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UNOPAR – PITÁGORAS

ENFERMAGEM - BACHARELADO

PORTFÓLIO TEMÁTICA: Infecção de ferida cirúrgica por microrganismos


resistentes e a prática profissional

DISCENTES:
Eva Santos Silva
Amanda Gonçalves Labes
Brenda Almeida Freitas
Fabia Lanuzui da Silva
Lucas Carvalho Silva
Taciana Miranda Ribeiro da Silva
Weder de Oliveira Araújo

MARABÁ
2022
DISCIPLINA: PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR EM GRUPO – PGA

TUTOR PRESENCIAL:
Ottomá Gonçalves

Trabalho apresentado do curso de Enfermagem entregue


como requisito parcial para obtenção de nota nas disciplinas
gerenciadas pelo Pólo Unopar – Marabá.

MARABÁ
2022

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................4
2. DESENVOLVIMENTO............................................................................................6
2.1 Caracterização da ferida cirúrgica infectada.......................................................6
2.2 Intervenções diante da ferida cirúrgica infectada...............................................8
2.3 Enfermagem no contexto da infecção da ferida cirúrgica...................................9
3. Anamnese.............................................................................................................11
4. Objetivos...............................................................................................................15
5. Metodologia..........................................................................................................15
6. Infecção de Sitio Cirúrgico....................................................................................16
7. CONCLUSÃO.......................................................................................................18
8. REFERÊNCIAS....................................................................................................20

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1. INTRODUÇÃO

As infecções hospitalares surgiram com os primeiros hospitais e muito antes


das pesquisas de Pasteur e outros cientistas da época, os médicos já tinham
conhecimento de que determinadas infecções se desenvolviam mais
frequentemente em hospitais do que na comunidade. Isto se dá pelo fato de existir
reunião in discriminada de enfermos em um ambiente fechado facilitando a
disseminação de diversas doenças; além disso a introdução contínua de micro
organismos pato gênicos num hospital toma as possibilidades de contágio
evidentemente maiores.
De acordo com o Ministério da Saúde, infecção hospitalar é qualquer infecção
contraída após internação do paciente, que se manifesta durante sua permanência
no hospital ou mesmo após alta, quando puder ser relacionada com a infecção.
Infecções de ferida cirúrgica são a segunda causa mais frequente de
infecções hospitalares, ficando abaixo apenas das infecções urinárias sendo causa
importante no aumento de custos hospitalares, morbidade, problemas psicossociais
e incapacitação em alguns casos e morte em outros.
A qualidade e segurança do cuidado perioperatório relaciona-se diretamente
ao desenvolvimento de modelos tecno-assistenciais, os quais se constituem em
verdadeiros desafios para as organizações de saúde, em virtude da crescente
evolução tecnológica aliada à incorporação de novos processos clínicos e técnicas
cirúrgicas. Tais avanços, apesar de contribuírem para a maior qualidade dos
serviços prestados representam, ao mesmo tempo, riscos assistenciais agravados
por falhas estruturais do sistema ou devido à deficiência na gestão dos processos de
trabalho, podendo culminar em eventos adversos em pacientes submetidos ao
tratamento cirúrgico. No mundo, aproximadamente 4.511 operações por 100.000
habitantes ocorrem anualmente, o que equivale a um procedimento cirúrgico para
cada 22 pessoas. As infecções hospitalares são consideradas um grande problema
de saúde por afetar, todos os anos, um elevado número de pessoas no mundo. Em
países industrializados as complicações relacionadas aos procedimentos cirúrgicos
são registradas entre 3% e 16% dos pacientes, ao passo que nos países em

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desenvolvimento, a mortalidade
ocasionada por tais complicações oscila entre 5 e 10% dos pacientes.

