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Projeto Integrado

de Seguranca em
Ambientes Laborais
Material Teórico
Riscos em Segmentos Específicos: Trabalho em Altura,
Trabalho em Espaço Confinado, Serviço com Eletricidade,
Serviço Portuário de Agricultura

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Dr.ª Solange de Fátima Azevedo

Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Riscos em Segmentos Específicos: Trabalho
em Altura, Trabalho em Espaço Confinado,
Serviço com Eletricidade, Serviço Portuário
de Agricultura

• Introdução;
• Norma Regulamentadora (NR) 35: Trabalho em Altura;
• Trabalhador Capacitado;
• O Projeto;
• Análise de Risco (AR);
• Equipamentos de Proteção Individual (EPI);
• NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade;
• NR 29 – Segurança e Saúde no Trabalho Portuário;
• NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária
Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura;
• Agrotóxicos, Adjuvantes e Produtos Afins.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Conhecer os trabalhos com riscos específicos;
· Interpretar as Normas Regulamentadoras (NR) específicas;
· Conhecer os riscos e como evitá-los.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
Riscos em Segmentos Específicos:
UNIDADE Trabalho em Altura, Trabalho em Espaço Confinado,
Serviço com Eletricidade, Serviço Portuário de Agricultura

Introdução
Trabalhar nem sempre corresponde a uma tarefa fácil de ser executada e ainda
pode implicar em problemas de saúde do trabalhador, a qual pode ser condicionada
a fatores econômicos, sociais, organizacionais, tecnológicos e ainda aos riscos
físicos, químicos, biológicos, mecânicos e/ou ergonômicos.

Norma Regulamentadora (NR) 35:


Trabalho em Altura
A NR 35 tem como objetivo a gestão de segurança e saúde no trabalho em
altura, estabelecendo requisitos para a proteção dos trabalhadores aos riscos em
trabalhos com diferenças de níveis, nos aspectos da prevenção dos riscos de queda.

Conforme a complexidade e os riscos de tais tarefas, o empregador deverá ado-


tar medidas complementares inerentes a essas atividades. Assim, a Figura 1 ilustra
um trabalhador em uma torre:

Figura 1 – Trabalho em altura.


Fonte: iStock/Getty Images
Explor

Esse trabalhador está seguro?

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Requisitos Mínimos e as Medidas
de Proteção para o Trabalho em Altura
O termo mínimo denota a intenção de regulamentar o menor grau de exigibilida-
de, passível de auditoria e punibilidade, no universo de medidas de controle e siste-
mas preventivos possíveis de aplicação (BRASIL, 2016, p. 890). Os trabalhadores
podem estar indiretamente envolvidos, ainda que não atuando com diferenças de
níveis, mas presentes no entorno das atividades, logo, sujeitos aos riscos relativos
ao trabalho em altura; ou mesmo diretamente envolvidos. Assim, a Figura 2 ilustra
as cinco medidas/regras de controle, a saber:

Veja as cinco medidas de controle (observe-as da esquerda para a direita, contemplando o


Explor

processo até eliminar o risco) no link: https://goo.gl/QYFa4R.

Neste momento foquemos nas duas primeiras medidas, afinal, estas podem ser
consideradas as mínimas medidas de controle:
1. Deve-se evitar que o risco ocorra e, se não for possível, limitá-lo ao máximo; e
2. Reter o risco e, se ocorrer o problema, agir com rapidez no socorro
do trabalhador.

Altura
Considera-se trabalho em altura aquele executado a dois metros do nível in-
ferior, onde haja risco de queda, de modo que medidas de proteção devem ser
implantadas. Dito de outra forma, trata-se de qualquer trabalho executado com
diferença de nível superior a 2 m da superfície de referência e que ofereça risco
de queda. A Figura 3 ilustra essa condição de altura na atividade laboral:

Você Sabia? Importante!

O que é Trabalho em Altura?


Considera-se trabalho em altura toda atividade executada acima de 2,00m (dois metros) do
nível inferior, onde haja risco de queda.

