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Curso Educação Profissional Técnica de Nível Médio – Eixo Tecnológico: Ambiente e Saúde

– Técnico de Enfermagem Módulo I e II – 2020-2023

CENTRO INTERESCOLAR - HCRP- FMRP – USP

Enfermagem em Clínica Cirúrgica:

Introdução Clínica Cirurgica

Discente: João Batista Ribeiro

Ribeirão Preto, fevereiro de 2024


No contexto do curso de técnico de enfermagem, é essencial compreender o papel
fundamental que a clínica cirúrgica desempenha na prática da enfermagem
cirúrgica. A clínica cirúrgica abrange uma variedade de aspectos cruciais, desde
a preparação pré-operatória até os cuidados pós-operatórios, e os técnicos de
enfermagem desempenham um papel vital em todas essas etapas.

Entendamos então, as finalidades dos tratamentos cirúrgicos:


CURATIVA: Retirar ou corrigir a causa da doença. Ex.: Apendicectomia.
PALIATIVA: Melhorar a condição, aliviar a dor ou corrigir um problema.
Ex.:Gastrostomia.
DIAGNÓSTICA: Elucidar o processo patológico. Ex.:Laparotomia exploradora.
REPARADORA: Reconstituir uma parte do corpo lesada. Ex.:Enxerto de pele.
RECONSTRUTORA OU PLÁSTICA: Estético e/ou reparador. Ex.: Rinoplastia.

Além das finalidades dos tratamentos cirúrgicos, é necessário conhecermos quais


suas indicações e prioridades, isto é, à classificação e sequenciamento das
cirurgias com base na urgência e na gravidade da condição médica do
paciente:
• Opcional: a decisão cabe ao paciente. Ex.: cirurgias estéticas.
• Eletiva: a cirurgia é agendada e programada para período mais adequado, a não
realização não é catastrófica. Ex.: hérnia simples.
• Necessária: paciente precisa da cirurgia dentro de algumas semanas ou meses.
Ex.: catarata, distúrbios da tireóide, hiperplasia prostática semobstrução.
• Urgência: paciente precisa de atenção rápida (24-30 horas). Ex.:
apendicectomia, infecção aguda da vesícula biliar.
• Emergência: paciente precisa de atenção imediata, pois sofre ameaça de morte.
Ex.: sangramento grave, hematoma subdural, feridas por armas de fogo/branca no
tórax e abdome, obstrução vesical/intestinal.

Classificação quanto ao porte cirúrgico ou risco cardiológico:


GRANDE PORTE: Grande probabilidade de perda de fluido e sangue.
Ex. cirurgias vasculares.
MÉDIO PORTE: Média probabilidade de perda de fluido e sangue.
Ex. prótese de quadril.
PEQUENO PORTE: Pequena probabilidade de perda de fluido e sangue.
Ex. mamoplastia.
Classificação quanto ao tempo de duração:
• PORTE I: até 2 horas. Ex. Rinoplastia.
• PORTE II: de 2 a 4 horas. Ex. Colecistectomia.
• PORTE III: de 4 a 6 horas. Ex. Craniotomia.
• PORTE IV: acima de 6 horas. Ex. Transplante de fígado.

Ainda falando de classificações, é importante saber também à Classificação


quanto aopotencial de contaminação:
Procedimentos Cirúrgicos Limpos:
Estes procedimentos são realizados em tecidos estéreis ou que podem ser
descontaminados, onde não há presença de infecção ou inflamação local, nem
falhas técnicas significativas. São cirurgias eletivas com cicatrização primária e
sem necessidade de drenagem aberta. Não há penetração nos tratos digestivo,
respiratório ou urinário. Exemplo: mamoplastia.
Procedimentos Cirúrgicos Potencialmente Contaminados:
Esses procedimentos são realizados em tecidos que podem ter uma pequena
quantidade de flora microbiana ou em tecidos de difícil descontaminação, sem a
presença de infecção ou inflamação significativas, embora possam ocorrer
pequenas falhas técnicas durante a cirurgia. Cirurgias com drenagem aberta se
enquadram nessa categoria. Há penetração nos tratos digestivo, respiratório ou
urinário, mas sem uma contaminação significativa. Exemplo: colecistectomia.
Procedimentos Cirúrgicos Contaminados:
Estes procedimentos são realizados em tecidos que foram recentemente
traumatizados e abertos, e estão colonizados por uma grande quantidade de flora
bacteriana, o que torna a descontaminação difícil ou impossível. Também se
incluem nesta categoria cirurgias onde ocorreram falhas técnicas graves, embora
não haja supuração local. Quando há presença de inflamação aguda na incisão e
cicatrização de segunda intenção, ou quando há grande contaminação a partir do
tubo digestivo, os procedimentos também se enquadram nesta categoria.
Exemplo: hemicolectomia.
Procedimentos Cirúrgicos Infectados:
Esses procedimentos abrangem todas as intervenções cirúrgicas realizadas em
qualquer tecido ou órgão onde há presença de um processo infeccioso evidente,
como supuração local ou tecido necrótico. Por exemplo, cirurgias retais ou anais
que apresentam pus.
Uma cirurgia geralmente é dividida em várias fases distintas, cada uma com suas
próprias características e objetivos. Abaixo, descrevo as fases comuns de uma
cirurgia:

Pré-Operatória:
Começa com a tomada de decisão para a intervenção cirúrgica e se encerra com a
transferência do paciente para a sala de operações. Esta fase é subdividida em dois
períodos:

 Período Mediato: Inicia-se a partir da decisão de realizar a cirurgia até 24


horas antes do procedimento. Durante este tempo, são conduzidos exames
que ajudarão no planejamento da cirurgia.
 Período Imediato: Compreende as 24 horas que antecedem a cirurgia.
Durante este período, são realizados os preparativos finais do paciente para
o procedimento cirúrgico.

Trans-Operatório:
 Durante o trans-operatório, que se inicia com a chegada do paciente ao
Centro Cirúrgico e se encerra com sua transferência para a Sala de
Recuperação.
 O período intra-operatório ocorre enquanto o paciente está na Sala de
Operação.