Estudos têm demonstrado que entre os eventos adversos mais comuns


ocorridos na área da saúde estão os relacionados às infecções de feridas cirúrgicas,
às quais também se constituem nas principais responsáveis pelas chamadas
Infecções de Sítio Cirúrgico (ISC). As ISC dizem respeito à infecção que ocorre no
local do procedimento cirúrgico, estando relacionada a uma complicação local da
região cirúrgica. No Brasil, às chamadas Infecções Relacionadas com a Assistência
à Saúde (IRAS), abrangem de 14 a 16% das hospitalizações.
A prevenção da ISC envolve uma ampla abordagem, e o enfermeiro deve
participar com rigor em todas as fases do procedimento cirúrgico – é o profissional
protagonista na elaboração e implementação de medidas que resultam
positivamente em um atendimento eficaz para a recuperação do paciente na
prevenção de riscos advindos de procedimentos cirúrgicos. Nesse sentido, no
momento da cirurgia os pacientes necessitam de atenção, cuidado e orientações
específicas devido aos sentimentos como ansiedade, medo, angústia e dúvidas, de
forma que a equipe de enfermagem se constitui nos profissionais capazes de
fornecer os cuidados e orientações específicas nestas situações.

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Caracterização da ferida cirúrgica infectada

Após uma cirurgia, o paciente se depara com uma ferida operatória, que,
embora pareça uma simples linha de sutura, requer cuidados especiais. Deve-se ter
sempre avaliação e manejo no pós-operatório. Esses cuidados são realizados pelo
enfermeiro e por sua equipe de enfermagem. Desta forma, a avaliação do sítio
cirúrgico envolve o exame físico da ferida e da pele adjacente, relacionando os
achados com o processo fisiológico de cicatrização. Com isso, faz-se a mensuração
da incisão.
A observação do tecido da ferida deve ser feita com atenção à reepitelização,
à integridade da linha de sutura, ao exsudato que, porventura, possa drenar e à
execução da palpação da incisão, atentando-se para a deposição de colágeno.
Assim, o paciente deve ser avaliado diariamente pelo enfermeiro para detectar sinais
e sintomas desta ferida (FERREIRA & ANDRADE, 2006).
A cicatrização do sítio cirúrgico pode ocorrer de três formas, tais como
cicatrização por primeira intenção, que se dá por intermédio da aproximação das
margens e fechamento da ferida; cicatrização por segunda intenção, que acontece
quando o sítio cirúrgico é deixado aberto e a ferida cicatriza por formação de tecido
de granulação e epitelização e, finalmente, a cicatrização por terceira intenção ou
fechamento primário retardado, que ocorre quando a ferida é deixada aberta por um
curto período de tempo e, transcorrido este tempo, as margens são aproximadas e
suturadas (KAWAMOTO, 2009).
Na fase inflamatória, o processo de restauração da ferida inicia-se nas
primeiras horas, resultando em reparos e substituição de células mortas e
danificadas por células saudáveis, constituindo, assim, o tecido conjuntivo
denominada cicatriz. O achado mais importante nos primeiros quatro dias de pós-
operatório é a identificação da inflamação. A incisão cirúrgica pode apresentar-se
quente ao toque e com eritema e edema ao seu redor. Nessa fase, é normal

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observar sinais inflamatórios ou
flogísticos, tais como calor, eritema ou descoloração, dor e edema. No entanto,

