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SER REVISÃO

OPTOMETRIA

WAGNER HENRIQUE MARTINS DE ARAÚJO

2021
WAGNER HENRIQUE MARTINS DE ARAÚJO

OPTOMETRIA

SER REVISÃO

2021
ESTADO ATUAL DA OPTOMETRIA NO BRASIL

Trabalho de Conclusão de Curso- TCC

BANCA EXAMINADORA

________________________________________

_________________________________________

_________________________________________
Dedico esta realização em primeiro lugar
a Deus que iluminou para que eu
chegasse até o final desta etapa com
sucesso. ...
AGRADECIMENTO

Ao ser maior DEUS


Cada olho humano detém uma particularidade especial, o olhar
influi na beleza inspiradora da profundeza da alma.
(Wanderson Cabral)
Resumo

O profissional Optometrista pode ser considerado um prestador de cuidados


primários. Este fato influencia os quadros dos profissionais e pessoal de saúde
relacionado que compõe as equipas : primário ,secundário e terciário Diante de
uma temática, pouco publicada em textos científicos, este trabalho tem o
objetivo de expor o estado da Optometria. Trata-se de uma revisão literária que
busca textos que demonstrem e como estamos na trabalhando na
Optometrista.

A Optometria vem para auxiliar, junto à intervenção da equipe interdisciplinar,


na prevenção das deficiências motoras e suas anomalia, visto que o ser
humano é de suma importância no desenvolvimento social .
Optometria é uma ciência possui diversos centros de formação acadêmica mas
o seu trabalho ainda é pouco difundido junto à sociedade. Para seu pleno
exercício profissional como agente primário o Optometrista
LISTA DE ABREVIAÇÕES

ALDOO - Associação Latino-Americana de Optometria e Óptica


CBOO - Classificação Brasileira de Ocupações
CROO - Conselho Regional de Óptica E Optometria
IAPB - Associação Internacional para a Prevenção da Cegueira
Ibope - Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística
OIT - Organização Internacional do Trabalho
OMS - Organização Mundial da Saúde
ONU - Organização das Nações Unidas
OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde
SNO - Sindicato Nacional do Optometristas
UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e
Cultura
WCO - Conselho Mundial de Optometria
WCO – World Coincil Optometry
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

FORMAÇÃO DO OPTOMETRISTA

AVANÇOS NA PARTICIPAÇÃO DO OPTOMETRISTA NA SAÚDE PÚBLICA

CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INTRODUÇÃO

Nunca antes na história vivenciamos a realidade tão forte de um


conceito de multidisciplinaridade, onde profissões de uma mesma área
contribuem para o crescimento interligado nas diversas nuances de atuação. A
evolução tecnológica traz a todas as especialidades, exigências de atualização
constante e de especificidade de cada agente em sua formação acadêmica.

Nesse contexto, a Optometria, enquanto ciência que estuda e cuida da


saúde ocular, contribui diretamente com a prevenção da cegueira no mundo
atuando em conjunto ou em parceria com as mais variadas especialidades que
possuem ligação direta com o ser humano

O profissional Optometrista pode ser considerado um prestador de


cuidados primários.os Optometristas, secundário oftalmologistas e terciário o
cirurgiões Este fato influencia os quadros dos profissionais de saúde e pessoal
de saúde relacionado que compõe as equipas de cuidados de saúde visual.
Nos profissionais dos cuidados de saúde estão incluídos os Médicos ,de todas
especialidades ,. O impacto da contribuição da Optometria .depende de nos
optometrista .

A Optometria no mundo inteiro. Dessa forma os dados estatísticos


relacionados à situação da saúde da população dos países que possuem são
muito mais evolução dependendo do nosso trabalho cientifico , já que nosso
país ainda caminha em direção cientifica dependendo do nosso conhecimento
O Optometrista é um profissional andragogico ensina as especificamente
para a prática da optometria plena ou de qualquer uma de suas especialidades,
com autonomia e responsabilidade no exercício clínico e acesso aos
necessitados desses serviços especializados.

De formação escolar específica, examina pessoas portadoras de perturbações


da função visual como um todo, diagnosticando, compensando e orientando os
diferentes tipos de ensinamentos para promover a recuperação desses
distúrbios:

A Optometria ocupa-se do teste do processo visual em seus aspectos


funcionais e comportamentais, determinando e medindo cientificamente as
compensação óticas, acomodação e motilidade dos olhos, prevenindo e
compensando deficiência, lentes opticas em geral, lentes de contato em geral,
prismas, filtros, tele lupas ou exercícios, como exemplo. Prevê a recomendação
e o acompanhamento da prática de terapias visuais, exercícios ertópticos e
pleopticos ou comportamental e a adaptação de próteses e órteses oculares.

Reconhece condições patológicas oculares e sistêmicas encaminhando


esses casos aos profissionais de medicina especializada. Busca oferecer o
máximo de rendimento visual com a mínima fadiga. Por métodos objetivos e
subjetivos, reconhece, determina, compensa e/ou corrige as anomalias visuais,
de modo funcional e dinâmico. Aprofunda-se em aspectos físicos, psicológicos
e ergonômicos, bem como em áreas de especialização como a refratometria,
optometria pediátrica, ortóptica e pleóptica, adaptação de lentes de contato,
próteses e órteses, optometria geriátrica, desportiva, visão subnormal,
profissional e reeducação visual, dentre outras.
Avalia o caso, examinando o cliente entrevistando a família do mesmo,
para determinação de critérios terapêuticos. Pode fornecer dados aos médicos
especializados para efeito de auxílio nos casos patológicos carentes de
tratamentos específicos e/ou cirúrgicos. Orienta a família do cliente, travando
com ela contatos informais, para obter o maior rendimento possível de
terapêutica completa o tratamento, utilizando filtros, lentes adicionais, prismas
corretores, processos de oclusão, para assegurar maior rapidez e eficiência
terapêuticas dos casos, analisando os resultados obtidos, para encaminhar o
cliente a outros especialistas quando necessário participa de equipes
multiprofissionais, assessorando em assuntos de optometria, a fim de contribuir
para a profilaxia de deficiências visuais, do estrabismo e para o esclarecimento
de diagnóstico. Pode realizar triagem ou seleção de profissionais, para
avaliação dos padrões exigidos pelo órgão requisitante.
Diante de uma temática ainda controversa, pouco publicada em textos
científicos, este trabalho tem o objetivo de expor o estado atual da Optometria
no Brasil. Trata-se de uma revisão literária que busca textos que demonstrem
em que pé estamos na atuação do Optometrista no país. Procuramos
responder quais são as condições de trabalho, o campo de atuação, a
formação, os passos dados em direção ao SUS e as conquistas legais da
profissão.

