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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO DESPORTO

CURSO BACHARELADO EM ENFERMAGEM

Práticas Educativas em Saúde

DEIMON ROMÁRIO SANTOS DA SILVA

JÉSSICA MONTEIRO FILOMENO

REBECA BEATRIZ FILOMENO DE ARAÚJO

RELATÓRIO SIMPÓSIO

RIO BRANCO-AC

2023
DEIMON ROMÁRIO SANTOS DA SILVA

JÉSSICA MONTEIRO FILOMENO

REBECA BEATRIZ FILOMENO DE ARAÚJO

RELATÓRIO SIMPÓSIO

Trabalho apresentado à Prof.ª Ionar


Cosson, na Disciplina de Práticas
Educativas em Saúde, do Curso de
Bacharelado em Enfermagem da
Universidade Federal do Acre.

RIO BRANCO-AC

2023
Cuidados do Idoso na Atenção Básica:

Foi realizado um simpósio, pela Fundação Hospitalar Estadual Do Acre nos dias 15
e 16 de dezembro, com o nome ‘’Idoso: Condições associadas a longevidade’’,
tendo como tema a rede de atenção ao idoso, o qual, demonstra a importância dos
cuidados do idoso na atenção básica, em que foi ministrado pela palestrante
Valgerlângela Maria Souza.

Primordialmente, a palestrante dissertou sobre a estrutura organizativa, em que hoje


se tem no território 46 Unidades Básicas de Saúde, contendo 11 segmentos e,
quanto às equipes de saúde, hodiernamente tem-se 82 equipes distribuídas no
território nessas 46 Unidades Básicas de Saúde (UBS)

Além disso, foi ponderado que existem programas que são executados com base
nas suas diretrizes políticas e ações. Dentre estes, há o Programa de Saúde do
Idoso, que tem como o objetivo a promoção/melhora da saúde da pessoa idosa,
promovendo a manutenção da capacidade funcional e da autonomia, o qual,
contribui para um envelhecimento mais ativo e saudável.

Ademais, para finalizar, foi discutido que se nota a presença, no dia a dia, de três
perfis de idoso, sendo eles: Idoso robusto (um idoso com total independência);
Idoso em risco de fragilização (idoso com declínio funcional) e Idoso frágil (declínio
funcional já estabelecido) e ainda foi demonstrado que a população idosa está
aumentando e sua tendência é continuar aumentando a cada dia que passa, sendo
que, antes era um minoria.

A Importância da Desospitalização:

A ideia de que o tratamento de saúde mais adequado para o paciente só é possível


no ambiente hospitalar vem perdendo o sentido com os anos. Isso porque o
surgimento das novas tecnologias aproxima e aperfeiçoa os cuidados realizados
também fora do hospital, reforçando a importância da desospitalização. Em alguns
casos, onde a internação não é necessária, o paciente pode realizar seu tratamento
na segurança e conforto de casa, além de ficar longe de possíveis complicações
que o ambiente hospitalar pode gerar.

Dentre essas complicações estão as infecções hospitalares, que segundo o


Ministério da Saúde atingem 14% das internações no Brasil e causam um
complicador que, por vezes, piora o estado clínico do paciente ou faz com que ele
retorne ao hospital mais vezes. A importância da desospitalização não é apenas
para o paciente e seus familiares. As operadoras e instituições de saúde também
ganham com este processo, pois, além de reduzir custos, melhoram a sua gestão
de qualidade e contribuem para a sustentabilidade do setor.

Há evidências de que o setor pode se tornar insustentável nos próximos anos, com
superlotação de leitos, aumento de demanda e qualidades desiguais. Levando em
conta estes aspectos, a internação e cuidados ministrados em casa precisam ser
levados em consideração uma série de situações.