pacientes com comprometimento do sistema imunológico devido à idade, à doença


de base ou a terapias, tais como o uso de corticoides, podem não demonstrar
resposta
inflamatória efetiva, não sendo distinguíveis os sinais inflamatórios esperados nesta
fase, o que caracteriza um sinal não desejado. Nesta etapa, ocorre, também, o
processo de reepitelização. Na ferida, a nova epiderme é produzida rapidamente,
devido à presença de folículos pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas intactas,
somando-se a isto o fato da curta distância que as novas células epiteliais têm que
percorrer para reepitelizar a ferida. O sítio cirúrgico é reepitalizado dentro de 72
horas, e a nova epiderme promove uma barreira a micro-organismos e em pequeno
grau ao trauma externo. A força tênsil da incisão é relativamente pequena, não
resistindo à tração.
O enfermeiro deve observar mudanças na incisão cirúrgica, em busca da
presença do novo tecido epitelial. Desta forma, a incisão é avaliada quanto à
aproximação das bordas e à cor da linha de sutura, que pode mudar de vermelho-
claro para rosa, demonstrando a maturação deste tecido epitelial. As margens
devem se apresentar bem-alinhadas e nenhuma tensão deve ser observada
(FERREIRA & ANDRADE, 2006).
A seguir, critérios para a identificação de infecção numa ferida: dor,
temperatura corporal e local, odor, alterações da cor (tons de amarelo e verde),
aumento do exsudado (pus etc.), hiperemia, celulite e inflamação, tecido frágil de
granulação (sangra facilmente), formação de abscesso, aumento do desconforto e
da sensibilidade, ferida não- cicatrizante, deterioração e reabertura da ferida,
formação de bolsas ou pontes na base da ferida (FERREIRA, 2003).
O sinal de dor corresponde a uma dor localizada. São dores que não
conseguem ser descritas por meio de palavras. A sua intensidade pode variar de
certo desconforto até uma dor intolerável. Nenhum exame laboratorial é capaz de
comprovar a presença ou a gravidade da dor. É necessário em que se façam
perguntas ou avalie-se o grau por uma escala de zero a dez.

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Geralmente, o paciente manifesta
uma temperatura corporal, isto pode ser um sinal de infecção. O paciente apresenta
queda no estado geral, anorexia e febre. Portanto, a febre é o sinal clínico inicial
mais comum de infecção. No caso de eritema,

calor, drenagem de secreções, endurecimento das incisões que, geralmente, se


iniciam no terceiro ou quarto dia de pós-operatório, estes são os sinais mais
frequentes de uma ferida infectada (GELAPE, 2007).

2.2 Intervenções diante da ferida cirúrgica infectada

O enfermeiro tem contato mais direto com o paciente, cumpre o papel


extremamente importante nesse processo ao orientar os profissionais para prevenir
e controlar a infecção e ao contribuir com medidas específicas para que não haja
disseminação de micro-organismos no ambiente hospitalar. É importante ressaltar a
importância da prevenção da colonização do paciente pela microbiota hospitalar, por
intermédio da redução do período de internação (RODRIGUES, 2007).
Compete ao enfermeiro, como supervisor do centro cirúrgico, supervisionar o
cumprimento de tais providências por todos os profissionais envolvidos no
procedimento anestésico-cirúrgico, sejam circulantes, sejam instrumentadores,
sejam anestesistas, sejam cirurgiões (RODRIGUES, 2007).
A equipe de saúde também é importante fonte de patógenos. Embora o
preparo e a paramentação da equipe sejam importantes, em algumas situações
micro-organismos oriundos de cirurgiões ou de seus assistentes portadores poderão
provocar a ISC. Entre as causas, podem ser enumeradas algumas situações como
as seguintes: preparo inadequado do cirurgião, principalmente a antissepsia
insuficiente nas mãos; o material cirúrgico pode ser importante fonte de ISC quando
há falha no processo de esterilização ou quebra grosseira da técnica; líquidos
contaminados, utilizados para irrigação, ocasionalmente também podem levar à ISC;
superfícies não-adequadas ou limpas de forma não conveniente; o ar do ambiente
cirúrgico tem grande importância - a concentração de bactérias no início da
operação no geral é baixa, sendo frequente o encontro de várias bactérias e

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aumentando, assim, os riscos no decorrer
da cirurgia (RODRIGUES, 2007). Deve-se, ainda, educar o paciente e seus
familiares nos cuidados com a incisão na identificação e notificação de sinais e
sintomas relacionados à infecção (CDC, 2001).
Também há a recomendação de prevenção à ISC, no pré e pós-operatório
para qualquer tipo de intervenção cirúrgica. Deve-se proceder à tricotomia restrita ao
local

dá incisão e imediatamente antes da cirurgia ou, no máximo, duas horas


antes da atividade cirúrgica, com lavagem da região a ser submetida com solução
antisséptica e curativo estéril oclusivo até 24 a 48 horas após a cirurgia, visando ao
protocolo de curativo, de modo a diminuir a incidência de infecção (BORGES &
DICCINI, 2004).