Uma busca rápida pela internet apresentará várias definições para a


Optometria. O Sindicato Nacional do Optometristas (SNO) traz em seu portal a
definição clássica e internacional, dada pelo WCO – (World Coincil Optometry):

OPTOMETRIA é a ciência que estuda o sistema visual, habilitando


profissionais independentes na área da saúde, sanitários, não médicos, que
atuam na prevenção de problemas oculares e sistêmicos; sendo ainda um
especialista na determinação de defeitos refrativos e disfunções visuais,
especificando as ações e medidas corretoras adequadas sem a utilização de
drogas ou intervenções cirúrgicas.

Lima (2014, p.15), afirma que “o Optometrista é preparado para resolver


alterações visuais não patológicas que representam quase 80% de todos os
casos de problemas visuais”, então se pode chegar à conclusão que tal
profissão detém importante função social a ser exercida por esses
profissionais. Ainda no tocante ao segundo ponto, pode-se dizer que essa
profissão, é capaz de gerar emprego e renda, de forma direta e indireta, não
apenas àqueles que trabalham com optometria, mas também à todos que
sobrevivem do setor óptico.

O Optometrista dedica-se à prevenção, detecção e solução dos


problemas funcionais e operativos do sistema visual, mediante a aplicação de
meios compensativos - lentes oftálmicas com força dióptrica ou não, lentes de
contato com força dióptrica ou não, prismas, telelupas e outros. Seu trabalho
envolve, ainda, a recuperação e aperfeiçoamento da eficácia visual através de
exercícios e treinamentos da visão e/ou da adequação dos diferentes aspectos
ergonômicos, tais como iluminação, mobiliário e postura.

Reconhecem enfermidades oculares e sistêmicas, casos que encaminha


ao profissional de saúde adequado. O Optometrista pode atuar na saúde
pública (escolas, universidades, hospitais, postos de saúde, empresas e etc.),
podendo prestar seus serviços também na esfera privada (escolas,
universidades, hospitais, clínicas, indústrias, empresas e etc.), em consultórios
próprios ou estabelecimentos comerciais de óptica. Por formação, pode
trabalhar como consultor e pesquisador junto às indústrias oftálmicas,
orientando a fabricação e testando novos materiais.

Não nos faltam fundamentos sólidos para defender a autonomia e


legitimidade da optometria, no entanto ainda experimentamos grandes desafios
diante da falta de leis, a nível nacional, que promovam o livre exercício da
profissão.

Em seu artigo para Ópticanet (2017) Artemir Bezerra, diz que exercer
Optometria no Brasil é uma tarefa difícil, árdua e enfadonha. Como se não
bastasse a forte oposição da classe opositora, a incansável disposição dos
médicos brasileiros de combater o exercício dessa profissão, os Optometristas
"patinam" em questões que não deveriam ser obstáculos. Ele destaca que a s
escolas que ainda formam Técnicos em Optometria no Brasil devem sim
buscar a excelência de seus formandos, necessitam elevar o rigor em
relação à formação destes profissionais.

Sérgio Dietrich (2018) analisa o comportamento do segmento ótico com


relação à Optometria e destaca a seriedade de alguns profissionais, o
oportunismo de outros e a resistência de outros tantos, nas diversas opiniões
sobre a correta forma de trabalhar, se dentro da óptica, fora dela, juntos aos
oftalmologistas, independentes deles, enfim, é possível constatar uma soma de
dúvidas e desejos distintos.
Parece ser comum que sem uma legislação específica sobre o tema,
vale eleger o jeito que mais lhe convém, e lamentavelmente, esta é a prática
exercida por quase todos que ainda não sofreram algum revés jurídico.
Enquanto aos que já a sofreram, na ausência de uma regulamentação definida,
cabe exercer sua atividade de acordo com a decisão judicial.

Contudo é consenso que replicar as formas de atuação na Optometria


usadas pelo mundo, onde em muitos países a optometria é exercida dentro da
ótica, pode ser um caminho no futuro! Desde que respeitadas as leis do código
de defesa do consumidor, que regem a relação comercial entre lojista e
consumidor no nosso país, podemos apontar uma saída para os que querem a
Optometria dentro da ótica.

Sérgio explica que isso significa que não se pode atrelar um exame
refrativo à compra dos óculos, ou seja, uma ótica pode ter um setor em seu
estabelecimento que presta o serviço optométrico, e receber por isso, liberando
a fórmula óptica para que o paciente (que é o que o consumidor neste
momento), de posse dela, possa exercer o livre direito de adquirir seus óculos
onde lhe convier. Isso inclui, sem pressão ou persuasão, o seu próprio
estabelecimento, desde que não seja oferecida a isenção de pagamento pelo
serviço optométrico para quem ali comprar os seus óculos. Neste caso,
voltaríamos a configurar em crime contra o código de defesa do consumidor,
sendo o ato interpretado como venda casada.

A Informação mais precisa da existência oficial da Optometria no Brasil,


vem desde 1932 quando foi promulgado o Decreto 20.931 onde em seu Artigo
3 relata que o Optometrista pode trabalhar se provar sua habilitação junto aos
órgãos de vigilância sanitária.