É isso que garante o serviço e atuação da Pronep, com o serviço PRONEPCARE –


Sua Vida | Internação Domiciliar – Atendimento 12/24 horas. Ele proporciona as
condições de atenção e cuidado que o hospital possui, com a diferença de mantê-lo
em casa, sendo monitorado e cuidado com toda a atenção e comodidade que o lar
proporciona. Além do atendimento técnico de enfermagem, o paciente, que pode ser
adulto ou criança, recebe o atendimento multiprofissional que precisa e na
frequência estabelecida por um corpo técnico altamente qualificado.

SAÚDE DO IDOSO: ENTENDA A DESOSPITALIZAÇÃO E SEUS BENEFÍCIOS

Com o aumento da expectativa de vida da população e grande parte dos idosos


apresentarem doenças crônicas e limitações cognitivas, funcionais. Entramos em
um cenário típico dos países longevos, destacado por um número elevado de
enfermidades crônicas, complexas e onerosas, no qual as doenças podem ser
múltiplas, demandando cuidados de saúde constantes.

Ao contrário do que se pensa, a desospitalização não é uma alta hospitalar precoce.


O processo de desospitalização consiste em dar continuidade aos cuidados de
saúde fora do ambiente hospitalar, na busca da melhoria do bem estar físico, social
e emocional. O home care (assistência domiciliar) é o recurso mais comum, pois
garante cuidado e tratamento humanizado no conforto de casa, mais próximo da
família.

A continuidade dos cuidados é realizada por equipe multidisciplinar de saúde, com


médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, cuidadores, fisioterapeutas,
fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos e terapeutas ocupacionais.

Para os idosos, o processo de desospitalização é fundamental para garantir a


manutenção da saúde física e emocional, pois longos períodos de internação do
paciente causam infecções hospitalares, delirium hiperativo hipoativo e o declínio do
status funcional e cognitivo, tornando o idoso cada vez mais dependente.

POR QUE PROMOVER A DESOSPITALIZAÇÃO?

Atualmente, a área da saúde possui foco em reduzir os custos e humanizar o


cuidado. Há estudos que apontam o processo de desospitalização como uma
tendência forte em saúde. Entenda o motivo:
Envelhecimento Populacional – Uma pesquisa de 2018 do IBGE revela que o
número de idosos no Brasil cresceu cerca de 18% e segue em alta. Isso exige um
olhar mais atento para o cuidado humanizado, principalmente para esta população.

Perfil das Doenças – Com o avançar da medicina, houve uma mudança no perfil das
doenças, causando uma prevalência de doenças crônicas, ao invés de doenças
agudas. Dentre as principais, destacam-se o câncer, diabetes, hipertensão e
algumas hepatites. Estas doenças necessitam de cuidados contínuos, dando cada
vez mais ênfase ao atendimento de home care.

Custos de Saúde – enquanto o número de idosos aumenta os custos públicos com


a saúde desta população também. Nesta perspectiva, os processos de
desospitalização desoneram os custos com internações mais prolongadas.

Cuidados Humanizados – oferecer cuidados cada vez mais humanizados é uma


tendência global e, através da desospitalização, o paciente pode se beneficiar da
continuidade do tratamento de saúde no conforto de casa, próximo de sua família e
com atenção exclusiva.

Podemos observar então a mudança de vários fatores que conduzem o futuro dos
tratamentos de saúde da população para o ambiente domiciliar, minimizando os
períodos de internações hospitalares.

BENEFÍCIOS DA DESOSPITALIZAÇÃO

O processo de desospitalização oferece uma série de benefícios tanto ao paciente e


sua família, mas também ao sistema de saúde. Isso acontece, pois o cuidado fora
do ambiente hospitalar garante um atendimento mais humanizado, com foco na
recuperação e tratamento do paciente de forma exclusiva, sem a necessidade de
dividir o tempo e a atenção dos profissionais com outros pacientes.

A desospitalização, através do atendimento em home care, reduz em mais de 70%


o risco de infecções hospitalares que prolongam as internações ou causam
reinternações de forma que se preservem ao máximo as condições clínicas do
paciente.

