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10 REDAÇÕES

MODELO ENEM 2017


SOBRE TEMAS
DIVERSOS
Tenho certeza de que as redações deste material vão servir de inspiração para os seus próximos
textos. Entenda cada uma delas não como modelo de perfeição, mas como textos que
conseguiram cumprir razoavelmente aquilo que foi proposto.

Imprima este material e estude redação (sim, redação se estuda!)

Vai dar certo!

Ah, os temas que embasaram os textos a seguir são estes:

1. O PROBLEMA DA AUTOMEDICAÇÃO ENTRE OS BRASILEIROS


2. COMO INCENTIVAR A DOAÇÃO DE ÓRGÃOS NO BRASIL?
3. HÁBITOS ALIMENTARES DOS INDIVÍDUOS EM QUESTÃO NO BRASIL
4. COMO MELHORAR O DESLOCAMENTO DE INDIVÍDUOS NO MEIO URBANO?
5. O DESAFIO DA INCLUSÃO ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO BRASIL
CONTEMPORÂNEO.
6. TEMA – A DISTRIBUIÇÃO AGRÁRIA NO BRASIL DO SÉCULO XXI
7. O PROBLEMA DA VIOLÊNCIA URBANA NO BRASIL
8. A IMPORTÂNCIA DO RESPEITO AOS ANIMAIS
9. A IMPORTÂNCIA DO RESPEITO À DIVERSIDADE DE GÊNERO NO BRASIL
10. OS DESAFIOS DA CIÊNCIA BRASILEIRA NO SÉCULO XXI
O PROBLEMA DA AUTOMEDICAÇÃO ENTRE OS BRASILEIROS

Cinco de maio

A Constituição Federal de 1988 — norma de maior hierarquia no sistema jurídico


brasileiro — assegura a todos a saúde e o bem-estar. Entretanto, o aumento dos casos de
consumo de remédios sem a orientação médica demonstra que os indivíduos ainda não
experimentam esse direito na prática. Com efeito, não é razoável que a prática da
automedicação seja colocada em prioridade nos tratamentos de doenças.

Em primeiro plano, a automedicação evidencia a ineficiência do sistema público de


saúde no país. A esse respeito, o sociólogo Zygmunt Bauman afirma em ―Modernidade Líquida‖,
que algumas instituições — dentre elas, o Estado — perderam sua função social, mas
conservaram sua forma a qualquer custo e se configuram ―instituições zumbis‖. Essa metáfora foi
proposta por Bauman e serve para mostrar que algumas instituições públicas — a exemplo do
SUS — são incapazes de desempenhar seu papel social e acabam por delegar à população a
solução de problemas. Assim, a fragilidade do Sistema Único de Saúde é uma das causas para a
cultura de automedicação, que se mostra grave problema na contemporaneidade.

De outra parte, a administração irrestrita de medicação pode favorecer o surgimento das


chamadas superbactérias. Nesse contexto, a presença de antibióticos em dose inadequada e
sem orientação médica permite a replicação dos genes na estrutura dos vírus, e, de acordo com
as orientações neodarwinistas, são capazes de selecionar a bactéria mais resistente e dificultar o
tratamento da doença. Tal processo ocorreu com a bactéria KPC, que passou pelo processo de
seleção natural e hoje se mostra um dos mais graves patógenos presentes no ambiente
hospitalar. No entanto, enquanto a automedicação se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver
com um dos mais graves problemas para a saúde dos indivíduos: as superbactérias.

Urge, portanto, que o direito à saúde e ao bem-estar seja, de fato, assegurado na


prática, como prevê a Constituição Federal de 1988. Nesse sentido, a Agência Nacional de
Saúde Suplementar deve, por meio das mídias televisivas e das mídias sociais, veicular
conteúdos capazes de valorizar o data comemorativa do uso racional de medicamentos — cinco
de maio — e mostrar as consequências nocivas da automedicação, como a seleção natural de
superbactérias, visando a motivar a sociedade civil a repudiar a administração autônoma de
remédios. Essa iniciativa da ANS é importante porque problematizaria a ineficiência do SUS e
colaboraria para que houvesse, no Brasil, o incentivo à medicação saudável.
COMO INCENTIVAR A DOAÇÃO DE ÓRGÃOS NO BRASIL?

