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Giselle Medeiros da Costa One

Maria Luiza Souto Porto


(Organizadores)

FARMÁCIA:
tecnologia a
serviço da saúde

1
IMEA
JOÃO PESSOA- PB
2020
Instituto Medeiros de Educação
Avançada - IMEA
Editor Chefe
Giselle Medeiros da Costa One

Corpo Editorial
Giselle Medeiros da Costa One
Bárbara Lima Rocha
Maria Luiza Souto Porto
Roseanne da Cunha Uchôa
Iara Medeiros de Araújo

Revisão Final
Ednice Fideles Cavalcante Anízio

FICHA CATALOGRÁFICA
Dados de Acordo com AACR2, CDU e CUTTER
One, Giselle Medeiros da Costa.
O59f Farmácia: tecnologia a serviço da saúde, 1./ Organizadores: Giselle
Medeiros da Costa One; Maria Luiza Souto Porto. IMEA. 2020.
1104fls.
Prefixo editorial: 53005
ISBN: 978-85-53005-25-3 (on-line)
Modelo de acesso: Word Wibe Web
<http://www.cinasama.com.br>

Instituto Medeiros de Educação Avançada – IMEA – João


Pessoa - PB

1. Farmácia 2. Terapias 3. Tecnologia 4. Fitoterapia I. Giselle


Medeiros da Costa One II. Maria Luiza Souto Porto III. Farmácia:
tecnologia a serviço da saúde, 1
CDU: 615

Laureno Marques Sales, Bibliotecário especialista. CRB -15/121

Direitos desta Edição reservados ao Instituto Medeiros de Educação Avançada –


IMEA
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
UTILIZAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS EM UMA UNIDADE DE URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA DO ESTADO DA PARAÍBA
CAPÍTULO 54

UTILIZAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS EM
UMA UNIDADE DE URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA DO ESTADO DA PARAÍBA
Yasmin Henrique PESSOA 1
Palloma Araujo de SILVA 1
Adriana Amorim de Farias LEAL 2
Romulo Moreira dos SANTOS 3
¹Graduando do curso de Farmácia, UNIFACISA; ²Professora do Curso de Graduação em
Farmácia/UNIFACISA; ³Orientador/Professor do Curso de Graduação em
Farmácia/UNIFACISA.
yasminhenrique6@hotmail.com

RESUMO: Os antimicrobianos representam uma grande


evolução para a saúde, entretanto, o uso indiscriminado traz
grandes problemas como a resistência bacteriana, que é
considerada um dos problemas de saúde pública. Os mesmos
são utilizados para melhorar uma infecção estabelecida e
possuem finalidade de eliminar ou impedir o crescimento
bacteriano. Assim, o trabalho teve por objetivo verificar a
utilização dos antimicrobianos em uma Unidade de Urgência e
Emergência da Paraíba, focando na prevalência das classes
desses medicamentos, assim como, de maneira aproximada,
nas despesas orçamentárias necessárias para manutenção
dos tratamentos nesse serviço de saúde. O trabalho foi
realizado de maneira observacional, com caráter transversal e
abordagem quantitativa, referente ao primeiro semestre do
corrente ano. Os antibióticos mais dispensados no período da
pesquisa foram os beta-lactâmicos (50%), da subclasse
cefalosporina de terceira geração, representado pela

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cefriaxona, ademais, o levofloxacino da classe quinolonas, foi
o fármaco que apresentou maior gasto mensal. A eficácia do
tratamento depende de todos os profissionais de saúde, sendo
necessário treinamento a esses profissionais tanto para
conhecimento próprio quanto para assistência farmacêutica e,
para que haja um controle no consumo de antimicrobianos, a
Unidade deve assumir uma política de vigilância sobre as
prescrições deste grupo de medicamentos.
Palavras-chaves: Antimicrobianos. Saúde Pública.
Farmacoepidemiologia.