Pós-Operatório:
Começa com a saída do paciente da sala operatória, ou seja, sua admissão na sala
de recuperação, e termina com a avaliação e acompanhamento na unidade de
internação ou em sua casa. Esta fase é dividida em:
 Pós-operatório Imediato: compreende até 24 horas após a cirurgia;
 Pós-operatório Mediato: ocorre após as 24 horas da cirurgia até 7 dias
depois;
 Pós-operatório Tardio: ocorre após 7 dias do procedimento cirúrgico.
Cuidados de Enfermagem no Período Pré-operatório:
Durante o período pré-operatório, é essencial identificar e controlar uma série de
aspectos:
No Pré-operatório Mediato, é importante atentar para:
 Alterações emocionais, como ansiedade e expectativas em relação à
cirurgia.
 Aspectos sociais afetados pela internação.
 Alterações físicas, como hipertensão arterial, descontrole glicêmico,
feridas, infecções, tabagismo, obesidade e idade avançada.
No Pré-operatório Imediato, os cuidados incluem:
 Preparação da área a ser operada, que envolve o preparo da pele, a decisão
sobre tricotomia, lavagem intestinal, esvaziamento vesical e banho do
paciente.
 Orientação sobre o jejum.
 Administração de medicamentos pré-anestésicos e pré-cirúrgicos.
 Durante o encaminhamento ao centro cirúrgico, é fundamental seguir
procedimentos de segurança, incluindo:
 Realização do check-list de segurança do paciente.
 Cobertura da maca e cadeira com lençol, bem como do paciente durante o
transporte, além do uso de grades de proteção.

Cuidados de Enfermagem no período Trans-Operatório:


 Realização do check-list de segurança do paciente.
 Atendimento às alterações emocionais, como ansiedade e expectativas em
relação à cirurgia.
 Posicionamento adequado do paciente na mesa cirúrgica, respeitando a
anatomia corporal para prevenir lesões de pele.
 Monitoramento constante dos sinais vitais do paciente.
 Controle da hipotermia durante o procedimento.
 Proteção das córneas durante a cirurgia.
 Cuidados específicos durante a instalação da placa de bisturi.
 Encaminhamento adequado do paciente para a recuperação pós-anestésica,
UTI ou unidade de internação.
 Manutenção da organização e limpeza da sala operatória.
Cuidados de Enfermagem no período Pós-Operatório:
 Administração de medicamentos e reposição de fluidos;
 Avaliação da condição geral do paciente, incluindo nível de consciência,
permeabilidade das vias aéreas, sinais vitais, presença de drenos, sondas,
cateteres e condições da incisão cirúrgica;
 Prevenção de quedas e lesões na pele;
 Monitoramento rigoroso dos sinais vitais, balanço hídrico e sangramentos
em intervalos regulares, como a cada 15 minutos, 30 minutos, 1 hora, 2
horas, etc.;
 Controle da dor e desconforto pós-operatórios;
 Medidas de prevenção de infecções.

Em resumo, no presente trabalho foram abordados os aspectos essenciais da


clínica cirúrgica, enfatizando sua relevância na prática de enfermagem e no
cuidado ao paciente submetido a procedimentos cirúrgicos.
Ao longo da análise, foram exploradas as diferentes etapas do processo cirúrgico,
desde o período pré-operatório até o pós-operatório, destacando a importância dos
cuidados específicos em cada uma delas.
Portanto, é visível o entendimento que, a clínica cirúrgica representa uma área
crucial e dinâmica da enfermagem, demandando expertise técnica e conhecimento
especializado para garantir resultados favoráveis e uma recuperação satisfatória
aos pacientes.
Curso Educação Profissional Técnica de Nível Médio – Eixo Tecnológico: Ambiente e Saúde
– Técnico de Enfermagem Módulo I e II – 2020-2023

CENTRO INTERESCOLAR - HCRP- FMRP – USP

Enfermagem em Clínica Cirúrgica:

Assistência de Enfermagem em Neurocirurgias

Discente: João Batista Ribeiro

Ribeirão Preto, fevereiro de 2024


A assistência de enfermagem em neurocirurgias desempenha um papel
fundamental na promoção do cuidado integral e na recuperação dos pacientes
submetidos a procedimentos neurocirúrgicos. Compreender os aspectos
específicos dessa área é essencial para garantir a segurança, o conforto e o bem-
estar dos indivíduos que passam por intervenções no sistema nervoso central e
periférico.

Craniotomia: A craniotomia é um procedimento cirúrgico que envolve a


remoção temporária de uma parte do crânio para permitir o acesso ao cérebro. É
realizada para tratar uma variedade de condições, como tumores cerebrais,
hemorragias intracranianas, aneurismas, lesões traumáticas, entre outras. Durante
a craniotomia, o cirurgião pode remover tecido cerebral anormal, realizar reparos
vasculares ou instalar dispositivos médicos, conforme necessário.

Craniotomia Descompressiva: A craniotomia descompressiva é uma forma


específica de craniotomia realizada para aliviar a pressão intracraniana
aumentada. Isso pode ocorrer devido a condições como edema cerebral,
hematoma intracraniano ou tumor cerebral. O objetivo principal da craniotomia
descompressiva é reduzir a pressão no cérebro, prevenir danos adicionais e
melhorar o fluxo sanguíneo cerebral.