Conquista negligenciada

No dia 13 de dezembro de 1954, na cidade de Boston, o médico Joseph Eduard Murray realizou
o primeiro transplante vital bem-sucedido e deu início aos atuais processos de doação dos
órgãos — capazes de salvar diversas vidas. Entretanto, o baixo incentivo à cultura de
transplantes no Brasil impossibilita os brasileiros de usufruírem a conquista de Murray na pratica.
É paradoxal, portanto que, mesmo diante da ampla necessidade de transplante viscerais, Estado
e sociedade civil não se mobilizem para dar eficácia ao êxito.

Em primeiro plano, a prosperidade da doação de órgãos encontra obstáculo em uma sociedade


individualista. A esse respeito, filósofo Adam Smith afirmava, em linhas gerais, que as ambições
individuais levam a sociedade ao progresso e orientava que o individuo abrisse mão da
benevolência a fim de que se conquistasse a evolução nacional. No entanto, a ideologia
liberalista de Adam Smith não deve ser aplicada à doação de órgãos, sob pena de prejuízos a
toda a população.

De outra parte, é necessário que o poder público modifique sua estratégia na orientação da
população a respeito dos alotransplantes — aqueles realizado entre indivíduos da mesma
espécie, porém geneticamente diferentes. Nesse contexto, no ano de 1991, foi promulgada uma
lei que obrigava a doação de órgãos de todos os brasileiros em caso de morte encefálica,
excetuando quem fosse munido de um requisito de recusa do procedimento. Porém, tal medida
não gerou os efeitos esperados e resultou em revolta sócia, de modo que, enquanto a ineficácia
do Estado ainda persistir, o Brasil será obrigado a conviver diariamente com um dos mais graves
problemas para o SUS: a fila de espera.

Urge, portanto, que as vitórias de Joseph Edward Murray sejam, de fato, aplicadas no Brasil.
Nesse sentido, o Ministério da Saúde, por meio de ficções engajadas na mídia televisiva,
sobretudo nos intervalos comerciais em horário nobre, deve incentivar as famílias a aceitarem a
doação dos órgãos daqueles que têm declarada a morte encefálica veicular, a fim de atingir um
maior nível de conhecimento e interesse por parte da sociedade. Essa iniciativa seria importante
porque colaboraria para reduzir o tempo de espera na fila de transplanto e contribuiria para que o
feito de Murray deixe de ser uma conquista negligenciada.
HÁBITOS ALIMENTARES DOS INDIVÍDUOS EM QUESTÃO NO BRASIL

Alimentação nociva

A Constituição Federal de 1988 — norma de maior hierarquia no sistema jurídico


brasileiro — assegura a todos o direito à saúde. Entretanto, a cultura de má alimentação impede
que os brasileiros experimentem esse direito na prática, o que se mostra um problema social a
ser modificado, sob pena de graves prejuízos ao organismo.

Em primeiro plano, o apelo midiático exerce influência histórica na construção de um


cardápio pouco saudável. A esse respeito, os sociólogos alemães Theodor Adorno e Max
Horkheimer propuseram, no século XVII, o conceito de Indústria Cultural, segundo o qual há
tentativa midiática de padronizar os comportamentos da população e facilitar o consumo. Nesse
contexto, as grandes empresas de comida industrializada uniformizam propagandas, sabores e
produtos, a fim de impor à sociedade o modelo invariável de ―fast-foods‖. No entanto, não é
razoável que a imposição publicitária persista em incentivar hábitos alimentares inapropriados
para manutenção da saúde dos indivíduos em um Estado Democrático de Direito.

De outra parte, o incentivo aos "fast-foods" compromete a construção de um consumo


alimentar saudável. Nesse contexto, para fomentar tal estratégia de mercado, é preferível às
indústrias alimentícias a produção de alimentos ricos em gorduras hidrogenadas, capazes de
aumentar o sabor e a durabilidade de seus produtos. No entanto, a utilização dessas gorduras
aumenta a concentração da lipoproteína de baixa densidade — popularmente conhecida como
colesterol ruim —, cuja atuação favorece a ocorrência de placas de ateroma e contribui para
doenças como a aterosclerose e até o infarto do miocárdio. Todavia, enquanto o incentivo à
comida industrializada se mantiver, o brasileiro será obrigado a conviver diariamente com um dos
principais problemas na contemporaneidade: a saúde fragilizada.