O trabalhador deve ser informado sobre esses riscos e as medidas de proteção


implantadas pela empresa, conforme estabelece a NR 1.

Importante! Importante!

O item 35.1.3 da NR 35 se complementa às normas técnicas oficiais estabelecidas pelos


órgãos competentes, de modo que deve ser aplicado na ausência ou omissão dessas com
as normas internacionais aplicáveis.

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Serviço com Eletricidade, Serviço Portuário de Agricultura

Ademais, são responsabilidades do empregador:


• Garantir a implementação das medidas de proteção estabelecidas nessa NR;
• Assegurar a realização da Análise de Risco (AR) e, quando aplicável, a emissão
da Permissão de Trabalho (PT);
• Todo trabalho em altura deve ser precedido de AR, não estabelecendo a
modalidade empregada – Hazard and Operability Studies (Hazop), Análise
Preliminar de Risco (APR), Failure Mode and Effect Analysis (FMEA) etc.;
• Desenvolver procedimento operacional para as atividades rotineiras de trabalho
em altura;
• O procedimento operacional deve ser documentado, divulgado, conhecido,
entendido e cumprido por todos os trabalhadores e demais pessoas envolvidas;
• Assegurar a realização de avaliação prévia das condições no local do trabalho
em altura, pelo estudo, planejamento e pela implementação das ações e
medidas complementares de segurança aplicáveis;
• Adotar as providências necessárias para acompanhar o cumprimento das
medidas de proteção estabelecidas nessa NR pelas empresas contratadas;
• Garantir aos trabalhadores informações atualizadas sobre os riscos e as medidas
de controle;
• Garantir que qualquer trabalho em altura apenas se inicie depois de adotadas
as medidas de proteção definidas nessa NR;
• Assegurar a suspensão dos trabalhos em altura quando verificar situação ou
condição de risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização imediata não
seja possível;
• Estabelecer uma sistemática de autorização dos trabalhadores para trabalho
em altura;
• Assegurar que todo trabalho em altura seja realizado sob supervisão, cuja
forma será definida pela análise de riscos de acordo com as peculiaridades
da atividade e assegurar a organização e o arquivamento da documentação
prevista nessa NR (BRASIL, 2016, p. 890).
• Por sua vez, cabem aos trabalhadores as seguintes responsabilidades:
• Cumprir as disposições legais e regulamentares sobre trabalho em altura,
inclusive os procedimentos expedidos pelo empregador;
• Colaborar com o empregador na implementação das disposições contidas
nessa NR;
• Interromper as atividades, exercendo o direito de recusa sempre que se cons-
tatar evidências de riscos graves e iminentes para a própria segurança e saúde
e/ou a de outras pessoas, comunicando imediatamente o fato ao superior
hierárquico, quem deverá diligenciar as medidas cabíveis;

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O direito de recusa está previsto no Artigo 13 da
Convenção n.º 155 da Organização Internacional
do Trabalho (OIT), promulgada pelo Decreto n.º
1.254, de 29 de setembro de 1995, que assegura
ao trabalhador a interrupção de uma atividade
de trabalho por considerar que envolve grave e
iminente risco – conforme conceito estabelecido
na NR 3 – para a sua segurança e saúde e/ou de
outras pessoas.

• Zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser afetadas
por suas ações ou omissões no trabalho.
• Finalmente, enquanto capacitação e treinamento, cabe ao empregador:
• Executar treinamentos para o trabalho em altura; e
• Promover programas para a capacitação dos trabalhadores à realização de
trabalho em altura (BRASIL, 2016, p. 890-891).

Importante! Importante!

O programa de capacitação em altura deve ser estruturado com treinamentos de


âmbito inicial, periódico e eventual. O treinamento inicial deve ser realizado antes de
os trabalhadores iniciarem as suas atividades em altura; o periódico deve ser aplicado a
cada dois anos; e o eventual em outras condições específicas.

