Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PROPÓSITO
O entendimento entre a relação do adoecimento e o ambiente de trabalho é fundamental para que os
profissionais de segurança do trabalho possam elaborar o plano de gerenciamento de riscos e indicar os
equipamentos de proteção adequados.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer os riscos químicos e as doenças relacionadas ao trabalho
MÓDULO 2
MÓDULO 3
MÓDULO 4
INTRODUÇÃO
AS DEFINIÇÕES DE DOENÇAS RELACIONADAS
AO TRABALHO
MÓDULO 1
LIGANDO OS PONTOS
Foto: Shutterstock.com
Os trabalhadores estão sujeitos a uma infinidade de substâncias no ambiente do trabalho, muitas das
quais podem ocasionar doenças ocupacionais. Todavia, nem sempre a correlação entre as substâncias
e os efeitos é conhecida. O engenheiro de Segurança do Trabalho deve ter conhecimento das principais
substâncias presentes nos ambientes de trabalho para subsidiar o trabalho das equipes de SESMT -
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho.
Dermatose ocupacional
JCS, 45 anos, pedreiro, procura o médico do trabalho com queixa de coceira intensa nas mãos,
rachadura que sangra, que o estão impedindo de trabalhar. Trabalha há três meses em uma construtora,
como pedreiro de acabamento, assentando azulejos e pisos, com registro na carteira profissional.
Trabalha na construção civil desde os 18 anos, tendo começado como ajudante. Sabe do problema
causado pelo cimento, mas tem grande dificuldade para trabalhar com luvas, pois acha que elas
“atrasam o trabalho” e reduzem a produção. Já fez uso de muitas pomadas que, no início, melhoravam o
quadro, mas atualmente não observa mudança. Relatou também que, nesse novo emprego, recebeu
treinamento sobre o uso dos EPIs, mas não consegue se adaptar. O exame físico das mãos revela
edema de ambas as mãos, espessamento da pele e unhas, fissuras, suspeita de dermatose
ocupacional.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar os pontos?
A) Demitir o trabalhador.
B) Punir o trabalhador.
C) Chamar o trabalhador para conversar sobre as dificuldades para o uso dos EPIs.
E) Deixar que a equipe do PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) resolva
sozinha a situação.
GABARITO
1. No relato, o trabalhador deixa claro que tem dificuldade de usar os equipamentos de proteção
fornecidos para ele. Sobre essa situação, o que pode ser feito pela equipe do SESMT para o
incentivo ao uso?
Antes de pensar em advertências ou punições, a equipe do SESMT deverá chamar esse trabalhador
para conversar, compreender qual a dificuldade apresentada por ele sobre o uso dos equipamentos
corretos e mostrar-lhe a importância do uso dos equipamentos, para que ele também assuma sua
responsabilidade quanto à sua segurança. Caso o trabalhador se recuse a seguir o programa de
segurança da empresa, ele deverá ser avisado que poderá sofrer algumas penalidades.
2. Para evitar outros casos parecidos com o de JCS, o que pode ser feito pela equipe do SESMT
junto aos demais trabalhadores?
As equipes de segurança podem mapear as situações de risco e identificar trabalhadores nessas condições.
É preciso capacitação frequente que mostre a importância do uso dos equipamentos de proteção individual.
Sobre JCS, ele precisará ser afastado do trabalho para tratamento e, em seu retorno, será preciso a equipe
conversar com ele, mostrando que, se ele continuar com o mesmo comportamento, a sua saúde poderá ficar
extremamente prejudicada.
Foto: Shutterstock.com
O trabalho é um dos fatores importantes para a saúde, que contribui para o bem-estar dos trabalhadores
e de suas famílias. Além de gerar renda, tem uma dimensão humanizadora que permite aos
trabalhadores a inclusão em redes sociais de apoio, relevantes para a saúde. O trabalho tem um efeito
protetor para a saúde, mas também pode gerar danos como adoecimento e morte, ou pode agravar
algumas vulnerabilidades. Ademais, um processo de trabalho pode afetar negativamente o meio
ambiente, colocando a saúde da população em risco.
VOCÊ SABIA
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), anualmente, mais de 2,78 milhões de
trabalhadores morrem em acidentes de trabalho ou por doença ocupacional. Uma das causas do
adoecimento é a falta de uma cultura de segurança e de promoção da saúde. Quando não há
programas de segurança adequados e plano de gerenciamento dos riscos, trabalhadores ficam expostos
a diversos agentes prejudiciais à saúde.
A seguir, vamos aprender como os trabalhadores adoecem estando expostos a agentes de riscos
ocupacionais, sem a devida segurança.
EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS ÀS
SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS
Foto: Shutterstock.com
Os produtos químicos são utilizados em toda a sociedade, tendo efeitos positivos e negativos na saúde,
no bem-estar e no meio ambiente. Apesar do progresso significativo, a gestão de riscos relacionados a
produtos químicos ainda é deficiente. Acidentes com substâncias químicas com repercussões graves
para as pessoas e para o meio ambiente ainda acontecem em grande quantidade, causando prejuízos
não só para os envolvidos diretamente, como para famílias, sociedades e nações.
SAIBA MAIS
INTOXICAÇÃO EXÓGENA
Foto: Shutterstock.com
A INTOXICAÇÃO EXÓGENA PODE SER ENTENDIDA COMO UMA
ALTERAÇÃO PATOLÓGICA QUE OCORRE EM PESSOAS EXPOSTAS
ÀS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS.
Essa manifestação ocorre por causa da interação das substâncias com o sistema biológico. Após
ultrapassar as barreiras protetoras do organismo, a ação do agente tóxico nos órgãos pode acarretar
prejuízos seríssimos para as pessoas, inclusive levando-as à morte. Anualmente, muitas pessoas
sofrem de intoxicação exógena em razão da falta de conhecimento e de proteção. Entre as pessoas que
apresentam quadro de intoxicação exógena estão os trabalhadores.
ATENÇÃO
Muitos trabalhadores, devido à atuação em ambientes de trabalho sem proteção, são expostos a
produtos químicos, sofrendo danos que podem ser irreversíveis, embora a OIT já tenha reconhecido que
a proteção dos trabalhadores contra produtos químicos perigosos é essencial para a garantia de
populações saudáveis e ambientes sustentáveis.
As repercussões dessas exposições não só trazem prejuízos para os trabalhadores, como para as suas
famílias, a sociedade e o país. Ao serem expostos sem proteção aos produtos químicos, os
trabalhadores podem se intoxicar, causando assim efeitos diversos.
INTOXICAÇÃO AGUDA
Geralmente a intoxicação aguda acontece em curto período de tempo em razão da exposição a grande
quantidade de substâncias químicas, como em alguns acidentes de trabalho.
INTOXICAÇÃO CRÔNICA
MODERADA
GRAVE
Ainda sobre os efeitos tóxicos, observamos dois tipos: local e sistêmico. O efeito local é aquele que se
manifesta em um local ou uma parte do corpo somente, como uma ferida na mão ou em um dedo
causada pelo contato com um agente químico. Já o efeito sistêmico é aquele que irá se manifestar em
vários órgãos do corpo, quando, por exemplo, um agente que é absorvido pela pele, inalado ou ingerido
vai para a corrente sanguínea e, a partir dela, chega a outros órgãos, causando danos.
