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SÍNTESE
faz
A – Vê como se
Após a leitura do texto apresentado, elabora uma síntese, seguindo os seguintes passos:
• leitura do texto-base;
• reflexão a partir do texto-base;
• verificação da extensão do texto-base;
• redação da síntese, tendo em conta as características de género.
O QUE DEVES
➔ Lê a instrução.
FAZER?
➔ Destaca o género textual solicitado (síntese).
➔ Atenta no número de palavras do texto-base.
➔ Relembra as características de género textual.
➔ Planifica o teu texto de acordo com o género textual solicitado.
➔ Elabora o texto de acordo com o limite de palavras adequado a uma síntese do texto-
-base apresentado.
➔ Revê o teu texto:
• verifica a estrutura do texto;
• insere conectores;
• evita repetições;
• adequa o vocabulário;
• corrige a pontuação.
SÍNTESE
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PROPOSTA DE Texto-base Síntese
RESOLUÇÃO
B – Agora faz tu
Redige uma síntese (45 a 50 palavras) do texto apresentado que pudesse constituir a contracapa de uma
antologia de poesia.
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senhora; o louvor incansável das perfeições que a distinguem de todas as outras são alguns
dos principais motivos que podemos diretamente filiar na poesia provençal e que reapare-
cem com insistência na nossa cantiga de amor. (…)
Na cansó de amor provençal, o sentimento dominante é o júbilo de amor, uma espécie de
êxtase da alma e dos sentidos que transporta o poeta ao cantar a sua amada, mesmo quando
tudo é adverso à realização do amor. (…). Na cantiga de amor galego-portuguesa esta lumi-
nosidade radiosa apagou-se. A palavra-chave já não é de júbilo – é coita, pena de amor, a
mágoa incurável incessantemente repetida e lamentada. (…). Aliás, o que o trovador faz,
mais do que cantar a amada, é chorar a privação dela a que está condenado, dirigindo-lhe
muitas vezes uma prece fervorosa. (…)
Quanto à técnica de versificação, a cantiga de amor galego-portuguesa fica sem dúvida muito
atrás da riqueza e exuberância das formas provençais, às vezes rebuscadamente intrincadas.
A forma mais culta, influenciada pela lição dos trovadores, é a da composição chamada
cantiga de mestria: trata-se de um poema formado por várias estrofes, em geral três ou mais,
sem refrão, e rematada por uma finda, isto é, um verso ou vários versos isolados, em que se
corrobora o sentido de toda a composição.
Esther de Lemos, «A Literatura Medieval. A Poesia», in História e Antologia da Literatura Portuguesa, Séculos XIII-XV,
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2007, pp. 38-40.
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C – Autoavaliaçã
1
Ficha de escrita
PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO A cantiga de amigo e de amor
Entre no universo medieval, conhecendo a cantiga de amor de origem
provençal. O sujeito exprime a sua “coita de amor” em cantigas de mestria
que, às vezes, apresentam uma sugestiva finda. Os lamentos e queixumes
do apaixonado cruzam-se com a exaltação exagerada das qualidades de
uma amada cruel.
(48 palavras)
PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO O mar, a nossa herança
Cousteau refere que a Terra é o único planeta do sistema solar com água
em quantidade apreciável. Este bem vital, insubstituível, é limitado, sendo o
Homem o principal culpado pelos ataques ambientais. Até as ilhas, salva-
guardando a biodiversidade, são afetadas. A tecnologia, causadora de pro-
blemas ambientais, pode combater a poluição.
O Homem deve, portanto, agir para a preservação global.
(59 palavras)
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Ficha de escrita 2
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APRECIAÇÃO CRÍTICA
faz
A – Vê como se
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, faz uma
apreciação crítica de uma manifestação cultural: a banda musical “Amor Electro”.
O teu texto deve incluir:
• a descrição do percurso da banda, destacando elementos significativos;
• um comentário crítico, fundamentando devidamente a tua apreciação e utilizando um discurso
valorativo;
• uma conclusão adequada aos pontos de vista desenvolvidos.