Urge, portanto, o direito à saúde seja, de fato, assegurado na prática, como prevê a
Constituição Federal de 1988. Nesse sentido, a sociedade civil organizada deve, por meio de
debates nas mídias televisivas e nas mídias sociais, repudiar o incentivo publicitário ao consumo
alimentar pouco saudável, a fim de criticar a padronização imposta pela Indústria Cultural alemã.
Essa iniciativa cidadã é importante porque pressionaria a indústria alimentícia a minimizar o uso
de gorduras hidrogenadas nos produtos de consumo diário e colaboraria para desconstruir, no
Brasil, a alimentação nociva.
COMO MELHORAR O DESLOCAMENTO DE INDIVÍDUOS NO MEIO URBANO?

Mobilidade ineficiente
A Declaração Universal dos Direitos Humanos – promulgada em 1948 pelo ONU –
assegura a todos os indivíduos o direito à locomoção no território nacional. Entretanto, no Brasil,
a gestão ineficiente de mobilidade urbana impede que os cidadãos brasileiros experimentem
desse direito internacional. Com efeito, não é razoável que o país que busca se tornar Estado
desenvolvido permaneça indiferente aos deslocamentos nas cidades.

Em primeiro plano, é necessário repensar o investimento histórico em estratégias


incapazes de suprir a demanda. A esse respeito, o ex-presidente Juscelino Kubitschek, cuja
gestão data de 1956 a 1961, preferiu investir no moral rodoviarista e motivou a população
adquirir veículos, sem os quais seria impossível o deslocamento nas cidades. Ocorre que o
modelo econômico automobilístico proposto por JK promoveu – e ainda promove – a
desigualdade social, na medida em que atende apenas a minoria detentora do poder econômico.
Entretanto, é paradoxal que, mesmo no Estado Democrático de Direito, o poder público seja
indiferente à mobilidade inclusiva.

De outra parte, há de se desconstruir o culto ao carro, que se mostra nocivo à saúde da


sociedade. Nesse contexto, o grande contingente de automóveis nos congestionamentos é
resultado da influência midiática pautada no individualismo, cuja consequência é a emissão de
gases poluentes. O dióxido de carbono (CO 2), o dióxido de enxofre (SO2) e o monóxido de
carbono (CO) são substâncias advindas da combustão de gasolina e diesel, capaz de trazer
impactos irreversíveis à cidade – ilhas de calor – e ao planeta – efeito estufa.Todavia, enquanto o
Estado a o culto ao carro se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver diariamente com um dos
mais graves problemas para as cidades: o trânsito poluente.

Urge, portanto, que o direito ao transporte seja, de fato, assegurado na prática, como
prevê a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Nesse sentido, a Agência Nacional de
Transportes Terrestres, por meio de contratos administrativos firmados com as empresas de
transportes públicos, deve estabelecer a renovação periódica da frota poluente e impedir que
circulem nas ruas ônibus antigos, visando a desestimular o culto ao carro nas cidades. Essa
iniciativa da ANTT é importante porque reduziria a emissão de gases poluentes na atmosfera e
colaboraria para que fosse desconstruída, no Brasil, a mobilidade ineficiente.
O DESAFIO DA INCLUSÃO ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO BRASIL
CONTEMPORÂNEO.

Dignidade fragilizada

A Declaração Universal dos Direitos Humanos – promulgada em 1948 pela ONU –


assegura a todos o tratamento igualitário. Entretanto, os frequentes casos de desrespeito às
pessoas com deficiência impedem que parcela dos brasileiros experimentem esse direito
internacional na prática. Com efeito, não é razoável que, mesmo na vigência do Estado
Democrático de Direito, o país seja incapaz de usufruir de uma sociedade inclusiva.

Em primeiro plano, ainda persiste a cultura de preconceito às pessoas com deficiência. A


esse respeito, até meados do século XX, era comum que a família internasse definitivamente as
crianças deficientes em clínicas de isolamento, e, inclusive, havia comerciais na televisão que
fomentavam a internação vitalícia, considerada benéfica ao ―demente‖ – expressão freqüente
naquele momento. Ocorre que esse tratamento discriminatório permanece enraizado na
sociedade e se manifesta por meio de atitudes e linguagem preconceituosas e, até mesmo, pela
indiferença às pessoas com deficiência, que, segundo o IBGE, representam 25% da população
brasileira. Todavia, é paradoxal que a sociedade civil seja incapaz de conviver com diferenças
tão comuns, mesmo na pós-modernidade.

De outra parte, o Estado busca oferecer a integração, mas é incipiente no trabalho de


inclusão aos deficientes. Nesse contexto, o Estatuto da Pessoa com Deficiência deixa implícito
que o simples fato de agregar uma criança com Síndrome de Down ao contexto escolar não
assegura o pleno desenvolvimento cognitivo, de modo que, além do acesso físico – a integração
--, é necessária a acessibilidade atitudinal – a inclusão. No entanto, enquanto o preconceito aos
deficientes se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas
para essa parcela da população: a dignidade fragilizada.

