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RADIOLOGIA

A COMPRESSÃO DA RELAÇÃO ENTRE AS APLICAÇÕES


RADIOLÓGICAS E ATUAÇÃO PROFISSIONAL

Formosa-GO,
2022
A COMPRESSÃO DA RELAÇÃO ENTRE AS APLICAÇÕES
RADIOLÓGICAS E ATUAÇÃO PROFISSIONAL

Trabalho apresentado à Universidade UNOPAR, como


requisito parcial para a obtenção de média semestral nas
disciplinas norteadoras do semestre letivo.

Tutor (a): Milena Castilho de Moraes de Oliveira

Formosa-GO,
2022
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO..........................................................................................4
2.1 TAREFA 1.........................................................................................................4
2.2 TAREFA 2.........................................................................................................5
2.3 TAREFA 3.........................................................................................................5
2.4 TAREFA 4.........................................................................................................7
3 CONCLUSÃO.......................................................................................................8
REFERÊNCIAS........................................................................................................... 9
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1 INTRODUÇÃO

O profissional de radiologia está inserido em um campo de atuação que


apresenta inúmeros riscos, sendo necessário o cuidado constante com a proteção
destes, sobretudo no que diz respeito à exposição à radiação ionizante e as
possíveis consequências para a saúde do funcionário exposto. Desse modo, é
importante se estudar acerca de como proceder caso ocorra exposição no espaço
de trabalho.
Nesse contexto, esta produção possui como objetivo elucidar as relações
entre as aplicações radiológicas e a atuação profissional, a partir da análise dos
processos de contenção de riscos em caso de exposição à radiação ionizante. Para
trabalhar essa questão, será feito um estudo de caso de um funcionário que, ao
realizar a manutenção de um equipamento, foi exposto a raios x e sofreu
queimaduras nos braços devido ao excesso da radiação ionizante.
Dessa maneira, esta produção, ao longo do desenvolvimento, irá abordar
pontos intrínsecos ao cuidado do funcionário do caso apresentando. Assim sendo,
será discutido: quais medidas de segurança realizar em casos de exposição,
conceituados acerca das queimaduras, processo de infecção bacteriana e medidas
de primeiros socorros a contaminação radioativa.
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2 DESENVOLVIMENTO

2.1 TAREFA 1

Considerando o caso apresentado na Situação Geradora de Aprendizagem,


observa-se a necessidade de fornecer cuidados para o trabalhador que foi exposto a
radiação. Para isso, cabe recorrer a NR 32, uma Norma Regulamentadora que versa
acerca da Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde, recomendando
quais medidas preventivas devem ser realizadas para cada situação de risco
vivenciada por profissionais.
Dentre as situações de exposição a risco abordadas pela NR 32, destaca-se,
para o profissional de radiologia, os riscos das radiações ionizantes, as quais podem
ocasionar inúmeros danos à saúde do trabalhador. Desse modo, torna-se
imprescindível discorrer acerca das ações necessárias, conforme a NR 32, quando
ocorre ou há suspeita de exposições acidentais a radiações ionizantes. Conforme a
norma, é obrigatório que os dosímetros sejam encaminhados para a leitura no prazo
máximo de 24 horas (BRASIL, 2005).
No caso de ocorrência ou suspeita de exposição acidental a fontes seladas, a
NR 32 recomenda que sejam adotados “procedimentos adicionais de monitoração
individual, avaliação clínica e a realização de exames complementares, incluindo a
dosimetria citogenética, a critério médico” (BRASIL, 2005, p. 7). Além disso, a NR 32
fornece as seguintes instruções para as fontes não seladas:
Após ocorrência ou suspeita de acidentes com fontes não seladas, sujeitas
a exposição externa ou com contaminação interna, devem ser adotados
procedimentos adicionais de monitoração individual, avaliação clínica e a
realização de exames complementares, incluindo a dosimetria citogenética,
a análise in vivo e in vitro, a critério médico (BRASIL, 2005, p. 7)

Por fim, a norma regulamentadora ressalta a importância de se elaborar e


implementar um programa de monitoramento periódico para as áreas da instalação
radiativa, em conformidade com o Plano de Proteção Radiológica (BRASIL, 2005).
Desse modo, considerando as ações necessárias, é fundamental que o profissional
de radiologia conheça a NR 32.
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2.2 TAREFA 2

Durante o acidente, o funcionário sofreu queimaduras na região dos braços.