RECORDA
• Descrição sucinta do
Comentários elogiosos
objeto
e/ou depreciativos.
Desenvolvimento • Comentários críticos: CONTUDO,
Descrição mais pormenorizada
– aspetos positivos
do objeto em análise,
– aspetos negativos PORÉM,
acompanhada de exemplos.
NO ENTANTO,
• Retoma e comentários
Conclusão EM SÍNTESE,
finais
Apreciação global do objeto
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PROPOSTA DE Texto-base Síntese
RESOLUÇÃO
B – Agora faz tu
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Escreve uma apreciação crítica (200 a 300 palavras) sobre um filme que tenhas visto recentemente. Tem
em conta as marcas específicas de género.
Agim Sulaj, www. cartoonmouvement.com (Exame Nacional, 2020, 1.ª Fase, Prova 639).
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C – Autoavaliaçã
2
Ficha de escrita
PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO Sugestão de tópicos a desenvolver
• Introdução: título do filme e nome do realizador.
• Desenvolvimento:
✓ descrição sucinta da ação:
✓ aspetos positivos e / ou negativos;
✓ prémios obtidos;
✓…
• Conclusão: opinião final.
PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO Sugestão de tópicos a desenvolver
• Descrição pormenorizada da imagem.
• Identificação da intencionalidade comunicativa.
• Relação título / imagem.
• Atualidade da mensagem.
• Posicionamento pessoal face à mensagem principal do cartoon.
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Ficha de escrita 3
EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA
faz
A – Vê como se
EXERCÍCIO 1 VÊ COMO SE REDIGE UMA EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA A PARTIR DE TÓPICOS DADOS
Observa o esquema.
Língua portuguesa
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RECORDA
PARA CONCLUIR
Conclusão: retoma
Retoma do tema
• concluindo
PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO A língua portuguesa é muito antiga e evoluiu, ao longo dos tempos, fruto de vários fatores
histórico-sociais. Na verdade, os povos pré-romanos foram vários: os celtas, os lusitanos, os
ástures, …. Mais tarde, devido à romanização da Península Ibérica, o latim teve uma forte in-
fluência sobre os falares peninsulares. Depois dos romanos, a Península foi invadida para dife-
rentes povos, por exemplo os árabes, que também o português e contribuíram para a sua dife-
renciação face a outras línguas românicas. Para além destes fatores, a diáspora portuguesa pelo
mundo que se iniciou na época dos Descobrimentos e, ainda hoje se verifica devido à emigra-
ção, tem vindo a ter uma grande influência na língua portuguesa. Resultante de todo este pro-
cesso, a CPLP é a sigla para designar a Comunidade de Países de Língua Portuguesa que resultou
da expansão da cultura e da língua portuguesa pelo mundo. Em suma, a língua portuguesa é o
resultado de um longo processo de evolução e mudança.
B – Agora faz tu
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, redige
uma exposição sobre a posição da língua portuguesa no mundo.
O teu texto deve incluir:
• a apresentação do tema;
• uma exposição clara do tema e das suas implicações;
• uma seleção de exemplos ilustrativos;
• uma conclusão adequada ao tema exposto.
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C – Autoavaliaçã
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Ficha de escrita
PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO A língua portuguesa no mundo
A língua portuguesa é uma língua românica que teve origem há cerca de dois mil anos
na Península Ibérica. O idioma espalhou-se pelo mundo, nos séculos XV e XVI, quando Por-
tugal estabeleceu um império colonial e comercial que se estendeu do Brasil à América.
Assim, sendo a quinta língua mais falada no mundo, o português é língua oficial de An-
gola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-
-Leste e, recentemente, da Guiné Equatorial.
Atualmente, graças ao Acordo Ortográfico de 1990, o português deixou de ser uma língua
com duas ortografias oficiais: a europeia e a brasileira. As variedades do português da Europa
e do Brasil estão no vocabulário, na pronúncia e na sintaxe. Em relação ao português que se
fala nos países africanos, também encontramos algumas diferenças. Veja-se o seguinte
exemplo: rapariga em português europeu, menina em português do Brasil e moça em portu-
guês falado em África. É de salientar que o Acordo Ortográfico de 1990 introduziu algumas
alterações na língua, nomeadamente no que se refere às consoantes surdas do português
europeu – óptimo / ótimo −– e à utilização do trema no português do Brasil – lingüística /
linguística.
