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UNIÃO BRASILEIRA DE FACULDADES – UNIBF

ESPECIALIZAÇÃO EM FARMÁCIA CLÍNICA E HOSPITALAR

JESSYCA SOARES PATRÍCIO CARNEIRO

O USO DE ANTIBIÓTICOS E O DESENVOLVIMENTO DE


RESISTÊNCIA BACTERIANA

BARRA DO CORDA-MA
ABRIL 2022
JESSYCA SOARES PATRÍCIO CARNEIRO

O USO DE ANTIBIÓTICOS E O DESENVOLVIMENTO DE


RESISTÊNCIA BACTERIANA

Trabalho de Conclusão do Curso, apresentado


para obtenção de certificado no Curso de
Especialização – Latu Sensu em Farmácia Clínica e
Hospitalar da União Brasileira de Faculdades,
UNIBF.

BARRA DO CORA-MA,
ABRIL 2022
RESUMO

Os antibióticos pertencem a uma das classes de medicamentos mais utilizados


pela população, seja em uso domiciliar ou hospitalar. Contudo, esses medicamentos
estão sendo usados de forma irregular e exacerbados, o que pode gerar uma resistência
bacteriana agravando ainda mais o problema, pois o paciente corre o risco de um
tratamento ineficaz. O trabalho teve como objetivo relacionar o uso de antibióticos ao
surgimento de bactérias resistentes, além de descrever os fatores que resultam no uso
indiscriminado e abusivo de antibióticos pela população, bem como identificar ações
que podem evitar o mau uso e consequentemente a resistência bacteriana. Os dados
obtidos para a revisão bibliográfica foram coletados nas bases de dados Scielo e Science
Direct utilizando os descritores: antibióticos, resistência bacteriana e prescrição de
antibióticos, resultando em mais de 1000 periódicos encontrados, porém foram
selecionados e utilizados 12 periódicos para a realização do trabalho. Com isso, foi
observado que as prescrições inadequadas acarretam à resistência bacteriana, além do
pouco conhecimento da população em relação aos riscos da automedicação e a falta de
políticas adequadas para restrição e controle de antibióticos prescritos. Apesar de serem
um grande problema, poucas informações são encontradas na literatura a respeito de
uma possível resolução para a diminuição da resistência bacteriana, além da ciclagem
de antibióticos, a criação de políticas e a conscientização da população e profissionais
de saúde.

Palavras-chave: Antibiótico. Resistência bacteriana. Prescrição de antibióticos.


1. INTRODUÇÃO

As infecções bacterianas são uma das principais causas de morbidade e


mortalidade em todo o mundo. Os antibióticos foram extremamente bem-sucedidos na
melhoria dos resultados de saúde e, juntamente com melhorias na nutrição, água
potável, saneamento e provisão de vacinação, ajudaram na redução global da
mortalidade no mundo.
Os antimicrobianos são medicamentos que matam ou impedem o crescimento de
microrganismos patológicos no corpo. Dentre os agentes antimicrobianos, os
antibióticos estão entre os medicamentos mais utilizados em todo o mundo. A
antibioticoterapia destina-se ao tratamento de infecções bacterianas potenciais ou
comprovadas. A administração de antibióticos consiste em um conjunto de ações que
visa aperfeiçoar seu uso, através da escolha do medicamento mais adequado para um
determinado tratamento e sua dosagem, via e tempo de administração, além de
minimizar eventos indesejáveis, como toxicidade e resistência bacteriana.
O impacto positivo dos antibióticos na saúde, no entanto, é ameaçado pelo
aumento dos níveis de resistência bacteriana em todo o mundo. A resistência bacteriana
aos antibióticos é uma realidade desde o início da era dos antibióticos, mas apenas nos
últimos vinte anos que tem surgido situações perigosas, o aparecimento de cepas
resistentes vem ocorrendo em uma frequencia assustadora.
Sistemas de saúde em todo o mundo enfrentam a ameaça de antibióticos e a
resistência de bactérias, tornando os pacientes em risco de tratamento ineficaz e
aumentando os custos de saúde. Uso excessivo de antimicrobianos e o uso indevido é
um fator de risco importante para a resistência antimicrobiana e o comportamento
adequado de prescrição de antibióticos é consequentemente, importante para garantir a
segurança do paciente e a qualidade do atendimento.
O presente trabalho tem como objetivo principal relacionar o uso de antibióticos
ao surgimento de bactérias resistentes, além de descrever os fatores que resultam no uso
indiscriminado e abusivo de antibióticos pela população, bem como identificar ações
que podem evitar o mau uso e consequentemente a resistência bacteriana.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 ANTIBIÓTICOS

