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Resenha.

ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. 10 São Paulo: ÁTICA, 1984.

"Memórias Póstumas de Brás Cubas", obra-prima de Machado de Assis, mergulha o leitor em


uma narrativa irônica e provocativa. Publicado em 1881, o romance é um marco na literatura
brasileira, narrado pelo próprio defunto Brás Cubas. A estrutura inovadora, com capítulos
curtos e uma linguagem direta, cativa o leitor desde o início.

A trama desvela a vida de Brás Cubas após sua morte, permitindo que ele conte sua história de
forma desapaixonada e crítica. O protagonista, herdeiro de uma elite carioca, revela sua
trajetória marcada por superficialidades, amores frustrados e uma visão cética da sociedade.
Machado de Assis utiliza o humor ácido para explorar as contradições humanas, desafiando
convenções literárias da época.

A narrativa transcende o tempo, abordando questões existenciais, morais e sociais. A crítica à


hipocrisia da elite, a reflexão sobre a finitude da vida e a desconstrução dos padrões
românticos são elementos que destacam a genialidade de Machado. A intertextualidade e o
diálogo direto com o leitor conferem uma dimensão única à obra, aproximando-a de um
experimento literário que desafia as expectativas.

A presença de personagens como Virgília e Quincas Borba, este último protagonista de outra
obra machadiana, contribui para a riqueza do universo do autor. A estrutura fragmentada das
memórias permite uma análise profunda das complexidades humanas, oferecendo uma visão
cáustica da sociedade brasileira da época.

Em suma, "Memórias Póstumas de Brás Cubas" é uma obra que transcende sua temporalidade,
permanecendo relevante e provocativa. Machado de Assis, com maestria, questiona valores e
expõe a fragilidade da condição humana, proporcionando ao leitor uma experiência literária
enriquecedora e atemporal.

Professor: Átila Monteiro

Aluna: Lívia Lorenna Ferreira de Lima

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