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Ficha de escrita 1

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SÍNTESE
faz
A – Vê como se

EXERCÍCIO 1 VÊ COMO SE REDIGE UMA SÍNTESE A PARTIR DE UM TEXTO-BASE

Após a leitura do texto apresentado, elabora uma síntese, seguindo os seguintes passos:
• leitura do texto-base;
• reflexão a partir do texto-base;
• verificação da extensão do texto-base;
• redação da síntese, tendo em conta as características de género.

O QUE DEVES
➔ Lê a instrução.
FAZER?
➔ Destaca o género textual solicitado (síntese).
➔ Atenta no número de palavras do texto-base.
➔ Relembra as características de género textual.
➔ Planifica o teu texto de acordo com o género textual solicitado.
➔ Elabora o texto de acordo com o limite de palavras adequado a uma síntese do texto-
-base apresentado.
➔ Revê o teu texto:
• verifica a estrutura do texto;
• insere conectores;
• evita repetições;
• adequa o vocabulário;
• corrige a pontuação.

RECORDA Redução de um texto


ao essencial

SÍNTESE

Seleção crítica das


ideias-chave

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PROPOSTA DE Texto-base Síntese
RESOLUÇÃO

O voo em V de algumas espécies de aves O voo em V de algumas


Os gansos, e outras espécies de grandes dimensões espécies de aves
adotam frequentemente uma formação em V, princi- Segundo o autor do texto,
palmente em voos longos. algumas aves voam em V.
Quando as aves se deslocam através do ar, geram Esta postura e o batimento
dois vórtices (ou redemoinhos) nas extremidades das sincronizado das asas possibili-
asas, com sentidos de rotação opostos. As correntes as- tam poupar energia.
cendentes destes vórtices oferecem uma sustentação Desconhece-se como se es-
extra, que pode ser aproveitada, mantendo o alinha- colhe o líder.
mento e a distância exata ao indivíduo da frente. Esta
“boleia” é reforçada quando as aves sincronizam os ba- (27 palavras)

timentos das asas e pode representar poupanças de


energia entre 10% e 50%.
A ciência ainda hoje tenta entender como se pro-
cessa a seleção da posição de liderança, que não bene-
ficia dessa boleia.
(106 palavras)

B – Agora faz tu

EXERCÍCIO 2 REDIGE UMA SÍNTESE

Redige uma síntese (45 a 50 palavras) do texto apresentado que pudesse constituir a contracapa de uma
antologia de poesia.

A cantiga de amigo e de amor


O autor anónimo da arte de trovar apensa ao Cancioneiro da Biblioteca Nacional estabe-
lece entre cantiga de amor e cantiga de amigo uma distinção extremamente simples e prá-
tica: é cantiga de amor, se fala “ele”; é cantiga de amigo, se fala “ela”.
Isto é, na cantiga de amor o eu que se exprime é masculino: o poeta, que como tal se
5 apresenta frequentemente, fala da amada ou do amor que lhe dedica. É um homem que
produz a mensagem lírica.
Na cantiga de amigo o eu que se exprime é feminino: uma rapariga, que nunca se apre-
senta como poetisa (e só algumas vezes canta cantigas alheias) fala do seu amigo (na lingua-
gem dos trovadores esta palavra significa namorado) e do amor que lhe inspira ou sente por
10 ele. É uma mulher – donzela – que produz a mensagem lírica. (…)
Mas, para além desta diferença de perspetiva quanto ao caso amoroso (o ser visto por ele
ou por ela), outras diferenças mais complexas, decorrentes em geral da origem dos dois gé-
neros, cumpre reconhecer entre eles. (…)
O elenco de motivos de inspiração é reduzido, em parte devido à influência da cansó de
15 amor provençal, que impunha a obediência a um código estrito de serviço e vassalagem
amorosa. (…)
O trovador galego-português tem um modelo a que procura, em grau maior ou menor,
manter-se fiel, sobretudo no domínio da atitude perante a mulher e o amor.
O protesto de fidelidade incondicional à “senhor”; a preocupação com o bem da amada;
20 a glória pura que o poeta extrai do simples facto de amar, pela convicção de que o amor
enobrece quem o experimenta; o escrúpulo em manter o segredo quanto à identidade da

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senhora; o louvor incansável das perfeições que a distinguem de todas as outras são alguns
dos principais motivos que podemos diretamente filiar na poesia provençal e que reapare-
cem com insistência na nossa cantiga de amor. (…)
Na cansó de amor provençal, o sentimento dominante é o júbilo de amor, uma espécie de
êxtase da alma e dos sentidos que transporta o poeta ao cantar a sua amada, mesmo quando
tudo é adverso à realização do amor. (…). Na cantiga de amor galego-portuguesa esta lumi-
nosidade radiosa apagou-se. A palavra-chave já não é de júbilo – é coita, pena de amor, a
mágoa incurável incessantemente repetida e lamentada. (…). Aliás, o que o trovador faz,
mais do que cantar a amada, é chorar a privação dela a que está condenado, dirigindo-lhe
muitas vezes uma prece fervorosa. (…)
Quanto à técnica de versificação, a cantiga de amor galego-portuguesa fica sem dúvida muito
atrás da riqueza e exuberância das formas provençais, às vezes rebuscadamente intrincadas.
A forma mais culta, influenciada pela lição dos trovadores, é a da composição chamada
cantiga de mestria: trata-se de um poema formado por várias estrofes, em geral três ou mais,
sem refrão, e rematada por uma finda, isto é, um verso ou vários versos isolados, em que se
corrobora o sentido de toda a composição.
Esther de Lemos, «A Literatura Medieval. A Poesia», in História e Antologia da Literatura Portuguesa, Séculos XIII-XV,
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2007, pp. 38-40.

EXERCÍCIO 3 REDIGE UMA SÍNTESE

Redige uma síntese (45 a 50 palavras) do texto apresentado.

O mar, a nossa herança


A Terra é o único planeta do sistema solar onde a água existe em quantidade apreciável,
pois cobre cerca de sete décimos da superfície do Globo. Mas essa água, onde a vida surgiu
pela primeira vez e da qual todos os organismos ainda dependem para sobreviver, foi-nos
dada de uma vez por todas: não haverá mais.
5 A História recordará a nossa época como um período de crise em que o Homem, o prin-
cipal causador de toda a poluição, pôs em perigo o meio ambiente, incluindo o mar, susten-
táculo da vida. Ao permitir que os resíduos industriais sejam lançados aos oceanos e recu-
sando-se a aceitar um rigoroso controlo internacional dos direitos de pesca, o Homem
impede o aparecimento de gerações futuras.
10 As ilhas, lugares que desde sempre fascinaram a espécie humana, também são afetadas.
Elas têm salvaguardado e preservado uma extraordinária diversidade de vida vegetal e animal,
tendo sido o seu isolamento o fator que as transformou num último refúgio para numerosos
peixes, corais e outras criaturas marinhas. Hoje em dia até estes oásis estão ameaçados.
No entanto, apesar de ser acusada de causadora de todos os males do mundo moderno, a
15 tecnologia é, na realidade, a melhor arma da Humanidade contra a poluição, que tantas
vezes se nos apresenta como preço do progresso. Na verdade, não são os avanços científicos
e industriais que ameaçam o Homem e a Natureza, mas sim a maneira errada e inconsciente
como a Humanidade aplica as suas conquistas tecnológicas.
Tenho esperanças de que um maior profundo conhecimento do mar, de que há milénios
20 os homens recebem sabedoria, inspire mais uma vez os pensamentos e as ações que preser-
varão o equilíbrio da Natureza e permitirão a conservação da própria vida.
Jacques-Yves Cousteau, a bordo do Calypso, in Segredos do Mar, o Mundo Fascinante dos Oceanos e das Ilhas.
Sel. Reader’s Digest, julho de 1978.