Indicações: As indicações para craniotomia e craniotomia descompressiva


incluem, entre outras, tumores cerebrais, hemorragias intracranianas, trauma
cranioencefálico grave, edema cerebral, infartos cerebrais extensos, hidrocefalia
obstrutiva e lesões vasculares cerebrais.
Cuidados de Enfermagem: (Neurocirurgias)
Pré-Operatório:
 Avaliação completa do paciente, incluindo histórico médico, exame físico
e avaliação neurológica.
 Educação e preparação do paciente e da família sobre o procedimento,
incluindo o que esperar durante e após a cirurgia.
 Verificação e documentação dos sinais vitais, níveis de consciência e
estado neurológico.
 Preparo psicológico do paciente para reduzir a ansiedade e o estresse.
 Preparação do ambiente cirúrgico e dos equipamentos necessários.
Intra-Operatório:
 Monitoramento contínuo dos sinais vitais, incluindo pressão arterial,
frequência cardíaca e oxigenação.
 Colaboração com a equipe cirúrgica para posicionar adequadamente o
paciente na mesa cirúrgica.
 Preparação e manutenção dos equipamentos e materiais estéreis.
 Assistência ao cirurgião conforme necessário, fornecendo instrumentos e
materiais cirúrgicos.
 Comunicação eficaz com a equipe cirúrgica para garantir o bem-estar e a
segurança do paciente.
Sala de Recuperação:
 Monitoramento contínuo dos sinais vitais e da função neurológica.
 Controle da dor e administração de analgésicos conforme prescrição
médica.
 Avaliação da incisão cirúrgica quanto a sinais de sangramento, infecção ou
deiscência.
 Manutenção da via aérea desobstruída e da oxigenação adequada.
 Avaliação da consciência e da resposta neurológica do paciente.
Pós-Operatório:
 Avaliação regular dos sinais vitais, estado neurológico e níveis de dor.
 Administração de medicamentos prescritos, incluindo antibióticos,
analgésicos e corticosteroides, conforme necessário.
 Monitoramento da drenagem e dos fluidos corporais para identificar
possíveis complicações, como hemorragia ou infecção.
 Educação do paciente e da família sobre os cuidados pós-operatórios, sinais
de alerta e medicamentos em uso.
 Incentivo à mobilização precoce e à atividade física conforme tolerado,
para prevenir complicações como trombose venosa profunda e atrofia
muscular.
Tumores Cerebrais: Tumores cerebrais são crescimentos anormais de células no cérebro.
Podem ser benignos (não cancerígenos) ou malignos (câncer). Eles podem se originar no
cérebro (tumores primários) ou se espalhar para o cérebro a partir de outras partes do corpo
(tumores secundários ou metastáticos). Os sintomas dos tumores cerebrais variam
dependendo do tipo, localização e tamanho do tumor, e podem incluir dor de cabeça,
convulsões, alterações na visão, dificuldade de equilíbrio e alterações cognitivas.
Ressecção de Tumores Cerebrais: A ressecção de tumores cerebrais é um procedimento
cirúrgico realizado para remover o tumor do cérebro. O objetivo da ressecção é remover o
máximo possível do tumor enquanto preserva a função cerebral. Dependendo da localização
e do tipo de tumor, a ressecção pode ser realizada por meio de uma craniotomia, na qual
uma parte do crânio é removida para acessar o cérebro, e o tumor é removido com
instrumentos cirúrgicos. Em alguns casos, a cirurgia pode ser seguida por radioterapia,
quimioterapia ou terapia alvo para eliminar quaisquer células tumorais remanescentes.
Classificações dos Tumores Cerebrais: Os tumores cerebrais podem ser classificados de
várias maneiras, incluindo:
Origem:
 Tumores primários: originam-se no cérebro.
 Tumores secundários ou metastáticos: se espalham para o cérebro a partir de outras
partes do corpo.
Tipo de Célula:
 Gliomas: originam-se das células gliais, que oferecem suporte e proteção aos
neurônios.
 Meningiomas: originam-se das meninges, as membranas que revestem o cérebro e a
medula espinhal.
 Neurinomas: originam-se das células dos nervos.
Grau de Malignidade:
 Benignos: crescimento lento e não cancerígenos.
 Malignos: crescimento rápido e cancerígenos.
Tratamento dos Tumores Cerebrais: O tratamento dos tumores cerebrais depende do
tipo, localização, tamanho e grau de malignidade do tumor, bem como da saúde geral do
paciente. As opções de tratamento podem incluir:
Cirurgia:
 Ressecção cirúrgica para remover o tumor.
 Biópsia para diagnóstico e determinação do tipo de tumor.
Radioterapia:
 Uso de radiação para destruir células tumorais ou reduzir seu crescimento.
Quimioterapia:
 Uso de medicamentos para destruir células tumorais ou inibir seu crescimento.
Terapia Alvo:
 Uso de medicamentos que atacam características específicas das células tumorais.
Terapia Combinada:
 Combinação de diferentes modalidades de tratamento, como cirurgia, radioterapia e
quimioterapia, conforme necessário.
** O tratamento específico é determinado pelo oncologista ou neurocirurgião com base na
avaliação completa do paciente e do tumor. O acompanhamento regular após o tratamento
é importante para monitorar a resposta ao tratamento, detectar quaisquer recorrências
precocemente e fornecer suporte contínuo ao paciente.
Hipertensão Intracraniana (HIC): A hipertensão intracraniana é caracterizada pelo
aumento anormal da pressão dentro do crânio, exercendo pressão sobre o cérebro. Isso
pode levar a uma série de complicações neurológicas graves se não for tratada
adequadamente.
Causas: Existem várias causas possíveis para a hipertensão intracraniana, incluindo:
 Tumores cerebrais
 Hemorragias intracranianas
 Edema cerebral (inchaço do cérebro devido a lesão, infecção ou inflamação)
 Traumatismo cranioencefálico
 Acidente vascular cerebral (AVC)
 Hidrocefalia (acúmulo excessivo de líquido cerebrospinal no cérebro)
 Infecções cerebrais, como meningite
Pressão Intracraniana (PIC): A pressão intracraniana (PIC) é a pressão dentro do
crânio. É medida em milímetros de mercúrio (mmHg) e normalmente varia entre 5 e 15
mmHg em adultos.
Sintomas: Os sintomas de hipertensão intracraniana podem variar dependendo da causa
subjacente e da gravidade do aumento da pressão. Alguns sintomas comuns incluem:
 Dor de cabeça intensa e persistente
 Náuseas e vômitos
 Visão turva ou dupla
