Suriname Colômbia Suriname Uruguai Bolívia

do Sul 8.547.403 km2 163.265 km2 36 hab / km2 2,5 hab / km2 76 anos 59 anos

Cingapura
Rússia Cingapura Mongólia Japão Afeganistão
Ásia 3.500 hab /
12.704.097 km2 641 km2 1,5 hab / km2 83 anos 43 anos
km2

Mônaco
Rússia Vaticano Islândia Suíça Rússia
Europa 16.620 hab /
4.371.303 km2 0,44 km2 3 hab / km2 82 anos 58 anos
km2

Austrália Nauru Ilhas Marshall Austrália Austrália Nauru

Oceania
7.638.300 km2 21,3 km2 555 hab / km2 2,4 hab / km2 81 anos 50 anos

Fonte: Aferições realizadas a partir do cruzamento de dados disponibilizados pela ONU e pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos em 2011.

CONTINENTES
Ásia
América do Norte

Europa
América Central
e Caribe
África
Oceania
América do Sul

HIPERCONHECIMENTO 273
Geografia

2
ses planaltos correspondem aos alpes Escandinavos; aos
montes Apeninos, que aparecem nas Ilhas Britânicas; aos
Capítulo montes Cantábricos e à Meseta Espanhola, na península
Ibérica; aos montes Pindos, na península Balcânica; e aos
montes Urais, que se localizam na fronteira entre a Europa
Europa e a Ásia.
Na parte centro-sul da Europa encontramos cordi-
lheiras muito altas que formam os Alpes, onde se situa o

A
Europa é o menor dos continentes, fisicamente: ponto mais alto da Europa: o pico Monte Branco (4.807
sua superfície é de 10,3 milhões de km2. m). Merecem destaque também os Apeninos, os Pire-
Localiza-se no hemisfério norte da Terra, é corta- neus, os Bálcãs, os Cárpatos e a Cadeia do Cáucaso.
da, ao norte, pelo Círculo Polar Ártico. Em relação ao me-
ridiano de Greenwich, situa-se nos hemisférios oriental e
ocidental.
Os limites do continente europeu são:
• ao norte ⇒ oceano Glacial Ártico;
• ao sul ⇒ os mares Mediterrâneo e Negro;
• a leste ⇒ rio Ural e os montes Urais;
• a oeste ⇒ oceano Atlântico.
A Europa abriga mais de 40 países, onde prevalecem
sistemas de governo republicanos e, em alguns casos, mo-
nárquicos.
A Europa divide-se em: Europa Oriental (Leste
Europeu) e Europa Ocidental, de acordo com a estrutu-
ra político-econômica adotada após a Segunda Guerra
Mundial.
A Europa Ocidental é muito desenvolvida e industria-
lizada, e, em geral, oferece excelentes condições de vida para
seu povo, sendo um exemplo dessas boas condições a alta
renda per capita.
O Leste Europeu também apresenta grande indus-
trialização; desde que surgiram repúblicas populares, foi
Mikhail Gorbatchev – o responsável pelo início da abertura política
dado um grande incentivo à criação e desenvolvimento na ex-União Soviética.
de indústrias de base e de equipamentos.
A partir da metade da década de 1980, ocorreram di- O litoral europeu é muito recortado, o que favorece a ins-
versas reformas políticas e econômicas no Leste Europeu, talação de portos, a navegação e o comércio. O litoral possui
devido à eleição de Mikhail Gorbatchev para secretário- também um grande número de penínsulas e ilhas.
-geral do Partido Comunista da União Soviética. Ele ini- As principais penínsulas são: a Escandinava, ao norte;
ciou a glasnost (abertura política) e a perestroika (rees- a da Jutlândia a oeste; a Ibérica, a Itálica e a Balcânica, ao sul.
truturação econômica) no país. Ao sul do continente europeu, existem inúmeras ilhas
Um grupo contrário à perestroika tentou um gol- como: as Ilhas Baleares, a Córsega, a Sardenha, a Sicília e as
pe de Estado contra Gorbatchev, em agosto de 1991. A ilhas gregas.
fracassada tentativa de golpe teve como resultado a in- Os mares que se destacam são: mar Báltico, mar do Norte e
tensificação da onda separatista, tornando irreversível o mar da Noruega, ao norte; mar Tirreno, Adriático, Jônico, Egeu,
desmembramento da União Soviética (8/12/1991), que de Mármara, Negro, de Azov e Cáspio, ao sul e a sudeste.
formou a Comunidade dos Estados Independentes (CEI). A Europa possui boas condições para a pesca e a explo-
ração mineral, porque sua plataforma continental é muito
RELEVO larga.

O relevo predominante na Europa é a planície, que HIDROGRAFIA

apresenta duas principais características: solo fértil – fa-
vorável à agricultura – e facilidade para o estabelecimento
de vias de comunicação.
As planícies que se destacam são: a planície Russa,
a planície Húngara, a planície do Pó e a planície Ger-
mano-Polonesa.
Além das planícies, encontramos ainda no relevo
europeu planaltos pouco elevados, desgastados pela ero-
são, que correspondem a 35% do território europeu. Es-
A Europa possui uma grande quantidade de rios,
que deságuam no oceano, em mares, lagos ou outros
rios.
Os rios são muito utilizados como vias de comunica-
ção e fontes produtoras de energia.
Os principais rios que cortam a Europa são:
• Volga ⇒ é o maior rio europeu; possui 3.531 km

274 HIPERCONHECIMENTO

de comprimento e é o mais importante da Euro-
pa Oriental. Sua nascente localiza-se ao norte da
Rússia e sua foz é no mar Cáspio. É muito utilizado
como via de transporte.
• Reno ⇒ é um dos principais rios da Europa Ociden-
tal; nasce na Suíça, nos Alpes, e deságua no mar do
Norte. Banha os seguintes países: Suíça, França,
Alemanha e Países Baixos. É um rio utilizado para a
navegação e interliga-se com outros rios através
UNIDADE 3
de canais. Seu valor histórico e econômico é muito
grande: além de servir como via de transporte, ele
atravessa também importantes centros industriais.
• Danúbio ⇒ nasce na Alemanha e deságua no mar
Negro. É o principal rio da Europa Central. Tem
2.960 km de comprimento. Banha os seguintes
países: Áustria, Eslováquia, Hungria, Iugoslávia,
Bulgária, Romênia e Ucrânia. É um rio de grande
importância histórica e econômica.
HIPERCONHECIMENTO 275
Geografia

Maiores rios
da Europa

Extensão
Rios
em Km

Volga 3.531
Danúbio 2.960
Dnieper 2.253
Don 1.967
Petchora 1.789
Dniester 1.411
Reno 1.298
Elba 1.127
Vístula 1.091
Tejo 1.038

CLIMA
A maior parte da Europa
apresenta clima temperado,
com as quatro estações do
ano bem definidas e tempe-
raturas amenas.
O clima europeu não
favorece a formação de de- Paisagem típica do inverno.
sertos.
No extremo norte e em altitudes elevadas, as tempe-
raturas não são muito propícias à atividade humana, pois
são regiões geladas.
As condições climáticas da Europa resultam da
combinação de vários fatores:
a) As terras europeias têm pequena extensão e são
muito recortadas, não favorecendo bruscas varia-
ções de temperatura.
b) A maior parte do continente localiza-se entre 35º e
70º de latitude norte.
c) O continente recebe ventos quentes e úmidos do
oceano Atlântico durante o ano inteiro.
d) As águas quentes da corrente do golfo contribuem
para o equilíbrio térmico das latitudes mais altas.
A Europa localiza-se na zona temperada; devido a
isso o clima predominante é o temperado. No entanto,
existem quatro regiões climáticas na Europa, graças à
influência de fatores como o relevo e as massas de ar:
• clima temperado oceânico ⇒ úmido e sem gran-
des variações de temperatura, é característico da
Europa Ocidental, por causa da influência do mar;
• clima temperado continental ⇒ é mais seco, com
verões quentes e chuvosos e invernos muito frios,
pois as massas de ar vindas do oceano ficam mais
fracas, e os ventos frios e secos que vêm da Ásia
têm maior força. É o clima característico da Europa
Oriental e Central;
• clima polar (ártico) ⇒ com invernos rigorosos e
verões curtos e frios, é característico da parte se-
tentrional da Europa, nas proximidades do Círculo
Polar Ártico;
• clima mediterrâneo ⇒ apresenta verões quentes
e secos e invernos úmidos e não muito frios, por
causa da influência das águas aquecidas do ocea-
no Atlântico e do mar Mediterrâneo. É o clima ca-
racterístico da região meridional da Europa.
VEGETAÇÃO
A maior parte da vegetação natural da Europa já foi
destruída para dar lugar a plantações, cidades e outras
ocupações humanas.
As formações vegetais que aparecem são:
• Tundra ⇒ característica das zonas mais frias, como
península Escandinava e Rússia;
• Taiga e floresta de coníferas ⇒ ocupam grande
parte da Suécia, Noruega e Finlândia;
• Floresta temperada ⇒ em grande parte destruída,
aparece apenas nos maciços montanhosos;
• Estepes e pradarias ⇒ aparecem nas áreas mais
secas, próximas aos mares Negro e Cáspio;
• Vegetação mediterrânea ⇒ é de pequeno porte e
aparece no sul da Europa.

276 HIPERCONHECIMENTO

Agricultura
Na Europa, o desenvolvimento da agricultura é fa-
vorecido pelas condições naturais (clima, solos e relevo);
pela extensa rede de transportes; pelo grande número
de cooperativas; pelo nível cultural e econômico da po-
pulação; pelo espírito de valorização da terra; pela longa
tradição agrícola e pela existência de organismos interna-
cionais que facilitam a circulação e comercialização dos
produtos.
A Europa se divide em quatro grandes regiões agrárias:
• Região das florestas ⇒ compreende parte da No-
ruega, Suécia, Finlândia e Rússia. Área de extração
de madeira e indústrias de papel, compensados e
móveis;
• Região de pastagens e de criação de gado leitei-
ro ⇒ com uma grande produção de leite, queijos,
manteiga e outros derivados. Compreende a parte
litorânea da Holanda, Dinamarca e Alemanha, e os
vales montanhosos dos Alpes;
• Região dos cereais, da batata, da beterraba e da
criação de gado para produção de carne ⇒ com-
preende desde a península Ibérica à planície Russa,
ocupando a maior parte do continente europeu;
• Região das vinhas ⇒ das oliveiras, das frutas cítri-
cas, do fumo: compreende as partes mediterrâneas
da Espanha, Portugal, Itália, Grécia etc.
Da população economicamente ativa da Europa,
apenas 17% se dedica a atividades no campo.
O crescente êxodo rural reflete-se no abastecimento,
obrigando os países a importar produtos como: carne bo-
vina, chá, café, açúcar, banana, mamão, abacaxi e outros
produtos tropicais.
Recursos minerais
A Europa possui grandes reservas: de ferro no Rei-
no Unido, Suécia, Espanha e França; de carvão na Ale-
manha, Reino Unido, Bélgica, Luxemburgo e França;
de petróleo bruto e gás natural (em escala menor) na
Alemanha, Reino Unido, Países Baixos, Noruega, Itália
e França.
Industrialização
A Europa possui uma das maiores concentrações
industriais do mundo, comparável apenas as dos Esta-
dos Unidos e Japão. Ela ocupa os primeiros lugares na
produção de alguns elementos básicos, como: aço, auto-
móveis, navios, aeronaves, máquinas industriais, papel
e cimento.
O desenvolvimento industrial teve início no século
XVIII, com a Revolução Industrial, na Inglaterra. Pode-
mos destacar alguns fatores iniciais da industrialização:
• setor têxtil ⇒ passou da fabricação artesanal para
a produção em série, graças às diversas invenções,
tais como a máquina de fiar e o tear.
• indústria do ferro ⇒ com a produção de peças de
ferro em série;
UNIDADE 3
• fabricação do aço ⇒ mediante a combinação de
ferro e carvão;
• exploração do carvão ⇒ indispensável na produ-
ção do aço e principal combustível na metalurgia;
• desenvolvimento dos transportes ⇒ com a fabri-
cação de locomotivas e barcos a vapor e a constru-
ção das primeiras estradas de ferro.
Numa visão do conjunto industrial europeu, pode-
mos destacar quatro grandes setores industriais: a indús-
tria petroquímica; a indústria pesada (bens de produção); a
indústria leve (bens de consumo) e a rede de transportes.
A grande concentração de indústrias forma o cha-
mado “Coração Industrial e Econômico da Europa”, que
abrange vários países, tais como: França, Alemanha, In-
glaterra e Itália (região norte).
A grande industrialização da Europa paga seu preço
social e ecológico. Do ponto de vista social, atingiu-se um
alto índice de desemprego, devido à modernização da in-
dústria e ao grande número de pessoas que abandonaram
o campo. Do ponto de vista ecológico, temos a poluição
do ar e das águas.
Distribuição das indústrias pela europa
• indústrias metalúrgicas na Alemanha;
• indústrias de caminhões na Suécia;
• indústrias de queijos na França e Suíça;
• indústrias de vinhos em Portugal;
• indústrias de tecidos na Inglaterra;
• indústrias de azeite na Espanha e Grécia;
• indústrias de massas na Itália;
• indústrias de cerveja na Dinamarca;
• indústrias de papel na Finlândia;
• indústrias de pescados na Noruega;
• indústrias de equipamentos
eletrônicos na Áustria;
• indústrias de relógios na Suíça;
• indústrias de uísque na Escócia;
• indústrias de carros na Itália;
• indústrias de laticínios na Holanda;
• indústrias de petróleo na Rússia.
População
Em 2010, ao levarmos em consideração a população
absoluta das 55 unidades políticas da Europa, podemos
chegar a aproximadamente 750 milhões de habitantes,
sendo a densidade demográfica de 75 hab./km². Essa den-
sidade demográfica não é homogênea, variando de região
para região.
Fonte: ONU. World Population Prospects. Out. 2011. Projeção para 2020.
HIPERCONHECIMENTO 277
Geografia
A crise que assola a Europa
No plano econômico mundial, o ano de
2011 foi marcado pela crise econômica
na União Europeia. Em função da globali-
zação econômica que vivemos na atua-
lidade, a crise se espalhou pelos quatro
cantos do mundo, derrubando índices das
bolsas de valores e criando um clima de
pessimismo e tensão na esfera econômi-
ca mundial.
Podemos considerar como sendo os prin-
cipais motivos dessa crise o alto índice
de endividamento público e uma grave
falha por parte da cúpula administrativa
da União Europeia no que diz respeito à
coordenação desses problemas tão logo
eles surgissem.
Os países mais afetados até o presente
momento foram Grécia, Portugal, Espa-
nha, Itália e Irlanda.
Como consequência dessa crise, pode-
mos citar a escassez de crédito, o aviltan-
te aumento do desemprego, uma popula-
ção bastante descontente por conta dos
extremos cortes de gastos propostos pelo
Estado e um crescimento do PIB bastante
desanimador.
A maior concentração populacional encontra-se na
região central da Europa, onde a densidade é de cerca de
100 hab/km, principalmente no eixo Inglaterra-Alema-
nha (vale do Reno) e Itália.
A maior concentração de cidades está na zona cen-
tral da Europa, onde a população é predominantemente
urbana, destacando-se o norte da Itália, França, Bélgica,
Holanda e Alemanha.
A taxa de crescimento populacional na Europa é es-
tacionária, sendo esta formada por uma população “velha”,
com um alto índice de idosos.
Na Europa, existe uma diversidade grande de gru-
pos humanos, diferenciados por aspectos físicos e cultu-
278 HIPERCONHECIMENTO
Alemanha, França e Reino Unido, embora
sejam as maiores economias europeias,
tampouco estão livres dos problemas.
Enfrentando a crise
Capitaneados principalmente por França e
Alemanha, veja algumas das medidas ado-
tadas no combate à crise no continente
europeu:
• Implementação de um pacote econô-
mico anticrise, lançado em 27/10/2011;
• Maior participação do FMI (Fundo
Monetário Internacional) e do Banco
Central Europeu nas ações de enfrenta-
mento da crise;
• Ajuda financeira extrema aos países
com mais dificuldades econômicas
como a Grécia.
• Definição de um Pacto Fiscal, cujo ob-
jetivo é garantir o equilíbrio das contas
públicas dos países pertencentes a UE,
além de criar sistemas de punição aos
países que desrespeitarem o pacto. Vale
destacar que o Reino Unido não acei-
tou o pacto, fato que aumentou a crise
política na região.
rais (étnicos), mas, mesmo assim, algumas populações
mantêm características próprias, como os nórdicos,
com pele bem clara, cabelos aloirados e estatura média
maior que a europeia. A maior parte da população euro-
peia é de religião cristã (76%), sendo que o cristianismo
está dividido em 3 grupos:
• catolicismo ⇒ com sede na cidade do Vaticano, em
Roma. Os países católicos são: Itália, França, Espa-
nha, Portugal, Polônia, Áustria, Bélgica e Irlanda;
• protestantismo ⇒ dividido em: anglicanismo na
Grã-Bretanha; calvinismo na Suíça e luteranismo
na Alemanha. Também são países protestantes:
Dinamarca, Suécia, Finlândia, Noruega e Holanda;

• cristianismo ortodoxo ⇒ predominantemente na
Grécia, Ucrânia e Rússia.
Além dessas religiões, encontramos, em menores
proporções, adeptos do judaísmo e do islamismo nos
países próximos ao Oriente Médio. De modo geral, os
grupos religiosos convivem em harmonia. Há exceções,
como ocorre entre os católicos e protestantes na Irlanda
do Norte, onde os atritos têm também conotação política.
A minoria católica considera-se injustiçada social
e economicamente e quer separar-se do Reino Unido.
Durante as décadas de 1970 e 1980, ocorreram vários
conflitos entre o grupo armado conhecido como Exér-
cito Republicano Irlandês (IRA) e as forças militares da
rainha Elizabeth.
Desde 1994, o governo britânico e as organi-
zações separatistas irlandesas têm efetuado apro-
ximações diplomáticas que levaram à suspensão da
luta armada e à assinaturas de acordos que indicam
uma solução pacífica para a questão irlandesa.
Na Europa são faladas cerca de 60 línguas, sendo
que a maior parte são indo-europeias, que se dividem em
quatro grupos:
• línguas neolatinas ⇒ o latim é a língua-mãe e suas
derivadas são: português, espanhol, italiano, fran-
cês e romeno;
• línguas germânicas ⇒ o germânico é a língua-
Área industrial que convive com áreas produtivas de flores, em
Colônia, Alemanha.
Centro industrial na Inglaterra.
UNIDADE 3
Fábrica de Airbus, na França.
-mãe e são suas derivadas: alemão, holandês, fla-
mengo, inglês, dinamarquês, sueco, norueguês e
islandês;
• línguas célticas ⇒ o céltico é a língua-mãe e são
derivadas: bretão, galês, irlandês e escocês;
• línguas eslavas ⇒ o eslavo é a língua-mãe e são
derivadas: russo, polonês, tcheco, eslovaco, búlga-
ro, servo, croato e esloveno.
Não são de origem indo-europeia as línguas faladas
na Hungria, Finlândia, Albânia e o basco (norte da Espa-
nha e Sul da França).
ORGANIZAÇÕES ECONÔMICAS
Para facilitar a rápida recuperação da Europa, abalada
pela Segunda Guerra Mundial, formaram-se organizações de
livre comércio, ajuda mútua e cooperação econômica; além
delas, apareceram outras, de caráter político e até militar.
As principais organizações econômicas europeias
são:
• BENELUX ⇒ países membros: Bélgica, Holanda e
Luxemburgo.
Foi a primeira organização europeia, criada em 1948.
O objetivo era baratear as tarifas de alfândega e, com
isso, incentivar as importações e exportações entre os
três países.
Essa associação só começou a funcionar, na práti-
ca, cerca de 10 anos depois de sua fundação.
• CECA ⇒ Comunidade Europeia do Carvão e do Aço,
cujos países membros são: Alemanha, Dinamarca,
França, Reino Unido, Itália e integrantes do BENE-
LUX.
Visava não somente integrar e estimular a implantação
de indústrias pesadas, mas também eliminar ou diminuir
os limites de circulação dos produtos siderúrgicos entre
os países membros.
• AELC ⇒ Associação Europeia de Li-
vre Comércio – países membros: Áus-
tria, Finlândia, Islândia, Noruega,
Suécia, Suíça, Reino Unido, Portugal e Espanha.
Os objetivos eram eliminar as tarifas internacionais
sobre os produtos industrializados e negociar acor-
dos bilaterais sobre produtos agrícolas.
HIPERCONHECIMENTO 279
Geografia
• EEE ⇒ Espaço Econômico Europeu ou Área Eco-
nômica Europeia – países membros: AELC + CECA.
• UE ⇒ União Europeia: bloco econômico formado
pela maioria dos países da Europa. Substitui, atual-
mente, a CEE (Comunidade Econômica Europeia)
ou MCE (Mercado Comum Europeu), criado em
1957.
A União Europeia consolidou-se em 1991 na cidade
holandesa de Maastricht. O nome foi adotado definitiva-
mente a partir de 1994.
O objetivo era criar um mercado interno único e um
sistema financeiro e bancário comuns, com uma moeda
única – o euro –, que entrou em circulação em 2002 e,
gradualmente, foi incorporado pela população. Garantir a
cidadania única aos habitantes do bloco; estabelecer po-
líticas internacionais comuns, assim como um sistema de
defesa para todos os países membros; estabelecer políti-
cas que visem ao equilíbrio das desigualdades socioeco-
nômicas entre os países do bloco, garantindo políticas de
saúde, cultura e cooperação, no domínio da justiça, são
algumas das diretrizes desse bloco econômico.
A unificação econômica em torno da UE confere
aos seus integrantes a condição de estarem no princi-
pal bloco econômico do mundo, consolidando posições
de destaque no plano internacional. Isoladamente seria
muito difícil, para qualquer um dos integrantes, disputar
o mercado internacional.
Fazem parte da UE os seguintes países (em parênte-
ses as datas de adesão ao grupo): Áustria (1995), Bélgica
(1958), Bulgária (2007), Chipre (2004), Croácia (2013), Re-
pública Checa (2004), Dinamarca (1973), Estónia (2004),
Finlândia (1995), França (1958), Alemanha (1958), Grécia
(1981), Hungria (2004), Irlanda (1973), Itália (1958), Letónia
(2004), Lituânia (2004), Luxemburgo (1958), Malta (2004),
Países Baixos (1958), Polónia (2004), Portugal (1986), Ro-
Distribuição etnolinguÍstica
Línguas eslavas
Línguas germânicas
Línguas gregas
Línguas latinas
Outras línguas
Mar do
Norte
Canal Inglês
Golfo da
Biscaia
Mar
Mediterrâneo
280 HIPERCONHECIMENTO
ménia (2007), Eslováquia (2004), Eslovénia (2004), Espa-
nha (1986), Suécia (1995) e Reino Unido (1973).
A sede da UE fica em Bruxelas, na Bélgica, e é tam-
bém conhecida como Parlamento Europeu.
• OTAN ⇒ Organização do Tratado do Atlântico
Norte, cujos são membros: países da Europa Oci-
dental (Bélgica, Inglaterra, Dinamarca, Islândia,
Itália, Luxemburgo, Holanda, Noruega, Portugal,
Grécia, Turquia e Alemanha) e dois países ameri-
canos banhados pelo oceano Atlântico Norte (Es-
tados Unidos e Canadá). Seu objetivo principal é a
cooperação militar e a defesa de seus membros para
manter a segurança na área do Atlântico Norte. A
direção da OTAN cabe ao Estados Unidos.
• COMECON ⇒ Conselho para Assistência Econômi-
ca Mútua – países membros: União Soviética, Ale-
manha Oriental, Bulgária, Hungria, Polônia, Tche-
coslováquia, Romênia, além de Mongólia e Vietnã
(Ásia) e Cuba (América). Criado em 1949, visava pro-
mover a cooperação e integração econômica, cien-
tífica e cultural entre os países. No entanto, com as
reformas políticas e econômicas ocorridas no Leste
Europeu (década de 1980), o Comecon foi extinto
em 1991.
• Pacto de Varsóvia ⇒ países membros: União So-
viética, Alemanha Oriental, Bulgária, Hungria, Polô-
nia, Romênia e Tchecoslováquia.
A sede ficava em Moscou e sua criação foi uma rea-
ção socialista contra a criação da OTAN.
Esse tratado era um pacto militar e foi assinado em
Varsóvia, em 1955.
Com as mudanças políticas que ocorreram na Euro-
pa Oriental, o Pacto de Varsóvia foi dissolvido oficialmen-
te em julho de 1991.
Mar da
Noruega
Golfo da
Botnia
Mar
Báltico
Mar
Negro
Mar
Adriático
Mar Tirreno Mar
Egeu
Mar Jónico
 UNIDADE 3

Divisão política
e socioeconômica da Europa
Os países europeus, após a Segunda Guerra Mundial,
dividiram-se em dois blocos, de acordo com suas ideolo-
gias políticas: Europa Ocidental e Europa Oriental (Leste
Europeu).

• EUROPA OCIDENTAL ⇒ divide-se em três regiões:

• Europa Centro-Ocidental ⇒ é a mais povoada e de-
senvolvida; abrange os seguintes países: Reino Unido
da Grã-Bretanha, Irlanda do Norte, Irlanda, França,
Alemanha, Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo, Suíça
e Áustria.
Parlamento
O Reino Unido é o país mais urbanizado
do mundo, pois mais de 90% de sua população Europeu:
é urbana. Lá encontramos também os mais sede da União
importantes centros industriais e urbanos, co- Europeia
mandados pela Grande Londres: Birmingham,
– Bruxelas,
Glasgow, Liverpool, Manchester, Leeds, Edim-
burgo e Belfast. Bélgica.

Muro de berlim
Em 1989, a queda do Muro de Berlim, cons-
truído em 1961, abriu caminho para a reunifi-
cação da Alemanha, acelerou o fim dos regi-
O euro
mes comunistas no Leste Europeu, colocou
um ponto final na Guerra Fria (1945-1989) e No dia 1º de janeiro de 2002, entraram em
foi um dos fatores que contribuíram para o
circulação as novas notas e moedas na
surgimento do mundo globalizado.
Europa. O euro tornou-se uma realidade.
Durante 28 anos, o muro foi o maior símbo-
Tratou-se da maior transição monetária que
lo da divisão do planeta em dois blocos, o
o mundo testemunhou. Os governos eleitos
capitalista e o socialista. A disputa entre os
dos Estados membros desenvolveram, em
Estados Unidos e a União Soviética (URSS)
conjunto, o euro, que ficou assim conhecido
envolveu quase todo o mundo em guerras,
a partir de dezembro de 1995.
golpes de Estado, corrida armamentista e
ameaças de conflito nuclear.

Por fim, o colapso dos regimes comunistas

abriu espaço para reformas e protestos popu-
lares. O ápice desse processo foi a derrubada
do Muro de Berlim, ocorrido na noite de 9 de
novembro de 1989. Os próprios berlinenses
ajudaram a demolir a construção, que repre- Uma nova moeda, o euro, e uma nova
sentava a opressão dos governos totalitários bandeira: a União Europeia
é agora o mais importante bloco eco-
do século 20. nômico entre as nações do mundo.

HIPERCONHECIMENTO 281
Geografia
uma indústria pouco avançada e um setor agropecuário
muito significativo.
berdade política foram mudanças ocorridas no Leste Eu-
ropeu. Os países que fazem parte da Europa Oriental são:
Catedral de Cristo Salvador em Moscou, capital da Rússia.
A França é o maior país da Europa Ocidental. Ba-
nhada pelo oceano Atlântico e pelo mar Mediterrâneo, é
o principal produtor de gêneros agrícolas, como frutas,
legumes e vinhas.
A Alemanha possui um parque industrial bastan-
te desenvolvido, sendo a primeira potência industrial e
comercial da Europa Ocidental, devido ao seu enorme
volume de exportações. As indústrias mais desenvol-
vidas são: de bens de produção (máquinas e utensílios
industriais); a mecânica, a automobilística (Volkswagen,
Mercedes-Benz, Porsche etc.) e a química (Hoechst, Basf,
Bayer etc.). Na agricultura, a Alemanha se destaca pela
elevada tecnologia, sendo um dos grandes países produ-
tores de centeio, trigo, aveia, beterraba, cevada e batata.
A Bélgica, os Países Baixos (Holanda) e Luxemburgo
apresentam um parque industrial altamente desenvolvi-
do. Nessa região, encontram-se importantes terminais
marítimos como: Amsterdã, Antuérpia e Roterdã, que é
o porto mais movimentado do mundo.
Na região alpina, encontram-se a Suíça e a Áustria.
A pecuária leiteira da Suíça é mundialmente famosa,
sendo igualmente renomados os aparelhos de precisão,
como os relógios e máquinas em geral. A Suíça tornou-
-se o grande centro financeiro internacional, devido à
sua estabilidade social e neutralidade política.
Na Áustria, é possível destacar os cultivos de ce-
reais, batatas, beterrabas e vinhas. As reservas minerais
auxiliaram a implantação de indústrias, como as siderúr-
gicas e as de produção.
• Europa Meridional ⇒ é uma região com grandes
diferenças econômicas e sociais entre seus países:
Espanha, Portugal, Itália, Grécia e a Turquia (euro-
peia).
A atividade econômica de maior peso é a agricultu-
ra, que garante as exportações.
Na península Ibérica e na Grécia, o processo de in-
dustrialização desenvolveu-se tardiamente.
Com isso, o turismo é a principal fonte de recursos
para esses países.
• Países Nórdicos ⇒ são dominados por um clima
frio, apresentando estabilidade política e o bem-
282 HIPERCONHECIMENTO
-estar social de sua população, que é urbana.
A atividade industrial é de alto nível, exportando
produtos manufaturados. São eles: Dinamarca,
Noruega, Finlândia, Suécia e Islândia.
• EUROPA ORIENTAL ⇒ (ou Leste Europeu) é for-
mada pelos países que se transformaram em re-
públicas populares, adotando o sistema socialista.
Vale lembrar que o termo Leste Europeu (Europa
Oriental) foi muito utilizado no período da Guerra
Fria para fazer referência aos países socialistas sob
a influência da antiga União Soviética.
Os países do Leste Europeu caracterizam-se por
Os conflitos étnicos e os movimentos por mais li-
• República Tcheca (Boêmia e Morávia) e a Eslová-
quia ⇒ que formavam a antiga Tchecoslováquia. O
lado tcheco é mais rico e industrializado, destacan-
do-se a indústria siderúrgica, de cristais, cerveja,
tecidos e produtos de couro. Na República Tche-
ca, destacam-se como centros industriais: Praga e
Ostrava. A Eslováquia dedica-se, principalmente, à
produção agrícola de cereais, beterraba e batata.
• Polônia ⇒ a região mais industrializada deste país
são as áreas onde se encontram as reservas car-
boníferas, no sudoeste, em Silésia e nos arredores
de Cracóvia. Nesses locais, instalaram-se as usinas
siderúrgicas e produtoras de eletricidade. Além
dessas, destacam-se as indústrias mecânicas: de
construção naval, de máquinas agrícolas, de veícu-
los e também a indústria têxtil. As cidades mais im-
portantes são: Varsóvia, Cracóvia, Gdansk e Lodz.
• Hungria ⇒ é um país agrícola, sendo suas grandes
planícies cobertas de pastagens naturais, garan-
tindo assim a criação de bovinos, suínos e ovinos.
A industrialização é crescente, destacando-se a
produção de máquinas agrícolas. O centro urbano
mais importante é Budapeste.
• Romênia ⇒ é banhada ao sul pelo rio Danúbio, o
que favoreceu a agricultura e a criação de bovinos,
suínos e ovinos.
As reservas de minérios contribuem para uma in-
dustrialização em expansão. A principal cidade ro-
mena é Bucareste.
• Bulgária ⇒ é um país industrial e 70% da população
búlgara encontra-se nas zonas urbanas. As indús-
trias mais importantes são: mecânica, química e
têxtil, localizadas, principalmente, na capital, Sófia.
• Iugoslávia ⇒ foi desmembrada a partir de 1990,
formando: Eslovênia, Croácia, Bósnia-Herzegovi-
na e Macedônia, que se tornaram independentes
e internacionalmente reconhecidas. Em abril de
1992, foi proclamada a nova Iugoslávia, depois de
uma sangrenta guerra civil, formada pelas repúbli-
cas da Sérvia e de Montenegro.
• Albânia ⇒ é o país menos desenvolvido da Europa.
Sua economia é agrícola, destacando-se o cultivo

de trigo, oliveiras, algodão, tabaco e beterraba.
• CEI ⇒ ou Comunidade dos Estados Independentes,
foi criada em dezembro de 1991, com o desmembra-
mento da União Soviética. Aderiram à CEI onze das
quinze ex-repúblicas soviéticas. Ficaram de fora da
organização: Lituânia, Letônia, Estônia e Geórgia.
A Rússia é a maior e mais populosa das repúblicas
que compõem a CEI.
Os maiores centros industriais da Comunidade dos
Estados Independentes (CEI) são: Moscou e São Peters-
burgo (antiga Leningrado), a indústria de alumínio na Si-
béria, fábricas de caminhões em Iaroslav, de automóveis
em Niji Novgorod e de tecido em Ivanovo.
A Ucrânia anunciou a saída da CEI em 2014 após
a onda de protestos que tomou o país em novembro de
2013. A motivação principal da crise na Ucrânia foi a não
assinatura de um tratado de livre-comércio com a União
Europeia. Esse episódio acirrou as diferenças entre os dois
principais grupos políticos ucranianos: os “pró-ocidente”
e os mais próximos à Rússia. Em fevereiro de 2014, o pre-
sidente Viktor Yanukovych foi deposto após violentos
protestos que resultaram na morte de cinco manifestan-
tes. Nesse cenário de crise, assume seu opositor Olek-
sander Turchynov. Ao assumir o governo interinamente,
Turchynov anuncia melhorar a relação com a Rússia, po-
rém, ressalta que a integração com a União Europeia viria
em primeiro lugar.
Houve uma onda de novos protestos que culmina-
ram em tensões separatistas sobre a península da Crimeia.
Crise na Crimeia
A região ucraniana da Crimeia estava sob disputa
desde que foi praticamente anexada pela Rússia, sob pro-
testos das potências ocidentais - e da própria Ucrânia, até
então dona do território. A tensão começou na Península
do Mar Negro, quando protestos derrubaram Viktor Ya-
nukovych, o até então presidente ucraniano, em fevereiro
(2014). Aproveitando o vazio de governo, as autoridades
da Crimeia, região de maioria russa, propuseram um re-
OS PAÍSES DO LESTE EUROPEU
País Capital
Albânia Tirana
Armênia Yerevan
Azerbaidjão Baku
Bielorússia Minsk
Bósnia-Herzegovina Saravejo
Bulgária Sófia
Croácia Zagreb
Eslováquia Bratislava
Eslovênia Liubliana
Estônia Tallin
Geórgia Tbilissi
UNIDADE 3
ferendo interno no território, perguntando aos habitantes
se eles estariam dispostos a se juntar à Rússia. O resulta-
do, um apoio esmagador à anexação, deu a legitimidade
que o governo de Vladimir Putin queria para poder anexar
completamente o território. Dois dias depois do referen-
do, o presidente russo fez um discurso em que reconhe-
ceu a soberania do território ucraniano, dizendo que a
Crimeia ‘sempre foi e sempre será parte da Rússia’.
A Crimeia é uma república autônoma da Ucrânia,
localizada em uma península no Mar Negro. A região já
pertenceu à Rússia e foi anexada pela Ucrânia em 1954.
Diferente do resto da Ucrânia, a maioria da população na
região é de origem russa. No final de 2013, o então pre-
sidente ucraniano Viktor Yanukovych desistiu de assinar
um tratado de livre-comércio com a União Europeia,
preferindo estreitar relações comerciais com a Rússia. A
decisão deu origem a protestos massivos, que resultaram,
em fevereiro (2014), na destituição de Yanukovych. Na
Crimeia o parlamento local foi dominado por um coman-
do pró-Rússia, que nomeou Sergei Axionov como pre-
miê. Esse novo governo, considerado ilegal pela Ucrânia,
aprovou sua adesão à Federação Russa e a realização de
um referendo sobre o status da região no dia 16 de março.
Posteriormente, o Parlamento se declarou independen-
te da Ucrânia – sendo apoiado por russos e criticado por
ucranianos.
Com a intensificação das tensões separatistas, o Par-
lamento russo aprovou, a pedido do presidente Vladimir
Putin (Rússia), o envio de tropas à Crimeia para “normali-
zar” a situação. Para muitos russos, a Crimeia e sua “Cida-
de Heroica” de Sebastopol, da era soviética, sitiada pelos
invasores nazistas, têm uma ressonância emocional mui-
to forte, por já ter sido parte do país e ainda ter a maioria
de sua população de origem russa.
Para a Ucrânia, independente da Rússia desde o co-
lapso da União Soviética em 1991 e em meio a uma crise
econômica, a perda da Crimeia seria um enorme golpe.
Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/03/entenda-crise-na-
-crimeia.html
País Capital
Hungria Budapeste
Iugoslávia Belgrado
Letônia Riga
Lituânia Vilnius
Macedônia Skopje
Moldávia Kishinev
Polônia Varsóvia
República Tcheca Praga
Romênia Bucareste
Rússia Moscou
Ucrânia Kiev
HIPERCONHECIMENTO 283
Geografia

Capítulo
Ásia
3
A
Ásia é o maior e mais populoso dos continen-
tes, equivalendo a cerca de 1/3 das terras emer-
sas do planeta, ou seja, 44 milhões de km2, com
uma população de 4,3 de habitantes (60% da população
mundial, aproximadamente).
Suas paisagens são bastante variadas; por um lado,
possui as mais altas montanhas da Terra, como o mon-
te Everest, com 8.840 m; por outro, há as mais baixas Palácio Taj Mahal, em Agra, Índia.

depressões, como a do mar Morto, 395 m abaixo do ní-

vel do mar Mediterrâneo. • Oeste ⇒ montes Urais, rio Ural e os mares Cáspio,
Negro, Mediterrâneo e Vermelho.
Os limites da Ásia são: Esse extenso continente é cortado por três parale-
• Norte ⇒ oceano Glacial Ártico los: Círculo Polar Ártico, ao norte; Trópico de Câncer, ao
• Sul ⇒ oceano Índico sul; e linha do Equador, na parte central da Indonésia.
• Leste ⇒ oceano Pacífico

O continente asiático

O continente mais populoso do mundo

abriga diversas etnias e religiões, apare-
sentando profundas desigualdades eco-
nômicas e sociais.