Para entender a que situação este trabalhador está exposto, é importante analisar
conceitos relacionados a essa lesão. Nesse sentido, as queimaduras são lesões
ocasionadas por agentes externos (energia química, por exemplo), que possuem a
capacidade de danificar os tecidos corporais, a partir da produção de calor excessivo
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012). As queimaduras podem ser classificadas, quanto
a profundidade, em queimaduras de 1°, 2° ou 3° grau.
As queimaduras de 1° grau é uma lesão mais artificial, a qual atinge apenas o
sistema tegumentar da epiderme (ROCHA, 2009). Além disso, é importante ressaltar
as características clínicas apresentadas por esse tipo de queimadura: os pacientes
vivenciam sintomas de dor intensa, vermelhidão local e, ao tocar na pele, palidez.
Acerca da lesão, esta é seca, não produz bolhas, apresenta edema e descama em 4
a 6 dias (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012).
Em relação à queimadura de 2° grau, sua espessura pode ser parcial-
superficial ou profunda, afetando a epiderme e parte da derme, respectivamente
(ROCHA, 2009). No que diz respeito aos sintomas clínicos, a queimadura de
segundo grau forma bolha ou flictenas. Quando superficial, a bolha é rósea, úmida e
dolorosa. Nos casos de queimadura profunda, a base da bolha é branca, seca,
indolor e menos dolorosa, justamente por afetar terminações nervosas da pele
(ROCHA, 2009).
As queimaduras de terceiro grau, por sua vez, atingem toda a derme e
também tecido subcutâneos, havendo destruição total de nervos, podendo até atingir
os músculos e estruturas ósseas. Sendo assim, sua espessura é total. No que tange
aos sintomas clínicos, a queimadura de 3° grau é indolor, apresenta placa
esbranquiçada ou enegrecida, possui textura coriácea e necessita de enxertos
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012).

2.3 TAREFA 3

Com a queimadura, o funcionário ficou suscetível a infecção bacteriana,


sendo necessário, portanto, entender como essa infecção ocorre, já que esta foi a
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responsável por agravar o quadro clínico do trabalhador. A infecção Bacteriana


consiste no termo utilizado para designar uma doença ocasionada por uma bactéria
patogênica, as quais infectam o ser a partir da entrada no organismo. Para causar
doença, um patógeno deve atingir com sucesso quatro etapas ou estágios da
patogênese: exposição (contato), adesão (colonização), invasão e infecção (SILVA,
2012). Desse modo, o patógeno deve ser capaz de entrar no hospedeiro, viajar para
o local onde pode estabelecer uma infecção, evadir ou superar a resposta imune do
hospedeiro e causar danos ao hospedeiro.
Em relação a exposição, esta corresponde ao encontro com um patógeno
potencial, o que pode ocorrer a partir da ingestão de alimentos contaminados ou
manuseio de objetos, por exemplo. Salienta-se que nem todos os contatos resultam
em infecção e doença, na medida em que, para que um patógeno cause doença, ele
precisa ser capaz de obter acesso ao tecido do hospedeiro, o que ocorre a partir de
um portal de entrada, tais como a pele, as membranas mucosas e vias parenterais
(SILVA, 2012).
Após a exposição inicial, o patógeno adere no portal de entrada. O termo
adesão refere-se à capacidade dos micróbios patogênicos de se ligarem às células
do corpo usando fatores de adesão, e diferentes patógenos usam vários
mecanismos para aderir às células dos tecidos do hospedeiro. Acerca desse ponto,
salienta-se que moléculas (proteínas ou carboidratos) chamadas adesinas são
encontradas na superfície de certos patógenos e se ligam a receptores específicos
(glicoproteínas) nas células hospedeiras (SILVA, 2012). Além disso, a produção de
glicocálices também pode permitir que certos patógenos bacterianos se liguem às
células.
Uma vez que a adesão é bem sucedida, a invasão pode prosseguir. A
invasão envolve a disseminação de um patógeno pelos tecidos locais ou pelo corpo.
Os patógenos podem produzir exoenzimas ou toxinas, que servem como fatores de
virulência que lhes permitem colonizar e danificar os tecidos do hospedeiro à medida
que se espalham mais profundamente no corpo. Os patógenos também podem
produzir fatores de virulência que os protegem contra as defesas do sistema
imunológico (SILVA, 2012).
Por fim, após a invasão, a multiplicação bem sucedida do patógeno leva à
infecção, que podem ser descritas como locais, focais ou sistêmicas, dependendo
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da extensão da infecção. Como exemplo, pode-se citar infecções do trato urinário


confinadas à bexiga ou pneumonia confinada aos pulmões.