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C – Autoavaliaçã
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Ficha de escrita

EXERCÍCIO 2 REDIGE UMA SÍNTESE

Redige uma síntese do texto apresentado.

PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO A cantiga de amigo e de amor
Entre no universo medieval, conhecendo a cantiga de amor de origem
provençal. O sujeito exprime a sua “coita de amor” em cantigas de mestria
que, às vezes, apresentam uma sugestiva finda. Os lamentos e queixumes
do apaixonado cruzam-se com a exaltação exagerada das qualidades de
uma amada cruel.
(48 palavras)

EXERCÍCIO 3 REDIGE UMA SÍNTESE

Redige uma síntese do texto apresentado.

PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO O mar, a nossa herança
Cousteau refere que a Terra é o único planeta do sistema solar com água
em quantidade apreciável. Este bem vital, insubstituível, é limitado, sendo o
Homem o principal culpado pelos ataques ambientais. Até as ilhas, salva-
guardando a biodiversidade, são afetadas. A tecnologia, causadora de pro-
blemas ambientais, pode combater a poluição.
O Homem deve, portanto, agir para a preservação global.
(59 palavras)

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Ficha de escrita 2
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APRECIAÇÃO CRÍTICA

faz
A – Vê como se

EXERCÍCIO 1 VÊ COMO SE REDIGE UMA APRECIAÇÃO CRÍTICA DE UMA MANISFESTAÇÃO CULTURAL

Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, faz uma
apreciação crítica de uma manifestação cultural: a banda musical “Amor Electro”.
O teu texto deve incluir:
• a descrição do percurso da banda, destacando elementos significativos;
• um comentário crítico, fundamentando devidamente a tua apreciação e utilizando um discurso
valorativo;
• uma conclusão adequada aos pontos de vista desenvolvidos.

O QUE DEVES ➔ Lê a instrução e sublinha os aspetos mais importantes.


FAZER?
➔ Destaca o género textual solicitado (apreciação crítica).
➔ Reflete sobre o tema.
➔ Relembra as características de género textual.
➔ Planifica o teu texto de acordo com o género textual solicitado.
➔ Elabora o texto de acordo com o limite de palavras adequado.
➔ Revê o teu texto:
• verifica a estrutura do texto;
• insere conectores;
• evita repetições;
• adequa o vocabulário;
• corrige a pontuação.

RECORDA

EM ESQUEMA: Apreciação crítica APRECIAÇÃO CRÍTICA

• Apresentação do objeto Descrição do objeto em


Introdução análise
em análise
ASSIM,

• Descrição sucinta do
Comentários elogiosos
objeto
e/ou depreciativos.
Desenvolvimento • Comentários críticos: CONTUDO,
Descrição mais pormenorizada
– aspetos positivos
do objeto em análise,
– aspetos negativos PORÉM,
acompanhada de exemplos.
NO ENTANTO,
• Retoma e comentários
Conclusão EM SÍNTESE,
finais
Apreciação global do objeto

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PROPOSTA DE Texto-base Síntese
RESOLUÇÃO

O percurso da Banda “Amor Electro” Descrição do objeto

Desde a sua estreia em disco, em 2011, os “Amor


Electro” não têm parado de crescer, sendo, hoje, um dos
principais projetos da moderna música portuguesa.
"Cai o Carmo e a Trindade" foi o disco de estreia, lan- Comentários
çado a 14 de março de 2011, e que os colocou entre os • Elogiosos
grupos de referência de uma nova onda de artistas e ban-
das que recuperam música repleta de atualidade e fres-
cura, sem nunca abandonarem a tradição e a alma
portuguesa.
Assim, o single de apresentação, “A Máquina” foi • Exemplos
muito bem-recebido pela crítica e pelo público e ajudou
a aumentar as vendas que chegaram a atingir a lide-
rança do Top Nacional de Álbuns. As influências mais
inusitadas do disco vão desde “Massive Attack” a
“Zero7”, passando pelos “Muse” e pelos “Ornatos
Violeta”.
Contudo, com “(R)EVOLUÇÃO” não se acomodaram • Depreciativos
à sombra de tudo o que conseguiram e, assumindo al-
• Exemplos
guns riscos, nem sempre bem-sucedidos, exploraram
territórios onde ainda não se tinham aventurado.
Em síntese, em cerca de dois anos e meio, os “Amor
Electro” afirmaram-se e chegaram ao Disco de Platina, Apreciação global do objeto
colecionaram prémios e distinções e esgotaram con-
certos, uns atrás dos outros, um pouco por todo o país.

B – Agora faz tu

EXERCÍCIO 2 REDIGE UMA APRECIAÇÃO CRÍTICA DE UM CARTOON

Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas


e um máximo de trezentas palavras, faz uma apreciação crítica
do cartoon abaixo apresentado, da autoria de Edik Boghosian.
O teu texto deve incluir:
• a descrição do percurso da imagem apresentada, desta-
cando elementos significativos da sua composição;
• um comentário crítico, fundamentando devidamente a
tua apreciação e utilizando um discurso valorativo;
•
uma conclusão adequada aos pontos de vista
desenvolvidos.
Edik Boghosian, Memories from summer fire, Newmag, Armenia,
in https://worldpresscartoon.com/pt/galeria/ (consultado em 21/11/20).

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Cartoon Características genéricas Marcas específicas


RECORDA
• Tema atual • Variedade de temas
• Informação significativa: cor e imagem • Informação seletiva
• Aspetos paratextuais: título, subtítulo • Perspetiva pessoal
• Poder sugestivo da imagem • Explicitação de um ponto de vista
• Humor e ironia • Dimensão narrativa
• Caráter persuasivo
• Dimensão social e ética
• Valor expressivo dos recursos mobilizados

Apreciação • explicitação de um ponto de vista face ao cartoon;


crítica de • explicação do caráter persuasivo;
um cartoon • análise da dimensão ética e social;
• demonstração da perspetiva satírica.

PROPOSTA DE Informação implícita /


Descrição da imagem Intenção comunicativa
RESOLUÇÃO Dimensão ética e social
EM ESQUEMA
• Ao centro, em grande plano, o esqueleto • Alertar para os danos dos incên- • Denunciar comportamentos de
de uma árvore queimada rodeada por dios nas florestas. risco e prevenir incêndios.
uma auréola em forma de ferro elétrico a
vapor.
• Ao fundo, em cima, o céu está azul com
algumas nuvens.
• Em baixo, o chão é negro como fuligem e
saem do chão vapores de terra queimada.