Em contraste com a porção mais desen-

volvida – o Sudoeste Asiático –, temos
o subcontinente indiano, onde cerca de
50% da população vive com menos de
1 dólar por dia, de acordo com o Banco
Mundial, em miséria absoluta.
A desigualdade social constitui um dos
maiores problemas do continente.
Na era da globalização, ainda nos depara-
mos com problemas básicos de sobrevi-
vência.
Qual é a influência da globalização nesse
processo de desigualdade?
Cidade de Tóquio, capital do Japão.
A Ásia localiza-se quase totalmente no hemisfério nor-
te, com exceção das ilhas da Indonésia, que ocupam parte
do hemisfério sul. Seu território distribui-se de 10º de lati-
tude sul a 80º de latitude norte (ficando suas terras inteira-
mente no hemisfério oriental) e estende-se de 45º a 180º de
longitude leste.
A Ásia possui vários golfos, baías, ilhas e penínsulas,
especialmente no sul e sudeste, tais como o golfo Pérsi-
co; as penínsulas da Arábia e da Índia; a baía de Bengala
e os grandes arquipélagos da Indonésia e das Filipinas,
com muitas ilhas espalhadas ao redor da ilha principal,
Bornéu.
Ao norte, na costa leste asiática, encontra-se o ar-
quipélago do Japão, no qual se destaca a ilha de Honshu,
onde fica a capital do país, Tóquio.
A Ásia apresenta alguns povos que alcançaram alto

284 HIPERCONHECIMENTO

nível de desenvolvimento; outros ainda são nômades e
pastores.
A humanidade deve muito ao trabalho milenar
dos povos asiáticos, como a domesticação de animais,
a escrita, o alfabeto, os algarismos arábicos, os primei-
ros códigos de leis, as grandes religiões (cristianismo,
judaísmo e o islamismo) e grandes filósofos, como Buda
e Confúcio.
Muitos desses acontecimentos causaram grandes
modificações na vida do homem em todas as partes da
Terra.
RELEVO
Na Ásia, encontramos vastas planícies – aluviais e
costeiras – e planaltos com altas cordilheiras, que vão
desde a Turquia até a Indonésia, numa área do centro-
-sul do continente.
O relevo caracteriza-se pelos contrastes de altitude:
• As mais altas cordilheiras e planaltos: Himalaia,
Pamir e Tibete, onde se localizam os pontos mais
altos do mundo: Everest (8.840 m), Kanchenjunga,
(8.598 m) e alguns outros;
• As maiores depressões: mar Morto, – 395 m abaixo
do nível do mar – e mar da Galileia – 209m abai-
xo do nível do mar. Algumas áreas banhadas pelo
oceano Pacífico estão sujeitas a terremotos e erup-
ções vulcânicas, pois são regiões pertencentes ao
Círculo do Fogo, como o Japão e a Indonésia.
As planícies fluviais são cobertas com o aluvião
trazido pelos rios. As principais são: planície Indo-gan-
gética (Índia), planície Mesopotâmica (Iraque), planície
Siberiana (Rússia) e as planícies dos rios Yang-tsé-kiang
(China) e Mekong (Vietnã).
Monte Everest, o topo do mundo, situa-se no Nepal, próximo à fron-
teira com a China.
UNIDADE 3
HIDROGRAFIA
Na Ásia, existem grandes rios que correm por todo
o continente, isso devido às chuvas abundantes da re-
gião e à grande quantidade de neve derretida nas altas
montanhas.
Os principais rios são:
• Yang-tsé-kiang (Rio Azul), Hoang-ho (Rio Amarelo)
e Sin-Kiang – todos na China –, além do rio Mekong,
no Sudeste. Esses rios deságuam no oceano Pacífico
e possuem grande volume de água devido às mon-
ções de verão. As planícies que eles percorrem têm
grande importância econômica;
• Indo, Ganges e o Bramaputra: deságuam no ocea-
no Índico e suas planícies também possuem gran-
de importância econômica;
• Tigre e Eufrates: deságuam no golfo Pérsico e for-
mam a planície da Mesopotâmia; são rios de gran-
de importância histórica;
• Obi, Tenissei e Lena: desembocam no oceano Gla-
cial Ártico. Esses rios congelam durante grande
parte do ano; com seu degelo causam frequentes
inundações;
O rio Ganges, além da importância econômica, é
considerado um rio sagrado.
• Syr-Dariá e Amu-Dariá: deságuam no mar de Aral
e são rios da Ásia Centro-Oriental;
• Jordão: deságua no mar Morto; é um rio pequeno,
mas de muita importância histórica.
Os rios asiáticos são muito importantes para a po-
pulação, porque oferecem alimento, água, energia elé-
trica e servem como meio de transporte e comunicação.
A Ásia possui poucos lagos, embora de grande ex-
tensão, como: Baikal (Rússia) e o Balkhash (Casaquistão).
Os mares asiáticos que aparecem com muito mais des-
taque:
• mar Vermelho, que separa a África da Ásia;
• mar da Arábia;
• mar da China Meridional, mar da China Oriental,
da China de Andamã e mar Amarelo, no sudeste
asiático;
• mar de Java, mar de Timor, mar de Banda e mar de
Célebes, são mares da Indonésia;
• mar de Okhotsk, mar do Japão e o mar de Bering,
no nordeste asiático;
• mar Cáspio, que limita a Ásia e a Europa; é o maior
mar fechado do mundo.
HIPERCONHECIMENTO 285
Geografia
CLIMA
A Ásia, devido à sua extensa área, apresenta ampla
variedade de tipos de climas, como:
• Clima polar, nas regiões situadas no extremo norte;
• Clima temperado continental, no centro do con-
tinente asiático. Por estar distante de influências
marítimas e, em parte, devido à altitude do relevo,
que bloqueia a passagem dos ventos oceânicos,
esse clima apresenta verões muito quentes e in-
vernos muito frios;
• Clima temperado oceânico, que ocupa grande
parte do continente e sofre variações devido às
influências da altitude do relevo, da latitude e da
maritimidade;
• Climas semiárido e árido, também denomina-
do desértico, mais ao sul. A retaguarda das cor-
dilheiras impede a passagem dos ventos úmi-
dos do oceano, formando uma extensa faixa de
desertos, que se estende de Leste para Oeste. A
Ásia possui a maioria dos desertos existentes
na Terra, como os desertos da Arábia (Arábia
Saudita), da Síria, de Thal (Paquistão), de Thar
(ou grande deserto indiano), de Lut (ou deser-
to do Irã), Grande Deserto Salgado (Irã), de Gobi
(Mongólia), de Talka Makan (China), Kara Kum
(Turcomenistão), Kerman (Irã), Dehna (Arábia
Saudita), da Judeia (Israel), de Neguev (Israel);
• Clima mediterrâneo, no litoral da Ásia Ocidental,
numa faixa estreita;
• Climas equatorial e tropical, nos arquipélagos do
sul do continente, nas proximidades da linha do
Equador;
• Clima tropical de monções, também chamado de
subtropical, é o que mais influi nas condições de
vida locais, orientando as atividades agrícolas nas
regiões mais populosas do continente. Abrangen-
do as planícies costeiras da Índia e o sudeste e leste
da China, com fortes chuvas no verão.
VEGETAÇÃO
A Ásia apresenta muitas variedades vegetais, dife-
renciadas de uma região para outra.
• A tundra é a vegetação do norte da Ásia, na planí-
cie Siberian;.
• A taiga ou floresta boreal aparece ao sul da vege-
tação da tundra. Essa floresta abrange quase toda a
Rússia.
• As estepes ocupam grandes extensões da Ásia
Central, nas áreas de clima temperado continental.
• As florestas equatoriais e tropicais estão situadas
nos arquipélagos ao sul do continente e no sudeste
asiático.
• As savanas são formações do centro-sul da Ásia.
• As florestas temperadas ocorrem no Extremo
Oriente.
• A vegetação xerófila (seca e rasteira) é típica das
áreas desérticas ou semiáridas do continente.
286 HIPERCONHECIMENTO
AGRICULTURA E PECUÁRIA
A agricultura é a atividade econômica mais difun-
dida na Ásia, destacando-se o cultivo do arroz em toda a
região atingida pelo clima tropical de monções.
Mais ao norte da Ásia temos o cultivo do trigo; nas
áreas menos férteis, o solo é aproveitado para a produção
de cevada, milho e outros cereais.
Nas culturas agrícolas, a China é o país que mais se
destaca, apresentando-se como um dos maiores produto-
res mundiais.
Merecem destaque também os cultivos de fumo,
chá, juta, algodão, pimenta e borracha.
Na China e no Japão, cultiva-se a amoreira, que ser-
ve de alimento (as folhas) ao bicho-da-seda e de cujos
casulos são extraídos fios para a fabricação de tecidos.
A pecuária é outra atividade muito importante na
Ásia.
A China é o primeiro produtor mundial de suínos,
terceiro de ovinos e o quinto de bovinos.
A Índia possui o maior rebanho de bovinos do
mundo, mas este não é aproveitado para a alimentação
da população, por motivos religiosos.
Plantações de chá, na Índia.
RECURSOS MINERAIS
A Ásia possui enormes reservas minerais, o que tem
facilitado seu desenvolvimento industrial.
A China é grande produtora de minerais, como pe-
tróleo, carvão, ferro, chumbo, zinco, mercúrio e outros.
A Índia possui reservas de ferro, carvão, mica, man-
ganês e petróleo.
O sudeste Asiático é rico em minérios como esta-
nho, níquel, zinco, ferro e petróleo.
O Oriente Médio produz mais de 30% do total do pe-
tróleo explorado em todo o mundo.
INDUSTRIALIZAÇÃO
O Japão é o país mais industrializado da Ásia. Após
a Segunda Guerra Mundial, o Japão recebeu ajuda nor-
te-americana e adotou uma série de medidas internas,
transformando o país, em pouco tempo, numa potência
industrial.
O parque industrial japonês é amplo e diversificado,
destacando-se a produção de navios, automóveis e pro-

dutos elétricos e eletrônicos.
A região oriental da Rússia e o Casaquistão pos-
suem diversos centros de indústrias de base, próximas
das áreas de minérios, como ferro e carvão.
A Índia possui uma industrialização evoluída, ape-
sar de ser subdesenvolvida, destacando-se as indústrias
têxteis, alimentícias, siderúrgicas e metalúrgicas.
A Índia utiliza uma tecnologia bastante avançada
nas áreas de energia (inclusive nuclear) e de comunica-
ções.
A China possui um parque industrial dedicado à
produção de itens essenciais ao empreendimento es-
tatal. Atualmente, parte da produção de manufaturados
chinesa já visa ao mercado internacional.
Coreia do Sul, Formosa, Cingapura e Hong Kong
são os chamados “Tigres Asiáticos”, cujo crescimento
econômico e industrial é muito elevado. Sua produção
visa ao mercado externo.
O Oriente Médio, o Sudeste Asiático, a Mongólia e
países do Índico apresentam uma industrialização pou-
co significativa.
A CRISE ASIÁTICA
Hong Kong faz parte dos chamados “Tigres Asiáticos”.
No final de 1997, os Tigres Asiáticos foram atingidos
por uma tremenda crise financeira. Iniciada na Tailân-
dia, com a desvalorização de sua moeda, atingiu em se-
quência as economias da Malásia, Indonésia e Filipinas,
culminando com uma queda significativa da bolsa de
valores de Hong Kong.
Análises concluíram que os motivos dessa crise po-
dem ser explicados pela queda das exportações desses
países, principalmente porque o grande comprador, o
Japão, estava em processo recessivo desde 1993. Além
disso, o aumento salarial ocorrido nesses países fez com
que seus produtos perdessem a competitividade. Para
piorar, os ajustes necessários a essa nova realidade não
foram realizados com a devida rapidez. Continuaram vi-
vendo sob uma aparente prosperidade, enquanto suas
dívidas aumentavam.
POPULAÇÃO
Na Ásia vivem mais de 69% da população mundial,
ou seja, aproximadamente 4 bilhões de habitantes, com
uma densidade demográfica de 70 habitantes por km2.
A população asiática é mal distribuída, principal-
mente por causa das condições físicas do continente.
UNIDADE 3
Nas planícies, nos vales férteis e nos deltas dos grandes
rios encontra-se uma grande concentração humana.
Nas altas montanhas, nas áreas geladas e nas áreas de-
sérticas ocorre dispersão da população.
Os países asiáticos mais populosos são: China, Ín-
dia, Indonésia, Japão, Paquistão e Bangladesh.
Os países que apresentam as mais baixas densida-
des demográficas do planeta são a Mongólia e trechos
setentrionais da Rússia.
O grande número de habitantes e a irregularidade
de sua distribuição criam sérios obstáculos para a solu-
ção dos problemas básicos dos países, como alimenta-
ção, saúde, escola, habitação, transporte, emprego etc.
Com exceção do Japão, da China e de Israel, os de-
mais países apresentam elevadas taxas de natalidade e de
mortalidade.
Na Ásia, vivem os mais variados grupos étnicos:
• Os amarelos compõem o grupo étnico dominante
nesse continente, com cerca de 60% da população;
são originários da própria Ásia. Compreendem os
seguintes povos: chineses, malaios, indonésios, ja-
poneses, mongóis e coreanos.
• Os brancos predominam na Ásia Ocidental, onde
são representados pelos árabes, turcos, israelenses,
hindus, russos e curdos.
• Os negros aparecem em menor número; vivem
principalmente no sul da Índia e no Sri Lanka.
Como a Ásia apresenta grande diversidade étnica, é
muito natural que ocorra uma grande variedade de idio-
mas, como o chinês (o mandarim, língua falada na China,
é a primeira língua mais falada do mundo); o árabe; o ma-
laio-indonésio; o japonês; o hindu-urdu; o bengáli etc.
O continente asiático também abriga as grandes
religiões da humanidade, como o judaísmo; o cristia-
nismo; o islamismo (muçulmana); o budismo; o hin-
duísmo (bramanismo); o confucionismo; o taoísmo; o
xintoísmo.
CONFLITOS ASIÁTICOS
A Ásia, por ser um continente com grandes diversi-
dades econômicas, políticas, religiosas, étnicas e sociais,
torna-se propícia a conflitos de toda espécie. Algumas
regiões são especialmente conturbadas:
• Conflito árabe-israelense: os judeus, para fugirem
da perseguição nazista durante a Segunda Guerra
Mundial, deixaram a Europa e migraram para a Pa-
lestina, que havia sido sua pátria na Antiguidade.
Na época, a região era habitada pelos palestinos,
povo de origem árabe.
Em 1947, a ONU dividiu a Palestina em um Estado
judeu (57% da área) e um palestino (43%). Essa solução
não foi aceita e aconteceram frequentes conflitos entre
os dois povos.
Em 1948, os judeus criaram o Estado de Israel, com
o apoio dos Estados Unidos. Por várias vezes, os árabes
intervieram militarmente, mas Israel foi se impondo
com seu exército bem equipado e até ampliando seu
território.
HIPERCONHECIMENTO 287
Geografia
Tensão entre as Coreias
As duas Coreias estão, tecnicamente, em
estado de guerra desde a metade do século
passado. Ao final da Segunda Guerra, a
península ficou sob influência da União So-
viética, no norte, e dos Estado Unidos, no
sul. Entre 1950 e 1953, um conflito armado
causou a morte de mais de um milhão de
pessoas na região e o armistício de 1953
não acabou com a tensão que se intensifi-
cou no início de 2013.
Em fevereiro, a Coreia do Norte realizou o
terceiro teste nuclear de sua história , dan-
do a largada para uma escalada da retórica
belicista e ameaças de ataque norte-coreanas
contra a Coreia do Sul e os Estados Unidos.
A comunidade internacional reagiu ao teste
com uma condenação veemente e pro-
messa de resposta firme em caso de qual-
quer agressão militar. Contudo, o regime
norte-coreano do jovem líder Kim Jong-un
iniciou, em fevereiro, a divulgação de uma
série de vídeos, um deles ainda antes do
teste, com ameaças de ataque aos Estados
Unidos e ao Japão.
As condenações internacionais e ameaças
de fortes represálias militares, que se manti-
veram constantes durante o mês de março,
não surtiram efeito para frear as ações pro-
vocativas norte-coreanas. No dia 2 de abril
de 2013, a Coreia do Norte anunciou que
estava reativando todas as suas atividades
nucleares.
Até o momento, a guerra ainda não che-
gou. Não se sabe se de fato chegará,
apesar de o cenário já estar montado e as
armas de ambos os lados estarem prontas.
O Estado Palestino
Depois de décadas de lutas, palestinos e judeus, por
meio de seus líderes, Yasser Arafat, da OLP (Organização
para Libertação da Palestina) e Yitzahak Rabin, primeiro
ministro de Israel, iniciaram, em 1992, um diálogo em
busca da paz na região. Em setembro de 1993, num en-
contro histórico em Washington-DC (EUA), Arafat, Ra-
bin e o presidente de Israel, Shimon Peres, assinaram um
acordo que lhes valeu o Prêmio Nobel da Paz de 1994.
Esse acordo visava, numa primeira etapa, à desocu-
pação dos territórios da faixa de Gaza e da cidade de Jericó
288 HIPERCONHECIMENTO
e a transferência para a Autoridade Nacional Palestina da
administração e segurança dessa região, seguido de novos
acordos que dariam total autonomia à Cisjordânia, o que
configuraria o Estado Palestino.
A desocupação do território sempre foi a etapa mais
difícil para Israel no cumprimento dos acordos. Discor-
dâncias entre judeus sobre esses acordos levaram ao as-
sassinato do primeiro ministro israelense por um jovem
extremista de direita.
Com a morte de Yitzahak Rabin, os termos dos acordos
deixaram de ser respeitados por Israel, colocando em dúvida
a criação do Estado Palestino em curto prazo, assim como o
estabelecimento da paz na região. Assume o governo, como
Primeiro Ministro, o direitista Ariel Sharon.
As negociações foram suspensas e, em um ato de pre-
potência, Sharon visitou um local sagrado dos muçulma-
nos, desencadeando uma nova Intifada (Revolta).
Movidos pela intolerância, israelenses e palestinos
vivem momentos de grande tensão com a ocupação
militar israelense aos territórios palestinos e constantes
ataques terroristas promovidos por extremistas palesti-
nos.
Em recentes pesquisas, Israel é apontado como um
dos principais perigos à paz mundial.
• Guerra do Líbano ⇒ O Líbano possui dois gru-
pos religiosos distintos — os cristãos e os muçul-
manos.
A Intifada surgiu como movimento palestino
no ano de 1987 quando, a partir do dia 9 de
dezembro, surgiram os levantes espontâneos
da população palestina contra os militares
israelenses. A comunidade palestina, saturada
pela opressão, combateu os militares de Is-
rael fazendo uso apenas de paus e pedras, tal
movimento caracterizou a chamada Primeira
Intifada.
A pacificação da região é muito complicada,
a comunidade internacional reconhece algu-
ma opressão de Israel nas regiões de presen-
ça palestina, mas por outro lado o país mais
poderoso do ocidente capitalista, Estados
Unidos, apoia as atitudes dos israelenses. Não
se trata, também, apenas de uma pacificação
do local resolvida por uma conciliação que
encerre as manifestações de opressão, há
interesses políticos, econômicos e religiosos
que incendeiam a região. Nenhum dos lados
tem interesse em ceder o controle sobre
alguma dessas instâncias, o que acirra o con-
flito de interesses no local.
Fonte: Antonio Gasparreto Junior <http://www.infoesco-
la.com/historia-oriente-medio/intifada/>.
 UNIDADE 3

Em 1970, com a fixação de palestinos expulsos de

Israel, a rivalidade entre os grupos se agravou. Em 1975, A China (foto ao
após um atentado cristão contra palestinos e muçulma- lado) e a Índia (foto
nos, desencadeou-se a guerra. abaixo) apresen-
O norte do Líbano encontra-se ocupado pela Síria,
tam altas taxas de
que apoia os muçulmanos, e o sul por Israel, que apoia
os cristãos. densidade demo-
• Guerra do Golfo (1990-1991) ⇒ O Iraque invadiu o gráfica: 127,28 e
Kuwait com o objetivo de tornar-se a principal po- 284,62 hab/km2,
tência árabe. respectivamente.
Visando à obtenção de uma saída mais ampla para
o golfo Pérsico, o Iraque também desejava apoderar-se
dos poços de petróleo do Kuwait.
Após 43 dias de guerra, o Iraque foi derrotado pe-
las forças aliadas, coordenadas pelos Estados Unidos.
Ao se retirarem do Kuwait, as tropas iraquianas pro-
vocaram um verdadeiro desastre ecológico, colocan-
do fogo em milhares de poços de petróleo e causando
o derramamento de óleo no golfo.
O Iraque passou a sofrer um embargo econômi-
co que colocou o país em profunda crise econômica.
No comando político estava Saddan Hussein, que Unidos e Inglaterra formaram uma aliança, sem
passou a governar com mãos de ferro, exterminando o consentimento da ONU, e invadiram o Iraque.
seus inimigos e as minorias étnicas. A ocupação foi rápida. A estrutura política e adminis-
• 2ª Guerra do Golfo (2003) ⇒ Sob acusação de trativa iraquiana foi totalmente destruída. As armas quí-
possuir armas químicas e nucleares, o Iraque micas e nucleares não foram encontradas e Saddan Hus-
ficou à espera de uma nova guerra. Estados sein ficou desaparecido até dezembro de 2003, quando as
tropas americanas o encontraram e
prenderam-no. Em 2005, o ex-dita-
dor foi levado a julgamento por conta
do massacre dos xiitas. Em 5 de no-
vembro de 2006, após um julgamen-
to conturbado, um tribunal iraquiano
condenou Saddam à morte por cri-
mes contra a humanidade.
• Índia e Paquistão ⇒ A rivalidade
entre indianos e paquistaneses
existe desde o período colonial.
Em 1947, quando o Paquistão
Ocidental (atual Paquistão) e
Bengala ou Paquistão Oriental
(atual Bangladesh) foram des-
membrados da União Indiana
formaram um país indepen-
dente. Em 1971, a Índia apoia a
independência de Bangladesh
do domínio paquistanês.

Países subdesenvolvidos
Países em vias de industrialização
Países exportadores de petróleo
Assinatura do acordo entre palestinos e judeus em
Países desenvolvidos Washington. Da esquerda para direita. Yitzahak
Rabin, o americano Bill Clinton e Yasser Arafat.

HIPERCONHECIMENTO 289
Geografia
• Afeganistão ⇒ Formaram-se grupos de guerri-
lheiros que entraram em conflito com as tropas
soviéticas, após a invasão de 1979. As tropas so-
viéticas foram retiradas no final da década de
1980, mas a luta continuou entre grupos nacio-
nalistas rivais.
• China ⇒ O sistema político chinês é o comunista,
mas o país realizou reformas econômicas na déca-
da de 1980, aproximando-se dos países capitalistas.
Porém, no plano político, sufocou reivindicações
por maior liberdade no país.
• Ásia Central ⇒ com a independência conquista-
das em 1991, Casaquistão, Quirguistão, Tadjiquis-
tão, Turcomenistão e Uzbequistão passaram a en-
frentar problemas étnicos e políticos.
Além desses conflitos, há ainda rebeliões internas
em alguns países como Mianmá, Camboja, Coreia, Laos,
Vietnã, Sri Lanka e outros.

Morte de Osama
Bin Laden
Na madrugada da
segunda-feira, dia
2/5/2011, o presidente
dos EUA, Barack Obama,
confirmou a morte do
terrorista Osama bin
Laden no Paquistão. Líder
da al-Qaeda, responsável
pelos ataques terroristas
de 11 de setembro de
2001 nos EUA, que
mataram cerca de 3
mil pessoas, foi morto
em operação dos EUA
próximo a Islamabad.

LEGENDA:
Islamismo Confucionismo Judaísmo
Hinduísmo / Bramanismo Xintoísmo Animismo
Budismo Cristianismo Regiões pouco povoadas

Afegãs: Estudo e trabalho

As mulheres não podiam trabalhar, usar esmaltes, fazer barulho com o salto dos sapatos nem
serem internadas em hospitais. As meninas também não podiam frequentar as escolas. As que não
respeitavam nenhuma dessas regras eram espancadas ou executadas. Você acha que isso é coisa
de um passado distante? Está enganado. Até novembro de 2001, as mulheres afegãs viviam sob
esse desumano regime. A sensação de uma nova era foi confirmada quando o chefe do governo
provisório – Hamid Karzai – assinou, em janeiro de 2002, a Declaração dos Direitos Essenciais das
Mulheres Afegãs. O direito de expressão e exercício da cidadania é um direito de todos, indepen-
dentemente de raça, credo ou política. Mas, infelizmente, as mulheres afegãs ainda estão longe de
alcançar a sociedade igualitária que tanto almejam.

290 HIPERCONHECIMENTO

Judeus e palestinos: a constante
guerra
Judeus e palestinos estão em conflitos
constantes no Mediterrâneo. Os confrontos
tiveram sua origem na ocupação da antiga
Palestina a partir do final do século 19. A
região então pertencia ao Império Otoma-
no e era habitada por 500 mil árabes. Os
judeus começaram a chegar após decisão
do primeiro encontro sionista, que estimulou
a migração em massa para a região, onde
deveria ser criado o Estado de Israel (1948).
Em 1947, a ONU tentou acabar com a tensão
propondo que o território fosse dividido em
dois, com a criação de um Estado judeu e
outro árabe. Os árabes recusaram a proposta.
A Guerra dos Seis Dias, em 1967, mudaria o
mapa da região. Israel derrotou Egito, Jor-
dânia e Síria e conquistou, de uma só vez,
Jerusalém Oriental, as Colinas de Golan e
toda a Cisjordânia, regiões reclamadas pelos
árabes. Os palestinos, por sua vez, reagiram
à tomada do território. Em meio às reações,
em 1987, crianças que jogavam pedras nos
tanques foram mortas por Israel, provocando
a indignação da comunidade internacional.
Os conflitos se intensificaram ao longo do
tempo, mais recentemente, em junho de 2014,
com o assassinato de três jovens israelenses, a
tensão chegou ao seu ponto máximo e culmi-
nou no atual conflito na Faixa de Gaza.
DIVISÃO POLÍTICA DA ÁSIA
A Ásia foi dividida em seis regiões geográficas de
iguais características políticas e sociais. São elas:
• Oriente Médio ⇒ Corresponde a uma área que se
estende desde a Turquia até o Afeganistão. O clima
seco predomina na região e a população é compos-
ta por brancos; a densidade demográfica é uma das
mais baixas do continente.
O Oriente Médio reúne 16 países, muito importantes
pelas suas reservas de petróleo, e alguns por possuírem
uma posição estratégica, já que essa região é o elo entre
Europa, Ásia e África.
O Oriente Médio é uma área agitada por muitos con-
flitos de diversas origens, mas apesar das diferenças, há
muitas semelhanças, como:
UNIDADE 3
Sana, capital do Iêmen, que é o país mais pobre da península arábica.
• Os países são todos subdesenvolvidos (com exceção
de Israel);
• A atividade industrial de transformação é escassa;
predominam pequenas indústrias têxteis e alimen-
tares.
A agricultura é praticada sobretudo na Turquia, Síria,
Líbano, Israel e Iraque. Os principais produtos agrícolas
são: trigo, cevada, milho, arroz e cítricos.
A pecuária restringe-se ao pastoreio nômade de ca-
melos, cabras e ovelhas.
A exploração do petróleo é o grande destaque eco-
nômico da área, mas os lucros obtidos pouco têm con-
tribuído para atenuar o elevado grau de subdesenvolvi-
mento dos países.
Em 1960, foi criada a OPEP – Organização dos Países
Exportadores de Petróleo –, que reunia os seguintes paí-
ses: Arábia Saudita, Iraque, Irã, Kuwait e Venezuela (país
sul-americano). Durante as décadas de 1960 e 1970, filia-
ram-se também os seguintes países: Catar e Abu Dhabi
(Emirados Árabes Unidos), Indonésia, Equador (país sul-
-americano), Líbia, Argélia, Nigéria e Gabão (países da
África). A OPEP é liderada pelos países árabes e tem como
objetivo controlar o preço do petróleo.
• Subcontinente Indiano ⇒ Localiza-se no sul da
Ásia, na península Hindustânica.
A região é tipicamente tropical e os verões são in-
fluenciados pelos ventos monçônicos.
Índia, Paquistão, Bangladesh, Nepal, Butão, Sri Lan-
ka e o arquipélago das Maldivas integram a região, que é
muito populosa.
A Índia desenvolve a agricultura dos seguintes pro-
dutos: arroz, trigo, milho, algodão, chá e juta.
Ela possui reservas de minerais de ferro, petróleo,
carvão, mica, manganês e alumínio.
A Índia possui um certo grau de industrialização e,
além disso, domina a energia nuclear.
A população indiana é extremamente pobre, viven-
do em precárias condições. Bangladesh e Paquistão pos-
suem as mesmas baixas condições de vida.
HIPERCONHECIMENTO 291
Geografia

Índia lucra com tecnologia, mas so-

fre fuga de cérebros
A Índia é um país conhecido por ter uma
grande parcela de sua população abaixo da
linha da pobreza. Mas, na nova economia,
está se revelando uma das grandes fontes de
mão de obra e tecnologia na área de infor-
mática. O país está mostrando como é possí-
vel lucrar na era digital juntando sofisticação
com baixos custos. Com um setor universi-
tário de alta qualidade – só as universidades
de língua inglesa formam 73 mil alunos por
ano – e tradição em áreas como Economia e
Matemática, a Índia possui diversos polos de
excelência na área de software. Graças aos
baixos salários e à alta qualidade da mão de
obra, a Índia possui uma grande quantidade
de profissionais cortejados por empresas de
alta tecnologia dos Estados Unidos e da Eu-
ropa. Os americanos, por exemplo, planejam
atrair 100 mil programadores indianos por
ano a fim de suprir a indústria local com mão
de obra.
(Adaptado de BBC Notícias. Fonte: <http://www.bbc.com/por-
tuguese/noticias/2002/020812_eleicaoct3ro.shtml>)
OS PAÍSES DO ORIENTE MÉDIO
País Capital País
Israel Jerusalém Irã
Osama Bin Laden e a Al-Qaeda
Formada por militares fundamentalistas islâ-
micos, recrutados em vários países, a organi-
zação terrorista Al-Qaeda (“a base”, em árabe)
foi criada por Osama Bin Laden em 1989, um
saudita que lutava contra a invasão soviética
no território do Afeganistão. Osama Bin La-
den era o grande responsável pela captação
de recursos financeiros e recrutamento de
pessoas para a luta contra a invasão. A resis-
tência dos afegãos tinha o apoio dos Estados
Unidos, que forneciam armas e treinamentos
para os militares locais.
Com o início da Guerra do Golfo (con-
fronto entre Kuwait e Iraque) ocorreu a
intervenção dos Estados Unidos (apoian-
do o Kuwait) e a consequente presença
de soldados estadunidenses na península
Arábica, berço do profeta Maomé e sede
dos principais santuários do Islã. Osama
Bin Laden, apesar de se opor ao Iraque,
não aceitava a permanência dos soldados
dos Estados Unidos na região, e iniciou
uma campanha contra aquele país. Essa
Capital
posição enérgica fez com que o rei Fahd
Teerã o expulsasse da Arábia Saudita em 1991.

