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Instituto Superior de Ciências de Educação a Distância

Departamento de Economia e Gestão


Licenciatura em Administração pública

Relação da poluição atmosférica com impacto ambiental e problemas de saúde


humana.

Margarida Ricardo Johane

3° Ano

Maxixe, 2022
Índice

1. Introdução ........................................................................................................................... 3

1.2. Justificativa ................................................................................................................. 3

1.3. Objetivos do trabalho.................................................................................................. 4

1.4. Metodologia do trabalho ............................................................................................. 4

2. Referencial Teórico ............................................................................................................ 4

2.2. Poluição atmosférica................................................................................................... 4

2.3. Dióxido de enxofre (SO2) .......................................................................................... 5

3. A Poluição Atmosférica...................................................................................................... 6

3.2. Principais evidências dos efeitos da poluição do ar sobre a saúde humana ............... 7

3.3. Efeitos da poluição atmosférica sobre o corpo humano ............................................. 8

4. Conclusão ......................................................................................................................... 11

5. Bibliografia ....................................................................................................................... 12
1. Introdução

A simples presença e interferência do homem na natureza vêm criando inúmeros problemas


ambientais ao longo da história. Porém, foi a partir da Revolução Industrial que tal panorama
se tornou mais marcante e a qualidade do ar, principalmente nas cidades, começou a piorar
significamente.

A degradação da qualidade do ar começou a aumentar à medida que os processos industriais


começaram a lançar na atmosfera substâncias como monóxido e dióxido de carbono (CO e
CO2, respectivamente), dióxido de enxofre (SO2), dióxido de nitrogênio (NO2), material
particulado e inúmeros outros compostos orgânicos e inorgânicos. De acordo com a Resolução
CONAMA n° 03, de 28/06/1990, que dispõe sobre padrões de qualidade do ar, considera-se
como poluente atmosférico toda substância que em determinadas concentrações possam tornar
o ar impróprio, trazendo danos tanto para o ambiente quanto para o bem-estar público.

Portanto, sabe-se que a exposição humana à má qualidade do ar pode trazer conseqüências


graves à saúde e que o processo oleiro gera uma quantidade de poluição considerável, tanto no
interior da olaria quanto para o meio ambiente, devido às suas emissões. Assim, o tema mostra-
se adequado para ser discutido. Neste trabalho, a relação da poluição atmosférica com o impacto
ambiental e problemas de saúde humana.

1.2.Justificativa

Segundo Arbex et al. (2012), as altas concentrações de poluentes no ar, provocam a formação
de radicais livres de oxigênio, que induz ao estresse oxidativo nas vias aéreas do sistema
respiratório, provocando a sua inflamação. Desta forma, este trabalho tem como objetivo
analisar se os poluentes do ar em Paranaguá têm alguma influência em doenças virais e
bacterianas, como influenza e pneumonia, e com as doenças crônicas asma e bronquite.

Uma vez que os poluentes podem interferir na saúde da população, existem os padrões da
qualidade do ar, limite máximo da concentração de um poluente em nível de garantia de saúde
e bem estar da população (LISBOA, 2007), esses padrões estão tanto em caráter federal como
em caráter estadual.
1.3.Objetivos do trabalho

Objetivo Geral

• Relacionar a poluiçã o atmosfé rica com impacto ambiental e problemas de saú de


humana.

Objetivos específicos

• Abordar sobre a Poluição Atmosférica;


• Apresentar as principais evidências dos efeitos da poluição do ar sobre a saúde humana;
• Analisar os efeitos da poluição atmosférica sobre o corpo humano.

1.4.Metodologia do trabalho

A metodologia empregada para o desenvolvimento deste trabalho envolveu pesquisas


bibliográficas que descrevem a poluição atmosférica com impacto ambiental e problemas de
saúde humana. A pesquisa bibliográfica foi realizada a partir de material científico
disponibilizado através de livros, artigos e documentos. Segundo ROTHER (2007), os artigos
de revisão narrativa são grandes publicações adequadas para discutir e descrever
desenvolvimento ou até mesmo estado da arte sobre um assunto qualquer, mediante o ponto de
vista teórico ou conceitual. São constituídos de análise em literatura científica na interpretação
e também no ponto de vista crítico do autor. A pesquisa foi realizada através de busca em artigos
e documentos do Ministério da Saúde (MS), Organização Mundial da Saúde (OMS), Fundo das
Nações Unidas para a Infância (UNICEF), bem como demais literaturas relevantes a pesquisa.
Os documentos foram selecionados com base na leitura do título e do resumo, excluindo-se
aqueles que não estavam diretamente relacionados ao tema da pesquisa.