2.3 Enfermagem no contexto da infecção da ferida cirúrgica

Embora internacionalmente existem divergências em relação à profissão


responsável por preparar o paciente para o procedimento cirúrgico, em geral esta
tarefa é realizada pela equipe de enfermagem. Dentre as funções recomendadas
está a degermação da pele do paciente, manutenção de sua temperatura corporal,
cuidados com os instrumentais cirúrgicos, circulação de sala operatória e auxiliar a
equipe cirúrgica de forma geral. (Wistrand C et al; 2018).
A segurança do paciente se constitui, na perspectiva da enfermagem, um
componente essencial para a assistência de enfermagem de qualidade, que não se
constitui somente em uma parte do que fazer, mas diz respeito ao comprometimento
destes profissionais com seu Código de Ética Profissional – para a segurança,
competência e cuidado ético. (Tostes et al; 2016).
Estudo de Pagamisse e col. (Pagamisse AF et al; 2020), apontou o
enfermeiro como o profissional fundamental para compor a equipe na realização de
ações de vigilância de ISC durante e após a internação de pacientes. No que diz
respeito às ações de vigilância na internação, destacaram-se sua função na busca
ativa e análise da cultura microbiológica. Entre as vantagens da vigilância ativa de
9
possíveis casos de ISC estão a
prevenção de danos emocionais e físicos, a readmissão e a redução dos custos
relativos ao tratamento. (Pagamisse AF et al; 2020).
Com relação à redução dos custos, ressalta-se que as ISC são consideradas
as mais onerosas entre as infecções associadas aos cuidados de saúde, devido ao
aumento do tempo de internação de três a quatro dias por ocorrência. (Bashaw MA
et al; 2019).

Além do acompanhamento ativo dos casos no período de internação, a


vigilância pós-alta se constitui em fator primordial em que diversos métodos são
empregados, como o contato via telefone; a carta ou e-mail, e a busca em
prontuários farmacêuticos que indiquem a utilização de antibióticos. (Pagamisse AF
et al; 2020).
O reconhecimento e diagnóstico precoces da ISC são fundamentais no
tratamento imediato e faz parte do processo de vigilância da infecção da ferida. A fim
de desempenhar esse papel de maneira eficaz, é necessário que os enfermeiros
compreendam como reconhecer com precisão a infecção da ferida, como também
seu papel na vigilância. (Copanitsanou P et al; 2021).
O enfermeiro atua no campo operatório na realização de sondagens vesicais
de demora e colabora com a supervisão da adesão às técnicas assépticas, de modo
a assegurar que todas as recomendações sejam cumpridas. Igualmente, a cobertura
da ferida operatória e a identificação de possíveis lesões de pele decorrentes do
período intraoperatório são procedimentos de extrema importância. (Gomes ET et al;
2020).
Recomenda-se para o fechamento de feridas cirúrgicas limpas a combinação
de sutura com gaze de cobertura primária – encontram-se disponíveis no mercado
grampos, adesivos e outros dispositivos mais avançados. Para os casos das feridas
que não se podem aproximar as bordas, como no caso de deiscência, têm sido cada
vez mais utilizada à terapia de curativo a vácuo que apresentam ótimos resultados.
(Gomes ET et al; 2020).