Será ainda de salientar que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – CPLP −é uma
organização que privilegia a cooperação entre os seus membros, assim como a valorização
de uma língua comum: o português. Tem como membros vários países que têm o português
como língua oficial.
Podemos concluir que, fruto da diáspora e do passado histórico de Portugal, o portu-
guês é uma língua universal, sendo falada em vários pontos do planeta.
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Ficha de escrita 4
EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO
faz
A – Vê como se
POESIA TROVADORESCA
Tendo em conta a tua experiência de leitura da poesia trovadoresca, numa exposição de 130 a 170 pala-
vras, refere as principais características das cantigas de amigo, fundamentando as tuas afirmações.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites as principais características das cantigas de amigo, fun-
damentando as características apresentadas em, pelo menos, um exemplo significativo;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.
O QUE DEVES
➔ Lê o enunciado.
FAZER?
➔ Sublinha os verbos de instrução.
➔ Atenta no número de palavras do texto a produzir.
➔ Elabora tópicos para cada uma das três partes em que deves estruturar o teu texto.
➔ Redige o texto.
➔ Revê a estrutura do texto.
➔ Verifica a pontuação, o vocabulário, elimina repetições, diversifica os conectores.
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B – Agora faz tu
Numa exposição (130-170 palavras), explicita as principais diferenças entre cantiga de amigo e cantiga de
amor, fazendo referência a textos exemplificativos. A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites as principais diferenças entre a cantiga de amigo e de amor, fun-
damentando as características apresentadas em, pelo menos, dois exemplos significativos;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.
Numa exposição (130-170 palavras), explica o valor documental da sátira trovadoresca, fazendo referência
a textos exemplificativos. A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites o valor documental das cantigas satíricas, fundamentando as
características apresentadas em, pelo menos, um exemplo significativo;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.
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C – Autoavaliaçã
4
Ficha de escrita
EXERCÍCIO 2 REDIGE UMA EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO A PARTIR DE TÓPICOS DADOS
PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO Poesia trovadoresca
Durante os séculos XII e XIV, no nordeste peninsular, desenvolveu-se um
lirismo amoroso acompanhado de música que designamos como lírica
trovadoresca.
As cantigas de amigo e de amor são os géneros mais emblemáticos
desta poesia medieval. Na verdade, estas cantigas distinguem-se essen-
cialmente pelo sujeito poético e pelo ambiente que recriam. Enquanto as
cantigas de amigo expressam os sentimentos de uma donzela por um
amigo, num cenário rural, as cantigas de amor evocam o ambiente da corte
e fixam os sentimentos de um sujeito masculino por uma “senhor” hierar-
quicamente superior. Formalmente, as cantigas de amigo apresentam uma
maior simplicidade do que as de amigo, nomeadamente a nível da utilização
de um vocabulário mais simples e repetitivo, do recurso à coordenação na
ligação entre orações e da presença do refrão.
Podemos concluir, salientando que a diversidade entre cantiga de amigo
de origem peninsular e de cantiga de amor de influência provençal contri-
buem para a riqueza da lírica trovadoresca em galego-português.
PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO Entre os séculos XII e XIV floresceu, no norte da Península Ibérica, o li-
rismo trovadoresco que conciliava a poesia e a música.
Assim, utilizando o galego português, desenvolveu-se uma poesia amo-
rosa constituída por cantigas de amigo e cantigas de amor e um lirismo sa-
tírico constituído por cantigas de escárnio e cantigas de maldizer. A partir
da análise da sátira trovadoresca, direta ou indireta, ficamos a conhecer
melhor a sociedade medieval. Na realidade, os aspetos criticados nestas
cantigas versavam alguns dos temas polémicos daquela época. É o caso da
ridicularização do artificialismo do amor cortês das cantigas de amor ou da
decadência de alguns “infanções”. A cantiga que sobrevaloriza as qualida-
des de uma “dona fea” evidencia o sarcasmo à volta das composições poé-
ticas que idealizavam de forma hiperbólica as qualidades da mulher amada.