O antibiótico é considerado um agente antibacteriano por ser uma substância que


pode matar ou retardar o crescimento de bactérias. O termo antibiótico é comumente
usado hoje devido ao aumento do conhecimento dos agentes causadores de várias
doenças infecciosas, o antibiótico passou a referir-se a compostos antimicrobianos em
ampla gama. Pesquisas indicam que atualmente a classe de medicamento em questão
está entre os mais presentes nas prescrições hospitalares em todo o mundo, pois os
antibióticos demonstraram aumentar de forma significativa a expectativa de vida.
Desde o descobrimento dos antibióticos por Flemming em 1928, estes
revolucionaram o tratamento de doenças infecciosas causadas por
bactérias e reduziram mundialmente as taxas de morbidade e
mortalidade associadas à infecções bacterianas (COSTA e JUNIOR,
2017; RODRIGUES et al., 2018), tornando-se os medicamentos mais
utilizados entre os antimicrobianos nos serviços de saúde para
prevenir e tratar as infecções relacionadas à assistência à saúde
(RODRIGUES et al., 2018)

Os antibióticos são diferentes uns dos outros, eles têm mecanismos de ação
diferentes, bem como propriedades farmacológicas, físicas e químicas distintas. Para
que a terapia com os antibióticos tenha um resultado positivo é necessário que no
interior da célula da bactéria tenha um alvo, e a quantidade do medicamento seja
suficiente sem que inativa ou modifique a estrutura do fármaco.
Segundo Batista (2013), o antibiótico ideal seria um fármaco com alvo
seletivo, ação bactericida rápida, espectro de ação estreito que não
afete a microbiota saprófita, com baixo nível tóxico e elevados níveis
terapêuticos, poucas reações adversas, várias vias de administração,
boa distribuição no local de infecção e ser um antibiótico que não
contrarie as defesas imunológicas do hospedeiro, não induza
resistência e possua boa relação custo/eficácia. Sendo, no entanto,
todas essas características, difíceis de serem obtidas devido a relação
entre os antibióticos e as bactérias, não ser linear (COSTA, 2016).

Alguns autores destacam que os antibióticos se dividem em naturais, semi


sintéticos ou sintéticos. Os naturais são produzidos a partir de organismos vivos, os
semi sintéticos tem como base substâncias naturais e passam por alguns processos em
laboratórios e os sintéticos que são produzidos de forma total em laboratórios.
2.2 USOS DE ANTIBIÓTICOS E A RELAÇÃO COM O APARECIMENTO
DE RESISTÊNCIAS

Por mais que os antibióticos apresentem efeitos positivos contra diversas


patologias e tenham de fato contribuído para a diminuição de morbidades e mortalidade,
o uso dessa classe de medicamentos se tornou mais comum do que realmente deveria,
estudos destacam a alta taxa de prescrições de antibióticos para todas as pessoas, do
recém nascido ao idoso, sendo que torna preocupante o uso exagerado de antibióticos
por crianças pois a mesma pode ter sua saúde comprometida futuramente. Diretrizes
recomendam que antibióticos sejam prescritos apenas se for comprovada a infecção
microbiana por meios de teste clínicos, porém a realidade é que a maioria da classe
médica prescreve antibióticos de forma irracional. Além disso, em alguns casos o
tratamento para patologias como uma diarréia microbiana ou não microbiana não pode
ser especificamente com antibióticos. Na grande maioria das vezes, os antibióticos são
prescritos de forma regular e ilógica para proporcionar alívio rápido dos pacientes sem
considerar a condição da doença do paciente e os efeitos em longo prazo. Isso acontece
porque os antibióticos são os medicamentos mais utilizados e mal utilizados pelos
prescritores e pacientes.
Diante disso é notório que esse padrão inconsciente de prescrição de antibióticos
pode além de acelerar o uso indevido de antibióticos, pode principalmente aumentar os
casos de resistência bacteriana aos medicamentos, o que é uma ameaça direta à saúde.
O mau uso desses fármacos leva ao aparecimento de micro-organismos
resistentes, que se acumulam e se disseminam, representando um sério
risco para a população, por reduzirem as opções de fármacos efetivos
para o tratamento de infecções, aumentarem as complicações clínicas
de pacientes hospitalizados e prolongar o tempo de estadia hospitalar,
elevando os custos direcionados à recuperação dos pacientes doentes e
com saúde pública (SIQUEIRA, 2004)