2.4 TAREFA 4

Dentre as situações relacionadas aos ricos de materiais radioativos, tem-se a


contaminação radioativa externa, a qual exige cuidados de primeiros socorros
imediato. De acordo com os Princípios Básicos de Proteção e Segurança
Radiológica (UNIVERSIDADE DO RIO GRANDE DO SUL, 2006), em casos de
contaminação localizada sem ferimentos na mão, o primeiro passo a ser realizado
consiste em ensaboar, de forma meticulosa, as mãos durante o período de 2 a 3
minutos com sabão suave, lavando os espaços entre dedos, corno das unhas e
beirada externa das mãos.
Em seguida, é preciso enxaguar as mãos com água morna, pelo período de 1
minuto. Após essa etapa, ensaboa-se as mãos novamente, por 2 minutos e enxágue
novamente, por 1 minuto. Realizado esses cuidados, cabe monitorar os sintomas
apresentados pela região e, se necessário, realizar a ensaboar novamente, de forma
cuidadosa para não arranhar. Após, caso ainda observe necessidade, Universidade
do Rio Grande do Sul (2006, p. 228) recomenda que:
em caso de necessidade, prosseguir ensaboando, com escovação suave,
durante 2 minutos, evitando qualquer arranhão e enxaguar durante 1
minuto, repetindo duas vezes essas operações; monitorar; lavar, durante 2
minutos, com solução de ácido cítrico a 3%; enxaguar, por minuto; repetir a
operação acima; untar com lanolina; ensaboar, escovar suavemente,
enxaguar (duas vezes); monitorar. Caso a contaminação persista, devem
ser seguidas as instruções do supervisor de proteção radiológica ou as que
tiverem sido estabelecidas pelo serviço médico da instalação

Caso a contaminação ocorra em outras partes do corpo, é necessário seguir


o mesmo passo realizado para as mãos. É importante salientar que não deve-se
limpar o corpo todo de imediato, mas focar, inicialmente, em descontaminar as áreas
atingidas. Ainda conforme a Universidade do Rio Grande do Sul (2006), apenas
após a remoção da contaminação isolada é que se pode lavar outras partes do
corpo. Destaca-se, ainda, a particularidade do cabeço de contaminação isolada dos
cabelos, parte esta que deve ser lavada com sabão e, caso necessário, com ácido
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cítrico. O banho, por sua vez, deve ser realizado apenas a partir do aval do
responsável pela segurança radiológica (RIO GRANDE DO SUL, 2006).
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3 CONCLUSÃO

A partir dos estudos realizados durante esta produção, foi possível ampliar os
conhecimentos acerca dos riscos aos quais o profissional da radiologia está inserido.
A análise da magnitude desses danos, desde queimaduras até infecção como no
caso apresentado, fez com que emergisse uma reflexão acerca da importância de
realizar uma inspeção frequente em equipamentos radiológicos, assim como
também no espaço de trabalho, visando proteger o trabalhador.
Com os estudos acerca da NR 32 e de Primeiros Socorros, foram vistas
meninas auxiliando o funcionário que foi exposto a reduzir os possíveis danos,
conhecimento este imprescindível para o estudante de radiologia. Além disso, essa
análise possibilita uma maior segurança ao trabalhador, impedindo que realize
passos errados, como tomar banho ao invés de limpar primeiramente o espaço
contaminado.
Assim sendo, esta produção mostrou-se como um manual de proteção para o
estudante de radiologia conhecer sua futura profissional, a partir da aquisição de
conhecimentos acerca dos riscos que pode vir a enfrentar. Com esse recorte,
espera-se que este trabalho seja útil para outros estudantes que busquem aprender
sobre exposição radioativa em profissionais da radiologia.
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REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria N°. 485, de 11 de Novembro


de 2005. Aprova a Norma Regulamentadora n.º 32 (Segurança e Saúde no Trabalho
em Estabelecimentos de Saúde). Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-
previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/
seguranca-e-saude-no-trabalho/sst-portarias/2005/portaria_485_aprova_nr_32.pdf.
Acesso em: 05 fev. 2022.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Cartilha para tratamento de emergências das


queimaduras. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. Disponível em: . Acesso
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartilha_tratamento_emergencia_queim
aduras.pdfem:: 05 fev. 2022.

ROCHA, Carolina de Lourdes JV. Histofisiologia e classificação das queimaduras:


consequências locais e sistêmicas das perdas teciduais em pacientes queimados.
Revista Interdisciplinar de Estudos Experimentais, v. 1, n. 3, p. 140-147, 2009.
Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-964347. Acesso
em: 05 fev. 2022.

SILVA, L. F. F. Patogênese das Infecções Bacterianas. Universidade de São


Paulo: 2012. Disponível em:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5656779/mod_resource/content/1/
PatogenesedasInfeccoesBacterianas.pdf. Acesso em: 05 fev. 2022.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Princípios Básicos de


Segurança e Proteção Radiológica. 3 ed. Porto Alegre, 2006. Disponível em:
https://www.gov.br/cnen/pt-br/acessorapido/centro-de-informacoes-nucleares/
material-didatico-1/principios-basicos-deseguranca-e-protecao-radiologica-terceira-
edicao-revisada.pdf. Acesso em: 05 fev. 2022.

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