INTRODUÇÃO

A resistência antimicrobiana (AMR, da sigla em inglês


para antimicrobial resistance) é considerada um dos desafios
aos sistemas de saúde contemporâneos. Estima-se que 700
mil mortes sejam causadas anualmente pela resistência aos
antimicrobianos. De acordo com essas análises, sem uma
mudança de abordagem para conter o problema, até 2050, a
AMR poderá causar mais mortes que o câncer (ESTRELA,
2018).
Antibióticos são substâncias naturais ou sintéticas,
capazes de causar a morte ou de inibir o crescimento de
fungos e/ou bactérias. O desenvolvimento da primeira
substância sintética com essas propriedades data de 1910,
através dos estudos de Paul Ehrlich. O termo antibiótico surgiu
em 1928, quando Alexander Fleming observou em seu estudo
que um fungo do gênero Penicillium tinha ação contra a
bactéria Staphylococcus aureus, por causar abscessos em
feridas abertas. Desde então, tem sido desenvolvidas
diferentes classes desses fármacos, tais como beta-

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lactâmicos, aminoglicosídeos, macrolídeos e quinolonas
(FERREIRA et al., 2016).
Os antimicrobianos são as drogas mais prescritas em
unidades de terapia intensiva (UTI), sendo as mais utilizadas
em lactantes, a segunda mais utilizada em crianças e a sexta
mais utilizada em gestantes. Além disso, estão entre os mais
prescritos no Brasil e no mundo, onde seu uso indiscriminado,
tanto pela automedicação, quanto pela prescrição médica
inadequada, é o principal causador de resistência bacteriana
(FERREIRA et al., 2016).
Esta automedicação abrange as diversas formas pelas
quais o indivíduo ou responsáveis decidem, sem avaliação
médica, qual medicamento e como utilizá-lo para alívio
sintomático e "cura", compartilhando remédios com outros
membros da família ou do círculo social, utilizando sobras de
prescrições ou descumprindo a prescrição profissional,
prolongando ou interrompendo precocemente a dosagem e o
período de tempo indicados na receita (MORAIS; ARAÚJO;
BRAGA, 2016).
Ademais, a escassez de conhecimento dos prescritores
sobre as doenças infecciosas, durante a prescrição de um
antibiótico, pode levar à utilização desses medicamentos sem
necessidade, tratamento com fármacos de última geração, em
tempo prolongado, farmacoterapia essencialmente empírica e
uso exagerado de associações de antibióticos. A dispensação
é a etapa mais visível para o doente, sendo revista a
prescrição médica e estabelecidas condições para o
acompanhamento da evolução da terapêutica adotada. Na
validação da prescrição médica ocorre a minimização de
possíveis erros de dose ou de indicação terapêutica para o
antibiótico prescrito (SANTOS et al., 2017).

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EMERGÊNCIA DO ESTADO DA PARAÍBA
Tendo em vista a minimização dos erros, os pacientes
deveriam ser orientados por completo sobre o andamento do
tratamento, do início até a sua finalização, pois do contrário
fica comprometida a adesão à terapia, além de proporcionar o
aumento da resistência bacteriana. Essas informações sobre
o uso correto destes antimicrobianos por vezes é ignorado e
sem protocolos clínicos obedecidos, devido a demanda de
muitos pacientes no aguardo atendimentos médicos
incompletos e sem solicitação de exames complementares
(MORAIS; ARAÚJO; BRAGA, 2016).
Assim, o paciente só recebe a receita, começa a usar o
medicamento e melhorando, interrompe o tratamento. Para
tentar reduzir os problemas associados ao uso incorreto e
inadequado de antibióticos, uma das medidas para amenizar
o problema, seria instruir o usuário e garantir que este faça a
administração adequada e com segurança (MORAIS;
ARAÚJO; BRAGA, 2016).
Em termos de saúde pública, a resistência bacteriana
representa um risco à qualidade de vida humana conquistada
ao longo dos anos com o avanço da microbiologia, das
engenharias, da farmácia e da medicina, comprometendo o
orçamento dos sistemas de saúde, sejam eles públicos ou
privados, além de intensificar outro problema de saúde pública
de grande relevância: as infecções hospitalares (COSTA
JUNIOR, 2017).
O uso de antibiótico deveria acontecer somente após um
antibiograma, assim, o paciente faria o uso do medicamento
mais indicado, uma vez que, por meio de exames é possível
identificar o agente etiológico e, consequentemente, evitar a
resistência bacteriana ao organismo. Mesmo com a ciência
desses fatores interferindo diretamente na qualidade do