O decreto também informa que os Optometristas estão sujeitos a


fiscalização e que só podem exercer a profissão aqueles que provarem sua
habilitação à autoridade sanitária:
No ano de 2002 o Ministério do Trabalho e Emprego publicou a Portaria
397, aprovando assim a Classificação Brasileira de Ocupações (CBOO-2002)
que traz no seu corpo, uma suposta regulamentação da profissão, informando
inclusive qual sua formação e quais atividades pode ser exercida por estes
profissionais.

De acordo com Cunha Filho (2012) o conceito de Optometria é universal.


O termo Optometria é derivado do grego e formado pelas palavras Opto (visão)
e Metria (medida), então, Optometria pode ser entendida no seu conceito mais
simples, como Medida da Visão. Sendo assim, Optometria é uma ciência
especializada no estudo da visão, especificamente para atuação nos cuidados
primários da saúde visual, através de avaliação quantitativa e qualitativa do
sentido da visão. Sendo a visão a capacidade dinâmica que o olho tem de
perceber o universo e sendo esse o mais importante meio de comunicação do
homem com o ambiente que o cerca, torna-se o ato visual uma função de suma
importância para o desenvolvimento e qualidade de vida do homem. É
executada pelo profissional Optometrista, sendo que ele interage na área da
saúde, com formação superior que lhe habilita a examinar e avaliar o sentido
da visão, buscando identificar e compensar alterações visuais como miopia,
hipermetropia, presbiopia (“vista cansada”), astigmatismo e estrabismo e ainda,
atuar na prevenção da cegueira e em campanhas de cunho comunitário.

A Optometria vem para auxiliar, junto à intervenção da equipe


interdisciplinar, na prevenção aos problemas visuais e motores, visto que a
visão é de suma importância para o desenvolvimento social humano. O
Optometrista é conhecedor dos princípios da Óptica Física, particularmente aos
fenômenos de refração da luz, está habilitado, como pode-se verificar na
Classificação Brasileira de Ocupações - CBO/2002 (vide infra), a prescrever
exercícios de ortóptica e o uso de artefatos corretores, como óculos ou lentes
de contato, que compensam as Ametropias. Pode, ainda, produzir esses
artefatos e instrumentos e realizar a prevenção por meio de campanhas de
conscientização. Sendo um profissional sanitário, o Optometrista pode
trabalhar em conjunto com outros profissionais da saúde, atuando em grupos
multiprofissionais e multidisciplinares, em benefício da saúde da população.
Cunha Filho (2012) defende que a Optometria como profissão já existe
no mundo há mais de 100 anos, tendo surgido como atividade pela primeira
vez nos Estados Unidos por volta do ano de 1870. O autor ainda observa que a
Optometria é uma profissão completamente difundida e respeitada em mais de
130 paises, estando presente de forma regulamentada em mais de 60 países,
entre eles Estados Unidos, Canadá, México, Cuba, Costa Rica, Uruguai,
Paraguai, Colômbia, Inglaterra, Alemanha, Itália, Portugal, Espanha, Rússia,
Japão, China, Índia, África do Sul, Israel, Líbano, Austrália, Nova Zelândia e
outros. É reconhecida ainda, notoriamente, por organizações mundiais como a
Organização Mundial da Saúde - OMS, a Organização Pan-Americana da
Saúde – OPAS, a Organização das Nações Unidas - ONU e Organização
Internacional do Trabalho – OIT. (CUNHA FILHO, 2012)

Segundo o Conselho Regional de Óptica e Optometria de São Paulo


(CROOSP, 2020), os profissionais "Óticos Práticos e Optometristas" surgem no
Brasil anterior à 1900 ou, no mesmo momento do 1° óculos no Brasil. Sem
formação, aprenderam o ofício na prática, época em que as profissões
passavam de pai para filho, limitados à montagem artesanal de óculos por falta
de cursos profissionalizantes.

Após 1895 as ópticas Casa Fretin (1895 à 2002) e Fotóptica (1920), se


viram obrigadas a buscar Optometristas nos Estados Unidos, para suprir a
demanda crescente por exames da vista no Brasil. Porém, o governo federal na
intenção de melhorar o nível técnico dos profissionais da saúde, dentre eles;
enfermeiros, farmacêuticos, ópticos, parteiras, massagistas e optometristas,
promulga o Decreto Federal n° 20.931 de 1932, no Art. 3° - exigindo habilitação
para o exercício da Optometria. Decreto gerou um grande desconforto.

O Governo Brasileiro não reconhece formação de estrangeiros, e como


o Decreto deveria vir após ha 1° turma de formandos em Optometria, sem
cursos, a demanda por exames da vista cresceu. Alguns Óticos Práticos, mais
talentosos, aprenderam na "prática" com os imigrantes como fazer exames de
"REFRAÇÃO" (compensar a dioptria (grau), parte dos "exames da vista"
pertinente da profissão de Optometria, também exercida na prática, compondo
um dos serviços prestados nas casas de óptica, como são hoje nos países de
origem, e no Brasil, após 1980 com formação e habilitação.

Até a década de 1970, era costume das pessoas, procurarem as casas


de óptica (FIG. 1) para fazer "exames da vista" (FIG. 2), exercidos por
Optometristas Práticos (refracionistas) (FIG. 1), como também, confeccionar
seus óculos, realizar corrigindo a visão borrada, a devido aos erros refrativos
da visão, corrigindo; miopia, hipermetropia, astigmatismo e visão de perto, que
não são doenças, com lentes para óculos. Algumas casas de ópticas mais
tradicionais, continuam atendendo clientes antigos, e clientes indicados por
amigos até os dias atuais. O curso de Técnico em Optometria chega 80 anos
mais tarde. Tempo suficiente para que outro profissional ocupasse a cadeira da
Optometria, até então, vazia por falta de habilitação.
Figura 1 Exames de vista em óptica na década 1920
Santos – SP fonte: http://www.croosp.org.br/work/profissional/index1.html
Figura 2 Equipamentos optométricos de 1890.