 Alterações na consciência ou no estado mental
 Convulsões
 Fraqueza ou paralisia em um lado do corpo
 Alterações na respiração
 Papiledema (inchaço do disco óptico)
Tratamento: O tratamento da hipertensão intracraniana depende da causa subjacente e
da gravidade dos sintomas. As opções de tratamento podem incluir:
 Medidas para reduzir a pressão intracraniana, como posicionamento da cabeça,
administração de medicamentos diuréticos ou osmóticos para reduzir o inchaço
cerebral.
 Cirurgia para remover tumores cerebrais, drenar hematomas ou aliviar a pressão
do líquido cerebrospinal.
 Controle da dor e dos sintomas associados.
 Monitoramento contínuo da pressão intracraniana e ajustes no tratamento
conforme necessário.
** O tratamento da hipertensão intracraniana é crucial para prevenir danos
cerebrais graves e complicações neurológicas. O manejo eficaz requer uma
abordagem multidisciplinar envolvendo neurologistas, neurocirurgiões,
enfermeiros e outros profissionais de saúde.
Além das patologias já citadas, podemos encontrar também:
 Traumatismo Craniano: que é qualquer agressão que acarreta lesão anatômica ou
comprometimento funcional do couro cabeludo, crânio e cérebro.
 Traumatismo do couro cabeludo: por ser o couro cabeludo ricamente vascularizado, uma
laceração pode resultar em hemorragias profusas.
E ainda, há as fraturas do crânio, que podem ocorrer com ou sem lesão cerebral, sendo
classificadas em: * Fraturas Abertas, *Fraturas Fechadas e *Fraturas da Base Craniana .
 Traumatismo do Cerebro: neste caso, temos a Concussão, que é uma lesão cerebral
caracterizada por leve perda da função neurológica demonstrada por confusão mental
temporária e perda temporária da consciência. Os pacientes podem ainda apresentar
cefaleia, náuseas e vertigens;
E, a Contusão, que são hematomas resultantes de um impacto direto e violento na cabeça,
podendo causar esmagamento do cérebro com possível hemorragia. Esta lesão grave pode
levar ao aumento da pressão intracraniana (PIC), perturbações mentais, convulsões e
inconsciência. Elas ocorrem quando o cérebro é submetido a movimentos bruscos, como
aceleração ou desaceleração repentinas, como em acidentes automobilísticos. Os danos
cerebrais podem ocorrer tanto no local do impacto quanto no lado oposto, à medida que o
cérebro é sacudido dentro do crânio. Com o tempo, as contusões podem aumentar de
tamanho, levando a uma deterioração da função cerebral.
 A herniação cerebral é um fenômeno grave em que o tecido cerebral é empurrado para
fora de sua localização normal devido ao aumento da pressão intracraniana. Isso pode
ocorrer devido a uma variedade de condições, como traumatismo craniano grave,
hemorragia cerebral, tumor intracraniano ou edema cerebral. A herniação cerebral pode
levar a complicações graves, como danos cerebrais irreversíveis, disfunção cerebral e até
mesmo morte. O tratamento imediato é crucial para aliviar a pressão intracraniana e evitar
danos cerebrais adicionais.
 Abscesso cerebral é uma acumulação de material infeccioso dentro do próprio tecido
cerebral. Pode se desenvolver devido a diversas causas, como trauma ou cirurgia que
causem invasão direta do cérebro, propagação de infecções provenientes de áreas como os
seios paranasais, otite média ou infecções dentárias, ou ainda como complicação de uma
meningite.
 Hidrocefalia é uma condição médica em que há um acúmulo anormal de líquido
cefalorraquidiano dentro do crânio, levando a um aumento do tamanho da cabeça,
especialmente em crianças. Isso ocorre devido a um desequilíbrio entre a produção desse
líquido e sua absorção pelo cérebro para dentro do sistema circulatório.
 Derivação Ventriculo Peritonial (DVP), é um procedimento cirúrgico utilizado para tratar
a hidrocefalia, uma condição caracterizada pelo acúmulo excessivo de líquido
cefalorraquidiano no cérebro. Durante a DVP, um cateter é inserido no ventrículo cerebral
para drenar o excesso de líquido e aliviar a pressão intracraniana. O cateter é então
conectado a uma válvula que regula o fluxo de líquido e a um tubo que direciona o líquido
para a cavidade abdominal, onde é absorvido pelo peritônio. Esse procedimento ajuda a
controlar os sintomas da hidrocefalia e a prevenir complicações associadas ao acúmulo de
líquido no cérebro.
 Aneurismas intracranianos são dilatações das paredes de uma artéria cerebral que se
desenvolvem devido à fragilidade da estrutura vascular. Podem surgir devido a diversas
causas, incluindo aterosclerose, defeitos congênitos na parede vascular, hipertensão arterial,
traumatismo craniano ou envelhecimento.
Os cuidados de enfermagem em neurocirurgias envolvem uma série de
medidas específicas para garantir a segurança e o bem-estar do paciente antes,
durante e após o procedimento. Alguns cuidados gerais incluem:
 Monitoramento constante dos sinais vitais, como frequência cardíaca, pressão
arterial, frequência respiratória e temperatura corporal.
 Avaliação neurológica frequente para detectar qualquer alteração no estado de
consciência, função motora ou sensibilidade.
 Posicionamento adequado do paciente na mesa cirúrgica para prevenir lesões de
pele e garantir uma circulação sanguínea adequada.
 Preparação da sala cirúrgica e dos equipamentos necessários, garantindo que tudo
esteja esterilizado e pronto para uso.
 Administração de medicações pré-operatórias conforme prescrição médica,
incluindo sedativos, antibióticos e outros medicamentos específicos.
 Assistência durante o procedimento cirúrgico, auxiliando o cirurgião e mantendo
a área cirúrgica estéril.
 Monitoramento rigoroso da pressão intracraniana durante a cirurgia, utilizando
equipamentos adequados e seguindo as orientações médicas.
 emocional e conforto ao paciente e à família, fornecendo informações claras e
apoio psicológico conforme necessário.
 Cuidados pós-operatórios, incluindo monitoramento contínuo dos sinais vitais,
controle da dor, prevenção de complicações como infecções e cuidados com os
curativos.
 Educação do paciente e da família sobre os cuidados pós-operatórios, sinais de
complicações e orientações para a recuperação em casa.