Para facilitar nosso entendimento acerca do primeiro contato do agente com o organismo até as
manifestações clínicas, precisamos conhecer as quatro fases da intoxicação:
FASE I – EXPOSIÇÃO
Essa é a fase, como o nome já indica, do primeiro contato com o agente químico. Esse contato se dá
pela superfície externa (pele) ou interna (outros órgãos). Nessa etapa, é importante a observação da
concentração da substância, ou seja, da disponibilidade química do agente em condições de ser
absorvido no organismo. Outras observações que precisam ser feitas são sobre a duração da
exposição, a frequência e as vias de entrada do agente no organismo, além da suscetibilidade individual,
ou seja, o fato de a pessoa ter uma sensibilidade maior a determinadas substâncias.
FASE II – TOXICOCINÉTICA
Essa é a fase na qual o organismo trabalha em sua defesa, ou seja, temos a ação do organismo sobre o
agente tóxico, buscando eliminá-lo ou pelo menos minimizar os seus efeitos nos órgãos.
FASE IV – CLÍNICA
Essa é a fase das manifestações clínicas, isto é, quando aparecem sintomas e sinais da intoxicação ou
alterações laboratoriais causadas pela substância química.
ATENÇÃO
Um mesmo órgão pode ser atingido por mais de um tipo de agente químico e um único agente químico
pode causar danos a vários órgãos.
Foto: Shutterstock.com
Agora, conheceremos algumas doenças que são causadas pela exposição a substâncias químicas:
NEOPLASIAS RELACIONADAS AO TRABALHO
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), câncer é o nome dado a um conjunto de mais de
100 doenças que têm em comum um crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e
órgãos. Essas células, quando se dividem descontroladamente, podem ser mais agressivas,
determinando a formação de tumores que podem espalhar-se por diversas regiões do corpo, o que é
conhecido como metástase. Na imagem, temos uma ilustração em 3D de células cancerosas em
contexto científico.
SAIBA MAIS
O câncer aparece a partir de uma mutação genética, uma alteração no DNA da célula, que passa a
receber “informações erradas” para suas atividades. Dependendo do câncer, seu processo de formação
pode levar anos, devendo ser consideradas as características individuais que facilitam ou dificultam a
instalação do dano celular.
ANGIOSSARCOMA DO FÍGADO
LEUCEMIAS
Além das neoplasias, outras doenças podem ser causadas pela exposição a agentes químicos. Vamos
conhecer algumas outras doenças a seguir!
CONJUNTIVITE
Existem vários tipos de conjuntivite, como viral, bacteriana, traumática, alérgica, tóxica, química, entre
outros. Ela é caracterizada pela inflamação da conjuntiva e pode causar sequelas e/ou a necessidade de
um tratamento mais complexo.
As conjuntivites relacionadas ao ambiente de trabalho geralmente são provocadas pela exposição sem
proteção da conjuntiva a agentes químicos. Os sintomas mais frequentes são queimação, coceira,
sensação de “peso” nos olhos, e, em casos mais graves, dor e fotofobia.
EPISÓDIOS DEPRESSIVOS
São caracterizados por humor triste, perda do interesse e do prazer nas atividades cotidianas, sendo
comum uma sensação de fadiga aumentada. Os trabalhadores acometidos por episódios depressivos
também podem se queixar de dificuldade de concentração, baixa autoestima, desesperança,
pessimismo do futuro, ideias ou tentativa de suicídio.
SINUSITE
É uma inflamação dos seios paranasais devido a infecções causadas por vírus, bactérias ou fungos.
Também pode ocorrer por reações alérgicas a substâncias químicas. A exposição a agentes irritantes é
a causa da sinusite crônica. Os principais sintomas são cefaleia, dor facial, secreção nasal e congestão
nasal.
PNEUMOCONIOSES
São doenças pulmonares crônicas causadas por depósitos de partículas no parênquima pulmonar. Em
alguns casos, recebem nomes específicos, de acordo com o tipo de partícula. Os principais sintomas
são: dificuldade de respirar principalmente em caso de esforços, perda da força física, tosse seca e, em
alguns casos, febre e dor torácica.
SILICOSE
Juntamente com a asbestose (estudaremos a seguir), é uma das pneumoconioses mais conhecidas. É
causada pela inalação e depósito no pulmão de partículas de sílica livre. Por ser uma doença
assintomática no início da exposição, os trabalhadores não percebem que estão adoecendo. Mas com a
exposição contínua, a doença progride e se torna mais agressiva, causando até falta de ar aos
pequenos esforços.
Foto: Shutterstock.com
Os principais agentes químicos tóxicos são amianto, chumbo, benzeno e mercúrio. Vamos conhecer as
respectivas consequências desses agentes no organismo.
AMIANTO
CHUMBO
BENZENO
MERCÚRIO
AMIANTO
A asbestose é uma pneumoconiose causada pelo acúmulo de amianto no tecido pulmonar. A formação
de tecido cicatricial generalizada no pulmão provoca falta de ar e redução da capacidade de esforço
físico. O diagnóstico geralmente é feito com radiografia e tomografia computadorizada torácicas.
CHUMBO
O saturnismo é a intoxicação que ocorre em atividades laborais com elevada exposição ao chumbo. Os
sintomas incluem atrasos de desenvolvimento, alterações neurológicas, irritabilidade e dor abdominal.
Em níveis muito elevados, pode ser fatal. Atualmente, é uma doença rara.
BENZENO
A intoxicação por benzeno é uma das intoxicações exógenas mais comuns no Brasil. A
substância é encontrada em vários produtos como a gasolina, e também na fabricação de produtos
como plásticos, detergentes, medicamentos lubrificantes, borrachas, tintas e agrotóxicos. A intoxicação
aguda pode acometer especialmente o sistema nervoso central e em altos níveis podem ser fatal. A
intoxicação crônica está associada à ocorrência de leucemia mieloide aguda e leucemia linfocítica
crônica.
MERCÚRIO
O mercurialismo ou hidrargismo é uma intoxicação causada pela exposição aos vapores de mercúrio
presentes em ambiente de trabalho no qual é usado o mercúrio metálico, como no garimpo ilegal. A
intoxicação crônica pode causar insônia, ansiedade, timidez, irritabilidade, alteração da sociabilidade,
labilidade emocional e, nos casos mais graves, diminuição da atenção e da memória.
Além das substâncias acima, podemos relacionar ainda: arsênio, cadmo, cromo, tolueno, zinco,
níquel, lítio, bário, berílio, entre outros, mas não serão objetos de nosso estudo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) Para identificar um quadro de intoxicação, é preciso levar em conta o tempo que o trabalhador ficou
exposto ao agente químico, se ele tem alergias e se é portador de doenças transmissíveis.
A) Câncer ocupacional é uma doença comum entre os trabalhadores, de fácil diagnóstico e tratamento.
B) A exposição a agentes químicos sem a devida proteção no ambiente de trabalho aumenta o risco de
os trabalhadores desenvolverem câncer.
E) Caso o trabalhador celetista seja diagnosticado com câncer ocupacional, não é preciso preencher a
Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT.
GABARITO
2. Durante uma reunião para a definição da próxima SIPAT (Semana Interna de Prevenção de
Acidentes do Trabalho), um dos engenheiros da equipe do SESMT sugeriu a abordagem do
câncer ocupacional, alegando que é um assunto importante, mas pouco discutido. Marque a
alternativa correta sobre o câncer ocupacional.