EXERCÍCIO 3 REDIGE UMA APRECIAÇÃO CRÍTICA DE UM FILME

Escreve uma apreciação crítica (200 a 300 palavras) sobre um filme que tenhas visto recentemente. Tem
em conta as marcas específicas de género.

EXERCÍCIO 4 REDIGE UMA APRECIAÇÃO CRÍTICA DE UM CARTOON

Num texto bem estruturado, com um mínimo de


duzentas e um máximo de trezentas palavras, faz uma
apreciação crítica do cartoon apresentado.
O teu texto deve incluir:
•
a descrição do percurso da imagem apresen-
tada, destacando elementos significativos da
sua composição;
• um comentário crítico, fundamentando devida-
mente a tua apreciação e utilizando um discurso
valorativo;
• uma conclusão adequada aos pontos de vista
desenvolvidos.

Agim Sulaj, www. cartoonmouvement.com (Exame Nacional, 2020, 1.ª Fase, Prova 639).

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Ficha de escrita

EXERCÍCIO 3 REDIGE UMA APRECIAÇÃO CRÍTICA DE UM FILME

PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO Sugestão de tópicos a desenvolver
• Introdução: título do filme e nome do realizador.
• Desenvolvimento:
✓ descrição sucinta da ação:
✓ aspetos positivos e / ou negativos;
✓ prémios obtidos;
✓…
• Conclusão: opinião final.

EXERCÍCIO 4 REDIGE UMA APRECIAÇÃO CRÍTICA DE UM CARTOON

PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO Sugestão de tópicos a desenvolver
• Descrição pormenorizada da imagem.
• Identificação da intencionalidade comunicativa.
• Relação título / imagem.
• Atualidade da mensagem.
• Posicionamento pessoal face à mensagem principal do cartoon.

Apreciação crítica de um cartoon


O cartoon da autoria de Agim Sulaj, a preto e branco, apresenta uma mão por trás de um
gradeamento de arame pintando umas pegadas. Estas marcas parecem representar vestígios de uns
pés que ultrapassaram uma barreira e que, agora, caminham em sentido oposto ao da grade, como se
quisessem afastar-se ou fugir.
Esta imagem poderá simbolizar, por exemplo, a vida de todos os que sonham evadir-se de vidas
difíceis, que os amarram ao sofrimento e, muitas vezes, à morte, como pode ser o caso dos migrantes
ou dos presos políticos. As cores escuras, em tons de cinza, representam a tristeza que, por certo,
invadirá o coração dos que anseiam partir para o desconhecido. Ainda que a fuga possa parecer
impossível, nada os impedirá de procurar uma vida melhor, mesmo que seja apenas em sonho.
O cartoonista procura, de forma subtil, alertar as consciências de todos os cidadãos e
particularmente daqueles que detêm o poder para a situação dos que estão cativos, a necessitar de
quem os ajude a libertar-se e a encontrar um local que os acolha como ser humano com pleno direito
a uma vida digna.
Em suma, este cartoon encerra uma dupla intencionalidade: crítica e persuasiva. Os passos que
aparecem para além da grade estão carregados de sonhos e chamam a nossa atenção para a
necessidade de prestarmos atenção ao outro que sofre, enquanto a realidade da libertação não se
pode concretizar. (234 palavras)

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Ficha de escrita 3
EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA

faz
A – Vê como se

EXERCÍCIO 1 VÊ COMO SE REDIGE UMA EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA A PARTIR DE TÓPICOS DADOS

GÉNESE E EVOLUÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA


A partir da observação do esquema, redige uma exposição (130 a 170 palavras) intitulada: A génese e
evolução da língua portuguesa. A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites a génese e evolução da língua portuguesa, fundamentando
as características apresentadas em exemplos significativos;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Observa o esquema.

A génese e evolução da língua portuguesa

Língua portuguesa

Substrato Latim Superstrato Diáspora CPLP

O QUE DEVES ➔ Lê a instrução e sublinha os aspetos mais importantes.


FAZER?
➔ Destaca o género textual solicitado (exposição sobre um tema).
➔ Reflete sobre o tema.
➔ Relembra as características de género textual.
➔ Planifica o teu texto de acordo com o género textual solicitado.
➔ Elabora o texto de acordo com o limite de palavras adequado.
➔ Revê o teu texto:
• verifica a estrutura do texto;
• insere conectores;
• evita repetições;
• adequa o vocabulário;
• corrige a pontuação.

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RECORDA

EM ESQUEMA: EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA


Apresentação do tema EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA

Fundamentação das ideias


Concisão e objetividade Apresentação do tema
• isto é
É EVIDENTE
• quer dizer

Exposição clara e de ca-


Confirmar
ráter demonstrativo do
Sequencializar UMA VEZ QUE
tema e das suas
Enumerar
implicações.
Exemplificar VISTO QUE
Seleção de exemplos
• dito de outra forma ilustrativos.
• a saber
• nomeadamente É INDUBITÁVEL
• em particular

PARA CONCLUIR
Conclusão: retoma
Retoma do tema
• concluindo

PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO A língua portuguesa é muito antiga e evoluiu, ao longo dos tempos, fruto de vários fatores
histórico-sociais. Na verdade, os povos pré-romanos foram vários: os celtas, os lusitanos, os
ástures, …. Mais tarde, devido à romanização da Península Ibérica, o latim teve uma forte in-
fluência sobre os falares peninsulares. Depois dos romanos, a Península foi invadida para dife-
rentes povos, por exemplo os árabes, que também o português e contribuíram para a sua dife-
renciação face a outras línguas românicas. Para além destes fatores, a diáspora portuguesa pelo
mundo que se iniciou na época dos Descobrimentos e, ainda hoje se verifica devido à emigra-
ção, tem vindo a ter uma grande influência na língua portuguesa. Resultante de todo este pro-
cesso, a CPLP é a sigla para designar a Comunidade de Países de Língua Portuguesa que resultou
da expansão da cultura e da língua portuguesa pelo mundo. Em suma, a língua portuguesa é o
resultado de um longo processo de evolução e mudança.

B – Agora faz tu

EXERCÍCIO 2 REDIGE UMA EXPOSIÇÃO A PARTIR DE TÓPICOS DADOS

Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, redige
uma exposição sobre a posição da língua portuguesa no mundo.
O teu texto deve incluir:
• a apresentação do tema;
• uma exposição clara do tema e das suas implicações;
• uma seleção de exemplos ilustrativos;
• uma conclusão adequada ao tema exposto.