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3. Anamnese

O processo de enfermagem é composto por cinco etapas; coleta de dados,


diagnóstico, planejamento, implementação do cuidado e avaliação. A anamnese faz
parte da coleta de dados, é a entrevista inicial que o enfermeiro faz com o paciente e
contém história pregressa e familiar, problemas de saúde identificados, potenciais de
autocuidado, aspectos sociais, espiritualidade, crenças acerca dos seus problemas,
doenças hereditárias, exame físico, exame do estado mental ou qualquer tipo de
informação que possa contribuir para com o tratamento e desencadeia as outras
etapas do processo de enfermagem. Antes de iniciar um tratamento para Transtorno
por Uso de Substâncias Psicoativas (SPA), é primordial avaliar os prejuízos que
estas acarretam na vida dos usuários. O instrumento, atualmente, mais utilizado no
mundo para a abordagem multidimensional de problemas relacionados ao abuso de
SPA é a Escala de Gravidade de Dependência (Addiction Severity Index, ASI) que
pode ser incorporada na Anamnese de Enfermagem e aplicada na admissão do
paciente em uma unidade de desintoxicação. É fundamental que o enfermeiro
assista e avalie o seu cliente numa visão holística no tocante aos aspectos
biopsicossociais e espirituais. Quando o corpo e ou a mente sofrem, a pessoa é
afetada em sua totalidade. Não se deve, portanto, enfocar apenas as partes que
incomodam o indivíduo.
Ao realizar uma boa anamnese e um completo exame físico torna-se possível
aumentar o elo de confiança entre profissional de saúde e cliente, coletar dados
indispensáveis para o seu tratamento, identificar sinais e sintomas. Vale ressaltar
11
que a anamnese e o exame físico, são as
etapas inicias da SAE e as demais etapas (retirar; palavra repetida) que compõem
este método científico devem ser, rigorosamente, contempladas. Implantar todas as
etapas da SAE no processo de cuidar é uma maneira de tornar a atuação da
enfermagem mais científica, possibilitar melhores prognósticos e oferecer uma
assistência de enfermagem de excelência.
A anamnese e o exame físico são partes integrantes do PE e consistem em
um método sistematizado que o enfermeiro utiliza para a prestação de cuidados
humanizados ao cliente, ao mesmo tempo em que auxilia os demais profissionais a

tomarem decisões e avaliarem os diagnósticos, prevenindo complicações e


facilitando o tratamento do cliente. (Freitas et al; 2008) Aqui é realizada a coleta dos
dados e a investigação feita nesta etapa é considerada de suma importância, pois se
insuficiente ou incorreta pode levar ao diagnóstico de enfermagem errôneo e,
consequentemente, resultará em um planejamento, implementação e avaliação
inapropriados.
Etimologicamente, a palavra anamnese vem do grego anamnesis, e significa
recordar. A anamnese, na prática clínica, consiste na rememoração dos eventos
pregressos relacionados à saúde, na identificação dos sintomas e sinais atuais, com
o intuito principal de fazer entender, com a maior precisão possível, a história da
doença atual que traz o paciente à consulta. A anamnese clínica, ao rememorar os
acontecimentos referentes às condições de saúde, será tanto mais fidedigna quanto
mais for relatada pelo próprio paciente. Somente o paciente pode expressar suas
próprias sensações. Exceções se fazem em condições de incapacidade deste, em
urgências, ou quando o paciente é ainda uma criança muito nova. (Patine et al;
2004).
A realização do exame físico de enfermagem é uma fase essencial da
assistência sistematizada que deve ser executada de forma criteriosa pelos
profissionais enfermeiros, visando uma atuação profissional científica. A
identificação correta dos problemas apresentados pelos pacientes, através de uma
avaliação clínica cuidadosa, torna-se fundamental para o desenvolvimento das
ações do enfermeiro.

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Situação – Problema: O exame físico completo associado a uma anamnese
de qualidade, possibilita identificar os sinais e sintomas que irão contribuir para a
definição do diagnóstico de enfermagem e posteriormente, subsidiarão o plano de
cuidados de enfermagem direcionado a esse paciente. Na SGA descrita, o paciente
apresenta um acometimento no sistema digestório, tornando importante que o
enfermeiro reconheça as alterações desse sistema, tanto no momento da admissão
hospitalar, quanto no pós-operatório. Nesse sentido, descreva quais sinais e
sintomas devem ser investigados; os métodos propedêuticos utilizados para o
exame físico desse sistema e a sequência para a sua realização; os procedimentos
especiais que podem ser empregados; e as alterações que podem ser encontradas
no sistema digestório desse paciente tanto na avaliação inicial quanto no pós-
operatório.

