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CONTEÚDO: Narração
Narração ou texto narrativo é o relato feito por alguém de algo, de uma sequência de
acontecimentos. Essa sucessão de acontecimentos é chamada de enredo, e considera um
período de tempo e de espaço (quando e onde acontece).
Quem assume o papel de narrar, contar ou relatar algo é chamado de narrador. O narrador relata
os acontecimentos vividos pelos personagens.
Tipos de narrativa
Estrutura da narrativa
Elementos da narrativa
Narrador
Há três tipos de narrador. É esse elemento que determina o foco narrativo, ou seja, a perspectiva
da história.
Narrador Personagem: ele faz parte da história contada. Nesse caso, a narração é feita na 1ª
pessoa do singular (eu) ou do plural (nós).
Narrador Observador: ele não faz parte da história, apenas a observa. A narração é feita na 3ª
pessoa do singular (ele) ou do plural (eles).
Personagens
Exemplos de narração
Narrador personagem:
"No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e
sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia
emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta,
saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a
andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem
caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a
minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e
não caí nenhuma vez.
Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono da livraria era tranqüilo e
diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo.
Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia
seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela
ia se repetir com meu coração batendo.
Narrador observador:
"A cachorra baleia estava para morrer. Tinha emagrecido, o pelo caíra-lhe em vários pontos, as
costelas avultavam num fundo róseo, onde manchas escuras supuravam e sangravam, cobertas
de moscas. As chagas da boca e a inchação dos beiços dificultavam-lhe a comida e a bebida.
Por isso Fabiano imaginara que ela estivesse com um princípio de hidrofobia e amarrara-lhe no
pescoço um rosário de sabugos de milho queimados. Mas baleia, sempre de mal a pior, roçava-
se nas estacas do curral ou metia-se no mato, impaciente, enxotava os mosquitos sacudindo as
orelhas murchas, agitando a cauda pelada e curta, grossa na base, cheia de roscas, semelhante
a uma cauda de cascavel.
Então Fabiano resolveu matá-la. Foi buscar a espingarda de pederneira, lixou-a, limpou-a com o
saca-trapo e fez tenção de carregá-la bem para a cachorra não sofrer muito.
Sinhá Vitória fechou-se na camarinha, rebocando os meninos assustados, que adivinhavam
desgraça e não se cansavam de repetir a mesma pergunta:
Narrador Onisciente
"No fundo, Ana sempre tivera necessidade de sentir a raiz firme das coisas. E isso um lar
perplexamente lhe dera. Por caminhos tortos, viera a cair num destino de mulher, com a
surpresa de nele caber como se o tivesse inventado. O homem com quem casara era um
homem verdadeiro, os filhos que tivera eram filhos verdadeiros. Sua juventude anterior parecia-
lhe estranha como uma doença de vida. Dela havia aos poucos emergido para descobrir que
também sem a felicidade se vivia: abolindo-a, encontrara uma legião de pessoas, antes
invisíveis, que viviam como quem trabalha — com persistência, continuidade, alegria. O que
sucedera a Ana antes de ter o lar estava para sempre fora de seu alcance: uma exaltação
perturbada que tantas vezes se confundira com felicidade insuportável. Criara em troca algo
enfim compreensível, uma vida de adulto. Assim ela o quisera e o escolhera.
Sua precaução reduzia-se a tomar cuidado na hora perigosa da tarde, quando a casa estava
vazia sem precisar mais dela, o sol alto, cada membro da família distribuído nas suas funções.
Olhando os móveis limpos, seu coração se apertava um pouco em espanto. Mas na sua vida não
havia lugar para que sentisse ternura pelo seu espanto — ela o abafava com a mesma
habilidade que as lides em casa lhe haviam transmitido. Saía então para fazer compras ou levar
objetos para consertar, cuidando do lar e da família à revelia deles. Quando voltasse era o fim da
tarde e as crianças vindas do colégio exigiam-na. Assim chegaria a noite, com sua tranqüila
vibração. De manhã acordaria aureolada pelos calmos deveres. Encontrava os móveis de novo
empoeirados e sujos, como se voltassem arrependidos. Quanto a ela mesma, fazia
obscuramente parte das raízes negras e suaves do mundo. E alimentava anonimamente a vida.
Estava bom assim. Assim ela o quisera e escolhera."
REFERÊNCIAS
https://www.todamateria.com.br/narracao/#:~:text=Narra%C3%A7%C3%A3o%20ou%20texto
%20narrativo%20%C3%A9,algo%20%C3%A9%20chamado%20de%20narrador.
https://acessaber.com.br/atividades/atividade-de-portugues-producao-de-texto-narrativo-4o-ou-5o-
ano/
PREFEITURA DE MANAUS
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
E.M. ARISTÓTELES COMTE DE ALENCAR
Aluno (a): Nº :
Série: 7º Turma: G Turno: Vespertino
Disciplina: Língua Portuguesa Professor (a): Tayane Dias Data de entrega:19/03/2021
ATIVIDADE
ATIVIDADE 3
Narração
Narrar é contar uma história real ou fictícia. Para criar uma história é só escolher o
assunto, selecionar as palavras e usar a imaginação.
O narrador pode ser observador: aquele que apenas observa e conta os fatos e
narrador personagem que é aquele que conta e participa da história.
1) Invente uma história utilizando as expressões abaixo. O foco narrativo deverá ser
em 1ª pessoa. E não se esqueça de dar um título a sua história.
Quando acordei
De repente
Parte 2
O jardim secreto
No início do século XX, Mary Lennox vive na Índia com os pais, que não lhe dão
afeto nem atenção. Uma epidemia de cólera mata o casal, e, seis meses depois,
Mary, uma menina de 10 anos apática e sem graça, mimada, voluntariosa, que não
sabe amar e não tem amigos, desembarca na Inglaterra para viver com o tio em
Yorkshire, na mansão Misselthwaite, uma construção sombria e labiríntica com mais
de cem quartos.
Questões
Questão 1 – O texto é:
( ) um conto.
Questão 2 – De acordo com o texto, Mary Lennox vai para a Inglaterra viver com o
tio, porque:
( ) ela não tem amigos.
Questão 4 – Na parte “[…] a menina, sem ter o que fazer, começa a explorar a
mansão e seus arredores […]”, a palavra destacada indica:
( ) soma.
( ) oposição.
( ) alternância.
( ) um pintarroxo.
( ) tempo.
( ) intensificar.
( ) caracterizar.
Questão 9 – No segmento “Impossível não se apaixonar pelas personagens e pela
história, publicada em 1911, que faz rir, chorar, sonhar.”, o autor do texto:
( ) dá uma ordem.