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Ficha de escrita

EXERCÍCIO 2 REDIGE UMA EXPOSIÇÃO A PARTIR DE TÓPICOS DADOS

PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO A língua portuguesa no mundo
A língua portuguesa é uma língua românica que teve origem há cerca de dois mil anos
na Península Ibérica. O idioma espalhou-se pelo mundo, nos séculos XV e XVI, quando Por-
tugal estabeleceu um império colonial e comercial que se estendeu do Brasil à América.
Assim, sendo a quinta língua mais falada no mundo, o português é língua oficial de An-
gola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-
-Leste e, recentemente, da Guiné Equatorial.
Atualmente, graças ao Acordo Ortográfico de 1990, o português deixou de ser uma língua
com duas ortografias oficiais: a europeia e a brasileira. As variedades do português da Europa
e do Brasil estão no vocabulário, na pronúncia e na sintaxe. Em relação ao português que se
fala nos países africanos, também encontramos algumas diferenças. Veja-se o seguinte
exemplo: rapariga em português europeu, menina em português do Brasil e moça em portu-
guês falado em África. É de salientar que o Acordo Ortográfico de 1990 introduziu algumas
alterações na língua, nomeadamente no que se refere às consoantes surdas do português
europeu – óptimo / ótimo −– e à utilização do trema no português do Brasil – lingüística /
linguística.
Será ainda de salientar que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – CPLP −é uma
organização que privilegia a cooperação entre os seus membros, assim como a valorização
de uma língua comum: o português. Tem como membros vários países que têm o português
como língua oficial.
Podemos concluir que, fruto da diáspora e do passado histórico de Portugal, o portu-
guês é uma língua universal, sendo falada em vários pontos do planeta.

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Ficha de escrita 4
EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

faz
A – Vê como se

EXERCÍCIO 1 VÊ COMO SE REDIGE UMA EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

POESIA TROVADORESCA
Tendo em conta a tua experiência de leitura da poesia trovadoresca, numa exposição de 130 a 170 pala-
vras, refere as principais características das cantigas de amigo, fundamentando as tuas afirmações.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites as principais características das cantigas de amigo, fun-
damentando as características apresentadas em, pelo menos, um exemplo significativo;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

O QUE DEVES
➔ Lê o enunciado.
FAZER?
➔ Sublinha os verbos de instrução.
➔ Atenta no número de palavras do texto a produzir.
➔ Elabora tópicos para cada uma das três partes em que deves estruturar o teu texto.
➔ Redige o texto.
➔ Revê a estrutura do texto.
➔ Verifica a pontuação, o vocabulário, elimina repetições, diversifica os conectores.

Analisa o enunciado e planifica o teu texto.

Tendo em conta a tua experiência de leitura da poesia


Análise da instrução
trovadoresca, numa exposição de 130 a 170 palavras, refere as
principais características das cantigas de amigo, fundamentando as
tuas afirmações.
Tópicos
• Introdução
Introdução
➔ Contextualização da cantiga de amigo.
• Desenvolvimento
Desenvolvimento:
➔ Características da cantiga de amigo:
• Explicação
• sujeito feminino;
• expressão do sentimento amoroso;
• cenário rural;
• confidentes: mãe, amigas e natureza;
• vida quotidiana da jovem casadoira: diversão e devoção. • Exemplificação
• Conclusão
➔ Originalidade da cantiga de amigo. Conclusão

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PROPOSTA DE Texto-base Síntese


RESOLUÇÃO

A poesia trovadoresca desenvolveu-se no norte da Penín- Introdução


sula Ibérica e é cantada por trovadores em galego português.
As cantigas de amigo são um dos géneros que integram o
Desenvolvimento:
lirismo peninsular e distinguem-se das cantigas de amor e de
• Explicação
sátira, pois apresentam características específicas. Assim, as
cantigas de amigo apresentam um sujeito feminino que ex-
pressa os seus sentimentos por um amigo. Geralmente, a don- • Exemplificação
zela encontra-se num cenário rural e recorre muitas vezes a
confidentes como a mãe, as amigas ou até a natureza para ex-
primir os seus sentimentos amorosos. Podemos referir o caso
da composição poética: “Ondas do mar de Vigo”, em que a don- • Exemplificação
zela interpela as ondas. Encontramos esta jovem casadoira fre-
quentemente nas suas lides domésticas ou nos seus momentos
de diversão, como no caso das peregrinações religiosas em que
a devoção se conjuga com o baile.
Em suma, as cantigas de amigo são um dos géneros mais Conclusão
emblemáticos e originais da lírica trovadoresca do norte da Pe-
(159 palavras)
nínsula Ibérica.

B – Agora faz tu

EXERCÍCIO 2 REDIGE UMA EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

Numa exposição (130-170 palavras), explicita as principais diferenças entre cantiga de amigo e cantiga de
amor, fazendo referência a textos exemplificativos. A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites as principais diferenças entre a cantiga de amigo e de amor, fun-
damentando as características apresentadas em, pelo menos, dois exemplos significativos;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Tópicos para a redação do texto


• Contextualização da lírica trovadoresca.
• Cantiga de amigo versus cantiga de amor:
➔ diferenças a nível do ambiente recriado e do sujeito poético;
➔ semelhanças a nível da expressão do sentimento amoroso e do acompanhamento musical;
➔ diferenças formais;
• Riqueza e diversidade do lirismo medieval.

EXERCÍCIO 3 REDIGE UMA EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

Numa exposição (130-170 palavras), explica o valor documental da sátira trovadoresca, fazendo referência
a textos exemplificativos. A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites o valor documental das cantigas satíricas, fundamentando as
características apresentadas em, pelo menos, um exemplo significativo;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.
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C – Autoavaliaçã
4
Ficha de escrita

EXERCÍCIO 2 REDIGE UMA EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO A PARTIR DE TÓPICOS DADOS

PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO Poesia trovadoresca
Durante os séculos XII e XIV, no nordeste peninsular, desenvolveu-se um
lirismo amoroso acompanhado de música que designamos como lírica
trovadoresca.
As cantigas de amigo e de amor são os géneros mais emblemáticos
desta poesia medieval. Na verdade, estas cantigas distinguem-se essen-
cialmente pelo sujeito poético e pelo ambiente que recriam. Enquanto as
cantigas de amigo expressam os sentimentos de uma donzela por um
amigo, num cenário rural, as cantigas de amor evocam o ambiente da corte
e fixam os sentimentos de um sujeito masculino por uma “senhor” hierar-
quicamente superior. Formalmente, as cantigas de amigo apresentam uma
maior simplicidade do que as de amigo, nomeadamente a nível da utilização
de um vocabulário mais simples e repetitivo, do recurso à coordenação na
ligação entre orações e da presença do refrão.
Podemos concluir, salientando que a diversidade entre cantiga de amigo
de origem peninsular e de cantiga de amor de influência provençal contri-
buem para a riqueza da lírica trovadoresca em galego-português.

EXERCÍCIO 3 REDIGE UMA EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO Entre os séculos XII e XIV floresceu, no norte da Península Ibérica, o li-
rismo trovadoresco que conciliava a poesia e a música.
Assim, utilizando o galego português, desenvolveu-se uma poesia amo-
rosa constituída por cantigas de amigo e cantigas de amor e um lirismo sa-
tírico constituído por cantigas de escárnio e cantigas de maldizer. A partir
da análise da sátira trovadoresca, direta ou indireta, ficamos a conhecer
melhor a sociedade medieval. Na realidade, os aspetos criticados nestas
cantigas versavam alguns dos temas polémicos daquela época. É o caso da
ridicularização do artificialismo do amor cortês das cantigas de amor ou da
decadência de alguns “infanções”. A cantiga que sobrevaloriza as qualida-
des de uma “dona fea” evidencia o sarcasmo à volta das composições poé-
ticas que idealizavam de forma hiperbólica as qualidades da mulher amada.
Em suma, a poesia satírica medieval é um documento de época muito
importante e apresenta elevado valor documental, uma vez que nos per-
mite conhecer as polémicas do quotidiano da Idade Média portuguesa.