Em suma, a poesia satírica medieval é um documento de época muito
importante e apresenta elevado valor documental, uma vez que nos per-
mite conhecer as polémicas do quotidiano da Idade Média portuguesa.
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Ficha de escrita 5
Págin@s 10
faz
A – Vê como se
O QUE DEVES
➔ Lê o enunciado.
FAZER?
➔ Sublinha os verbos de instrução.
➔ Atenta no número de palavras do texto a produzir.
➔ Elabora tópicos para cada uma das três partes em que deves estruturar o teu texto.
➔ Redige o texto.
➔ Revê a estrutura do texto.
➔ Verifica a pontuação, o vocabulário, elimina repetições, diversifica os conectores.
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PROPOSTA DE Texto-base Síntese
RESOLUÇÃO
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B – Agora faz tu
Numa exposição (130-170 palavras), explica o papel da população de Lisboa aquando do cerco de Lisboa,
fazendo referência a textos exemplificativos deste capítulo da Crónica de D. João I, de Fernão Lopes.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites as principais diferenças entre a cantiga de amigo e de amor,
fundamentando as características apresentadas em, pelo menos, dois exemplos significativos;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.
Numa exposição (130-170 palavras), apresenta os principais aspetos em que o texto de Fernão Lopes con-
tribui para a afirmação da consciência coletiva, fazendo referência a textos exemplificativos.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites os aspetos em que o texto lopeano contribui para a afirmação
da consciência coletiva, fundamentando as características apresentadas em, pelo menos, um exemplo
significativo;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.
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C – Autoavaliaçã
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Ficha de escrita
PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO Fernão Lopes, Crónica de D. João I
Fernão Lopes é um cronista medieval que recebe do rei D. Duarte uma in-
cumbência bastante complexa: registar os factos históricos dos anteriores rei-
nados. Nessa extensa obra destaca-se a redação da Crónica de D. João I, texto
que legitimará a dinastia de Avis.
O cronista narra os eventos históricos da crise 1383-85 com notável mestria,
dando especial realce, nos capítulos 115 e 148, aos preparativos para a defesa da
cidade de Lisboa e ao sofrimento das populações aquando do cerco. Assim,
nesta crónica, o povo é elevado à categoria de herói pelo seu papel não só na
defesa, mas também na preparação da cidade para o terrível cerco que o Rei de
Castela fará à cidade. O grande patriotismo revelado pela população de Lisboa
está, neste texto, relacionado com a admiração e profundo respeito que todos
nutrem pelo Mestre, fazendo questão de cumprir as suas ordens de forma rápida
e eficaz. É a sua identificação com o líder que incute coragem ao povo, levando-
-o a lutar briosamente contra os castelhanos e a tudo fazer pelo bem comum.
Em suma, Fernão Lopes foi um dos mais ilustres criadores de caracteres
tanto individuais como coletivos, vindo, por esse motivo, a influenciar outros es-
critores. Assim, a elevação do povo a herói mitificado é uma das características
mais marcantes desta crónica lopeana.
PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO A Crónica de D. João I é um texto da autoria de Fernão Lopes, um dos mais
fecundos cronistas medievais portugueses.
Neste texto, encomendado pelo rei D. Duarte, emerge um sentimento cole-
tivo do povo português à volta de um líder: o Mestre de Avis. O momento difícil
que constitui a crise de 1383-85 contribui para o fortalecimento da comunidade
nacional. Efetivamente, o povo ganha consciência coletiva de que pode ter um
papel mais ativo nos desígnios políticos da nação e intervém para salvar o Mes-
tre, no capítulo 11, mobilizando-se para enfrentar os castelhanos e decidir quem
será o próximo rei. A consciência de grupo e o sentimento nacional são repre-
sentados através da personagem coletiva, quando se trata da multidão de Lisboa,
que revela uma vontade comum, que se organiza para defender a cidade (capí-
tulo 115) e que sofre em conjunto num cerco imposto (capítulo 148).