MÓDULO 2
LIGANDO OS PONTOS
Foto: Shutterstock.com
As doenças relacionadas ao trabalho estão ligadas às exposições anormais que os trabalhadores estão
submetidos no ambiente laboral. Em muitos casos, os acidentes de trabalho poderiam ser evitados, caso
os riscos tivessem sido identificados previamente. Um dos maiores desafios dos profissionais de
segurança de trabalho é identificar, na vida real, os riscos aprendidos teoricamente. O caso a seguir
apresenta uma ocorrência real de acidente envolvendo a radiação.
O acidente com o césio-137 ocorrido em Goiânia no ano de 1987 trouxe desdobramentos que
transcendem a manipulação inadequada do material na época. Segundo informações da reportagem do
G1 em 2015, quase 30 anos após a ocorrência inicial:
“O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) manteve a decisão de que o governo estadual deve indenizar a
enfermeira aposentada Celmiriam Corrêa, 52 anos, antiga servidora da Secretaria de Estado da Saúde,
que teve câncer após atender pacientes contaminados pelo césio-137, em Goiânia” (RESENDE, 2015,
não paginado).
Essa ocorrência levou a uma indenização para a enfermeira que teve contato indireto com o material
radioativo, ao fazer atendimento às vítimas da ocorrência. O G1 informa que:
“Ela deve receber quase R$ 57,5 mil por danos morais e materiais. A decisão ainda cabe recurso. O
acidente radiológico aconteceu em setembro 1987, após catadores de papel abrirem um aparelho de
radiologia que continha o material radioativo” (RESENDE, 2015, não paginado).
“Celmiriam descobriu o câncer de mama dez anos após a tragédia. Ela retirou 40% da mama, passou
por quimioterapia e radioterapia. Após esses tratamentos, ela continuou com o uso de medicação, mas a
doença retornou cinco anos depois. Foi quando ela teve que se aposentar. De acordo com a enfermeira,
ela entrou com pedido de pensão na Secretaria de Saúde. No entanto, o recurso foi negado. Por isso,
ela decidiu entrar com ação indenizatória na Justiça. Durante o processo, a Junta Médica do TJ-GO
concluiu que é impossível ‘estabelecer o nexo causal’ entre o atendimento a pacientes e o surgimento
do câncer” (RESENDE, 2015, não paginado).
Podemos verificar no texto da reportagem a importância da intervenção dos órgãos públicos, quando é
informado que:
“No entanto, análise da Superintendência Leide das Neves Ferreira (Suleide), órgão público instituído
para monitorar e prestar assistência médica integral aos radioacidentados, concluiu que a enfermeira
possui enfermidade crônica e grave devido à radiação. Para Celmiriam, ‘não há dúvida’ de que o
atendimento com vítimas da tragédia provocou o câncer. ‘Eu nunca tive caso de câncer na família, não
tinha idade que justificava, tive três filhos e os amamentei, ou seja, eu não pertencia a nenhum grupo de
risco se não fosse o contato com os pacientes’, defende.” (RESENDE, 2015, não paginado).
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
C) É preciso fornecer o dosímetro, mas não é necessário treinar o trabalhador nem o obrigar a usar.
E) Trabalhadores expostos a radiação ionizante e não ionizante em ambientes de trabalho não precisam
fazer exames periódico, somente o exame admissional.
2. O RISCO DE DESENVOLVER CÂNCER OCUPACIONAL RELACIONADO À
RADIAÇÃO DEPENDE DE ALGUNS FATORES AMBIENTAIS E
COMPORTAMENTAIS DOS TRABALHADORES, INCLUINDO
E) uso de tabaco, higiene pessoal e ambiente adequado de acordo com as normas da Comissão
Nacional de Energia Nuclear.
GABARITO
Para o desenvolvimento de um câncer ocupacional relacionado à radiação, são fatores a exposição sem
proteção ao agente e o tempo/duração da exposição. A idade também é um fator importante, assim
como a baixa imunidade.
3. O ACIDENTE COM O CÉSIO-137, EM GOIÁS/GO É MUITO
CONHECIDO. SERVE COMO UM ALERTA NÃO SÓ PARA AS
AUTORIDADES, MAS TAMBÉM PARA AS EMPRESAS QUE
SÃO RESPONSÁVEIS POR PRODUTOS RADIOATIVOS. ESSE
ACIDENTE GEROU MUITAS VÍTIMAS, MORADORES E
PROFISSIONAIS DA SAÚDE, COMO É O CASO DA
ENFERMEIRA CELMIRIAM. QUAL PODERIA TER SIDO A
CONTRIBUIÇÃO DA EQUIPE SESMT PARA EVITAR QUE A
FUNCIONÁRIA FICASSE EXPOSTA COMO FICOU NA ÉPOCA
EM QUE ATENDEU OS MORADORES VÍTIMAS DO
ACIDENTE?
RESPOSTA
A equipe poderia ter averiguado se os profissionais da saúde estavam devidamente paramentados para
receberem os pacientes. Ainda, a funcionária deveria ser monitorada ao longo dos anos, visto que foi exposta
à radiação e o câncer é uma doença que aparece em longo prazo.
RISCOS FÍSICOS E AS DOENÇAS
RELACIONADAS AO TRABALHO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Foto: Shutterstock.com
De acordo com a Norma Regulamentadora nº 9 (NR-9), os agentes de riscos físicos são as diversas
formas de energia às quais possam estar expostos os trabalhadores. Essas energias são manifestadas
em forma de:
RUÍDOS
VIBRAÇÕES
PRESSÕES ANORMAIS
TEMPERATURAS EXTREMAS
RADIAÇÕES IONIZANTES
INFRASSOM
ULTRASSOM
São muitas as doenças causadas pela exposição indevida a esses agentes. A perda auditiva induzida
por ruído no ambiente ocupacional é um dos maiores riscos no trabalho. O câncer, como já visto no
módulo anterior, também pode ser desenvolvido por exposição a agentes físicos.
Neste módulo, veremos como a exposição indevida a agentes físicos pode adoecer os trabalhadores.
Foto: Shutterstock.com
Os ruídos são avaliados em decibéis (dB). De acordo com a Norma Regulamentadora nº 15, existem
dois tipos de ruídos: o contínuo ou intermitente e o de impacto. O contínuo ou intermitente é aquele
considerado estável, sem grandes variações, chegando no máximo a 3dB. O ruído de impacto é aquele
que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1 segundo, a intervalos superiores a 1
segundo. A exposição aos ruídos de forma inapropriada pode causar danos diversos aos trabalhadores
a depender do tempo de exposição.
Foto: Shutterstock.com
Agora, vamos conhecer um pouco desses danos aos trabalhadores que estão expostos a ruídos, sem
proteção, em seus ambientes de trabalho.
ATENÇÃO
Alguns sinais e sintomas da perda auditiva são: aumento do volume da televisão e do rádio, tentativa de
fazer leitura labial durante as conversas, dificuldade de ouvir as pessoas ao telefone, zumbido nos
ouvidos, entre outros. Essas situações também podem levar os trabalhadores ao isolamento, podendo
evoluir para depressão.