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Ficha de escrita 5
Págin@s 10

EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

faz
A – Vê como se

EXERCÍCIO 1 VÊ COMO SE REDIGE UMA EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

FERNÃO LOPES, CRÓNICA DE D. JOÃO I


Tendo em conta a tua experiência de leitura do texto de Fernão Lopes, apresenta as principais característi-
cas da sua escrita, numa exposição de cento e trinta a cento e setenta palavras, fundamentando as tuas
afirmações.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites as principais características da linguagem e estilo de Fernão
Lopes, fundamentando as características apresentadas em, pelo menos, um exemplo significativo;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

O QUE DEVES
➔ Lê o enunciado.
FAZER?
➔ Sublinha os verbos de instrução.
➔ Atenta no número de palavras do texto a produzir.
➔ Elabora tópicos para cada uma das três partes em que deves estruturar o teu texto.
➔ Redige o texto.
➔ Revê a estrutura do texto.
➔ Verifica a pontuação, o vocabulário, elimina repetições, diversifica os conectores.

Analisa o enunciado e planifica o teu texto.

Tendo em conta a tua experiência de leitura do texto de Fernão Lopes,


Análise da instrução
apresenta as principais características da sua escrita, numa exposição de
cento e trinta a cento e setenta palavras, fundamentando as tuas
afirmações.
Tópicos
• Fernão Lopes é um cronista do século XV.
• Crónica de D. João I e o registo dos principais acontecimentos da Introdução
crise 1383-85 e da ascensão ao trono de D. João I.
•· Discurso histórico com marcas literárias: Desenvolvimento:
➔ visualismo; • Explicação
➔ pormenor descritivo: Cerco de Lisboa;
➔ envolvimento do narratário;
➔ registo da movimentação das multidões: salvação do Mestre de Avis;
➔ caracterização de personagens individuais e coletivas;
• Exemplificação
➔ discurso emotivo e marcas de oralidade;
➔ análise psicológica do povo.
Conclusão
• Crónica medieval: discurso histórico com marcas literárias.

PAG10OAE_F05
65
PROPOSTA DE Texto-base Síntese
RESOLUÇÃO

Fernão Lopes é um cronista do século XV considerado por mui- Introdução


tos como um artista da prosa. Este historiador escreveu a Crónica
de D. João I, na qual regista os principais acontecimentos da crise
de 1383/85, a ascensão de D. João I ao trono e vários aspetos do
seu reinado.
Apesar de o seu discurso ser eminentemente histórico, apre- Desenvolvimento:
senta inúmeras marcas de literariedade, tornando-se um dos pri- • Explicação
meiros escritores da prosa literária portuguesa. O visualismo e o
pormenor descritivo, o envolvimento constante do narratário, o
registo da movimentação das multidões alvoraçadas e a caracteri-
zação de personagens individuais são algumas das características
mais notáveis deste cronista. O discurso emotivo e a análise psico- • Exemplificação
lógica das multidões ficam registados nos capítulos referentes à
descrição do cerco de Lisboa. Paralelamente, as movimentações
coletivas e as marcas de oralidade, patentes no capítulo em que o
povo de Lisboa defende o Mestre, são matizadas por recursos ex-
pressivos recorrentes.
Concluindo, Fernão Lopes é um cronista medieval com preocu- Conclusão
pações de registo histórico, apresentando, também, marcas de li-
(170 palavras)
terariedade e preocupações estilísticas.

66
Págin@s 10

B – Agora faz tu

EXERCÍCIO 2 REDIGE UMA EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

Numa exposição (130-170 palavras), explica o papel da população de Lisboa aquando do cerco de Lisboa,
fazendo referência a textos exemplificativos deste capítulo da Crónica de D. João I, de Fernão Lopes.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites as principais diferenças entre a cantiga de amigo e de amor,
fundamentando as características apresentadas em, pelo menos, dois exemplos significativos;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Tópicos para a redação do texto


• Apresentação da Crónica de D. João I, de Fernão Lopes.
• Referência ao cerco de Lisboa pelo Rei de Castela: capítulos 115 (preparação para o cerco) e 148
(sofrimento da população aquando do cerco).
• Papel determinante do povo:
➔ defesa conjunta;
➔ trabalhos articulados;
➔ grande patriotismo;
➔ profundo respeito pelo Mestre.
• Povo mitificado: herói coletivo.

EXERCÍCIO 3 REDIGE UMA EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

Numa exposição (130-170 palavras), apresenta os principais aspetos em que o texto de Fernão Lopes con-
tribui para a afirmação da consciência coletiva, fazendo referência a textos exemplificativos.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites os aspetos em que o texto lopeano contribui para a afirmação
da consciência coletiva, fundamentando as características apresentadas em, pelo menos, um exemplo
significativo;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

67
o
C – Autoavaliaçã
5
Ficha de escrita

EXERCÍCIO 2 REDIGE UMA EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO Fernão Lopes, Crónica de D. João I
Fernão Lopes é um cronista medieval que recebe do rei D. Duarte uma in-
cumbência bastante complexa: registar os factos históricos dos anteriores rei-
nados. Nessa extensa obra destaca-se a redação da Crónica de D. João I, texto
que legitimará a dinastia de Avis.
O cronista narra os eventos históricos da crise 1383-85 com notável mestria,
dando especial realce, nos capítulos 115 e 148, aos preparativos para a defesa da
cidade de Lisboa e ao sofrimento das populações aquando do cerco. Assim,
nesta crónica, o povo é elevado à categoria de herói pelo seu papel não só na
defesa, mas também na preparação da cidade para o terrível cerco que o Rei de
Castela fará à cidade. O grande patriotismo revelado pela população de Lisboa
está, neste texto, relacionado com a admiração e profundo respeito que todos
nutrem pelo Mestre, fazendo questão de cumprir as suas ordens de forma rápida
e eficaz. É a sua identificação com o líder que incute coragem ao povo, levando-
-o a lutar briosamente contra os castelhanos e a tudo fazer pelo bem comum.
Em suma, Fernão Lopes foi um dos mais ilustres criadores de caracteres
tanto individuais como coletivos, vindo, por esse motivo, a influenciar outros es-
critores. Assim, a elevação do povo a herói mitificado é uma das características
mais marcantes desta crónica lopeana.