A mutação genética é marcada como a principal causa de resistência aos


antibióticos em bactérias. A prevalência de bactérias resistentes a antibióticos ocorre
devido ao uso descuidado de antibióticos, e o risco de desenvolvimento de resistência
depende da duração da exposição.
Vários mecanismos evoluíram em bactérias que lhes conferem propriedades de
resistência a antibióticos. Esses mecanismos podem modificar quimicamente o
antibiótico, torná-lo inativo através da remoção física da célula, ou modificar o local de
destino para que não seja reconhecido pelo antibiótico.
O modo mais comum é a inativação enzimática do antibiótico. Uma enzima
celular é modificada para reagir com o antibiótico de tal forma que não mais afeta o
microrganismo. Uma estratégia alternativa utilizada por muitas bactérias é a alteração
do sítio alvo do antibiótico.
Várias cepas resistentes a drogas de algumas bactérias atingiram a proporção em
que praticamente não há antibióticos disponíveis para o tratamento.
A resistência a antibióticos em bactérias pode ser uma característica inerente do
organismo (por exemplo, um determinado tipo de estrutura de parede celular) que a
torna naturalmente resistente, ou pode ser adquirido por meio de mutação em seu
próprio DNA ou aquisição de resistência conferindo DNA de outra fonte.
As bactérias têm um curto tempo de geração, minutos ou horas elas
podem responder rapidamente as mudanças do ambiente. Assim,
quando os antibióticos são introduzidos no ambiente, as bactérias
respondem tornando-se resistentes àquelas drogas. A resistência aos
antibióticos se desenvolve como uma natural consequência da
habilidade da população bacteriana de se adaptar. O uso
indiscriminado de antibióticos aumenta a pressão seletiva e, também,
a oportunidade da bactéria ser exposta aos mesmos. Aquela
oportunidade facilita a aquisição de mecanismos de resistência
(SANTOS, 2004)

A extensão do problema e o impacto da resistência antimicrobiana na saúde


humana, bem como seus custos de saúde e impacto social, ainda são amplamente
desconhecidos. O desenvolvimento de novos medicamentos vai acontecendo de acordo
com o surgimento de resistência a antibióticos, e as cepas resistentes são capazes de se
propagar e se espalhar rapidamente principalmente entre os pacientes hospitalizados, se
as medidas de prevenção e controle de infecção não forem cumpridas.
Um pequeno número de antibióticos com potencial atividade contra
bactérias resistentes a fármacos antigos foi lançado nos últimos anos.
Os quatro únicos antibióticos classificados como novas entidades
químicas pela agência reguladora de alimentos e medicamentos
americana Food and Drug Administration – FDA a serem aprovados
nos últimos cinco anos foram tigeciclina, tetraciclina de última
geração aprovada em 2005; retapamulina, pleuromotilíneo aprovado
em 2008; telavancina, glicopeptídeo aprovado em 2009; e ceftarolina,
cefalosporina aprovado em 2010 (BRITO; CORDEIRO, 2012)
Atualmente, a resistência de bactérias aos antibióticos tornou-se uma ameaça
cada vez maior para o tratamento eficiente de infecções. Inúmeras drogas
antibacterianas, antiparasitárias, antivirais e antifúngicas tornaram-se ineficazes,
tornando o tratamento difícil, caro ou mesmo impossível, principalmente para pacientes
vulneráveis, o que resultou em doenças infecciosas prolongadas e aumento das taxas de
mortalidade.
É importante ressaltar também que as UTIs em todo o mundo enfrentam
problemas cada vez maiores com o surgimento e disseminação de bactérias resistentes a
antibióticos. Tanto bactérias gram-negativas resistentes a antibióticos quanto bactérias
gram-positivas têm sido relatadas como importantes causas de infecções hospitalares.
Em muitas circunstâncias, particularmente com resistência à meticilina Staphylococcus
aureus, Enterococcus faecium resistente à vancomicina e bactérias gram-negativas que
produzem b-lactamases de espectro estendido com resistência a vários outros
antibióticos, restam poucos agentes antibióticos para um tratamento eficaz. A UTI é
uma importante área para o surgimento de resistência aos antibióticos, por conta do uso
frequente de antibióticos de amplo espectro; a aglomeração de pacientes com altos
níveis de acuidade da doença dentro de áreas especializadas relativamente pequenas;
reduções em equipe de enfermagem e outro pessoal de apoio, que aumentam a
probabilidade de transmissão de microrganismos de pessoa para pessoa; e a presença de
pacientes mais crônicos e agudos, que requerem hospitalização prolongada e muitas
vezes abrigam bactérias resistentes a antibióticos.