Líbano Beirute Barein Manama Após cinco anos no Sudão, local onde
comandou seus primeiros atentados contra
Síria Damasco Catar Doha instalações militares dos Estados Unidos, Bin
Laden voltou ao Afeganistão e lá construiu
Turquia Ancara Afeganistão Cabul
campos de treinamento para a Al-Qaeda, tor-
Chipre Nicósia Kuwait Kuwait nando-se colaborador do regime do Talibã.

Jordânia Amã Arábia Saudita Riad Motivado pela ideia de que os Estados
Unidos realizava uma política de opressão
Emirados
Iraque Bagdá Abu Dhabi aos muçulmanos, Bin Laden intensificou sua
Árabes Unidos
campanha terrorista contra os ocidentais,
Iêmen Sana Omã Mascate
em especial os Estados Unidos. O grande

292 HIPERCONHECIMENTO

“marco” de autoria da Al-Qaeda foram os
atentados de 11 de setembro de 2001, em
Nova Iorque e Washington. Imediatamente,
ocorreu a intervenção estadunidense no
Afeganistão. Porém, nessa ocasião, Bin
Laden, “estranhamente” não foi encontrado,
e a organização continuava a operar clan-
destinamente.
A Al-Qaeda possui militantes em vários
países, suas ações terroristas ocorrem
em nações ocidentais e em países mu-
çulmanos que apoiam os Estados Uni-
dos, como a Arábia Saudita, a Turquia e a
Indonésia. A organização seleciona alvos
de grande significado simbólico. Exem-
plo disso são os atentados em 2003,
contra a sede do banco britânico HSBC
e o consulado do Reino Unido na cidade
de Istambul, na Turquia.
O fato é que os Estados Unidos utilizam
a Al-Qaeda para justificar uma série de inter-
venções militares em outros países, como
no Afeganistão, quando na verdade, trata-se
de estratégias geopolíticas. Somente após
quase uma década da invasão no Afeganis-
tão, Bin Laden foi capturado e morto por
um comando especializado da Marinha dos
Estados Unidos na cidade de Abbottabad,
próximo a Islamabad, capital do Paquistão,
conforme pronunciamento do atual presi-
dente dos Estados Unidos, Barack Obama.
No entanto, quando o exército estadu-
nidense se propôs a capturar Saddam
Hussein, rapidamente a missão obteve
êxito. Portanto, essa relação histórica en-
tre Estados Unidos e Al-Qaeda necessita
de uma análise criteriosa e, não somen-
te, de concepções formadas através de
meios de comunicação tendenciosos.
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Fonte: Brasil Escola.
UNIDADE 3
Plantação de pepinos em fazenda na Tailândia.
Em todos os países do centro-sul asiático, a popula-
ção dominante é rural, embora existam algumas grandes
cidades, como: Calcutá, Bombaim, Madras, Nova Délhi,
Karachi e Daca.
• Sudeste Asiático ⇒ Essa região é formada por dez
países: Mianmar, Tailândia, Laos, Vietnã, Camboja,
Malásia, Cingapura, Indonésia, Brunei e Filipinas.
Tigres Asiáticos ⇒ Grupo de países do Sudeste
Asiático que, até os anos 1960, eram tipicamente países
agrícolas com altos índices de subdesenvolvimento. Um
conjunto de fatores levou esses países a um incrível desen-
volvimento econômico, sobretudo nos anos 1980, acom-
panhado por uma sensível diminuição das desigualdades
sociais. A região beneficiou-se do modelo bem-sucedido
do Japão, país que investiu fortemente nos “tigres”, e dos
mercados liberais, principalmente o norte-americano.
Nos anos 1990, a receita de sucesso começou a apre-
sentar falhas, dependendo fortemente dos níveis de ex-
portação; a desaceleração da economia mundial gerou as
primeiras crises econômicas.
Com a queda das exportações, o capital necessário
para garantir operações financeiras diminuiu, provocan-
do a expansão de uma “bolha” financeira de créditos “po-
dres”. Os créditos “podres” são capitais especulativos e de
retorno duvidoso. Gerou-se então uma crise cambial, que
abalou países, como a Tailândia, Hong Kong, Coreia do
Sul e o próprio Japão.
Pode-se dividir os Tigres Asiáticos em dois grupos:
os de primeira geração: Coreia do Sul, Taiwan, Hong Kong
e Cingapura – esses são os que aproveitaram a melhor
fase de crescimento; e os de segunda geração: Tailândia,
Malásia, Indonésia e Vietnã.
Aproveitamento do terreno para o cultivo de arroz no Paquistão.
HIPERCONHECIMENTO 293
Geografia
COREIAS
Em 1950, dentro do clima da Guerra Fria entre Es-
tados Unidos e União Soviética, ocorreu a Guerra da
Coreia. A Coreia do Norte, comunista, invadiu a Coreia
do Sul, apoiada pelos americanos. O equilíbrio de for-
ças levou os países a assinarem um armistício, em 1953.
Após o fim do sofrimento soviético, iniciaram-se os pri-
meiros contatos entre as Coreias depois de cinquenta
anos, mas o projeto de reunificação continua distante.
Economia
O destaque econômico do Sudeste asiático é a ex-
ploração de minérios para exportação, principalmente,
na Indonésia e Malásia.
Apesar de ser rica em minérios, essa região apre-
senta uma indústria pouco desenvolvida, com exceção
de Cingapura.
Na agricultura, destaca-se o cultivo de arroz, além
da borracha e do chá.
XANGAI versus HONG KONG
A China, país comunista até a abertura eco-
nômica, a partir de 1978, passou a ser um dos
países mais ricos do mundo.
Mesmo com a riqueza proliferando em
Pequim, em Xangai só se andava de bicicle-
ta. Porém, atualmente, em Xangai, os carros
importados estão surgindo cada vez mais, o
que gera a concorrência e a diminuição de
preços, dando condições à classe média de
realizar o desejo de andar de carro.
Além disso, a construção de prédios novos e
a inauguração de fábricas auxiliaram a nova
situação.
Mas Xangai (a maior cidade chinesa, possuin-
do porto, centro de comunicações aéreas,
centro industrial e universidades) tem ainda
um ponto positivo: a visão de ser uma cidade
onde a vida é mais barata, o que não ocorre
em Hong Kong (que fica localizada na costa
sul da China, possuindo portos, cidades co-
mercial e bancária, universidades, estaleiros e
indústrias), que possui preços normalmente
dobrados em relação
aos de Xangai, que continua crescendo e
com a expectativa de ser o novo centro
financeiro do país, diminuindo
o brilho de Hong Kong.
294 HIPERCONHECIMENTO
As principais cidades são: Jacarta (Indonésia), Ma-
nila (Filipinas) e Bangcoc (Tailândia).
• Centro-Leste ⇒ No Centro-Leste, encontramos
a China, Taiwan (ou Formosa), Mongólia e a pe-
quena colônia portuguesa, Macau. A China pos-
sui mais de 1 bilhão de habitantes (20% de toda a
humanidade). Sua população está concentrada no
lado oriental do país.
A agricultura, cuja meta principal é a alimentação
da população, emprega um grande número de traba-
lhadores. Essa atividade desenvolve-se por meio de um
sistema comunitário.
Na produção agrícola destacam-se o arroz, o trigo,
a soja e outros. Na pecuária, temos a criação de suínos,
ovinos e bovinos.
A China possui também reservas minerais abun-
dantes e suas principais áreas industriais são Xangai e
Pequim.
Taiwan, ou Formosa, tornou-se um país indepen-
dente da China em 1949, por ocasião do término da Re-
volução Comunista chinesa. O país contou com a ajuda
de capitais dos Estados Unidos e do Japão.
Taiwan é um dos países conhecidos como “Tigres
Asiáticos”, da mesma forma que Hong Kong, colônia
britânica reanexada à China em julho de 1997.
A Mongólia está localizada entre a China e a Rús-
sia. Sua população é bastante reduzida devido a vários
obstáculos naturais. Sua principal atividade é a agrope-
cuária e sua capital é Ulan Bator.
• Extremo Oriente ⇒ Localizam-se no Extremo
Oriente o Japão e as Coreias do Norte e do Sul. O
Japão é uma monarquia parlamentarista. Trata-se
de um país muito desenvolvido e industrializado,
localizado a leste da Ásia, no Oceano Pacífico, e
que é constituído por mais de 3 mil ilhas.
É um país populoso com mais de 122 milhões de
habitantes e uma alta densidade demográfica: 328 hab/
km 2 .
O Japão faz parte dos países desenvolvidos e pos-
sui as seguintes características: renda per capita bas-
tante alta; moradia, saúde e educação de bom nível; alta
tecnologia na agricultura, indústria e rede de serviços.
O Japão prosperou muito após a Segunda Guerra
Mundial, ocasião em que o país foi parcialmente des-
truído; para tanto, contribuíram os seguintes fatores:
ajuda militar e financeira dos Estados Unidos (o Plano
Marshall foi só para Europa); política de controle popu-
lacional; prioridade à educação e ao domínio da tecno-
logia, e produção voltada para a exportação.
Atualmente o Japão é o primeiro produtor mundial
de navios, o segundo de automóveis, o terceiro de aço
e alumínio. Seus produtos eletrônicos e elétricos, como
rádios, televisores, calculadoras e muitos outros, são
consumidos em todo o mundo.
A maior parte de seus habitantes vive nos cen-
tros urbanos, sendo Tóquio a cidade mais populosa do
mundo. Outras cidades importantes são: Yokohama,
Osaka, Nagoia e Sapporo.
A Coreia do Norte (República Democrática Popular
 UNIDADE 3

da Coreia) e a Coreia do Sul (República da Coreia) estão A Coreia do Norte destaca-se no cultivo do arroz e do
localizadas na península da Coreia, sendo a Coreia do Norte trigo. A Coreia do Sul alcançou grande desenvolvimento
socialista e a Coreia do Sul capitalista. Ambas são subdesen- industrial na década de 1980, fazendo parte dos “Tigres
volvidas. Asiáticos”.

*Legenda
Países que não aderiram
à C.E.I. na Ásia

Bangcoc, na Tailândia (à esquerda) e Tóquio, Japão, (acima)

refletem a alta concentração humana da Ásia.

• CEI (parte asiática) ⇒ A CEI asiática é constituí-

da pela Rússia asiática, Casaquistão, Quirguistão,
Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão.
Nessa região, cultivam-se trigo e milho, nos limites
com a Europa. Nas estepes próximas aos mares Cáspio e
Aral, criam-se carneiros e cabras e cultivam-se algodão e
frutas. Na Sibéria, desenvolve-se a criação de renas.
Essa região possui abundância de riquezas mine-
rais, abrigando basicamente indústrias pesadas, locali-
zadas na Sibéria e Casaquistão. Vista de Pyongyang capital da Coreia do Norte.

HIPERCONHECIMENTO 295
Geografia

Capítulo
África
4
Tsunami

A
África possui uma área territorial de mais de 30 mi-
Tsunami é uma palavra japonesa cujo sig- lhões de km2, o que equivale a mais de 20% das terras
nificado é onda gigante. Os tsunamis são emersas do planeta. É o 3o continente em extensão,
ondas gigantescas causadas por terremoto, onde vivem aproximadamente 530 milhões de habitantes.
deslizamento de terras, vulcão submarino O continente africano é cortado por quatro paralelos
em atividade ou até mesmo pela explosão de terrestres: linha do Equador, Trópico de Câncer e Trópico
uma bomba atômica na superfície do mar. de Capricórnio, além do meridiano de Greenwich. É o único
continente que se estende pelos quatro hemisférios: Norte,
Geralmente as ondas apresentam um com- Sul, Leste e Oeste (37º de latitude norte a 34º de latitude Sul e
primento de 130 a 160 quilômetros, mas de 18º de longitude Oeste a 51º de longitude Leste).
podem chegar a atingir até 1.000 Km. A África, com a Europa e a Ásia, forma o chamado
“Velho Mundo”.
Em águas profundas, sua altura não atinge
Esse continente separa-se da Europa pelas águas
mais que 1m, não sendo, portanto, percebidas,
do Mar Mediterrâneo, ao Norte. A leste é banhado pelo
mas ao atingirem a região costeira têm sua
oceano Índico e separa-se da Ásia pelo canal de Suez e
velocidade e comprimento reduzidos e altura pelo mar Vermelho.
aumentada, podendo alcançar dezenas de O continente africano é banhado pelo oceano Atlân-
metros, causando, assim, muita destruição. tico, a oeste.
Foi essa destruição que o mundo presen- O extremo sul da África é banhado pelo oceano
ciou em dezembro de 2004, quando um Atlântico e nesse ponto as águas atlânticas confundem-
terremoto violento, a ponto de fazer a Terra -se com o oceano Índico.
tremer sobre seu eixo, o que alterou, segun- A África possui um litoral pouco recortado, sem
muitos golfos, baías, cabos e penínsulas. Sua maior
do os geofísicos, o mapa da região afetada,
reentrância é o golfo da Guiné e a maior península é
desencadeou o tsunami. As ondas avan-
a da Somália.
çaram sobre as praias de países asiáticos,
como Bangladesh, Índia, Indonésia, Malásia,
Maldivas, Mianmar, Sri Lanka, Tanzânia e
Tailândia, com uma velocidade de 800km/h,
É no continente africano que podemos en-
o que provocou milhares de mortes nesses
países e em quatro países do leste da África: contrar o canal de Suez, o mais extenso do
Quênia, Seichelles, Somália e Tanzânia. mundo, com 163 quilômetros de extensão,
Em 11 de março de 2011 foi a vez do Japão liga o mar Mediterrâneo ao mar Vermelho,
sofrer com um tsunami que deixou mais encurtando as distâncias entre a Europa e
de 18.000 mortos ou desaparecidos. litoral Sul da Ásia. Seu percurso corta três
lagos: Timmsah, Grande Lago Amargo e
Haruka Takahashi/Yomiuri Shimbun/AP

pequeno Lago Amargo. As obras iniciaram-

-se em 1859, sob o comando do engenheiro
francês Ferdinand Lesseps. Foi inaugurado
em 17 de novembro de 1894.

A África tem poucas ilhas ao seu redor, sendo as

principais: Madeira, Canárias e Cabo Verde, no oceano
Em Miyako, no nordeste do Japão, Atlântico, e a grande Ilha de Madagascar, no oceano
as ondas atingiram 10 metros de altura.
Índico.

296 HIPERCONHECIMENTO

O canal de Suez é um canal que liga Porto Said, porto egípcio no mar
Mediterrâneo, a Suez, no mar Vermelho.
RELEVO
A característica principal do relevo africano é o pre-
domínio de planaltos antigos, bastante gastos pela ero-
são.
Esses planaltos formam enormes superfícies aplai-
nadas, nas quais se destacam os picos rochosos.
Como a África apresenta um vasto território, exis-
tem várias áreas com características diferentes.
Os planaltos contornam depressões cortadas por
rios, nas quais se encontram lagos interiores, como o
Chade e o Ngami.
As planícies costeiras situam-se ao longo do litoral,
e são geralmente estreitas, exceto a Oeste e Norte onde
se estendem para o interior, como as planícies do Níger
e do Congo.
Na porção oriental da África, encontra-se uma falha
geológica que se estende de Norte a Sul, ocasionando
sucessivamente o aparecimento de planaltos e depres-
sões. Nessa região, localizam-se os maiores lagos e as
mais altas montanhas do continente africano, tais como:
• Lagos ⇒ Vitória, Niassa e Tanganica.
• Montanhas ⇒Kilimanjaro (5.895m), Quênia (5.199
m) e Ruvenzori (5.109m).
Podemos destacar duas grandes cadeias monta-
nhosas, uma ao norte e outra ao sul do continente afri-
cano:
• Cadeia do Atlas ⇒ Ocupa a região setentrional do
Marrocos, da Argélia e da Tunísia. Sua formação
é recente e seus picos são elevados e cobertos de
neve, pois chegam a atingir mais de 4.000 m de
altura.
• Cadeia do Cabo ⇒ Localizada na África do Sul,
é de formação antiga, com picos que chegam a
atingir mais de 3.400 m de altura, como os montes
Drakensberg.
UNIDADE 3
HIDROGRAFIA
Em relação aos aspectos hidrográficos do continen-
te, a África possui poucos rios.
Alguns deles são muito extensos e volumosos por
estarem localizados em regiões tropicais e equatoriais;
outros atravessam áreas desérticas.
O rio Nilo é o mais importante da África e o segundo
maior rio – em extensão – do mundo: com 6.738 km.
Ele nasce no lago Vitória, percorre o nordeste africano e
deságua no mar Mediterrâneo. Seu curso possui diversos
afluentes, cataratas e a grande represa de Assuã, no Egito.
O Nilo teve importância fundamental na história da an-
tiga civilização egípcia.
O rio Congo, com 4.667 km de extensão, é o segun-
do rio mais extenso da África; seu leito atravessa duas
vezes a linha do Equador e deságua no oceano Atlântico.
O rio Níger tem 4.184 km de extensão e deságua no
oceano Índico.
Nas grandes regiões semidesérticas, há rios tem-
porários, que só correm quando chove. Outros rios não
conseguem chegar ao mar, pois suas águas evaporam;
há ainda os que não têm saída para o oceano e deságuam
em lagos.
Egito turístico
Berço da civilização, o Egito, situado ao
norte da África, possui história e cultura
fascinantes. Vivendo por volta de 3000 a.C.,
os egípcios alcançaram um elevado estágio
de civilização. Com um governo central e
organizado, o comércio era voltado para
as cidades que margeavam o rio Nilo. Ao
longo do Nilo, podem ser vistos majestosos
monumentos que revelam as realizações
do antigo Egito, sendo a maioria tumbas
e templos. Para quem gosta de História e
aprecia arte, especialmente arquitetura, o
Egito é uma ótima opção de passeio. Diver-
sos são os locais que podem ser visitados.
Eis alguns: Abu Simel, dois templos subter-
râneos construídos no reinado de Ramsés
II; Abydos, cidade do alto Egito, onde foi
encontrada a tábua da peregrinação de
Seti I ao túmulo de Osíris; e Alexandria,
com seu Farol, uma das sete maravilhas do
mundo, e um dos pontos mais importantes
do Mediterrâneo, pois foi centro artístico
e literário do Oriente e um dos principais
centros da civilização helenística.
HIPERCONHECIMENTO 297
Geografia
CLIMA
A África é atravessada pela linha do Equador, que a
divide em duas partes distintas: o Norte, muito extenso e o
Sul, mais estreito. Ela está, em sua maior parte, localizada
na zona intertropical da Terra, cujas temperaturas são ele-
vadas.
Os principais tipos de clima da África são:
• Clima equatorial ⇒ é quente e úmido o ano todo; abran-
ge parte da região centro-oeste do continente.
• Clima tropical ⇒ possui temperaturas altas e duas
estações bem definidas, verão chuvoso e inverno
seco. Esse clima abrange a maior parte do conti-
nente africano;
• Clima desértico ⇒ apresenta uma pluviosidade mui-
to pequena e irregular; em algumas áreas não chove
durante vários anos. Nas áreas desérticas existe uma
grande amplitude térmica diária. Esse clima compreen-
de uma grande extensão da África, como a dos deser- Cataratas do Lago Vitória, no Zimbábue.
tos do Saara e de Kalahari; Vegetação
• Clima mediterrâneo ⇒ apresenta duas estações
definidas, verão seco e inverno chuvoso (ao con- A vegetação africana é variada, acompanhando os di-
trário do clima tropical). ferentes tipos de clima. São encontrados na África:
A pluviosidade é bastante desigual na África, sendo • Floresta equatorial ⇒ abrange a área de clima equa-
a maior responsável pelas paisagens variadas e cheias de torial. É uma floresta densa, muito rica em espécies e
contrastes. Os ventos têm grande responsabilidade na possui árvores enormes, que chegam a atingir até 60
repartição dessas chuvas. m de altura. A floresta do Congo, por exemplo, serve
Na região de clima equatorial, as chuvas ocorrem como abrigo para aves e macacos diversos;
em abundância, devido à influência dos ventos alísios de • Savanas ⇒ ocupam as áreas tropicais. As árvores
sudoeste, que chegam carregados de umidade e descar- têm porte pequeno e são bem separadas umas das
regam-na sob a forma de chuvas torrenciais. outras, ficando o solo entre elas coberto por gramí-
Na região de clima desértico, as chuvas são raras e neas.
irregulares e formam-se os grandes desertos, devido à in- A savana é a vegetação característica da África, e
fluência dos ventos alísios do nordeste, que são secos. constitui o hábitat natural dos animais de grande e mé-

Índices pluviométricos das regiões:

1 TUMBUCTU 2 DUALA 3
CIDADE DO CABO
mm Cº mm Cº mm Cº

450 450 450

400 400 400
350 350 350
temperatura do ar

temperatura do ar

temperatura do ar

30 30 30
volume da chuva

volume da chuva

volume da chuva

300 300 300

250 250 250
25 25 25
200 200 200
150 150 150
20 20 20
100 100 100
50 50 50
15 15 15
0 0 0

JFMAMJJASOND JFMAMJJASOND JFMAMJJASOND

meses do ano meses do ano meses do ano

298 HIPERCONHECIMENTO
 UNIDADE 3

dio porte, como elefantes, gira-

fas, zebras, onças, leões etc.
• Estepes ⇒ aparecem en-
tre as savanas e os de-
sertos. São formados por
gramíneas e pequenos
arbustos, distribuídos de
maneira irregular. Os ani-
mais de grande e médio
porte também habitam as
estepes;
• Desertos ⇒ como não
chove suficientemente,
não há vegetação; com
exceção dos oásis, espa-
ços com água e vegeta-
ção que surgem no meio
do deserto;
• Vegetação mediterrânea ⇒
aparece nas áreas de clima
mediterrâneo. É uma vege-
tação pobre, formada por
arbustos e gramíneas. Nessa
área, concentra-se a maior Equatorial
parte da população branca
Tropical
da África.
Desértico
Agricultura e pecuária Mediterrâneo

A agricultura do conti-
nente africano divide-se entre
a agricultura de subsistência e
a comercial.
A agricultura de subsistência é rudimentar, itine-
rante e extensiva. Os principais produtos cultivados são:
mandioca, milho, batata, inhame e arroz.
A agricultura comercial está representada pelo
plantation, que foi um sistema introduzido pelos euro-
peus, e que apresenta as seguintes características:
• grandes propriedades rurais;
• monocultura de produtos tropicais para exporta-
ção;
• emprego de grande capital;
• emprego da mão de obra nativa, que é numerosa e
mal remunerada.
A agricultura comercial ocupou as melhores terras
agrícolas e introduziu o emprego de técnicas modernas.
Os produtos agrícolas que se destacam são o algodão,
a borracha, o cacau, o café e o amendoim.

Os leões são os Prospecção

maiores felinos do de petróleo no
continente africano deserto da Líbia.
e são encontrados
nas savanas.

Mulher de
Ruanda.

HIPERCONHECIMENTO 299
Geografia
A pecuária é uma atividade de alcance limitado, ge-
ralmente praticada de forma nômade ou extensiva.
A principal criação é a de ovinos, na África do Sul
e na Etiópia.
A criação de bovinos é menor, pois os desertos e a
floresta úmida dificultam seu desenvolvimento.
Nas áreas mediterrâneas, há também caprinos, ca-
melos e dromedários.
Recursos minerais
A África possui grandes reservas minerais, desta-
cando-se o ouro e os diamantes da África do Sul, da Re-
pública do Congo e de Gana, que correspondem à maior
parte da produção mundial.
As fontes energéticas, como o petróleo e o gás na-
tural, são exploradas principalmente na Nigéria, na Líbia,
no Gabão, na Argélia e no Egito.
Além desses recursos minerais, o continente afri-
cano fornece em abundância os seguintes minerais:
fosfatos (Marrocos, grande produtor mundial), manga-
nês, cobre, bauxita, chumbo, zinco, níquel, cobalto, ferro,
urânio e prata.
As reservas de urânio, que são as maiores do mundo,
são exploradas por grupos econômicos estrangeiros.
A África possui um dos maiores potenciais hidre-
létricos do mundo, mas a sua produção de eletricidade
é pequena.
Apesar da diversidade de minerais encontrada em
seu subsolo, a África é um continente pobre, pelo fato
de a exploração das riquezas minerais estar a cargo das
companhias estrangeiras, que visam apenas à extração
e exportação das riquezas, em estado bruto, para os paí-
ses industrializados.
No extrativismo animal, destaca-se o comércio de
couro e de peles, em Burkina, Botsuana e Djibuti, e o do
marfim, na África do Sul, Congo, Moçambique e Gabão.
O extrativismo vegetal fornece os seguintes produ-
tos: madeiras, resinas e especiarias; óleo de palmeira e
tâmaras.
Industrialização
A indústria no continente africano é bem modesta,
pois, devido ao longo período de colonização, a África
tornou-se uma área fornecedora de matérias-primas
para indústrias estrangeiras.
As indústrias africanas que merecem destaque são
as de beneficiamento de matérias-primas, como madei-
ra, óleos comestíveis, açúcar e algodão.
Os países mais industrializados são a África do Sul e
o Egito, onde encontramos indústrias têxteis, alimentares,
siderúrgicas e metalúrgicas, entre outras.
A industrialização é pequena pelos seguintes fa-
tores:
• escassez de financiamentos;
• falta de mão de obra especializada;
• carência de energia elétrica;
• deficiência da rede de transportes;
300 HIPERCONHECIMENTO
• baixo poder aquisitivo da população.
O sistema de transporte é bastante precário e é uti-
lizado somente para o escoamento de matérias-primas
e gêneros agrícolas para os portos, não havendo interli-
gação entre as regiões.
População
Apesar de seu tamanho, a África é relativamente
pouco povoada, tendo pouco mais de 600 milhões de
habitantes, com uma densidade demográfica de 20 ha-
bitantes/km2. Esses dados são estimados, pois os obstá-
culos tornam impossível recensear todos os habitantes
africanos, muitos dos quais vivem em tribos isoladas do
mundo moderno.
Indústria de refino de petróleo, na África do Sul.
A população africana concentra-se no vale do Nilo,
no golfo da Guiné, em áreas férteis ao redor do lago Vitó-
ria e em trechos dos extremos norte e sul do continente.
A maioria dos países da África apresenta as seguin-
tes características:
• elevada taxa de natalidade e mortalidade;
• expectativa de vida muito baixa.
A população é predominantemente de jovens
(60%) com menos de 20 anos, que, além de apresen-
tarem menor produtividade, exigem grandes investi-
mentos em educação, saúde, emprego etc.
A maior parte da população é constituída por ne-
gros das várias tribos existentes.
O deserto do Saara divide a África em duas partes:
África branca (norte) e África negra (sul).
Os brancos constituem 1/3 da população e são de
origem europeia e semita. Encontram-se ao norte da
África e ao sul (na África do Sul).
A África negra constitui 2/3 da população. Locali-
zam-se ao sul do deserto do Saara.
A África é povoada por um grande número de gru-
pos de negros que se diferenciam entre si nos aspectos
físico, cultural, religioso e linguístico.
Os grupos negros mais importantes são:
 UNIDADE 3

• Sudaneses ⇒ habitam as savanas, do Atlântico até Explosão Iraque 3,7

o vale superior do rio Nilo, e vivem basicamente da demográfica Síria 3,7
agricultura;
Líbia 3,7
• Bantos ⇒ são em grande número; habitam a me-
tade sul do continente e dedicam-se à criação de Cabo Verde 3,7
gado e à caça; Iêmen 3,6
• Nilóticos ⇒ habitam a região do Alto Nilo e pos- Togo 3,6
suem estatura elevada; Países
Comores 3,6
• Pigmeus ⇒ vivem na selva do Congo, têm peque- de maior
na estatura e vivem da caça e da coleta de raízes; crescimento Maldivas 3,6
• Bosquímanos e hotentotes ⇒ habitam a região demográfico Níger 3,6
do deserto de Kalahari, são numerosos e vivem da anual (em %)
Namíbia 3,6
caça de antílopes e avestruzes.
A tabela acima revela que, dos dez países de maior crescimento
demográfico, seis estão na África.

África:
Crescimento populacional
2.000

Milhões de habitantes
1.500

1.000

500

200

0
1925 1960 1975 2000 2025
O gráfico acima demonstra que a população africana aumenta em
ritmo cada vez mais acelerado.

Pigmeus.
Além dos negros e dos brancos, encontramos na
África os malgaxes, povo de origem malaia que habitou
a Ilha de Madagascar.
Em consequência das diferenças étnicas e
culturais, temos na África três religiões principais:
• Islamismo (ou muçulmana) ⇒ é a religião predomi-
nante na África branca e praticada por numerosos po-
vos negros;
• Cristianismo ⇒ aparece em pontos esparsos do
continente e foi levada por missionários;
• Animismo ⇒ é seguida em toda a África negra. Pre-
gam a crença em poderes mágicos e forças sobre-
naturais.
Existem inúmeras línguas faladas no continente afri-
cano, das quais as principais são: árabe, inglês, francês,
português, espanhol, africâner e vários dialetos de origem
africana.
A África é um continente onde o problema da
fome atinge pelo menos 30 países, devido a políticas
governamentais desfavoráveis, explosão demográfica,
falta de terras cultiváveis, estagnação tecnológica, de-
gradação do meio ambiente, secas, falta de estímulos
econômicos e êxodo rural.
Conflitos internos
A África, durante séculos, foi explorada por potên-
cias europeias (Inglaterra, França, Portugal, Espanha,
Bélgica, Itália e Alemanha) que dividiram o continente
em zonas de influência, adequadas aos seus interesses.
Os países africanos, ao se tornarem independentes,
tiveram de moldar-se às fronteiras, que separavam gru-
pos humanos de uma mesma tribo.
Houve inevitáveis revoltas separatistas e golpes de
Estado, que terminaram por instaurar ditaduras.
A independência não modificou a vida da maioria
da população africana, que continuou explorada e mise-
rável, gerando muitos focos de conflito.
Outro problema grave é a questão racial na África
do Sul; embora os negros, mestiços e indianos consti-
tuam quase 85% da população, são os brancos que de-
têm o poder político e gozam de direitos civis. As leis do
Apartheid (separação) proibiam que os negros se candi-
datassem a cargos políticos, que concorressem com os
brancos a um emprego, que frequentassem os mesmos
ambientes; não podiam morar, viajar, casar ou ter filhos
sem autorização policial. Diante de tal situação, cresce-
ram o descontentamento e a revolta da maioria, que era
subjugada pelos brancos.