Embora aqui estejamos abordando a perda auditiva devido ao ruído, faz-se necessário alertar que as
perdas auditivas de origem ocupacional também podem acontecer pela exposição a agentes químicos
tóxicos.
TRAUMA ACÚSTICO
VOCÊ SABIA
No intuito de contribuir com as empresas, de modo a evitar danos à saúde auditiva dos trabalhadores, a
Fundacentro publicou, em 2018, um guia denominado Programa de Conservação Auditiva (PCA). Esse
programa corresponde a um conjunto de atividades que visam prevenir ou estabilizar as perdas
auditivas ocupacionais por meio de um processo de melhoria contínua, que requer conhecimento
multiprofissional e se desenvolve por intermédio de atividades planejadas e coordenadas entre diversas
áreas das empresas.
OUTROS FATORES DE RISCO FÍSICO
RELACIONADOS AO ADOECIMENTO DOS
TRABALHADORES
Dentre os efeitos que as vibrações causam no organismo, estão: fadiga, dor abdominal, irritação,
náuseas, cefaleia, contrações musculares excessivas, lesão na coluna cervical. A doença mais
conhecida relacionada à vibração, e também ao frio, é a síndrome de Raynaud.
SAIBA MAIS
Essa síndrome foi descrita em 1862 e era conhecida como a síndrome dos dedos brancos. Consiste
em uma desordem vascular nas extremidades dos dedos, sendo provocada por vibração excessiva, frio
e tabagismo.
Sobre as radiações ionizantes e radiações não ionizantes, embora não estejam em todos os ambientes
de trabalho, devem ser prevenidas. É de fundamental importância que as empresas sigam corretamente
as normas, principalmente para ambientes em que os trabalhadores estão expostos às radiações
ionizantes.
Essas radiações também são conhecidas por terem energia suficiente para alterar o estado físico de um
átomo e causar perda de elétrons, deixando-o eletricamente carregado. Já as radiações não ionizantes
são uma modalidade de baixa frequência e baixa energia, e não produzem ionizações, mas podem
quebrar moléculas e ligações químicas.
Ainda sobre as radiações, existem os materiais radioativos de ocorrência natural, também conhecidos
como NORM e TENORM.
NORM
É a sigla para Naturally Occurring Radioactive Materials ou, em português, materiais radioativos de
ocorrência natural. São materiais radioativos que não sofreram nenhum tipo de manipulação humana.
TENORM
Embora sejam frequentes no dia a dia, configuram-se riscos para a saúde humana e para o meio
ambiente. Nesse sentido, em se tratando de ambientes de trabalho, práticas rígidas de segurança
precisam ser adotadas para a proteção dos trabalhadores.
LEUCODERMIA OCUPACIONAL
A hipopigmentação da pele pode ser provocada por agentes físicos e químicos. Sobre os agentes
físicos, os principais responsáveis são as queimaduras térmicas e as radiações ionizantes, que podem
causar uma radiodermite.
CATARATA
É a opacificação do cristalino, parte dos olhos que é responsável por filtrar e focar os raios de luz. Uma
vez o cristalino mais opaco, a luz não consegue penetrar nos olhos, tornando a visão e a percepção de
cores alterada. Embora a catarata seja mais frequente em idosos, também é possível ocorrer em
pessoas mais jovens expostas à radiação não ionizante sem proteção, como os raios solares.
CÂNCER
O câncer é uma doença que pode ser desenvolvida por diversos fatores. Em riscos físicos, destacamos
a exposição sem proteção às radiações. Os principais cânceres desenvolvidos são o câncer de pele e a
leucemia.
PRESSÕES ANORMAIS
São consideradas pressões anormais aquelas comparadas à pressão atmosférica. Em determinados
locais, a pressão pode ser maior ou menor que a pressão atmosférica, sendo, então, considerada
anormal. São necessários cuidados especiais com trabalhadores que prestam serviços nesses locais.
Segundo a Norma Regulamentadora nº 15, trabalhos sob ar comprimido são os efetuados em ambientes
onde o trabalhador é obrigado a suportar pressões maiores que a atmosférica e onde se exige
cuidadosa descompressão.
Ainda de acordo com a NR-15, antes da jornada de trabalho, os trabalhadores deverão ser
inspecionados pelo médico, não sendo permitida a entrada em serviço daqueles que apresentarem
sinais de afecções das vias respiratórias ou outras moléstias.
BAROTRAUMA
É uma lesão em decorrência de uma alteração da pressão do volume de ar de um compartimento do
corpo. Pode ser considerado um acidente em razão da incapacidade de se equilibrar a pressão no
interior das cavidades pneumáticas do organismo com a pressão ambiente em variação. As partes do
corpo mais afetadas são os ouvidos, os seios da face e os pulmões.
DOENÇA DA DESCOMPRESSÃO
É um distúrbio que acontece por uma rápida diminuição da pressão, formando bolhas de gás
(principalmente de nitrogênio) no sangue e nos tecidos. Quando essas bolhas bloqueiam os vasos
sanguíneos ou contribuem para o rompimento ou a compressão de tecidos, podem ocorrer: dores
musculares, dores nas articulações, formigamento, fadiga, vertigem e dificuldade respiratória.
INSOLAÇÃO
A insolação acontece quando há exposição a fontes de calor de forma excessiva. Quando a temperatura
interna ultrapassa 40°C e os mecanismo de regulação não conseguem resfriar o corpo, a pessoa pode
perder água, sais minerais e nutrientes importantes. Os principais sintomas da insolação são: cefaleia,
tontura, náuseas, temperatura corporal elevada, pele quente e seca, e confusão mental. Se não tratado
devidamente, pode levar à morte.
HIPOTERMIA
Com relação ao frio excessivo, sem proteção, é possível que haja uma hipotermia, ou seja, uma baixa
da temperatura corporal de forma anormal. Pode ser agravada se a pessoa estiver com roupas úmidas.
Os principais sintomas são: tremores, confusão mental, sonolência, pele fria e respiração lenta. Ao
suspeitar de hipotermia, o trabalhador precisa ser afastado imediatamente do ambiente e iniciar a
reversão do quadro.
UMIDADE
Segundo a Norma Regulamentadora nº 15, as atividades ou operações executadas em locais alagados
ou encharcados, com umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde do trabalhador, serão
consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho. Quando o
trabalhador é exposto, sem a devida proteção, a ambientes úmidos, algumas doenças podem ocorrer ou
agravar, como as alergias respiratórias.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) Ruído
B) Benzeno
C) Radiação não ionizante
D) Vibração
E) Mobiliário inadequado
GABARITO
1. Saber as possíveis causas da perda auditiva relacionada ao trabalho é importante para que o
trabalho de antecipação e prevenção seja eficaz. Dentre as causas de perda auditiva relacionada
ao trabalho, é possível encontrar
Embora não tão abordada, uma das causas de perda auditiva relacionada ao trabalho é a exposição a
agentes químicos tóxicos, pois alguns produtos são ototóxicos e a exposição a eles sem a devida
proteção pode levar à perda da acuidade auditiva. O ruído já é bem conhecido quanto aos malefícios e
pode levar à perda auditiva devido ao desgaste das células ciliadas que são as responsáveis na
transdução da informação sonora para o nervo auditivo.
A catarata pode ser causada pelo processo de envelhecimento, mas também pode ser causada pela
exposição a agentes nos ambientes de trabalho, com destaque para as radiações não ionizantes.