EXERCÍCIO 3 REDIGE UMA EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO A Crónica de D. João I é um texto da autoria de Fernão Lopes, um dos mais
fecundos cronistas medievais portugueses.
Neste texto, encomendado pelo rei D. Duarte, emerge um sentimento cole-
tivo do povo português à volta de um líder: o Mestre de Avis. O momento difícil
que constitui a crise de 1383-85 contribui para o fortalecimento da comunidade
nacional. Efetivamente, o povo ganha consciência coletiva de que pode ter um
papel mais ativo nos desígnios políticos da nação e intervém para salvar o Mes-
tre, no capítulo 11, mobilizando-se para enfrentar os castelhanos e decidir quem
será o próximo rei. A consciência de grupo e o sentimento nacional são repre-
sentados através da personagem coletiva, quando se trata da multidão de Lisboa,
que revela uma vontade comum, que se organiza para defender a cidade (capí-
tulo 115) e que sofre em conjunto num cerco imposto (capítulo 148).
Em suma, um dos objetivos de Fernão Lopes foi demonstrar o patriotismo
dos portugueses e valorizar o papel do Mestre de Avis, na defesa da independên-
cia do reino e na construção de um novo Portugal liderado por uma nova
dinastia.

68
Ficha de escrita 6
Págin@s 10

EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

faz
A – Vê como se

EXERCÍCIO 1 VÊ COMO SE REDIGE UMA EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

GIL VICENTE, FARSA DE INÊS PEREIRA


Tendo em conta a tua experiência de leitura do teatro vicentino, apresenta a importância do cómico como
expressão da crítica e fator de moralização social, numa exposição de cento e trinta a cento e setenta palavras,
fundamentando as tuas afirmações.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites a importância do cómico na crítica e na moralização da
sociedade quinhentista, fundamentando as características apresentadas em, pelo menos, um
exemplo significativo;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

O QUE DEVES
➔ Lê a instrução.
FAZER?
➔ Sublinha os verbos de instrução.
➔ Atenta no número de palavras do texto a produzir.
➔ Elabora tópicos para cada uma das três partes em que deve estruturar o teu texto.
➔ Redige o teu texto.
➔ Revê a estrutura do texto.
➔ Verifica a pontuação, o vocabulário, elimina repetições, diversifica conectores.

Análise da instrução e planificação

Tendo em conta a tua experiência de leitura do texto de vicentino,


Análise da instrução
apresenta a importância do cómico como expressão da crítica e fator
de moralização social numa exposição de cento e trinta a cento e se-
tenta palavras, fundamentando as tuas afirmações.
Tópicos
• Gil Vicente é um dramaturgo do século XVI. Introdução
• Tempo de mudança: transição entre a Idade Média e o Renascimento.
• Obra composta por autos e farsas com o intuito de divertir e moralizar.
Desenvolvimento:
• Farsa de Inês Pereira OU Auto da Feira.
• Explicação
• Denúncia de vícios socais de toda a sociedade quinhentista:
➔ crise de valores; • Exemplificação
➔ secundarização do papel da mulher;
➔ corrupção;
➔ exploração do povo;
➔ falta de devoção religiosa.
• Moralização. Conclusão
• Diversão.

69
PROPOSTA DE Texto-base Síntese
RESOLUÇÃO

Gil Vicente analisou a sociedade quinhentista, dando-a a co- Introdução


nhecer, através de uma vasta obra. A pedido do rei, escreveu
autos e farsas que divertiram e moralizaram a corte portuguesa.
Os textos deste dramaturgo refletem a mudança das mentali-
dades desde a Idade Média ao Renascimento. As transforma- Desenvolvimento:
ções económicas, sociais e políticas levaram a uma crise de va- • Explicação
lores. A corrupção, a exploração do povo e a falta de devoção
são visadas através da crítica mordaz, em obras religiosas e pro-
fanas, nas quais ninguém foi poupado, desde o rei ao clero, pas- • Exemplificação 1
sando pelo povo. Na Farsa de Inês Pereira, retratou o quotidiano
medieval, a crise do casamento e o conflito de gerações. Ao
lado de personagens tipo, desenhou uma jovem casadoira, que
ultrapassa a sua condição de representante das jovens medie- OU
vais desejosas de se libertarem da sua condição subalterna.
No Auto da Feira, o dramaturgo apresenta uma crítica bas- • Exemplificação 2
tante abrangente e propõe uma moralização de costumes.
Deste modo, o poder papal é criticado, mas as atitudes materia-
listas do povo também são visadas. A exaltação da vida simples
que o auto preconiza abrange toda a sociedade quinhentista.
Em suma, Gil Vicente satirizou através da personagem-tipo, da Conclusão
linguagem e dos vários processos de cómico. Ao recriar o seu
(170 palavras)
tempo, divertiu, como pretendiam os reis, criticou, mas tam-
bém moralizou.

70
Págin@s 10

B – Agora faz tu

EXERCÍCIO 2 REDIGE UMA EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

Numa exposição (130-170 palavras), explica os principais aspetos criticados e os diferentes processos de
cómico usados na Farsa de Inês Pereira.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites os aspetos criticados na Farsa e os diferentes processos de có-
mico, fundamentando as características apresentadas em, pelo menos, um exemplo significativo;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Tópicos para a redação do texto


Cómico vicentino: diversão e moralização. • Cómico nas situações:
• Cómico nas personagens: ➔ encontro entre Inês e Pero;
➔ dissimulação; ➔ bazófia do amo e verdades do criado;
➔ ingenuidade; ➔ cena final.
➔ incoerência; • Cómico na linguagem:
➔ ciúme; ➔ ladainhas cómicas;
➔ engano; ➔ rusticidade da linguagem;
➔ ridículo; ➔ intervenção dos Judeus.
➔ desadequação. • Moralização através do cómico.

EXERCÍCIO 3 REDIGE UMA EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

Tendo em conta o conhecimento global da Farsa de Inês Pereira, demonstra a atualidade da peça, numa
exposição (130-170 palavras). Ilustra o teu texto com referências concretas à obra.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites a atualidade da peça, fundamentando as características apre-
sentadas em, pelo menos, um exemplo significativo;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

71
o
C – Autoavaliaçã
6
Ficha de escrita

EXERCÍCIO 2 REDIGE UMA EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira
A Farsa de Inês Pereira é uma obra de Gil Vicente que critica a sociedade qui-
nhentista, recorrendo à diversão como forma de moralizar.
Seguindo o lema “a rir se corrigem os costumes”, o dramaturgo recorre a di-
ferentes formas de cómico ora escarnecendo de personagens, ora pondo a ridí-
culo situações, ora expondo formas de linguagem que levam ao riso pela sua de-
sadequação ou por pertencerem a registos demasiado marcados socialmente.
Assim, nesta farsa encontramos caricaturas de personagens-tipo que represen-
tam o lavrador abastado, mas ingénuo e inculto; o escudeiro galante e pelintra;
os alcoviteiros dissimulados e comerciantes; a mãe protetora. São várias as si-
tuações cómicas ao longo da peça como o encontro entre Inês e Pero, a bazófia
do Escudeiro e as verdades do moço, assim como a cena final. Encontramos
também vários momentos de cómico de linguagem como é o caso da interven-
ção dos Judeus com as suas ladainhas cómicas ou a rusticidade de Pero
Marques.
Em suma, esta farsa atinge o objetivo da moralização através do cómico.