Urge, portanto, que o direito à igualdade seja, de fato, assegurado na prática, como
prevê a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Nesse sentido, o Ministério Público Federal,
por meio de ações judiciais contra ilegalidade e desrespeito ao Estatuto da Pessoa com
Deficiência, deve denunciar ao Poder Judiciário os casos de exclusão àqueles que possuem
limitações físicas ou cognitivas, visando a desestimular a manutenção do preconceito a essa
minoria social. A iniciativa do MPF é importante porque essa entidade tem a função
constitucional de garantir o Estado Democrático de Direito e assegurar que as pessoas com
deficiência deixem de ter, no Brasil, a sua dignidade fragilizada.
TEMA – A DISTRIBUIÇÃO AGRÁRIA NO BRASIL DO SÉCULO XXI

Coronéis contemporâneos

A República Federativa do Brasil constitui-se Estado Democrático de Direito e tem como


objetivo fundamental a redução das desigualdades sociais. Entretanto, a extrema desigualdade
na distribuição agrária no Brasil do século XXI põe em risco a aplicabilidade plena desse
princípio. Todavia, é paradoxal que o poder público permaneça indiferente à fragilização dos
direitos da sociedade civil.

Em primeiro plano, a concentração fundiária é um problema histórico que continua


produzindo efeitos na contemporaneidade. A esse respeito, o período da República Oligárquica
foi marcado pela concentração do poder na figura dos grandes proprietários de terra, que
exploravam os trabalhadores por intermédio da propriedade — prática conhecida como
coronelismo. Inclusive, embora date de séculos anteriores, esse período da história provoca
reflexos negativos na contemporaneidade, visto que as relações sociais no campo ainda
permanecem sob controle dos ―coronéis‖ contemporâneos. No entanto, não é razoável que o
Estado seja incapaz de mitigar essa desigualdade histórica que afeta toda a população brasileira.

De outra parte, significativa parcela do Poder Legislativo é composta por


agroempresários, o que impossibilita a eficácia na distribuição igualitária de terras. Nesse
contexto, a discussão em torno da reforma agrária passou a integrar a esfera legislativa com o
Estatuto da Terra, de 1964 — ainda em vigor. Contudo, a reforma agrária é negligenciada pelo
Congresso, que persiste em adiar a aprovação do projeto de lei. Porém, é contraditório que,
mesmo na vigência do Estado Democrático de Direito, o coronelismo persista em subjugar a
vontade daquele que detém o poder: o povo brasileiro.

Urge, portanto, que a desigualdade na distribuição agrária deixe de ser a realidade na


República Federativa do Brasil. Nesse sentido, a sociedade civil organizada, por meio de
denúncias nas mídias sociais, deve listar os nomes dos parlamentares cuja postura seja contrária
— ou omissa — à redistribuição igualitária de terras, visando a expor a conduta dos deputados e
senadores que vão de encontro aos interesses coletivos. Com isso, haveria demonstração de
engajamento social a favor da reforma e repercutiria positivamente, porque mostraria ao
Congresso que não são mais aceitos, no Brasil, os coronéis contemporâneos.
O PROBLEMA DA VIOLÊNCIA URBANA NO BRASIL

Guerra não oficial

A Declaração Universal dos Direitos Humanos — promulgada em 1948 pela ONU —


assegura a todos os indivíduos o direito à paz e ao bem-estar social. Entretanto, os frequentes
casos de violência urbana no Brasil impedem que os brasileiros experimentem esse direito
internacional na prática. Com efeito, não é razoável que a falta de segurança pública e a
violência ainda sejam tão comuns no país que pretende alcançar a posição de Estado
desenvolvido.

Em primeiro plano, os níveis de violência no Brasil fogem à normalidade esperada por


sociedades civis. A esse respeito, a Organização das Nações Unidas, em 2015, comparou o
número de mortes violentas intencionais do Brasil com a Síria e chegou à conclusão de que as
aproximadas 250 mil mortes em 5 anos de guerra no Oriente Médio foram superadas pelas 280
mil mortes de brasileiros, no mesmo período de 5 anos. Nesse sentido, o Brasil, mesmo em
tempos de paz, é mais violento do que uma nação em intenso conflito armado, o que deixa
implícito que o Estado Democrático experimenta uma guerra não oficial, cujos números são tão
— ou mais — cruéis do que os da Síria.