2. Referencial Teórico
2.2.Poluição atmosférica

A adição de substâncias no ar que possam causar efeitos mensuráveis sobre o homem, os


animais, a vegetação e os materiais, caracterizam a poluição atmosférica (STOKER, 1981).
De acordo com a Resolução CONAMA n° 03, de 28/06/1990, que dispõe sobre padrões de
qualidade do ar, considera-se como poluente atmosférico:

“toda e qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e em quantidade,


concentração, tempo ou características em desacordo com os níveis estabelecidos, e que
tornem ou possam tornar o ar impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, inconveniente ao
bem-estar público, danoso aos materiais, à fauna e à flora ou prejudicial à segurança, ao
uso e gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade”

Os poluentes atmosféricos podem ser classificados em primários e secundários, sendo que mais
de 90 % dos problemas de contaminação do ar são causados pelos primários. Os poluentes
contaminantes primários são aqueles emitidos diretamente da fonte de emissão, enquanto que
os secundários são formados na atmosfera através da reação química entre dois ou mais
poluentes primários, ou pela reação dos componentes primários com constituintes normais
presentes na atmosfera. As fontes geradoras de poluentes podem ser classificadas em
estacionárias e móveis. As estacionárias são definidas como qualquer instalação, equipamento
ou processo natural ou artificial, em local fixo, que possa liberar ou emitir matéria ou energia
para a atmosfera enquanto as fontes móveis são as que desempenham o mesmo papel, mas se
encontram em movimento (STOKER, 1981; CETESB, 2008; STERN, 1968).

Pode-se destacar como principais gases tóxicos emitidos diretamente pelas fontes antrópicas
para a atmosfera em centros urbanos e industriais: NOx (óxidos de nitrogênio), SOx (óxidos de
enxofre), CO (monóxido de carbono), CO2 (gás carbônico), NH3 (amônia), CH4 (metano),
COV (Compostos Orgânicos Voláteis) e Material Particulado (MP) (ALMEIDA, 1999;
CASTANHO, 1999).

Com relação aos processos industriais, os principais poluentes emitidos são SO2 e material
particulado (MONTEIRO, 1997). Para QUADROS (2008) material particulado em suspensão
no ar encontrado nas fases sólida e líquida, tem grande influência na qualidade do ar em
ambientes internos, bem como externos e é considerado um dos protagonistas da poluição do
ar.

2.3.Dióxido de enxofre (SO2)

O SO2 é um gás incolor e altamente tóxico, possuindo odor asfixiante em concentrações acima
de 3-5 ppm. É resultante, principalmente da combustão de combustíveis fósseis, como carvão
e petróleo. Assim, suas principais fontes são os automóveis, as indústrias e usinas termelétricas.
Devido a sua permanência prolongada no ar pode ser transportado e produzir efeitos distantes
de suas fontes emissoras. Dependendo de fatores como presença de luz solar, temperatura e
umidade, pode ser oxidado e formar H2SO4, sendo posteriormente dissolvido na água da
atmosfera e provocar as chuvas ácidas. A exposição a esse poluente pode causar irritações no
trato respiratório, agravar doenças pré-existentes ou ainda causar processos inflamatórios
semelhantes as da bronquite crônica (ARRUDA, 2008; CANÇADO et al., 2006).

A medição da concentração de SO2 no ar é feita, principalmente, através de um amostrador de


pequenos volumes (APV). Tais aparelhos podem capturar um gás (MONOGAS) ou até três
gases simultaneamente (TRIGAS). O método consiste em, mediante o uso de uma bomba de
vácuo, fazer borbulhar o ar atmosférico com uma vazão conhecida em um reagente especial. O
SO2 fica absorvido no reagente e, posteriormente, é coletado para análise no laboratório. Os
principais reagentes usados são a pararrosalinina e o peróxido de hidrogênio (ENERGÉTICA,
2011).

