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Prefácio da segunda edição

- sugestão biográfica (Simão e


Narrador)

Introdução

- estrutura narrativa

Prof. Ana Paula Menezes


Prefácio

AMOR DE PERDIÇÃO, CAMILO CASTELO BRANCO


Sugestão biográfica (Simão e Narrador)

Obra de ficção, em que


Amor de Perdição
abundam peripécias
narrativas, culminando em
desfecho trágico. Sugestão de relato histórico e familiar
verídico
Com base num documento oficial (livro de
Escrevi o romance em quinze dias , os mais atormentados de minha vida. registos de entradas na cadeia da Relação
do Porto referente a Simão Botelho, tio de
Camilo Castelo Branco, que havia sido
Memórias de uma degredado para a Índia e de que se mantinha
Família na família um maço de cartas de amor
trocadas com Teresa Albuquerque.
------------------------------ MAS ----------------------------------
-
3 / Ficha
2 / 2 0 2informativa
1 n.º 1, Manual, pág. 173
[…] Desde menino, ouvia eu contar a triste história de meu tio paterno
Simão António Botelho.
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Introdução

ESTRUTRA NARRATIVA
“Amou, perdeu-se, e morreu amando”
Estrutura tripartida da obra
“AMOU” . Referência a dados biográficos de Camilo.
(cap. I) . Apresentação global do infortúnio de Simão Botelho.

. Amor de Simão Botelho e Teresa Albuquerque – correspondido, mas proibido


– oponentes: Domingos Botelho e Tadeu de Albuquerque, apego inflexível à honra
do sobrenome e Baltasar Coutinho);
- adjuvantes: João da Cruz e Mariana
“PERDEU-SE” . Amor de Mariana por Simão – não correspondido – a confidente de Simão
(cap. II a XX) (renuncia à sua felicidade para ser a intermediária do homem que ama.
. Assassínio de Baltasar Coutinho.
. Condenação de Simão ao degredo.
. Ida de Teresa para o convento.
. Morte de Teresa.

“MORREU AMANDO” . Morte de Simão.


(cap. XXI)

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Introdução

AMOR DE PERDIÇÃO, CAMILO CASTELO BRANCO


• Forma como Camilo Castelo Branco pretende dar um cunho de veracidade à obra – pelo facto de se servir do registo
real existente na Relação do Porto, “Folheando os livros de assentamento, no cartório das cadeias de Relação do
porto, li, ... “ (ll. 1-2) , transcrevendo, de seguida, “… as folhas 232 …” (ll. 4 a 12)

• Destinatário da obra: o destinatário é o leitor, como se pode verificar na passagem “Não seria fiar demasiadamente na
sensibilidade do leitor, …” (l. 13)

• Forma como o narrador prevê que o obra será recebida: o narrador acredita que, no geral, os leitores sentirão
comiseração por Simão Botelho, como se comprova em, “Não seria fiar demasiadamente na sensibilidade do leitor,
se cuido que o degredo de um moço de dezoito anos lhe há de fazer dó” (ll. 13-14), sobretudo o público feminino que,
no seu entender, terá todos os motivos para chorar, “ O leitor decerto se compungia; e a leitora, se lhe dissessem em
menos de uma linha a história daqueles dezoito anos, choraria!” (ll. 23-24) e “ … essa, a minha leitora, a carinhosa
amiga de todos os infelizes, não choraria se lhe dissessem que o pobre moço perdera a honra, reabilitação, pátria,
liberdade, irmãs, mãe, vida, tudo, por amor da primeira mulher que o despertou dos inocentes desejos?!” (ll. 28 a 31)

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Introdução

AMOR DE PERDIÇÃO, CAMILO CASTELO BRANCO


Análise do sexto parágrafo

1. Recursos linguísticos e sua expressividade

- as exclamações – evidenciam o envolvimento do narrador do narrador, primeiro a sublinhar a juventude de Simão (ll.
15 a 17), depois as consequências da sentença ((ll. 19-20) e, finalmente, o seu juízo de valor “É triste!” (l. 20)

- as enumerações – de novo a realçar a juventude do protagonista e o afeto de que era alvo (ll. 17-18); de seguida, a
enfatizar a dureza da sentença (ll. 20 a 22)

- as metáforas – “O arrebol dourado e escarlate da manhã da minha vida!” (l. 15) e “As louçanias do coração que ainda
não sonha em frutos, e todo se embalsama no perfume das flores!”, exaltam a beleza, esperança e inocência próprias
da idade de Simão.

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