De outra parte, persiste no Brasil a cultura de violência, incentivada diariamente pelo


próprio Estado. Nesse sentido, em 1966, o então presidente Castelo Branco instituiu os autos de
resistência, que são documentos capazes de justificar as mortes cometidas pelos policiais
militares. A motivação desses autos era justificar execuções extra-judiciais a indivíduos que se
opunham à ditadura e evitar a punição às autoridades. Ocorre que a impunidade iniciada em 66
ainda produz efeitos e reflete nos excessos cometidos pela PM brasileira. Porém, enquanto a
polícia permanecer amparada pelos autos de resistência, a sociedade será obrigada a viver
diariamente com um dos mais graves problemas do Estado Democrático de Direito: a sensação
de insegurança.

Urge, portanto, que o direito à paz e ao bem-estar social sejam, de fato, assegurados na
prática, como prevê a Declaracação Universal dos Direitos Humanos. Nesse sentido, o Ministério
Público Federal deve propor o fim dos autos de resistência e fiscalizar a atividade policial, por
meio de ações judiciais contra ilegalidade e abuso de poder da PM. Essa iniciativa teria a
finalidade de reduzir a sensação de insegurança nas cidades e minimizar os número de mortes
violentas intencionais. Inclusive, a fiscalizaçao do MPF é importante porque esse órgão tem a
função constitucional de garantir o Estado Democrático de Direito e evitar que se perpetue, no
Brasil, a guerra não oficial.
A IMPORTÂNCIA DO RESPEITO AOS ANIMAIS

Direito fragilizado

A Declaração Universal dos Direitos dos Animais – promulgada em 1978 pela ONU –
assegura às espécies domésticas e silvestres o tratamento com dignidade e respeito. Entretanto,
os frequentes casos de exploração impedem que lhes sejam assegurados esses direitos na
prática. Com efeito, não é razoável que, mesmo a sociedade civil brasileira persista em negar
direitos civis aos animais.

Em primeiro plano, os maus tratos aos animais vão de encontro à legislação nacional e
internacional. A esse respeito, em 1961, o então presidente Jânio Quadros promulgou a lei que
proíbe expressamente o desenvolvimento de competições baseadas na mutilação e na morte de
galos, cachorros, pássaros — conhecidas como rinhas. Entretanto, mesmo após a vigência da lei
de Jânio, ainda existem no país locais que utilizam animais para a diversão humana e os
submetem a condições degradantes, o que deve ser desconstruído sob pena de prejuízos para a
sociedade e a biodiversidade.

De outra parte, o desrespeito aos animais pode colocar em risco o equilíbrio ambiental.
Nesse contexto, a Arara Azul — conhecida espécie em extinção — alimenta-se das sementes
da árvore Manduvi e faz seus ninhos na cavidade do tronco dessa planta, cuja existência é
importante à biodiversidade do Pantanal. Ocorre que a retirada da Arara Azul do habitat natural
coloca em risco a perpetuação da própria ave, bem como interfere na dispersão das sementes
da Manduvi, o que é capaz de modificar negativamente a dinâmica das espécies. Todavia,
enquanto a exploração a animais se mantiver, o Brasil estará impossibilitado de experimentar um
dos direitos mais importantes assegurados pelo artigo 225 da Carta Magna: o equilíbrio
ambiental.

Urge, portanto, que o respeito aos animais seja, de fato, assegurado na prática, como
prevê a Declaração Universal de 1978. Nesse sentido, a ONG WWF-Brasil, por meio de
campanhas na mídia televisiva e na internet, deve veicular breves documentários capazes de
mostrar aos indivíduos os prejuízos advindos da exploração às espécies silvestres, bem como
repudiar os maus tratos aos animais domésticos, com a finalidade de orientar a sociedade civil a
colocar em prática os direitos propostos pela ONU. Essa iniciativa da WWF-Brasil é importante,
porque problematizaria a função de entretenimento dos animais, aumentaria sua valorização e
colaboraria para que o respeito às espécies deixasse de ser, no Brasil, um direito fragilizado.
A IMPORTÂNCIA DO RESPEITO À DIVERSIDADE DE GÊNERO NO BRASIL

Diversidade fragilizada

A República Federativa do Brasil constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem


como objetivo fundamental construir uma sociedade livre, justa e solidária. Entretanto, os
freqüentes casos de desrespeito à diversidade de gênero impede que parcela dos brasileiros
experimente, na prática, a justiça, a liberdade e a solidariedade. Essa postura preconceituosa
fragiliza a dignidade humana dos afetados e possui origens históricas.