HIPERCONHECIMENTO 301
Geografia
Os choques eram frequentes e violentos e as mani-
festações de protesto, constantes.
Tal situação teve como resultado a aplicação de
sanções por parte de várias empresas norte-americanas
e europeias; a inflação aumentou e a moeda – rand –
sofreu desvalorização.
Esses fatos levaram o país a atenuar o regime de
segregação, chegando a libertar o líder negro Nelson
Mandela em 1990.
Você sabia?
A coloração negra da pele tem origem
num processo de adaptação e de defesa.
No continente africano são faladas mais
de 800 línguas.
As religiões tribais são baseadas em
crenças e transmitidas de geração para
geração.
Magreb significa, em árabe, “onde o Sol
se põe”.
Em 1992, o presidente líbio Muamar Ka-
dafi inaugurou um grande “rio artificial”,
que leva água potável do Saara para a
costa do país.
Bantustões são territórios negros na
África do Sul que funcionam como locais
de forte concentração de mão de obra
negra.
A Namíbia tornou-se país independente
em 1990, depois de estar subordinada à
África do Sul por 70 anos.
No Saara existem cerca de 90 oásis.
Oásis são áreas férteis em pleno deserto,
ou seja, verdadeiras ilhas num mar de
areia.
Rift-Valley, ou grande vale, é uma enorme
fenda que se estende desde a foz do rio
Zambeze até o vale do Jordão, passando
pelo mar Vermelho. Essa fenda dividirá
a África em 2 partes, fazendo surgir um
novo mar entre elas.
O deserto do Saara apresenta contrastes
enormes: durante o dia, a temperatura
à sombra pode chegar a 50°C e, à noite
fica próxima de 0°C.
302 HIPERCONHECIMENTO
Em 1992, após plebiscito, foi aprovado o fim do
Apartheid na África do Sul. Diante das pressões interna-
cionais e da luta dos movimentos antirracistas da África
do Sul, a situação foi progressivamente se alterando e,
em 1994, realizaram-se as primeiras eleições multirra-
ciais da África do Sul, da qual a população negra pode
participar plenamente.
O resultado foi a eleição de Nelson Mandela para a
presidência do país.
Divisão política da África
A África possui mais de 50 Estados autônomos e
seis territórios não independentes, que estão divididos
em cinco regiões principais: África do Norte, África Oci-
dental, África Centro-Ocidental, África Centro-Oriental
e África Meridional.
• África do Norte ⇒ fica na porção setentrional do
continente. É a mais extensa e apresenta três sub-
divisões:
Países do Magreb ⇒ que corresponde ao noroeste
africano e abrange o Marrocos, a Argélia e a Tunísia. Os
aspectos físicos marcantes são: a cadeia do Atlas e o de-
serto do Saara. O clima da região é do tipo mediterrâneo
(norte) e desértico (sul).
A população distribuiu-se irregularmente, sendo
densa nas áreas úmidas e escassa nas áreas secas.
A agricultura é desenvolvida nas áreas próximas ao
mar Mediterrâneo e cultivam-se vinhas, oliveiras, frutas
cítricas e tâmaras. Os centros industriais de destaque são
Argel, Túnis, Orã, Casablanca, Rabat, Fez e Marrakesh. A
Argélia é rica em petróleo e gás natural, sendo membro
da OPEP. O Marrocos e a Tunísia são grandes exporta-
dores de fosfato.
Países do Saara ⇒ correspondem à Mauritânia,
Mali, Níger, Chade e Líbia. O clima predominante é o de-
sértico, que não favorece às atividades econômicas. Isso
faz com que grande parte da população seja nômade e
tenha a pecuária como principal atividade econômica.
A Líbia é o país mais importante desse grupo, tanto pela
produção de petróleo como pela controvertida política
externa.
Vale do Nilo ⇒ abrange o Egito e o Sudão do Sul,
que têm a presença do Rio Nilo, proporcionando melho-
res condições de vida para a população. A agricultura é
intensamente praticada nessa região.
O Cairo (Egito) é a cidade mais populosa da Áfri-
ca, com mais de 11 milhões de habitantes. Nessa região,
há predominância de brancos, principalmente, árabes e
berberes.
A indústria é bastante desenvolvida no Egito, tais
como a siderúrgica, a elétrica e a têxtil. Reservas de pe-
tróleo, gás natural, ferro, fosfato e potássio são encontra-
das em solo egípcio. As principais cidades da região são:
Cairo, Alexandria e Cartum.
• África Ocidental ⇒ situa-se entre o deserto do Saa-
ra e o golfo da Guiné e abrange 17 países. Na região,
os terrenos são de formação rochosa cristalina.
O clima é equatorial, com áreas de savanas (norte) e

florestas (sul) e alta pluviosidade. A África Ocidental pos-
sui uma grande densidade demográfica, sendo que sua
população, composta por negros, concentra-se na Ni-
géria (60%). Os principais produtos agrícolas cultivados
são: café, cacau, amendoim, banana e borracha. A região
possui diversas reservas minerais, como o petróleo na
Nigéria, a bauxita na Guiné, o ouro e o manganês em
Gana e o ferro na Libéria.
A industrialização está em expansão, sendo os paí-
ses mais desenvolvidos a Nigéria, a Costa do Marfim e o
Senegal.
• África Centro-Ocidental ⇒ abrange quatro países:
República Centro-Africana, Congo, República do
Congo (ex-Zaire) e Angola.
Situa-se na área equatorial do continente, de clima
quente e úmido ao norte e tropical ao sul.
África do Norte
África Ocidental
África Centro-Ocidental
África Centro-Oriental
África Meridional
UNIDADE 3
Nessa região, tem-se baixa densidade demográfica.
A população é composta basicamente por negros. Exis-
tem maiores concentrações humanas na República do
Congo e em Angola.
A exploração mineral é feita na República do Con-
go e Angola, onde se encontram jazidas de cobre, co-
balto, manganês e ferro. O extrativismo vegetal reforça
a economia da região. As indústrias são escassas, mas o
potencial hidrelétrico oferece boas perspectivas de pro-
gresso. Nessas regiões, os conflitos étnicos e religiosos,
somados às disputas pelo controle político e econômico
de territórios abundantes em riquezas naturais, com-
põem um a cultura explosiva, responsável por perma-
nentes conflitos que, de 1993 para cá, já vitimaram mais
de 2 milhões de pessoas.
• África Centro-Oriental ⇒ situa-se entre a bacia do
HIPERCONHECIMENTO 303
Geografia
rio Congo e as águas do mar Vermelho e do oceano
Índico. Agrupa nove países: Etiópia, Djibuti, Somá-
lia, Quênia, Tanzânia, Uganda, Ruanda, Burundi e
Seychelles. Sua paisagem é bem diversificada, com
planícies, planaltos, maciços montanhosos, vul-
cões e lagos. O clima predominante é o tropical e a
vegetação é variada.
A sua composição étnica é heterogênea; nela en-
contramos negros (bantos), camitas, árabes, indianos e
europeus. As cidades principais são Nairóbi, Mogadíscio
e Adis-Abeba. A agricultura, a principal economia, dedi-
ca-se à exportação de café e de algodão. A industrializa-
ção é insatisfatória quanto ao desenvolvimento.
A região “África Centro-Oriental” fica na península
da Somália, conhecida como “Chifre da África”, devido
ao seu formato. Na Somália, Sudão e Etiópia, guerras ci-
vis prolongadas levaram os países a uma desorganização
total. Facções em luta pelo poder e disputas territoriais
internas paralizaram as atividades econômicas, amea-
çando a vida de milhares de pessoas.
• África Meridional ⇒ região atravessada pelo Tró-
pico de Capricórnio e composta por 12 países.
O clima varia do tropical úmido ao desértico, pas-
sando pelo mediterrâneo, e a sua vegetação é bem va-
riada.
As reservas minerais são muito importantes para a
região, como na África do Sul (ouro, diamantes, cro-
mo e manganês) e na Zâmbia (cobre e cobalto).
A agricultura é uma atividade desenvolvida na
região, com o cultivo, principalmente, de cana-de-
-açúcar, café, fumo, algodão, vinhas, oliveiras e fru-
tas. A África do Sul é o país mais industrializado do
continente africano, destacando-se as cidades de
Johanesburgo, Cidade do Cabo e Durban.

Nelson Mandela

Rolihlahla Mandela nasceu em 18 de julho de 1918, no clã
Madiba, de etnia xhosa, no pequeno vilarejo de Mvezo,
na região do Transkei. Seu pai era o principal conselheiro
do rei do povo Thembu. Sua mãe era a terceira de quatro
esposas e Rolihlahla. Cresceu em uma família grande
e solidária de meio irmãos e primos, ouvindo histórias
dos mais velhos sobre o valor dos seus antepassados
durante as guerras de resistência. Em 1936, foi enviado
para Healdtown, onde lhe foi ensinado um currículo
eurocêntrico focado em história britânica e, pela primeira
vez, tomou consciência da contradição entre os valores
cristãos e sua tolerância e até mesmo apoio ao sistema
colonial racista. Iniciou a graduação em Artes na Universi-
dade de Fort Hare, mas foi expulso por ter participado de
um protesto estudantil contra as políticas universitárias,
concluindo o bacharelado na Universidade da África
do Sul. Como jovem estudante de direito, Mandela se
envolveu na oposição ao regime do Apartheid. Uniu-se
ao Congresso Nacional Africano (CNA) em 1942 e dois
anos depois fundou, juntamente com outros colegas, a
Liga Jovem do CNA.
Depois da eleição de 1948 dar a vitória aos afrikaners
(Partido Nacional), que apoiavam a política de segre-
gação racial, Mandela tornou-se mais ativo no CNA,
tomando parte do Congresso do Povo (1955) que
divulgou a Carta da Liberdade – documento contendo
um programa fundamental para a causa antiapar-
theid. Comprometido de início apenas com atos não
violentos, Mandela e seus colegas aceitaram recorrer
às armas após o massacre de Sharpeville, em março de
1960, quando a polícia sul-africana atirou em manifes-
tantes negros, matando 69 pessoas e ferindo 180. Em
agosto de 1962, Mandela foi preso após informes da
CIA à polícia sul-africana, sendo sentenciado a cinco
anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e
incentivar greves. Em 1964 foi condenado a prisão per-
pétua por sabotagem (o que Mandela admitiu) e por
conspirar para ajudar outros países a invadir a África do
Sul (o que Mandela sempre negou).
No decorrer dos 27 anos que ficou preso, Mandela se
tornou de tal modo associado à oposição ao Apartheid
que o clamor “Libertem Nelson Mandela” se tornou o
lema das campanhas antiapartheid em vários países.
Mandela passou quase três décadas na cadeia, sempre
se recusando a comprometer sua posição política em
troca da liberdade com a revisão da pena. Tornou-se
poderoso símbolo de resistência e de luta pelos direi-
tos humanos. Com a campanha do CNA e a pressão
internacional, foi libertado em fevereiro de 1990, aos
72 anos, por ordem do presidente Frederik Willem de
Klerk, com o qual Mandela compartilhou o Prêmio
Nobel da Paz em 1993.
Após o fim do Apartheid, foi eleito o primeiro presidente
negro da África do Sul, governando de maio de 1994 a
junho de 1999 e conduzindo com sucesso a reunifica-
ção pacífica e democrática de um país estilhaçado pelo
racismo. Fiel a sua promessa, deixou o cargo após um
mandato como presidente, voltando-se para causas de
diversas organizações sociais e de direitos humanos.
Foi homenageado com cerca de 250 prêmios por
todo o mundo. Apesar das mais terríveis provocações e
privações, Mandela nunca respondeu ao racismo com
a mesma moeda, sendo uma inspiração a todos os
oprimidos e aos que se opõem à opressão.
Em 2013, devido a complicações de uma infecção
hospitalar, Mandela foi internado por diversas vezes.
Em julho completou seus 95 anos em estado crítico
no hospital. Ainda em estado crítico, é levado para
sua casa em Joanesburgo, onde continua a receber o
mesmo tratamento que no hospital sob terapia inten-
siva. No dia 5 de dezembro (2013), morre em sua casa,
cercado pela família e amigos.

304 HIPERCONHECIMENTO
 UNIDADE 3

Capítulo
Oceania
5 - A Oceania possui quase 30 mil ilhas.

- Uma importante fonte de renda para mui-

tas ilhas do Pacífico é o turismo, que cres-
ce à medida que aumentam os aeroportos,
hotéis, atrações, restaurantes e promoções.

A
Oceania é o continente mais isolado do mun-
do. Sua barreira geográfica fez com que fosse - Os primeiros habitantes da Austrália foram
o último a ser descoberto pelos europeus. Em os aborígenes, provavelmente vindos do
razão desse atraso, ficou conhecido como “novíssimo
sudeste asiático.
mundo”. Assim como na América e na África, a Ocea-
nia era ocupada por povos nativos antes da chegada - A Austrália é a maior produtora de lã do
dos europeus e em pouco tempo grande parte desses mundo.
povos foram praticamente dizimados. Os que restaram
reivindicam os seus direitos até os dias de hoje.
O novíssimo continente foi descoberto em 1770
pelo inglês James Cook. A Oceania é formada por um
conjunto de ilhas e fica entre o oceano Índico e as Amé- AUSTRÁLIA
ricas.
Ocupa uma área de mais de 8.900.000 km2 nos As planícies contornam todo território australiano,
quatro hemisférios: estende-se de 21º de latitude Norte tornando-se bastante largas ao norte.
a 50º de latitude Sul e de 111º de longitude Leste a 119º As montanhas que formam os alpes Australianos
de longitude Oeste. e localizam-se no Leste e no Sudeste têm altitudes mo-
Atravessada pela linha do Equador e pelo Trópico destas, alcançando até 2.230 m, como o monte Kos-
de Capricórnio, a Oceania localiza-se nas zonas inter- ciusko.
tropical e temperada.
Abrange 13 Estados soberanos. Devido ao seu gran- Os planaltos constituem a maior parte do país,
de número de ilhas, costuma-se dividir o continente em: sendo, geralmente baixos e planos, onde se destacam
• Austrália e Nova Zelândia; os montes MacDonell e Musgrave.
• Melanésia (ilhas negras) ⇒ o nome é derivado de Os desertos ocupam todo o centro-oeste do ter-
melanina (pigmento escuro da pele), referência à ritório australiano, como os desertos Vitória, Gibson,
cor dos habitantes dessas ilhas. A maior parte das Simpson e outros.
ilhas são possessões francesas e britânicas, com O relevo mais elevado, ao Leste, influencia a drena-
exceção dos seguintes países independentes: gem dos grandes rios australianos, como o Darling e o
• Micronésia (pequenas ilhas) ⇒ formada por Murray, que correm em direção ao sudoeste.
ilhas muito pequenas, cuja
a maioria é pertencente ao
Reino Unido e aos Estados
Unidos, sendo países in-
dependentes as Ilhas Mar-
shall e Nauru;
• Polinésia (muitas ilhas) ⇒
ilhas dispersas por uma
grande área do oceano
Pacífico. A maioria das ilhas
são possessões britânicas e
francesas.

RELEVO, CLIMA,
HIDROGRAFIA E
VEGETAÇÃO
Grande parte das ilhas são de
origem vulcânica ou atóis coralí-
genos e as características físicas
são muito variadas.
Nova Zelândia, Ngauruhoe, famoso vulcão em Tongariro National Park.

HIPERCONHECIMENTO 305
Geografia
Há também os rios Flinders, Vitória e Ashburton
(Leste e Norte) entre outros.
Os lagos, cuja origem se deve à depressão relativa
do relevo, que se inclina para o interior, são em grande
número, até mesmo em meio ao deserto.
A Grande Barreira de Recifes localiza-se a nordeste
do país e estende-se no mar de Coral por mais de 2.000
km.
Os tipos de clima da Austrália, que é cortada pelo
Trópico de Capricórnio, são o tropical e o subtropical,
com temperaturas altas ao Norte e amenas ao Sul, onde
ocorrem chuvas mais frequentes.
O clima mediterrâneo aparece em áreas do su-
doeste e do sul, com verões secos.
O clima é muito quente nas regiões semiáridas e
desérticas do centro-oeste australiano.
A vegetação predominante da Austrália são as sa-
vanas e as estepes, denominadas scrubb. As florestas
tropicais e subtropicais ocupam as áreas úmidas do
Norte, Leste e Sudeste. A fauna australiana é única, nela
se destacam o ornitorrinco (mamífero com bico e pelos)
e os marsupiais (cangurus e coalas).
NOVA ZELÂNDIA
É formada por 2 ilhas principais, a do Norte e a do
Sul, separadas pelo estreito de Cook.
A ilha do Norte, de origem vulcânica, apresenta
vulcões ativos, fontes termais e gêiseres.
A ilha do Sul possui um relevo acidentado, que
contorna todo o litoral. Os alpes Neozelandeses têm
como ponto culminante o monte Cook, com 3.764 m.
A planície litorânea, conhecida por Canterbury,
aparece ao redor da Nova Zelândia em faixas estreitas e
alarga-se no extremo leste da Ilha do Sul.
Os rios que percorrem as ilhas são de pequeno cur-
so. Os lagos existentes são de formação glacial.
A Nova Zelândia encontra-se na zona subtropical
sul, com temperaturas amenas e chuvas bem distribuí-
das.
A vegetação que aparece é representada pela flo-
resta aciculifoliada e formações arbustivas e herbáceas.
Melanésia, Micronésia e Polinésia
Essas milhares de ilhas têm origem vulcânica ou
coralígena e seu relevo apresenta planaltos baixos e
desgastados. Algumas ilhas encontram-se no Círculo
do Fogo, que abrange as áreas da Terra mais sujeitas ao
vulcanismo e aos abalos sísmicos. No arquipélago do
Havaí, há três vulcões: Mauna Kea, Mauna Loa e Kilauea.
Os rios são insignificantes. A maior parte das ilhas
possui clima tropical e algumas são recobertas por den-
sa floresta equatorial; em outras ilhas, a única vegetação
são coqueiros ou cobertura herbácea.
Economia
Os países da Oceania, com exceção da Austrália e
306 HIPERCONHECIMENTO
da Nova Zelândia, apresentam características de subde-
senvolvimento, sendo suas principais atividades eco-
nômicas o extrativismo e a agricultura.
Extrativismo
As reservas minerais merecem destaque na Ilha de
Nauru, onde se encontram grandes jazidas de fosfato.
Por causa da pequena população, a receita obtida com a
exportação assegura a Nauru uma renda per capita que
se destaca entre as mais altas do mundo.
Em Papua-Nova Guiné, destacam-se as jazidas
de minerais não ferrosos, ouro e cobre, explorados por
companhias australianas.
As Ilhas Salomão possuem grandes reservas de
ouro, prata, cobre, fosfato e bauxita.
A Austrália tem uma indústria extrativa atuante
que exporta minério de ferro e produz 70% do petróleo
consumido.
O extrativismo vegetal é importante fonte de di-
visas para a maioria dos pequenos países da Oceania,
destacando-se a copra (amêndoa seca de coco, da qual
se extrai óleo).
As Ilhas Salomão e Samoa exportam madeiras.
A pesca é atividade importante nas Ilhas Salomão,
em Fiji e em Kiribati.
Tanto o estado americano do Havaí quanto a Ilha de Páscoa – que
pertence ao Chile – geograficamente pertencem à Polinésia.
Agropecuária
O solo, na maioria das ilhas, não é propício à ativida-
de agrícola. São exceções: Papua Nova Guiné, com suas
colheitas de café, cacau e chá; Samoa, que cultiva cacau,
coco, banana e abacaxi; Tonga, que exporta bananas e se-
mentes oleaginosas.
A Austrália exporta trigo e possui grandes rebanhos
de ovinos e bovinos, que fornecem lã e carne.
A Nova Zelândia possui uma produção agrícola que
abastece o mercado interno; destaca-se a pecuária, que
propicia carne, lã e laticínios para exportação.
Indústrias
Nas pequenas ilhas e na Papua Nova Guiné, as in-
dústrias são instaladas para beneficiar algum produto ori-
 UNIDADE 3

Devido à existência de grandes toneladas

de resíduos tóxicos (óleo, pesticidas e fer-
tilizantes) nos mares da região, a Oceania
enfrenta sérios problemas ambientais.
O Programa Regional sobre o Meio Am-
biente do Pacífico Sul divulgou um relatório
indicando mais de 50 locais de contamina-
ção em 13 países.
Outro problema que assola a região é o
aumento da temperatura global, devido ao
efeito estufa, que provoca o derretimento das
calotas polares e a elevação dos níveis dos
oceanos, submergindo atóis e ilhas de corais.
A Oceania sofre também os efeitos dos
testes nucleares realizados pelos EUA e
pela França.
Por isso, podemos considerá-la como um
continente que, em grande velocidade,
sofre a ação destruidora do homem.
ginado do extrativismo, como azeite de dendê e borra-
cha (Papua Nova Guiné) e açúcar e pescado em conserva
(Fiji).
Na Austrália e na Nova Zelândia, os únicos países
desenvolvidos, encontramos um amplo parque fabril,
que compreende desde as indústrias de base até as de
bens de consumo.
Capítulo
Antártida
6
A
Antártida é um continente quase todo coberto por
gelos eternos, com grandes planaltos, altas mon-
tanhas e numerosos vulcões.
A calota de gelo que cobre o continente é muito
grossa: tem em média 2.200 m de espessura.
Existe vida apenas perto do litoral, onde encon-
tramos uma vegetação escassa e temporária, parecida
com a tundra, na qual vivem pinguins, aves e insetos.
As águas que rodeiam o continente são ricas em
peixes e mamíferos, como focas e baleias. Há também o
krill, da família do camarão, rico em proteínas.
Modernos navios pesqueiros, vindos de diversos
países, operam nas águas costeiras da Antártida, atraídos
pela captura desses animais.
A Antártida provavelmente tem em seu subsolo re-
cursos minerais como petróleo, ouro, prata, carvão e ferro.
O continente pode tornar-se importante no fu-
turo, quando forem resolvidos os problemas técnicos
representados pelo clima, sendo alvo de interesse de
diversos países: Estados Unidos, Rússia, Japão, Grã-
-Bretanha, Alemanha, França, Noruega, Austrália,
Nova Zelândia, África do Sul, Chile e Argentina.
Em Madri, em 1991, 39 países, inclusive o Brasil, as-
sinaram um acordo proibindo a exploração mineral na
Antártida por 50 anos. Na Antártida existem dezenas de
bases de pesquisas.

População
Quase toda a Oceania tem uma população compos-
ta por nativos, com exceção da Austrália e Nova Zelândia,
em que predominam os brancos europeus, principal-
mente, de origem britânica.
A população das ilhas da Oceania costuma migrar
de um arquipélago para outro, em busca de melhores
condições de trabalho.
Em algumas ilhas, encontramos uma grande parce-
la de indianos e chineses.
A densidade demográfica é variada. A ilha Nauru,
por exemplo, apresenta uma alta densidade demográfi-
ca: 445 hab/km2.
A Austrália e a Nova Zelândia têm 85% ou mais de
sua população nas zonas urbanas.
As principais cidades da Oceania são: Sydney, Mel-
bourne Camberra, e Brisbane (Austrália); Auckland e
Wellington (Nova Zelândia); Port Moresby (Papua Nova
Guiné).

HIPERCONHECIMENTO 307
Geografia

Existe uma norma internacional que rege a

vida no continente. O Tratado de Welling-
ton garante que todos os países tenham
acesso para pesquisa nas geleiras. Esse
tratado, contudo, define a Antártida como
território internacional e desautoriza as
pretensões territorialistas de alguns países
que brigam para poder fazer a exploração
de forma econômica.
“A exploração econômica só será realizada
quando se harmonizar com a preservação
ecológica”, diz Patrício Alwin (ex-presidente
do Chile).

Na Antártida, existe vida apenas perto do litoral, com vegetação

escassa e temporária, na qual vivem pinguins.

Existem aproximadamente
60 bases de pesquisa, con-
centradas, principalmente,
nas ilhas da península.

O Brasil realizou sua primeira

expedição a esse continente, com-
posta por dezenas de cientistas,
em dezembro de 1982.
A base brasileira na Antártida
chama-se Estação Comandante
Ferraz e fica na Ilha Rei Jorge, lo-
calizada na extremidade de uma
grande península, onde o conti-
nente mais se aproxima da Amé-
rica do Sul.

308 HIPERCONHECIMENTO

7
Capítulo
América
O
continente americano localiza-se no hemisfé-
rio ocidental, ou seja, a oeste do Meridiano de
Greenwich e é cortado pelas seguintes linhas
imaginárias:
• Linha do Equador ⇒ passa pelo golfo do Ama-
zonas e pela cidade de Quito (Equador); assim, a
maior parte do continente americano localiza-se
no hemisfério norte;
• Trópico de Capricórnio ⇒ passa por São Paulo,
norte do Paraná, Mato Grosso do Sul, Paraguai,
norte da Argentina e Chile;
• Trópico de Câncer ⇒ passa ao norte de Cuba e
atravessa o México;
• Círculo Polar Ártico ⇒ passa ao norte do Canadá e
atravessa o Alasca.
A América é banhada por três oceanos: oceano
Atlântico, a leste; oceano Pacífico, a oeste; e oceano Gla-
cial Ártico, ao norte.
O continente americano possui uma área de
42.058.868 km2; é o segundo em área territorial, o que
corresponde a 8,3 % da área total da Terra.
Devido à posição da América no globo, com terras
que vão desde 12º até 168º de longitude Oeste, o con-
tinente americano possui 11 (onze) fusos horários. No
sentido norte-sul, suas terras vão desde 71º de latitude
Norte até 56º de latitude Sul.
Vários critérios podem ser utilizados para dividir o
continente americano. Dentre eles, podemos citar:
a) tendo por base a posição de suas terras, podemos
dividi-lo em: América do Norte, América Central e
América do Sul.
• América do Norte ⇒ compreende Canadá, Estados
Unidos e México.
• América Central ⇒ é a menor parte do continente
americano, sendo a “ponte de união” entre a Amé-
rica do Norte e a do Sul. Pode ser dividida em duas
porções: continental e insular.
• Continental ⇒ compreende: Belize, Guatemala, Hon-
duras, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica e Panamá.
• Insular ⇒ localizada em ilhas, recebe a denomina-
ção de Antilhas, que podem ser: Grandes Antilhas e
Pequenas Antilhas.
• Grandes Antilhas ⇒ compreendem Cuba, Jamaica,
Haiti, República Dominicana e Porto Rico.
• Pequenas Antilhas ⇒ compreendem Barbados,
Granada, Antígua e Barbuda, Dominica, Santa Lú-
cia, São Vicente, Nevis, Martinica, Guadalupe, Aru-
ba, Curaçao e Bonaire.
• América do Sul ⇒ compreende Colômbia, Vene-
zuela, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai, Chile, Argen-
tina, Uruguai, Brasil, República da Guiana, Suriname,
Guiana Francesa e Trinidad e Tobago.
UNIDADE 3
b) tendo por base as línguas oficiais faladas, podemos
dividir o continente americano em:
• América Anglo-Saxônica ⇒ corresponde aos paí-
ses de língua inglesa, colonizados por povos pro-
cedentes do Reino Unido e da França. Compreen-
de: Estados Unidos e Canadá;
• América Latina ⇒ corresponde aos países de lín-
gua neolatina, colonizados por povos portugueses
e espanhóis. Compreende: América do Sul, Amé-
rica Central e México.
AMÉRICA ANGLO-SAXÔNICA
A América Anglo-Saxônica é formada pelo Canadá
e pelos Estados Unidos e abrange uma área de quase 20
milhões de km2, com uma população cerca de 350 mi-
lhões de habitantes.
Os seus limites são: oceano Glacial Ártico, ao norte;
México, ao sul; oceano Atlântico, a leste; e oceano Pací-
fico, a oeste. Seu território, devido à extensão, possui seis
fusos horários.
Os países da América Anglo-Saxônica possuem ca-
racterísticas semelhantes, como países social e econo-
micamente desenvolvidos.
RELEVO
O relevo da América Anglo-Saxônica compreen-
de três regiões distintas:
• Região Montanhosa do oeste ⇒ estende-se do
Alasca ao México, e ocupa a parte ocidental da
América Anglo-Saxônica.
Nessa região, destacam-se as montanhas Rocho-
sas, que são montanhas jovens e bastante elevadas. As
altitudes variam de 4.000 m a 6.000 m, onde se des-
tacam os picos: McKinley (6.194m), Logan (6.050 m) e
Whitney (4.418 m), entre outros.
Encontramos também planaltos e bacias, como o
planalto de Columbia (Canadá) e o planalto do Colorado
e a Grande Bacia (Estados Unidos).
Outros aspectos dessa região montanhosa são os
gêisers, o Grande Canyon e a falha de San Andreas.
• Região montanhosa a leste ⇒ constituída pelos
montes Apalaches, montanhas desgastadas pela
erosão, que se estendem por 2.000 km de compri-
mento e por 300 km de largura. O pico culminante
dos Apalaches é o Monte Mitchell (2.037 m).
Monte Rushemore, no Estado de Dakota do Sul, EUA.
HIPERCONHECIMENTO 309
Geografia
• Região das grandes planícies centrais ⇒ caracte-
rizam-se pelos grandes rios e Grandes Lagos, o que
corresponde às regiões mais férteis dos dois países.
Ao norte, os la-
gos são numerosos; os
principais são: Grandes
Lagos, Grande Lago do
Urso e Winnipeg.
Os rios são inú-
meros. Destacam-se o
Mississipi, o Missouri, o O Arco de St. Louis e o rio
Ohio e o Arkansas. Mississippi, ao nascer do sol.
CLIMA
A América Anglo-Saxônica está situada ao nor-
te do Trópico de Câncer, onde o clima predominante é
temperado, com temperaturas médias anuais inferiores
a 20ºC. No extremo norte, o clima característico é o polar,
com temperaturas médias anuais muito baixas.
O relevo influi muito no clima da América. Nas
partes mais altas e nas planícies centrais formam-se
corredores de ventos gelados do norte. As montanhas
também bloqueiam a passagem dos ventos do Pacífi-
co, permitindo a formação de desertos.
Na costa leste (sul) e na península da Flórida temos
clima tropical e subtropical.
HIDROGRAFIA
Na fronteira dos Estados Unidos com o Canadá
encontramos uma enorme região lacustre, chamada
Grandes Lagos e que compreende os lagos Superior,
Michigan, Huron, Eriê e Ontário.
Eles se ligam ao oceano Atlântico pelo rio São Lou-
renço.
Os rios que merecem destaque quanto à extensão
o São Lourenço, o Mississipi, o Hudson, o Colúmbia, o
Colorado e o Grande.
Os Estados Unidos, em cerca de 1/3 do território,
são drenados pela bacia dos rios Mississipi-Missouri, que
ocupa o centro do país de norte a sul.
VEGETAÇÃO
A vegetação é variada, apresentando-se das seguin-
tes formas:
• tundra, próximo ao oceano Glacial Ártico;
• floresta canadense, sul da região fria, estende-se
do Pacífico até os Grandes Lagos;
• floresta temperada, compreende a região próxima
aos Grandes Lagos, os Apalaches, planalto do La-
brador e as montanhas Rochosas;
• floresta da Califórnia, junto ao oceano Pacífico,
famosa por suas árvores de mais de 1.000 anos,
entre as quais sobressaem as sequoias;
• pradarias, nas planícies centrais;
• vegetação xerófila, típica das áreas desérticas;
• florestas tropicais no sudeste dos Estados Unidos.
310 HIPERCONHECIMENTO
ASPECTOS CULTURAIS E
SOCIOECONÔMICOS
Canadá
O Canadá é o maior país do continente americano
e o segundo da Terra, mas, demograficamente é quase
vazio.
O Canadá é um país muito rico e desenvolvido, de
baixa mortalidade infantil e elevada expectativa de vida.
É um país cultivável em apenas 4,6% de sua área, por
ser muito frio; apesar disso, é um dos maiores produtores
mundiais de trigo e de aveia e também de milho, centeio
e cevada.
A pesca, principalmente do salmão e do bacalhau, é
outra atividade econômica muito importante.
A criação de gado bovino e de aves é bastante desen-
volvida, de acordo com a mais moderna tecnologia.
A maior parte da população canadense (70%) vive
próxima à fronteira com os Estados Unidos, mais espe-
cificamente na região dos Grandes Lagos e do vale do
rio São Lourenço, que abrange as províncias de Ontário
e Quebec.
O Canadá é um grande exportador de veículos mo-
torizados, papel de imprensa, produtos siderúrgicos e
bens de consumo.
Possui grandes reservas minerais de petróleo, cobre,
níquel, ferro, zinco e carvão.
A grande produção industrial e agropecuária cana-
dense propicia um alto recolhimento de impostos e tri-
butos, o que permite melhorias constantes e o aprimora-
mento social e econômico da população.
No Canadá, a população é predominantemente
branca, descendente de britânicos (em Ontário) e de fran-
ceses (em Quebec).
A capital do Canadá é Ottawa.
Ontário é a província mais industrializada e populo-
sa do país; 80% de seus habitantes falam francês, e a maior
cidade é Montreal.
O país é servido por vias de comunicação que inte-
gram todo o território. Nas ferrovias destacam-se: Cana-
dian Pacific Railway, que liga o porto de Halifax, no litoral
do Atlântico, a Vancouver, no litoral do Pacífico; Canadian
National Railway, que une Quebec a Alberta. As duas fer-
rovias estão interligadas a uma ampla rede de rodovias e
hidrovias.
Paisagem polar ao norte de Quebec – Canadá.

A rodovia mais importante é a Transcanadense, que
liga o litoral leste ao litoral oeste.
Os portos mais importantes são: Montreal, às margens
do rio São Lourenço, e Vancouver, na costa do Pacífico.
Estados Unidos
Os Estados Unidos possuem 50 estados, sua capital é
Washington e o inglês é a língua oficial.
Os Estados Unidos são a mais rica e poderosa nação do
mundo e sua economia é altamente desenvolvida e próspera.
Os recursos minerais são essenciais para seu desen-
volvimento e destaca-se a produção de petróleo, cobre,
ferro, carvão, alumínio, mica, urânio, zinco, enxofre, bau-
xita e gás natural.
A força econômica dos Estados Unidos deve-se ao
aproveitamento de seu espaço geográfico. Suas indústrias
têm ramificações por quase todo o mundo.
Os produtos agrícolas que se destacam são o trigo, o
milho, o centeio e o algodão.
A agricultura apresenta uma produção regionalizada,
com áreas específicas para cada produção. Essas áreas de cul-
tivo de produtos específicos são chamados belts (cinturões).
Nas planícies centrais do país, encontram-se quatro
tipos de belts:
• Green belts ⇒ são chamados de “cinturões verdes”
pois são compostos por pequenas propriedades que
produzem frutas, legumes, verduras, aves, ovos e lei-
te (dairy belts, “cinturão de leiteiras”, maior indústria
de laticínios do mundo).
• Central belts ⇒ cultivo de trigo, milho e algodão. Essa
região é ocupada por enormes propriedades monocul-
toras, que se agrupam em três principais cinturões: 1)
Wheat belt, especializado no cultivo do trigo, que ocor-
re ao norte, plantando-se na primavera e colhendo-se
antes das nevascas, e mais ao sul, onde é plantado no
inverno; 2) Corn belt, especializado no cultivo do milho
e 3) Cotton belt, especializado no cultivo do algodão.
• Ranching belts ⇒ onde se desenvolve a pecuária
bovina e ovina.
• Dry farming ⇒ destacam-se na produção de uva vi-
nícola e de laranjas, além de produzir legumes, frutas
e verduras.
Os Estados Unidos detêm a liderança mundial em rela-
ção aos meios de comunicação e transporte. Sua rede de es-
tradas é a maior do mundo, assim como as vias de navegação.
Os Estados Unidos exportam máquinas e equipa-
mentos de transporte, veículos, cereais, algodão e produ-
tos químicos.
Socialmente, essa riqueza americana se manifesta por
meio da alta expectativa de vida (78 anos), alta renda per capi-
ta, inexistência quase que total de analfabetismo etc.
Essa nação de grande desenvolvimento possui uma
população de 325 milhões de habitantes, com uma densi-
dade demográfica de 34 hab/km2.
As cidades americanas que se destacam são: Nova
York, Boston, Filadélfia, Baltimore, Detroit, Chicago, Wa-
shington, Los Angeles, São Francisco, Miami, Dallas,
Houston, Atlanta, Las Vegas, San Diego, entre outras.
UNIDADE 3
Vista da cidade de Nova York.
Apesar de todo desenvolvimento e riqueza, os Es-
tados Unidos não estão livres de problemas, tais como a
questão étnica, a falta de matérias-primas e a manuten-
ção de sua balança comercial.
O Nafta foi um acordo assinado pelos Estados Uni-
dos, pelo Canadá e pelo México, em 1992, com o objetivo
de criar uma zona de livre comércio.
AMÉRICA LATINA
A América Latina situa-se no hemisfério ocidental,
sendo atravessada pelo Trópico de Câncer, na parte cen-
tral do México; pela linha do Equador, que passa pelo Bra-
sil, Colômbia, Equador e norte do Peru; e pelo Trópico de
Capricórnio, que atravessa o Brasil, o Paraguai, a Argenti-
na e o Chile. Suas terras estão nos hemisférios norte e sul.
Os limites da América Latina são: ao Norte, os Es-
tados Unidos; ao Sul, os oceanos Atlântico e Pacífico; a
Oeste, o oceano Pacífico, a Leste, o oceano Atlântico.
Relevo
O relevo da América Latina apresenta as seguintes
formas:
• planícies costeiras junto ao oceano Pacífico;
• altas cordilheiras com altitudes superiores a 5.000
m e picos cobertos de neve – no México são chama-
das Sierra Madre Oriental e Ocidental. Na América
Central, a continuação dessa cordilheira é chamada
Isabela e Talamanca. Na América do Sul, surgem os
Andes, cujo pico culminante é o monte Aconcágua
(6.959 m), na Argentina;
• extensas planícies fluviais da planície Amazônica,
do rio Orenoco, do rio Madalena, do Platina, do Pan-
tanal e do Chaco.
• planaltos desgastados na parte leste da América
do Sul, com altitudes baixas, como os planaltos das
Guianas e Brasileiro, cujos pontos mais elevados
são os Picos da Neblina (3.014m), 31 de março, da
Bandeira, das Agulhas Negras etc.
• planícies costeiras junto ao oceano Atlântico.
Hidrografia
A maioria dos rios da América Latina é drenada de
oeste para leste, devido à disposição do relevo.
HIPERCONHECIMENTO 311
Geografia
A região é bastante úmida, possuindo uma vasta
rede hidrográfica, em que se destacam:
• rio Patuca, em Honduras; Machu Picchu – cidade inca no Peru
• rio Madalena, na Colômbia;
• rio Orenoco, na Venezuela;
Descoberta em 1911 pelo historiador Hiram
• rio Amazonas, na parte central da América Latina Bingham, Machu Picchu guarda inúmeros
(Brasil e Peru); enigmas até hoje.
• rios Paraná, Paraguai e Uruguai, que formam a Ba-
Sobre um penhasco de mais de 2.359 metros
cia Platina.
de altitude, a cidade inca possui inúmeras
peculiaridades já descobertas, como um
templo ainda existente. Nesse templo, que
tem o nome de Templo do Sol, há apenas
uma janela, que é iluminada pelos primeiros
raios de sol exatamente às 7h15 da manhã de
21 de junho, início do solstício de inverno.

