de Seguranca em
Ambientes Laborais
Material Teórico
Riscos em Segmentos Específicos: Trabalho em Altura,
Trabalho em Espaço Confinado, Serviço com Eletricidade,
Serviço Portuário de Agricultura
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Riscos em Segmentos Específicos: Trabalho
em Altura, Trabalho em Espaço Confinado,
Serviço com Eletricidade, Serviço Portuário
de Agricultura
• Introdução;
• Norma Regulamentadora (NR) 35: Trabalho em Altura;
• Trabalhador Capacitado;
• O Projeto;
• Análise de Risco (AR);
• Equipamentos de Proteção Individual (EPI);
• NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade;
• NR 29 – Segurança e Saúde no Trabalho Portuário;
• NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária
Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura;
• Agrotóxicos, Adjuvantes e Produtos Afins.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Conhecer os trabalhos com riscos específicos;
· Interpretar as Normas Regulamentadoras (NR) específicas;
· Conhecer os riscos e como evitá-los.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
Riscos em Segmentos Específicos:
UNIDADE Trabalho em Altura, Trabalho em Espaço Confinado,
Serviço com Eletricidade, Serviço Portuário de Agricultura
Introdução
Trabalhar nem sempre corresponde a uma tarefa fácil de ser executada e ainda
pode implicar em problemas de saúde do trabalhador, a qual pode ser condicionada
a fatores econômicos, sociais, organizacionais, tecnológicos e ainda aos riscos
físicos, químicos, biológicos, mecânicos e/ou ergonômicos.
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Requisitos Mínimos e as Medidas
de Proteção para o Trabalho em Altura
O termo mínimo denota a intenção de regulamentar o menor grau de exigibilida-
de, passível de auditoria e punibilidade, no universo de medidas de controle e siste-
mas preventivos possíveis de aplicação (BRASIL, 2016, p. 890). Os trabalhadores
podem estar indiretamente envolvidos, ainda que não atuando com diferenças de
níveis, mas presentes no entorno das atividades, logo, sujeitos aos riscos relativos
ao trabalho em altura; ou mesmo diretamente envolvidos. Assim, a Figura 2 ilustra
as cinco medidas/regras de controle, a saber:
Neste momento foquemos nas duas primeiras medidas, afinal, estas podem ser
consideradas as mínimas medidas de controle:
1. Deve-se evitar que o risco ocorra e, se não for possível, limitá-lo ao máximo; e
2. Reter o risco e, se ocorrer o problema, agir com rapidez no socorro
do trabalhador.
Altura
Considera-se trabalho em altura aquele executado a dois metros do nível in-
ferior, onde haja risco de queda, de modo que medidas de proteção devem ser
implantadas. Dito de outra forma, trata-se de qualquer trabalho executado com
diferença de nível superior a 2 m da superfície de referência e que ofereça risco
de queda. A Figura 3 ilustra essa condição de altura na atividade laboral:
Importante! Importante!
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O direito de recusa está previsto no Artigo 13 da
Convenção n.º 155 da Organização Internacional
do Trabalho (OIT), promulgada pelo Decreto n.º
1.254, de 29 de setembro de 1995, que assegura
ao trabalhador a interrupção de uma atividade
de trabalho por considerar que envolve grave e
iminente risco – conforme conceito estabelecido
na NR 3 – para a sua segurança e saúde e/ou de
outras pessoas.
• Zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser afetadas
por suas ações ou omissões no trabalho.
• Finalmente, enquanto capacitação e treinamento, cabe ao empregador:
• Executar treinamentos para o trabalho em altura; e
• Promover programas para a capacitação dos trabalhadores à realização de
trabalho em altura (BRASIL, 2016, p. 890-891).
Importante! Importante!