Fonte: http://www.croosp.org.br/work/profissional/index1.html

Figura 2.b Gabinete Optométrico. Fonte: http://www.croosp.org.br/work/profissional/index1.html

No Brasil ainda não dispomos de uma regulamentação nacional,


mediada por lei, que permita cercear investidas que tentam deslegitimar a
profissão, contudo, o exercício da Optometria, tem suas atividades descritas na
Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) código 3223, publicada pelo
Ministério do Trabalho e Emprego.

Dentro das atividades que o profissional habilitado em Optometria pode fazer,


estão:

Realizar Exames Optométricos.

- Medir Acuidade Visual. Teste de visão com o objetivo de quantificar a visão


através de tabelas próprias de acordo com exigências padrão de iluminação,
distância e contraste.

Analisar Estruturas Externas e Internas do Olho. Consiste em uma observação


através de aparelho próprio (oftalmoscópio) das estruturas externas (córnea,
conjuntiva, pálpebras, cílios, etc.) e internas (íris, cristalino, retina, etc.) com o
fim de detectar quaisquer alterações que possam dificultar o processo visual.

- Medir Pressão Intraocular. Medição realizada através de aparelho chamado


tonômetro. De suma importância, pois o aumento da pressão ocular pode
causar o Glaucoma. Quando observado um aumento da pressão, o
Optometrista encaminha o paciente para o médico para o tratamento
adequado.

Identificar deficiências e anomalias relacionadas às alterações da função


visual. Quanto a este item, torna-se necessário explicar que impera certa
dúvida sobre a atuação do Optometrista em detrimento das atividades do
médico. Neste contexto, a decisão do STJ específica que o Optometrista não
resta habilitado para os misteres médicos, como são as atividades de
diagnosticar e tratar doenças relativas ao globo ocular. Esclarece-se que o
próprio veículo eletrônico órgão maior de representação da classe, separa em
páginas diferentes as doenças do olho (catarata, glaucoma, retinopatia
diabética ou hipertensiva, etc.) e os chamados vícios de refração (miopia,
hipermetropia, astigmatismo e presbiopia).
- Encaminhar casos patológicos a médicos. Após a realização da análise das
estruturas internas e externas do olho, os casos patológicos encontrados são
encaminhados. Oportunamente destaco que o Optometrista possui ampla
formação acadêmica para a observação das estruturas internas e externas do
olho devendo, durante a realização do atendimento optométrico observar a
presença ou não de uma alteração de ordem patológica procedendo com o
respectivo encaminhamento para o profissional médico. Destaco ainda que a
função visual compreende vários fatores que não se limitam apenas a saúde do
olho envolvendo outros profissionais da saúde como ortopedistas, psicólogos,
neurologistas, nutricionistas, endocrinologistas, dentre outros. Portanto, o
encaminhamento especificado neste item não se resume ao médico
oftalmologista.

- Medir Refração Ocular (Refratometria e retinoscopia). Teste que obedece a


parâmetros físicos onde se analisa o reflexo da luz no interior do olho com o
objetivo de quantificar a dioptria (conhecido como grau) do olho. Utiliza-se para
isso aparelhos como o retinoscópio ou equipamentos computadorizados,
autorefratores.

Determinar Compensações e Auxílios Ópticos. Uma vez realizados os testes


de medição da refração ocular através da retinoscopia, o Optometrista
determina o que o paciente deve usar para compensar sua dificuldade visual,
óculos, lentes de contato ou até mesmo exercícios para estimular a
musculatura dos olhos.

Um outro ponto sempre levantado em relação ao exercício da


Optometria baseia-se na existência ou não de regulamentação. Quanto a este
aspecto CUNHA FILHO (2012) lança mão do posicionamento do Superior
Tribunal de Justiça.
FORMAÇÃO DO OPTOMETRISTA

Sobre a formação dos Ópticos Optometrista vejamos o que o CROO-SP


regulamenta:

De formação escolar específica, examina pessoas portadoras de


perturbações da função visual como um todo, diagnosticando, compensando e
orientando os diferentes tipos de tratamentos para promover a recuperação
desses distúrbios:

• Optometrista ocupa-se do teste do processo visual em seus aspectos


funcionais e comportamentais, determinando e medindo cientificamente
os defeitos de refração, acomodação e motilidade dos olhos, prevenindo
e corrigindo os transtornos da visão, prescrevendo e adaptando os
meios ópticos compensatórios - sejam lentes oftálmicas em geral, lentes
de contato em geral, prismas, filtros, telelupas, exercícios e etc. Prevê a
recomendação e o acompanhamento da prática de terapias visuais,
exercícios ortópticos e a adaptação de próteses e órteses oculares

• Reconhece condições patológicas oculares e sistêmicas encaminhando


esses casos aos profissionais de medicina especializada. Busca
oferecer o máximo de rendimento visual com a mínima fadiga. Por
métodos objetivos e subjetivos, reconhece, determina, compensa e/ou
corrige as anomalias visuais, de modo funcional e dinâmico. Aprofunda-
se em aspectos físicos, psicológicos e ergonômicos da visão, bem como
em áreas de especialização como a refratometria, optometria pediátrica,
ortóptica e pleóptica, adaptação de lentes de contato, próteses e
órteses, optometria geriátrica, desportiva, visão subnormal, profissional e
reeducação visual, dentre outras.

• Avalia o caso, examinando o cliente entrevistando a família do mesmo,


para determinação de critérios terapêuticos. Pode fornecer dados aos
médicos especializados para efeito de auxílio nos casos patológicos
carentes de tratamentos específicos e/ou cirúrgicos. Orienta a família do
cliente, travando com ela contatos informais, para obter o maior
rendimento possível de terapêutica completa o tratamento, utilizando
filtros, lentes adicionais, prismas corretores, processos de oclusão, para
assegurar maior rapidez e eficiência terapêuticas dos casos, analisando
os resultados obtidos, para encaminhar o cliente a outros especialistas
quando necessário participa de equipes multiprofissionais, assessorando
em assuntos de optometria, a fim de contribuir para a profilaxia de
deficiências visuais, do estrabismo e para o esclarecimento de
diagnóstico.