Trabalhador Capacitado
Considera-se capacitado ao trabalho em altura o funcionário submetido e apro-
vado em treinamento, teórico e prático, com carga horária mínima de oito horas e
cujo conteúdo programático deve incluir, no mínimo, o seguinte:
• O trabalhador, antes de iniciar as suas funções com atividades em altura, deve ser
capacitado de acordo com a carga horária, conteúdo programático e aprovação;
• A empresa, ao admitir um trabalhador, poderá avaliar os treinamentos reali-
zados anteriormente por esse e, em função das características das atividades
desenvolvidas pelo trabalhador na instituição anterior, convalidá-los ou com-
plementá-los, atendendo à sua realidade, desde que realizados há menos de
dois anos;
• O aproveitamento de treinamentos anteriores, total ou parcialmente, não exclui a
responsabilidade de a empresa emitir a certificação da capacitação do empregado;
• O treinamento deve incluir, além dos dispositivos aplicáveis dessa NR, os de-
mais estabelecidos em outras NR ou normas técnicas que possam ter interfe-
rência ao trabalho em altura;

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• Devem ser considerados também os seguintes procedimentos internos da


empresa ao trabalho em altura:
»» AR e condições impeditivas;
»» O trabalhador deve ser treinado a conhecer e interpretar as análises de risco;

Consideradas condições: São consideradas condições impeditivas as situações que im-


Explor

peçam a realização ou continuidade do serviço por colocar em risco a saúde ou integridade


física do trabalhador.

»» Riscos potenciais inerentes ao trabalho em altura e medidas de prevenção


e controle;
»» O treinamento deve compreender o conhecimento teórico e prático da uti-
lização dos equipamentos de proteção coletiva aplicáveis às atividades em
altura que o trabalhador desenvolverá e suas limitações de uso;
»» Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para o trabalho em altura: seleção,
inspeção, conservação e limitação de uso;
»» O treinamento deve compreender os conhecimentos teóricos e práticos
da utilização dos EPI aplicáveis às atividades em altura que o trabalhador
desenvolverá e suas limitações de uso;
»» O treinamento deve ser ministrado por instrutores com comprovada pro-
ficiência no assunto, sob a responsabilidade de profissional qualificado em
segurança no trabalho;
»» Ao término do treinamento deve ser emitido certificado contendo o nome
do trabalhador, conteúdo programático, a carga horária, data, o local de
realização do treinamento, nome e qualificação dos instrutores e a assinatura
do responsável;
»» O certificado deve ser entregue ao trabalhador e uma cópia arquivada na empresa;
»» Considera-se funcionário autorizado para trabalho em altura aquele capa-
citado, cujo estado de saúde foi avaliado, tendo sido considerado apto para
executar tal atividade e que possua anuência formal da empresa;
»» Cabe ao empregador avaliar o estado de saúde dos trabalhadores que exer-
cem atividades em altura, garantindo que:
• Os exames e a sistemática de avaliação sejam partes integrantes do Pro-
grama de Controle Médico da Saúde Ocupacional (PCMSO), devendo
estar neste consignados – entende-se o termo exames em sentido amplo,
compreendendo a anamnese, o exame físico e, se indicados, os exa-
mes complementares aos quais é submetido o trabalhador, devendo a
sistemática e todos os exames implementados estarem consignados ao
PCMSO da empresa, considerando os trabalhos em altura que o funcio-
nário executará;

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• A avaliação seja efetuada periodicamente, considerando os riscos envolvidos
em cada situação;
• Seja realizado exame médico voltado às patologias que poderão originar mal
súbito e queda de altura, considerando também os fatores psicossociais – no
planejamento do trabalho devem ser adotadas as medidas, inclusive, na etapa
de concepção das instalações e dos equipamentos (BRASIL, 2016, p. 890).

O Projeto
O projeto deve ser concebido no sentido de evitar a exposição do trabalhador ou
eliminar o risco de queda. Para tanto, deve-se adotar:
• Medidas para evitar o trabalho em altura;
• Ações sempre que existir meio alternativo de execução;
• Um meio alternativo de execução sem expor o trabalhador ao risco de queda,
sendo a melhor condição para tal (BRASIL, 2016, p. 891).
• Nesse sentido, são medidas de proteção coletiva a:
• Instalação de sistema de guarda-corpo e corrimãos;
• Utilização de redes de proteção ou de cintos de segurança como medida
de proteção coletiva e individual para minimizar as consequências da queda
(BRASIL, 2016, p. 891).