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EMERGÊNCIA DO ESTADO DA PARAÍBA
tratamento do paciente, as prescrições de antimicrobianos
acontecem sem os dados para embasar um uso racional e sem
uma reavaliação para desprescrição ou mudança terapêutica
(FERREIRA, 2019).
A existência de micro-organismos resistentes a
antibiótico se torna uma preocupação, tanto na área clínica,
como farmacêutica. Nesse contexto, resistência bacteriana
pode comprometer o tratamento. Os antibióticos são usados
para profilaxia de infecções e tratamento, elevando o custo
financeiro ao setor hospitalar (O’DWYERL et al., 2017).
Historicamente, as políticas de saúde ou eram voltadas
a atenção básica ou a atenção de maior complexidade. No
início dos anos 2000, estabeleceu-se no âmbito do Ministério
da Saúde por meio das publicação da portaria 2048/MS, que
esboça uma nova rede de atenção à saúde, no qual se
percebe a necessidade de se pensar o atendimento de
urgência e emergência como um caminho entre as ações
preventivas e as de alta complexidade (MARTINS, 2014).
Com a implantação de novos componentes, como os
serviços de atendimento móvel de urgência (SAMU) e as
unidades de pronto atendimento (UPA). Iniciar a implantação
pelo pré-hospitalar foi uma decisão acertada, já que as
experiências nacionais e internacionais mostram o impacto
positivo desse atendimento. Cronologicamente, a implantação
dos componentes pré-hospitalares ocorreu de forma
desarticulada em três momentos distintos até 2002 –
regulamentação inicial; 2003– 2008 – ênfase no SAMU; a partir
de 2009 – ênfase na UPA (O’DWYERL et al, 2017).
Em 2011, definiu-se a necessidade de uma rede de
urgência, com regionalização e reorganização dos serviços pré-
existentes. As UPAs, são consideradas como o principal

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UTILIZAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS EM UMA UNIDADE DE URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA DO ESTADO DA PARAÍBA
componente fixo de urgência pré-hospitalar e, classificam-se
em três diferentes portes, de acordo com a população
referenciada, a área física, o número de leitos disponíveis, a
gestão de pessoas e a capacidade de atender (O’DWYERL et
al., 2017).
As UPAs podem ser classificadas, quanto ao porte, em
três categorias: Porte I, que tem o mínimo de sete leitos de
observação, com capacidade média de atendimento para 150
pacientes por dia, abrangendo de 50 a 100 mil habitantes;
Porte II, tem o mínimo de 11 leitos de observação com
capacidade de atendimento médio de 250 pacientes por dia,
atendendo uma população de 100 a 200 mil habitantes; Porte
III, que disponibiliza atendimentos para uma abrangência
populacional de 200 a 300 mil habitantes, com média de 350
atendimentos por dia, nos 15 leitos mínimos exigidos
(SANTOS, 2017).
Com toda diligência existente neste tipo de Unidade,
torna-se necessário delimitar quais antimicrobianos são mais
regularmente prescritos nos atendimentos de urgência e
emergência, a fim de conhecer melhor suas aplicações na
rotina cotidiana (QUIRINO; MENDES, 2016).
Segundo Quirino e Mendes (2016), quando é escolhido a
prescrição do antibiótico, cabe ao farmacêutico a orientação
quanto ao uso desse medicamento, o que favorece no
tratamento do paciente proporcionando maior segurança e
eficiência na terapêutica.
Sabendo que a resistência bacteriana tem crescido
drasticamente nas últimas décadas, o objetivo deste trabalho
é verificar a utilização dos antimicrobianos em uma UPA no
Município de Campina Grande-PB, focando na prevalência
das classes desses medicamentos, assim como, de maneira

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UTILIZAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS EM UMA UNIDADE DE URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA DO ESTADO DA PARAÍBA
aproximada, nas despesas orçamentárias necessárias para
manutenção dos tratamentos nesse serviço de saúde.