Na neurocirurgia, a precisão e o cuidado são fundamentais para garantir o sucesso dos


procedimentos e a recuperação dos pacientes. Desde a preparação do paciente até os
cuidados pós-operatórios, os enfermeiros desempenham um papel crucial na promoção da
segurança, conforto e bem-estar dos pacientes submetidos à neurocirurgia.
É importante ressaltar que a neurocirurgia é uma área em constante evolução, com avanços
tecnológicos e terapêuticos que continuam a melhorar os resultados e a qualidade de vida
dos pacientes. Portanto, é essencial que os profissionais de saúde estejam sempre
atualizados e comprometidos com a excelência no cuidado ao paciente neurocirúrgico.
O Papel do enfermeiro na equipe de neurocirurgia destaca o compromisso contínuo com a
segurança, o conforto e a recuperação dos pacientes, promovendo assim uma assistência de
excelência nessa área tão complexa e desafiadora da medicina.
Curso Educação Profissional Técnica de Nível Médio – Eixo Tecnológico: Ambiente e Saúde
– Técnico de Enfermagem Módulo I e II – 2020-2023

CENTRO INTERESCOLAR - HCRP- FMRP – USP

Enfermagem em Clínica Cirúrgica:

CUIDADOS DE ENFERMAGEM - PERIOPERATÓRIO

Discente: João Batista Ribeiro

Ribeirão Preto, fevereiro de 2024


Os cuidados de enfermagem no perioperatório desempenham um papel crucial na segurança,
recuperação e bem-estar dos pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos. Este período, que
engloba desde a preparação pré-operatória até os cuidados pós-operatórios imediatos, é marcado por
uma série de intervenções e medidas que visam garantir o sucesso do procedimento e minimizar o risco
de complicações.
Os enfermeiros desempenham um papel multifacetado nesse contexto, atuando como membros
essenciais da equipe de saúde em todas as fases do processo cirúrgico. Desde a avaliação inicial do
paciente até a sua alta hospitalar, os enfermeiros estão envolvidos em diversas atividades, incluindo a
preparação do paciente para a cirurgia, assistência durante o procedimento, monitoramento durante a
recuperação e educação do paciente e familiares sobre os cuidados pós-operatórios.

A cirurgia é um ramo da medicina que envolve procedimentos invasivos realizados por médicos para
diagnosticar, tratar ou corrigir condições e doenças por meio de intervenções nos tecidos do corpo. Pode
incluir incisões, remoção de tecido, reparo de órgãos danificados e outras manipulações cirúrgicas. É
realizada em ambientes cirúrgicos, como hospitais, e pode ser aberta ou minimamente invasiva.

Entendamos então, as finalidades dos tratamentos cirúrgicos:


CURATIVA: Retirar ou corrigir a causa da doença. Ex.: Apendicectomia.
PALIATIVA: Melhorar a condição, aliviar a dor ou corrigir um problema. Ex.:Gastrostomia.
DIAGNÓSTICA: Elucidar o processo patológico. Ex.:Laparotomia exploradora.
REPARADORA: Reconstituir uma parte do corpo lesada. Ex.:Enxerto de pele.
RECONSTRUTORA OU PLÁSTICA: Estético e/ou reparador. Ex.: Rinoplastia.

Além das finalidades dos tratamentos cirúrgicos, é necessário conhecermos quais suas indicações e
prioridades, isto é, à classificação e sequenciamento das cirurgias com base na urgência e na
gravidade da condição médica do paciente:
• Opcional: a decisão cabe ao paciente. Ex.: cirurgias estéticas.
• Eletiva: a cirurgia é agendada e programada para período mais adequado, a não realização não é
catastrófica. Ex.: hérnia simples.
• Necessária: paciente precisa da cirurgia dentro de algumas semanas ou meses. Ex.: catarata, distúrbios
da tireóide, hiperplasia prostática semobstrução.
• Urgência: paciente precisa de atenção rápida (24-30 horas). Ex.: apendicectomia, infecção aguda da
vesícula biliar.
• Emergência: paciente precisa de atenção imediata, pois sofre ameaça de morte.
Ex.: sangramento grave, hematoma subdural, feridas por armas de fogo/branca no tórax e abdome,
obstrução vesical/intestinal.

Classificação quanto ao porte cirúrgico ou risco cardiológico:


GRANDE PORTE: Grande probabilidade de perda de fluido e sangue.
Ex. cirurgias vasculares.
MÉDIO PORTE: Média probabilidade de perda de fluido e sangue.
Ex. prótese de quadril.
PEQUENO PORTE: Pequena probabilidade de perda de fluido e sangue.
Ex. mamoplastia.
Classificação quanto ao tempo de duração:
• PORTE I: até 2 horas. Ex. Rinoplastia.
• PORTE II: de 2 a 4 horas. Ex. Colecistectomia.
• PORTE III: de 4 a 6 horas. Ex. Craniotomia.
• PORTE IV: acima de 6 horas. Ex. Transplante de fígado.

Ainda falando de classificações, é importante saber também à Classificação quanto aopotencial de


contaminação:
Procedimentos Cirúrgicos Limpos:
Estes procedimentos são realizados em tecidos estéreis ou que podem ser descontaminados, onde não
há presença de infecção ou inflamação local, nem falhas técnicas significativas. São cirurgias eletivas
com cicatrização primária e sem necessidade de drenagem aberta. Não há penetração nos tratos
digestivo, respiratório ou urinário. Exemplo: mamoplastia.
Procedimentos Cirúrgicos Potencialmente Contaminados:
Esses procedimentos são realizados em tecidos que podem ter uma pequena quantidade de flora
microbiana ou em tecidos de difícil descontaminação, sem a presença de infecção ou inflamação
significativas, embora possam ocorrer pequenas falhas técnicas durante a cirurgia. Cirurgias com
drenagem aberta se enquadram nessa categoria. Há penetração nos tratos digestivo, respiratório ou
urinário, mas sem uma contaminação significativa. Exemplo: colecistectomia.
Procedimentos Cirúrgicos Contaminados:
Estes procedimentos são realizados em tecidos que foram recentemente traumatizados e abertos, e estão
colonizados por uma grande quantidade de flora bacteriana, o que torna a descontaminação difícil ou
impossível. Também se incluem nesta categoria cirurgias onde ocorreram falhas técnicas graves, embora
não haja supuração local. Quando há presença de inflamação aguda na incisão e cicatrização de segunda
intenção, ou quando há grande contaminação a partir do tubo digestivo, os procedimentos também se
enquadram nesta categoria. Exemplo: hemicolectomia.
Procedimentos Cirúrgicos Infectados:
Esses procedimentos abrangem todas as intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou órgão
onde há presença de um processo infeccioso evidente, como supuração local ou tecido necrótico. Por
exemplo, cirurgias retais ou anais que apresentam pus.