Ademais, enquanto influências externas que podem alterar as situações do


local, podem ser citadas as condições climáticas adversas, tais como ventos,
chuvas, insolação, descargas atmosféricas, trânsito de veículos e pessoas, entre
outras (BRASIL, 2016, p. 892).

Análise de Risco (AR)


Risco é a capacidade de uma grandeza com potencial para causar lesões ou
danos à saúde e segurança das pessoas. Assim, a adoção de medidas de controle
deve ser precedida da aplicação de técnicas de análise de risco, considerando a
Análise Preliminar de Risco (APR), Análise de Risco da Tarefa (ART), Failure Mode
and Effect Analysis (FMEA) – Análise dos Modos de Falhas e Efeitos (Amfe) –;
Hazard and Operability Studies (Hazop); Análise Preliminar de Perigo (APP),
entre outras (BRASIL, 2016, p. 893).

Nesse sentido, o objetivo da NR 33 é estabelecer os requisitos mínimos para a


identificação de espaços confinados e o reconhecimento, a avaliação, o monito-
ramento e controle de riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a
segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nesses
espaços confinados (BRASIL, 2016, p. 847).

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A Figura 4 ilustra exemplos de espaços confinados, de modo que quando algum


trabalhador executa atividades laborais em um destes espaços, deve se atentar aos
riscos que pode sofrer.

Espaços confinados: são quaisquer áreas ou ambientes não projetados para a ocu-
Explor

pação humana contínua, que possuam meios limitados de entrada e saída, cuja venti-
lação existente seja insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a
deficiência ou o enriquecimento de oxigênio (BRASIL, 2016, p. 847).

Figura 2 – Exemplos de espaços confinados


Fonte:inbep.com.br

Pode-se encontrar espaços confinados em diferentes segmentos industriais, tais


como serviços de gás, eletricidade, água e esgoto, de telefonia, construção civil, bene-
ficiamento de minérios, siderúrgicas, metalúrgicas, agricultura, agroindústria e outros.
As seguintes figuras exemplificam algumas das atividades em espaços confinados:

Figura 3 – Trabalhador em tubulações subterrâneas de água/esgoto


Fonte: iStock/Getty Images

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Figura 4 – Trabalhador entrando em um tanque industrial de combustíveis
Fonte: iStock/Getty Images

Figura 5 – Trabalhador entrando em uma galeria fluvial


Fonte: iStock/Getty Images

Figura 6 – Trabalhador executando uma atividade dentro de um navio


Fonte: iStock/Getty Images

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Para executar atividades laborais em espaços confinados é necessário formar


uma equipe de trabalho composta por um responsável técnico supervisor de en-
trada, um vigia e trabalhadores autorizados. Esses profissionais devem participar
de capacitação obrigatória, de acordo com a NR 33, devendo esta ser realizada
anualmente. Ademais, a capacitação deve ser ministrada por instrutores com profi-
ciência comprovada no assunto – a carga horária variará de acordo com a atuação
do trabalhador, vejamos:
• Trabalhadores autorizados e vigias – mínimo de 16h; e
• Supervisores de entrada em espaços confinados – mínimo de 40h.
• São responsabilidades do empregador:
• Identificar formalmente o responsável técnico dessa NR;
• Identificar espaços confinados e os riscos para cada um dos quais;
• Implementar a gestão em segurança e saúde no trabalho em espaços confinados;
• Garantir a capacitação adequada e contínua dos trabalhadores sobre os riscos,
as medidas de controle, de emergência e salvamento em espaços confinados;
• Garantir que a entrada no espaço confinado seja realizada somente após a emissão
por escrito da Permissão de Entrada (PET) (BRASIL, 2016, p. 847-848).

