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Caroline Fernandes dos Santos Pereira1, Filipe Alves Guzzo Ferraz1, Hilquias Taveira
Gomes1.
1
Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) - CEUNES
1. Introdução e Objetivo
O propósito deste artigo, portanto, é caracterizar a empresa Honda, alvo do estudo, descrever
seu processo de produção e, principalmente, estudar os efeitos que a atividade industrial da
empresa exerce sobre a qualidade do ar, e em como suas operações de produção podem
impactar os níveis de poluição nas cidades onde está sediada no Brasil. O texto também busca
descrever a natureza dos gases poluentes e apresentar as ações adotadas pela empresa para
reduzir a emissão de poluentes e minimizar seus efeitos sobre o meio ambiente.
2. Metodologia
Para filtrar os dados coletados durante as pesquisas, foram utilizados descritores como
“poluição atmosférica”, “recursos atmosféricos” e “poluição no meio industrial”.
Primeiramente foram lidos os resumos dos artigos encontrados e assim selecionadas as
pesquisas a serem utilizadas na análise. Os critérios de inclusão de artigos foram aqueles
publicados em periódicos nacionais e que analisaram a associação da emissão de poluentes
pela empresa supracitada. Os critérios de exclusão foram artigos que analisaram somente a
associação das condições meteorológicas com problemas na saúde, utilizando variáveis como
temperatura, umidade, entre outras.
3. Resultados
Fundada em 1948 por Soichiro Honda, a Honda é uma marca japonesa que se tornou uma das
maiores fabricantes de veículos do mundo, conhecida por sua engenharia de precisão e
inovação tecnológica. A empresa é reconhecida por oferecer qualidade de construção,
desempenho e confiabilidade em sua linha de veículos, que inclui carros, motocicletas,
quadriciclos e motores de popa. A Honda também é conhecida por suas inovações em
tecnologia de segurança, como o sistema de freio anti-bloqueio (ABS) e o sistema de controle
de estabilidade (VSA).
A Honda é uma pioneira em tecnologias ambientais, como seu sistema híbrido que combina
um motor a gasolina com um motor elétrico, reduzindo as emissões de carbono. Além disso,
a empresa tem um forte compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade social,
apoiando projetos ambientais e comunitários em todo o mundo. Com seu compromisso com a
inovação tecnológica e a sustentabilidade, a Honda continua a liderar a indústria automotiva e
de motocicletas.
A empresa Honda atualmente emite mais de três tipos de poluentes atmosféricos diferentes,
classificando-os em três escopos específicos. O Escopo 1 se refere às emissões diretas,
provenientes de fontes que pertencem ou são controladas pela organização. Já o Escopo 2 se
refere a emissões indiretas, provenientes da aquisição de energia elétrica que é consumida
pela organização. E por último o Escopo 3, que se refere às emissões indiretas, provenientes
de atividades fora do controle direto da empresa. Em relação ao primeiro escopo a Honda
possui poluentes do tipo: CO2, NOx e SOx, todos relacionados com a montagem dos
veículos.
O dióxido de carbono (CO2) é um dos principais gases causadores do efeito estufa, resultante
da combustão completa de combustíveis ele retém o calor nas camadas mais baixas da
atmosfera, desequilibrando o clima e aumentando as médias de temperatura. Ademais, em
altas quantidades ele também é responsável por causar doenças crônicas como asma, doenças
cardiovasculares, câncer de pulmão e outros problemas respiratórios que podem levar à
morte. De 2020 para 2021 a Honda reduziu aproximadamente 19% da taxa de intensidade
desse poluente.
O monitoramento desses gases se dá por meio da comparação com uma atmosfera com
qualidade do ar padrão, ou seja, mede-se a escala de poluição em um intervalo de tempo e
espaço, identificam-se os poluentes primários e analisam-se os dados detectados,
comparando-os com os padrões legais da qualidade do ar. O CONAMA é o responsável por
oferecer, por meio da RESOLUÇÃO N° 491/2018, os valores guias de qualidade do ar
recomendados pela Organização Mundial da Saúde – OMS.
Pelas fábricas da Honda no Brasil se localizarem em sua maioria na região de São Paulo, e o
estado possuir seu próprio órgão fiscalizador, a CETESB (Companhia Ambiental do Estado
de São Paulo), a empresa segue as determinações deste órgão que abrangem a região
metropolitana, interior e litoral do estado, seguindo a mesma base da legislação do
CONAMA. Além disso, a empresa atende às regulamentações do PROCONVE (Programa de
Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), que se atenta mais especificamente à
poluição gerada pelo escopo 3.
3.4 Descrição dos mecanismos de controle de emissão de poluentes atmosféricos
A Honda é uma empresa que busca constantemente inovar e aprimorar suas tecnologias para
produzir veículos mais eficientes e sustentáveis, com o objetivo de reduzir a emissão de
poluentes e minimizar o impacto ambiental de suas operações. Para isso, a empresa tem
investido em tecnologias avançadas de motores, sistemas de exaustão e fontes de energia
renováveis, além de seguir normas e regulamentações governamentais rigorosas em todo o
mundo. Neste contexto, a Honda tem sido uma referência no desenvolvimento de soluções
para controlar as emissões de poluentes atmosféricos, contribuindo para a construção de um
mundo mais limpo e sustentável. Para tal, a empresa adota algumas iniciativas com o objetivo
de diminuir o impacto ambiental de suas atividades, exemplo disso é o fato de que a empresa
adota o conceito de Green Factory em todas as suas unidades fabris, que inclui a gestão de
resíduos, o uso eficiente de energia, a conservação de água e a redução das emissões de gases.