Uma cirurgia geralmente é dividida em várias fases distintas, cada uma com suas próprias características
e objetivos. Abaixo, descrevo as fases comuns de uma cirurgia:
Pré-Operatória:
Começa com a tomada de decisão para a intervenção cirúrgica e se encerra com a transferência do
paciente para a sala de operações. Esta fase é subdividida em dois períodos:
 Período Mediato: Inicia-se a partir da decisão de realizar a cirurgia até 24 horas antes do
procedimento. Durante este tempo, são conduzidos exames que ajudarão no planejamento da
cirurgia.
 Período Imediato: Compreende as 24 horas que antecedem a cirurgia. Durante este período,
são realizados os preparativos finais do paciente para o procedimento cirúrgico.
Trans-Operatório:
 Durante o trans-operatório, que se inicia com a chegada do paciente ao Centro Cirúrgico e se
encerra com sua transferência para a Sala de Recuperação.
 O período intra-operatório ocorre enquanto o paciente está na Sala de Operação.
Pós-Operatório:
Começa com a saída do paciente da sala operatória, ou seja, sua admissão na sala de recuperação, e
termina com a avaliação e acompanhamento na unidade de internação ou em sua casa. Esta fase é
dividida em:
 Pós-operatório Imediato: compreende até 24 horas após a cirurgia;
 Pós-operatório Mediato: ocorre após as 24 horas da cirurgia até 7 dias depois;
 Pós-operatório Tardio: ocorre após 7 dias do procedimento cirúrgico.
TODOS OS PACIENTES PRECISAM DE AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM PRÉ-
OPERATÓRIA:
A avaliação pré-operatória na qual é avaliado o risco de complicações frente ao estado de saúde do
paciente.

Além da avaliação de Enfermagem Pré-Operatória, outros protocolos devem ser seguidos, dentre eles:
 Exames pré-admissionais
 Termo de Consentimento
 A classificação de estado físico ASA
 Avaliação Pré-Operatória
 Ficha de Admissão pré-operatória
 Transporte do Paciente para à Área pré-cirúrgica
 Atendimento as necessidades da Família/Acompanhante
 Manejo da enfermagem no período Intra-operatório, que se inicia quando o paciente é
transportado para a mesa de operação cirúrgica, e termina quando é encaminhado para a sala de
recuperação pós-anestésica.

Durante a cirurgia, as responsabilidades de enfermagem são fornecer segurança e bem-estar ao paciente,


coordenar a equipe e realizar assepsia e atividades de circulação da sala de operação.
Assim, compete aos Técnicos de Enfermagem e Enfermeiros, os Cuidados pertinentes:
 Check-list de segurança do paciente
 Alterações emocionais: ansiedade, expectativa com a cirurgia ...
 Posicionamento na mesa cirúrgica:
 Respeitar a anatomia corporal;
 Prevenir lesões de pele;
 Monitorar os sinais vitais;
 Controlar hipotermia;
 Proteger córneas;
 Cuidados com a instalação da placa de bisturi;
 Encaminhamento do paciente para a Recuperação pós-anestésica/UTI ou unidade de
internação;
 Organização e limpeza da sala operatória.

É importante ressaltar alguns tópicos importantes:


A Limpeza do Centro Cirúrgico: de quem compete essa responsabilidade e qual os procedimentos
necessários? Vamos lá:

Limpeza Preparatória:
Quem realiza? O circulante da sala e profissionais do serviço de higiene.
Quando é realizado? A limpeza é realizada pouco antes do procedimento, quando a sala fica sem uso
por mais de 12 horas, e cerca de uma hora antes do início da primeira cirurgia do dia.
Por que é feita? A fim de remover partículas depositadas nas superfícies horizontais dos móveis e
equipamentos.
Como é feita? É realizada a limpeza e desinfecção com detergentes e desinfetantes, como álcool 70%
nos móveis e compostos enólicos no chão.
Onde é feita? A limpeza é feita nos móveis e no chão de todas as salas de operação, independentemente
do tipo de cirurgia.
Limpeza Operatória:
Quem faz? Circulante de sala. Quando se faz? Durante o procedimento cirúrgico.
Por que se faz? Remover a matéria orgânica dos locais onde houve contaminação.
Como se faz? Limpeza e desinfecção com agentes químicos de amplo espectro, por exemplo: fenóis e
hipoclorito de sódio.
Onde se faz? Em todos os locais onde haja secreção, independentemente do tipo de sala e de cirurgia.

Limpeza Concorrente:
Quem faz? Circulante de sala e profissional da higiene.
Quando se faz? Ao término da cirurgia, entre dois procedimentos na mesma SO.
Por que se faz? Evitar contaminação envolvendo a retirada de todo o material sujo e remoção da
sujidade da sala dos materiais e dos equipamentos
Como se faz? Limpeza e desinfecção com produtos químicos desinfetantes, por exemplo álcool 70%,
fenóis e hipoclorito.
Onde se faz? Em todas as SO, independentemente do tipo de cirurgia.

Limpeza Terminal:
Quem faz? Circulante de sala e profissional da higiene.
Quando se faz? Diariamente ou semanalmente, dependendo do movimento cirúrgico.
Por que se faz? Evitar contaminação, envolvendo lavagem completa de toda a unidade e das SO,
inclusive teto e paredes.
Como se faz? Limpeza e desinfecção com produtos químico desinfetantes, por exemplo álcool 70%,
fenóis e hipoclorito.
Onde se faz? Em todas as SO, independentemente do tipo de cirurgia.