No caso de empresas terceirizadas, in-


formar sobre os riscos das áreas onde
serão realizadas as atividades e exigir a
capacitação dos colaboradores. Acom-
panhar a implementação das medidas
de segurança e saúde dos trabalhado-
res das empresas contratadas.

• Interromper todo e qualquer tipo de trabalho em caso de suspeição de condição


de risco grave e iminente, procedendo ao imediato abandono do local;
• Garantir informações atualizadas sobre os riscos e as medidas de controle
antes de cada acesso aos espaços confinados;
• Providenciar os equipamentos, sem custo aos trabalhadores, funcionando
adequadamente e assegurando a sua correta utilização.
• E são responsabilidades do empregado:
• Seguir e colaborar com a empresa no cumprimento da norma;
• Utilizar adequadamente os meios e equipamentos fornecidos pela instituição;
• Comunicar ao vigia e ao supervisor de entrada as situações de risco que sejam
de seu conhecimento para a sua segurança e saúde e/ou de terceiros;

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• Cumprir com as orientações e os procedimentos recebidos nos treinamentos
com relação aos espaços confinados (BRASIL, 2016, p. 848) – a Figura 9
ilustra como deve ser protegido e identificado o local onde ocorra trabalho em
espaço confinado:

Figura 7 – Identificação de espaço confinado

Finalmente, acerca do funcionamento do maquinário utilizado, deve-se ter à


disposição equipamento de:
• Sondagem inicial e monitoração contínua da atmosfera, sendo calibrado e
testado antes do uso e aprovado por órgãos credenciados pelo Instituto de
Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (Inmetro);
• Ventilação mecânica para obter condições aceitáveis de entrada através de
insuflamento e/ou exaustão de ar;
• Comunicação, que seja intrinsecamente seguro e aprovado por órgãos
credenciados pelo Inmetro (BRASIL, 2016, p. 847).

Os equipamentos para uso em espaços confinados devem ser os citados e os


demais que se fizerem necessários para outras atividades dessa natureza.

Importante! Importante!

Tais equipamentos sempre necessitarão de aprovação pelo Inmetro, além de evidenciarem


a data de revisão/inspeção/certificação e com uso restringido a trabalhadores capacitados.

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Equipamentos de Proteção Individual (EPI)


Os EPI e movimentadores de pessoas são intrinsecamente seguros em áreas
classificadas, tal como os destinados ao atendimento pré-hospitalar, de iluminação
etc., sendo todos aprovados por órgãos credenciados pelo Inmetro e, em nosso
caso, assim ilustrados:
Tabela 1
EPI e movimentadores

Luvas de raspa

Calçados de segurança

Trava de segurança

Capacete com jugular

Respiradores

Cinto de segurança tipo paraquedista

Fonte: iStock/Getty Image

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NR 10 – Segurança em Instalações
e Serviços em Eletricidade
Os riscos aos trabalhadores das redes elétricas são constantes e estão regula-
mentados pela NR 10, esta que trata das instalações e dos serviços em eletricidade
junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Essa norma estabelece as condições para garantir a segurança e saúde dos tra-
balhadores que direta ou indiretamente interagem em instalações elétricas e servi-
ços com eletricidade. Formula também que todos os funcionários que intervenham
em instalações elétricas energizadas com alta tensão devem receber treinamento
de segurança complementar da NR 10 para o Sistema Elétrico de Potência (SEP)
(BRASIL, 2016, p. 151).

Assim, as capacitações ao profissional devem englobar:


• Bloqueio de fontes de energia;
• Uso de EPI; e
• Utilização correta das ferramentas.

As atividades com eletricidade estão associadas aos seguintes riscos – todos


classificados como de alta periculosidade:
• Choques, explosões e queimaduras de até terceiro grau;
• Graves lesões como coagulação do sangue, por exemplo;
• Lesões nos nervos e músculos, em alguns casos levando à morte;
• Reação nervosa ao receber um choque elétrico, podendo causar outros tipos de
acidentes, uma vez que o indivíduo também pode cair de uma escada, por exemplo.