Essa não é a única proeza desse povo, porém

Peru, Argentina e Chile dividem a cordilheira
dos Andes, o topo da América do Sul.
A América Latina apresenta inúmeras lagoas costei-
ras, como a Lagoa dos Patos, no Brasil; lagoas de inun-
dação nas planícies Amazônica e do Orenoco; e lagos de
altitude, como o Titicaca, entre o Peru e a Bolívia.
muitas outras ainda estão para ser descober-
tas, já que esse povo não conhecia a escrita,
o que dificulta a compreensão de sua história
e cultura.
Mais do que uma viagem, conhecer Machu
Picchu é conhecer uma cidade que ficou
escondida durante séculos.
Vale a pena conferir.

Clima
Na América Latina, predominam altas temperaturas, Como toda região predominantemente tropical, a
que vão se reduzindo em direção ao sul, por isso, a parte América Latina apresenta algumas áreas muito úmidas e
meridional é chamada de Cone Sul, com verões amenos outras desérticas ou semidesérticas.
e invernos frios. As áreas úmidas são comuns na parte equatorial da
Na América Latina, destacam-se os climas tropicais, América do Sul ou em áreas litorâneas.
úmidos ou secos, aparecendo em algumas partes o tropical As áreas desérticas surgem quando o relevo impede
de altitude. Existe um trecho de clima equatorial com eleva- a passagem de ventos úmidos para o interior, como os
das temperaturas e chuvas constantes. Abaixo do Trópico desertos Mexicano (no México); de Atacama, (entre Chile
de Capricórnio, predominam os climas temperados e frios. e Peru); e da Patagônia, (sul da Argentina).
As áreas semidesérticas localizam-se nos planaltos
mexicanos e no polígono das secas, no nordeste do Brasil.
Atacama, o deserto
O deserto do Atacama situa-se no norte do
Chile, entre os rios Loa e Copiapó. Este deserto
está delimitado a oeste pelo Oceano Pacífico e
a leste pela Cordilheira dos Andes. De acordo
com os especialistas em clima, o deserto de
Atacama é o mais árido e seco do mundo. Na
região central do deserto, por exemplo, existem
regiões que ficam até 4000 anos sem chuvas. O
deserto é extremamente árido, pois a cordilheira
dos Andes atua como uma barreira, impedin-
do a entrada de umidade que vem do oceano
Atlântico e da região da Floresta Amazônica.
Deserto de Atacama no Chile, é considerado o deserto mais seco do mundo.

312 HIPERCONHECIMENTO

Vegetação
A vegetação da América Latina é bastante variada:
• vegetação de clima equatorial ⇒ florestas den-
sas como as da Amazônia e de parte da América
Central;
• vegetação de clima tropical ⇒ florestas ou sava-
nas, na maior parte da América Central e nas partes
norte e central da América do Sul. As áreas mais
úmidas são recobertas por densas florestas, e nas
regiões menos úmidas, aparecem as savanas. Nas
áreas de clima tropical, semiárido, aparece a vege-
tação da caatinga;
• vegetação de clima temperado ⇒ florestas tempe-
radas ou subtropicais e pampas, na Argentina, no
Uruguai, no Chile e no sul do Brasil;
• vegetação de clima frio ⇒ formação florestal ar-
bórea (coníferas), no sul da Argentina e no Chile;
• vegetação de altas montanhas ⇒ variada, devido
às elevadas altitudes; aparece nos Andes;
• vegetação de clima desértico ⇒ formação vegetal
muito esparsa, aparece no deserto de Atacama.
ECONOMIA DA AMÉRICA LATINA
As atividades econômicas podem ser divididas em
três setores:
• Setor primário ⇒ abrange as atividades de extrati-
vismo vegetal, pesca e caça, agricultura e pecuária;
• Setor secundário ⇒ atividades relativas ao
extrativismo mineral e às indústrias de construção
e de transformação;
• Setor terciário ⇒ atividades relacionadas aos ser-
viços de comunicações, transportes, comércio,
fornecimento de água e energia elétrica, atividades
bancárias e de profissionais liberais.
Extrativismo animal, vegetal e mineral
A pesca é uma atividade econômica de valor regio-
nal em todos os países que apresentam extensões lito-
râneas, como o Peru, maior exportador de pescado da
América Latina, e o Chile, o maior produtor.
O extrativismo vegetal é uma atividade comple-
mentar da agricultura e da pecuária. Merecem destaque:
a extração do látex da seringueira na floresta Amazônica
(Brasil, Colômbia, Guiana); de madeira, na América Cen-
tral, Brasil e Chile; de babaçu e carnaúba, no Brasil.
O extrativismo mineral tem considerável impor-
tância, destacando-se o petróleo no México, Venezue-
la, Brasil, Argentina, Colômbia, Equador e Trinidad e
Tobago; ferro, no Brasil, que é o segundo produtor mun-
dial; cobre, no Chile (maior produtor), Peru e México;
manganês, no Brasil; estanho, no Brasil e Bolívia; chum-
bo, no Peru e México; níquel, em Cuba; prata, no México
e Peru; zinco, no Peru; bauxita, na Jamaica, Brasil, Suri-
name e Guiana; e platina, na Colômbia.
UNIDADE 3
Canal do Panamá
O canal do Panamá encontra-se localizado no
istmo (estreita faixa de terra que liga duas áreas
de terra/água maiores) do Panamá. Esse canal
tem como objetivo unir o oceano Atlântico ao
oceano Pacífico e tem uma extensão de 82 km.
O canal tem uma grande importância no fluxo
marítimo internacional, que hoje corresponde
a 4% do comércio mundial. Por ano, passam
cerca de 13 mil navios pelo canal. As principais
trajetórias saem do litoral leste da América do
Norte com destino, principalmente, à costa
oeste da América do Sul. Há também um fluxo
de origem europeia para a costa oeste
dos EUA e do Canadá.
Agropecuária
A atividade agrícola ainda se desenvolve em muitos
países segundo os moldes do período colonial.
Na América Latina, temos dois tipos de agricultura:
a de subsistência, praticada com o uso de técnicas primi-
tivas, e a comercial, em geral, monoculturas realizadas
em grandes áreas de terra, dependente, com frequência
de investimentos estrangeiros. Podemos destacar o café,
na Colômbia, Costa Rica, Guatemala e El Salvador, e a
banana no Panamá e Honduras.
A pecuária é praticada em todos os países da Améri-
ca Latina. Os rebanhos mais importantes são de bovinos,
suínos, e ovinos, no Brasil, na Argentina e no México.
Indústria
Os países que se destacam na atividade industrial
são: Brasil, Argentina, México e Chile.
Devido aos baixos salários pagos à mão de obra ba-
rata, a matéria-prima abundante e certa especialização
dos imigrantes, alguns países puderam implantar ex-
pressivos parques industriais, como o Brasil, o México
e a Argentina.
As indústrias que se destacam são de beneficia-
mento de produtos alimentícios e têxteis, indústrias de
base, metalúrgicas e mecânicas.
Comércio e transporte
A atividade comercial é muito importante. As ex-
portações da maior parte dos países da América Latina
ainda são de produtos naturais.
As dificuldades de desenvolvimento econômico e
de integração social da América Latina são relativas à ca-
rência de vias de transporte em boas condições de uso.
HIPERCONHECIMENTO 313
Geografia

Economia da América Latina

A América Latina reúne países de economia subdesenvolvida, portanto, grande parte da

população ocupa o setor primário. Somente alguns países apresentam uma parcela da
população economicamente ativa no setor secundário. O setor terciário tem crescido
bastante em quase todos os países latino-americanos.
O nome América Latina, é derivado das línguas faladas em diversas partes do continente
americano. Na América do Norte, somente o México está inserido nesse contexto, além
de toda a América Central e do Sul. Isso significa que são países de língua latina, como
o português, o francês e o espanhol. Os países que integram a América Latina possuem
semelhanças quanto à condição de subdesenvolvimento, tais como economia fragilizada
e atrasada, problemas sociais e políticos.
Na América Latina era desenvolvida a agricultura de subsistência, incluindo ainda caça,
pesca e coleta. Com a chegada dos colonizadores europeus, grande parte dos países lati-
nos passaram a cultivar produtos destinados à exportação, com o objetivo de obter lucro.
São identificadas duas formas de produção, uma destinada ao mercado externo (monocul-
tura) e outra direcionada ao abastecimento interno (policultura).
Os países latinos são grandes exportadores de produtos primários. Além disso, tiveram
uma industrialização tardia em relação às nações desenvolvidas, motivo que fez com que
a América Latina se tornasse dependente.

Economia atual
Recentemente, foram realizadas mudanças significativas na agricultura latino-americana
que promoveram alterações profundas no espaço e na economia. As mudanças ocorre-
ram em decorrência da inserção de máquinas, tecnologias, implementos, insumos agríco-
las (herbicidas, fertilizantes, inseticidas entre outros) e técnicas de manejo, que resultou no
aumento da produtividade e, consequentemente, dos lucros.
A pecuária ocupa hoje um lugar de destaque, atividade praticada de forma semi-intensiva,
são criadas raças bovinas europeias em regiões de clima frio e a raça zebu em áreas de
clima tropical.
Outra atividade econômica bastante difundida em praticamente todos os países da Amé-
rica Latina é o extrativismo e a mineração. Existe um grande fluxo comercial desenvolvido
internamente entre os componentes latinos, uma vez que há uma dependência em rela-
ção a alguns minérios, além da sua exportação para diversos lugares do mundo.
O setor industrial é dividido em indústrias tradicionais e de beneficiamento. Atuam na pro-
dução de matéria-prima a partir do beneficiamento de minérios ou produtos agropecuá-
rios, incluindo aquelas que produzem bens de consumo, como as tradicionais indústrias
alimentícias e têxteis, apesar de alguns países possuírem um setor industrial mais diversifi-
cado, que varia desde a indústria de base até a tecnologia de ponta. Com essas caracterís-
ticas temos o Brasil, a Argentina e o México.

Por Eduardo de Freitas

314 HIPERCONHECIMENTO

Canal do Panamá.
A região mais povoada da América do Sul é servi-
da pela bacia dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai (Bacia
Platina). Ali vem sendo desenvolvida uma hidrografia
que fará a interligação fluvial entre os quatro países do
sudeste americano.
Divisão socioeconômica
Embora os problemas sociais, econômicos e políticos
dos países latinos sejam basicamente os mesmos, eles
apresentam diferenças. Portanto, para estudá-los, vamos
dividi-los em quatro grupos:
• Grupo 1 ⇒ países com graves problemas econômi-
cos, mas sem muitos desníveis sociais. Os países
desse grupo são: Cuba, Panamá, Costa Rica, Ar-
gentina, Uruguai e Chile.
Cuba é o único país socialista do continente e,
atualmente, enfrenta graves problemas.
O Panamá tem a interferência norte-americana no
seu território desde a construção do Canal do Panamá
(1914), que liga o cceano Atlântico ao Pacífico. A Costa
Rica possui baixo índice de analfabetismo, baixa taxa de
mortalidade infantil e ampla democracia política.
Argentina, Uruguai e Chile apresentam baixas taxas
de analfabetismo, elevado percentual de estudantes uni-
versitários e satisfatórias condições de moradia, saúde
e alimentação. A maioria da população é composta por
brancos, com exceção do Chile.
• Grupo 2 ⇒ países com acentuadas diferenças so-
ciais e econômicas entre os meios rural e urbano.
Os países desse grupo são: México, Brasil, Colôm-
bia e Venezuela.
Esses países possuem grande extensão territorial e
revelam disparidades entre o meio urbano industriali-
zado e desenvolvido (com bolsões de muita miséria) e
o meio rural, onde as terras se concentram nas mãos de
latifundiários e os camponeses são muito pobres.
Esses países são chamados países de contrastes, por
terem essa divisão tão nítida.
A Colômbia tem enfrentado sérios problemas re-
lacionados à produção e ao tráfico de drogas, além da
guerrilha política.
• Grupo 3 ⇒ países pobres com estrutura social e
econômica arcaica. Os países desse grupo são:
Equador, Peru, Bolívia,Paraguai, El Salvador, Gua-
UNIDADE 3
temala, Honduras, Nicarágua, Jamaica, Haiti e Re-
pública Dominicana.
Os países desse grupo têm como semelhanças a ren-
da per capita muito baixa, problemas de subnutrição da
população, altas taxas de natalidade e de mortalidade, altos
índices de analfabetismo e distribuição desigual de terras.
Nesses países, as zonas rurais são pobres e o meio
urbano pouco desenvolvido e industrializado.
Na América Central, alguns países enfrentam vio-
lentos choques, sob a forma de guerrilhas entre os de-
tentores do poder, defensores de ideais capitalistas e
seus opositores, com teses socialistas.
• Grupo 4 ⇒ países minúsculos. Os países desse gru-
po são: Guiana, Suriname, Belize, Antígua e Barbu-
da, Bahamas, Barbados, Dominica, Granada, Santa
Lúcia, São Cristóvão e Nevis, São Vicente e Grana-
dinas e Trinidad e Tobago.
A maior parte desses países tornou-se independente
nos últimos 20 anos, sendo suas atividades econômicas
principais: o turismo, a agricultura, a produção de banana
e cana-de-açúcar e a exportação de algum mineral.
GLOBALIZAÇÃO E OS BLOCOS
ECONÔMICOS
Após a Segunda Guerra Mundial, a configuração
política passou por profundas transformações.
• Os Estados Unidos mantêm seu papel de potência
e o domínio nos planos econômico e político;
• A União Soviética foi extinta em 1991 e seus países
membros adotaram a economia de mercado;
• A Europa Ocidental alcançou grande desenvolvi-
mento e formou um poderoso bloco econômico: a
União Europeia;
• O Japão alcançou um desenvolvimento enorme,
chegou a ser a segunda potência econômica do
mundo, mas acabou perdendo o posto, em 2011, para
a China com seu espantoso crescimento econômico.
A tendência de os países se agruparem em grandes
áreas de influência chama-se “globalização”. No conti-
nente americano, as recentes organizações econômicas
são o Nafta (Acordo Norte-Americano de Livre Comér-
cio) e o Mercosul (Mercado Comum do Sul).
Porto de Cartagena, na Colômbia: é porta principal de
entrada e saída de óleo, café e platina.
HIPERCONHECIMENTO 315
Geografia
O.E.A.
A O.E.A (Organização dos Estados Americanos) foi
criada para buscar soluções conjuntas para os problemas
políticos dos países americanos.
A O.E.A. foi criada em Bogotá (Colômbia) em,
30/4/1948, e reúne a quase totalidade dos países ameri-
canos. Seus objetivos principais visam:
• coordenar a guerra por agressão;
• considerar agressão contra toda a América a qual-
quer agressão praticada contra um dos países
membros;
• discutir diplomaticamente as controvérsias inter-
nacionais que envolvam os países da América;
• estimular a cooperação econômica entre os paí-
ses-membros.
Todos esses princípios e resoluções têm ficado no
plano das intenções, pois poucos resultados concretos
têm sido obtidos.
Em 2006, as fronteiras do Mercosul (Mercado
Comum do Sul) foram redesenhadas e abertas
ao Caribe. Com a entrada da Venezuela, o bloco
passou a ter um território de 12,7 milhões de
km², 250 milhões de habitantes e PIB aproxima-
do de US$ 1 trilhão.
Há muita controvérsia quanto à consolidação e
à ampliação do bloco original e a sua extensão
por todo o continente sul-americano, da Pata-
gônia, no extremo sul, ao Caribe, na extremida-
de oposta. Para compreendê-los, é importante
relembrar brevemente a história desse bloco
econômico.
Fonte: <http://educacao.uol.com.br/atualidades/mercosul-
-desde-2006-bloco-abrange-da-patagonia-ao-caribe.jhtm>

Mercosul
Reunindo Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e
Venezuela, o Mercosul entrou em vigor em 1991 e de-
finiu seus objetivos como: um  bloco econômico  nos
moldes de uma União Aduaneira, através da eliminação
progressiva das tarifas alfandegárias entre os países-
-membros e da adoção de uma tarifa externa comum
(TEC) para a comercialização com os outros países não
pertencentes ao bloco.
Até 1995, o Mercosul funcionou apenas como
uma  Zona de Livre Comércio. A partir desse ano, foi
oficializada a constituição da União Aduaneira. Qua-
tro anos mais tarde, surgiram graves divergências en-
tre Brasil e Argentina, os mais importantes membros
do grupo. A crise econômica, sobretudo na Argentina,
levou-a a suspender algumas tarifas externas comuns.
Consequentemente, ocorreu uma sensível queda das re-
lações comerciais dentro do bloco.
As diferenças entre os países do Mercosul, nos as-
pectos econômicos, populacional e social, trazem pro-
blemas para seu funcionamento pleno.
O Mercosul representa para seus países-membros
boas oportunidades de expansão de negócios, de acesso
a mercadorias mais baratas e de fortalecimento econô-
mico. Outros países já mostram interesse em ingressar
na Mercosul, como o Chile e a Bolívia.

A Presidência de Cuba

“Fidel é Fidel. Ele é insubstituível.” Com essa frase, em seu traje

azul-escuro, o general Raúl Castro assume a presidência de
Cuba, no dia 22/2/2008.
Raul Castro foi escolhido presidente, substituindo seu irmão Fidel
Castro que deixou a Presidência da ilha após 49 anos e 55 dias
nos poder. Em seu discurso, o novo presidente prometeu elimi-
nar o “excesso de proibições que já não têm sentido”.
Raúl desperta esperanças de mudanças econômicas que me-
lhorem o cotidiano dos cubanos. Analistas dizem que a trans-
ferência formal do cargo lhe daria força para implementar tais
reformas.
No entanto, algumas mudanças nas relações internacionais
cubanas estão sendo realizadas. Recentemente, em 2015, Estados Unidos e Cuba reataram
seus laços comerciais, revogando o embargo instaurado entre os países desde a Revolu-
ção Cubana (1959).

316 HIPERCONHECIMENTO

UNIDADE 4 Brasil e regiões brasileiras
Capítulo
Brasil
1 Os problemas de aspectos sociais do Brasil são:
O
Brasil possui área territorial de 8.514.876,599
km2 e uma população de 204.450.649habitantes
(IBGE), segundo coleta parcial realizada em 2014.
Suas terras ocupam quase a metade da América do
Sul e a sua população corresponde praticamente à me-
tade da população sul-americana.
O Brasil está situado entre a linha do Equador e o
Trópico de Capricórnio, onde, portanto, predominam
climas quentes e úmidos.
Na região Nordeste, aparece o clima semiárido e, no
sul, o clima subtropical.
A distribuição da população é desigual, sendo que
os trechos da região Sudeste mais próximos ao litoral são
densamente ocupados.
O Brasil é um país em desenvolvimento, mas dota-
do de notáveis recursos agrícolas, pecuários, energéticos
e minerais.
O Brasil é um país de contrastes, pois:
• em alguns trechos são comuns a miséria, o subem-
prego e a agricultura primitiva;
• outros trechos apresentam grandes aglomerados
industriais com alto grau de desenvolvimento tec-
nológico.Os rendimentos brasileiros provêm, em
cerca de 1/3, da atividade industrial, de equipa-
mentos elétricos e de comunicação, do processa-
mento de alimentos e da fabricação de veículos.
A atividade agrícola representa pouco mais de 10%,
e os produtos que se destacam são: café, laranja, cana-
-de-açúcar, milho, soja, mandioca, arroz, algodão e ca-
cau.
Os recursos minerais que merecem destaque são:
ferro, manganês, bauxita, chumbo, ouro, tungstênio, co-
bre e estanho.
O petróleo e o carvão mineral também são encon-
trados no solo nacional.
UNIDADE 4
• elevado número de menores carentes. Segundo a
Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância),
70% das crianças e dos adolescentes são classifica-
dos como pobres;
• problemas relacionados ao atendimento extensivo
de saúde;
• educação (ausência de escolas, baixa qualidade de
ensino, baixa remuneração de professores, entre
outros);
• violência e criminalidade;
• desemprego (frente a crise econômica e política
do país, os dados referem a uma taxa de 8,1% de
desemprego no país no primeiro trimestre de 2015,
afetando principalmente os jovens, grupo consi-
derado em idade ativa);
• falta de habitação e moradia;
• deficiência na mobilidade urbana;
• falta de serviços essenciais e saneamento básico;
• desigualdade social e econômica, concentração de
grandes propriedades de terra nas mãos de poucos
grupos e corrupção sistêmica.
O Brasil é banhado pelo oceano Atlântico, possui
26 Estados e um Distrito Federal.
O Brasil está localizado na América do Sul e ocu-
pa o terceiro lugar em extensão territorial no continente
americano. Faz fronteira com todos os países da América
do Sul, exceto o Chile e o Equador.
É cortado pela linha do Equador e pelo Trópico
de Capricórnio. O Brasil tem, portanto, suas terras
localizadas, predominantemente, no hemisfério sul.
O ponto extremo do Brasil ao norte é a Serra do Ca-
buraí, em Roraima; ao sul é o arroio Chuí, no Rio Grande
do Sul; a oeste é a nascente do Rio Moa, na Serra Conta-
mana, no Acre.
Devido à sua enorme extensão, o Brasil apresenta
uma grande diversidade, causada por fatores naturais,
sociais e econômicos.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís-
tica) dividiu o Brasil em cinco grandes regiões: Norte,
Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste.
HIPERCONHECIMENTO 317
Geografia

A vitória-régia, planta aquática característica da Amazônia.
Você sabia?
Em setembro de 2014, a ONU (Organiza-
ção das Nações Unidas) divulgou um dado
extremamente positivo relacionado ao Brasil.
O Mapa da Fome (2013) indicou que o Brasil
reduziu em 75% a pobreza extrema (entre os
anos de 2001 e 2012). Neste mesmo rela-
tório, a ONU também divulgou que o país
conseguiu diminuir pela metade o número
de pessoas que sofrem com a fome.

As cataratas do Iguaçu, localizadas na região Sul, fazem fronteira com a

Argentina e o Paraguai.

POPULAÇÃO RESIDENTE NO BRASIL

Estado Pop. Estado Pop. Estado Pop.

Acre (AC) 803.513 Ceará (CE) 8.904.459 Mato Grosso (MT) 3.265.486

Mato Grosso
Amapá (AP) 766.679 Maranhão (MA) 6.904.241 2.561.235
do Sul (MS)

Amazonas (AM) 3.938.336 Paraíba (PB) 3.972.202 Espírito Santo (ES) 3.929.911

Pará (PA) 8.175.113 Pernambuco (PE) 9.345.173 Minas Gerais (MG) 20.869.101

Rondônia (RO) 1.768.204 Distrito Federal (DF) 2.914.830 Rio de janeiro (RJ) 16.550.024

Roraima (RR) 505.665 Piauí (PI) 3.204.028 São Paulo (SP) 44.396.484

Rio Grande
Tocantins (TO) 1.515.126 3.442.175 Paraná (PR) 11.163.018
do Norte (RN)
Rio Grande
Alagoas (AL) 3.340.932 Sergipe (SE) 2.242.937 11.247.972
do Sul (RS)

Bahia (BA) 15.203.934 Goiás (GO) 6.610.681 Santa Catarina (SC) 6.819.190

Brasil (população total) 204.450.649

FONTE: IBGE, estimativa 2015

318 HIPERCONHECIMENTO
 UNIDADE 4

Animais em extinção no Brasil

Devido à grande diversidade da flora e fauna brasileira, a mesma desperta a cobiça de

pessoas do mundo inteiro e elas acabam devastando nossas florestas para caçar e comer-
cializar os animais e plantas. Essa exploração acaba por devastar as áreas naturais e causar
danos para todo o meio ambiente.
Outro fator que contribui para o alto índice de mortalidade das nossas riquezas naturais
é o crescimento populacional. Grandes contingentes de pessoas ocupam o território do
habitat dos animais obrigando-os a migrar para outros locais ou até mesmo adotando-os
como animais domésticos, interferindo no curso natural da sua espécie.
Abaixo, estão imagens de alguns animais que estão em extinção no Brasil. Para outras
informações, você poderá acessar o site:
www.ambientebrasil.com.br.

Jaguatirica Lobo-Guará Cachorro-vinagre Gato-maracajá

Veado-bororó-
Cervo-do-pantanal -do-sul Gato-do-mato Gato-palheiro

Onça-pintada Ariranha Arara-azul

Mico-leão-
Onça-parda Tamanduá-bandeira dourado

HIPERCONHECIMENTO 319
Geografia
OS FUSOS HORÁRIOS BRASILEIROS
Os fusos horários foram criados em 1884, em uma
reunião de 24 países, ocorrida na cidade de Washing-
ton. Nessa ocasião, estabeleceram-se 24 fusos de uma
hora, tendo como referência o tempo em que o planeta
Terra leva para dar uma volta completa em torno do
seu próprio eixo. O cálculo em questão é simples: a
Terra, como todos sabem, tem 360°, logo, se cada fuso
tiver uma hora (24 fusos), a distância entre eles deverá
ser de 15°. (360/24=15°).
O Brasil, com toda sua extensão (mede, de leste
a oeste, 4.319,4 km), ocupa a faixa de quatro fusos ho-
rários que, durante muito tempo, foi adotado oficial-
mente. Em 2008, entretanto, após um projeto de lei ter
sido aprovado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, o horário oficial do Brasil foi reduzido para três fu-
sos horários, deixando a região Norte com apenas um.
Sendo assim, o extremo oeste do território brasileiro
teve seu horário adiantado em uma hora, estabelecen-
do o mesmo horário anterior. Essa medida teve como
principal objetivo adequar os horários dos programas
televisivos exibidos em rede nacional.
Veja como era e como ficou o fuso horário do Brasil
em relação ao horário de Brasília:
Antes de 2008
-2h
-1h
Horário de Brasília
+1h
Depois de 2008
-1h
Horário de Brasília
+1h
320 HIPERCONHECIMENTO
2
Capítulo
Região Norte
A
região Norte é a maior do Brasil, com uma área de
3.867.886 km2, que corresponde a 45% do território
brasileiro. É formada pelos seguintes Estados: Ama-
pá (AP), Roraima (RR), Amazonas (AM), Pará (PA), Acre (AC),
Rondônia (RO) e Tocantins (TO). É uma região muito pou-
co povoada e pouco desenvolvida.
Na região Norte, localiza-se a maior floresta equato-
rial e a maior bacia fluvial do planeta, verdadeiros santuá-
rios da fauna e da flora.
A região é cortada pela linha do Equador e possui
um fuso horário.
O relevo é constituído por três unidades principais:
planície Amazônica, planalto das Guianas e planalto
Central.
A planície Amazônica ocupa a maior parte da re-
gião, margeando o rio Amazonas.
O planalto das Guianas localiza-se ao norte da pla-
nície Amazônica, onde se encontra o ponto mais eleva-
do do País, o pico da Neblina (3.014 metros), na Serra do
Imeri, Estado do Amazonas.
O planalto Central fica ao sul da região e abrange a
maior parte dos Estados de Rondônia e Tocantins e o sul
do Amazonas e do Pará.
O clima predominante na região é o equatorial, com
temperaturas elevadas o ano todo; as médias ficam en-
tre 25ºC e 27ºC. Às vezes, ocorre o fenômeno conhecido
como friagem, que é uma grande quantidade de ar frio
vinda do sul do continente, que faz com que a tempera-
tura reduza de repente.
A quantidade de chuvas nessa região é grande devi-
do às temperaturas elevadas que provocam uma grande
evaporação (1.500 a 2.500 mm/ano).
A umidade e o calor favorecem o desenvolvimento
de uma floresta densa, com rios que apresentam grande
volume de água.
A floresta Amazônica ou hileia Amazônica é a vege-
tação que caracteriza a região Norte, que é a maior área de
floresta quente e úmida do mundo (1/3 da reserva mundial).
A floresta Amazônica possui as seguintes caracte-
rísticas: é muito verde, com grande variedade de árvores
e plantas e é uma floresta fechada, composta de várias
matas:
• Mata de igapó ⇒ fica junto aos rios, nas áreas cons-
tantemente alagadas, e suas árvores são baixas;
• Mata de várzea ⇒ fica inundada na época das cheias
e suas árvores são mais altas, como a seringueira;
• Mata de terra firme ⇒ encontra-se numa área que
nunca é atingida por inundações e corresponde a
70% da floresta Amazônica. As suas árvores são altas,
destacando-se a casta-nheira (50 m de altura).
Atualmente, existe uma preocupação mundial com o
desmatamento da floresta Amazônica.