O instrumentador cirúrgico tem uma série de responsabilidades durante os procedimentos


cirúrgicos. Algumas das principais responsabilidades incluem:
 Preparação e organização do campo cirúrgico: O instrumentador é responsável por garantir que
todos os instrumentos, materiais e equipamentos necessários para a cirurgia estejam
esterilizados, em condições adequadas e prontos para uso. Isso inclui preparar as mesas
cirúrgicas, organizar os instrumentos cirúrgicos e verificar a funcionalidade de qualquer
equipamento necessário.
 Assistência ao cirurgião: Durante a cirurgia, o instrumentador cirúrgico auxilia o cirurgião
passando os instrumentos solicitados e fornecendo qualquer suporte necessário. Eles devem
estar atentos às necessidades do cirurgião e antecipar os próximos passos do procedimento.
 Contagem de materiais: O instrumentador é responsável por manter uma contagem precisa de
todos os materiais utilizados durante o procedimento cirúrgico, garantindo que nada seja
deixado dentro do paciente ao final da cirurgia.
 Registro e documentação: O instrumentador cirúrgico é responsável por documentar todas as
etapas do procedimento cirúrgico, incluindo os instrumentos utilizados, os materiais
consumidos e quaisquer complicações ou eventos significativos que ocorram durante a cirurgia.
 Manutenção da segurança e esterilidade: O instrumentador cirúrgico deve seguir rigorosos
protocolos de segurança e esterilização para garantir a integridade do ambiente cirúrgico e a
segurança do paciente. Isso inclui o uso adequado de equipamentos de proteção individual
(EPI), a esterilização correta de instrumentos e materiais e a prevenção de contaminação
cruzada.
O circulante de sala, também conhecido como enfermeiro circulante, desempenha um papel crucial na
equipe cirúrgica, sendo responsável por várias tarefas importantes antes, durante e após o procedimento
cirúrgico. Suas responsabilidades incluem:
 Preparação da sala cirúrgica: Antes do início da cirurgia, o circulante de sala prepara o ambiente
cirúrgico, verificando se todos os equipamentos necessários estão disponíveis e funcionando
corretamente. Eles também garantem que a sala esteja limpa e organizada, seguindo os
protocolos de esterilização adequados.
 Verificação de equipamentos e materiais: O circulante de sala verifica se todos os instrumentos,
materiais e equipamentos necessários para o procedimento estão presentes e esterilizados. Eles
também garantem que os dispositivos de monitoramento e suporte vital estejam prontos para
uso.
 Auxílio à equipe cirúrgica: Durante a cirurgia, o circulante de sala atua como um membro
essencial da equipe cirúrgica, fornecendo assistência adicional conforme necessário. Isso pode
incluir a entrega de instrumentos e materiais, a troca de equipamentos ou o auxílio no
posicionamento do paciente.
 Manutenção da esterilidade: O circulante de sala é responsável por garantir a manutenção da
esterilidade durante o procedimento cirúrgico. Eles monitoram continuamente o ambiente
cirúrgico, evitando a contaminação e garantindo que todos os protocolos de segurança sejam
seguidos.
 Registro e documentação: Após o procedimento, o circulante de sala registra todas as etapas da
cirurgia, incluindo os materiais utilizados, os eventos ocorridos durante o procedimento e
quaisquer complicações que surgiram. Essa documentação é crucial para garantir a precisão dos
registros médicos e a continuidade do cuidado ao paciente.
 Limpeza e desinfecção: Após o término da cirurgia, o circulante de sala auxilia na limpeza e
desinfecção da sala cirúrgica, preparando-a para o próximo procedimento. Eles garantem que
todos os materiais e resíduos sejam descartados adequadamente e que a sala esteja pronta para
uso novamente.

É importante lembrar das Atribuições gerais do técnico em enfermagem no centro cirúrgico


podemos incluir dentre as principais:
 Preparação do paciente: Auxiliar na preparação do paciente para o procedimento cirúrgico,
incluindo a higienização e o posicionamento adequado na mesa cirúrgica.
 Preparação da sala cirúrgica: Auxiliar na preparação da sala cirúrgica, garantindo que todos os
equipamentos, materiais e instrumentos necessários estejam disponíveis e em condições
adequadas.
 Estabelecimento do campo estéril: Auxiliar na montagem e na organização do campo estéril,
garantindo a esterilização adequada dos materiais e instrumentos cirúrgicos.
 Assistência durante o procedimento: Auxiliar a equipe cirúrgica durante o procedimento,
passando instrumentos, materiais e equipamentos conforme solicitado e mantendo a contagem
dos materiais utilizados.
 Monitoramento do paciente: Monitorar os sinais vitais do paciente durante o procedimento
cirúrgico e relatar qualquer alteração à equipe cirúrgica.
 Controle de infecções: Seguir rigorosos protocolos de controle de infecções e esterilização para
garantir a segurança do paciente e da equipe cirúrgica.
 Apoio emocional: Fornecer apoio emocional ao paciente antes, durante e após o procedimento
cirúrgico, ajudando a acalmar e tranquilizar o paciente.
 Documentação e registro: Documentar todas as etapas do procedimento cirúrgico, incluindo os
materiais utilizados, os eventos ocorridos durante o procedimento e quaisquer complicações que
surgiram.
 Limpeza e desinfecção: Auxiliar na limpeza e desinfecção da sala cirúrgica após o
procedimento, preparando-a para o próximo paciente.
 Essas são algumas das atribuições gerais do técnico em enfermagem no centro cirúrgico, que
desempenha um papel essencial na garantia da segurança e do bem-estar dos pacientes durante
os procedimentos cirúrgicos.