MÓDULO 3
LIGANDO OS PONTOS
Foto: Shutterstock.com
De acordo com a equipe de Segurança do Trabalho da empresa, são adotados todos os protocolos de
segurança: uso de máscaras, álcool em gel e distanciamento social. Segundo essa mesma equipe, a
empresa forneceu máscaras de pano com o logotipo da empresa aos funcionários e obrigou seu uso.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
A) Usar somente máscaras de proteção, dispensando o uso de álcool gel e a lavagem das mãos
constantes.
B) Evitar aglomeração dos trabalhadores, fornecer máscaras apropriadas, disponibilizar álcool gel, água
e sabão em pontos de acesso estratégicos para os trabalhadores.
C) Usar somente álcool gel, sem a necessidade de uso de máscaras.
D) Exigir que os funcionários comprem suas máscaras e tragam álcool gel de casa.
E) Permitir que os funcionários se aglomerem nos ambientes de trabalho, sem uso de equipamentos de
proteção.
GABARITO
1. Sobre a covid-19, quais os principais cuidados que as empresas precisam ter nos ambientes
de trabalho?
As empresas são obrigadas a seguir os protocolos de segurança que, no mínimo, estabelecem que as
empresas devem fornecer equipamentos de proteção adequados, assim como álcool gel em pontos
estratégicos, água, sabão e papel. Ainda, é necessário fornecer as orientações aos trabalhadores,
inclusive no que diz respeito ao distanciamento nos ambientes de trabalho.
2. Considerando a forma de transmissão da covid-19, qual medida adicional poderia ser tomada
na empresa que vimos no case?
Embora as máscaras de pano consigam reduzir os riscos de transmissão, elas não são suficientemente
seguras para uso em ambiente de trabalho.
RESPOSTA
É preciso rever todo o processo de implantação dos protocolos de segurança e identificar em que fase houve
falha. A partir das falhas, elaborar uma nova proposta. É preciso redobrar a atenção quanto ao
comportamento dos trabalhadores, pois eles precisam estar devidamente instrumentalizados com os
equipamentos corretos e usando-os da forma adequada. Ainda, devem ser utilizadas máscaras adequadas
para proteção respiratória.
Imagem: Shutterstock.com
De acordo com a Norma Regulamentadora nº 32, os agentes biológicos são classificados em:
CLASSE DE RISCO 1
Baixo risco individual para o trabalhador e para a coletividade, com baixa probabilidade de causar
doenças ao ser humano.
CLASSE DE RISCO 2
Risco individual moderado para o trabalhador e com baixa probabilidade de disseminação para a
coletividade. Podem causar doenças ao ser humano, para as quais existem meios eficazes de profilaxia
ou tratamento.
CLASSE DE RISCO 3
Risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade de disseminação para a coletividade.
Podem causar doenças e infecções graves ao ser humano, para as quais nem sempre existem meios
eficazes de profilaxia ou tratamento.
CLASSE DE RISCO 4
Risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade elevada de disseminação para a
coletividade. Apresenta grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro. Podem causar
doenças graves ao ser humano, para as quais não existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.
Conhecer as classes de risco dos agentes aos quais os trabalhadores estão expostos é fundamental
para a elaboração do programa de gestão de riscos do ambiente e para o fornecimento dos
equipamentos de proteção adequados aos trabalhadores. Diversas são as doenças que acometem
trabalhadores que estão expostos aos agentes biológicos de forma direta ou indireta, sem a devida
proteção.
SAIBA MAIS
Além das doenças notificadas, também existe um número expressivo sobre acidentes de trabalho
relacionados à exposição a material biológico. De acordo com o Observatório de Segurança e Saúde no
Trabalho e o Ministério Público do Trabalho, de 2012 a 2018, a atividade que mais notificou acidentes de
trabalho foi a Atividade de Atendimento Hospitalar, sendo os maiores registros entre os técnicos de
enfermagem.
Imagem: Shutterstock.com
Imagem: Shutterstock.com
TUBERCULOSE OCUPACIONAL
É uma doença causada pelo Mycobacteruimtuberculosis ou bacilo de Koch. É transmissível e acomete
principalmente os pulmões, mas pode ocorrer em outros órgãos também.
A forma pulmonar é a mais relevante para a saúde trabalhador. A forma extrapulmonar, que acomete
outros órgãos que não o pulmão, ocorre mais frequentemente em pessoas que vivem com o HIV,
especialmente entre aquelas com comprometimento imunológico. Alguns sinais e sintomas são: tosse
produtiva, febre vespertina, sudorese noturna, cansaço, fadiga, emagrecimento.
O tratamento dura no mínimo seis meses e pode ser feito nas Unidades Básicas de Saúde. Com o início
do tratamento, a transmissão tende a diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias de tratamento,
já se encontra muito reduzida. Esse é o momento de muita atenção, uma vez que muitos trabalhadores
abandonam o tratamento com a melhora de sinais e sintomas. A melhora não significa a cura, por isso, é
preciso fazer o tratamento no tempo correto.
O período de incubação, ou seja, o tempo que a pessoa leva para manifestar os sintomas desde a
infecção da doença, pode variar de 1 a 30 dias e normalmente ocorre entre 7 a 14 dias após a
exposição a situações de risco.
Pode haver a necessidade de hospitalização. Pode ocorrer febre, dores no corpo, cefaleia e também
vômitos, diarreia e tosse. Caso não tratada de forma correta e no tempo certo, a leptospirose pode
evoluir para um quadro mais grave. Casos menos graves são tratados em ambulatório, e os mais graves
precisam de internação.
TÉTANO OCUPACIONAL
Causado por uma neurotoxina produzida pelo Clostridium tetani, o tétano é uma doença grave que, se
não tratada no tempo correto, pode levar à morte. É uma doença que também pode ocorrer em animais.
Não é transmitido de pessoa a pessoa, mas sim no contato da neurotoxina com um ferimento no corpo
da vítima. Alguns sinais e sintomas são contraturas musculares, rigidez de braços e pernas, e rigidez
abdominal.
O tétano é uma doença prevenível, por meio da vacinação, por isso é importante que as equipes do
PCMSO, com o apoio dos SESMT, incentivem os trabalhadores a tomar a dose reforço no tempo
adequado e, caso seja necessário, façam campanhas nas empresas para uma maior cobertura da
imunização. É necessário atenção sempre aos equipamentos de proteção individual.
De acordo com o Ministério da Saúde, em 2018, a hepatite B foi responsável por 32,8% dos casos de
hepatites notificados no Brasil. Essa hepatite geralmente não apresenta sintomas imediatos e, por isso,
é possível de ser diagnosticada décadas após a infecção. Já a hepatite C pode se manifestar de forma
aguda ou crônica, sendo a crônica mais comum.
É uma doença de caráter silencioso e se caracteriza por um processo inflamatório persistente no fígado.
Em média, 20% dos casos podem evoluir para cirrose ao longo do tempo. Alguns sintomas são dor ou
desconforto abdominal, fadiga, febre, perda de apetite, náuseas, “amarelamento” da pele e dos olhos.
DENGUE
É uma doença febril grave causada por um arbovírus — vírus transmitidos por picadas de insetos,
especialmente os mosquitos. Existem quatro tipos de vírus de dengue (1, 2, 3 e 4). Cada pessoa pode
ter os quatro tipos da doença, mas a infecção por um tipo gera imunidade permanente para ele.