EXERCÍCIO 3 REDIGE UMA EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO Gil Vicente é um dramaturgo do século XVI com uma vasta obra que retrata a
sociedade do seu tempo, na transição da Idade Mádia para a época renascentista,
mas, que ainda hoje, se mantém atual.
Os temas abordados na Farsa de Inês Pereira levantam problemas que persis-
tem nos nossos dias e que contribuem para a atualidade da obra. Assim, a dissi-
mulação e a degradação de costumes constituem um mal que afeta o funciona-
mento da sociedade e as relações interpessoais. As pessoas continuam a
privilegiar os bens materiais em detrimento dos valores humanos e todos os
meios parecem aceitáveis para os conseguir. A mulher continua numa posição
social de subalternidade e, mesmo no plano doméstico, impera o domínio do
homem. Alguma atualidade existe também no interesse pelas relações amorosas
e pela crise do casamento.
Em suma, se os problemas abordados na Farsa de Inês Pereira ainda se man-
têm hoje, significa que ainda falta à sociedade atual algum caminho por percor-
rer no sentido da justiça e da liberdade de todos e para todos.

72
Ficha de escrita 7
Págin@s 10

EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

faz
A – Vê como se

EXERCÍCIO 1 VÊ COMO SE REDIGE UMA EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

LUÍS DE CAMÕES, RIMAS


Tendo em conta a tua experiência de leitura das Rimas de Luís de Camões, apresenta as principais carac-
terísticas da lírica camoniana, numa exposição de cento e trinta a cento e setenta palavras, fundamentando as
tuas afirmações.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites as principais características da poesia camoniana, funda-
mentando as características apresentadas em, pelo menos, um exemplo significativo;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

O QUE DEVES
➔ Lê a instrução.
FAZER?
➔ Sublinha os verbos de instrução.
➔ Atenta no número de palavras do texto a produzir.
➔ Elabora tópicos para cada uma das três partes em que deves estruturar o teu texto.
➔ Redige o teu texto.
➔ Revê a estrutura do texto.
➔ Verifica a pontuação, o vocabulário, elimina repetições, diversifica conectores.

Análise da instrução e planificação

Tendo em conta a tua experiência de leitura das Rimas de Luís de


Análise da instrução
Camões, apresenta as principais características da lírica camoniana,
numa exposição de cento e trinta a cento e setenta palavras, funda-
mentando as tuas afirmações.
Tópicos
Introdução
• Luís de Camões escreveu poesia em moldes tradicionais e clássicos.
• Conciliação entre uma vertente tradicional e a inovação renascentista Desenvolvimento:
de influência italiana. • Explicação
• Formalmente, escreveu redondilhas e sonetos. • Exemplificação
• Vários e diversificados temas: amor, saudade, relação do “eu” com a
natureza, sofrimento, revolta, … Conclusão
• Afirmação do homem universal.

73
PROPOSTA DE Texto-base Síntese
RESOLUÇÃO

Luís de Camões é um poeta do século XVI que escreveu Introdução


poesias que retomam a tradição, enquanto desenvolveu poe-
mas de influência renascentista.
Nas Rimas de Camões, coexistiu a poesia com sabor trova- Desenvolvimento:
doresco (lírica tradicional), com uma poesia (lírica renascen- • Explicação
tista) que revela, pelos modos formais e pela temática, a cultura
humanística e clássica do autor que soube encontrar em Platão,
Petrarca ou Dante os seus mentores. Cantando o amor nas suas
múltiplas formas, o poeta soube definir a alma humana como • Exemplificação
poucos, oferecendo-nos a sua experiência de vida ou o mundo
no seu desconcerto. O mundo do “eu” camoniano transmite-se
excessivamente nos sonetos no seu saudosismo, na definição
de estados amorosos, na comunicação do “eu” com a natureza,
nas várias formas de evasão do sujeito descontente e, por vezes
até, revoltado contra o seu destino.
Em suma, os temas da lírica camoniana são variados, per- Conclusão
correndo a análise da vida interior, a caracterização da realidade (164 palavras)
ou a busca do dimensionamento do homem universal.

74
Págin@s 10

B – Agora faz tu

EXERCÍCIO 2 REDIGE UMA EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

Numa exposição (130-170 palavras), explica a forma como o tema da mudança é tratado na lírica camo-
niana, fazendo referência a textos exemplificativos.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites os aspetos criticados na farsa e os diferentes processos de có-
mico, fundamentando as características apresentadas em, pelo menos, um exemplo significativo;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Tópicos para a redação do texto


• Tema da mudança: vertente tradicional e ver- ➔ períodos de decadência dão lugar ao
tente clássica. ressurgimento.
• A mudança atua sobre a Natureza e sobre a • Mudança na vida humana:
vida humana. ➔ desesperança;
• Mudança na Natureza: ➔ angústia;
➔ cíclica; ➔ desencanto.
➔ regular; • Mudança tem uma conotação negativa para
➔ previsível; o sujeito.

EXERCÍCIO 3 REDIGE UMA EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

Numa exposição (130-170 palavras), apresenta os diferentes papéis que a Natureza pode assumir nas
Rimas de Luís de Camões
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites a atualidade da peça, fundamentando as características apre-
sentadas em, pelo menos, um exemplo significativo;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

75
o
C – Autoavaliaçã
7
Ficha de escrita

EXERCÍCIO 2 REDIGE UMA EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO Luís de Camões, Rimas
O tema da mudança na lírica camoniana é recorrente, tanto na vertente tradi-
cional como clássica, e surge frequentemente como um fator de angústia para o
sujeito.
Os efeitos da mudança são diversos. Assim, a mudança atua sobre a natureza
e sobre o mundo de forma cíclica, regular e previsível, oscilando entre períodos
de decadência e momentos de ressurgimento. Deste modo, as estações do ano
sucedem-se e a natureza passa de um período de definhamento para outro de
revitalização, em ciclos perfeitamente previsíveis.
Opostamente, na vida humana em geral e na do sujeito em particular tal não
acontece, pois a sua vida é marcada pelo implacável destino, pela infelicidade e
pela miséria, como demonstra o soneto “Oh! Como se me alonga, de ano em
ano”. Constata então o sujeito que se no passado houve momentos de esperança,
a mudança transformou-os em angústia e tristeza, não havendo forma de inver-
ter a situação.
Em suma, na poesia camoniana, a mudança apresenta uma conotação nega-
tiva e conduz o sujeito ao desencanto e desespero.

EXERCÍCIO 3 REDIGE UMA EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO A Natureza é um tema recorrente na poesia camoniana e está associada às
temáticas do amor e da mudança.
Assim, a Natureza assume diversos papéis nos diferentes poemas. Nos poe-
mas de conteúdo amoroso, verifica-se a preferência por um cenário verdejante,
primaveril e tranquilo, que se identifica com a expressão latina: “locus amoenus”.
Os elementos naturais criam um cenário favorável para o amor, realçam a beleza
da mulher amada ou desempenham a função de confidentes (“Alegres campos,
verdes arvoredos”). Por vezes, a exuberância e beleza da Natureza surgem como
contraponto ao estado de espírito do “eu”, como acontece no soneto: “A fermo-
sura desta fresca serra”.
Noutros poemas, a Natureza surge como objeto de contemplação que propi-
cia a reflexão sobre a existência humana (“Mudam-se os tempos, mudam-se as
vontades”). Surge então um cenário natural em que as estações do ano se suce-
dem de uma forma regular que contrastam com a mudança negativa constante
na vida do sujeito.
Em suma, a Natureza e as suas diferentes representações assumem na lírica
camoniana um papel de grande destaque.