3. A Poluição Atmosférica

O meio ambiente possui uma dinâmica natural de circulação e recirculação dos agentes que
nele são lançados, isto é, o processo chamado de equilíbrio natural. Quando este equilíbrio é
modificado de forma acentuada, acontece um processo entrópico, até que novamente o
equilíbrio possa ser estabelecido, desde que as causas que provocaram a entropia inicial cessem,
ou ao menos diminuam acentuadamente.

Esta entropia pode ocorrer, por exemplo, quando introduzimos ao meio ambiente qualquer
matéria ou forma de energia em excesso que venha a alterar as propriedades químicas,
biológicas ou físicas deste meio, podendo provocar uma mudança negativa na qualidade de
alguma parte do ecossistema, causar alguma doença, morte ou mesmo a extinção de alguma
espécie. É a esta matéria ou forma de energia excessiva que chamamos de poluição.

A poluição do ar, portanto, vai existir quando esta entropia for causada por uma alteração na
composição ou na propriedade do ar atmosférico. Ela poderá ocorrer em consequência da ação
antropogênica ou da ação indireta que gere poluentes em concentrações inconvenientes e
nocivas ao meio ambiente – incluindo às suas paisagens naturais, aos animais, vegetais, às
estruturas naturais e artificiais, à água, ao solo – e à saúde humana.

Neste sentido, com o crescimento da população urbana e da industrialização tem havido o


aumento das emissões dos poluentes e, desta forma, a atmosfera tem se tornado no receptáculo
intermediário dos poluentes, tanto os gerados naturalmente como os gerados por atividades
antropogênicas (podendo ser fixas ou móveis), acarretando alterações importantes na qualidade
do ar e, portanto, transformando a natureza.

As fontes poluidoras naturais são aquelas que ocorrem sem a interferência humana. No entanto,
podem também liberar grandes quantidades de poluentes para a atmosfera, provocados por
fenômenos diversos, quais sejam:

a) erupções vulcânicas: lançam para a atmosfera grandes quantidades de gases tóxicos,


principalmente compostos de enxofre, material particulado e cloro;

b) incêndios florestais: emitem monóxido de Carbono e dióxido de Carbono;

c) tempestades de areia: lançam enorme quantidade de partículas de areia e pó para a atmosfera,


inclusive, a grandes distâncias e;

d) decomposição de plantas e animais: provocada por processos biológicos anaeróbicos, o que


resulta na liberação de gases como o metano (CH4), o ácido sulfídrico (H2S) e o monóxido de
Carbono (CO).

Por outro lado, as emissões provenientes das atividades antropogênicas podem ser oriundas de
fontes fixas (ou estacionárias) e/ou de fontes móveis. As emissões das fontes fixas ou
estacionárias, em geral, são advindas das atividades das indústrias (por exemplo, das centrais
termoelétricas, fábricas, incineradoras, queima de lixo a céu aberto), queimadas florestais para
o cultivo agrícola ou a criação de gado, comercialização e armazenamento de produtos
químicos voláteis e das atividades comerciais. As fontes estacionárias são responsáveis pelas
emissões de gases como o dióxido de Carbono (CO2), o dióxido de Enxofre (SO2), o trióxido
de Enxofre (SO3), o metano (CH4), hidrocarbonetos voláteis (HC) e o dióxido de Nitrogênio
(NO2).

3.2.Principais evidências dos efeitos da poluição do ar sobre a saúde humana

A convivência dos seres vivos, em especial a do homem, com a poluição do ar tem trazido
conseqüências sérias para a saúde. Os efeitos dessa exposição têm sido marcantes e plurais
quanto à abrangência.
Em países desenvolvidos e em desenvolvimento, crianças, adultos e idosos, previamente
doentes ou não, sofreram e ainda sofrem seus malefícios, como citado anteriormente. As
principais fontes poluidoras, que são os veículos automotivos e as indústrias, estão presentes
em todos os grandes centros urbanos. Nas últimas três décadas, o melhor conhecimento das
origens, composições, comportamentos, interações e, do ponto fulcral, os mecanismos de ação
desses verdadeiros inimigos da saúde pública têm mobilizado esforços e recursos tecnológicos
e financeiros diversos. Estudos observacionais têm procurado mostrar, com resultados cada vez
mais significativos, efeitos de morbidade e mortalidade associados aos poluentes do ar. No
entanto, para se avaliar a plausibilidade biológica desses achados, tem sido necessária a
realização de estudos de intervenção e experimentais. O aprimoramento de técnicas de análise
estatística de séries temporais, o tipo de estudo ecológico predominante quando se analisa
mortalidade e sua associação com poluentes conferem confiabilidade aos resultados. Esses
novos conhecimentos têm alterado conceitos previamente existentes. A adoção dos critérios de
qualidade do ar foi baseada em conhecimentos existentes até aquele momento.