Dor abdominal de forte intensidade há 15 dias, localizada em região de


hipocôndrio direito frequente: Em caso de dor abdominal persistente verificar
primeiramente a possibilidade de ser apendicite, pois a apendicite inflamada causa
dor abdominal no quadrante inferior direito, pois a dor pode ser central e na parte
inferior da barriga, para o descarte deve ser solicitado exames laborais como o
hemograma e urina tipo I.
Náuseas e vômitos piorando após as refeições. É típico de algo envolvendo
sistema digestor, pois nesse caso havia muita piora após as refeições. Hipertermia
(38,5°c). Acontece geralmente quando há presença de infecções, inflamações e
quando organismo identifica através do sistema imunológico que há alguma invasão.
Os exames recomendados são os laborais, que incluem hemograma e parcial de
urina. Icterícia- também pode sinalizar uma infecção ou doença hepática, pele
amarelada causada pelo acumulo de birrilubina no sangue.
Podendo ser identificada através de exame físico com sinais e sintomas de
pele amarelada ou região ocular, mais precisamente na região ocular. Também
identificada através de exames laborais como hemograma completo e birrilubina.
Coleciste aguda: é a inflamação aguda da vesícula biliar que se desenvolve em
horas, geralmente como resultado da obstrução do ducto cislico por um calcula.
Sintomas incluem dor em hipocôndrio direito do homem, algumas vezes

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acompanhada de febre, calafrios,
náuseas e vômitos. Que nesse caso foi confirmada através de ultrassonografia já
que o paciente havia apresentado sintomas característicos. Reduzir a ingestão de
sal e líquidos devido ao quadro de coleciste aguda.

Pós cirúrgico

Náuseas e vômitos persistentes: ao pós-operatório. Vômitos no pós-


operatório ocorrem em aproximadamente 30% dos pacientes, mas devem ser
investigados pós pode estar ocorrendo por diversos fatores, tipo de cirurgia, reação
alguma medicação anestésica. Nos pós cirúrgicos dessa determinada cirurgia pode
haver quadro de náuseas e vômitos nas primeiras 12 horas, mas não podem ser
persistentes. Vômitos no pós-operatório ocorrem em aproximadamente 30% dos
pacientes, devendo ser investigados pois podem estar ocorrendo por diversos
fatores, tipo cirurgia; reação a

alguma medicação anestésica. Nos pós cirúrgicos dessa determinada cirurgia pode
haver quadro de náusea e vômitos nas primeiras 12 horas, mas pode ser
persistente.

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4. Objetivos

Este estudo tem como objetivos os explicitados nos itens abaixo:

 caracterizar feridas cirúrgicas infectadas;


 listar as intervenções diante da ferida cirúrgica infectada;
 Demonstrar o papel do enfermeiro dentro do contexto apresentado;
 Citar o que ocorre com as infeções cirúrgicas;

5. Metodologia

Este estudo bibliográfico de natureza descritiva trata da compreensão dos


fatores que permeiam a ferida cirúrgica infectada. Segundo Lakatos & Marconi,
pesquisa bibliográfica é aquela que abrange toda a bibliografia já torna- da pública
em relação ao tema do estudo, desde publicações avulsas, jornais, revistas, livros,
monografias, teses etc., com o objetivo de colocar o pesquisador em contato direto
15
com tudo o que foi escrito, dito ou
filmado sobre determinado assunto.
A seleção dos artigos sobre ferida cirúrgica infectada partiu do levantamento
bibliográfico nas bases de dados Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciências da Saúde), MedLine (Literatura Internacional em Ciências da Saúde),
sendo "ferida cirúrgica", "infecção" e "enfermagem" as palavras-chave utilizadas
para a pesquisa.

