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Atenção domiciliar
DE EDUCAÇÃO
na Atenção
PERMANENTE Primária à Saúde
EM SAÚDE
DA FAMÍLIA
UNIDADE 1
Atenção domiciliar,
atenção primária
à saúde (APS) e o
sistema único de
saúde (SUS)
As situações e demandas clínicas e sociais no ambiente das unidades de saúde e dos hos-
pitais, ou no território de cuidados da atenção domiciliar, constituem elos para a produção
do vínculo equipe-paciente-cuidador. Muitas vezes, é uma queixa pontual, um problema de
magnitude nem sempre tão grande, que tratará de amarrar as pontas entre a procura pelo
serviço e a oferta organizada. A partir da situação clínica inicial, desvelam-se outros pro-
blemas ocultos ou despercebidos por família e equipe e são índices para todo o projeto de
cuidados daquele paciente (DUNCAN et al., 2013).
Didaticamente, pode-se tentar dividir, ou pensar nos problemas apresentados pelos pacien-
tes a partir de uma dada condição ou situação que predomina no desequilíbrio do seu esta-
do de saúde. Apesar de que a “regra é a concomitância de comorbidades, não apenas duas
ou três, mas uma somatória de múltiplos problemas que pode acarretar disfuncionalidades”
(BRASIL, 2013a), podemos pensar separadamente em cada situação ou mesmo agrupá-las
para melhor planejar o modo de abordagem de cada uma delas, ou em conjunto dentro de
um projeto terapêutico que “liga os pontos”, abordando o paciente, em seu microcosmo e
interferentes para o mal ou para o bem em sua saúde.
Todo esse difícil rol de problemas pode ser associado ou ter associado
ainda outro grupo de situações, as relacionadas às disfuncionalidades
cognitivas, sensoriais e neurofuncionais, seja como causa, seja como
consequência da imobilidade.
Veremos, ao longo das aulas, o papel da equipe de saúde e seus profissionais, como cada
um será fundamental para um cuidado integral. Também veremos como o trabalho multi-
disciplinar e a organização do processo de trabalho afetaram o cuidado prestado em aten-
ção domiciliar, assim como o contexto de nosso modelo de saúde atual construiu os arran-
jos para o cuidado domiciliar.
Vamos relembrar?
Nos últimos anos, acumularam-se evidências de que um sistema de saúde baseado na Aten-
ção Primária (APS) alcança melhores resultados à saúde das populações. As evidências pro-
vêm de estudos realizados em diversos países, incluindo o Brasil, e apontam quais caracte-
rísticas da APS podem levar um sistema de saúde a ser mais efetivo, ter menores custos e
ser mais satisfatório à população e mais equânime, mesmo diante de adversidades sociais
(BRASIL, 2011).
A APS é uma forma de organização dos serviços de saúde, uma estratégia para integrar
todos os aspectos desses serviços, tendo como perspectiva as necessidades em saúde da
população. Esse enfoque está em consonância com as diretrizes do SUS e tem como valores
a busca por um sistema de saúde voltado a enfatizar a equidade social, a corresponsabilida-
de entre população e setor público, a solidariedade e um conceito de saúde amplo (TAKEDA,
2004).
A APS é uma forma de organização dos serviços de saúde. Como está a realidade no seu
serviço? Caro cursista, você sabe quais são os Princípios da APS?
É característica da Atenção Para Starfield (2002), a APS deve ser É definida como “lidar com o
Primária à Saúde possibilitar a porta de entrada, ou seja, o ponto crescimento e as mudanças de
acesso universal como de entrada de fácil acesso ao usuário indivíduos ou grupos no
garantia de atendimento em para o sistema de serviços de saúde. decorrer de um período de
um serviço resolutivo e de É o elemento estrutural necessário anos” (STARFIELD, 2002, p.247).
qualidade (BRASIL, 2006). para a primeira atenção.
Integralidade Coordenação
A integralidade supõe a prestação, pela equipe de A coordenação implica a capacidade
saúde, de um conjunto de serviços que atenda às de garantir a continuidade da atenção,
necessidades mais comuns da população adscrita, por meio da equipe de saúde, com o
a responsabilização pela oferta de serviços em reconhecimento dos problemas que
outros pontos de atenção à saúde e o requerem seguimento constante
reconhecimento adequado dos problemas (MENDES, 2009).
biológicos, psicológicos e sociais que causam as
doenças (MENDES, 2009).
Tudo isso nos remete a um conceito muito importante: o de territorialização. Vamos falar
um pouco sobre ele...
Caro aluno, você lembra como se deu o início da relação da família do senhor Arnaldo (Situ-
ação-problema) com a unidade de saúde? Como foi o primeiro contato na APS?
Territorialização
Algumas características do processo de trabalho das equipes de Atenção Básica fazem refe-
rência direta ao processo de territorialização como forma de planejamento das ações dire-
cionadas à população. São elas: definição do território de atuação e população sob respon-
sabilidade das UBS e das equipes; programação e implementação das atividades de atenção
à saúde de acordo com as necessidades de saúde da população, com a priorização de inter-
venções clínicas e sanitárias nos problemas de saúde segundo critérios de frequência, risco,
vulnerabilidade, resiliência; e prover atenção integral, contínua e organizada à população
adscrita (SEGUNDA OPINIÃO FORMATIVA, 2016).
O mapa do território adscrito pela equipe de saúde da família é uma ferramenta do plane-
jamento em saúde que tem por objetivo auxiliar no processo de diagnóstico local e iden-
tificação dos problemas e das necessidades de saúde da população (LACERDA; BOTELHO;
COLUSSI, 2012).
Caro cursista, lembra que na primeira aula falamos sobre a reorganização do SUS a partir da
APS como uma forma de organização dos serviços de saúde? Os profissionais devem partici-
par do processo de criação dos limites de atuação da sua equipe nas famílias.
O que é família?
Família é o grupo social natural que determina as respostas de seus membros por meio de
respostas de seus componentes do interior para o exterior. Trata-se de um sistema aberto,
dinâmico e complexo, cujos membros pertencem a um mesmo contexto social compartilha-
do, lugar do reconhecimento da diferença e do aprendizado quanto ao se unir ou se sepa-
rar e sede das primeiras trocas afetivo-emocionais e da construção da identidade (BRASIL,
2013a).
Tipos de famílias
Família nuclear de duas gerações, unidas pelo matrimônio e com seus filhos biológicos.
E várias pessoas vivendo juntas, sem laços legais, mas com forte compromisso mútuo.
Mariana Manuela
Uma visão integral dos tipos familiares aponta variáveis que podem ocorrer quando traba-
lhamos com família: as diversas conjunturas podem criar variadas formas de conflito, tendo
em mente que os preconceitos dos profissionais de Saúde não devem influenciar no trata-
mento do usuário.