A região Norte é banhada pela bacia Amazônica,
formada pelo rio Amazonas e por seus afluentes.
O rio Amazonas nasce na cordilheira dos Andes, no
Peru, onde recebe o nome de rio Solimões; no encontro
com o rio Negro passa a ser chamado de Amazonas. Sua
foz fica no oceano Atlântico.
O rio Amazonas é o maior do mundo em volume
de água e o mais extenso. Seus principais afluentes são:
Javari, Purus, Madeira, Juruá, Tapajós e Xingu (margem
direita) Japurá, Içá, Negro, Paru, Trombetas e Jari (mar-
gem esquerda).
Muitos rios da região são navegáveis, porque são
rios de planície. Os rios de planalto permitem a constru-
ção de usinas hidrelétricas.
A região possui também muitas lagoas de várzea,
que se formam com as cheias dos rios.
O Tocantins e o leste do Pará são banhados pela
bacia do Tocantins-Araguaia, que é a maior bacia hidro-
gráfica inteiramente brasileira. O rio Tocantins nasce no
norte de Goiás e sua foz fica junto a do rio Amazonas.
Nas últimas décadas, a região Norte vem apre-
sentando um crescimento populacional muito gran-
de, porque passou a oferecer vários atrativos a mi-
grantes de outras partes do país. Apesar disso, é uma
região habitada por apenas 7% da população do Brasil.
Como a navegação fluvial é muito importante, a
maior parte da população vive ao longo dos rios e as ci-
dades quase sempre estão às margens de um curso de
água navegável.
Antigamente, o índio era o dono da terra, hoje o ca-
boclo (cruzamento entre branco e índio) é mais nume-
roso e característico na região. As principais cidades são:
Belém e Manaus.
A economia da região foi bem primitiva durante
muito tempo, só recentemente é que a agricultura e a
mineração adquiriram maior impulso.
A agricultura comercial começou a se desenvolver
com a chegada dos japoneses, que introduziram a cultu-
UNIDADE 4
ra da juta e da pimenta-do-reino.
Além dessas culturas, a região pro-
duz também a malva, o cacau e o
guaraná.
A pecuária praticada é do tipo
extensivo, cuja principal criação é
a de bovinos. Os maiores rebanhos
encontram-se principalmente nos
Estados de Roraima, Amapá e Ron-
dônia. Na ilha de Marajó desenvol-
ve-se a maior criação de búfalos
do país. Com a implantação de
projetos agropecuários, houve um
aumento dessa atividade ao longo
das rodovias Belém-Brasília e Bra-
sília-Acre, principalmente, pela
facilidade de contato com os mer-
cados das regiões Sudeste e Cen-
tro-Oeste.
O extrativismo (vegetal e ani-
mal) é até hoje a atividade econômi-
ca mais importante da região Norte.
As principais atividades extrativistas vegetais são: a
extração do látex das seringueiras (que é empregado na
fabricação da borracha); a castanha-do-pará; a madeira
e o aproveitamento da palmeira babaçu.
Com uma fauna muito rica, o extrativismo animal,
praticado por meio da caça e da pesca, é muito intenso.
A região oferece uma grande variedade de peixes,
tais como o tucunaré, o tambaqui e o pirarucu.
Os recursos minerais da região são muito impor-
tantes e já vêm sendo explorados. A Serra do Navio, no
Amapá, é uma das maiores áreas produtoras de manga-
nês do mundo, e sua exploração já é realizada segundo
processos bastante modernos.
Na Serra dos Carajás, no Pará, é explorado princi-
palmente o minério de ferro, por meio de um grande
projeto industrial chamado Grande Carajás, de respon-
sabilidade da Cia. Vale do Rio Doce. Nessa área, encon-
tramos também outras jazidas, como cobre, manganês,
ouro e alumínio (bauxita).
Além dessas riquezas, há também grandes reservas
de estanho, ouro, cassiterita, bauxita, sal-gema, calcário
etc.
No setor industrial, as indústrias de bens de con-
sumo apresentaram um grande crescimento, devido à
criação da Zona Franca de Manaus.
Algumas indústrias se dedicam ao beneficiamento
de determinados produtos agrícolas ou extrativos: serra-
rias, tecelagens, óleos etc.
O meio de transporte fluvial é muito importante na
região devido ao grande número de rios. Os principais
portos fluviais são: Manaus, com seu cais flutuante, San-
tarém, Guarajá-Mirim, Rio Branco e Porto Velho.
O transporte ferroviário é pouco utilizado, desta-
cando-se as ferrovias especializadas no transporte de
cargas, como a Estrada de Ferro Carajás (ferro), a Estrada
de Ferro Amapá (manganês), a Estrada de Ferro Trombe-
tas (bauxita) e a Estrada de Ferro Jari (madeiras).
HIPERCONHECIMENTO 321
Geografia
Novo código florestal
O Novo Código Florestal Brasileiro é uma
proposta de reforma do atual Código Florestal
Brasileiro, promulgado em 1965. Desde a déca-
da de 1990, a proposta de reforma do Código
Florestal suscitou polêmica entre ruralistas e
ambientalistas. O projeto atual tramita há 12
anos na Câmara dos Deputados e foi elabora-
do pelo deputado Sérgio Carvalho (PSDB-RO).
O Novo Código Florestal envolve ao menos três
pontos polêmicos tensionados por interesses
ruralistas e ambientalistas. Em primeiro lugar, os
parlamentares ruralistas, hegemônicos no Con-
gresso, vem atuando em prol de uma redução
das faixas mínimas de preservação previstas
pelas APPs (Áreas de Preservação Permanente).
Os ruralistas também desejam obter permissão
para realizar determinadas culturas em morros,
o que é vedado pelas APPs. As zonas de RL (Re-
serva Legal) também são foco de debate, uma
vez que os ruralistas pretendem favorecer uma
redução das áreas de reserva. Por fim, ambien-
talistas questionam a Anistia para Desmatadores,
que deixariam de pagar multas referentes a
desmatamentos realizados após a promulgação
da Lei de Crimes Ambientais.
O transporte rodoviário vem tendo um desenvolvi-
mento maior, ligando assim a região com as demais áreas
do país. A rodovia Transamazônica tem cerca de 5.000 km,
e, atualmente, são trafegáveis 1.434 km dos 2.500 km con-
cluídos. A chuva é um grande problema para a sua cons-
trução e o seu movimento diário é pequeno.
Outras rodovias que cortam a região: Manaus-Ve-
nezuela, Cuiabá-Santarém, Brasília-Acre, Porto Velho-
-Manaus e a Cuiabá-Porto Velho.
A região possui muitos aeroportos, tanto nas capi-
tais como nas cidades de projeção econômica, além de
inúmeras pistas de pouso.
A região Norte é uma região de grandes possibilida-
des ecomômicas e, nos últimos anos, tem vivido uma fase
de crescente prosperidade. Por isso, necessita de um traba-
lho de planejamento e estruturação. Atualmente, a região
tornou-se tema de diversas discussões nacionais e interna-
cionais, devido aos seus problemas ambientais e humanos.
A cultura da Região Norte
A região Norte do Brasil é formada pelos Estados
do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima
e Tocantins. Sua população é bem miscigenada (indí-
genas, imigrantes, gaúchos, paranaenses, nordestinos,
africanos, europeus e asiáticos), fator que contribui para
322 HIPERCONHECIMENTO
BELO MONTE: progresso e danos
Em 2011 teve início a construção da usina hi-
drelétrica de Belo Monte, instalada em uma das
regiões de maior sociobiodiversidade do Brasil,
muito próxima ao Parque Indígena do Xingu
e de Altamira (PA), cidade que sempre foi um
portal para a Amazônia.
Belo Monte, que será a 3ª maior hidrelétrica
do mundo, levou milhares de trabalhadores e
migrantes para a região, causando um enorme
impacto sobre os serviços públicos. A hidrelé-
trica é, também, o empreendimento de maior
impacto sobre populações indígenas e ribei-
rinhas. Tanto as culturas indígenas quanto a
relação que esses povos possuem com a natu-
reza, sobretudo, com o Rio Xingu, passaram ser
afetados. Por mais que a usina represente uma
forma de “progresso” para o país, os danos são
sentidos muito antes de sua inauguração.
a diversidade cultural da região. A quantidade de even-
tos culturais do norte é imensa, por esse motivo iremos
destacar alguns desses vários elementos que compõem
a cultura desse povo tão alegre e receptivo.
São várias as manifestações culturais realizadas pelas
diferentes tribos indígenas distribuídas pela região Norte.
As duas maiores festas populares do norte são o Cí-
rio de Nazaré que, no segundo domingo de outubro reú-
ne mais de 2 milhões de pessoas em Belém (PA), e o Fes-
tival de Parintins, a mais conhecida festa do boi-bumbá
do País, que ocorre em junho, no Amazonas.
Outros elementos culturais da região Norte são: o
carimbó, o congo ou congada, a folia de reis e a festa do
divino.
A influência indígena é fortíssima na culinária do
Norte, baseada na mandioca e em peixes. Outros ali-
mentos típicos do povo nortista são: carne de sol, tucu-
pi (caldo da mandioca cozida), tacacá (espécie de sopa
quente feita com tucupi), jambu (um tipo de erva), cama-
rão seco e pimenta-de-cheiro.
O artesanato no Norte é bem diversificado e os tra-
balhos são produzidos com fibras, coquinhos, cerâmica,
pedra-sabão, barro, couro, madeira, látex, entre outros. São
feitos bichos, colares, pulseiras, brincos, cestarias, potes etc.
O artesanato indígena é utilizado como enfeites
para compor a indumentária usada nos rituais e também
para a produção de utensílios domésticos e na comer-
cialização.
Os carajás são excelentes artesãos da arte plumária
e cerâmica. Os akwes (Xerentes) são considerados o povo
do trançado (cestaria), e os timbiras (apinajé e krahô) são
especialistas na arte dos trançados e artefatos de semen-
tes nativas do cerrado.

3
Capítulo
Região Nordeste
A
região Nordeste possui uma área de 1.556.001 km2,
que corresponde a 18% do território brasileiro e é
formada pelos seguintes Estados: Maranhão (MA),
Piauí (PI), Ceará (CE), Rio Grande do Norte (RN), Paraíba
(PB), Pernambuco (PE), Alagoas (AL), Sergipe (SE) e Bahia
(BA). É uma região que apresenta grandes contrastes.
O relevo da região é formado por planaltos e planícies,
sendo que sua maior parte é de terras altas.
Os planaltos mais importantes são: o planalto Baiano,
ao sul, e o planalto Nordestino, ao norte. O planalto Baiano
pertence ao planalto Atlântico; nele se destacam as chapa-
das, que são grandes extensões tabulares. As mais conhe-
cidas são as chapadas Diamantina, Espigão Mestre, Araripe
e Apodi. O planalto Nordestino é formado por serras muito
antigas e bastante gastas pela erosão. Seu formato é suave
e arredondado. Esse planalto é constituído por três serras:
Ibiapaba, Araripe e da Borborema.
O clima é o fator mais importante na formação
das paisagens da região; as temperaturas variam entre
22ºC e 26ºC e a quantidade de chuvas é muito irregular.
A região Nordeste apresenta, em sua maior parte, cli-
ma tropical com temperaturas altas o ano todo e com duas
variedades: tropical úmido e tropical semiárido.
No clima tropical úmido a umidade é elevada, cho-
vendo bastante, principalmente entre março e agosto. Isso
ocorre na faixa que acompanha o litoral oriental e que cor-
responde à Zona da Mata.
No clima tropical semiárido as temperaturas são altas
o ano todo e os índices pluviométricos variam entre 500
mm e 900 mm ao ano; a área com essa característica é co-
nhecida como sertão, onde a vegetação predominante é a
caatinga.
No oeste do Maranhão, encontramos o clima equa-
torial, com temperaturas elevadas e intensa pluviosidade;
nesse trecho a paisagem vegetal é a floresta equatorial. Em
locais mais secos (sul do Maranhão e Piauí) aparecem os
Cerrados.
UNIDADE 4
A Zona dos Cocais fica entre a floresta equatorial e a
caatinga, e a vegetação predominante é de coqueiros ou
palmeiras.
O rio São Francisco, conhecido também como “Ve-
lho Chico”, é o principal rio da região. Ele nasce na Serra
da Canastra, em Minas Gerais, mas a maior parte do seu
curso encontra-se na região Nordeste. Possui 3.160 km
de extensão, sendo 1.320 km navegáveis e é também um
rio de planalto, apresentando várias quedas e cachoei-
ras, das quais a mais importante é a cachoeira de Paulo
Afonso, que fica na divisa dos Estados de Pernambuco
e Bahia. Nessa cachoeira localiza-se a hidrelétrica que
fornece a maior parte da eletricidade consumida pela
região.
O rio São Francisco atravessa o sertão semiárido,
servindo assim à população situada próxima às suas
margens.
O Parnaíba é outro rio importante da região. Fica
entre os Estados do Maranhão e do Piauí, e também é
navegável na maior parte do seu curso.
Nessa região vamos encontrar também os rios
temporários ou intermitentes, assim chamados porque
secam no período de estiagem.
A vegetação da região é variada, indo desde a exu-
berante e úmida floresta Amazônica à seca e rala caa-
tinga.
As principais características físicas, econômicas e
de povoamento da região Nordeste formam as subre-
giões: Meio-Norte, Litoral, Zona da Mata, Agreste e Ser-
tão.
O Meio-Norte abrange o Estado do Maranhão e
quase todo o Piauí, onde a vegetação predominante é
o cerrado. Duas espécies de palmeiras são importan-
tes para a população como fonte de renda: a carnaúba
(Piauí) e o babaçu (Maranhão).
Nos vales dos rios Mearim e Pindaré, no Maranhão,
é feito o cultivo do arroz, que é o principal produto agrí-
cola do Meio-Norte, juntamente com o algodão.
O litoral e a Zona da Mata correspondem a uma
faixa que vai desde o Rio Grande do Norte até a Bahia.
Na planície costeira da Zonada Mata encontramos be-
las praias, onde aparecem dunas – principalmente no
Ceará – e recifes – sobretudo em Pernambuco.
Nessa sub-região os rios que se destacam são: São
Francisco, Jaguaribe e Paraguaçu.
As principais atividades econômicas realizadas no
litoral e na Zona da Mata são: a agricultura, o comércio,
a indústria e o turismo.
Na agricultura temos o cultivo da cana-de-açúcar,
do cacau, do palmito, do fumo, do arroz, do coco-da-
-baía etc.
No vale do rio São Francisco, hoje, podemos
encontrar a cultura de várias frutas, como
por exemplo, uva e abacaxi.
HIPERCONHECIMENTO 323
Geografia
A atividade pesqueira é muito de-
senvolvida, tanto para o consumo pró-
prio como para a comercialização, ten-
do maior valor comercial a lagosta e
o camarão.
O turismo é outra grande fonte de
divisas e gera milhares de empregos na
região.
O Agreste possui um relevo aci-
dentado, pois situa-se no topo dos
planaltos e chapadas. Essa altitude
influi nas temperaturas, que são me-
nos elevadas que no litoral; a região é
menos úmida também.
No Agreste, nos Estados de Per-
nambuco e da Paraíba, pratica-se a
pecuária leiteira e a policultura.
Dos produtos cultivados desta-
cam-se feijão, milho, mandioca, batata,
hortaliças e outros, que se destinam ao
abastecimento da população.
Além desses produtos, no Agreste,
temos a agricultura do algodão e do sisal
ou agave (planta têxtil).
No Sertão, que é a mais extensa das
sub-regiões, a principal atividade eco-
nômica é a criação de gado (bovino e As ferrovias nordestinas (8.000 km) pertencem à
caprino). Rede Ferroviária Federal.
Os produtos agrícolas que se destacam e que Os portos marítimos mais importantes são Reci-
conseguem desenvolver-se no Sertão são o algodão fe e Salvador. Os aeroportos que apresentam maior
arbóreo e o sisal. movimento são o Dois de Julho, em Salvador, e o de
Atualmente, com o avanço das técnicas de irriga- Guararapes, em Recife.
ção, vem se desenvolvendo o cultivo de frutas, como o O Nordeste é a segunda região brasileira em po-
melão e a uva – para exportação – entre as cidades de pulação, com mais de 54,2 milhões de habitantes, isto é,
Petrolina e Juazeiro. No oeste da Bahia, encontramos são 27,9% da população do país.
as culturas da soja e do milho. As cidades mais importantes são: Salvador, For-
Nos Estados do Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí taleza e Recife.
pratica-se o extrativismo vegetal da carnaúba, da qual Grande parte da população nordestina vive em pre-
tudo se aproveita, principalmente a cera, que é utilizada cárias condições de nutrição e saúde, com altos índices
na fabricação de discos e isolantes e na indústria quí- de mortalidade.
mica.
Na região Nordeste, há importantes minerais como:
chumbo, tungstênio, magnesita, gipsita, cobre, xisto be-
tuminoso e urânio. Além desses, destaca-se também o
A indústria da seca
sal marinho (sal de cozinha), sendo que o Nordeste é o Apesar de todas as adversidades do clima
principal produtor brasileiro. Esse mineral é explorado na região do sertão nordestino, muitas
no litoral do Rio Grande do Norte, cujas salinas são res- pessoas beneficiam-se com os graves
ponsáveis por 80% da produção brasileira. problemas da região. A indústria da seca
No Nordeste temos outros minerais que são impor- usa um fato real – os problemas causados
tantes fontes de energia, como o petróleo e o gás natural. pelo clima – e mobiliza a opinião pública
Grande parte do petróleo brasileiro é produzido nessa re- do país, assim pressiona-se o governo para
gião, especialmente na Bahia e em Sergipe. conseguir recursos para a região. O pro-
O meio de transporte mais utilizado no Nordeste blema é que esses recursos não chegam
são as rodovias, que chegam a mais de 300.000 km. às pessoas que realmente precisam – o
As mais importantes são: a Transnordestina e a BR- dinheiro vai para os cofres dos grandes lati-
101 ou Translitorânea. A Transnordestina possui 1.750 fundiários e as bases sociais dos problemas
km e liga o Recôncavo Baiano a Fortaleza; já a BR-101 não se resolvem.
ou Translitorânea passa por muitas capitais e cidades
importantes da região.

324 HIPERCONHECIMENTO
 UNIDADE 4

A cultura da Região Nordeste

A cultura nordestina é bem diversificada, pois representa as in-
fluências da união cultural de diferentes povos. Podemos destacar
as influências dos brancos (portugueses), índios e negros africanos.
A culinária é rica de sabores especiais e marcantes, podemos
destacar pratos típicos, como o acarajé, vatapá, sarapatel, sururu e
carne de sol.
A música está presente na história desse povo com riqueza de
ritmos populares como o axé, samba, xote, forró, xaxado, samba de
roda, frevo e baião.
Na literatura, não pode-
mos deixar de mencionar a
beleza da literatura de cordel
nordestina, que tem como sua
principal representante Patati-
va do Assaré.
As festas nordestinas são
sempre destaque, como as mi-
caretas em época de Carnaval ou
até mesmo fora de época, e tam-
bém a festa do bumba meu boi.

Elevador Lacerda, importante Vista da cidade de Recife, com 1.537.704 habitantes, é

ponto turístico de Salvador-BA. umas das principais cidades da região Nordeste.

Transposição do rio São Francisco

O projeto de transposição do rio São Francisco é um tema antigo e gera muita polêmica.
Essa conversa vem desde os tempos de D. Pedro II, atravessando toda a nossa história e
ganhando força durante o governo Lula, em idos dos anos 2000.
O projeto busca sanar um dos maiores problemas enfrentado por boa parte da população
do Nordeste: a seca e todas as mazelas por ela ocasionadas. A ideia é bem-vinda, mas
passa por alguns problemas de ordem ética e ambiental.
Quem defende o projeto alega que a pequena quantidade de água a ser retirada do rio,
1,4% do volume que deságua no oceano Atlântico, não causará prejuízos. Essa água deixa-
rá vários açudes do Ceará, da Paraíba, de Pernambuco e do Rio Grande do Norte sempre
cheios, evitando o colapso no abastecimento durante a seca. Não há consenso sobre os
verdadeiros benefícios da obra, se realmente é a melhor maneira de acabar com a seca
e com seus efeitos sociais e econômicos. Os críticos propõem soluções mais simples
e baratas, como a construção de cisternas para captar e armazenar a água da chuva ao
lado das casas. Desconfiam também de que a água desviada do São Francisco possa não
chegar para quem precisa, uma vez que passará pelas terras de grandes latifundiários e
políticos, que podem muito bem ganhar em cima disso.
Esta é uma discussão altamente complexa e que envolve diversos pontos de vista, que
devem ser analisados de óticas distintas para que passemos a entender essa questão da
transposição do Velho Chico.

HIPERCONHECIMENTO 325
Geografia

4
No sul de São Paulo aparece o clima subtropical,

Capítulo
com chuvas bem distribuídas o ano todo e a tempera-
tura média anual entre 16ºC e 17ºC. No norte de Minas
Gerais ocorre o clima semiárido que é mais quente e me-
nos úmido.
Região Sudeste A vegetação sofre influência dos seguintes fatores:
clima, relevo e solo.

A
região Sudeste tem uma área de 924.935 km2, o que Na região podemos distinguir diversas vegetações:
representa menos de 11% do território brasileiro, e manguezais, mata atlântica, cerrados e caatinga.
uma população de mais de 82,2 milhões de habi- Os manguezais são a vegetação do litoral, cujos
tantes, que corresponde aproximadamente a 42,06% da terrenos são invadidos periodicamente pelas marés.
população do Brasil. O local é de chuvas abundantes e altas temperaturas e
Essa região é formada pelos Estados de São Paulo predomina na baixada Santista, baixada Fluminense e
(SP), Minas Gerais (MG), Rio de Janeiro (RJ) e Espírito Cananeia-Iguape.
Santo (ES). A mata atlântica foi, em grande parte, devastada.
A região Sudeste é a região de relevo mais elevado Podemos subdividi-la em floresta tropical de encosta e
e acidentado do Brasil, podendo ser dividido em: planí- floresta semiúmida. A floresta tropical de encosta abran-
cies e terras baixas costeiras, serras e planaltos do leste e ge o litoral e vales da encosta do planalto Cristalino. Nela
sudeste, planalto Central e planalto Meridional. se pode encontrar as seguintes espécies vegetais: lianas
As planícies e terras baixas costeiras apresentam (cipós), sapucaias, jatobás etc. A floresta semiúmida ocu-
larguras variáveis, onde encontramos muitas praias e pa grande parte da região Sudeste. Ela é menos densa e
algumas restingas, que formam lagoas e baías. possui uma menor variedade de espécies vegetais: ce-
As serras e planaltos do leste e sudeste, ou dro, peroba etc.
planalto Atlântico, fazem parte do planalto brasilei- Os cerrados correspondem à vegetação de terrenos
ro, que na região Sudeste é caracterizado por um sedimentares (solos permeáveis) e são típicos do oeste de
grande número de serras, que formam uma mura- Minas Gerais e do norte de São Paulo.
lha. As principais serras são a Serra do Mar, a Ser- A caatinga aparece no norte de Minas Gerais, favo-
ra da Mantiqueira, a Serra do Espinhaço e a Serra recida pelo fator climático.
da Canastra. Os rios da Região Sudeste são rios de planalto, com
O planalto Central fica a noroeste da região; nele muitas cachoeiras, onde não é possível a navegação,
encontramos as chapadas sedimentares, onde se desta- mas com uma grande capacidade para produzir energia
ca o Espigão Mestre. elétrica.
O planalto Meridional ocupa o centro-oeste de São O rio Paraná nasce no sudoeste de Minas Gerais; é o
Paulo e o oeste de Minas Gerais. É formado pelo planalto segundo rio do Brasil e da América do Sul em extensão e
arenito-basáltico e pela depressão periférica. volume de água. Nele encontramos as mais importantes
Na região Sudeste, encontramos os climas tropical, usinas hidrelétricas do País, como o complexo hidrelé-
tropical de altitu-
de, subtropical e
tropical semiárido.
No Espírito Santo,
no Rio de Janeiro,
no norte de Minas
Gerais e no oeste
paulista predomi-
na o clima tropi-
cal, com duas es-
tações definidas:
uma chuvosa – no
verão – e outra
seca – no inver-
no; a temperatura
média anual deste
clima é de 22ºC.
Nos trechos mais
elevados ocorre o
clima tropical de
altitude, com tem-
peraturas amenas
(18ºC).

326 HIPERCONHECIMENTO

trico de Urubupungá, formado por duas grandes usinas:
Jupiá e Ilha Solteira.
O rio Tietê é afluente do rio Paraná. Ele atravessa
quase todo o Estado de São Paulo e teve um papel im-
portante na história de seu povoamento. Além de ser
aproveitado como meio de transporte, é também bas-
tante utilizado como fonte de energia. As usinas mais
importantes são: Barra Bonita, Bariri, Promissão e Nova
Avanhandava.
O rio São Francisco nasce em Minas Gerais, na Ser-
ra da Canastra, a mil metros de altitude. Portanto, na re-
gião Sudeste, ele não é um rio navegável, em sua maior
parte, com cachoeiras e corredeiras.
A Usina de Três Marias foi construída no rio São
Francisco para fornecer energia elétrica e regularizar o
nível de suas águas.
A região Sudeste possui vários rios, como o Doce,
o Pardo, o Jequitinhonha, o Paraíba do Sul e o Ribei-
ra de Iguape. A região Sudeste é o centro da economia
nacional. Sua agricultura é bastante diversificada. O
café é cultivado nas grandes fazendas e sua produção é
exportada. O Estado de São Paulo é o principal produ-
tor, seguido pelos Estados de Minas Gerais e do Espírito
Santo.
A cana-de-açúcar é muito cultivada na região, des-
de 1975, quando foi criado o Proálcool. O Estado de São
Paulo é o maior produtor nacional de açúcar e álcool.
O algodão cultivado na região Sudeste, cuja produ-
ção se concentra no Estado de São Paulo, é importante
matéria-prima para as indústrias têxteis da região.
Outros produtos agrícolas da região são: arroz, mi-
lho, laranja, soja, mandioca, feijão, batata, frutas, amen-
doim e verduras.
Na pecuária, a criação de gado bovino corresponde
a 24% do rebanho brasileiro. O gado bovino é o mais
importante do Sudeste e do país, e destina-se tanto ao
abate (corte) quanto ao fornecimento de leite.
As principais áreas de criação são: Triângulo Mi-
neiro, sul de Minas Gerais, região do rio São Francisco,
Vale do Paraíba (Estado de São Paulo), oeste e norte do
Estado de São Paulo.
Outras importantes criações da região são: suínos,
equinos, muares, caprinos e ovinos. Nos últimos anos
houve um grande desenvolvimento da criação de aves.
Na região encontramos também excelentes reser-
vas minerais; nesse sentido é a região mais rica, pois
transforma esses recursos em riquezas.
O minério de ferro é encontrado numa área ao sul
de Belo Horizonte, conhecida como Quadrilátero Fer-
rífero e a exploração é feita pela Cia. Vale do Rio Doce.
No Quadrilátero Ferrífero encontramos também
jazidas de ouro, de manganês e de bauxita. O calcário
é encontrado nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e
Rio de Janeiro.
A produção de petróleo do Sudeste é importante
fonte de energia e fornece condições para o crescimen-
to industrial da região, juntamente com as usinas hidre-
létricas. O maior produtor nacional de petróleo é a bacia
de Campos, no Estado do Rio de Janeiro.
UNIDADE 4
As principais refinarias que transformam o petróleo
em vários subprodutos são:
• Henrique Lajes, em São José dos Campos (SP);
• Replan, em Paulínia (SP);
• Capuava, em Mauá (SP);
• Presidente Bernardes, em Cubatão (SP);
• Duque de Caxias, em Campos (RJ);
• Gabriel Passos, em Betim (MG).
A região Sudeste é famosa por suas excelentes águas
minerais. Várias cidades vivem praticamente em função
do turismo atraído por suas fontes. As principais são:
Caxambu, São Lourenço, Cambuquira, Lambari, Araxá e
Poços de Caldas (MG); Águas de Lindoia, Águas da Prata
e Águas de São Pedro (SP); Petrópolis e Teresópolis (RJ).
Os meios de transporte da região são muito desen-
volvidos. As rodovias são as melhores e as mais movi-
mentadas do país.
O maior número de rodovias da região está locali-
zada no Estado de São Paulo, destacando-se as rodovias:
dos Imigrantes, Castelo Branco, Bandeirantes, Ayrton
Senna, Carvalho Pinto, Anhanguera, Raposo Tavares,
Washington Luiz, Marechal Rondon e outras. A mais im-
portante rodovia interestadual é a Via Dutra, que liga as
duas maiores metrópoles brasileiras, São Paulo e Rio de
Janeiro, e é considerada o maior eixo rodoviário do Brasil.
Estão situadas nessa região outras rodovias inte-
restaduais: Rio-Belo Horizonte-Brasília (BR-040); Rio-
-Bahia (BR-101); São Paulo-Brasília (BR-050); Régis Bit-
tencourt, que liga São Paulo a Curitiba; Fernão Dias, que
liga São Paulo a Belo Horizonte; trecho da Transbrasilia-
na (BR-153) que cruza o oeste de São Paulo e o Triângulo
Mineiro.
Mais da metade das ferrovias brasileiras está na Re-
gião Sudeste e pertence à RFFSA (Rede Ferroviária Fede-
ral S.A.) ou à Fepasa (Ferrovias Paulistas S.A.).
Companhia
Siderúrgica Nacional
Instalada no município de Volta Redonda
(RJ), na década de 1950, a CSN foi funda-
mental para o desenvolvimento da indús-
tria na Região Sudeste. Sua localização
é estratégica, pois fica a meio caminho
entre as cidades do Rio de Janeiro, São
Paulo e Belo Horizonte. A usina resolveu
o problema de suprimento do aço, que
é matéria-prima básica para as indústrias
mecânicas e metarlúrgicas da região
Sudeste.
HIPERCONHECIMENTO 327
Geografia
Rio de Janeiro
São Paulo
As ferrovias mais importantes da RFFSA são: Estrada
de Ferro Central do Brasil, Estrada de Ferro Leopoldina,
Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, Viação Férrea do Cen-
tro-Oeste e Estrada de Ferro Santos-Jundiaí.
As principais ferrovias da Fepasa são: Estrada de Fer-
ro Sorocabana, Companhia Paulista de Estradas de Ferro,
Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, Estrada de Fer-
ro Araraquarense.
Os portos mais importantes da região (e do país) são:
Santos (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Vitória (ES).
A região possui outros portos que escoam parte da
produção, como São Sebastião (SP), Angra dos Reis (RJ)
e Tubarão (ES).
A hidrovia é desenvolvida na região, principalmente
nos rios da Bacia Platina, o que é importante para o bara-
teamento dos fretes e a integração entre as cidades.
A hidrovia Tietê-Paraná é a mais importante do Bra-
sil, mas se encontra em funcionamento parcial.
Os aeroportos no Sudeste são modernos e bem equi-
pados. Os principais são: Cumbica (SP), Galeão (RJ), Con-
gonhas (SP) e Santos Dumont (RJ).
A região Sudeste possui um grande número de in-
dústrias: é a região mais industrializada do país.
As principais indústrias são têxtil, alimentícia, auto-
mobilística, química, siderúrgica, eletrônica, naval etc.
O maior parque industrial do Brasil e da América La-
tina fica no eixo Rio-São Paulo e na região da grande Belo
Horizonte. São Paulo e Rio de Janeiro são as grandes me-
trópoles nacionais e funcionam como os grandes centros
industriais, comerciais, financeiros e culturais do país.
328 HIPERCONHECIMENTO
Vista de Ouro Preto, Minas Gerais.
Mata Atlântica
Chegam à região muitas pessoas de outras partes
do país em busca de melhores condições de vida, pois
as ofertas de trabalho, o nível de educação e a assistência
médico-hospitalar são os melhores do Brasil.
A prosperidade econômica da região deve-se à con-
tribuição dos imigrantes estrangeiros, como portugueses,
italianos, espanhóis, alemães e japoneses.
No entanto, a violência urbana é consequência dos
problemas econômicos e das desigualdades sociais nos
nossos dias.
A cultura da Região Sudeste
A região Sudeste do Brasil é composta pelos Estados
de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito San-
to. Apresenta grande pluralidade cultural, com manifes-
tações de origem indígena, africana, europeia e asiática.
As manifestações culturais da região ocorrem atra-
vés de elementos como: Congada, Fandango, Batuque,
Samba de Lenço, Carnaval, Dança de Velhos, Festa de Ie-
manjá, Folia de Reis ou Reisado, Dança de São Gonçalo,
Ticumbi.
A culinária do Sudeste é bem diversificada e apre-
senta forte influência do índio, do escravo e dos diversos
imigrantes europeus e asiáticos. Entre os pratos típicos se
destacam a moqueca capixaba, feita com tintura de uru-
cum (ES); pão de queijo, feijão tropeiro, carne de porco
servida com couve, quiabo, milho ou mandioca (MG);
feijoada, aipim frito, bolinho de bacalhau, picadinho (RJ);
virado à paulista, cuscuz paulista, farofa, pizza (SP).

Capítulo
Região Sul
5
A
região Sul é a menor do Brasil, com uma área de
577.723 km2, o que corresponde a 6,8% do territó-
rio brasileiro. É formada pelos seguintes Estados:
Paraná (PR), Santa Catarina (SC) e Rio Grande do Sul (RS).
Nela estão cerca de 27.731.644 habitantes, que correspon-
de a 14,30% da população nacional.
A Região Sul é a segunda do Brasil em importância
econômica e apresenta características naturais e huma-
nas diferentes do resto do país.
O relevo predominante da região é o planalto, des-
tacando-se o planalto Meridional e o planalto Cristalino.
O planalto Meridional abrange a maior parte da re-
gião e é mais alto em sua parte leste, onde se encontra a
Serra Geral. Esse planalto é constituído por rochas sedi-
mentares (arenito) e vulcânicas (basalto).
O planalto Cristalino é formado por rochas cristali-
nas muito antigas. Abrange o norte do Paraná e o litoral,
até o Rio Grande do Sul, onde suas elevações formam os
“mares de morros”, que caracterizam o planalto Atlântico.
O clima da região Sul é o mais frio do Brasil, pois sua
maior parte localiza-se ao sul do Trópico de Capricórnio,
ou seja, encontra-se em zona subtropical. O clima predo-
minante na região é o subtropical, que apresenta tempe-
raturas abaixo de 20ºC. Não existe uma estação totalmen-
te seca e, durante o inverno, muitas vezes ocorre a geada.
Em alguns lugares, chega até mesmo a nevar.
Ao norte do Paraná predomina o clima tropical, com
uma estação mais seca e outra chuvosa.
A vegetação característica da região é a mata de
Araucária ou mata dos Pinhais, que aparece no planalto
Meridional dos Estados do Paraná e de Santa Catarina.
Atualmente essa mata encontra-se muito devastada,
devido à exploração da madeira.
Junto aos pinheiros da mata de Araucária, aparecem
outras espécies vegetais, como a erva-mate e a imbuia.
A mata atlântica é outra vegetação da região e apare-
ce nas encostas da Serra do Mar e da Serra Geral.
Os campos aparecem no planalto desde o Paraná até
o norte do Rio Grande do Sul, e os campos da campanha
localizam-se ao sul e a oeste do Rio Grande do Sul, conhe-
cido como Campanha Gaúcha ou Pampa.
Os principais rios dessa região correm para o in-
terior, devido ao relevo, destacando-se os rios Paraná e
Uruguai. O rio Paraná separa o Paraná do Mato Grosso
do Sul e do Paraguai. É um rio de planalto, com grande
potencial hidráulico, onde foi construída a hidrelétrica de
Itaipu, numa parceria entre o Brasil e o Paraguai.
O rio Uruguai separa o Rio Grande do Sul de Santa
Catarina e da Argentina. É um rio que nasce no planalto
Meridional e possui grande potencial hidrelétrico. Os rios
que correm para o litoral formam a bacia do Sudeste, onde
se destacam o rio Itajaí (Santa Catarina) e o rio Jacuí (Rio
Grande do Sul).
UNIDADE 4
Gaúcho com trajes típicos, a cavalo, no Desfile Farroupilha de 2006,
carregando a bandeira estadual, em Rio Grande do Sul, Brasil.
Na região Sul, encontram-se as mais importantes la-
goas do país, como a lagoa dos Patos, a lagoa Mirim, e a
lagoa Mangueira, todas formadas por restingas.
A agricultura é a atividade econômica mais impor-
tante da região e emprega um grande número de traba-
lhadores. A atividade agrícola distribui-se em policultura
e monocultura comercial. A policultura é desenvolvida
em pequenas propriedades de imigrantes europeus, que
cultivam milho, feijão, mandioca, frutas e fumo.
A monocultura comercial é desenvolvida em gran-
des propriedades e é muito comum nos campos do Rio
Grande do Sul, onde se cultivam soja, trigo e arroz. Esses
tipos de culturas são mecanizadas, trazendo como con-
sequência o desaparecimento gradativo das pequenas
propriedades rurais.
No norte do Paraná é desenvolvida a policultura co-
mercial dos seguintes produtos tropicais: algodão, café e
cana-de-açúcar.
A pecuária é uma atividade bastante desenvolvida na
região, pois esta possui uma excelente pastagem natural.
A criação do gado bovino corresponde a mais de 20%
do rebanho brasileiro.
A criação é extensiva, destacando-se o Estado do Rio
Grande do Sul, onde os bovinos são criados em estân-
cias, com predominância da raça europeia. Eles fornecem
a melhor carne e o melhor couro do Brasil.
Os ovinos são criados junto com os bovinos, e se
destacam pelo fornecimento de carne e de lã, sendo a re-
gião Sul a maior produtora de lã do Brasil. A maior parte
desse rebanho está no Rio Grande do Sul.
A criação de suínos é a maior do país, fornecendo
banha, toucinho e carne. A criação desse tipo de rebanho
propiciou a instalação de grandes indústrias frigoríficas
na região Sul.
HIPERCONHECIMENTO 329
Geografia
Os principais aero-
portos são os das capitais
dos Estados, destacando-
-se os aeroportos interna-
cionais Afonso Pena (PR),
Salgado Filho (RS) e Hercí-
lio Luz (SC).
A Região Sul possui
mais de 22 milhões de ha-
bitantes; é a terceira região
em população do país e
apresenta uma distribui-
ção populacional equili-
brada.
A população da região
é caracterizada pela gran-
de proporção de brancos
de origem europeia.
A taxa de mortalidade
infantil é muito pequena;
o mesmo acontece com a
taxa de analfabetos. A ex-
pectativa de vida do Sul é a
maior do país.
As principais cidades
da região Sul são: Curitiba,
Porto Alegre, Florianópolis,
Na região Sul, destaca-se a produção de carvão mi- Londrina, Caxias do Sul, Maringá, Blumenau e Joinville.
neral, que é a única do Brasil. Ele aparece nos terrenos se-
dimentares antigos dos três Estados da região. A cultura da Região Sul
As maiores reservas estão no Rio Grande do Sul (80%)
e a maior produção nacional está no sudeste de Santa O Sul apresenta aspectos culturais dos imigrantes
Catarina, nos municípios de Criciúma, Uruçanga, Lauro portugueses, espanhóis e, principalmente, alemães e ita-
Muller e Laguna, entre outros. lianos. As festas típicas são: a Festa da Uva (italiana) e a
A usina hidrelétrica é outra fonte de energia da re- Oktoberfest (alemã). Também integram a cultura sulista:
gião, sendo a principal a Usina Hidrelétrica de Itaipu, que o fandango de influência portuguesa, a tirana e o anuo
é uma das maiores do mundo e localiza-se no Estado do de origem espanhola, a festa de Nossa Senhora dos Na-
Paraná. vegantes, a congada, o boi de mamão, a dança de fitas, boi
O Sul é a segunda região mais industrializada do país. na vara. Na culinária estão presentes: churrasco, chimar-
As principais indústrias são a têxtil, a automobilística rão, camarão, pirão de peixe, marreco assado, barreado
e a alimentícia. Essas indústrias estão localizadas nos três (cozido de carne em uma panela de barro) e o vinho.
Estados, em várias cidades, como São José dos Pinhais
e Curitiba (PR), Blumenau e Joinville (SC), Caxias do Sul,
Bento Gonçalves, Novo Hamburgo, Bagé e São Leopol-
do (RS). Além dessas indústrias, outros tipos se destacam:
mecânica, metalúrgica, estaleiros, madeireiras etc.
A região é bem servida no setor de transportes ferro-
viários e rodoviários.
A região Sul possui duas rodovias que a interligam
ao restante do país: a BR-101 (litorânea) e a BR-116 (Porto
Alegre a Curitiba).
No setor ferroviário temos as ferrovias: Rede de Via-
ção Paraná-Santa Catarina, a Viação Férrea do Rio Grande
do Sul, a Estrada de Ferro Santa Catarina e a Estrada de
Ferro Dona Teresa Cristina.
Os principais portos marítimos são: Paranaguá, Im-
bituba, Porto Alegre e Rio Grande.
Na região, desenvolve-se o transporte fluvial, que
Curitiba, cidade modelo em urbanização.
vem recebendo grande incentivo.