MATERIAIS E MÉTODO

O levantamento foi realizado de maneira observacional,


com caráter transversal e abordagem quantitativa, nos meses
de setembro e outubro do corrente ano, em uma Unidade de
Pronto Atendimento no Município de Campina Grande-PB.
Para este trabalho foram empregados como fonte de dados as
planilhas de registros de dispensação dos medicamentos
dentro dessa Unidade, sem contato de maneira direta ou
indireta com os pacientes, para a consolidação do quantitativo
de antimicrobianos solicitados para administração nos seis
primeiros meses do ano de 2019.
A partir da padronização da farmácia do serviço foram
classificados os princípios ativos antimicrobianos de uso
sistêmico através do sistema Anatomic Therapeutic Chemical
(ATC), disponibilizado e adotado pela Organização Mundial de
Saúde, nos níveis 3 (farmacológico) e 4 (grupo químico). Com
a listagem dos princípios ativos, organizou-se as variáveis
nominais e numéricas em tabelas e gráfico, contendo as
estatísticas simples.
Para a verificação dos gastos com estes
medicamentos, os valores de todas as apresentações
foram consultados na planilha da Câmara de Regulação
do Mercado de Medicamentos (CMED), um órgão
interministerial responsável pela regulação econômica
destes produtos no Brasil, sendo a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA) a Secretaria Executiva
deste órgão.
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UTILIZAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS EM UMA UNIDADE DE URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA DO ESTADO DA PARAÍBA
Na planilha da CMED, foram observados os valores de
Preço Fábrica (PF), acrescidos da alíquota de 18% de Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), a qual o
estado da Paraíba está sujeito a taxação de medicamentos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme a Figura 1 foi possível constatar maior
presença da classe dos beta-lactâmicos (50%); essa
prevalência pode ser justificada por se tratar de uma
Unidade de Pronto Atendimento, variando os
aparecimentos de casos como infecções do trato
urinário, faringite estreptocócica entre outras.
Os beta-lactâmicos constituem a primeira classe
de derivados de produtos naturais utilizados no
tratamento terapêutico de infecções bacterianas.
Possuem amplo espectro de atividade antibacteriana,
eficácia clínica e excelente perfil de segurança, uma vez
que atuam inibindo irreversivelmente a enzima
transpeptidase, que catalisa a reação de transpeptidação
entre as cadeias de peptideoglicana da parede celular
bacteriana (GUIMARÃES; MOMESSO; PUPO, 2010).
Observando-se a Figura 1, esta classe é a mais prevalente
dentre os antimicrobianos na padronização do UPA local de
estudo.

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UTILIZAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS EM UMA UNIDADE DE URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA DO ESTADO DA PARAÍBA
Figura 1. Classes de antimicrobianos disponíveis no serviço
de urgência e emergência, de acordo com o nível 3 do ATC.

Fonte: Dados do estudo, Campina Grande, Paraíba, 2019.

A associação sulfonamida e trimetoprim é a única da


classe sulfonamidas, possivelmente pelo seu perfil
farmacológico de amplo espectro. De acordo com Guimarães,
Momesso e Pupo (2010), cada um desses fármacos bloqueia
uma etapa no metabolismo do ácido fólico. A atuação destes
fármacos é sinérgica no bloqueio de dois diferentes passos na
via bioquímica de formação deste cofator essencial.
De acordo com a Tabela 1, os quatro medicamentos de
maior consumo foram, em ordem decrescente: ceftriaxona,
clindamicina, levofloxacino e ciprofloxacino.

