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ÍNDICE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3
OBJETIVOS.................................................................................................................3
1. ENQUADRAMENTO RISCOS PSICOSSOCIAIS .................................................. 3
2. RISCOS PSICOSSOCIAIS.....................................................................................9
Manual elaborado por:
3. FATORES RISCOS PSICOSSOCIAIS..................................................................10
4. CONSEQUÊNCIAS DOS RISCOS PSICOSSOCIAIS...........................................17
5. CUSTOS DOS RISCOS PSICOSSOCIAIS............................................................21
6. GESTÃO DOS RISCOS PSICOSSOCIAIS...........................................................22
7. PREVENÇÃO RISCOS PSICOSSOCIAIS.............................................................24
8. ENQUADRAMENTO LEGAL.................................................................................31
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 31
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INTRODUÇÃO
Objectivo(s) Geral(ais)
1. Identificar os diferentes riscos psicossociais bem como caracterizar as
medidas de prevenção
Objectivo(s) Específico(s)
1. Reconhecer a importância da gestão dos riscos psicossociais em
contexto de trabalho para o bom funcionamento das organizações.
2. Participar na aplicação dos métodos e técnicas de avaliação dos riscos
psicossociais.
3. Participar na aplicação de medidas preventivas que permitam a gestão
dos riscos psicossociais e a promoção do bem-estar e da saúde
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1.1. Definição
Girdano e Everly (1979), cit. por Rego e Barbosa (2012:18), afirmam que as “causas
psicossociais assumem-se da interação direta entre o comportamento social e a
interpretação deste comportamento, com base em experiências passadas e outros
processos de aprendizagem.”
De acordo com a EU-OSHA (2000), “os riscos psicossociais podem ser definidos
como aqueles aspetos do projeto de trabalho, a organização e gestão do trabalho, e
seus contextos sociais e ambientais, que têm o potencial para causar dano
psicológico, social ou físico. Como resultado de stresse, os riscos psicossociais
podem afetar a saúde psicológica e física direta ou indiretamente”.
Deste modo, pode-se concluir que existem vários tipos de riscos psicossociais de
acordo com o ambiente que o trabalhador se encontra e com as condições que lhe
são dispostas, são eles: burnout, violência no trabalho, assédio moral, assédio
sexual, trabalho emocional.
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como um dos grandes desafios contemporâneos para a Saúde e Segurança
no Trabalho e encontram-se ligados a problemas nos locais de trabalho, tais
como o stresse, a violência, o assédio e a intimidação no trabalho.
violência, o assédio e a intimidação no trabalho.
As mudanças significativas que ocorreram no mundo do trabalho, nas últimas
As décadas,
mudançasresultaram
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em riscos ocorreram no campo
mundo da
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trabalho, e
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de riscosnofísicos,
campo da Segurança
químicos e Saúde
e biológicos, ao no
surgimento
Trabalho de riscos psicossociais.
e conduziram, além de riscos físicos, químicos e biológicos, ao surgimento
de riscos psicossociais.
Mas o que são os riscos psicossociais? Porque nos preocupamos com
Masestes
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riscosospsicossociais?
riscos da exposição
Porque para a saúde? Quais
nos preocupamos com as
estes
medidas
riscos? de os
Quais prevenção a adotar?
riscos da exposição para a saúde? Quais as medidas de
prevenção a adotar?
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1.2. Causas, Tipos e Consequências
Num mundo em constante mudança, de acordo com os peritos que fizeram uma
previsão sobre os riscos psicossociais emergentes2 concluíram que existem cinco
áreas onde se podem agrupar estes riscos.
2- “A mão-de-obra em envelhecimento”
A população ativa está cada vez mais velha. Atendendo à idade os trabalhadores
mais idosos estão ainda mais expostos às más condições de trabalho. Portanto, é
importante assegurar condições de trabalho aos trabalhadores de todas as faixas
etárias e adaptá-los às necessidades de cada um.
3- “Intensificação do trabalho”
O aumento de tarefas e sobrecarga de trabalho está cada vez mais presente nas
empresas, sobretudo devido à competitividade e à diminuição de número de
trabalhadores nas empresas. Assim sendo, os trabalhadores vivem num ambiente
de stresse constante devido às exigências impostas, podendo afetar a sua
segurança e saúde.