2.3 FATORES QUE PROMOVEM A RESISTÊNCIA DE BACTÉRIAS AOS


ANTIBIÓTICOS

Há uma infinidade de meios pelos quais as pessoas inadvertidamente aceleraram


a evolução da resistência bacteriana É notório que o aumento das taxas de resistência
aos antibióticos é atribuído principalmente à prescrição inadequada de antibióticos e seu
uso excessivo na comunidade, principalmente em cuidados primários.
Nos últimos anos, foram tomadas algumas decisões para limitar a prescrição de
antibióticos, e felizmente obteve-se um resultado positivo onde as pesquisas de
consultas médicas em 1995 em comparação com 2005 mostraram uma diminuição na
porcentagem que resultou em prescrições de antibióticos para sintomas, incluindo
infecções de ouvido, resfriados, bronquite, dor de garganta e sinusite, porém
aproximadamente 50% dos antibióticos são ainda prescritos desnecessariamente. Vários
pesquisadores demonstraram uma estreita associação entre o uso prévio de antibióticos
e o surgimento de resistência a antibióticos subsequente em bactérias gram-negativas e
bactérias gram-positivas.
Outros fatores incluem a percepção do paciente sobre a interação médico-
paciente, incluindo automedicação, o pouco conhecimento sobre antibióticos e a falta de
políticas adequadas para restrição e controle de antibióticos prescritos. Entre esses
fatores incluem hospitalização prolongada, presença de dispositivos invasivos como
tubos endotraqueais e cateteres intravasculares (possivelmente devido à formação de
biofilmes nas superfícies desses dispositivos), residência em instalações de tratamento
de longo prazo e práticas inadequadas de controle de infecção, a administração
prolongada de esquemas de antibióticos, especialmente com um único ou predominante
antibiótico ou classe de drogas, é um fator importante que também promove o
surgimento de resistência a antibióticos.
É importante ressaltar que os médicos devem se esforçar para administrar o
tratamento antibiótico inicial adequado para pacientes com infecções, especialmente
aquelas infectadas com patógenos resistentes a antibióticos (por exemplo, Pseudomonas
aeruginosa, espécies de Acinetobacter e S. aureus resistente à meticilina), para
minimizar o risco de mortalidade. Além disso, a dosagem ideal, o intervalo de
administração do medicamento e duração do tratamento são fatores que devem ser
considerados para a eficácia do antibiótico, para a limitação da toxicidade e para
prevenir o surgimento de infecções bacterianas resistentes. A ciclagem de antibióticos,
ou rotação de antibióticos, é uma abordagem que tem sido usado para reduzir a
ocorrência de resistência a antibióticos.
A implementação de políticas efetivas de uso racional de
antimicrobianos é essencial para reverter esse processo, além disso, a
seleção do fármaco mais apropriado exige conhecimentos do
prescritor sobre microbiologia, farmacologia e medicina clínica no
tratamento de uma infecção com um antimicrobiano, pois a escolha, a
dosagem, a via de administração e o tempo de tratamento podem ser