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UTILIZAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS EM UMA UNIDADE DE URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA DO ESTADO DA PARAÍBA
Tabela 1. Consumo de antimicrobianos no período de seis
meses em uma Unidade de Urgência e Emergência da
Paraíba, 2019.
Via
Total
Antimicrobiano Apresentação de ATC nível 4 %
(n)
adm
AMP 200
Amicacina IM/IV Aminoglicosídico 25 0,28
mg/mL
Penicilina de
Amoxicilina CAPS 500 mg VO 78 0,89
amplo espectro
Penicilina de
Ampicilina F.A. 1 G IM/IV 12 0,14
amplo espectro
Azitromicina COMP 500 mg VO Macrolídeo 548 6,23
F.A. Betalactâmico
Benzilpenicilina IM 683 7,77
1.200.000 U sensível
Cefalosporina
COMP
Cefalexina VO de primeira 97 1,10
500 mg
geração
Cefalosporina de
Cefalotina F.A. 1 G IM/IV 20 0,23
primeira geração
Cefalosporina de
Ceftriaxona F.A. 1 G IV terceira 2315 26,34
geração
S.F.
Ciprofloxacino 400 mg/200 IV Fluorquinolonas 952 10,83
mL
AMP
Clindamicina IM/IV Lincosamina 1161 13,20
150 mg/mL
AMP
Gentamicina IM/IV Aminoglicosídico 81 0,92
40 mg/mL
S.F.
Levofloxacino 500 mg/100 IV Fluorquinolonas 983 11,18
mL
Meropenem F.A. 1 G IV Carbapenêmicos 369 4,20
S.F.
Metronidazol 500 mg/100 IV Imidazol 601 6,84
mL
Resistente a
Oxacilina F.A. 500 mg IM/IV 499 5,68
betalactamase
Piperacliclina Piperaciclina +
F.A.
+ IV inibidor de 243 2,76
4G + 500 mg
Tazobactam betalactamase

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UTILIZAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS EM UMA UNIDADE DE URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA DO ESTADO DA PARAÍBA
Sulfametozaxol Combinação de
COMP 400
+ VO sulfonamida e 41 0,47
mg + 80 mg
Trimetoprim trimetoprim
Vancomicina F.A. 500 mg IV Glicopeptídeo 83 0,94
TOTAL 8.791 100,00
ADM= administração, AMP= ampola, CAPS= capsula, COMP=
comprimido, F.A.= frasco-ampola, IM= intramuscular, IV= intravascular, S.F.=
sistema fechado, VO= via oral
Fonte: Dados do Estudo, Campina Grande, Paraíba, 2019.

A ceftriaxona é uma cefalosporina de terceira geração


que age inibindo a síntese da parede microbiana, possuindo
amplo espectro de ação contra bactérias gram-negativas.
Possui meia-vida elevada, alcançando elevados picos séricos
(SILVA et al., 2014).
É indicada principalmente no tratamento de septicemia,
infecções do trato respiratório e urinário, além do tratamento
de meningite. A ceftriaxona em geral é um antibiótico bem
tolerado. Possuindo relativa estabilidade na presença de beta-
lactamases, tendo uma alta afinidade pelas proteínas. Pode
ser administrado via intravenosa (lentamente) ou
intramuscular. O medicamento deve ser mantido até dois dias
após o desaparecimento dos sinais ou dos sintomas da
infecção. Apesar da ceftriaxona ser um antibiótico bem
tolerado, o seu uso requer cuidado e atenção, por ser tratar de
uma cefalosporina de terceira geração com amplo espectro,
há risco do surgimento de resistência bacteriana (SILVA et al.,
2014).
Como se trata do medicamento mais dispensado na
Unidade, atenção redobrada deve ser dada para que tipo de
infecções ele está sendo administrado, pois é sabido da
grande variedade de beta-lactamases de Amplo Espectro