Trabalhador Capacitado
Considera-se capacitado ao trabalho em altura o funcionário submetido e apro-
vado em treinamento, teórico e prático, com carga horária mínima de oito horas e
cujo conteúdo programático deve incluir, no mínimo, o seguinte:
• O trabalhador, antes de iniciar as suas funções com atividades em altura, deve ser
capacitado de acordo com a carga horária, conteúdo programático e aprovação;
• A empresa, ao admitir um trabalhador, poderá avaliar os treinamentos reali-
zados anteriormente por esse e, em função das características das atividades
desenvolvidas pelo trabalhador na instituição anterior, convalidá-los ou com-
plementá-los, atendendo à sua realidade, desde que realizados há menos de
dois anos;
• O aproveitamento de treinamentos anteriores, total ou parcialmente, não exclui a
responsabilidade de a empresa emitir a certificação da capacitação do empregado;
• O treinamento deve incluir, além dos dispositivos aplicáveis dessa NR, os de-
mais estabelecidos em outras NR ou normas técnicas que possam ter interfe-
rência ao trabalho em altura;
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• A avaliação seja efetuada periodicamente, considerando os riscos envolvidos
em cada situação;
• Seja realizado exame médico voltado às patologias que poderão originar mal
súbito e queda de altura, considerando também os fatores psicossociais – no
planejamento do trabalho devem ser adotadas as medidas, inclusive, na etapa
de concepção das instalações e dos equipamentos (BRASIL, 2016, p. 890).
O Projeto
O projeto deve ser concebido no sentido de evitar a exposição do trabalhador ou
eliminar o risco de queda. Para tanto, deve-se adotar:
• Medidas para evitar o trabalho em altura;
• Ações sempre que existir meio alternativo de execução;
• Um meio alternativo de execução sem expor o trabalhador ao risco de queda,
sendo a melhor condição para tal (BRASIL, 2016, p. 891).
• Nesse sentido, são medidas de proteção coletiva a:
• Instalação de sistema de guarda-corpo e corrimãos;
• Utilização de redes de proteção ou de cintos de segurança como medida
de proteção coletiva e individual para minimizar as consequências da queda
(BRASIL, 2016, p. 891).
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Espaços confinados: são quaisquer áreas ou ambientes não projetados para a ocu-
Explor
pação humana contínua, que possuam meios limitados de entrada e saída, cuja venti-
lação existente seja insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a
deficiência ou o enriquecimento de oxigênio (BRASIL, 2016, p. 847).
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Figura 4 – Trabalhador entrando em um tanque industrial de combustíveis
Fonte: iStock/Getty Images
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• Cumprir com as orientações e os procedimentos recebidos nos treinamentos
com relação aos espaços confinados (BRASIL, 2016, p. 848) – a Figura 9
ilustra como deve ser protegido e identificado o local onde ocorra trabalho em
espaço confinado:
Importante! Importante!
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Luvas de raspa
Calçados de segurança
Trava de segurança
Respiradores
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NR 10 – Segurança em Instalações
e Serviços em Eletricidade
Os riscos aos trabalhadores das redes elétricas são constantes e estão regula-
mentados pela NR 10, esta que trata das instalações e dos serviços em eletricidade
junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Essa norma estabelece as condições para garantir a segurança e saúde dos tra-
balhadores que direta ou indiretamente interagem em instalações elétricas e servi-
ços com eletricidade. Formula também que todos os funcionários que intervenham
em instalações elétricas energizadas com alta tensão devem receber treinamento
de segurança complementar da NR 10 para o Sistema Elétrico de Potência (SEP)
(BRASIL, 2016, p. 151).
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Tabela 2
Etapas de Desenergização
Trata-se da abertura efetiva do circuito (pre-
Desligar
ferencialmente o de força).
Trata-se da introdção de um dispositivo físi-
Bloquear
co/trava que mantenha o circuito aberto.
NR 29 – Segurança e Saúde
no Trabalho Portuário
O objetivo principal da NR 29 é definir procedimentos que permitam uma ges-
tão adequada dos fatores de riscos presentes no ambiente de trabalho portuário,
identificando as condições socioeconômicas responsáveis por tal gestão (FUNDA-
CENTRO, 2014, p. 27).
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NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho
na Agricultura, Pecuária Silvicultura,
Exploração Florestal e Aquicultura
A NR 31 tem como objetivo estabelecer os preceitos a serem observados na
organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento
e desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração
florestal e aquicultura com a segurança, saúde e o meio ambiente do trabalho sendo
obedecidos ao estabelecido por essa norma (BRASIL, 2016, p. 752).