6. Infecção de Sitio Cirúrgico

Na realidade hospitalar, os procedimentos cirúrgicos são amplamente


utilizados e oferecem inúmeros riscos, apesar de todo o avanço em pesquisas e
tecnologia14. Cerca de um em cada quatro pacientes desenvolve complicações pós-
operatórias dentro os quatorze primeiros dias após a alta hospitalar – estima-se que
estas complicações advindas da ferida cirúrgica representem 4% dos custos totais
do sistema de saúde. (Gillespie BM et al; 2020).
Ao se cortar a pele durante um procedimento cirúrgico, os microrganismos
que
residem em camadas mais externas, podem ser transferidas para o local da incisão
cirúrgica e causar uma ISC15. As feridas cirúrgicas são os tipos de feridas mais
comumente tratadas em ambiente de cuidados intensivos, estando associadas a
uma variedade de complicações como sangramentos e deiscência. (Gillespie BM et
al; 2020).

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As ISC podem se manifestar até 30
dias após a cirurgia, ou em até 90, nos casos em que houver colocação de
implantes. Sua classificação se dá de acordo com o grau de acometimento:
incisional, superficial profunda ou infecção de órgão e/ou cavidade. As graves
consequências advindas dessas infecções impõem a necessidade de criação de
esforços para sua prevenção, sendo a determinação dos fatores e risco uma das
estratégias utilizadas, por permitir a identificação de situações e/ou condições
clínicas que predisponham um paciente ao desenvolvimento de infecção. (Tostes et
al; 2016).
Caso a infecção se instale, esta pode propiciar grandes encargos
socioeconômicos, elevando os custos assistenciais e da morbimortalidade, devido
ao aumento do tempo de internação, da antibioticoterapia associada, das cirurgias
necessárias à reconstrução do tecido, além do prolongamento do afastamento das
atividades laborais e dos familiares do paciente26. Quando não tratadas, as
infecções de sítio cirúrgico podem causar infecção profunda da ferida, formação de
sepses e abscessos, falha na cicatrização da ferida e deiscência e falha do implante,
como também impacto em demais aspectos do bem-estar do paciente e em relação
à sua recuperação funcional. (Copanitsanou P et al; 2021).

Ademais, todos os pacientes cirúrgicos estão em risco de desenvolver ISC.


Contudo, ressalta-se que as infecções do sítio cirúrgico apesar de se constituem nos
tipos mais comuns são, também, o tipo de infecção hospitalar mais evitável pela
prevenção

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7. CONCLUSÃO

O enfermeiro tem o contato mais direto com o paciente, de modo que cumpre
o papel extremamente importante nesse processo ao orientar os profissionais para
prevenir e controlar a infecção, e ao contribuir com medidas específicas para que
não haja disseminação de micro-organismos no ambiente hospitalar.
A enfermagem é uma profissão secular cuja atribuição era baseada em
conhecimentos empíricos e eminentemente, tecnicistas. Ao longo dos anos a equipe
de enfermagem, sob a supervisão dos enfermeiros, tem atuado de maneira cada vez
mais científica. As bases do cientificismo na enfermagem do Brasil vieram do PE
descrito e socializado por Wanda Horta. Recentemente, com o advento da SAE o
cuidado prestado pela equipe de enfermagem tornou-se mais específico e detalhado

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contemplando as seguintes etapas:
Histórico de Enfermagem, Diagnóstico de enfermagem, Prescrição, Evolução e
Relatório de enfermagem. Estes termos dão significado ao ato de registrar as etapas
do PE e não substituem os termos usados para dar nome as etapas do PE.
As ISC são as complicações cirúrgicas mais comuns e podem se desenvolver
na pele superficial ou nas camadas mais profundas dos tecidos. O enfermeiro se
constitui no profissional de referência para realizar as ações de vigilância das
infecções durante o período de internação e no pós-alta.
As diretrizes atuais reforçam a importância das medidas de precauções em
relação às infecções, como precauções padrão, de contato, por aerotransportadas e
por gotículas; e as suas relações com o bem-estar e segurança do paciente e do
profissional de saúde. Reforça a correta higienização das mãos, a utilização de
insumos para prevenção de acidentes com materiais biológicos, além da utilização
de antibióticos profiláticos perioperatórios.
A equipe de enfermagem que atua no centro cirúrgico é responsável pela
implementação de princípios de higiene e assepsia a fim de prevenir e limitar a
propagação de infecções, desde a orientação e preparo do paciente no período pré-
operatório, na aplicação de medidas de segurança no transoperatório, e com os
cuidados de enfermagem no período pós-operatório.