O transmissor (vetor) da dengue é o mosquito Aedes aegypti, que precisa de água parada para se
proliferar. Lembrando que embora a doença seja um problema de saúde pública, é possível que pessoas
adoeçam devido à ocupação que exercem.
Com a baixa imunidade, causada pela enfermidade, é possível que a pessoa adquira outras doenças,
também chamadas de oportunistas, como tuberculose e toxoplasmose. O tratamento da AIDS é gratuito,
feito com antirretrovirais, disponibilizados nas unidades de saúde do Sistema Único de Saúde.
RAIVA
A raiva é uma doença infecciosa viral aguda, que acomete mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza-
se como uma encefalite progressiva e aguda com letalidade de aproximadamente 100%. É causada pelo
vírus do gênero Lyssavirus, da família Rabhdoviridae. A raiva é transmitida ao homem pela saliva de
animais infectados, principalmente por meio da mordedura, podendo ser transmitida também pela
arranhadura e/ou lambedura desses animais.
Os principais sinais e sintomas são: anorexia, irritabilidade, mal-estar, náuseas, dor de garganta. Em
caso de acidentes com animais, os trabalhadores deverão ser encaminhados imediatamente a uma
unidade de saúde, para os devidos procedimentos.
COVID-19
Os coronavírus são um grupo de vírus comuns em diferentes espécies de animais. Raramente os vírus
que infectam animais podem infectar pessoas. Contudo, em dezembro de 2019, houve a transmissão de
um novo coronavírus, o SARS-CoV-2, que causou a doença covid-19. Essa doença apresenta
manifestações clínicas, variando de infecções assintomáticas a quadros graves.
Os principais sintomas são febre, tosse, coriza, perda de olfato, dificuldade para respirar, alteração de
paladar, cansaço e distúrbios gastrintestinais. É importante lembrar que nem todas as pessoas
portadoras de covid-19 apresentam os mesmos sintomas e que é possível novos sintomas, ou seja,
diferentes dos já registrados, a partir da mutação do vírus.
Entre os sinais e sintomas estão: dores de cabeça, tontura, náuseas e cólica. Os sintomas duram alguns
dias e podem afetar a mesma pessoa repetidas vezes. Essa doença acomete principalmente
trabalhadores rurais que lidam com essa cultura.
A todo trabalhador dos serviços de saúde deve ser fornecido, gratuitamente, programa de imunização
ativa contra tétano, difteria, hepatite B e os estabelecidos no PCMSO. Sempre que houver vacinas
eficazes contra outros agentes biológicos aos quais os trabalhadores estão, ou poderão estar, expostos,
o empregador deve fornecê-las gratuitamente. A vacinação deve obedecer às recomendações do
Ministério da Saúde.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
B) a doença infecciosa, por se tratar de uma doença comum, não permite fazer o nexo ocupacional, ou
seja, não podemos relacioná-la ao trabalho.
D) profissionais da área da saúde adoecem devido aos riscos químicos, físicos e ergonômicos, mas não
adoecem devido aos fatores de risco biológico.
E) unidades de saúde oferecem riscos para os pacientes atendidos devido à exposição a agentes
biológicos, mas para os funcionários das unidades esse risco não existe.
A) Classe de risco 1: alto risco individual para o trabalhador e para a coletividade, com baixa
probabilidade de causar doença aos animais.
B) Classe de risco 2: risco individual baixo para o trabalhador e com alta probabilidade de disseminação
para a coletividade.
C) Classe de risco 3: risco individual moderado para o trabalhador e com nenhuma probabilidade de
disseminação para a coletividade.
D) Classe de risco 4: risco elevado para o trabalhador e para a coletividade, tem grande probabilidade
de disseminação, além de apresentar grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro.
E) Classe de risco 5: risco individual baixo para o trabalhador e com baixa probabilidade de
disseminação para a coletividade. Apresenta grande poder de transmissibilidade entre animais.
GABARITO
Doenças infecciosas são aquelas que acometem a população de uma forma geral, independentemente
de serem trabalhadoras ou não. Dessa forma, os agentes etiológicos de tais doenças não podem ser
considerados de natureza ocupacional, uma vez que não só os trabalhadores podem adoecer.
Entretanto, o que irá determinar se o trabalhador foi contaminado por esses agentes em seu ambiente
de trabalho, para ser considerada uma doença relacionada ao trabalho, são as condições em que esse
trabalhador exerce sua função. Dependendo do agente, há a necessidade do uso de EPIs específicos.
Uma vez o trabalhador exposto em seu ambiente de trabalho sem a segurança devida, é possível
relacionar a doença com o trabalho.
2. Uma das fases do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA é a identificação dos
agentes de risco. Em se tratando de um PPRA relacionado a ambientes com agentes de risco
biológico, os agentes precisam ser identificados para a aplicação de ações corretas. Uma das
formas de identificar os agentes é por suas características, para isso a equipe que elabora o
PPRA poderá utilizar a classificação de riscos biológicos, que é a seguinte:
A classe de risco 4 é a que apresenta agentes etiológicos com características perigosas tanto para os
trabalhadores quanto para a população geral. Nessa classe, geralmente não há tratamento e o risco de
transmissão é muito alto.
MÓDULO 4
LIGANDO OS PONTOS
Foto: Shutterstock.com
A relação entre a ergonomia e as doenças relacionadas deve ser objeto de intenso estudo, uma vez que
o ambiente laboral tem sido afetado continuamente com o desenvolvimento de novas tecnologias. Dessa
forma, algo que a princípio não seria fator determinante para as ocorrências de doenças, pode se
mostrar desta maneira na prática diária.
DJS, 43 anos, viúva, mãe de dois filhos, procurou o médico do trabalho da empresa em que trabalha,
queixando-se de dor intensa no braço direito, contínua e persistente, com sensação de peso e
diminuição de sensibilidade na mão direita, e dificuldade para realizar qualquer movimento. Queixou-se,
ainda, de insônia que, segundo ela, provoca cansaço e irritação durante o dia. Relatou que vinha
sentindo dor e limitações havia algum tempo, obtendo certo alívio com o uso de anti-inflamatórios, mas
com repercussões sobre sua produção diária e dificuldade para realização de horas extras, que
proporcionavam aumento na renda mensal da família.
Ao ser questionada se havia procurado o supervisor do setor que trabalha, DJS informou que não,
porque ficou com medo de ser punida. Ela trabalha há 25 anos como empacotadora na indústria
alimentícia, em jornada de cerca de 9 horas diárias (horas extras), 6 dias na semana, em posição
sentada, em uma tarefa que exige movimentos repetitivos dos membros superiores, sob grande pressão
de tempo, para atender às metas de produção estabelecidas, o que a impede de fazer as pausas
recomendadas.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
C) Ausência de pausa entre as tarefas, trabalho monótono, bom relacionamento com o supervisor.
A) precisará rever toda a dinâmica de trabalho, avaliando as condições às quais esses trabalhadores
estão expostos, e propor medidas de correção.
E) pode pedir para que os supervisores dos setores resolvam os problemas dos funcionários.
GABARITO
A falta de uma perspectiva de melhora de trabalho aliada à grande demanda de trabalho, à falta de
organização do ambiente, assim como a falta de comunicação clara com a supervisão, faz com que a
situação da trabalhadora seja agravada.