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UTILIZAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS EM UMA UNIDADE DE URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA DO ESTADO DA PARAÍBA
(sigla no inglês, ESBL) e que são capazes de inativar
cefalosporinas de terceira e quarta geração. Fato este
comprovado pela grande quantidade de membros da família
Enterobacteriaceae resistentes (produção de vários tipos de
ESBL) às cefalosporinas de terceira geração em infecções
nosocomiais e comunitárias no Brasil, tudo isso já devido ao
uso indiscriminado dessas substâncias desde sua introdução
na prática clínica na década de 1980 (BARBOSA et al., 2017).
O segundo medicamento mais dispensado foi a
clindamicina, que de acordo com Alfenas e Maneschy (2014),
é um potente antibiótico contra bactérias anaeróbias estritas e
facultativas, incluindo aquelas produtoras de beta-lactamases.
Confirmando que a mesma é um agente antimicrobiano eficaz
contra bactérias presentes em abscessos perirradiculares
agudos, recomendando o seu uso no tratamento de infecções
odontogênicas graves, em casos de insucesso no tratamento
com penicilina ou quando este antibiótico é contraindicado,
diante das controvérsias da escolha do antibiótico em
pacientes alérgicos à penicilina, que a clindamicina também é
uma boa escolha para evitar a resistência bacteriana.
As fluorquinolonas, como o ciprofloxacino, são muito
úteis no tratamento antimicrobiano graças a sua ação contra
bactérias Gram-negativas. Podem ser classificadas em quatro
gerações, à medida que seu espectro de atividade
antimicrobiana é aumentado. As quinolonas de segunda
geração e posteriores surgiram da adição de átomo de flúor ao
ácido nalidíxico, recebendo tais medicamentos a designação
de fluorquinolonas (BARBOSA et al., 2017).
O levofloxacino e as quinolonas mais recentes, quando
comparadas com agentes mais antigos, como a ciprofloxacina,
atingem concentrações séricas máximas mais altas (Cmax),

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UTILIZAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS EM UMA UNIDADE DE URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA DO ESTADO DA PARAÍBA
resultando em maiores relações Cmax/MIC (concentração
inibitória mínima), que resultam em excelente morte bacteriana
(KANO et al., 2015).
O medicamento levofloxacino é classificado como de
terceira geração, é administrado para tratar doenças
infecciosas, por exemplo, pneumonia adquirida na
comunidade e nosocomial, infecções de pele e estrutura
cutânea e infecções do trato urinário. Possui um perfil
antibacteriano de amplo espectro, incluindo bactérias gram-
positivas e gram-negativas e organismos atípicos. O
levofloxacino é bem tolerado e está associado a poucos
eventos adversos fototóxicos, cardíacos ou hepáticos
observados com outras quinolonas (KANO et al.,
2015).
O ciprofloxacino inibe a síntese de DNA, levando à lise
celular. O ciprofloxacino é duas a quatro vezes mais potente
que a ofloxacina e a norfloxacina, aquando da atuação em
bactérias gram-negativas (LUZ, 2017).
É considerado um antibiótico de amplo espectro de ação,
agindo rapidamente tanto contra patógenos gram-positivos
como para gram-negativos. O ciprofloxacino é atualmente um
dos fármacos mais prescritos no mundo, por ser recomendado
como fármaco de primeira linha no tratamento de tuberculose
e, além disso, no tratamento de doenças sexualmente
transmissíveis e nas infecções de trato urinário (OLIVEIRA,
2015).
O baixo consumo da cefalotina (0,23%), pode ser
explicado devido o seu uso ser preferível em casos de
profilaxia em cirurgias, a fim de evitar infecções. Na Tabela 2,
encontram-se as informações referentes aos gastos da UPA
local de estudo com os antimicrobianos padronizados.

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UTILIZAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS EM UMA UNIDADE DE URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA DO ESTADO DA PARAÍBA
Tabela 2. Despesas referentes ao consumo de
antimicrobianos padronizados em uma Unidade de Urgência
e Emergência da Paraíba, no período semestre de 2019.
Consumo Valor Gasto
Apresentação do médio unitário mensal
Antimicrobiano mensal (R$)* (R$)
Amicacina AMP 200 mg/mL 4,16 0,81 3,36
Amoxicilina CAPS 500 mg 13 0,81 10,53
Ampicilina F.A. 1 G 02 10,35 20,70
Azitromicina COMP 500 mg 91,53 17,80 1.637,6
Benzilpenicilina F.A. 1.200.000 U 113,83 11,07 1.261,98
Cefalexina COMP 500 mg 16,16 2,05 34,85
Cefalotina F.A. 1 G 3,33 7,59 30,36
Ceftriaxona F.A. 1 G 385,83 28,89 11.151,54
Ciprofloxacino S.F 158,66 14369 22.846,71
400 mg/200 mL
Clindamicina AMP 150 mg/mL 193,50 12,65 2.454,10
Gentamicina AMP 40 mg/mL 13,5 2,08 29,12
Levofloxacino S.F. 163,83 181,02 29.656,50
500 mg/100mL
Meropenem F.A. 1 G 61,5 241,94 15.000,28
Metronidazol S.F. 500 mg/100 mL 100,16 10,68 1.068,00
Oxacilina F.A. 500 mg 83,16 2,24 188,16
Piperacliclina + Tazobactam
F.A. 4 G + 500 mg 40,5 102,19 4.189,79