Em suma, um dos objetivos de Fernão Lopes foi demonstrar o patriotismo
dos portugueses e valorizar o papel do Mestre de Avis, na defesa da independên-
cia do reino e na construção de um novo Portugal liderado por uma nova
dinastia.
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Ficha de escrita 6
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faz
A – Vê como se
O QUE DEVES
➔ Lê a instrução.
FAZER?
➔ Sublinha os verbos de instrução.
➔ Atenta no número de palavras do texto a produzir.
➔ Elabora tópicos para cada uma das três partes em que deve estruturar o teu texto.
➔ Redige o teu texto.
➔ Revê a estrutura do texto.
➔ Verifica a pontuação, o vocabulário, elimina repetições, diversifica conectores.
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PROPOSTA DE Texto-base Síntese
RESOLUÇÃO
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Págin@s 10
B – Agora faz tu
Numa exposição (130-170 palavras), explica os principais aspetos criticados e os diferentes processos de
cómico usados na Farsa de Inês Pereira.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites os aspetos criticados na Farsa e os diferentes processos de có-
mico, fundamentando as características apresentadas em, pelo menos, um exemplo significativo;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.
Tendo em conta o conhecimento global da Farsa de Inês Pereira, demonstra a atualidade da peça, numa
exposição (130-170 palavras). Ilustra o teu texto com referências concretas à obra.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites a atualidade da peça, fundamentando as características apre-
sentadas em, pelo menos, um exemplo significativo;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.
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C – Autoavaliaçã
6
Ficha de escrita
PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira
A Farsa de Inês Pereira é uma obra de Gil Vicente que critica a sociedade qui-
nhentista, recorrendo à diversão como forma de moralizar.
Seguindo o lema “a rir se corrigem os costumes”, o dramaturgo recorre a di-
ferentes formas de cómico ora escarnecendo de personagens, ora pondo a ridí-
culo situações, ora expondo formas de linguagem que levam ao riso pela sua de-
sadequação ou por pertencerem a registos demasiado marcados socialmente.
Assim, nesta farsa encontramos caricaturas de personagens-tipo que represen-
tam o lavrador abastado, mas ingénuo e inculto; o escudeiro galante e pelintra;
os alcoviteiros dissimulados e comerciantes; a mãe protetora. São várias as si-
tuações cómicas ao longo da peça como o encontro entre Inês e Pero, a bazófia
do Escudeiro e as verdades do moço, assim como a cena final. Encontramos
também vários momentos de cómico de linguagem como é o caso da interven-
ção dos Judeus com as suas ladainhas cómicas ou a rusticidade de Pero
Marques.
Em suma, esta farsa atinge o objetivo da moralização através do cómico.
PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO Gil Vicente é um dramaturgo do século XVI com uma vasta obra que retrata a
sociedade do seu tempo, na transição da Idade Mádia para a época renascentista,
mas, que ainda hoje, se mantém atual.
Os temas abordados na Farsa de Inês Pereira levantam problemas que persis-
tem nos nossos dias e que contribuem para a atualidade da obra. Assim, a dissi-
mulação e a degradação de costumes constituem um mal que afeta o funciona-
mento da sociedade e as relações interpessoais. As pessoas continuam a
privilegiar os bens materiais em detrimento dos valores humanos e todos os
meios parecem aceitáveis para os conseguir. A mulher continua numa posição
social de subalternidade e, mesmo no plano doméstico, impera o domínio do
homem. Alguma atualidade existe também no interesse pelas relações amorosas
e pela crise do casamento.
Em suma, se os problemas abordados na Farsa de Inês Pereira ainda se man-
têm hoje, significa que ainda falta à sociedade atual algum caminho por percor-
rer no sentido da justiça e da liberdade de todos e para todos.
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Ficha de escrita 7
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A – Vê como se
O QUE DEVES
➔ Lê a instrução.
FAZER?
➔ Sublinha os verbos de instrução.
➔ Atenta no número de palavras do texto a produzir.