• Pode realizar triagem ou seleção de profissionais, para avaliação dos


padrões exigidos pelo órgão requisitante. O óptico Optometrista é o
profissional não-médico especialista da visão. É treinado
especificamente para a prática da optometria plena ou de qualquer uma
de suas especialidades, com autonomia e responsabilidade no exercício
clínico e acesso irrestrito aos necessitados desses serviços
especializados.

• O óptico Optometrista dedica-se à prevenção, detecção e solução dos


problemas funcionais e operativos do sistema visual, mediante a
aplicação de meios compensativos - lentes oftálmicas com força
dióptrica ou não, lentes de contato com força dióptrica ou não, prismas,
telelupas e outros. Seu trabalho envolve, ainda, a recuperação e
aperfeiçoamento da eficácia visual através de exercícios e treinamentos
da visão e/ou da adequação dos diferentes aspectos ergonômicos, tais
como iluminação, mobiliário e postura.

• Reconhecem enfermidades oculares e sistêmicas, casos que encaminha


ao profissional de saúde adequado. O óptico Optometrista pode atuar na
saúde pública (escolas, universidades, hospitais, postos de saúde,
empresas e etc.), podendo prestar seus serviços também na esfera
privada (escolas, universidades, hospitais, clínicas, indústrias, empresas
e etc.), em consultórios próprios ou estabelecimentos comerciais de
óptica. Por formação, pode trabalhar como consultor e pesquisador junto
às indústrias oftálmicas, orientando a fabricação e testando novos
materiais.

• O óptico Optometrista não trata de enfermidades dos olhos, não realiza


cirurgias nem prescreve medicamentos. Cuida do ato visual, não do
globo ocular. Pode emitir laudos técnicos. Pode se responsabilizar
tecnicamente pelos laboratórios ópticos, indústrias do ramo, clínicas de
visão, postos de saúde, estabelecimentos ópticos básicos ou plenos.

AVANÇOS NA PARTICIPAÇÃO DO OPTOMETRISTA NA SAÚDE PÚBLICA

De acordo com pesquisa do Ibope divulgada em 2019, cerca de 34% da


população nunca consultou especialistas da saúde visual. Por isso, antes de
discutirmos a respeito da participação do Optometrista na saúde pública,
compreendemos ser interessante discorrer um pouco sobre a importância do
Profissional Óptico-Optometrista na melhoria da Saúde Visual Pública
Brasileira.

O CROOP aponta para o fato de que a Optometria é uma ciência que


atualmente possui diversos centros de formação técnica e acadêmica no Brasil,
mas o seu trabalho ainda é pouco conhecido pela sociedade. Para o pleno
exercício profissional, o Optometrista deve possuir diploma registrado no
Sistema Nacional de Ensino, como qualquer outro diploma, possuindo validade
nacional incontestável.

Os benefícios proporcionados pela Optometria têm sido pouco


divulgados e adotados pelas autoridades de saúde no Brasil, principalmente
devido à desinformação sobre o assunto.

O Brasil enfrenta uma grave situação na área de saúde, principalmente


da saúde visual, pois 56% de sua população possui dificuldades para enxergar
devido a alterações visuais de causas ópticas (erros refrativos) compensados
com lentes, e não patológicas (doenças do órgão globo ocular) competência da
medicina.

As crianças que não enxergam bem têm um rendimento escolar


medíocre, com elevados níveis de repetência, os quais acabam por
desestimular a continuidade de seus estudos. Milhões de adultos têm sua
produtividade reduzida ou até interrompida, e os idosos detêm uma queda
brusca na qualidade de vida, pela falta de uso de um simples par de óculos. A
nação brasileira perde muito dinheiro e talento por questões relacionadas à
visão.

Esse problema pode ser resolvido de forma rápida e acessível, através


da Optometria. Basta uma pequena mudança no modelo de saúde visual
adotado pelo Governo. Este, visa expor com maior clareza o que vem a ser a
Optometria, e qual a sua importância na vida dos brasileiros.

O Conselho Mundial de Optometria (WCO) define a Optometria como


uma profissão da área da saúde, autônoma, independente e regulamentada
(licenciada/registrada), onde os Optometristas “são os responsáveis pelo
cuidado da saúde primária do olho e do sistema visual que provem cuidado
ocular e visual completo, incluindo a refração, detecção/diagnóstico e manejo
das enfermidades do olho e a reabilitação das condições do sistema visual”.

De acordo com o WCO, a Optometria tem como objetivos primordiais


aumentar a acessibilidade, equidade e qualidade do cuidado visual nas áreas
rurais e urbanas, bem como oferecer uma solução viável aos crescentes casos
de cegueira prevenível, especialmente aquele causados por erros refrativos
não corrigidos. Além disso, cabe ao profissional detectar e diminuir o número
de pessoas que padecem de defeitos refrativos não corrigidos; detectar
precocemente qualquer anomalia ocular, visual e sistêmica, auxiliando na
redução dos índices de enfermidades oculares e sistêmicas encaminhando ao
profissional competente.
Vale salientar que a Optometria é uma ciência vista como necessidade
na área da saúde, sendo reconhecida pela ONU (Organização das Nações
Unidas), OMS (Organização Mundial da Saúde) e OPAS (Organização Pan-
Americana de Saúde) e regulamentada pela OIT (Organização Internacional do
Trabalho).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) adota oficialmente a


Optometria como parte essencial na prevenção da cegueira evitável e
promoção da saúde da população, afirmando que o profissional em Optometria
é o responsável principal pelo atendimento primário a visão, onde “o exercício
da optometria corresponde ao Optometrista por história, formação,
conhecimento e maior eficácia com menor custo social.