Em primeiro plano, a homofobia fragiliza o direito à dignidade humana daqueles que


fogem à dicotomia de gênero – homem ou mulher. Nesse contexto, há ineficiência do Código
Penal brasileiro na classificação do crime de homofobia, que, inclusive, até 2012, era
categorizado como simples agressão. Aliás, quando são vítimas de violência, travestis,
transgêneros, ―drag queens‖ sentem-se oprimidas pelos próprios agentes policiais, o que impede
o prosseguimento das denúncias. Com efeito, a criação do Disque 100 (Disque Direitos
Humanos) não têm sido suficiente para assegurar às minorias de gênero a verdadeira garantia
ao direito à dignidade humana, previsto no artigo 5º da Carta Magna.

De outra parte, o preconceito à liberdade de gênero evidencia a manutenção da cultura


machista da sociedade. A esse respeito, em 1916, foi promulgado o primeiro Código Civil
brasileiro, que colocava a figura masculina em posição de superioridade. Esse machismo
institucionalizado ainda persiste como uma das principais causas para a intolerância de gênero
no Brasil e motiva atos de homofobia, praticados sobretudo por homens, segundo pesquisa do
IBGE em 2015. Inclusive, a violência de gênero é mais praticada por homens justamente porque
há legitimação cultural – e estatal – para a superioridade masculina. Entretanto, enquanto o
generocentrismo se mantiver, a sociedade brasileira será obrigada a conviver diariamente com
um dos piores problemas para a contemporaneidade: a homofobia.

Urge, portanto, que a construção de uma sociedade livre, justa e solidária seja, de fato,
assegurada na prática, como prevê a Constituição Federal de 1988. Nesse sentido, o Ministério
Público Federal, por meio de ações judiciais avaliadas pelo Poder Judiciário com prioridade, deve
denunciar os casos de agressões motivadas por questões de gênero, visando a desestimular
futuros casos de preconceito, advindos inclusive dos próprios agentes de segurança. A iniciativa
do MPF é importante porque essa entidade tem a função constitucional de garantir o Estado
Democrático de Direito e evitar que se perpetue, no Brasil, a diversidade fragilizada.
OS DESAFIOS DA CIÊNCIA BRASILEIRA NO SÉCULO XXI

Ciência negligenciada

A Constituição Federal de 1988 — norma de maior hierarquia no sistema jurídico brasileiro —


assegura a todos o desenvolvimento nacional. Entretanto, o escasso investimento em ciência e
tecnologia impede que os indivíduos experimentem esse direito na prática. Com efeito, não é
razoável que o Brasil busque ser considerado Estado desenvolvido, mas seja negligente com o
progresso tecnológico.

Em primeiro plano, o baixo fomento à pesquisa dificulta os estudos na área da saúde. A esse
respeito, os laboratórios de biomedicina são responsáveis por atenuar os vírus a fim de
desenvolver vacinas. Esse processo consiste em introduzir no organismo partículas virais com
baixo potencial patogênico, de modo que o sistema imunológico produza células de memória —
linfócitos T — que potencializam a resposta do antígeno. No entanto, o funcionamento deficitário
dos laboratórios, em virtude do investimento reduzido, não permite a pesquisa necessária para o
desenvolvimento satisfatório de vacinas, o que se mostra grave problema para o país.

De outra parte, não há suporte para manter os pesquisadores no Brasil. Nesse contexto,
cientistas formados em instituições brasileiras decidem emigrar para países desenvolvidos, a fim
de buscar melhores condições para pesquisas importantes, a exemplo da genotipagem. Esse
processo consiste no mapeamento genético de patógenos pouco conhecidos e demanda altos
investimentos – escassos no Brasil. Todavia, enquanto o baixo fomento aos cientistas se
mantiver, o país será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas para a ciência: o
êxodo científico.

Urge, portanto, que o direito ao desenvolvimento nacional seja, de fato, garantido, como
prevê a Constituição Federal de 1988. Nesse sentido, a Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior, por meio da concessão de bolsas, auxílios e proventos, deve investir
pesquisa e fornecer equipamentos aos laboratórios periodicamente, visando a garantir a
remuneração dos pesquisadores, a fim de evitar o êxodo científico. A iniciativa da CAPES é
importante para desenvolver o progresso científico e evitar que se perpetue, no Brasil, a ciência
negligenciada.

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