responsáveis pela eficiência da terapêutica (SOUZA, 2016).
A população em geral pode contribuir de forma positiva na diminuição do uso
inadequado e excessivo de antibióticos. É de grande relevância entender as ações, o
conhecimento e a conduta dos usuários a respeito do uso de antibióticos e, identificar as
dúvidas e necessidades que a população demonstra ter. É importante criar e executar
programas efetivos com o intuito de reduzir o aparecimento de resistência bacteriana e o
resultados das intervenções realizadas são avaliados através da coleta de dados
indicando a grandeza do problema e o que ele causa em relação à população.
3. METODOLOGIA
O presente trabalho trata-se de uma revisão de literatura bibliográfica, pois o
mesmo foi formado a partir de materiais já existentes, como artigos e trabalhos
científicos buscados em bases de dados confiáveis como SCIELO (Biblioteca Científica
Eletrônica em Linha) e Science Direct. A pesquisa inicial nas bases de dados citadas
utilizando as palavras chaves: antibiótico, resistência bacteriana e prescrição de
antibióticos, resultou em mais de 1000 periódicos encontrados, após essa pesquisa foi
utilizado os critérios de inclusão para realizar a triagem resultando em 12 artigos e
trabalhos científicos que foram analisados na íntegra e utilizados para a realização do
presente trabalho.
A revisão de literatura teve por finalidade colher as informações que já existem a
respeito do uso de antibióticos e sua relação com o surgimento da resistência bacteriana.
De início o critério de inclusão utilizado foi artigos e trabalhos científicos que se
apresentaram no idioma português, e que continham no título ou no resumo palavras
como antibióticos, resistência bacteriana, prescrição de antibióticos, antibióticoterapia, e
antimicrobianos. Posteriormente o critério de inclusão foi o período de publicação das
pesquisas, selecionando apenas aquelas publicadas entre os anos de 2004 a 2018,
sempre fazendo uma comparação entre as informações dos anos passados com as dos
dias mais atuais e fazendo uma análise da evolução da temática. Logo em seguida foi
realizada uma breve análise de tudo que foi encontrado relacionado com o tema
proposto, realizando em seguida a leitura dos resumos dos trabalhos e artigos para uma
melhor seleção dos mesmos.
Logo após foi efetuada a leitura detalhada e exploratória de todos os periódicos
que atenderam os critérios propostos e que principalmente apresentaram informações e
conceitos importantes a respeito do uso indiscriminado de antibióticos pela população,
da relação da antibióticoterapia com o desenvolvimento de resistência bacteriana e os
fatores que levam essa resistência, isso para que o trabalho fosse desenvolvido e
enriquecido com dados, fatos e informações relevantes e confiáveis.
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS
A tabela abaixo apresenta um resumo dos artigos utilizados para o
desenvolvimento do trabalho, citando o nome, ano, título, objetivos e principais
resultados dos mesmos.
Tabela 01 Síntese dos periódicos utilizados.