Já a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) preconiza, desde


1984, sobre a importância da atenção primária (prevenção) como pilar da
saúde visual, serviço este realizado por optometristas, profissionais
especializados e preparados para esta função, assim como a Organização das
Nações Unidas (ONU) reconhece a profissão de optometrista como prestador
de serviços de atendimento primário à visão. (CBOO, 2006.

Dentre as Organizações Internacionais que desenvolvem programas de


saúde visual com optometristas, destaca-se a OMS (Organização Mundial de
Saúde), a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura), a IAPB (Associação Internacional para a Prevenção da
Cegueira), o WCO (Conselho Mundial de Optometria) e a ALDOO (Associação
Latino-Americana de Optometria e Óptica).

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), 18,8%


da população, cerca de 35 milhões de pessoas, declaram ter dificuldades para
enxergar, sendo que 80% desta demanda é para a medição do grau dos
óculos.

Em um estudo de Cunha Filho (2012), foi feito um levantamento sobre


dados estatísticos sobre saúde visual estado do maranhão, conhecido por ter
grande dificuldade de acesso a saúde. O trabalho apresentou que existiam no
Maranhão apenas 41 Especialistas em Saúde Visual. Destes, 31 atuam em
São Luís, capital, o que corresponde a 75,6%. Esses dados retratam uma
realidade gritante que é a má distribuição de profissionais da saúde visual,
sobre tudo pela tendência de oftalmologistas convergirem para centros urbanos
maiores.

Há concentração de profissionais em cidades maiores, sendo que um


número significativo de municípios, onde vivem 67 milhões de brasileiros, não
conta com oftalmologistas, descreve o presidente do CBO, Milton Ruiz Alves
(2014). No Norte brasileiro há apenas um oftalmologista para cada 30.491
habitantes. Todos os estados – Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia,
Roraima e Tocantins – registram carência significativa de especialistas. (CBO,
2014)

A má distribuição pelo território nacional acompanha a falta de política


governamental para estimular a interiorização em qualquer área: faltam
advogados, engenheiros, administradores, dentistas, psicólogos e uma gama
de outros profissionais em boa parte do território nacional.

Não faltam argumentos que embasem a necessidade de se incluir a


Optometria no SUS, inclusive tem se travado uma luta, por várias frentes, de
reconhece-la como indispensável na atenção básica.

Um exemplo dessa luta foi o projeto de lei apresentado pelo dr. vereador
Eduardo Moura, da câmara municipal do Rio de Janeiro. O projeto, que
infelizmente foi arquivado, pretendeu incluir a atividade do profissional de
optometria nas unidades básicas de saúde e ambulatórios de oftalmologia da
rede pública do município do rio de janeiro. A seguir temos um trecho do
projeto:

“PROJETO DE LEI Nº 1684/2015 - O SUS é constituído por uma rede


interligada de unidades que prestam atendimento aos usuários,
subordinadas hierarquicamente em níveis de complexidade
crescente. Quando o usuário se sente doente, deseja prevenir
doenças ou receber orientações para uma vida mais saudável, deve
procurar primeiro a Unidade Local de Saúde (ULS) mais próxima de
sua casa. Se os profissionais da ULS não puderem solucionar a
situação do usuário, pois este necessita de um atendimento
especializado, encaminharão ao serviço de referência, que pode ser
um ambulatório, policlínica de referência ou hospital geral. Caso o
usuário ainda necessite de uma internação, seu encaminhamento se
dará, por fim, a um hospital especializado.
No caso da saúde ocular, o usuário buscará o atendimento na ULS e
será encaminhado ao serviço de referência, pois oftalmologia é
especialidade médica e, portanto, não é atendida na Atenção Básica.
Esta segunda consulta marcada pode levar meses ou até anos para
acontecer, dependendo da demanda reprimida a ser atendida pelos
serviços. Infelizmente, existem casos relatados e vivenciados pelos
usuários de serem chamados para a consulta quando seu caso já
está agravado, de difícil resolução, muitas vezes necessitando de um
novo encaminhamento para outro serviço de referência, de maior
complexidade. A história pode se repetir como no primeiro
encaminhamento e o usuário acabar por agravar sua situação a ponto
de perder definitivamente a visão.
Essa excessiva demora representa ofensa à Constituição Federal,
que estabelece como fundamento do país democrático em que
vivemos a dignidade da pessoa humana e dispõe ser a saúde um
direito de todos e um dever do Estado, que tem a obrigação de
proporcionar um atendimento integral. Fere também a Lei Orgânica
da Saúde nº. 8.080/90 que garante o acesso aos serviços de saúde
de maneira eficaz e sem qualquer discriminação (IDEC, 2003).
Derivado do grego opto (visão) e metria (medida), Optometria é a
ciência que estuda o sistema visual, habilitando profissionais para
atuarem na prevenção de problemas oculares e sistêmicos, sendo
ainda um especialista na determinação de defeitos refrativos e
disfunções visuais, especificando as ações e medidas corretoras
adequadas, sem a utilização de drogas ou intervenções cirúrgicas
(CBOO, 2006).
A Optometria como profissão existe no mundo há mais de 100 anos,
tendo surgido primeiramente nos Estados Unidos, por volta dos anos
de 1860-1870. Atualmente, é difundida e respeitada no mundo inteiro,
sendo que está presente de forma regulamentada em mais de 130
países no mundo, dentre eles: Estados Unidos, Canadá, México,
Cuba, Costa Rica, Panamá, Uruguai, Paraguai, Colômbia, Inglaterra,
Alemanha, Itália, Portugal, Espanha, Rússia, Japão, China, Índia,
África do Sul, Quênia, Israel, Líbano, Austrália e Nova Zelândia
(CBOO, 2006).
O Optometrista é um profissional preparado para examinar e avaliar a
função visual quando esta não for de ordem patológica. Ele identifica,
corrige e prescreve soluções ópticas que irão compensar as
ametropias, porém sem utilizar qualquer medicamento ou técnica
invasiva ao corpo humano. Todos os seus equipamentos são de
caráter observativo e direcionados à avaliação quantitativa e
qualitativa do sentido da visão. Este profissional é preparado para
reconhecer uma alteração visual de ordem patológica ocular ou
sistêmica, encaminhando, nestes casos, a um profissional
especializado, realizando assim, seu trabalho de prevenção.
O Optometrista é o profissional cujo perfil se encaixa no atendimento
de atenção primária. Ele pode atuar na saúde pública (escolas,
universidades, hospitais, unidades básicas de saúde, empresas, etc.)
e também na esfera privada (escolas, universidades, hospitais,
clínicas, indústrias, empresas, etc.), em consultórios próprios ou
estabelecimentos comerciais de óptica.
Este profissional de saúde trabalha em harmonia com todos os outros
profissionais sanitários, sendo um dos elos fundamentais da cadeia
multiprofissional e multidisciplinar. Além disso, está preparado para
atuar de acordo com os indicadores sócio-econômico-culturais
encontrados no contexto vivenciado pela comunidade da área de
abrangência da ULS. O foco do seu trabalho é na prevenção primária,
secundária e terciária, além de correção de distúrbios motores e
disfunções visuais de ordem não patológica.
A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) preconiza desde
1984 sobre a importância da atenção primária como pilar da saúde
visual. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o
profissional de Optometria é o responsável pelo atendimento primário
a visão. Também a Organização das Nações Unidas (ONU),
reconhece a profissão do Optometrista como prestador de serviços de
atendimento primário a visão (CBOO, 2006).
A Atenção Básica em saúde é, ao mesmo tempo, um reflexo e
conseqüência das condições econômicas e características
socioculturais e políticas do país e de suas comunidades (ALMA ATA,
1978). A inclusão da Optometria na Atenção Básica proposta neste
Projeto de Lei é uma tentativa no sentido de levar em consideração
os pressupostos teórico-metodológicos e filosóficos na perspectiva de
provocar a reflexão e ações conseqüentes às necessidades da
população.
Consolidando as ações do Optometrista, quem irá se beneficiar serão
os usuários, que certamente desfrutarão de maior qualidade de visão
e, consequentemente, de maior qualidade de vida.
Desta forma, acredito que o optometrista contribuirá para enriquecer e
otimizar o trabalho da equipe de saúde e por isso rogo a meus pares
pela aprovação desta propositura. (CÂMARA MUNICIPAL DO RIO
DE JANEIRO. Plenário Teotônio Villela, 7 dezembro de 2015.
Vereador DR. EDUARDO MOURA)

