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26/09/2023, 13:35 Descomplica | Pós-graduação Em Engenharia De Segurança Do Trabalho

Agentes Biológicos e o Ambiente


Ocupacional

I ntrodução
Uma parte central da Biossegurança é o estudo dos agentes
biológicos que são basicamente os microrganismos e/ou os produtos
do seu metabolismo ou ainda, substâncias liberadas por seres vivos
que podem causar danos aos organismos humanos. Assim é fundamental
compreender as suas características e como estão relacionados com as
normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho.

Objetivos da Aula
Nesta aula serão abordadas as características dos agentes biológicos e
como eles são tratados pelas normas NR09 – Riscos ambientais e NR32
– Saúde e Segurança no Trabalho em Serviços de Saúde.

Resumo
Agentes biológicos são basicamente os microrganismos e/ou os produtos
do seu metabolismo ou ainda, substâncias liberadas por seres vivos que
podem causar danos aos organismos humanos. O risco biológico é
definido em duas normas regulamentadoras do Ministério do trabalho:
A NR09 – Riscos ambientais: define que os agentes biológicos são os
capazes de causar danos à saúde dos trabalhadores, em função da sua
natureza, concentração, intensidade e tempo de exposição.
A NR32 – Saúde e Segurança no Trabalho em Serviços de Saúde: define
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que risco biológico é a probabilidade da exposição no ambiente de


trabalho aos agentes biológicos.
Os principais agentes biológicos são: a) as bactérias, fungos, protozoários,
riquétsias, clamídias e parasitas, além dos vermes e artrópodes (ácaros,
pulgas e piolhos); b) microrganismos geneticamente modificados ou
culturas de células de organismos multicelulares e c) substâncias ou
produtos de origem biológica como toxinas, enzimas, príons etc.
Os danos causados pelos agentes biológicos vão desde infecções de
origem micro bacteriana; às parasitoses (causadas pelos esquistossomos
ou tripanossomos); intoxicação (causadas pela toxina botulínica e
venenos de cobras); alergias (causadas por pólen fungos e fezes de
ácaros); doenças autoimunes (como as causadas pelos estreptococo do
grupo A; carcinogênicos (como HPV e Hepatites B e C) e os
Teratogênicos (como a rubéola).
Esses agentes podem causar desde sintomas não muito específicos,
mudanças biológicas, enfermidades mais graves ou mesmo a morte dos
indivíduos. Esses dados dependem de inúmeras variáveis que dependem
do agente biológico e da própria resistência do organismo do indivíduo.
São várias as possíveis origens desses agentes e a figura 1 apresenta
uma sumarização dos agentes e suas fontes comuns

Figura 1: Fonte dos Agentes Biológicos | Fonte: Autor

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São vários os critérios para avaliação do risco dos agentes biológicos: sua
virulência; o modo de transmissão; a estabilidade; a concentração e
volume; a origem do agente; a disponibilidade de medidas profiláticas e de
tratamento; a dose infectante; a manipulação e a forma de eliminação do
agente patogênico e; os diversos fatores inerentes ao próprio trabalhador.
A avaliação do risco dos agentes biológicos depende da análise do risco
individual, do risco à comunidade e da profilaxia ou tratamento existente. A
figura 2 apresenta e sumariza as quatro classes do risco biológico em
função desses fatores.

Figura 2: Classes do Risco Biológico | Fonte: Autor

No tocante à transmissão, uma das formas importantes de controle dos


agentes biológicos é através do monitoramento do ar. Para isso é
necessário a utilização de medidas de verificação dos bioaerossóis no
ambiente de trabalho e para isso é necessário: controle da exposição
geral nos ambientes; verificação do valor e tempo de concentração;
comparação dos ambientes externos e internos e; verificação das
condições de trabalho. A forma de se fazer esse controle é através do uso
de amostradores de ar ou o cultivo de microrganismos em placas de Petri
após a coleta de amostras no ambiente de trabalho.
Os agentes biológicos são tratados na NR15 – Atividades e Operações
Insalubres (disponível em https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-
br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-
trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-
regulamentadora-no-15-nr-15), que estabelece as condições para
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definição da insalubridade dos trabalhadores em seu anexo XIV.


Basicamente o grau máximo de insalubridade é dados quando o trabalho
é realizado em contato permanente com:

• Pacientes com doenças infectocontagiosas em isolamento, além de


objetos de seu uso não esterilizados;

• Carnes e demais produtos derivados dos corpos humanos e de animais


e principalmente de dejetos de portadores de doenças
infectocontagiosas.

• esgotos (galerias e tanques).

• lixo urbano (coleta e industrialização).

Já a insalubridade em nível médio é concedido com os trabalhos


realizados em contato permanente com pacientes, animais ou com
material infecto-contagiante, em:

• Hospitais e correlatos para humanos e animais.

• Laboratórios de análise clínica e Histopatologia

• Gabinetes de autópsias, de anatomia e histoanatomopatologia.

• Cemitérios (exumação de corpos).

• Estábulos e cavalariças.

• Resíduos de animais deteriorados.

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As principais medidas de controle para os agentes biológicos são: a)


mudanças na estrutura física dos locais; troca de equipamentos que
possam causar o contato direto dos agentes com os trabalhadores;
alterações de processos; limitar o número de trabalhadores expostos;
utilizar sistemas de contenção; realizar o descarte de substâncias
infectadas conforme a legislação; disponibilizar produtos de desinfecção
apropriados e; criar planos de ação em caso de acidentes.

Como aplicar na prática o que aprendeu


A NR32 – Saúde e Segurança no Trabalho em Serviços de Saúde é
importante em todos os estabelecimentos que possuem profissionais da
saúde e é aplicável até mesmo em típica farmácia de bairro. Analise uma
que conheça e liste todos os riscos que os profissionais dessa instalação
podem estar sujeitos e quais as práticas que devem ser seguidas.

Conteúdo Bônus – Tópicos Avançados


Ver o vídeo sobre riscos biológicos produzido pela Escola de Enfermagem
de Ribeirão Preto (EERP) da USP e disponível em
https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/video-alerta-sobre-
precaucoes-para-lidar-com-material-biologico/

Dica quente para você não esquecer


As Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho estão sendo
constantemente atualizadas e portanto é necessário usar sites oficiais que
contenham a versão mais atualizada.

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Referência Bibliográfica
MATTOS, Ubirajara. Higiene e Segurança do Trabalho. GEN LTC; 1ª
edição. ISBN-13: ‎978-8535235203, 2011.
MATTOS, Ubirajara; MÁSCULO, Francisco. Higiene e Segurança do
Trabalho. GEN LTC; 2ª edição, ISBN-13: 9788535291766, 2019.
BREVIGLIERO, Ezio; POSSEBON, José; SPINELLI, Robson. Higiene
Ocupacional: Agentes Biológicos, Químicos e Físicos. Senac São
Paulo; 10ª edição. ISBN-13 ‫‏‬: ‎978-8539629459, 2019.
BARSANO, Roberto; BARBOSA, Rildo. Higiene e Segurança do
Trabalho. Érica; 2ª edição. ISBN-13 ‫‏‬: ‎978-8536526850, 2018.
ROCHA, Rosemberg; BASTOS, M. Higiene Ocupacional ao Alcance
de Todos. Autografia; 1° edição. ISBN-13: 978-855268540, 2016.
HINRICHSEN, Sylvia. Biossegurança e Controle de Infecções – Risco
Sanitário Hospitalar. Guanabara Koogan; 3ª edição. ISBN-13 ‫ ‏‬: ‎ 978-
8527734059, 2018.

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