Sulfametozaxol + Trimetoprim
COMP 400 mg + 80 mg 6,83 0,62 4,34

Vancomicina F.A. 500 mg 13,83 23,15 324,10


TOTAL 89.912,02
AMP= ampola, CAPS= capsula, COMP= comprimido, F.A.= frasco-ampola,
FR=frasco, S.F.= sistema fechado
*VALORES OBTIDOS DA TABELA DE PREÇO FÁBRICA (PF) E ALÍQUOTA DE
ICMS 18% PARA A PARAÍBA
Fonte: Dados do Estudo, Campina Grande, Paraíba, 2019.

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UTILIZAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS EM UMA UNIDADE DE URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA DO ESTADO DA PARAÍBA
O levofloxacino, foi o fármaco que apresentou maior
gasto mensal, é um antibiótico fluorquinolona, com excelente
atividade contra bactérias gram-negativas, o seu maior gasto
pode ser explicado devido a sua grande utilização.
Individualmente o levofloxacino, é um fármaco de alto custo, a
demanda reflete em seu preço, justamente esta, pode ser
explicada devido a indicações de infecções do trato urinário,
pele e trato respiratório, sendo considerados casos de comum
aparecimento na UPA (KANO et al., 2015).
Nesse contexto, tratando-se de medicamentos de alto
valor agregado, a organização da Assistência Farmacêutica
deve ser vista como um dos elementos fundamentais,
enfocando desde a programação de medicamentos até seu
uso racional, subsidiando uma alocação eficiente dos recursos
empregados. Medicamentos que apresentam elevado custo
total em virtude do alto consumo, como o levofloxacino, devem
ser objeto de estratégias específicas de programação e
aquisição ao menor custo possível, evitando o desperdício dos
recursos públicos (SOLPELSA et al., 2017).

CONCLUSÕES

É primordial abordar questões voltadas à segurança do


paciente em todas as suas vertentes. Nesse contexto, os
mecanismos de resistência dos antimicrobianos, como
demonstra a literatura, dispõe uma atenção especial dos
profissionais de saúde envolvidos no ciclo da prescrição e
dispensação, como também os que constituem o corpo da
unidade, promovendo intervenções para prevenção das
resistências bacterianas.

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UTILIZAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS EM UMA UNIDADE DE URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA DO ESTADO DA PARAÍBA
Os resultados desta pesquisa apresentam uma grande
relevância para racionalizar o uso de antimicrobianos no
ambiente pré-hospitalar, sendo notória a relação existente
entre a farmacoeconomia e o uso racional dos
antimicrobianos.
Espera-se que as análises apontadas nesta pesquisa
possam intervir de forma eficaz, através de uma maior
interação entre os profissionais de saúde, seja ele o prescritor
ou dispensador, logo, todas essas intervenções podem
contribuir de forma relevante para a otimização na saúde do
paciente e na diminuição de gastos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALFENAS, C. F.; LINS, F. F.; MANESCHY, M. T. Antibióticos no


tratamento de abscessos perirradiculares agudos. Rev. bras.
odontol. Rio de Janeiro, v. 71, n. 2, p. 120-3, jul./dez. 2014.
COSTA, A. L. P.; SILVA JUNIOR, A. C. S. Resistência bacteriana
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