Contudo, estudos mais recentes mostram que podemos encontrar efeitos graves sobre a saúde
mesmo quando os poluentes se encontram dentro dos padrões de segurança. Assim como
mortalidade pode ser um marcador de efeitos sobre a saúde, parâmetros de morbidade também
podem sê-lo, visto que pessoas levadas à morte devem ter apresentado toda uma história de
alterações clínicas anteriormente. Essas alterações clínicas têm sido documentadas na forma de
exacerbações de sintomas respiratórios e cardiovasculares, aumento das crises de asma e dor
pré- cordial, limitação funcional, maior utilização de medicamentos, número de consultas em
pronto socorro e internações hospitalares. Em síntese, através da análise dos estudos realizados
em diversos centros urbanos.

3.3.Efeitos da poluição atmosférica sobre o corpo humano

A poluição atmosférica gera uma enorme degradação da qualidade de vida da população,


provocando uma série de doenças respiratórias, cardiovasculares e neoplasias. Deve-se ressaltar
que essas três categorias de morbidade compõem as principais causas de morte nos grandes
centros urbanos (Barbosa, 1990). Além disso, ainda acarretam um decréscimo no sistema
imunológico do indivíduo, tornando-o mais susceptível às infecções agudas.

Os mais afetados pela baixa qualidade do ar são as crianças, os idosos e as pessoas com
problemas respiratórios (bronquite, asma e alergias). Hoje vale mencionar que boa parte da
população dos grandes e médios centros urbanos é composta por idosos e crianças, justamente
o grupo mais suscetível aos efeitos nocivos da poluição. Em crianças, a poluição atmosférica
pode resultar em significativas ausências à escola, diminuição nas taxas de peak flow (Eficácia
da função pulmonar, indicando quão abertas estão as vias respiratórias ou quão difícil é
respirar), e aumento do uso de medicamentos em indivíduos que sofrem de asma. Nas pessoas
normais, sejam elas adultas, crianças, ou idosos, a poluição ocasionara mudanças no sistema
imunológico (Martins, 2002), além da deterioração da qualidade de vida, ocasionando mais idas
a centros médicos, faltas na escola e/ou trabalho, além da restrição a prática de atividades físicas
ao ar livre.

Mas quais doenças e/ou sintomas em específico podemos adquirir ao estarmos diariamente
expostos ao ar poluído dos grandes centros urbanos. Vejam-se alguns deles listados abaixo:

• Espirro, Tosse e ativação do aparelho muco-ciliar – ocorre quando inalamos material


particulado, que atinge as vias aéreas inferiores, por ser uma partícula inalável. É um tipo de
poluente com capacidade de transportar gases adsorvidos até as porções mais distas das vias,
onde são efetuadas as trocas de gases no pulmão. Os mecanismos de defesa próprio dos
organismos são o espirro, tosse e o aparelho muco-ciliar, causando assim um mal estar ao
indivíduo;

• Lesões nas células das Vias Aéreas – Causadas pelo Ozônio (O3), que é um potente oxidante,
estas lesões se dão nas mais distas porções das vias respiratórias, gerando três respostas
pulmonares: tosse, dor retroesteral à inspiração e decréscimo da capacidade ventilatória
forçada;

• Irritações do Trato Respiratório – Causadas pelos aerossóis ácidos, ocasionam dor, tosse e
desconforto ao indivídui;

• Altos Níveis de Carboxihemoglobina – Causado pelo acúmulo de monóxido de carbono, tem


como sua principal fonte o transito urbano. É comumente associado à intoxicações, focando
seus efeitos principalmente sobre o coração (Freitas, 2003).