O Ato médico tem orientado, de maneira arbitrária e irresponsável as


decisões contrárias ao exercício pleno da Optometria. Um exemplo disto foi a
revogação da lei que inseria a optometria na atenção básica de saúde em
Bocaina/SP.

Confira abaixo a íntegra da decisão:

“SECRETARIA LEI Nº 2.752

Revoga a Lei Municipal n° 2.729, de 10 de maio de 2017, que dispõe


sobre a inclusão da Atividade de Óptico Optometrista e da Prestação
de Serviços da Optometria e a Lei Municipal nº 2.745, de 29 de
agosto de 2017, que dispõe sobre autorização ao Executivo Municipal
a instalar gabinetes optométricos de profissionais habilitados para o
atendimento à saúde visual primária na rede privada municipal.

MARCO ANTONIO GIRO, Prefeito do município de Bocaina, Estado


de São Paulo.
FAÇO SABER que a Câmara Municipal aprovou e Eu sanciono e
promulgo a seguinte lei:

Art. 1º. Fica revogada integralmente a Lei Municipal n° 2.729, de 10


de maio de 2017, que dispõe sobre a inclusão da Atividade de Óptico
Optometrista e da Prestação de Serviços da Optometria e a Lei
Municipal nº 2.745, de 29 de agosto de 2017, que dispõe sobre
autorização ao Executivo Municipal a instalar gabinetes optométricos
de profissionais habilitados para o atendimento à saúde visual
primária na rede privada municipal.

Art. 2°. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas
as disposições em contrário.

Bocaina, em 19 de outubro de 2.017.

Registrado na Secretaria, na data acima de sua opinião

O professor da USP Eduardo Moura afirmou durante reunião da


comissão de Economia e Defesa dos Direitos do Consumidor (CAMARA
MUNICIPAL DE CAMPINAS, 2017), presidida pelo vereador Fernando Mendes
(PRB), que se a profissão de Optometrista já estivesse regulamentada na
cidade, muitas pessoas não estariam mais nas filas do SUS aguardando por
atendimento oftalmológico. No encontro, Moura apresentou dados importantes
que mostram as diferenças entre a atuação do oftalmologista e do
Optometrista. “O médico com a especialização em oftalmologia trata das
patologias que são as doenças como, por exemplo, como catarata, glaucoma;
já o Optometrista é responsável por prescrever óculos, lentes de contato e
terapias para melhorar a capacidade visual do paciente”, explica o profissional.

Diante desses dados o vereador Fernando Mendes, vem discutindo o


tema e inclusive protocolou um projeto de lei que garante a regulamentação do
serviço em Campinas. “Fui procurado por muitos profissionais que estão tendo
dificuldades de exercer sua função, que alegam que estão sendo vistos como
clandestinos. Precisamos regulamentar isso, afinal, é um absurdo e, inclusive,
fere o direito do cidadão em ter acesso aos mais variados serviços”, defende o
parlamentar.

Segundo Mendes, “com os profissionais de optometria além de garantir


a redução das filas de atendimento, melhoraríamos, inclusive, a qualidade de
vida da população que vai passar a enxergar melhor”, complementa.
Para Carneiro (2015) a comunidade acadêmica Optométrica deve ser
convocada para promover a profissão através da investigação e do
desenvolvimento. Atualmente, e com grande parte do mundo em busca de
cuidados de saúde no setor público, é extremamente importante que protocolos
clínicos e de rastreio, devidamente verificados, sejam implementados de modo
a garantir a abrangência e a qualidade dos serviços prestados. Estes só podem
ser identificados através de ensaios clínicos rigorosos. A investigação no
desenvolvimento de tecnologia para fornecer instrumentos de rastreio
económicos ou acessíveis é fundamental para a prestação de cuidados de
saúde visual eficazes e abrangentes.