Portanto, os trabalhadores regularmente devem fazer cursos de segurança do


trabalho que complementem a questão da eletricidade, tal como o curso estabelecido
pela NR 35 (BRASIL, 2016, p. 150-151).

Ademais, são EPI:


• Capacetes;
• Óculos de segurança;
• Protetores auriculares;
• Roupas e calçados próprios;
• Ferramentas corretas, com certificado de garantia e dentro do prazo de validade.

Certifique-se das condições que serão executadas e utilizadas nas instalações


como, por exemplo, a projeção dos cabeamentos e a instalação de painéis elétricos
seguros, além de desenergizar as fontes de rede elétrica (BRASIL, 2016, p. 151) –
a Figura 11 ilustra as etapas de desenergização:

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Tabela 2
Etapas de Desenergização
Trata-se da abertura efetiva do circuito (pre-
Desligar
ferencialmente o de força).
Trata-se da introdção de um dispositivo físi-
Bloquear
co/trava que mantenha o circuito aberto.

NR 29 – Segurança e Saúde
no Trabalho Portuário
O objetivo principal da NR 29 é definir procedimentos que permitam uma ges-
tão adequada dos fatores de riscos presentes no ambiente de trabalho portuário,
identificando as condições socioeconômicas responsáveis por tal gestão (FUNDA-
CENTRO, 2014, p. 27).

Trata-se de uma norma específica para atividades desenvolvidas em qualquer


tipo de porto no território nacional; porém, várias outras NR estão diretamente
incorporadas ao trabalho em portos, por exemplo, as de n.º 1; 4; 5; 6; 7; 9; 11;
15; 17; 18; 20; 21; 24; 26; 29; 33 e 35.

Figura 12 – Atividades portuárias


Fonte: iStock/Getty Images

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NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho
na Agricultura, Pecuária Silvicultura,
Exploração Florestal e Aquicultura
A NR 31 tem como objetivo estabelecer os preceitos a serem observados na
organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento
e desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração
florestal e aquicultura com a segurança, saúde e o meio ambiente do trabalho sendo
obedecidos ao estabelecido por essa norma (BRASIL, 2016, p. 752).

Como esse tipo de trabalho é muito complexo, sendo que em todas as fases da
produção normalmente é executado sem proteção física e social, torna-se neces-
sário dividir a interpretação das partes mais importantes da NR 31 em abordagens
específicas, de modo que nesta oportunidade nos aprofundaremos parcialmente na
questão da agricultura, apenas.

Assim, pode-se dizer que os trabalhadores rurais estão expostos aos seguintes riscos:
• Químicos – inseticidas, herbicidas, maturadores etc.;
• Físicos – calor, frio, umidade, radiação solar;
• Mecânicos – atrito, pressão, vibração, fricção, EPI inadequado;
• Biológicos – bactérias, fungos, vírus e animais peçonhentos;
• Ergonômicos – postura, força, movimento repetitivo e carregamento excessivo
de peso;
• Acidentes – quedas de caminhão, carreta ou trator, quedas no ambiente de
trabalho, perfurações, torsões provocadas por agentes mecânicos em todo o
corpo, intoxicações por agrotóxicos, ataque de animal peçonhento (BRASIL,
2016, p. 752-754).

Cabe, portanto, ao empregador rural ou equiparado:


• Garantir adequadas condições de trabalho, higiene e conforto, situações às quais
definidas nessa NR para todos os trabalhadores, segundo as especificidades de
cada atividade;
• Realizar avaliações dos riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores e,
com base nos resultados, adotar medidas de prevenção e proteção para ga-
rantir que todas as atividades, lugares de trabalho, máquinas, equipamentos,
ferramentas e processos produtivos sejam seguros e em conformidade com as
normas de segurança e saúde;

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Riscos em Segmentos Específicos:
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Serviço com Eletricidade, Serviço Portuário de Agricultura