Em casa, o paciente recebe atendimento exclusivo de uma equipe multidisciplinar


de saúde, no ambiente mais aconchegante e seguro possível: sua casa! Além disso,
há possibilidade de proximidade e participação de mais de um familiar nas
atividades, o que favorece e encoraja a recuperação e o tratamento.

Outra figura muito importante no processo de desospitalização é o cuidador. Este


profissional é capaz de garantir atenção integral e exclusiva ao paciente e serve
como mediador entre a equipe multidisciplinar e a família, pois é capacitado para
dar suporte na execução de todas as atividades da vida diária do paciente de forma
tranquila e segura.
Além dos benefícios ao paciente, destaca-se ainda no processo de desospitalização
a redução dos custos para o sistema de saúde e a liberação de leitos para pacientes
que exigem internação hospitalar. Enfrentamos hoje a constante escassez de leitos
disponíveis e, grande parte deste problema se dá em função de pacientes
hospitalizados que poderiam estar realizando o tratamento em casa.

A Importância da ILPI (Instituição de Longa Permanência para Idosos):

O Âmbito familiar é o melhor local onde um idoso pode estar, pois é onde ele pode
estar próximo aos seus entes queridos e preservar sua identidade. Porém, quando
esse idoso é acometido com alguma fisiopatologia, o mesmo passa a necessitar de
mais atenção e cuidados, todavia, tais ações são impossíveis de serem ofertadas
pela família. Dessa forma, grande parte são acolhidos pelas ILPI´S.

As ILPIs são instituições governamentais ou não governamentais, de caráter


residencial, destinado ao acolhimento de pessoas idosas com 60 anos ou mais, em
situação de vulnerabilidade social, com diferentes necessidades e graus de
dependência, que não dispõem de condições para permanecer na família, ou para
aqueles que se encontram com vínculos familiares fragilizados ou rompidos, em
situações de negligência familiar ou institucional, sofrendo abusos, maus tratos e
outras formas de violência, ou com a perda da capacidade de autocuidado.
São de suma importância pois assegura:
-Promoção e defesa dos direitos do idoso;
-Cuidado Especializado;
-Conforto;
-Segurança;
-Acesso a Medicamentos;
-Atividades Diárias;
-Fortalecimento de Vínculos;
-Cuidados na Alimentação;
-Recuperação de Enfermidades;
-Assistência à saúde;
Conclusão:

Portanto, pode-se notar que o aumento da população idosa é uma realidade cada
vez mais presente no Brasil e no mundo. Uma parcela da sociedade que, antes, era
minoria, agora, tende a assumir uma posição numericamente mais vantajosa,
superando, inclusive, a das crianças e dos adolescentes. Desse modo, é essencial
essas redes de apoio ao idoso, tanto na atenção básica, desospitalização e nas
ILPIS, pois é através delas que podemos oferecer um serviço de saúde de
qualidade.
Referências Bibliográficas:

Ministério da Saúde. Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), 2020.


Disponível em:
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/servicosdesaude/instituicoes-de-longa-per
manencia-para-idosos. Acesso em: 21 de Dez de 2022.

SP-Assistência e Desenvolvimento Social. Instituição de Longa Permanência para


Idosos, 2022. Disponível em:
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/assistencia_social/idosos/index.p
hp?p=331343. Acesso em 21 de Dez de 2022.

Prevalência de doenças crônicas não transmissíveis e associação com


autoavaliação de saúde: Pesquisa Nacional de Saúde, 2013 – Revista Brasileira de
Epidemiologia¹

Envelhecimento populacional continua e não há perigo de um geronticídio –


Universidade Federal de Juiz de Fora, 2020²

Desospitalização: Reflexões para o cuidado em saúde e atuação multiprofissional –


Ministério da Saúde, 2020³

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