Num mundo onde os custos com a sociedade são intensamente


escrutinados, é necessário manter o foco na geração de evidência de qual o
impacto econômico da deficiência visual e da cegueira. É essencial que a
prestação de cuidados de saúde visual seja baseada em trabalho de equipa e
cooperação interdisciplinar de modo a otimizar a contribuição de cada membro
da equipa e alcançar um maior número pessoas com necessidades. Isto
significa ter uma visão proporcionada das habilidades exigidas nos níveis
primário, secundário e terciário da prestação de cuidados de saúde visual.

Ainda de acordo com a autora os governos necessitam reconhecer a


existência de Optometristas nos recursos humanos da saúde visual. Muitos
países não cumprem ainda este requisito e, portanto, os serviços Optométricos
são escassos, pois as vagas não são criadas. Existem várias questões que o
Conselho Mundial de Optometria defende junto dos governos, por exemplo, o
reconhecimento da Optometria como profissão e o impacto significativo que a
profissão pode ter nas despesas de saúde. O Conselho Mundial de Saúde
pode também exigir a criação de vagas para os Optometristas no setor público
e realçar a importância de uma distribuição justa de Optometristas em
ambientes rurais e urbanos.

O sucesso da profissão no setor privado deve ser galvanizado para


apoiar a expansão dos serviços ao setor público. Os pesados recursos do setor
privado podem estimular o desenvolvimento de programas no setor público. O
Conselho Mundial de Optometria encontra-se na vanguarda da garantia de que
a qualidade dos serviços Optométricos seja comparada com o quadro de
competências existente. É imperativo que, alcançando números adequados, a
qualidade dos serviços não seja comprometida. É necessária uma política clara
para desenvolver os recursos humanos Optométricos pela qual o Conselho
Mundial de Optometria reconhece que, em alguns países em desenvolvimento,
e particularmente nas áreas rurais, não há clínicos suficientes para realizar
refrações como parte de uma avaliação visual completa (ou abrangente) que
inclui a detecção precoce de sinais de doença ou condição anómala. No
entanto, e dada desta realidade, o Conselho Mundial de Optometria acredita
firmemente que a refração "autônoma", sem uma avaliação de saúde visual, é
um grave problema de saúde pública e que uma abordagem de equipa com
outros quadros da saúde e da saúde visual precisa ser desenvolvida para
resolver esse défice em benefício da população.

O Conselho Mundial de Optometria acredita que o Optometrista deve


possuir as capacidades e as competências para realizar avaliações visuais,
prescrever compensações óticas, diagnosticar e tratar condições visuais
comuns e referenciar as condições visuais mais graves. O Conselho Mundial
de Optometria acredita que os Optometristas devem ser integrados nos
Cuidados de Saúde da Visão e mais vastamente em equipas de cuidados de
saúde.
CONCLUSÃO

Concluímos que a Optometria é uma ciência e profissão histórica, com


grande reconhecimento pelo mundo, incluindo a OMS que a preconiza como
integrante das políticas de saúde visual. No Brasil, a Optometria, tem crescido
e se consolidado por meio da oferta de cursos de formação técnica e superior.
Ainda há muito a ser conquistado no tocante a leis que permitam o livre e pleno
exercício profissional, mas a importância e necessidade de Optometristas no
país prospectam um futuro brilhante.
REFERÊNCIAS:

Vera Carneiro OD, APLO. Porquê Optometria? WHO. Agosto de 2015.


(Traduzido)

VARGAS, Jose Joaquin Guerrero. Optometria clinica. Universidade São


Tomaz. Colombia, 2012.

ROSA, Leandro Luiz Fleury; ALVES, Luis Alberto Perez. Manual de boas
práticas dos estabelecimentos de comércio, adaptação e dispensação de
armações, lentes oftálmicas, óculos de proteção solar, lentes de contato e
acessórios ópticos / Leandro Luiz Fleury Rosa; Luis Alberto Perez Alves. – Rio
de Janeiro: Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo,
2012.

Robert Montés-Micó. Optometría Principios básicos y aplicación clínica. 2011


Elsevier España, S.L. Travessera de Gràcia, 17-21 - 08021 Barcelona
(España). ISBN: 978-84-8086-822-8

Joao de Sousa cunha Filho. Optometria Aspectos Sociais e Jurídicos.


Optometria – Ciência da Visão. 2012

DE LIMA, Francisco Xavier. Optometria Legal no Brasil. Natal/RN, 2014.

<https://www.jotazerodigital.com.br/lei-que-inseria-a-optometria-na-atencao-
basica-de-saude-e-revogada-em-bocaina-sp.php> acessado em 15/07/2020.

<https://www.ibge.gov.br/> acessado em 15/07/2020.

<https://opticanet.com.br/secaodesktop/colunaseartigos/11504/o-presente-e-o-
futuro-da-optometria-no-brasil> acessado em 16/04/2020.

<https://filadelfia.com.br/uma-visao-critica-sobre-a-optometria-no-brasil-por-
sergio-dietrich/> acessado em 15/07/2020.

<http://www.cbo.net.br/novo/publicacoes/Olhar_sobre_o_Brasil.pdf. UM
OLHAR SOBRE O BRASIL SÁBADO, 25 DE OUTUBRO DE 2014> acessado
em 15/07/2020.
<http://www.campinas.sp.leg.br/comunicacao/noticias/2017/marco-1/
oftalmologista-garante-que-optometria-pode-ajudar-na-reducao-das-filas-do-
sus-para-atendimento-oftalmologico> acessado em 15/07/2020.

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