330 HIPERCONHECIMENTO

Herança europeia no Sul
A região Sul foi povoada por imigrantes
europeus, sobretudo, italianos, alemães
e poloneses, com isso, as características
arquitetônicas e culturais se tornaram
tradicionais.
Os imigrantes, assim como suas descen-
dências diretas, têm conseguido preservar
as manifestações culturais trazidas dos
países europeus. Geralmente, os imigran-
tes se agrupam em forma de colônias
divididas de acordo com a origem de
cada país.
Em algumas cidades de Santa Catarina,
como Pomerode, uma lei municipal
obriga a construção de casas em estilo
enxaimel (modelo europeu).
Em outra cidade catarinense, chama-
da de Tílias, a maioria da população da
cidade é composta basicamente por
imigrantes e descendentes austríacos,
que preservam todas as características
do país de origem, como a língua, os
costumes, as festas e as comidas típicas.
Tradicionalmente, as crianças assimilam
o idioma tirolês em seu próprio ambien-
te familiar, dessa forma, há possibilidade
de estabelecer, por parte do governo
municipal, uma lei de inclusão da língua
no currículo escolar daquela cidade.
As colônias do sul preservam todos os
aspectos culturais e essas são mate-
rializadas no espaço geográfico sulista
através de todo arranjo paisagístico (ar-
quitetura, atividade econômica, manifes-
tações culturais entre outras).
Elas servem para aclamar os países e
matar a saudade.
(Prof. Eduardo de Freitas, geógrafo e colaborador do website
Brasil Escola)
UNIDADE 4
A hidrelétrica de Itaipu
Em novembro de 1982, os presidentes
João Batista de Figueiredo e Alfredo Stross-
ner, pelo Brasil e pelo Paraguai, presidiram
a inauguração da maior hidrelétrica do
mundo, a hidrelétrica de Itaipu. Naquela
data, os dois países já haviam gastado mais
de 14 bilhões de dólares, quantia sem dúvi-
da elevada para a época de crise que se vi-
via. A binacional Itaipu não funcionou logo
com toda a sua capacidade, sendo que em
março de 1983 (após 4 meses da inaugura-
ção) sua produção era de apenas 700.000
kW, alcançando, nos cinco primeiros anos
de instalação, 12.600 milhões de quilowats
e em 1996 superou a marca de 81.6 bilhões
de quilowats. Foi responsável pelo abasteci-
mento de 88% de todo o Paraguai e 32,1%
das regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste do
Brasil, regiões que englobam cerca de 65%
da população brasileira.
A usina é responsável pela energia elétrica
renovável e não poluente, e a visão global
de toda a área é, sem dúvida, majestosa.
Uma obra grandiosa que se preocupou
com o problema ambiental, com a criação
de um reservatório nas áreas que fazem
fronteira Brasil–Paraguai, além de projetos
e ações de preservação do meio ambiente.
Barragem de Itaipu, a segunda maior hidrelétrica do mundo.
HIPERCONHECIMENTO 331
Geografia
6
Capítulo
Região Centro-Oeste
A
região Centro-Oeste possui uma área de 1.592.749
km2, o que corresponde a mais de 18% do territó-
rio brasileiro. É formada pelos seguintes Estados:
Mato Grosso (MT), Mato Grosso do Sul (MS) e Goiás (GO).
Nessa região, encontra-se o Distrito Federal, que é a sede
do governo da República Federativa do Brasil. Nele está
localizada a cidade de Brasília, capital do país. A popula-
ção do Centro-Oeste é de aproximadamente 14.423.952
habitantes, o que representa 7,44% da população brasi-
leira.
O Centro-Oeste faz fronteira com todas as regiões
do Brasil: Norte, Nordeste, Sudeste e Sul. Ela faz fronteira
também com dois países da América do Sul: Bolívia e
Paraguai.
A região Centro-Oeste é a única região brasileira
que não é banhada pelo mar, sendo este um fator que
atrasou o seu povoamento, pois a região fica no coração
da América do Sul.
O relevo da região é de altitudes suaves, destacan-
do-se o planalto Central, a planície do Pantanal e o pla-
nalto Meridional.
O planalto Central é o mais extenso e é formado por
rochas sedimentares antigas. Apresenta duas formas de
relevo: as colinas e as chapadas.
A planície do Pantanal é uma área que possui alti-
tudes baixas e é formada por sedimentos recentes. Ela
é atravessada pelo rio Paraguai e fica alagada durante
as cheias (de setembro a abril), quando forma enormes
lagos.
Paisagem típica do cerrado do Centro-Oeste brasileiro.
332 HIPERCONHECIMENTO
O planalto Meridional abrange o sul e o sudeste da
região, onde existem as áreas com solos férteis (terra
roxa) em que a atividade agrícola se desenvolve.
O clima predominante na região é o tropical, conti-
nental ou semiúmido, com temperaturas elevadas e que
apresenta um verão úmido de outubro a março (devido à
continentalidade da região) e um inverno seco.
Na região Centro-Oeste, existe uma vegetação va-
riada, embora a vegetação característica seja o cerrado. O
cerrado é a segunda paisagem vegetal do Brasil, conse-
quência dos solos sedimentares permeáveis. O cerrado é
uma vegetação de campos naturais úteis para a criação
de gado.
Ao norte da região Centro-Oeste, temos a floresta
Amazônica, com uma vegetação densa e exuberante.
No pantanal mato-grossense aparece um tipo de
vegetação com diversas espécies vegetais: cerrado, flo-
resta, caatinga e campo, chamado complexo vegetal do
Pantanal.
A região é percorrida por vários rios, agrupados nas
seguintes bacias hidrográficas: Amazônica, Tocantins-
-Araguaia e Platina.
Os rios da Bacia Amazônica que banham a região
são: Xingu, Juruena, Teles Pires e Tapajós.
A bacia Tocantins-Araguaia ocupa a maior parte do
Estado de Goiás e o leste de Mato Grosso. O rio Araguaia,
na divisa dos Estados de Mato Grosso e Tocantins, forma
a ilha do Bananal, que é a maior ilha fluvial do mundo.
Na bacia Platina, encontramos o principal rio da
região, o Paraguai, tipicamente de planície. Nas cheias,
suas águas chegam a 4 metros acima do nível de suas
margens. É um rio navegável, que corta o Pantanal, ser-
vindo de estrada natural.
Na economia da região Centro-Oeste, predominam
as atividades primárias: agricultura, pecuária, extrativis-
mo vegetal e mineral.
A agricultura praticada no
centro e norte da região é de sub-
sistência, porém encontramos
também importantes áreas agrí-
colas.
Os principais produtos da
agricultura comercial são: café,
algodão, amendoim, milho, arroz,
soja, trigo e feijão.
As mais importantes áreas
agrícolas estão localizadas no
Mato Grosso, em Goiás, no vale do
Paranaíba e no sul do Mato Grosso
do Sul.
Ao longo da rodovia Belém-
-Brasília, próximo a Campo Gran-
de, estão se destacando novas
áreas agrícolas, com o incentivo
do governo, na criação de con-
dições técnicas, financeiras e de
armazenamento para o agricultor.
A pecuária tem grande im-
portância econômica para a região

Turismo e preservação
A Região Centro-Oeste tem se tornado um
importante polo de ecoturismo, ou seja,
a região tem desenvolvido o turismo em
associação com projetos de preservação
ambiental. Os locais mais visitados são
Bonito (MS), Chapada dos Guimarães (MT)
e Pantanal.
Centro-Oeste, com uma criação de gado bovino muito
grande, de aproximadamente 48 milhões de cabeças de
gado.
A criação é extensiva e o rebanho é destinado ao
corte. Existem na região, “as invernadas”, que são áreas
próprias para a engorda do gado. As principais áreas de
criação de gado bovino são o sul do Mato Grosso do Sul e
o sul de Goiás. O boiadeiro é um tipo característico dessa
região: montado em seu cavalo, à frente da boiada, ca-
UNIDADE 4
valga durante semanas ou meses.
O extrativismo vegetal é uma atividade econômica
que tem um papel muito importante. Da floresta Amazô-
nica extraem-se borracha e madeiras de lei, como cedro,
mogno, imbuia etc; no sul do Mato Grosso do Sul ocorre
a extração da erva-mate; no Pantanal existe uma árvore
chamada quebracho, da qual extrai-se o tanino, subs-
tância usada para curtir couro.
O extrativismo mineral é pouco aproveitado e as
riquezas minerais são ainda mal conhecidas. Mesmo as-
sim, no maciço do Urucum (MS) são encontrados ferro
e manganês em grande quantidade, mas de baixa qua-
lidade.
Na região, encontramos a maior reserva de níquel
do Brasil, em Niquelândia, no Estado de Goiás, e também
existem jazidas de cobre, que já estão sendo exploradas.
O cristal de rocha é abundante no Estado de Goiás,
que é um grande produtor brasileiro.
O ouro e o diamante são extraídos da garimpagem,
principalmente, no Estado de Mato Grosso.
A atividade industrial é pouco desenvolvida na re-
gião, destacando-se a área que vai de Goiânia a Brasília,
HIPERCONHECIMENTO 333
Geografia
principalmente, Anápolis, com indústrias alimentícias,
têxteis, de bebidas e de produtos minerais.
Nos últimos anos, as rodovias têm tido grande des-
taque no setor dos transportes. As principais rodovias da
região são: Belém-Brasília, que liga Goiás aos Estados do
Tocantins e do Pará; Cuiabá-Santarém; Cuiabá-Porto
Velho; Brasília-Acre e a Transpantaneira, que atravessa
parte do Pantanal.
As ferrovias da região são: Estrada de Ferro No-
roeste do Brasil, que liga Campo Grande a Corumbá;
Viação Férrea do Centro-Oeste, que liga o Estado de
Goiás ao de São Paulo; Ferronorte, que não possui um
traçado definido.
O transporte fluvial é muito importante, principal-
mente no Pantanal, através do rio Paraguai. O aeroporto
de maior movimento da região é o Aeroporto Interna-
cional de Brasília.
Mais recentemente, a região Centro-Oeste apre-
sentou uma maior ocupação devido aos seguintes fa-
tores:
• transferência da capital do Brasil para Brasília, em
1960;
• construção da rodovia Belém-Brasília (1960) e de
outras estradas;
• aproveitamento da área coberta pelo cerrado.
A ocupação da região começou a acontecer nas dé-
cadas de 1960, 1970 e 1980 com a migração de nordesti-
nos, mineiros, paulistas e paranaenses.
A maior parte da população da região concentra-se
no Estado de Goiás e no Distrito Federal, devido à exis-
tência de maior desenvolvimento econômico.
As principais cidades da região Centro-Oeste são:
Campo Grande, Corumbá e Dourados (MS); Cuiabá e Cá-
ceres (MT); Goiânia e Anápolis (GO) e Brasília (DF).

A CULTURA DA REGIÃO CENTRO-OESTE

Parque nacional indígena do Xingu
Localizado no Mato Grosso, o Parque do
Xingu é a área de preservação de terras e da
cultura indígena mais importante do mundo.
Criada em 1961 para assegurar o direito de
um território destinado ao uso exclusivo das
populações indígenas, o Parque possui mais
de 2,5 milhões de hectares (equivalente em
extensão ao estado de Alagoas) e reúne 16
etnias, entre elas os Kamayurás, Yawalapitis,
Waurás, Kalapalos, Awetis e Ikpengs.
A cultura do Centro-Oeste brasileiro é bem diver-
sificada, recebendo contribuições principalmente dos
indígenas, paulistas, mineiros, gaúchos, bolivianos e pa-
raguaios. São manifestações culturais típicas da região:
a cavalhada e o fogaréu, no Estado de Goiás; e o cururu,
em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A culinária re-
gional é composta por arroz com pequi, sopa paraguaia,
arroz carreteiro, arroz boliviano, arroz à maria-isabel,
empadão goiano, pamonha, angu, curau, os peixes do
Pantanal – como o pintado, pacu, dourado, entre outros.

Entre os atuais problemas enfrentados pelas

populações habitantes do Parque estão o
avanço da pecuária e da soja, juntamente
com a destruição e poluição das nascentes
do riu Xingu, que ameaçam a sobrevivência
da reserva.

Dica de Filme: Xingu (2012).

O filme conta a história dos irmãos Vilas

Boas, que tiveram um importante papel na
intermediação entre um Brasil ávido por
modernização e progresso de um lado, e
de outro a população indígena que, naque-
le tempo, não havia tido contato com a
civilização constituída pelos brancos. Uma
das maiores conquistas dos Vilas Boas foi a
criação e legitimação do Parque Nacional do
Xingu. Dois aspectos da capital federal, Brasília, construída em 1960 na região
Centro-Oeste: o Congresso Nacional (acima) e a Catedral de Brasília.
Brasília foi projetada pelos célebres arquitetos brasileiros Oscar Niemeyer
e Lúcio Costa e construída durante o governo de Juscelino Kubitschek.

334 HIPERCONHECIMENTO

Exercícios UNIDADE 1
1
(UFPI) No dia 22 de dezembro, ou seja, no verão do
hemisfério sul, o Sol está em posição perpendicular ao:
a) trópico de Câncer. d) círculo polar Ártico.
b) trópico de Capricórnio. e) círculo polar Antártico
c) Equador.
2 (FUVEST) O Brasil apresenta 64% de seu território
formado por bacias sedimentares e 36% por escudos
cristalinos. Dos escudos, 32% pertencem à era Arqueo-
zoica e 4% à era Proterozoica.Apesar de reduzidos em
área, estes últimos são importantíssimos porque:
a) possuem petróleo e carvão.
b) possuem minérios, tais como granito e gnaisse.
c) possuem calcário, importante para a fabricação de ci-
mento.
d) possuem minérios, tais como ferro e manganês.
e) o enunciado é incoerente porque minérios só aparecem
na era Cenozoica.
3(FUVEST) Nos mapas 1, 2 e 3, as áreas assinaladas em
preto correspondem, respectivamente, às rochas:
a) sedimentares, cristalinas e vulcânicas.
b) cristalinas, sedimentares e vulcânicas.
c) vulcânicas, metamórficas e sedimentares.
d) sedimentares, metamórficas e cristalinas.
e) magmáticas, metamórficas e vulcânicas.
4 (UEMG) São agentes externos transformadores do re-
levo, exceto:
a) intemperismo
b) vulcanismo alternativa verdadeira é:
c) vento a) entre 21 de março e 21 de junho, o hemisfério meridio-
d) chuva
e) homem
5 (CEFET-PR) Intemperismo Físico ou Mecânico vem a
ser o agente externo resultante:
a) de grandes amplitudes térmicas, as quais provocam a
contínua dilatação e contração das rochas, fissuran-
do-as, minando sua resistência.
b) do intenso trabalho de abrasão marinha.
EXERCÍCIOS
c) dos seres vivos.
d) dos rios.
e) n.d.a.
6 (UEMA) Os mapas por muitos anos estiveram a serviço
do poder. Não é à toa que o traçado do mapa-múndi do
nosso planeta-esfera traz como centro a Europa, retra-
tando a realidade dominadora da época dos primeiros
traçados. Isso significa que os mapas:
a) mostram apenas realidades locais.
b) contêm uma visão de mundo e um contexto político–
ideológico.
c) interpretam o pensamento do leitor.
d) são neutros e sem ideologia.
e) são opções apenas técnicas.
7
(UFRS) A distância entre Porto Alegre e São Leopoldo é
de 25 km. Qual a distância entre essas cidades em um
mapa com escala de 1:100.000?
a) 50 cm
b) 25 cm
c) 5,5 cm
d) 5,0 cm
e) 2,5 cm
8 (UFRS) A prefeitura de uma cidade turística quer fazer
um mapa da cidade em que constem as ruas, com seus
nomes, e a localização dos pontos turísticos, dos hotéis
e dos restaurantes. Para que esses objetivos sejam al-
cançados, é fundamental a escolha de uma escala ade-
quada para o mapa. Qual das alternativas corresponde
à escala mais adequada para esse caso?
a) 1:10.000
b) 1:100.000
c) 1:300.000
d) 1:500.000
e) 1:1.000.000
9 (ACAFE-SC) A Terra executa movimentos no espaço
muito importantes para a existência e manutenção da
vida. Sobre os movimentos de rotação e translação, a
nal encontra-se na primavera.
b) a inclinação do eixo da Terra e o movimento de transla-
ção explicam a existência das estações do ano.
c) a Terra descreve, ao redor do Sol, uma órbita circular.
d) devido à sua órbita, a Terra permanece sempre com a
mesma distância em relação ao Sol.
e) a consequência do movimento de rotação é somente a
interferência na circulação atmosférica e nas corren-
tes marítimas.
HIPERCONHECIMENTO 335
Geografia
RESPOSTAS: 16 (UFM-MA) Os ventos alísios sopram:

a) no hemisfério norte.
1.B 2.D 3.A 4.B 5.A 6.B 7.B 8.A 9.B
b) nas zonas extratropicais.
c) dos trópicos para o Equador.
d) nas zonas polares.
UNIDADE 2

10 (FGV-SP) O nível das águas fluviais no decorrer do

ano é variável e está relacionado com as caraterís-
17 (UFM-MA) Os campos limpos são formações vege-
tais caracterizadas:
a) por possuírem espécies vegetais de grande porte.
ticas climáticas atuantes nos seus respectivos vales. b) pela ocorrência de poucos vegetais de grande porte.
Essa variação identifica: c) pelo predomínio de arbustos.
a) o regime fluvial. d) o intemperismo climático. d) por possuírem somente vegetação herbácea.
b) o débito fluvial. e) a amplitude de oscilação.
c) a drenagem.
18 (CAT. PELOTAS-RS) Uma das principais caracterís-
ticas do curso inferior de um rio é:

11 (FZL-SP) As chuvas frontais resultam do/da:

a) encontro de duas massas de ar de igual temperatura.

b) condensação que se verifica diante de um relevo aci-
dentado.
c) saturação atingida por duas massas de ar com tempe-
raturas diferentes.
d) ascensão de ar aquecido em áreas de clima tropical
úmido.
e) encontro de uma massa de ar quente com uma massa
de ar fria.
a) a pouca velocidade das águas.
b) o regime torrencial.
c) a sucessão de quedas d’água.
d) o intenso processo de erosão.
e) o transporte de sedimentos.
19 (F. STA. MARIA) A savana é uma vegetação domi-
nante em regiões caracterizadas por:
a) ausência de chuvas.
b) longos períodos chuvosos.
c) irregularidade na distribuição das chuvas.
d) alternância de uma estação seca e outra chuvosa.

12 (UNIP-SP) Quando o ar úmido vindo do Atlântico,

em seu movimento, encontra uma área como a
e) chuvas bem distribuídas todo o ano.

serra do Mar ou a chapada da Borborema e é obri-

gado a elevar-se, ocasionando resfriamento, con-
densação e precipitações, ocorrem as chamadas
20 (ME-SJRP) “Trata-se de uma paisagem botânica
comum nas áreas de altas latitudes do hemisfério
norte acima dos paralelos de 60 e 70 (dependendo
chuvas: do continente). É um habitat altamente favorável ao
a) de relevo ou orográficas. desenvolvimento das camélias, dos criptógamos,
b) de convecção. das briófitas.” Nas afirmativas, a posição geográfi-
c) de monções. ca e a caracterização florística são suficientes para
d) frontais. identificar:
e) terrais. a) a floresta Boreal.
b) taiga Siberiana.

13 (PUC-MG) “Quito (Equador), situada bem próxima

à linha do Equador, possui temperaturas médias
semelhantes às de Paris (França), situada em plena
c) a paisagem da Tundra.
d) os grasslands.
e) a paisagem do “Maquis” e do “Garrigue”.
zona temperada.” A afirmativa pode ser explicada
pela influência da:
a) maritimidade.
b) latitude.
d) continentalidade.
e) vegetação.
21 (UFCE) A partir da observação do perfil do relevo sub-
marino do Atlântico Sul, é correto concluir que

c) altitude.

14 (UFPR) O padrão mundial de distribuição das pai-

sagens de vegetação explica-se por vários fatores
geográficos. Indique a alternativa que encerra o
conjunto de fatores que melhor explica tal distri-
buição:
a) clima, rocha matriz e longitude
b) temperatura, distribuição de rios e latitude
c) longitude, rotação da terra e correntes marítimas
d) processos tectônicos, latitude e altitude
e) clima, latitude e altitude

15 (UFM-MA) A zona de perturbações atmosféricas

fica situada na:
a) troposfera. c) ozonosfera.
b) estratosfera. d) ionosfera.

336 HIPERCONHECIMENTO

a) as maiores profundidades do Atlântico Sul são encon-
tradas nos litorais sul e sudeste do Brasil.
b) o relevo submarino do Atlântico Sul apresenta-se bas-
tante uniforme.
c) no relevo submarino do Atlântico Sul aparecem ele-
vações superiores a 5 000 m, com grande frequência,
estando as mesmas situadas no meio do oceano.
d) a meio caminho entre a América do Sul e a África exis-
tem grandes elevações, ao passo que entre essas ele-
vações e os litorais dos referidos continentes existem
profundidades consideráveis, originando o que cha-
mamos de bacias oceânicas.
e) a figura nada permite concluir a respeito do Atlântico Sul.
22 (Udesc-SC) Erosão é o nome dado ao desgaste que
as rochas sofrem. Assinale a alternativa que apre-
senta somente agentes de erosão:
a) vulcanismo, tectonismo e ação antrópica;
b) as chuvas, os rios, as geleiras, os oceanos e mares e os
ventos.
c) erosão pluvial, fluvial, marinha e eólica.
d) abrasão, deposição e sedimentação;
e) fatores internos externos.
23 (UNEB) “O sensoriamento remoto é um recurso
técnico para ampliar os sentidos naturais do ho-
mem. É um dispositivo ou equipamento (câmara
fotográfica, radar, satélite) que capta e registra, sob
a forma de imagens, a energia refletida ou emitida
pelas áreas, acidentes, objetos e acontecimentos
do meio ambiente, incluindo os acidentes naturais
e culturais.” (Oliveira, p. 307.)Com base no texto e
nos conhecimentos sobre sensoriamento remoto,
pode-se concluir:
a) as fotografias feitas por satélites dispensam todos os
tipos de cartas geográficas temáticas.
b) a totalidade da superfície terrestre pode ser visualiza-
da por meio de uma única foto feita por satélite.
c) as vantagens da fotografia aérea são a boa orientação
espacial, a facilidade de interpretação, o elevado nível
de precisão e rapidez, permitindo amplo campo de
trabalho aos geógrafos, geólogos e urbanistas.
d) as imagens de radar, quando devidamente processa-
das, oferecem detalhes milimétricos, tais como a de-
tecção de pragas nas lavouras.
e) o mapa-múndi, de todas as representações cartográ-
ficas, é a mais perfeita, por ter uma grande escala e
apresentar o espaço com todos os detalhes.
24 (UNEB) Com base na ilustração a seguir e nos co-
nhecimentos sobre climas, pode-se concluir:
a) as “ilhas de calor” são fenômenos climáticos que
ocorrem em pequenas e grandes cidades, porque os
raios solares incidem igualmente em todas elas.
b) o uso de grandes quantidades de combustíveis fósseis
pelas usinas hidrelétricas é o responsável pelas “ilhas
EXERCÍCIOS
de calor”.
c) as “ilhas de calor” definem-se pelas alterações térmi-
cas produzidas pelas grandes queimadas e pelos altos
fornos das siderúrgicas.
d) os materiais usados nas construções urbanas e os ga-
ses expelidos pelos veículos automotores são os res-
ponsáveis pelas “ilhas de calor”.
e) as “ilhas de calor” geralmente ocorrem na periferia das
cidades, formando áreas de baixa pressão, para onde
convergem os ventos.
25 (FUVEST) “Menino travesso: El Niño retorna mais pode-
roso e ameaça enlouquecer o tempo em todo mundo.”
(Revista Veja) A notícia acima exemplifica a ampla co-
bertura da mídia sobre esse fenômeno, geralmente
relacionado à:
a) atuação inesperada da massa de ar úmida que, ao esfriar as
águas do Oceano Pacífico, eleva os índices de evaporação e
intensifica as chuvas de monções no SE asiático.
b) presença de correntes marítimas com baixas tempe-
raturas na costa ocidental americana, justificando a
diminuição dos cardumes no Chile e as estiagens no
SE do Brasil e dos EUA.
c) inversão térmica oceânica que aquece parte das
águas superficiais do Pacífico, aumenta o número de
tempestades marítimas e desregula os índices de chu-
va na região tropical.
d) temporada de furacões e episódios de seca nas costas
ocidentais americanas, devido ao aumento da força
dos ventos tropicais que sopram da Ásia em direção à
América do Sul.
e) formação de ondas que trazem à tona as águas mais
frias do fundo do oceano Pacífico, intensificando os
índices de aridez no Peru e Sul do Brasil e as inunda-
ções na Ásia tropical.
RESPOSTAS:
10.E 12.A 13.C 14.E 15.A 16.C 17.D 18.A 19.C 20.C
21.D 22.B 23.C 24.D 25.C
UNIDADE 3
26 (FAAP-SP) A Guerra Fria caracterizava uma política
externa que se desenvolveu a partir:
a) da guerra entre muçulmanos e judeus no Oriente Médio.
b) da polarização do mundo em dois grandes blocos po-
lítico–militares, após a Segunda Guerra Mundial.
c) do medo compartilhado pelos aliados vitoriosos na
Segunda Guerra de que regimes totalitários e fascistas
pudessem ressurgir na Europa dizimada.
d) da polarização do mundo em dois grandes blocos
políticos-militares após a Primeira Guerra Mundial.
e) da hegemonia norte-americana, logo após a assinatu-
ra do Tratado de Versalhes (1919).
27 (ENEM) Você está fazendo uma pesquisa sobre a
globalização e lê a seguinte passagem, em um li-
vro: A Sociedade GlobalAs pessoas se alimentam,
se vestem, moram, se comunicam, se divertem,
por meio de bens e serviços mundiais, utilizando
mercadorias produzidas pelo capitalismo mundial,
HIPERCONHECIMENTO 337
Geografia
globalizado.Suponhamos que você vá com seus
amigos comer Big Mac e tomar Coca-Cola no Mc
Donald’s. Em seguida, assiste a um filme de Steven
Spielberg e volta para casa num ônibus de marca
Mercedes.Ao chegar à sua casa, liga seu apare-
lho de TV Philips para ver o videoclipe de Michael
Jackson e, em seguida, deve ouvir um CD do gru-
po Simply Red, gravado pela BMG Ariola Discos
em seu equipamento AIWA.Veja quantas empresas
transnacionais estiveram presentes nesse seu curto
programa de algumas horas. Adap. Praxedes et alli,
1997. O Mercosul. São Paulo, Ed. Ática, 1997.Com
base no texto e em seus conhecimentos de geo-
grafia e História, marque a resposta correta.
a) O capitalismo globalizado está eliminando as particu-
laridades culturais dos povos da Terra.
b) A cultura, transmitida por empresas transnacionais,
tornou-se um fenômeno criador das novas nações.
c) A globalização do capitalismo neutralizou o surgi-
mento de movimentos nacionalistas de forte cunho
cultural e divisionista.
d) O capitalismo globalizado atinge apenas a Europa e a
América do Norte.
e) Empresas transnacionais pertencem a países de uma
mesma cultura.
28 (ESAPP) A partir da crise global que assolou a eco-
nomia mundial capitalista no final da década de
1960 e meados de 1970, o capitalismo vem pas-
sando por um processo chamado de globalização,
que significa:
a) acumulação de capital e flexibilidade da produção.
b) introdução de novas tecnologias, novos métodos de
gerenciamento da produção, aumento considerável
da produção e de empregos.
c) mundialização das relações econômicas e internacio-
nalização da produção.
d) rápida circulação de capitais e flexibilização da produção.
e) ampliação do mercado de trabalho devido à interna-
cionalização da produção.
29 (FGV-SP) O bloco subdesenvolvido dos países la-
tino–americanos industrializados abrange os se-
guintes países, além do Brasil:
a) México, Chile e Uruguai, produtores de minerais para
as indústrias modernas dos países desenvolvidos do
hemisfério norte, dependendo, portanto, dos merca-
dos de consumo externos.
b) México, Argentina e Chile, e o valor das exportações
industriais apresentam percentual superior a 70% do
PIB, demonstrando que as economias dependem
muito das exportações.
c) Argentina e Venezuela, que tiveram a industrialização
apoiada na substituição de importações, após a déca-
da de 1930.
d) México, Argentina e Chile, sendo o valor das exportações
industriais inferior a 10% do PIB, e desse modo, as res-
pectivas economias dependentes do mercado interno.
e) Uruguai, Argentina e Peru, que tiveram a industrializa-
ção apoiada na substituição de importações, após a
crise do petróleo, durante a década de 1970.
30 (UNIRIO) Com o fim da Guerra Fria, a divisão do
mundo em três grupos de países (Capitalistas De-
338 HIPERCONHECIMENTO
senvolvidos, Capitalistas Subdesenvolvidos e So-
cialistas) teve suas bases enfraquecidas, o que deu
origem a uma nova ordem econômica.Podemos
relacionar a essa nova realidade todas as opções
abaixo, exceto uma. Assinale-a.
a) Os polos de poder da “Nova Ordem Mundial” apre-
sentam contornos supranacionais, sendo uma conse-
quência da internacionalização dos fluxos de capitais.
b) Na Europa, a Alemanha unificada funciona como eixo
de ligação entre o leste e o oeste do Continente.
c) As reformas econômicas chinesas representam uma
reorganização radical do espaço do leste asiático.
d) Os “dragões asiáticos” e os países pobres da Ásia Me-
ridional funcionam como áreas de transbordamento
dos capitais japoneses.
e) A nova ordem criou uma situação de estabilidade e
segurança, o que não existia na ordem da Guerra Fria.
31 PUC-SP) O século XX foi marcado por um grande
movimento de populações do campo para as ci-
dades, chamado Êxodo Rural. As consequências
negativas no 3º Mundo foram marcantes. Assinale
a alternativa que não apresenta uma delas.
a) aumento de produção de alimentos, dada a mecaniza-
ção das lavouras.
b) surgimento de favelas, mocambos, cortiços.
c) desemprego, subemprego, dada a fraca capacitação
profissional dos migrantes.
d) aumento da criminalidade, muitas vezes gerada pela
impossibilidade de sobrevivência das pessoas nos gran-
des centros urbanos.
e) macrocefalismo urbano, já que a população cresce
mais rápido que a infraestrutura das cidades.
32 (VUNESP) Na análise econômica dos países, há um
determinado conjunto que exprime o valor total da
produção de bens e serviços de todas as atividades
econômicas. Quando desse conjunto se deduzem
as remessas líquidas para o exterior, assim como os
lucros, os juros e os “royalties”, o valor então obtido
corresponde ao:
a) produto nacional bruto.
b) produto interno bruto.
c) produto nacional per capita.
d) valor da produtor capitalista.
e) valor de integração econômica.
33 No final do século XX, o cenário internacional orga-
niza-se em torno de polos de poder geoeconômicos
principais e secundários, rompendo as tradicionais li-
nhas de antagonismo Leste/Oeste e Norte/Sul. Nesse
contexto, o Brasil...
a) atravessa uma fase de declínio econômico, devido aos
vultosos empréstimos feitos junto ao FMI (Fundo Mone-
tário Internacional).
b) juntamente com outros países da América, como Ar-
gentina, Bolívia e Venezuela forma a ALADI (Associação
Latino-Americana de Desenvolvimento e Intercâmbio),
na tentativa de ampliação de seu mercado internacional.
c) apresenta reduzida importância na América Latina, con-
sequência de sua economia fechada e dificuldade de
integração, fato associado à diferença linguística.
d) associado a outros países do Cone Sul da América, im-
prime uma dinâmica de integração e inserção no novo