76
Ficha de escrita 8
Págin@s 10

EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

faz
A – Vê como se

EXERCÍCIO 1 VÊ COMO SE REDIGE UMA EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

LUÍS DE CAMÕES, OS LUSÍADAS


Tendo em conta a tua experiência de leitura de Os Lusíadas de Luís de Camões, apresenta o desenho do
imaginário épico nos momentos iniciais da epopeia, numa exposição de cento e trinta a cento e setenta pala-
vras, fundamentando as tuas afirmações.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual expliques a construção do imaginário épico na epopeia camoniana,
fundamentando as características apresentadas em, pelo menos, um exemplo significativo;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

O QUE DEVES
➔ Lê a instrução.
FAZER?
➔ Sublinha os verbos de instrução.
➔ Atenta no número de palavras do texto a produzir.
➔ Elabora tópicos para cada uma das três partes em que deve estruturar o teu texto.
➔ Redige o teu texto.
➔ Revê a estrutura do texto.
➔ Verifica a pontuação, o vocabulário, elimina repetições, diversifica conectores.

Análise da instrução e planificação

Tendo em conta a tua experiência de leitura de Os Lusíadas de Luís


Análise da instrução
de Camões, apresenta o desenho do imaginário épico nos momentos
iniciais da epopeia, numa exposição de cento e trinta a cento e setenta
palavras, fundamentando as tuas afirmações.
Tópicos
• Contextualização da epopeia no panorama cultural do século XVI e Introdução
desenho do imaginário épico coletivo.
• Marcas épicas de Os Lusíadas (a partir da Dedicatória): Desenvolvimento:
➔ estrutura interna e externa; • Explicação
➔ herói;
• Exemplificação
➔ feitos históricos grandiosos e viagem;
➔ intervenção dos deuses.
• Confronto com outras epopeias (clássicas e contemporâneas de
Camões).
• Importância do imaginário cultural da Antiguidade clássica. Conclusão

77
PROPOSTA DE Texto-base Síntese
RESOLUÇÃO

Os Lusíadas são uma epopeia escrita no século XVI, por Luís de Introdução
Camões, que desenha, logo a partir da Dedicatória, um imaginário
épico coletivo. Desenvolvimento:
O nosso poema épico apresenta uma estrutura externa e interna • Explicação
que obedece aos moldes clássicos. Trata-se de um poema longo que
comemora os grandes feitos da história do povo português, que as-
sume o papel de herói coletivo. A intervenção dos deuses no assunto
principal da ação, a viagem de Vasco da Gama à Índia, enaltece o ser-
viço prestado à fé e à Pátria e a excecionalidade dos obstáculos ultra-
passados. Em contraste com as epopeias clássicas e com as contem- • Exemplificação
porâneas a Camões, os acontecimentos históricos relatados são todos
verídicos e excedem, em grandeza e dificuldade, os relatos mitológi-
cos ou lendários.
Em suma, o registo poético da História de Portugal e, dentro dela,
Conclusão
as Descobertas marítimas são de tal modo gloriosas que dão matéria
ao mais nobre género literário: a epopeia, repositório do imaginário
cultural da Antiguidade clássica revisitado pela cultura renascentista. (164 palavras)

B – Agora faz tu

EXERCÍCIO 2 REDIGE UMA EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

Com base na tua experiência de leitura de Os Lusíadas de Luís de Camões, numa exposição (130-170
palavras) explica o valor simbólico da Ilha dos Amores na mitificação do herói.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual expliques o valor simbólico do episódio na epopeia camoniana,
fundamentando as características apresentadas em, pelo menos, um exemplo significativo;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Tópicos para a redação do texto • A simbologia da Ilha dos Amores:


• Os Lusíadas: epopeia nacional. ➔ código de conduta;
• Novo conceito de heroísmo. ➔ mitificação do herói;
➔ casamento com as ninfas;
➔ alegoria.

EXERCÍCIO 3 REDIGE UMA EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

Numa exposição (130-170 palavras), explica a importância das reflexões do Poeta na estrutura de
Os Lusíadas de Luís de Camões.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual expliques a relevância das reflexões do Poeta na epopeia camoniana,
fundamentando as características apresentadas em, pelo menos, um exemplo significativo;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

78
Págin@s 10

o
C – Autoavaliaçã
8
Ficha de escrita

EXERCÍCIO 2 REDIGE UMA EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO Luís de Camões, Os Lusíadas
Os Lusíadas, de Luís de Camões, são um poema narrativo que cantam a glori-
ficação do povo português. Centrando a ação principal na viagem de Vasco da
Gama à Índia, o Poeta relata inúmeros episódios da História de Portugal que con-
tribuem para a mitificação do herói coletivo.
De entre os vários episódios, a “Ilha dos Amores” adquire um especial valor
simbólico, pois os marinheiros portugueses, de regresso a Portugal, aportam
numa ilha preparada por Vénus que representa a recompensa por todos os traba-
lhos passados. O estatuto de herói que o povo atinge pressupõe, no entanto, o
respeito por um código de conduta que despreza a preguiça, a ambição desme-
dida, a cobiça. Assim, os portugueses ascendem à mitificação pelos trabalhos
passados e pela sua persistência na prossecução de um objetivo. Deste modo, o
casamento com as ninfas significa a imortalização, pois a glória só se atinge pelo
esforço, com sacrifício.
Em suma, o episódio da Ilha dos Amores é uma alegoria que representa um
novo conceito de heroísmo representado pelo povo português.

EXERCÍCIO 3 REDIGE UMA EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA LITERÁRIO

PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO Os Lusíadas, de Luís de Camões, são um canto de glorificação do povo portu-
guês, no entanto destacam também um anúncio de decadência. Neste sentido,
as reflexões do Poeta constituem um momento de crítica muito relevante na
epopeia pelo seu caráter antiépico.
Na maioria dos casos, os comentários do Poeta ocorrem ocasionalmente no
fim dos cantos. Estas reflexões englobam considerações de caráter didático e
crítico que o Poeta vai registando ao longo da obra. A análise centra-se essen-
cialmente na crise de valores e mudanças sociais do final do século XVI como
resultado da ganância e corrupção que as riquezas do Oriente suscitaram. O
Poeta reflete ainda sobre a ingratidão e falta de cultura dos portugueses e apela
a D. Sebastião para contribuir para um Portugal glorioso. A perspetiva que o Poeta
adota é muitas vezes didática, na medida em que desenha um ideal de heroísmo
baseado em valores éticos morais e cívicos afastados da sociedade portuguesa.
Em suma, as reflexões do Poeta constituem um dos planos da obra, apresen-
tam uma perspetiva crítica sobre uma sociedade que precisava de corrigir o seu
rumo e, paradoxalmente, apresentam uma grande atualidade.

79

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