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conflitos e grande dificuldade em conciliação entre ambas, fazendo com que o bem-
estar e saúde mental do trabalhador sejam afetados.
Para McNeely, 2005; Cox e Griffiths, 1996; Jettinghoff e Houtman, 2009, “existem
inúmeras causas para esta temática como, horas excessivas de trabalho, redução
de trabalhadores, trabalho por turnos, relações interpessoais insuficientes, falta de
apoio social.”
Segundo Freitas,
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Para Coelho (2009) “o conceito de violência no trabalho que se tem em vista é,
sobretudo, a violência física e, além dela, apenas a violência psicológica que não
seja enquadrável em nenhuma das formas de assédio.”
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Estas situações apresentam consequências muitas das vezes reações negativas,
como o stresse levando a estados de depressão ou fadiga, pondo em causa a saúde
a nível físico e mental do trabalhador.
Stresse Ocupacional
Assédio moral
Assédio sexual
Violência no trabalho
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Os riscos psicossociais decorrem de deficiências na conceção, na
organização e na gestão do trabalho, bem como de um contexto social de
trabalho problemático, podendo ter efeitos negativos a nível psicológico, físico
3. QUAIS SÃO OS FATORES DE RISCO PSICOSSOCIAL?
e social tais como stresse relacionado com o trabalho, esgotamento ou
Os riscos psicossociais decorrem de deficiências na conceção, na organização e na
depressão.
gestão do trabalho, bem como de um contexto social de trabalho problemático,
podendo ter efeitos negativos a nível psicológico, físico e social tais como stresse
relacionado com o trabalho, esgotamento ou depressão.
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FATORES INDUTORES DOS RISCOS PSICOSSOCIAIS
Assédio
Stresse Violência
Elevadas Ritmos de
exigências trabalho
Riscos
Psicossociais
Aumento da Envelhecimento
carga de ativo
trabalho
A perda de saúde devido a uma situação psicossocial inadequada tem muitas vezes
uma casualidade multifatorial.
A perda de saúde devido a uma situação psicossocial
inadequada tem muitas vezes uma casualidade multifatorial.
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Fatoresindutores
Fatores indutores de
de riscos
riscos psicossociais
psicossociais
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a) Conteúdo do trabalho
Refere-se à falta de ciclos de trabalho curtos, ao facto do trabalho ser fragmentado e
automático, as competências e capacidades do trabalhador não corresponderem à
profissão e às tarefas atribuídas. A falta de variedade e complexidade das tarefas e
consequente monotonia destas pode, igualmente, ser fonte de tensão no trabalho,
na medida em que, na realização de trabalhos que envolvem múltiplas tarefas, o
trabalhador tem maiores oportunidades de utilizar as suas habilidades e
competências.
c) Horário de trabalho
As questões relacionadas com o horário de trabalho, tais como o trabalho por turnos,
o trabalho noturno, os horários de trabalho inflexíveis, as horas imprevisíveis e os
horários longos (não ter horas para sair do trabalho) não são compatíveis com a
preservação do bem-estar, influenciando o equilíbrio entre a esfera pessoal, familiar,
social e a profissional. Horários de trabalho longos e imprevisíveis conduzem a um
maior desgaste emocional e a um enfraquecimento do sentimento de realização
profissional.
d) Autonomia e Controlo
O nível de stresse de uma pessoa pode ser influenciado pelo nível de controlo que
essa pessoa possui sobre a carga e sobre o ritmo de trabalho.
Por exemplo, quando um trabalhador tem controlo e influência sobre o modo como
realiza o seu trabalho, isso ajuda-a a lidar com os desafios que se lhe são colocados
durante o desenvolvimento das suas tarefas.
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Mas, por outro lado, se são outras pessoas a determinar o ritmo ou a forma como
trabalha, pode levar o trabalhador a sofrer, levando-o a situações de exaustão,
depressão e stresse.
e) Equipamentos de trabalho
Por outro lado, uma supervisão inadequada também pode ser fonte de risco
psicossocial no local de trabalho. Estas situações podem levar a situações de
violência e assédio com o objetivo de constranger, vitimizar e humilhar o trabalhador
visado.