NOME\ANO\TÍTULO OBJETIVOS RESULTADOS


BAPTISTA, M. G. F. M. Mecanismos Realizar uma revisão Foi observado que existem
de Resistência aos Antibióticos. 2013. bibliográfica no intuito de mecanismos de resistência
42f. monografia (Dissertação de apresentar os diferentes naturais e adquiridos e a
Mestrado) - Curso de Mestrado mecanismos de resistência ploriferação da resistência é
Integrado em Ciências farmacêuticas, aos antibióticos. explicado por bases genéticas.
Universidade Lusófona de Destacou-se também que em
humanidades e Tecnologia, Lisboa. alguns países os antibióticos
são utilizados para fins de
profilaxia.
BRITO, M. A., CORDEIRO, B. C. Discute sobre o aumento de Destacou-se as possibilidades
Necessidade de Novos Antibióticos. casos de resistência de descobertas e
Jornal Brasileiro de Patologia Med bacteriana e a necessidade planejamentos de novos
Lab, v. 48, n. 4, p. 247-249, 2012. de novos antibióticos e fármacos otimizando as
novas classes de classes já existentes.
medicamentos.
COSTA, A.L.P; SILVA JUNIOR, Realizar uma revisão de Concluiu-se que devem ser
A.C.S. Resistência bacteriana aos literatura expondo os tomadas medidas para
antibióticos e Saúde Pública: uma mecanismos de resistência combater a resistência
breve revisão de literatura. Macapá, v. bacteriana, e também os bacteriana como o uso
7, n. 2, p. 45-57, maio/ago. 2017 aspectos biológicos da racional de antibióticos, a
resistência aos prevenção de infecções
antimicrobianos e a relação bacterianas e também a busca
com a saúde pública. por novos metabólitos ativos.
MORAES, A. L., ARAÚJO, N. G. P., Objetivo de avaliar a A resistência bacteriana é
BRAGA, T, L. Automedicação: automedicação como ocasionada por diversos
revisando a literatura sobre a importante fator de fatores, onde a publicidade e a
resistência bacteriana aos antibióticos. desenvolvimento de propaganda de medicamentos
Revista Eletrônica Estácio Saúde - resistência a antibióticos é uma das causas mais
Volume 5, 2016 relevantes, e se faz necessário
políticas de saúde para
minimizar a automedicação.
NOVARETTI, M.C.Z.; AQUINO, Avaliar os efeitos do Constatou-se que apos a
S.; PISCOPO, M.R. Controle de consumo abusivo pela
publicação dos atos
vendas de antibióticos no Brasil: automedicação e a
regulatórios, houve uma
Análise do efeito dos atos influencia dos efeitos
redução imediata em suas
regulatórios na venda de
regulatórios no uso abusivo pelos vendas, seguida de um
antibióticos no Brasil
consumidores. Revista Acadêmica crescimento que as trouxe
São Marcos, Alvorada, volume 4, aos níveis anteriores aos da
2014. publicação das medidas
regulatórias
REGINATO, F. Z. O uso de Realizar uma revisão de Muitas práticas
antibióticos e o papel do literatura sobre o uso inadequadas são utilizadas
farmacêutico no combate a irracional de e contribuem para o uso
resistência bacteriana. Monografia antimicrobianos e sobre irracional de antibióticos
de especialização Lato Sensu. infecção hospitalar e o envolvendo pacientes,
Santa Maria – RS, Brasil, 2015. papel do farmacêutico profissionais da saúde e a
relacionado ao assunto. comunidade em geral. O
farmacêutico deve orientar
os pacientes promovendo o
uso racional de
medicamentos.
SANAJOTTO, B.S.; PILOTO, O objetivo do trabalho Os resultados encontrados
J.A.R. Análise da prescrição de foi avaliar a qualidade de estão de acordo com os
antimicrobianos dispensados em prescrições de observados em outros
uma farmácia do Paraná, Maringá. antimicrobianos que estudos relatados no país.
Brazilian Journal of Surgery and chegam em uma farmácia Estudos semelhantes estão
Clinical Research – BJSCR. de dispensação na cidade auxiliando o
Volume 8, 2014 de Maringá (PR). monitoramento do uso de
antimicrobianos, e o
cuidado do profissional
prescritor em utilizar este
tipo de produto.
SANTOS, N. Q. A Resistência Objetiva abordar alguns Evidenciou-se evidência o
Bacteriana no Contexto da aspectos do impacto da importante papel dos
Infecção Hospitalar. Texto resistência bacteriana no profissionais de saúde,
Contexto Enfermagem, v. 13, n. contexto da infecção especialmente médicos e
Especial, p. 64-70, 2004. hospitalar enfermeiros, no controle da
infecção hospitalar e da co-
participação responsável
dos mesmos no intuito de
minimizar a emergência de
novas cepas de bactérias
antibiótico-resistentes.
SOUZA, R. H. F. RDC 20/2011 – Aborda os efeitos obtidos A pesquisa constata que
O controle de antimicrobianos: o com o controle do uso apesar das novas regras de
que podemos esperar? Monografia indiscriminado de regulação, não houve queda
(Graduação em Farmácia) – antimicrobiano através da satisfatória em relação ao
Faculdade de farmácia, da implantação da consumo de
Universidade de Rio Verde - Resolução da diretoria antimicrobianos ao longo
UniRV – Campus Rio Verde, colegiada nº 20 de 2011 de cinco anos
2016. (RDC 20/2011), cujo
objetivo é promover o
uso consciente em
relação a esta classe de
medicamentos e
consequentemente
diminuir a resistência
bacteriana
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