➔ Elabora tópicos para cada uma das três partes em que deves estruturar o teu texto.
➔ Redige o teu texto.
➔ Revê a estrutura do texto.
➔ Verifica a pontuação, o vocabulário, elimina repetições, diversifica conectores.
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PROPOSTA DE Texto-base Síntese
RESOLUÇÃO
74
Págin@s 10
B – Agora faz tu
Numa exposição (130-170 palavras), explica a forma como o tema da mudança é tratado na lírica camo-
niana, fazendo referência a textos exemplificativos.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites os aspetos criticados na farsa e os diferentes processos de có-
mico, fundamentando as características apresentadas em, pelo menos, um exemplo significativo;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.
Numa exposição (130-170 palavras), apresenta os diferentes papéis que a Natureza pode assumir nas
Rimas de Luís de Camões
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites a atualidade da peça, fundamentando as características apre-
sentadas em, pelo menos, um exemplo significativo;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.
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C – Autoavaliaçã
7
Ficha de escrita
PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO Luís de Camões, Rimas
O tema da mudança na lírica camoniana é recorrente, tanto na vertente tradi-
cional como clássica, e surge frequentemente como um fator de angústia para o
sujeito.
Os efeitos da mudança são diversos. Assim, a mudança atua sobre a natureza
e sobre o mundo de forma cíclica, regular e previsível, oscilando entre períodos
de decadência e momentos de ressurgimento. Deste modo, as estações do ano
sucedem-se e a natureza passa de um período de definhamento para outro de
revitalização, em ciclos perfeitamente previsíveis.
Opostamente, na vida humana em geral e na do sujeito em particular tal não
acontece, pois a sua vida é marcada pelo implacável destino, pela infelicidade e
pela miséria, como demonstra o soneto “Oh! Como se me alonga, de ano em
ano”. Constata então o sujeito que se no passado houve momentos de esperança,
a mudança transformou-os em angústia e tristeza, não havendo forma de inver-
ter a situação.
Em suma, na poesia camoniana, a mudança apresenta uma conotação nega-
tiva e conduz o sujeito ao desencanto e desespero.
PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO A Natureza é um tema recorrente na poesia camoniana e está associada às
temáticas do amor e da mudança.
Assim, a Natureza assume diversos papéis nos diferentes poemas. Nos poe-
mas de conteúdo amoroso, verifica-se a preferência por um cenário verdejante,
primaveril e tranquilo, que se identifica com a expressão latina: “locus amoenus”.
Os elementos naturais criam um cenário favorável para o amor, realçam a beleza
da mulher amada ou desempenham a função de confidentes (“Alegres campos,
verdes arvoredos”). Por vezes, a exuberância e beleza da Natureza surgem como
contraponto ao estado de espírito do “eu”, como acontece no soneto: “A fermo-
sura desta fresca serra”.
Noutros poemas, a Natureza surge como objeto de contemplação que propi-
cia a reflexão sobre a existência humana (“Mudam-se os tempos, mudam-se as
vontades”). Surge então um cenário natural em que as estações do ano se suce-
dem de uma forma regular que contrastam com a mudança negativa constante
na vida do sujeito.
Em suma, a Natureza e as suas diferentes representações assumem na lírica
camoniana um papel de grande destaque.
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Ficha de escrita 8
Págin@s 10
faz
A – Vê como se
O QUE DEVES
➔ Lê a instrução.
FAZER?
➔ Sublinha os verbos de instrução.
➔ Atenta no número de palavras do texto a produzir.
➔ Elabora tópicos para cada uma das três partes em que deve estruturar o teu texto.
➔ Redige o teu texto.
➔ Revê a estrutura do texto.
➔ Verifica a pontuação, o vocabulário, elimina repetições, diversifica conectores.