• Promover melhorias nos ambientes e nas condições de trabalho, de forma a


preservar o nível de segurança e saúde dos trabalhadores;
• Cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segu-
rança e saúde no trabalho;
• Analisar, com a participação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes no
Trabalho Rural (CIPATR), as causas dos acidentes e das doenças decorrentes do
trabalho, buscando prevenir e eliminar as possibilidades de novas ocorrências;
• Assegurar a divulgação de direitos, deveres e obrigações que os trabalhadores
devam conhecer em matéria de segurança e saúde no trabalho;
• Adotar os procedimentos necessários quando da ocorrência de acidentes e
doenças do trabalho;
• Assegurar que se forneça aos trabalhadores instruções compreensíveis em
matéria de segurança e saúde, bem como toda orientação e supervisão neces-
sárias ao trabalho seguro;
• Garantir que os trabalhadores, por meio da CIPATR, participem das discussões
sobre o controle dos riscos presentes nos ambientes de trabalho, informando
aos trabalhadores:
»» Os riscos decorrentes do trabalho e as medidas de proteção implantadas,
inclusive em relação a novas tecnologias adotadas pelo empregador;
»» Os resultados dos exames médicos e complementares a que foram submeti-
dos, quando realizados por serviço médico contratado pelo empregador;
»» Os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho.
• Permitir que representante dos trabalhadores, legalmente constituído, acom-
panhe a fiscalização dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e
saúde no trabalho;
• Adotar medidas de avaliação e gestão dos riscos com a seguinte ordem de prio-
ridade (BRASIL, 2016, p. 752-753):
3. Eliminação dos riscos;
4. Controle de riscos na fonte;
5. Redução do risco ao mínimo por meio da introdução de medidas técnicas
ou organizacionais e de práticas seguras, inclusive através de capacitação; 
6. Adoção de medidas de proteção pessoal, sem ônus ao trabalhador, de for-
ma a complementar – ou caso ainda persistam temporariamente fatores
de risco (BRASIL, 2016, p. 753).

Por sua vez, cabe ao trabalhador:


• Cumprir as determinações sobre as formas seguras de desenvolver as suas
atividades, especialmente quanto às ordens de serviço para esse fim;

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• Adotar as medidas de proteção determinadas pelo empregador, em confor-
midade com essa NR, sob pena de constituir ato faltoso a recusa injustificada;
• Submeter-se aos exames médicos previstos nessa NR;
• Colaborar com a empresa na aplicação dessa NR (BRASIL, 2016, p. 753).
• E são direitos dos trabalhadores:
• Ambientes de trabalho seguros e saudáveis, em conformidade ao disposto
nessa NR;
• Serem consultados, por meio de seus representantes na CIPATR, sobre as
medidas de prevenção que serão adotadas pelo empregador;
• Escolher a sua representação em matéria de segurança e saúde no trabalho;
• Quando houver motivos para considerar que exista grave e iminente risco
para a sua segurança e saúde e/ou de terceiros, informar imediatamente ao
seu superior hierárquico, ou membro da CIPATR, ou ainda diretamente ao
empregador, a fim de que sejam tomadas as medidas adequadas de correção,
interrompendo o trabalho – se necessário;
• Receber instruções em matéria de segurança e saúde, bem como orientação
para atuar no processo de implementação das medidas de prevenção que se-
rão adotadas pelo empregador (BRASIL, 2016, p. 753).

Agrotóxicos, Adjuvantes e Produtos Afins


Para o trabalhador executar a função de pulverizador, estar presente em área
sendo pulverizada e/ou trabalhar em ambiente pulverizado, torna-se necessária a
legislação a ser pesquisada em Brasil (2016, p. 762-766).

Ademais, quanto à segurança no trabalho em máquinas e implementos agríco-


las, vale o mesmo procedimento presente na referida NR, o qual estabelecido para
máquinas e implementos agrícolas (BRASIL, 2016, p. 766-800); enquanto que
os demais requisitos específicos para o trabalho em agricultura estão presentes na
NR 31, da página 800 à 846.

A NR 31 é extensa graças às especificidades da área rural, de modo que o seu estudo não se
Explor

encerra aqui. Portanto, busque, leia, interprete, revise e aprenda a consultar a legislação, a
fim de garantir, agora e futuramente, um trabalho seguro!