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Refere-se à falta de clareza sobre os diferentes papéis e responsabilidades que os
trabalhadores têm, ou quando esses papéis e responsabilidades resultam em
conflito.
Por exemplo, pode ser solicitado a um trabalhador que realize tarefas que não
considera como fazendo parte da sua função ou que julga que, por vezes, entram
em conflito com colegas, superiores ou outras pessoas (como clientes).
i) Desenvolvimento profissional
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l)Fortes exigências emocionais no trabalho
O stresse ocupacional também pode ser causado por fortes exigências emocionais
no trabalho, acompanhadas pelo aumento do assédio moral e violência,
principalmente nas profissões onde existe muito contacto com outras pessoas
exteriores à organização, como por exemplo no setor da saúde ou do apoio social.
m) Intensificação do trabalho
n) Ambiente de trabalho
Refere-se, ainda, as más condições ambientais, tais como falta de espaço, pouca
iluminação, ruido excessivo, ou temperaturas elevadas, que podem dificultar a
capacidade de concentração dos trabalhadores e gerarem mal- estar.
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É importante referir, que não devem ser confundidos os riscos psicossociais, com
um ambiente de trabalho saudável e exigente, que apoia os trabalhadores,
estimulando e incentivando ao máximo o seu desenvolvimento e desempenho, em
função das suas capacidades, porque as doenças do trabalho resultam em grande
parte da falta de sensibilização, prevenção e incumprimento da legislação existente
por parte das organizações. Contudo, esta forma de organização de trabalho,
remete-nos imediatamente para promover mecanismos de prevenção que sejam
implementados na cultura das organizações.
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A exposição a riscos psicossociais pode trazer
consequências negativas para a sociedade,
organização e para
A exposição a riscos a saúdepode
psicossociais dostrazer
trabalhadores.
consequências negativas para a
sociedade, organização e para a saúde dos trabalhadores.
No entanto, as consequências principais têm a ver com
as consequências organizacionais e individuais.
No entanto, as consequências principais têm a ver com as consequências
organizacionais e individuais.
As
Asconsequências
consequênciasindividuais podem
individuais ocorrer:
podem ocorrer:
•Reações cardiovasculares;
• Incómodo a nível músculo-esquelético ou digestivo;
•Insónias e fatiga;
Fisiológicas •Dificuldades respiratórias;
• Dores de cabeça e dores musculares.
•Isolamento, agressividade;
•Consumo de substâncias psicoativas;
Comportamentais • Faltas ao trabalho, erros e falhas na execução de
tarefas ;
• Suicídio
Para a empresa:
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institucional diretos e indiretos
Para o trabalhador:
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Comportamentais
Mau ambiente ao nível
das relações laborais empresa
Para o trabalhador:
Comportamentais
Riscos
Psicossociais
Psicológicos Fisiológicos
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Os riscos psicossociais no trabalho tem consequências negativas para à sociedade,
para as empresas e para a saúde dos trabalhadores.
Absentismo;
Acidentes de trabalho;
Baixas médicas;
Desmotivação;
Deterioração do rendimento;
Falta de produtividade;
Pouco rendimento;
Problemas legais;
Reclamação de clientes;
Doenças cardiovasculares;
Dificuldades de concentração;
Esgotamento;
Problemas em casa;
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Propensão para cometer mais erros;
Problemas músculo-esqueléticos;
Segundo o European Opinion Poll on Occupational Safety and Health, Portugal está
classificado como o terceiro pais europeu com maior proporção de trabalhadores
(59%) que diz que o stresse relacionado com o trabalho é muito comum. Ainda
segundo a mesma revista, em Portugal estima-se que dois em cada dez
trabalhadores sofrem de problemas de saúde psicológica, representando 1,3 dias de
falta por ano devido a estes problemas. Os problemas do foro psicológico alem de
gerarem absentismo que prejudica quer o indivíduo, quer a organização,
desenvolveram uma outra forma de retração que se designa por presentismo, ou
seja, a presença no local de trabalho com alguma patologia física ou mental que
provoca perda de produtividade. A realidade, em que Portugal não é exeção, refere
que 28% dos trabalhadores sofrem de stresse e 23% já se encontram em Burnout.