panorama da economia mundial, materializada por
meio do Mercosul.
e) não acompanha as mudanças estruturais da economia
mundial, pois possui tecnologias industriais ultrapassadas,
não lhe possibilitando competição no mercado externo.
34 (UNEB-BA) Com base nos conhecimentos sobre
globalização, conclui-se:
a) A polêmica em torno da informatização da produção,
no Brasil, tem sido muito aguerrida, pois a robotiza-
ção, nas grandes empresas, concorre para o desem-
prego de grande massa de trabalhadores.
b) O deslocamento geográfico de unidades produtivas
para novas regiões da periferia do mundo capitalista
tem como causas a abundância de mão de obra quali-
ficada, a existência de matérias-primas de baixo custo e
a fraqueza dos mercados internacionais consumidores.
c) O desenvolvimento da informática tem sido muito
mais rápido nos Estados Unidos, na China, no México
e no Japão, que foram os pioneiros na instalação do
sistema globalizado Internet.
d) O problema da “reserva de mercado” proibiu às indús-
trias estrangeiras a comercialização de seus produtos
no Brasil, por não terem controle de qualidade.
e) O uso da informática tem provocado mudanças nos
padrões de concorrência entre as transnacionais e os
países, contribuindo para a acumulação de riquezas
nos países periféricos.
35 (UFGO) A dinâmica atual das fronteiras políticas entre
os países, o surgimento de novos Estados e a reorga-
nização de antigas nações resultam em novas forma-
ções territoriais e requerem, para sua compreensão, o
domínio de fatos e conceitos, tais como:
a) os chamados mercados supranacionais ou a formação
de blocos econômicos, como a CEE (Comunidade Eco-
nômica Européia), surgiram da nova divisão internacional
do trabalho. (1)
b) a CEI (Comunidade dos Estados Independentes) não
constitui um país, como é o Brasil, uma vez que cada Es-
tado conserva a sua soberania política. (2)
c) o termo nação expressa a estrutura cultural, a etnia, va-
lores morais e religiosos de um povo. (4)
d) um país pode conter várias nações diferentes, como é o
caso da Iugoslávia, Rússia, África do Sul, da mesma for-
ma que uma nação (árabes, bascos, sérvios etc.) pode
estar dividida em vários países. (8)
e) o termo Estado expressa uma entidade político-administrativa,
de limites territoriais bem definidos. (16)
f) as fronteiras entre os países são definidas por fatores de
ordem natural, como o contorno dos rios e cadeias de
montanhas. (32)
Obs.: Some os números correspondentes às alternativas
corretas..
36 (MACK-SP) No mapa da Europa a seguir, assinale a
alternativa que caracteriza a região destacada.
a) O clima é influenciado pelos Alpes, as precipitações são
intensas e responsáveis pela exuberante floresta.
b) O inverno é ameno e úmido, e a seca existe porque
a região é influenciada pelas condições atmosféricas
do Saara.
c) O solo calcário e pedregoso permite a existência de rique-
zas minerais responsáveis pela principal atividade regional.
EXERCÍCIOS
d) Com vegetação degradada, apresenta amplitudes térmi-
cas elevadas que facilitam a excelente produção agrícola.
e) O inverno é longo, frio e seco, e sua vegetação é for-
mada por árvores resinosas que alimentam a indústria
de papel.
37 (FUVEST) Em relação à Europa, podemos afirmar
que:
a) a maior parte de suas terras encon-
tra-se na zona temperada do hemis-
fério Norte.
b) apresenta um litoral pouco recortado
e grande fragmentação política.
c) as planícies dominam o relevo da
região mediterrânea.
d) suas diversas regiões conseguiram um grau de desen-
volvimento homogêneo e avançado.
e) os países da porção noroeste são pouco urbanizados.
38 (MACK-SP) Considerando-se os aspectos gerais da
população europeia é incorreto afirmar que:
a) as terras baixas da Bélgica e da Holanda, com sé-
rios obstáculos naturais, abrigam uma das meno-
res densidades demográficas europeias.
b) é muito irregular a distribuição da população euro-
peia, havendo muita indiferença entre países e regiões
da mesma nação.
c) as áreas interiores da península Escandinava, onde os
invernos são longos e rigorosos, são regiões fraca-
mente povoadas.
d) o vale do rio Reno, devido à grande concentração in-
dustrial na região do Ruhr, apresenta alta concentra-
ção populacional.
e) atualmente a população da Europa apresenta crescimen-
to lento e equilibrado devido à diminuição da natalidade.
39 (PUC-SP) “A colheita de arroz, de trigo e de outros
grãos vem aumentando nos últimos anos, permitin-
do ao país praticamente sua autossuficiência nes-
sa categoria de alimentos. A modernização de sua
agricultura dá absoluta prioridade aos insumos que
proporcionam rendimentos maiores sem reduzir o
número de empregos. A mecanização se faz, antes
de tudo, para tornar mais eficiente o trabalho hu-
mano, introduzindo-se gradualmente instrumentos
mais adiantados na medida em que sejam indispen-
sáveis para o aumento da produtividade agrícola.”A
qual dos países abaixo o texto se refere?
a) China d) União Soviética
b) Israel e) França
c) Estados Unidos
40 (FUVEST) A República Popular da China apresenta-
-se principalmente como um país:
a) agrícola, produzindo por meio das Comunas Populares
e mantendo-se fechado ao comércio internacional.
b) de economia estatal e cooperativa, com algumas zonas
de livre-mercado abertas aos capitais internacionais.
c) economicamente ligado a Taiwan, Cingapura e Co-
reia, compondo os “Tigres da Ásia”.
d) socialista industrializado e dotado de uma agricultura
extensiva mecanizada.
e) de economia pastoril, nas planícies dos grandes rios, e
de agricultura intensiva, nas encostas do Himalaia.
HIPERCONHECIMENTO 339
Geografia
41 (FUVEST) Em relação às características populacio-
nais da República Popular da China, podemos afir-
mar que:
a) as maiores densidades de habitantes ocorrem nas
montanhas e planaltos interiores, devido às inunda-
ções frequentes nas planícies e deltas do leste do país.
b) os indivíduos jovens têm uma alta participação em sua
composição, distribuindo-se a maior parte dos habi-
tantes pela zona rural.
c) a sua população ativa está mais ligada ao setor secun-
dário da economia, após as profundas alterações dos
últimos anos.
d) há uma relativa homogeneidade na distribuição espa-
cial da população, pois o número excessivo de habi-
tantes forçou a ocupação integral do seu território.
e) sua imensa população sobrevive graças ao alto ren-
dimento da tradicional rizicultura, praticada na região
centro-ocidental do país.
42 (FGV-SP) “Após a Segunda Guerra Mundial, este
país conheceu um extraordinário crescimento eco-
nômico, marcando avanços na produção industrial,
na organização de gigantescas empresas transna-
cionais e no crescimento de seu PIB per capita.” O
texto se aplica:
a) aos Países Baixos, país de exíguo território, mas de
grande produtividade agrícola, com ampla participa-
ção do Estado na vida econômica e um ensino supe-
rior obrigatório para toda a população.
b) à Alemanha, de grande riqueza mineralógica, a sua
autossuficiência em petróleo e sua estrutura urbano-
-industrial bastante concentrada em torno de Berlim.
c) ao Japão, que recebeu maciço investimento inicial de
capitais americanos e um custo relativamente baixo
de mão de obra muito produtiva e disciplinada.
d) à Bélgica, que apresentava importante tradição cultural-
-urbana, contingente de sua mão de obra altamente
qualificada e um grande percentual de seu território ocu-
pado para a produção de matérias-primas e alimentos.
e) à França, que embora envolvida na Segunda Guerra
não sofreu invasões em seu território, tendo condi-
ções de se refazer do ponto de vista econômico e de
organizar melhor os serviços e instituições.
43 (MACK-SP) Assinale a alternativa incorreta sobre a
economia do Japão.
a) A modernização agrícola é retratada pela pequena
porcentagem de mão de obra empregada no setor.
b) A escassez de terras agrícolas, provocada pela monta-
nhosidade e pelo alto índice de preservação florestal,
constitui um sério problema.
c) O progressivo aumento do consumo de produtos de ori-
gem animal transformou a pecuária na segunda atividade
agrária, em área ocupada e em valor da produção.
d) Predominam as grandes e médias propriedades, com
mão de obra assalariada e alto nível técnico.
e) A indústria pesqueira, desenvolvida com técnicas so-
fisticadas, garante ao país a primeira posição mundial
no setor.
44 (UCSAL-BA) Entre os países do Extremo Oriente, o
Japão caracteriza-se por:
a) ser altamente industrializado, porém muito depen-
dente de matérias-primas importadas.
340 HIPERCONHECIMENTO
b) apresentar maior produção de arroz que a República
Popular da China, apesar de menos extenso geografi-
camente.
c) possuir uma economia baseada no setor primário.
d) extrair grande quantidade de petróleo de sua platafor-
ma continental.
e) situar-se numa área de passagem entre o Oriente Mé-
dio e o Sudeste Asiático.
45 (UNESP) O gráfico abaixo representa a distribuição
da temperatura e da pluviosidade de Bombaim, Ín-
dia. Assinale a alternativa que indica o tipo climáti-
co característico da área onde se localiza a referida
cidade.
a) Monçônico
b) Semiárido
c) Temperado
d) Mediterrâneo
e) Equatorial
46 (FGV-SP) A Índia, embora tenha grande produção
industrial, ainda é considerada como um país agrí-
cola. Essa classificação pode ser justificada porque:
a) cerca de ¾ da população economicamente ativa ha-
bita na área rural e existe grande número de planta-
ções onde se cultivam, principalmente, amendoim,
cana-de- açúcar e algodão.
b) existe grande número de plantations, onde se cultivam,
principalmente, chá, cana-de-açúcar, algodão e 30%
da população economicamente ativa encontra-se no
setor primário.
c) existe grande número de plantations de algodão e
amendoim e 40% da população economicamente
ativa insere-se no setor primário cultivando arroz em
propriedades de menos de 5 hectares.
d) a Índia, apesar de situar-se na primeira colocação em
termos de população, é autossuficiente na produção
de alimentos tendo, nas últimas décadas, acabado
com sua fome histórica.
e) a Índia possui o maior rebanho bovino do mundo e a
produção de leite e manteiga é bastante importante
na alimentação da população, o que leva à exporta-
ção de matrizes para outras regiões da Ásia.
47 (UFG-GO) Um dos pontos de identidade natural
entre o Brasil e a África é:
a) a existência de extensas planícies sedimentares.
b) a presença de vulcanismo ativo.
c) a intensa orogênese cenozoica.
d) o relevo predominantemente planáltico.
e) as elevadas altitudes.
 EXERCÍCIOS

48 (UFMS) O desenvolvimento agrícola da África Ne-

gra se apresenta sob duas formas principais:
a) pouco mecanizada e diversificada.
b) extensiva e agricultura exportadora.
c) itinerante e de jardinagem.
d) agricultura intensiva e moderna.
e) subsistência e plantations.
a) A Venezuela é uma nação localizada próximo à linha
do Trópico de Capricórnio, cujo principal produto é o
petróleo.
b) A Colômbia tem como produto principal a cocaína e
possui boas reservas de minérios de ferro e manganês.
c) O Chile, nação de clima árido, tem no deserto de Ata-
cama boa produção de cobre.
d) O Equador, nação andina com predomínio de culturas

49 (UNESP) “Essa região faz parte do mundo árabe e,

como ele, possui significativa importância política e
econômica. Nessa região, exploram-se os fosfatos
no Marrocos e na Tunísia. No deserto, exploram-se
jazidas de ferro na Mauritânia e de petróleo e gás na-
tural na Argélia, Líbia e Tunísia. Nessa região, como
nas demais áreas subdesenvolvidas, os contrastes
são uma constante. Enquanto máquinas sofisticadas
extraem, beneficiam e transportam os produtos mi-
nerais, a maioria da população local continua pas-
toreando os seus rebanhos ou praticando a agricul-
tura de subsistência como há centenas de anos.”Esta
descrição assinala características da região:
a) do Oriente Próximo Asiático
b) da África Oriental
c) da África Ocidental
d) do Centro-Oriente Asiático
e) da África do Norte
de banana, tem na cordilheira dos Andes um grande
obstáculo a seu desenvolvimento.
e) A Argentina, nação de clima temperado, tem na ex-
portação de carne e trigo seu suporte econômico.
53 (UFR-RJ) O acordo Norte-Americano de Li-
vre C o mércio (Naf ta) surge para consolidar
um comércio já intenso. O acordo prevê: I – livre
circulação de trabalhadores. II – unificação das
economias dos países envolvidos. III – formação
de uma zona de livre comércio para atração das
empresas num espaço protegido. Das afirmativas
acima, admite-se como verdadeira(s):
a) apenas a afirmativa I.
b) apenas a afirmativa II.
c) apenas a afirmativa III.
d) as afirmativas I e II.
e) as afirmativas II e III.

50 (PUC-PR) Na figura a seguir, as áreas assinaladas re-

presentam a localização de um tipo de vegetação:
a) florestas
54 (UEES) Os contrastes físicos, humanos e econômi-
cos são comuns na Ásia. Assinale a única afirmativa
incorreta.
b) estepes a) No território asiático estão localizados os picos mais
c) savanas elevados com mais de 8.000 metros e depressões
d) desertos com quase 400 metros abaixo do nível do mar.
e) mediterrâneo b) Existem áreas de grande concentração populacional e
imensas regiões praticamente vazias.

51 (FGV-SP) A área demarcada no mapa corresponde

às terras:
a) da cordilheira Andina, onde os
c) Encontram-se países de notável desenvolvimento
econômico e nações entre as mais pobres e atrasadas
do mundo.
incas construíram seu império d) Possuem o rebanho bovino mais numeroso do mun-
e hoje não se tem vestígio al- do, mas que nada contribui para a alimentação em vá-
gum de sua cultura, a não ser rias regiões asiáticas que não se utilizam de sua carne
por meio dos relatos de via- por razões de crença religiosa.
gens dos conquistadores es- e) É a maior das regiões da Terra e abriga uma parcela
panhóis do século XVI. insignificante da população mundial.
b) da cordilheira Andina, onde
os incas construíram o seu império, baseado em uma
sociedade urbana que atingiu dimensão máxima, no
início do século XVI.
55 (UFMG) A respeito da população da China, qual a
afirmativa errada?

c) da Amazônia, onde os astecas construíram suas al-

deias e cidades, deixando construções grandiosas
quase intactas que servem de documentos para se es-
tudar a vida desse povo e hoje, séculos após, servem
de estímulo ao turismo.
d) do Chaco, onde os astecas viveram, mas não deixa-
ram vestígios de sua cultura por terem sido dizimados
pelos espanhóis e ingleses, nos séculos XV e XVI.
e) dos planaltos andinos, onde maias deixaram pirâmi-
des aos egípcios, nas quais enterravam seus mortos
considerados importantes e hoje, cinco séculos após,
servem de estímulo ao turismo. a) A maioria da população chinesa reside no meio rural, fato liga-
do ao estágio em que se encontra a economia do país.

52 (UNAMA) A América do Sul é uma região subde-

senvolvida, com características próximas entre os
países. Qual alternativa apresenta a correta carac-
b) Percentualmente, a taxa de crescimento demográfico
da China é inferior à taxa de crescimento demográfico
da população do Brasil.
terística do país nela assinalado?
HIPERCONHECIMENTO 341
Geografia
c) Apesar da redução da natalidade, a população chinesa
é, ainda, essencialmente jovem.
d) Em virtude de apresentar uma das mais altas densi-
dades demográficas do mundo, o território chinês é
homogeneamente povoado.
e) A maior cidade da China é Xangai, que é, também, o
maior porto e o maior centro industrial do país.
56 (EFOA) O rio representado no mapa é um dos mais
extensos do mundo, com 6.500 km de extensão.
Atravessa áreas pantanosas e desérticas e desem-
boca no mar Mediterrâneo. Nas áreas desérticas
permite a irrigação ao longo de canais e o cultivo de
vários produtos em suas margens. No Egito teve seu
curso regularizado com a construção da Represa
de Assuã, com vistas à geração de energia.Assinale
a alternativa que indica o nome desse rio.
a) Danúbio b) Congo giados palestinos – que surgiu com a criação do Esta-
c) Níger do de Israel.
e) Nilo d) Zambeze
57 (UFMG) Sobre os recursos minerais e energéticos
do continente africano, a afirmação errada é:
a) O minério de ferro extraído do continente africano
tem quase toda a sua produção consumida pelas si-
derúrgicas locais.
b) A África possui importantes jazidas petrolíferas e al-
guns países africanos lá estão exportando o produto.
c) A África contribui com mais da metade da produção
mundial de ouro e essa produção é quase toda prove-
niente da República Sul-Africana.
d) As reservas de carvão mineral do continente africano
estão quase todas localizadas na parte sul e a Repúbli-
ca Sul-Africana é o único país que tem uma produção
significativa.
e) A África dispõe de importantes reservas de gás natural,
localizadas na parte norte, mas a sua produção é ain-
da muito pequena.
58 (UFMG) A China, desde meados dos anos setenta,
tem passado por grandes transformações sociais e
econômicas. Todas as alternativas apresentam ca-
racterísticas da China atual, exceto:
a) A China permanece oficialmente socialista, e o Partido Co-
munista continua a exercer o controle do poder no país.
b) A propriedade do Estado continua marcante apesar da
expansão dos setores cooperativista e privado.
c) Os ramos vitais da indústria, os bancos, as ferrovias,
as telecomunicações e o setor energético conti-
nuam sendo controlados pelo Estado.
d) O setor agrícola permanece intocável e não foi afeta-
do pelas medidas da modernização da economia de
mercado.
e) O sistema econômico continua planificado e centrali-
zado, embora este último aspecto tenda a ser desca-
racterizado.
59 (PUC-RJ) O Oriente Médio tem sido alvo das aten-
ções mundiais nos últimos anos. Dentre os fato-
res que justificam essa atenção, podemos citar:1
– Grande parte do petróleo consumido no mundo
provém dessa área, que exporta quase a totalida-
de de sua produção.2 – A instabilidade política de
muitos países, que resulta, quase sempre, de um
passado de dominação externa ou do neocolonia-
342 HIPERCONHECIMENTO
lismo europeu.3 – Os conflitos que ocorrem nessas
áreas, como o caso recente do conflito entre Irã
e Iraque, que podem ter repercussões extrarregio-
nais.4 – As lutas entre os grupos nômades habitan-
tes dos desertos, que provocam crises econômicas
radicais e mesmo internacionais.Assinale:
a) se somente as afirmativas 1, 2 e 4 estão corretas.
b) se somente as afirmativas 1, 2 e 3 estão corretas.
c) se somente as afirmativas 2, 3 e 4 estão corretas.
d) se somente as afirmativas 1, 3 e 4 estão corretas.
e) se as afirmativas 1, 2, 3 e 4 estão corretas.
60 (OSEC-SP) As guerras entre árabes e judeus que se
verificam no Oriente Médio tiveram como causa
principal:
a) a guerra civil, no Líbano.
b) o problema de uma população sem território, os refu-
c) o fato de que as maiores reservas mundiais de petró-
leo se localizam nos países árabes.
d) um discurso do líder Yasser Arafat, na Assembleia na
ONU.
e) o controle do canal de Suez, por parte do Egito.
61
(UEMT) “A pobreza em recursos naturais, a escas-
sez de terras agrícolas e a forte pressão demográfi-
ca caracterizavam esse país como área totalmente
inviável para o crescimento econômico. No entan-
to, a atitude da sociedade em relação ao desen-
volvimento, a frugalidade da população, o talento
humano e a abertura da economia para o comér-
cio exterior superaram os entraves das condições
cruciais.”O texto melhor se aplica:
a) ao Japão.
b) à Índia.
c) a Israel.
d) à Grã-Bretanha.
e) ao Egito.
62 (UEMT) O desenvolvimento industrial do Japão, a
partir do final da Segunda Grande Guerra, pode ser
justificado:
a) pelo acúmulo de capitais oriundos da agricultura e
pequena indústria.
b) por sua grande produção de matérias-primas.
c) pela oferta de mão de obra qualificada.
d) pela alta potencialidade energética.
e) pelo imediato crescimento do mercado interno.
63 (UNEB-BA) Com base nos conhecimentos sobre os
sistemas agrícolas, pode-se concluir que:
a) o sistema itinerante é utilizado nas regiões onde a
agricultura é capitalizada.
b) a agricultura itinerante é praticada de forma intensiva,
mas a produtividade é muito baixa.
c) a agricultura de jardinagem é amplamente utilizada
no Nordeste, principalmente nas áreas do cultivo da
cana-de-açúcar.
d) a plantation é o sistema agrícola que utiliza grandes
extensões de terra e monocultura.
e) as grandes empresas agrícolas só atuam no Nordeste
e sua característica principal é a utilização de mão de
obra permanente

RESPOSTAS:
26.B 27.A 28.C 29.D 30.E 31.A
32.B 33.D 34.A 35.53 36.B 37.A
38.A 39.A 40.B 41.B 42.C 43.D
44.A 45.A 46.A 47.D 48.E 49.E
50.A 51.B 52.E 53.C 54.E 55.D
56.E 57.A 58.D 59.B 60.B 61.C c) intenso dinamismo econômico nas cidades conside-
62.C 63.D
UNIDADE 4
64 (UFMG) Sobre a população brasileira, podemos
afirmar, exceto:
a) apesar dos contrastes regionais, o Brasil é um dos paí-
ses mais povoados do mundo.
b) o processo de urbanização acelerado após 1960 e
métodos contraceptivos ajudaram no declínio das ta-
xas de natalidade.
c) como a maior parte da população brasileira possui
baixa renda, sua expectativa de vida será também re-
lativamente baixa.
d) a região Nordeste, apesar de ser a segunda mais po-
pulosa, apresenta grandes contrastes na distribuição
espacial da população.
e) o grande número de inativos, como consequência da
composição etária, representa um pesado encargo à
parcela ativa da população brasileira.
65 (SELESSUL) Entre as consequências que o processo
de urbanização trouxe para o Brasil, destaca-se:
a) alta taxa de natalidade.
b) o aumento de áreas verdes urbanas.
c) o aumento do índice de analfabetismo.
d) o aumento da mão de obra especializada.
e) a diminuição da mão de obra no campo.
66 No comércio internacional, a posição do Brasil
como país “subdesenvolvido industrializado” lhe
confere o papel de grande:
a) abastecedor de produtos alimentícios industrializados
do mundo.
b) exportador de matérias-primas beneficiadas como
ferrogusa e alumínio.
c) fornecedor de produtos agrícolas, matérias-primas e
também de produtos industriais.
d) exportador de produtos da indústria de bens de capi-
tal.
e) produtor de matérias-primas de grande valor no mer-
cado.
67 (UEMA) São fatores que colocam o Brasil em situa-
ção privilegiada, se comparado a outros países do
mundo, apesar de enfrentar sérios problemas que
exigem superação imediata:
a) a devastação de nossas florestas.
b) a diversidade das regiões geográficas.
c) a variedade de recursos minerais e hídricos.
d) a diversificação dos produtos de exportação.
e) b e c estão corretas.
EXERCÍCIOS
68 A partir dos anos 30 do século XX, o espaço brasi-
leiro passou por uma fase de reordenação, quando
deixa de ser um país de população predominante-
mente rural. Esse processo de urbanização apre-
senta como uma de suas características:
a) inexistência de excedentes populacionais nas grandes
cidades, as metrópoles.
b) formação de apenas três grandes metrópoles: Rio de
Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
radas centros regionais, impedindo ou dificultando as
migrações para as metrópoles.
d) maior concentração populacional em alguns pontos
do país, em especial as metrópoles, principalmente
onde há concentração industrial.
e) um setor primário hipertrofiado, em que predominam
trabalhadores avulsos e subempregados.
69
A intensificação do processo de ocupação da Ama-
zônia é recente. No contexto dessa ocupação é ex-
pressivo destacar a(s):
a) industrialização, que proporciona absorção de mão de
obra dos recém-chegados à região.
b) ferrovias, que se constituem no mais importante fluxo
para a circulação regional dos produtos.
c) atividade pastoril, que se intensificou com a implanta-
ção de projetos agropastoris, evidenciando a vocação
natural da região para essa atividade.
d) atividade extrativa vegetal racional, surgida com a cria-
ção das chamadas “reservas extrativistas” que proporcio-
naram à região uma mudança em seu perfil econômico.
e) expansão das fronteiras agrícolas: a região, nas últimas
décadas, transformou-se em uma das poucas alterna-
tivas de acesso à terra para o pequeno produtor.
70 (FUVEST) O Brasil ocupa uma área imensa e com
um quadro natural bastante diversificado. Assinale
a alternativa que relacione corretamente alguns de
seus aspectos físicos:
a) Grande parte dos velhos escudos cristalinos brasileiros
integra o planalto Meridional.
b) As regiões sedimentares estão restritas às terras baixas
amazônicas, quentes e úmidas.
c) Há uma faixa larga e contínua de planícies costeiras,
pouco recortadas, na orla atlântica.
d) Os problemas pedológicos explicam a ocorrência da
caatinga na parte oriental do planalto Nordestino.
e) O planalto Central corresponde, dominantemente, ao
clima tropical, com estações secas e úmidas alterna-
das, exibindo vegetação de cerrados.
71 (FUVEST) “José Leonardo e Antônio Vale despediram-
-se – e com eles o sertão desapareceu. Xique-xiques
e mandacarus foram substituídos por uma vegeta-
ção densa e muito verde; nos caminhos escuros os
chocalhos calaram-se; surgiram regatos, cresceram,
transformaram-se em rios e atrasaram a marcha.” (In-
fância, de Graciliano Ramos)O autor descreve uma
viagem realizada no Nordeste Oriental, percorrendo
provavelmente:
a) Caatinga, Agreste, Zona da Mata.
b) Cerrado, Caatinga, Agreste.
c) Agreste, Zona dos Babaçuais, Hiléia Amazônica.
d) Caatinga, Cerrado, Campos Limpos.
e) Campos Limpos, Zona da Mata, Cerrados.
HIPERCONHECIMENTO 343
Geografia
72 (UFSC) Considere os versos de Asa-Branca:
Quando olhei a terra ardendo qual fogueira de
São João,Eu perguntei a Deus do céu, ai! por que
tamanha judiação.Que braseiro! Que fornalha!
Nenhum pé de plantação.Por falta d’água per-
di meu gado, morreu de sede meu alazão.Até
mesmo a asa-branca bateu asas do sertão.Então,
eu disse: Adeus, Rosinha! Guarda contigo meu
coração.Hoje longe, muita léguas, numa triste
solidão,Espero a chuva cair de novo pra eu voltar
pro meu sertão.Quando o verde dos teus olhos se
espalhar na plantação,Eu te asseguro, não chores
não, viu? Eu voltarei pro meu sertão.(Luiz Gonzaga)
Assinale a(s) proposição(ões) verdadeira(s).
a) A letra da canção popular apresentada acima descreve
a vida e o ambiente natural da caatinga nordestina.
b) O cenário descrito pela canção corresponde a uma
área onde a vegetação é higrófila e as chuvas bem dis-
tribuídas durante o ano inteiro.
c) ”Que braseiro! Que fornalha! Nenhum pé de planta-
ção.” são expressões que remetem às características
do clima tropical semiárido.
d) A aridez do terreno e a pobreza do solo explicam a
exuberância da cobertura vegetal descrita nos versos
da canção.
e) Tanto a asa-branca como o sertanejo fogem desse
ambiente devido aos prolongados períodos de seca.
73 (UCSAL-BA) A vegetação do Pantanal é principal-
mente:
a) florestal com presença da mata tropical.
b) formada por arbustos e grama entremeados por
palmeiras.
c) o extremo sul da floresta amazônica.
d) formada por campos gerais e algumas áreas florestais
esparsas.
e) complexa formada por vários tipos de paisagens.
74 (UNB-DF) No Centro-Oeste predominam quais for-
mas de relevo?
a) chapadões
b) planaltos escarpados
c) planícies sedimentares
d) escarpas de planalto e uma baixada sedimentar
e) extensa planície cristalina
76 (UEL-PR) Sobre a área assinalada com o número VI é
correto afirmar-se que apresenta clima:
344 HIPERCONHECIMENTO
a) tropical, domínio de chapadões recobertos por cerrados
e ocupação baseada na policultura extensiva.
b) tropical de altitude, domínio de planaltos recobertos
de araucárias intensamente utilizadas para o extrati-
vismo vegetal.
c) subtropical, domínio das coxilhas recobertas por prada-
rias largamente utilizadas pela pecuária de corte.
d) subtropical, domínio de terras baixas recobertas de ve-
getação de carvão e xisto betuminoso.
e) tropical de altitude, domínio de planaltos desgastados
com “ilhas” de vegetação florestal em meio a estepes e
ocupação baseada em minifúndios
75 (CESGRANRIO) Na Região Nordeste, a diversidade do
quadro natural produziu ocupações diferenciadas. A
região que apresenta a ocupação baseada na subsis-
tência é chamada:
a) Zona da Mata
b) Agreste
c) Sertão
d) Meio Norte
e) Mata dos Cocais
77 (FMTM) Na Zona da Mata nordestina, dois produtos
agrícolas destacam-se como os mais importantes no
cenário agrícola das grandes propriedades, ocupan-
do a maior parte das terras e da mão de obra rural. Tais
produtos são:
a) cana-de-açúcar e fibras vegetais
b) cacau e algodão
c) cana-de-açúcar e melão
d) cana-de-açúcar e cacau
e) cacau e arroz
78 (UEMG) Em todas as alternativas abaixo, a correlação
entre a formação vegetal e o relevo estão corretas,
exceto:
a) Domínio Amazônico – planícies e baixos platôs.
b) Domínio do Cerrado – chapadas.
c) Domínio da Mata de Araucária – planícies.
d) Domínio da Caatinga – chapadas e inselbergs.
e) Domínio das Florestas Tropicais – escarpas e mares de
morros.
79 ' (UCMG) A rota marítima estabelecida entre os portos
de Laguna e Imbituba (Santa Catarina), e Angra dos
Reis e Rio de Janeiro, destaca-se pelo transporte de:
a) carvão mineral.
b) derivados da pecuária.
c) madeira.
d) produtos agrícolas.
e) produtos alimentícios.
80 (UFSC) Considere as afirmações referentes ao siste-
ma ferroviário brasileiro.
I – O atual sistema ferroviário continua sendo obso-
leto.II – A Rede Ferroviária Federal S/A foi criada em
1957 com o objetivo de reorganizar, equipar e me-
lhorar o sistema ferroviário.III – O sistema ferroviário
sempre visou à integração regional.IV – O grande
desenvolvimento ferroviário ocorreu na segunda
metade deste século, com o desenvolvimento da
agricultura cafeeira.São corretas as afirmativas:
 EXERCÍCIOS

a) III e V a) cerrado.
b) I e II b) cocais.
c) I e IV c) caatinga.
d) II e III d) campos sujos.
e) II e IV e) florestas residuais.

81 (UFPA) Observando-se o mapa, podemos afirmar que:

85 (UNEB-BA) Os conhecimentos sobre climas do Brasil
permitem afirmar:

a) a capital de Roraima, assinalado no mapa com A, é

Boa Vista, enquanto a capital do E é Rio Branco.
b) os estados E, C e D são atravessados pela linha do Equador.
c) o maior estado brasileiro é o Amazonas, identificado no
mapa por D.
d) são estados interioranos na Região Norte A, C, E e F.
e) o ponto extremo norte do Brasil é a Serra do Caburaí, a) I corresponde ao clima equatorial, com chuvas con-
situada no Território de Roraima, enquanto o extremo centradas no inverno, temperaturas elevadas e esta-
oeste é a Serra de Contamana, no Estado do Amazo- ções definidas.
nas, identificado com C, no mapa. b) II corresponde ao clima semiárido, com distribuição
irregular de chuvas, elevadas temperaturas e apresenta

82 (UEMT) De acordo com informação contida no texto

I, pode-se afirmar que, a curto prazo:
a) o clima do sertão baiano sofrerá modificações.
b) a área agrícola irrigada no Nordeste será bastante am-
pliada.
c) a vegetação da caatinga desaparecerá, pelo menos na
Bahia.
d) a caatinga será substituída por formação vegetal mais
rica em espécies.
a maior amplitude térmica do Brasil.
c) III evidencia o clima tropical, com chuvas bem distri-
buídas durante o ano e pequenas amplitudes térmicas.
d) IV caracteriza o clima subtropical, com chuvas bem
distribuídas e estações mais definidas.
e) V corresponde ao clima tropical úmido, com verões
amenos e baixas temperaturas, possuindo o mais alto
índice pluviométrico do país.

83 (UEMT) Como consequência das informações contidas

nos textos I e II, barqueiros, industriais e cerca de 5 mil
pessoas que trabalham, direta ou indiretamente, ligadas
à navegação do médio São Francisco, estão vivendo
momentos de grande expectativa que se refletem num:
a) otimismo, provavelmente porque as águas do imenso
lago porão fim aos frequentes encalhamentos das barcas
que atualmente navegam as águas rasas.
b) otimismo, provavelmente porque o percurso navegável
será aumentado, proporcionando comércio mais amplo.
c) pessimismo, provavelmente porque, navegando com
água até quase o convés, as barcas estariam impedi-
das de cruzarem águas agitadas.
d) pessimismo, provavelmente porque o percurso nave-
gável será diminuído, impedindo o comércio em im-
portante trecho do norte de Minas Gerais.
e) pessimismo, provavelmente porque o transporte flu-
vial entre Pirapora e Juazeiro será impossível para
qualquer tipo de barco ou navio.
86 (UNEB-BA) Sobre o desenvolvimento industrial bra-
sileiro, pode-se afirmar que:
a) todas as regiões brasileiras possuíam iguais condi-
ções econômicas e de infraestrutura que possibili-
tariam a industrialização, porém, por decisão apenas
política, ela concentrou-se naregião Sudeste.
b) as indústrias de bens de consumo duráveis, sobretudo
a automobilística, tiveram como marco inicial a déca-
da de 1950.
c) a entrada do capital estrangeiro na economia indus-
trial possibilitou uma melhor distribuição de renda à
população.
d) com o chamado “milagre brasileiro”, ocorrido na dé-
cada de 1970, ficou constatado um grande desenvol-
vimento alcançado pela população do país.
e) a industrialização do país fez diminuir as diferenças
regionais.
RESPOSTAS:

84 (UNIFOR-CE) “No Nordeste, esta vegetação ocupa

parte dos Estados do Maranhão, Piauí e Bahia e está
relacionada com a predominância de um clima tro-
64.A
70.A
65.E
71.D
66.A
72.C
67.C
73.D
68.C
74.C
69.E
75.A
pical com uma estação chuvosa e outra seca, fato 76.C 77.D 78.C 79.D 80.B 81.A
que propicia o aparecimento de vegetais de raízes 82.D 83.B 84.B 85.D 86.B
profundas e folhas pequenas recobertas de cera.”O
texto refere-se à vegetação de:
HIPERCONHECIMENTO 345