O conceito também é aplicado às operações logísticas por meio do Green Logistics, que visa
reduzir o volume de embalagens e otimizar o transporte com armazéns flutuantes. A Honda
promove também, o Green Office para incentivar seus funcionários a adotarem a coleta
seletiva e a utilização consciente de recursos, além disso, a empresa estende seu compromisso
ambiental a toda a cadeia produtiva, incentivando seus fornecedores e concessionários a
adotarem práticas sustentáveis e sendo avaliados por sua performance ambiental. Desta
forma, a proposta de sustentabilidade da empresa vai além dos processos e práticas, refletindo
principalmente nos seus produtos, de modo a alcançar sua visão de uma sociedade livre de
emissões de carbono melhorando o desempenho ambiental de seus produtos. Nesse sentido, a
empresa tem investido globalmente em aprimorar os motores a combustão e em desenvolver
e comercializar novos modelos de veículos eletrificados, como os elétricos a bateria (BEV),
híbridos (HEV) e a célula de hidrogênio (FCV).
A Honda do Brasil tem se esforçado para alcançar a meta global de neutralidade de carbono
em seus produtos e atividades até 2050, seguindo a diretriz global da Honda Motor no Japão.
Uma das metas da empresa é reduzir o consumo de energia elétrica e diversificar suas fontes
de energia. A Honda Energy, parque eólico localizado em Xangri-lá (RS), é um exemplo
desses esforços. O parque é o primeiro do setor automotivo nacional e do grupo Honda no
mundo e supre toda a demanda de energia elétrica das unidades fabris de automóveis no
interior paulista, além de atender também o escritório administrativo em São Paulo. Em 2021,
o parque atingiu a marca de 90 mil MWh de energia gerada e possui 94 mil MWh de
capacidade máxima de geração de energia anual. Desde sua inauguração, em 2014, o projeto
contabiliza mais de 538 mil MWh de energia elétrica limpa produzida, o que permitiu a
produção sustentável de mais de 826 mil automóveis e evitou a emissão de 42 mil toneladas
de CO2.
Uma iniciativa conceito importante que a Honda aplica em todas as suas operações é o
conceito dos 3Rs: Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Dessa forma, a empresa gerencia os resíduos
provenientes das suas atividades e concentra esforços no aprimoramento dos processos de
produção com o desenvolvimento de novas tecnologias voltadas para a redução, reutilização
e reciclagem. O projeto “Aterro Zero” implantado nas unidades produtivas de Sumaré-SP e
Itirapina-SP da Honda consiste em uma iniciativa que busca reduzir ao máximo a geração de
resíduos e evitar que eles sejam destinados a aterros sanitários. Para isso, a empresa adotou
medidas como a separação de resíduos na fonte, a reciclagem de materiais, e a destinação
correta de resíduos perigosos.
Além disso, a Honda também busca conscientizar seus colaboradores e fornecedores sobre a
importância da gestão sustentável de resíduos. Com a implementação do projeto, a Honda
conseguiu eliminar 100% dos resíduos destinados a aterros nas unidades produtivas de
Sumaré e Itirapina. Essa iniciativa não só contribui para a redução do impacto ambiental da
empresa, mas também mostra que é possível adotar práticas sustentáveis e responsáveis na
gestão de resíduos em grandes empresas. Todo esse processo de conscientização está
diretamente ligado à ideia de que sobra de alimento não é lixo e que é possível transformar o
que ficou no prato em adubo, por meio do processo de compostagem. É o que a fábrica da
Honda Automóveis, em Sumaré, vem fazendo desde que inaugurou sua Central de
Compostagem Interna, reduzindo a emissão de gás carbônico da cadeia logística envolvida na
coleta e destinação de mais de 120 toneladas anuais deste tipo de resíduo. Essa é mais uma
iniciativa da Honda em prol da sustentabilidade. Em 2021 foram produzidas cerca de 26,9
toneladas de adubo orgânico, que foram utilizados internamente nas áreas verdes da empresa.
4. Conclusão
A Honda é uma das principais fabricantes de veículos do mundo, conhecida por sua
engenharia de precisão, inovação tecnológica, qualidade de construção, desempenho,
confiabilidade e compromisso com a sustentabilidade e responsabilidade social. Embora a
Honda seja pioneira em tecnologias ambientais e tenha adotado medidas para minimizar a
poluição atmosférica em suas operações de produção, a empresa ainda emite poluentes
atmosféricos, classificados em três escopos específicos.
5. Referências Bibliográficas
LINDE, Klaus; WILLICH, Stefan N. How objective are systematic reviews? Differences
between reviews on complementary medicine. Journal of the royal society of medicine, v.
96, n. 1, p. 17-22, 2003.
POPE, Carey; DOCKERY, Douglas W. Health Effects of Fine Particulate Air Pollution:
Lines that Connect. Journal of the Air & Waste Management Association, v. 56, n. 6, p.
709–742, 2006. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/16805397/>. Acesso em:
25 abr. 2023.