2. Para evitar que outros trabalhadores adoeçam pelos mesmos motivos de DJS, a equipe do
SESMT
A equipe pode rever toda a dinâmica de trabalho, aplicando a análise ergonômica do trabalho e
sugerindo as correções para evitarem que novos casos parecidos com o de DJS surjam ao longo do
tempo. Ainda, a equipe poderá estimular o diálogo entre supervisores e trabalhadores.
RESPOSTA
Compreender as demandas da trabalhadora, assim como o conhecimento sobre a atividade/ocupação
exercida e as condições em que é realizada. Implantar a Análise Ergonômica do Trabalho. Conversar com os
trabalhadores, mostrando que eles podem acessar qualquer membro das equipes sem medo das
repercussões negativas.
O QUE É ERGONOMIA?
RISCOS ERGONÔMICOS
Foto: Shutterstock.com
VOCÊ SABIA?
Os fatores de risco ergonômico podem gerar adoecimento físico e mental e provocar sérios
comprometimentos, tanto na saúde quanto na vida social e no trabalho. Situações de trabalho que
envolvem monotonia, mobiliários inadequados, posturas inadequadas, problemas organizacionais,
jornada de trabalho muito longa, entre outros fatores, podem gerar doenças.
As lesões por esforço repetitivo (LER) e as doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT)
são os distúrbios que mais acometem os trabalhadores. Além desses distúrbios, existem outras doenças
que, caso não sejam prevenidas ou tratadas no início do aparecimento, podem ser tornar incapacitantes,
como veremos neste módulo.
LER e DORT são os danos que ocorrem pelo uso excessivo do sistema musculoesquelético, sem o
tempo necessário para o descanso. Inicialmente, os distúrbios osteomusculares foram considerados
LER, e em 1998 a Previdência Social substituiu LER por DORT.
SAIBA MAIS
A diferença entre os dois grupos se encontra basicamente nas causas. Enquanto DORT está
relacionada ao trabalho, LER pode acometer qualquer pessoa, independentemente de sua condição de
vida. Alguns autores também consideram diagnósticos específicos da LER, por se tratar de doença do
sistema nervoso e não do sistema osteomuscular, ou seja, ela pode se tratar de uma lesão por esforço
repetitivo, mas que não tenha acometido o sistema osteomuscular, como os transtornos do plexo
braquial, as mononeuropatias dos membros superiores e as mononeuropatias dos membros inferiores
(BRASIL, 2001).
Caracterizam-se pelo aparecimento de vários sintomas, mas que às vezes não são valorizados pelos
próprios trabalhadores e empregadores, que permanecem com as tarefas e as dores, fazendo com que
a situação se agrave. Geralmente, aparecem nos membros superiores, mas os membros inferiores
também podem ser atingidos, dependendo das ocupações.
Embora não esteja muito bem esclarecido, alguns estudos sugerem que exigências excessivas no
trabalho podem gerar dores devido à tensão e ao estresse.
As principais dores que acometem os trabalhadores são dores nos ombros e articulações de mãos e
punhos. Agora, vamos conhecer algumas LER/DORT.
TENDINITE
É a inflamação ou irritação de um tendão (parte final do músculo, que faz a fixação dos músculos aos
ossos). Eles servem para transmitir a força de contração muscular necessária para mover um osso. É
uma doença que apresenta várias manifestações clínicas que variam de acordo com o avanço da
doença. Caso não seja tratada devidamente, é possível que passe de uma condição leve para uma
condição crônica e, dessa forma, os sintomas perduram por anos. O quadro clínico irá variar de acordo
com o tendão afetado, mas as principais queixas são: dor em tendão que pode irradiar para a
musculatura do entorno; sensação de que o tendão está crepitando quando se move; inchaço na região
afetada; vermelhidão e calor na área afetada e diminuição da força.
Dedo em gatilho — a bainha do tendão da palma da mão fica grossa e inflamada, formando
nódulos.
BURSITE
É a inflamação ou irritação de uma “bursa”, uma pequena bolsa localizada entre o osso e outras
estruturas móveis, como músculos, pele ou tendões. Ela permite e facilita um melhor deslizamento entre
as estruturas.
A bursite ocorre com mais frequência em articulações que realizam movimentos repetitivos frequentes,
como ombro, cotovelo, joelho e quadril. Quando não tratada devidamente, a bursite aguda pode ser
tornar crônica. Os principais sintomas e sinais são: dor na área da bursa, inchaço, pele avermelhada,
diminuição dos movimentos próximos as articulações.
A prevenção das tendinites e bursites envolve: evitar ficar muito tempo na mesma posição, realizar
alongamentos musculares e mobilização das articulações, usar mobiliários ergonômicos, realizar o
descanso necessário entre tarefas. Para o diagnóstico correto, os trabalhadores precisam agendar
consulta médica e realizar os exames solicitados.
HÉRNIA DE DISCO
É o resultado do desgaste dos discos intervertebrais, comprimindo as raízes nervosas que emergem da
coluna, provocando dor intensa. Os principais fatores de risco são atividade repetitiva, ferimentos,
carregar peso maior do que o corpo suporta e processo de envelhecimento. Se tratados devidamente,
alguns casos não precisarão de intervenção cirúrgica. Os principais sinais e sintomas que podem surgir
são: dores no pescoço ou em outras partes da coluna; dores nos braços devido a compressão dos
nervos; dormência, formigamento e fraqueza muscular.
DESCONFORTO MUSCULAR
O desconforto muscular é uma condição, e não uma doença. São dores que podem ocorrer devido ao
uso excessivo da musculatura. Pode ser causado por problemas posturais, excesso de atividade física,
entre outros.
ESTRESSE
Também contribui para as dores musculares, pois situações de estresse causam a liberação de
hormônios que aumentam a percepção da dor e também a tensão muscular. Um desconforto muscular
bastante conhecido é a dorsalgia, ou seja, dores nas costas, que podem decorrer de dores musculares,
mas também de outras causas, como o comprometimento das articulações da coluna vertebral, dos
nervos e dos ossos. As dorsalgias estão entre as queixas mais frequentes da população geral, sendo a
lombalgia e a cervicalgia os principais tipos.
ARTROSES
Osteoartrose (artrose) é a doença que se caracteriza pelo desgaste da cartilagem articular e por
alterações ósseas, entre elas os osteófitos, também conhecidos como "bicos de papagaio". Os sinais e
sintomas mais comuns são dores nas mãos, no pescoço, na região lombar, nos joelhos e quadris. Além
das dores também é possível sentir crepitações, inchaço, rigidez ou sensibilidade nas articulações.
RISCOS PSICOSSOCIAIS
Foto: Shutterstock.com
Agora vamos abordar os riscos psicossociais. Esses fatores fazem parte do risco ergonômico, mas
faremos aqui um destaque, devido à importância da saúde mental dos trabalhadores e em razão do
grande desafio que esses fatores oferecem para a manutenção de um ambiente de trabalho seguro.
Além das doenças em si, os trabalhadores podem ficar incapacitados e sem condições de retornar para
o trabalho, gerando também afastamento social. Para as famílias, há mudança na dinâmica, o que pode
provocar desgastes profundos, principalmente por causa das questões econômicas. Para as empresas,
percebe-se aumento de gastos com afastamentos, absenteísmo e mesmo o presenteísmo (o trabalhador
está presente no ambiente de trabalho, porém não tem produtividade), além de ficar com a imagem
comprometida.