Como esse tipo de trabalho é muito complexo, sendo que em todas as fases da
produção normalmente é executado sem proteção física e social, torna-se neces-
sário dividir a interpretação das partes mais importantes da NR 31 em abordagens
específicas, de modo que nesta oportunidade nos aprofundaremos parcialmente na
questão da agricultura, apenas.
Assim, pode-se dizer que os trabalhadores rurais estão expostos aos seguintes riscos:
• Químicos – inseticidas, herbicidas, maturadores etc.;
• Físicos – calor, frio, umidade, radiação solar;
• Mecânicos – atrito, pressão, vibração, fricção, EPI inadequado;
• Biológicos – bactérias, fungos, vírus e animais peçonhentos;
• Ergonômicos – postura, força, movimento repetitivo e carregamento excessivo
de peso;
• Acidentes – quedas de caminhão, carreta ou trator, quedas no ambiente de
trabalho, perfurações, torsões provocadas por agentes mecânicos em todo o
corpo, intoxicações por agrotóxicos, ataque de animal peçonhento (BRASIL,
2016, p. 752-754).
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• Adotar as medidas de proteção determinadas pelo empregador, em confor-
midade com essa NR, sob pena de constituir ato faltoso a recusa injustificada;
• Submeter-se aos exames médicos previstos nessa NR;
• Colaborar com a empresa na aplicação dessa NR (BRASIL, 2016, p. 753).
• E são direitos dos trabalhadores:
• Ambientes de trabalho seguros e saudáveis, em conformidade ao disposto
nessa NR;
• Serem consultados, por meio de seus representantes na CIPATR, sobre as
medidas de prevenção que serão adotadas pelo empregador;
• Escolher a sua representação em matéria de segurança e saúde no trabalho;
• Quando houver motivos para considerar que exista grave e iminente risco
para a sua segurança e saúde e/ou de terceiros, informar imediatamente ao
seu superior hierárquico, ou membro da CIPATR, ou ainda diretamente ao
empregador, a fim de que sejam tomadas as medidas adequadas de correção,
interrompendo o trabalho – se necessário;
• Receber instruções em matéria de segurança e saúde, bem como orientação
para atuar no processo de implementação das medidas de prevenção que se-
rão adotadas pelo empregador (BRASIL, 2016, p. 753).
A NR 31 é extensa graças às especificidades da área rural, de modo que o seu estudo não se
Explor
encerra aqui. Portanto, busque, leia, interprete, revise e aprenda a consultar a legislação, a
fim de garantir, agora e futuramente, um trabalho seguro!
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Uma metodologia para auxiliar no gerenciamento de riscos
e na seleção de alternativas de investimento sem segurança
ALBERTON, A. Uma metodologia para auxiliar no gerenciamento de riscos e na
seleção de alternativas de investimento sem segurança. 1996.
Curso básico do trabalhador portuário: módulos I e II
BRASIL. Marinha. Diretoria de Portos e Costa. Curso básico do trabalhador portuário:
módulos I e II. Rio de Janeiro, 1999.
Manual básico do trabalhador portuário: módulos I, II, III, IV, V e VI
BRASIL. Marinha. Diretoria de Portos e Costa. Manual básico do trabalhador portuário:
módulos I, II, III, IV, V e VI. Rio de Janeiro, 1995.
Leitura
Norma Regulamentadora (NR) 7
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora (NR) 7 – pro-
grama de controle médico de saúde ocupacional. Brasília, DF, 2013b.
https://goo.gl/5onYpm
Norma Regulamentadora (NR) 9
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora (NR) 9 – pro-
grama de prevenção de riscos ambientais. Brasília, DF, 2013a.
https://goo.gl/9vTGJL
Norma Regulamentadora (NR) 31
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora (NR) 31 – se-
gurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal
e aquicultura. Brasília, DF, 2016.
https://goo.gl/MU1sRB
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Referências
BRASIL. Segurança e Medicina do Trabalho – Normas Regulamentadoras (NR)
de 1 a 36. 18. ed. atual. São Paulo: Saraiva, 2016.
TRIPÉ para espaço confinado. [São Paulo, 2009]. Disponível em: <http://www.
balaska.com.br/novosite/produtos/task/task.htm>. Acesso em: 17 out. 2017.
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