• Câncer do Pulmão – Ocasionado não apenas pelo hábito de fumar, mas também pelo simples
fato de viver em locais onde os índices de poluição atmosférica são acima do suportado pelo
organismo. É uma das doenças com maiores índices de mortalidade e também um dos tipos de
câncer mais comuns em todo o mundo;

• Asma – Asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas. O pulmão do asmático é
diferente de um pulmão saudável, como se os brônquios dele fossem mais sensíveis e
inflamados - reagindo ao menor sinal de irritação;

• Rinite e Bronquite – Rinite é um tipo de alergia que se manifesta no nariz e nos olhos,
enquanto que a bronquite, que pode ser aguda ou crônica, é uma inflamação dos brônquios;

• Distúrbios de Ansiedade, Mal de Parkinson e Alzheimer – A inalação a longo prazo de


partículas de metais poluentes e tóxicos, como mercúrio, cádmio e compostos de chumbo,
podem dar origem a distúrbios de ansiedade e doenças como Alzheimer e Parkinson;

• Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) – Os pacientes com DPOC grave têm falta de
ar ao praticarem atividades físicas, necessitando de internação hospitalar com certa frequência.
Entre as complicações da doença estão o desenvolvimento de arritmias, necessidade de máquina
de respiração e oxigenoterapia, insuficiência cardíaca no lado direito ou cor pulmonale (inchaço
do coração ou insuficiência cardíaca devido à doença pulmonar crônica), pneumonia,
pneumotórax, perda de peso ou desnutrição grave e osteoporose.
4. Conclusão

A sociedade vem ampliando gradativamente a importância das responsabilidades sociais e


ambientais atreladas aos processos de produção de bens e serviços. Qualquer movimento a
favor da formulação de modelos de desenvolvimento mais equilibrados, capazes de sustentar
uma relação harmônica entre fatores econômicos, sociais e ambientais, vem se destacando nos
últimos anos. Isso é mais relevante considerando as alterações climáticas que vêm ocorrendo
em todo o mundo e os seus possíveis reflexos nas condições de vidas no planeta.

Todos os estudos inclusos nesta revisão sugerem que existe associação da poluição atmosférica
com problemas na saúde das populações estudadas com resultados capazes de afirmar que a
exposição à poluição atmosférica contribui para o aumento da mortalidade e morbidade,
principalmente por doenças respiratórias e cardiovasculares. Há uma diversidade de doenças
estudadas, demonstrando que o efeito da poluição do ar não afeta apenas o sistema respiratório
e circulatório da população, mas pode ser causador de risco para outros problemas como o baixo
peso ao nascer, incidência e mortalidade por câncer, partos prematuros e anemia falciforme.

No que se refere à idade investigada, a maioria dos estudos avaliou os efeitos da poluição do ar
na saúde de crianças, idosos e de recém-nascidos. Percebe-se que poucas são as pesquisas nesta
área realizadas com pessoas da faixa etária entre 18 e 64 anos. Sugere-se a investigação dos
efeitos dos poluentes nestas idades, visto que alguns estudos demonstram a associação de
poluentes com problemas na saúde também nessa faixa etária.

Por fim, pode-se verificar, que apesar dos avanços capazes de proporcionar um ar mais limpo,
os atuais níveis de poluição continuam a ser danosos para a saúde. Castro et al. (2003) destacam
que para que sejam construídas políticas de saúde ambiental eficazes, tornam-se necessários
estudos que mostrem a relação entre poluição do ar e a saúde, pois estes podem garantir uma
melhoria da qualidade de informação a ser utilizada pelos gestores.

Ressalta-se também a importância de estudos que tratem dos efeitos da interação das pessoas
no meio ambiente, pois estes ampliam a possibilidade de adoção de medidas preventivas
capazes de diminuir a degradação ambiental e, consequentemente, os efeitos nocivos à saúde
das pessoas.
5. Bibliografia

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Pneumologia. p. 643-655, 2012.

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LISBOA, H. M. Meteorologia e dispersão atmosférica. Montreal. Dezembro, 2007.

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ALMEIDA, I. T.. A poluição atmosférica por material particulado na mineração a céu


aberto. Dissertação (Mestrado) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
Departamento de Engenharia de Minas. São Paulo, 1999. 194 p.

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