Estudos também realizados pela agência europeia sugerem que 50% - 60% de
todos os dias de trabalho perdido podem ser atribuídos ao stresse relacionado com
o trabalho e que tal da origem a importantes custos para as empresas, bem como
para as economias nacionais.
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6. GESTÃO DE RISCOS PSICOSSOCIAIS?
Num bom ambiente psicossocial, o trabalho pode ser muito benéfico para a saúde
mental dos trabalhadores, proporcionando-lhes melhor qualidade de vida e
conferindo- lhes um sentido mais alargado de inclusão social, identidade e estatuto,
oportunidades de desenvolvimento e maior confiança. Ao invés, um ambiente de
trabalho negativo em termos psicossociais pode ter consequências adversas
significativas para a saúde dos trabalhadores.
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A abordagem da gestão dos riscos profissionais foi inicialmente desenvolvida para
reduzir a exposição a riscos de natureza física, contudo cada vez assume mais
prioridade para enfrentar os riscos psicossociais.
(1) Um foco específico numa população de trabalho definida, num local de trabalho,
num conjunto de operações ou num tipo de equipamento em particular;
A gestão de riscos psicossociais não é uma atividade isolada, mas sim um processo
com várias fases, que exige mudanças no ambiente de trabalho, sendo que as
empresas obtêm um êxito maior se já dispuserem de um serviço eficaz de gestão de
Saúde e Segurança do Trabalho e se envolverem todos os trabalhadores e
trabalhadoras neste processo.
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A prevenção de riscos (e a proteção do trabalhador) constitui um dos objetivos
centrais da saúde ocupacional e da atual legislação de segurança e saúde no
trabalho comunitária.
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gestão preventiva de riscos na sua empresa, o qual deve ser visto como um
processo assente na planificação de atividades de prevenção e na avaliação do seu
resultado em coerência com as políticas globais de gestão da empresa (Albarracín,
2001).
Se é certo que uma grande parte dos gestores já vai estando consciente da
necessidade e do dever de criar um sistema de gestão de riscos, será bem menor,
contudo, o número de gestores que sabe que este sistema deve integrar o sistema
geral de prevenção e o sistema global de gestão da empresa (INSHT, 2008) e,
menor ainda, os que sabem como fazê-lo. O sistema geral de prevenção de riscos
deve integrar um sistema de gestão preventiva de riscos psicossociais (Cox & Cox,
1993; INSHT, 1996, 1997, 2005; INSL, 2005, 2008; Malchair et al., 2008) e ambos
devem integrar o sistema global de gestão da empresa: eis um principio básico da
prevenção que não pode ser ignorado pelos gestores socialmente responsáveis e
cumpridores da lei, se pretendem criar um sistema eficaz de prevenção de riscos
psicossociais. Tem sido, aliás, a falta de um tal sistema, a principal razão apontada
por alguns autores (Cox, 1993; Kompier & Cooper, 1999) para a ineficácia, até
agora, da prevenção de riscos psicossociais nas empresas.
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cada contexto, contando sempre com a participação dos trabalhadores e dos seus
representantes.
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6.3 – ESTABELECER UM PLANO DE AÇÃO. COMO PROCEDER À AVALIAÇÃO DE RISCOS?
Avaliação de riscos
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Nesta etapa dever-se-á identificar os trabalhadores expostos aos fatores de risco
psicossociais, de que forma a exposição ocorre (ex. frequência e intensidade da
exposição) e proceder-se à quantificação dos efeitos na saúde.
Atuação Individual
- Caso o trabalhador não consiga resolver o problema, deve pedir ajuda profissional,
nomeadamente ao serviço de medicina laboral ou assessoria jurídica.
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Ação Sindical
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especificidades, insistindo pela proibição de determinados comportamentos que
configurem violência no trabalho, assédio moral e sexual;
8. ENQUADRAMENTO LEGAL
BIBLIOGRAFIA
Borja-Santos, R., 2014. Resposta na área da saúde mental não chega e preocupa.
Público.
Cabrita, E., 09-07-2014. Brisa dos Dias, A hora do trabalho?. Diário Correio da
Manhã.
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