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Riscos em Segmentos Específicos:
UNIDADE Trabalho em Altura, Trabalho em Espaço Confinado,
Serviço com Eletricidade, Serviço Portuário de Agricultura

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Livros
Uma metodologia para auxiliar no gerenciamento de riscos
e na seleção de alternativas de investimento sem segurança
ALBERTON, A. Uma metodologia para auxiliar no gerenciamento de riscos e na
seleção de alternativas de investimento sem segurança. 1996.
Curso básico do trabalhador portuário: módulos I e II
BRASIL. Marinha. Diretoria de Portos e Costa. Curso básico do trabalhador portuário:
módulos I e II. Rio de Janeiro, 1999.
Manual básico do trabalhador portuário: módulos I, II, III, IV, V e VI
BRASIL. Marinha. Diretoria de Portos e Costa. Manual básico do trabalhador portuário:
módulos I, II, III, IV, V e VI. Rio de Janeiro, 1995.

 Leitura
Norma Regulamentadora (NR) 7
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora (NR) 7 – pro-
grama de controle médico de saúde ocupacional. Brasília, DF, 2013b.
https://goo.gl/5onYpm
Norma Regulamentadora (NR) 9
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora (NR) 9 – pro-
grama de prevenção de riscos ambientais. Brasília, DF, 2013a.
https://goo.gl/9vTGJL
Norma Regulamentadora (NR) 31
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora (NR) 31 – se-
gurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal
e aquicultura. Brasília, DF, 2016.
https://goo.gl/MU1sRB

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Referências
BRASIL. Segurança e Medicina do Trabalho – Normas Regulamentadoras (NR)
de 1 a 36. 18. ed. atual. São Paulo: Saraiva, 2016.

________. Ministério da Saúde. Portaria n.º 1.823, de 23 de agosto de 2012.


Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação do Programa de
Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Diário Oficial da República
Federativa do Brasil: Poder executivo, Brasília, DF, 2012.

________. Portaria n.º 25, de 29 de dezembro de 1994. Estabelece a obrigatoriedade


da elaboração e implementação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
(PPRA). Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, seção 1,
p. 21.278-21.302, dez. 1994.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora (NR) 33,


de 22 de novembro de 2006. Brasília, DF, 2006. Disponível em: <http://portal.
mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BF2FE9B8C247D/nr_33.pdf>.
Acesso em: 13 fev. 2018.

________. Portaria n.º 485, de 11 de novembro de 2005. Estabelece diretrizes


básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos
trabalhadores dos serviços de saúde. Diário Oficial da República Federativa do
Brasil, Brasília, DF, v. 142, n. 219, p. 80-104, nov. 2005.

________. Norma Regulamentadora (NR) 6, de 8 de junho de 1978. Brasília, DF, 1978.


Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812DC56F8F012DCDAB
536517DE/NR06%20(atualizada)%202010.pdf>. Acesso em: 13 fev. 2011.

FUNDAÇÃO JORGE DUPRAT FIGUEIREDO DE SEGURANÇA E MEDICINA DO


TRABALHO. Fundacentro – espaço confinado. 2010. Disponível em: <http://www.
youtube.com/watch?v=HxUyUcapCtg&feature=related>. Acesso em: 13 fev. 2018.

INBEP. Disponível em: <http://blog.inbep.com.br/tudo-trabalho-em-espacos-


confinados-nr33>. Acesso em: 15 fev. 2018.

LAURELL, A. C.; NORIEGA, M. (Org.). Processo de produção e saúde – trabalho


e desgaste operário. São Paulo: Hucitec, 1989.

MEDEIROS, A. L. et al. Gerenciamento de riscos e segurança no trabalho em uni-


dades de saúde da família. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, São Paulo,
v. 17, n. 4, p. 341-348, abr. 2013.

TRIPÉ para espaço confinado. [São Paulo, 2009]. Disponível em: <http://www.
balaska.com.br/novosite/produtos/task/task.htm>. Acesso em: 17 out. 2017.

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