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PROPOSTA DE Texto-base Síntese
RESOLUÇÃO
Os Lusíadas são uma epopeia escrita no século XVI, por Luís de Introdução
Camões, que desenha, logo a partir da Dedicatória, um imaginário
épico coletivo. Desenvolvimento:
O nosso poema épico apresenta uma estrutura externa e interna • Explicação
que obedece aos moldes clássicos. Trata-se de um poema longo que
comemora os grandes feitos da história do povo português, que as-
sume o papel de herói coletivo. A intervenção dos deuses no assunto
principal da ação, a viagem de Vasco da Gama à Índia, enaltece o ser-
viço prestado à fé e à Pátria e a excecionalidade dos obstáculos ultra-
passados. Em contraste com as epopeias clássicas e com as contem- • Exemplificação
porâneas a Camões, os acontecimentos históricos relatados são todos
verídicos e excedem, em grandeza e dificuldade, os relatos mitológi-
cos ou lendários.
Em suma, o registo poético da História de Portugal e, dentro dela,
Conclusão
as Descobertas marítimas são de tal modo gloriosas que dão matéria
ao mais nobre género literário: a epopeia, repositório do imaginário
cultural da Antiguidade clássica revisitado pela cultura renascentista. (164 palavras)
B – Agora faz tu
Com base na tua experiência de leitura de Os Lusíadas de Luís de Camões, numa exposição (130-170
palavras) explica o valor simbólico da Ilha dos Amores na mitificação do herói.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual expliques o valor simbólico do episódio na epopeia camoniana,
fundamentando as características apresentadas em, pelo menos, um exemplo significativo;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.
Numa exposição (130-170 palavras), explica a importância das reflexões do Poeta na estrutura de
Os Lusíadas de Luís de Camões.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual expliques a relevância das reflexões do Poeta na epopeia camoniana,
fundamentando as características apresentadas em, pelo menos, um exemplo significativo;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.
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Págin@s 10
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C – Autoavaliaçã
8
Ficha de escrita
PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO Luís de Camões, Os Lusíadas
Os Lusíadas, de Luís de Camões, são um poema narrativo que cantam a glori-
ficação do povo português. Centrando a ação principal na viagem de Vasco da
Gama à Índia, o Poeta relata inúmeros episódios da História de Portugal que con-
tribuem para a mitificação do herói coletivo.
De entre os vários episódios, a “Ilha dos Amores” adquire um especial valor
simbólico, pois os marinheiros portugueses, de regresso a Portugal, aportam
numa ilha preparada por Vénus que representa a recompensa por todos os traba-
lhos passados. O estatuto de herói que o povo atinge pressupõe, no entanto, o
respeito por um código de conduta que despreza a preguiça, a ambição desme-
dida, a cobiça. Assim, os portugueses ascendem à mitificação pelos trabalhos
passados e pela sua persistência na prossecução de um objetivo. Deste modo, o
casamento com as ninfas significa a imortalização, pois a glória só se atinge pelo
esforço, com sacrifício.
Em suma, o episódio da Ilha dos Amores é uma alegoria que representa um
novo conceito de heroísmo representado pelo povo português.
PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO Os Lusíadas, de Luís de Camões, são um canto de glorificação do povo portu-
guês, no entanto destacam também um anúncio de decadência. Neste sentido,
as reflexões do Poeta constituem um momento de crítica muito relevante na
epopeia pelo seu caráter antiépico.
Na maioria dos casos, os comentários do Poeta ocorrem ocasionalmente no
fim dos cantos. Estas reflexões englobam considerações de caráter didático e
crítico que o Poeta vai registando ao longo da obra. A análise centra-se essen-
cialmente na crise de valores e mudanças sociais do final do século XVI como
resultado da ganância e corrupção que as riquezas do Oriente suscitaram. O
Poeta reflete ainda sobre a ingratidão e falta de cultura dos portugueses e apela
a D. Sebastião para contribuir para um Portugal glorioso. A perspetiva que o Poeta
adota é muitas vezes didática, na medida em que desenha um ideal de heroísmo
baseado em valores éticos morais e cívicos afastados da sociedade portuguesa.
Em suma, as reflexões do Poeta constituem um dos planos da obra, apresen-
tam uma perspetiva crítica sobre uma sociedade que precisava de corrigir o seu
rumo e, paradoxalmente, apresentam uma grande atualidade.
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