Quanto ao país, a grande demanda de atendimento das Unidades de Saúde pode gerar sobrecarga do
sistema de saúde, comprometendo a qualidade dos atendimentos. Em relação aos benefícios
previdenciários, também se considera o aumento da demanda e a necessidade de concessão de um
número maior de benefícios, impactando na saúde econômica do país, além das possíveis repercussões
negativas a nível internacional, comprometendo as possibilidades de investimentos.
As principais condições de trabalho que contribuem para o aumento dos fatores de riscos psicossociais
e adoecimento dos trabalhadores são:
Falta de participação na tomada de decisões que afetam o trabalhador e falta de controle sobre a
forma como ele executa o trabalho.
SAIBA MAIS
Esses transtornos não resultam de fatores isolados, mas de contextos de trabalho sem interação entre
corpo e aparato psíquico dos trabalhadores. Se, por um lado, o trabalho pode gerar esses distúrbios, a
falta dele também gera os mesmos problemas e, por medo de perder o trabalho, muitas pessoas se
submetem a situações desumanas em troca do salário.
Além do ambiente de trabalho em si, outras situações envolvendo os trabalhadores podem levá-los a
desenvolver doenças mentais e comportamentais, tais como acidente de trabalho e doenças
incapacitantes relacionadas ao trabalho. Muitos trabalhadores, devido às grandes exigências do trabalho
sem o tempo adequado para as resoluções, se sentem cansados, desanimados, podendo inclusive
desenvolver depressão, crises de ansiedade, síndrome de burnout, entre outros.
Em situações de pandemia, a tendência é que esses problemas se agravem. Vamos conhecer um pouco
sobre essas doenças que podem acometer os trabalhadores:
DEPRESSÃO
É uma doença psiquiátrica crônica e recorrente, que produz uma alteração do humor caracterizada por
uma tristeza profunda, sem fim, associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança,
baixa autoestima e culpa, assim como a distúrbios do sono e do apetite.
É uma doença incapacitante, e seus quadros variam de intensidade e duração, podendo ser classificada
como leve, moderada ou grave. Os principais sintomas são sensação de tristeza, autodesvalorização e
sentimento de culpa.
Quem está passando por uma depressão acredita que perdeu, de forma irreversível, a capacidade de
sentir prazer ou alegria. Tudo parece vazio, o mundo é visto sem cores, sem matizes de alegria.
Lembrando que, para o correto diagnóstico, é preciso uma consulta com um médico especialista.
ANSIEDADE
É um termo geral para vários distúrbios que causam nervosismo, medo, apreensão e preocupação. A
ansiedade pode ser normal e é um indicador de doença somente quando os sentimentos se tornam
excessivos, obsessivos e interferem na vida cotidiana.
A ansiedade pode ser generalizada, associada ao medo e/ou ataques de pânico. Sobre a ansiedade
excessiva, é possível observar: preocupação excessiva; ver perigo em tudo; emoções afloradas;
sintomas físicos como problemas com o sono, dores musculares, taquicardia e falta de ar.
A principal causa da doença é justamente o excesso de trabalho. A síndrome, se não tratada, pode
evoluir para a depressão. Os principais sinais e sintomas são nervosismo, sofrimento psicológico,
problemas físicos, desesperança, insônia, fadiga, sensação de fracasso, sentimento de incompetência.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) Um ambiente de trabalho com exigência excessiva, a falta de uma comunicação clara e com alguns
tipos de assédio é importante para o trabalhador, uma vez que ele tem a oportunidade de superar os
desafios.
B) Trabalhadores adoecidos não fazem diferença para as famílias, uma vez que as unidades familiares
sempre têm condições de lidar não só com as doenças em si, mas com o suprimento das necessidades,
inclusive econômicas.
C) Para as empresas, o adoecimento dos trabalhadores pode aumentar os gastos com afastamentos,
absenteísmos e presenteísmos. Acidentes de trabalho também podem acontecer, contribuindo para o
aumento dos gastos.
E) É possível que a sociedade seja afetada positivamente com o adoecimento mental de trabalhadores.
Para os desempregados, surge uma oportunidade de trabalho com o afastamento dos trabalhadores
adoecidos.
GABARITO
1. A cada dia, há um número cada vez maior de trabalhadores adoecidos devido aos fatores de
riscos ocupacionais presentes nos ambientes de trabalho. Dentre esses fatores, temos os
ergonômicos, que estão presentes em grande parte das ocupações. Se as empresas e os
trabalhadores não cumprirem as normas de prevenção relacionadas aos fatores de risco
ergonômico, é possível que os trabalhadores desenvolvam
As doenças desenvolvidas devido à exposição aos fatores de risco ergonômico são em sua grande
maioria relacionadas às articulações, às bursas e ao aparelho musculoesquelético.
O adoecimento dos trabalhadores é um fator negativo para a sociedade como um todo. As empresas
são afetadas com o aumento dos custos, não só de afastamento, mas de ações judiciais e da alta
rotatividade de trabalhadores.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como vimos, as doenças relacionadas ao trabalho são um grave problema para os trabalhadores,
podendo afetar as famílias, os empregadores e a sociedade em geral. Manter ambientes de trabalho
seguros e trabalhadores capacitados diminui a possibilidade de exposição a situações que podem
contribuir para o desenvolvimento de doenças.
Além dos ambientes físicos, é importante que as organizações fiquem atentas às questões subjetivas,
de relacionamento, e às grandes demandas de trabalho, que também são fatores geradores de
adoecimento. Repensar práticas de trabalho, ouvir os trabalhadores e compreender que o ambiente de
trabalho deve ser o promotor de saúde, e não da doença, são passos fundamentais para a mudança nas
formas e nas relações de trabalho.
É preciso o desenvolvimento de uma cultura de segurança e valorização dos trabalhadores, além dos
incentivos por meio das políticas públicas de segurança e saúde dos trabalhadores.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Economia. Secretaria de Trabalho. Normas regulamentadoras.
BRASIL. Ministério da Saúde. Para saber as coisas: falando da Política Nacional de Saúde do
Trabalhador e doenças relacionadas ao trabalho. São Paulo: Hemeroteca Sindical Brasileira, 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. Doenças relacionadas ao trabalho. Brasília: Ministério da Saúde, 2011.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. INCA. Diretrizes para a
vigilância do câncer relacionado ao trabalho. Organização de Fátima Sueli Neto Ribeiro. Rio de
Janeiro: Inca, 2012.
MORAES, M. V. G. Doenças ocupacionais - agentes: físico, químico, biológico, ergonômico. 1 ed. [S.
l.]: Editora Látria, 2010.
REDE NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO TRABALHADOR – RENAST. Consultado na
internet em: ago. 2021.
RESENDE, P. Enfermeira que atendeu vítimas do césio deve ser indenizada, em Goiás. G1, 19 jul.
2015. Consultado na internet em: ago. 2021.
EXPLORE+
No Manual de procedimentos para os serviços de saúde, você conhecerá mais sobre as doenças
relacionadas ao trabalho. Procure na internet pelo site da Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da
Saúde.
CONTEUDISTA
Ismael da Silva Costa