A prevenção da infecção cirúrgica requer uma abordagem multifatorial. O


enfermeiro perioperatório fornece os cuidados necessários aos seus pacientes a fim
de minimizar os riscos de infecção, uma vez que é considerada uma das mais
temidas complicações decorrentes da intervenção cirúrgica – podem ser um
episódio grave, com elevado custo financeiro e associado ao aumento da morbidade
e mortalidade.
Embora existam progressos com o desenvolvimento da antibioticoterapia no
tratamento das infecções hospitalares, observa-se que as infecções das incisões
cirúrgicas permanecem sendo motivo de preocupação, principalmente quando
ocorre deiscência da ferida operatória. (Santana RS et al; 2014).
A infecção por microrganismos no sítio cirúrgico torna- se cada vez mais um
problema de saúde, principalmente as infecções causadas por Escherichia coli,

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Staphylococcus aureus e
Pseudomonas aeruginosa, que podem causar deiscência cirúrgica completa sem
evisceração, abscesso, retardamento no processo de cicatrização e óbito por
choque séptico e/ou pneumonia. (Alves ANF et al; 2007).
A destituição e o crescimento bacteriano são os principais pré-requisitos para
desenvolvimento de uma infecção, assim como o tipo de microrganismo e as toxinas
sintetizadas por eles. Vários patógenos possuem componentes específicos que
aumentam a sua virulência, a exemplo das cápsulas deKlebsiella spp e do
Streptococcus pneumoniae, as endotoxinas das bactérias Gram-negativas
Pseudomonas sp, Acinetobacter baumannii, Bacillus sp, as exotoxinas dos
estreptococos, o biofilme dos Staphylococcus aureus e dos Staphylococcus
epidemidis, que contribuem para a resistência aos antibióticos. (Lichtenfels E et al;
2007).
Para uma melhor prevenção e controle das infecções pós-cirúrgicas é
necessário que o controle bacteriológico seja instituído como atividade de rotina em
todos os casos e que haja um acompanhamento ambulatorial mesmo após alta
hospitalar.
O enfermeiro como membro da comissão deve propor medidas de isolamento
para o paciente, fazendo orientação da equipe de trabalho nas enfermarias e di
vulgando os resultados com percentuais dos casos de infecção para conhecimento
de todos os profissionais envolvidos.

8. REFERÊNCIAS

Gillespie BM, Walker RM, McInnes E, Moore Z, Eskes AM, Connor TO, et al.
Preoperative and postoperative recommendations to surgical wound care
interventions: a systematic meta-review of Cochrane reviews. International
Journal of Nursing Studies. 2020;102(103486):1-14.

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Prevenção das infecções no período Perioperatório: Participação da equipe de
enfermagem. Brazilian Journal of Health Review. 2021;4(3):11813-11823.
20
Souza, ISB, Santana AC, D’Alfonso Júnior G. A ocorrência de infecção do
sítio cirúrgico: um estudo de revisão. Rev Med Minas Gerais. 2018;28(Supl5):e-
S280521:168-175.

Martins T, Amante LN, Vicente C, Sousa GM, Caurio EP, Guanilo MEE, et al.
Intervenções de enfermagem para reduzir infecção do sítio cirúrgico em
cirurgias potencialmente contaminadas: revisão integrativa. Estima, Braz. J.
Enterostomal Ther. 2020;18(e20).

Copanitsanou P, Santy-Tomlinson J. The nurses’ role in the diagnosis and


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