É notório que a resistência aos antibióticos vem aumentando de forma alarmante


em todo o mundo, de acordo com o surgimento de novos mecanismos de resistência e
sua disseminação. A dificuldade de tratamento para pacientes com infecções
consideradas comuns como a pneumonia esta cada vez mais presente, pois os
antibióticos estão cada vez menos eficazes.
A necessidade de antibióticos mais eficazes é maior do que nunca, mas poucos
novos antibióticos estão em desenvolvimento. Além disso, novos antibióticos
demonstraram apenas eficácia limitada contra cepas resistentes. Portanto, é fundamental
limitar a resistência aos antibióticos para que eles continuem sendo uma potente opção
de tratamento contra infecções, hoje e no futuro.
Além da população, os prescritores podem contribuir para que ocorra redução da
resistência aos antibióticos. Isso significa não prescrever antibióticos para pacientes
com pouca probabilidade de sofrer de infecção bacteriana, garantindo ao mesmo tempo
em que os pacientes que precisam de tratamento com antibióticos recebam os
antibióticos apropriados, na dose correta e pela duração adequada. É possível acabar
com a crise de resistência aos antibióticos se hospitais e médicos agirem agora.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAPTISTA, M. G. F. M. Mecanismos de Resistência aos Antibióticos. 2013. 42f. mo-


nografia (Dissertação de Mestrado) - Curso de Mestrado Integrado em Ciências Farma-
cêuticas, Universidade Lusófona de Huma-nidades e Tecnologia, Lisboa.

BRITO, M. A., CORDEIRO, B. C. Necessidade de Novos Antibióticos. Jornal


Brasileiro de Patologia Med Lab, v. 48, n. 4, p. 247-249, 2012.

COSTA, A.L.P; SILVA JUNIOR, A.C.S. Resistência bacteriana aos antibióticos e


Saúde Pública: uma breve revisão de literatura. Macapá, v. 7, n. 2, p. 45-57,
maio/ago. 2017.

COSTA, A. L. P. Resistência Bacteriana aos Antibióticos: Uma Perspectiva Do


Fenômeno Biológico, Suas Consequências e Estratégias De Contenção. 63 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Biologia) – Curso de Ciências
Biológicas, Departamento de Ciências Biológicas e da Saúde, UNIFAP, Macapá, 2016.

MORAES, A. L., ARAÚJO, N. G. P., BRAGA, T, L. Automedicação: revisando a


literatura sobre a resistência bacteriana aos antibióticos. Revista Eletrônica Estácio
Saúde - Volume 5, 2016

NOVARETTI, M.C.Z.; AQUINO, S.; PISCOPO, M.R. Controle de vendas de


antibióticos no Brasil: Análise do efeito dos atos regulatórios no uso abusivo pelos
consumidores. Revista Acadêmica São Marcos, Alvorada, volume 4, 2014.

REGINATO, F. Z. O uso de antibióticos e o papel do farmacêutico no combate a


resistência bacteriana. Monografia de especialização Lato Sensu. Santa Maria – RS,
Brasil, 2015.
SANAJOTTO, B.S.; PILOTO, J.A.R. Análise da prescrição de antimicrobianos
dispensados em uma farmácia do Paraná, Maringá. Brazilian Journal of Surgery and
Clinical Research – BJSCR. Volume 8, 2014.

SANTOS, D. V. A, OLIVEIRA, G. A, PACHECO, L. G, et al. Antibióticos através da


abordagem do mecanismo de resistência bacteriana. Revista Ciência Atual. Rio de
Janeiro, volume 11, Nº 1, 2018.

SANTOS, N. Q. A. Resistência Bacteriana no Contexto da Infecção Hospitalar.


Texto Contexto Enfermagem, v. 13, n. Especial, p. 64-70, 2004.

SIQUEIRA, C. M. M. Resistência aos Antibió-ticos: O uso inadequado dos


antibióticos na prática clínica. Resista de la Organización de Farmacéuticos
Iberoamericanos, v. 14, n. 1, p. 45-68, 2004.

SOUZA, R. H. F. RDC 20/2011 – O controle de antimicrobianos: o que podemos


esperar? Monografia (Graduação em Farmácia) – Faculdade de farmácia, da
Universidade de Rio Verde - UniRV – Campus Rio Verde, 2016.
ENDEREÇO PARA ENVIO DO CERTIFICADO, O
PREENCHIMENTO É OBRIGATÓRIO.

Rua: Avenida 01
Número: 00
Bairro: Altamira
Cidade: Barra do Corda
Estado: Maranhão
Cep: 65950-000

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