Além destes cuidados gerais no centro cirúrgicos, temos Os Cuidados de Enfermagem na Unidade de
Recuperação pós-Anestésica, onde, além desses cuidados, deve seguir rigorosamente O Índice de
Aldrete e Kroulik é uma escala utilizada para avaliar a recuperação de pacientes após a anestesia e
procedimentos cirúrgicos. Foi desenvolvido por J.C. Aldrete e R.E. Kroulik em 1970.
A escala consiste em cinco critérios principais, cada um com uma pontuação atribuída de 0 a 2,
totalizando uma pontuação máxima de 10 e Os critérios avaliados são:
 Atividade: Avalia a capacidade do paciente de se mover voluntariamente e responder a
comandos.
 Respiração: Verifica a presença de movimentos respiratórios espontâneos e adequados.
 Circulação: Avalia a estabilidade dos sinais vitais, como pressão arterial e frequência cardíaca.
 Consciência: Verifica o nível de consciência do paciente e sua capacidade de responder a
estímulos.
 Oxigenação: Avalia a saturação de oxigênio no sangue.
Com base nos escores obtidos em cada critério, o paciente é classificado em diferentes níveis de
recuperação, variando de uma recuperação completa (pontuação de 9 a 10) a uma recuperação
insatisfatória (pontuação de 0 a 7). Essa escala é amplamente utilizada em centros cirúrgicos e de
recuperação pós-anestésica para monitorar o progresso dos pacientes e determinar sua prontidão
para receber alta.

Finalizando, assim com os Cuidados pós-operatórios quando recebido o paciente na enfermaria:


 Auxiliar na passagem da maca para o leito cuidadosamente;
 Ver posição adequada (dependendo da cirurgia e da anestesia);
 Desclampar sondas e drenos se houver;
 Aquecer o paciente se necessário;
 Receber o plantão do funcionário da RPA;
 Tomar conhecimento da prescrição médica e iniciá-la imediatamente;
 Verificar sinais vitais e padrão respiratório;
 Atentar-se para o controle hídrico com ênfase à diurese e soros;
 Observar o nível de consciência e queixas do paciente;
 Observar o curativo cirúrgico;
 Comunicar o enfermeiro qualquer anormalidade;
 Solicitar orientação médica sobre alimentação, hidratação, movimentação.

Os cuidados de enfermagem no perioperatório desempenham um papel essencial na segurança, conforto


e recuperação dos pacientes durante o período que engloba desde a preparação prévia até a fase pós-
operatória. Destacamos a importância do trabalho da equipe de enfermagem, que desempenha uma
variedade de funções, desde a preparação da sala cirúrgica até a assistência direta aos pacientes durante
o procedimento e o acompanhamento pós-operatório.
Durante o perioperatório, os Técnicos e enfermeiros desempenham um papel crucial na promoção de
um ambiente cirúrgico seguro, na prevenção de complicações, na monitorização dos sinais vitais e no
fornecimento de suporte emocional aos pacientes e suas famílias. Além disso, eles desempenham um
papel ativo na comunicação e coordenação entre os membros da equipe cirúrgica, garantindo que todas
as etapas do procedimento sejam conduzidas de maneira eficiente e de acordo com os padrões de
segurança e qualidade.
É importante ressaltar que os cuidados de enfermagem no perioperatório não se limitam apenas ao
ambiente hospitalar, mas também incluem a preparação e orientação dos pacientes para o procedimento
cirúrgico, bem como o acompanhamento e suporte durante o período de recuperação em casa. Dessa
forma, a atuação da equipe de enfermagem é fundamental para garantir uma experiência cirúrgica
positiva e promover a melhor qualidade de vida possível para os pacientes.
Curso Educação Profissional Técnica de Nível Médio – Eixo Tecnológico: Ambiente e Saúde
– Técnico de Enfermagem Módulo I e II – 2020-2023

CENTRO INTERESCOLAR - HCRP- FMRP – USP

Enfermagem em Clínica Cirúrgica:

CENTRAL DE MATERIAL DE ESTERILIZAÇÃO

Discente: João Batista Ribeiro

Ribeirão Preto, fevereiro de 2024


A Central de Material de Esterilização (CME) desempenha um papel crucial nos serviços
de saúde, sendo responsável por garantir que os instrumentos e materiais médicos utilizados
em procedimentos cirúrgicos e assistenciais estejam adequadamente esterilizados e prontos
para uso. Esta unidade é vital para prevenir infecções hospitalares e garantir a segurança
dos pacientes e profissionais de saúde.

Funções da CME:
 Recebimento e triagem de materiais sujos: A CME recebe os materiais utilizados em
procedimentos médicos e realiza uma triagem para identificar os itens que precisam
ser esterilizados.
 Limpeza e preparação: Os materiais sujos são limpos e preparados para esterilização.
Isso pode envolver a remoção de resíduos orgânicos e a desmontagem de
instrumentos complexos.
 Esterilização: Os materiais limpos são submetidos a processos de esterilização, que
podem incluir autoclavagem, esterilização por óxido de etileno, esterilização por
plasma de peróxido de hidrogênio, entre outros.
 Armazenamento: Os materiais esterilizados são armazenados em condições
adequadas até serem necessários para uso. Isso envolve o uso de embalagens
adequadas e a manutenção de ambientes controlados para evitar contaminação.

Setores limpo e sujo:


 Setor limpo: É onde são recebidos, limpos, preparados e esterilizados os materiais.
Este ambiente deve ser mantido livre de contaminação, com sistemas de ventilação
e filtragem adequados.
 Setor sujo: É onde os materiais utilizados nos procedimentos médicos são recebidos
e triados. Este ambiente deve ser separado do setor limpo para evitar a contaminação
dos materiais esterilizados.
Materiais usados na esterilização:
 Autoclave: Equipamento utilizado para esterilizar materiais através do calor úmido
sob pressão.
 Esterilizadores químicos: Utilizados para esterilizar materiais sensíveis ao calor,
como endoscópios e materiais plásticos, utilizando substâncias químicas.
 Estufa: Utilizada para esterilizar materiais por meio do calor seco.

Materiais usados no acondicionamento e armazenamento:


 Embalagens esterilizáveis: São utilizadas para acondicionar os materiais
esterilizados, protegendo-os da contaminação até o momento de uso.
 Etiquetas de rastreabilidade: São colocadas nas embalagens para identificar o
conteúdo, data de esterilização e validade.
 Prateleiras e armários: São utilizados para armazenar os materiais esterilizados de
forma organizada e acessível.

Processos de esterilização:
 Autoclavagem: É o método mais comum de esterilização, utilizando vapor saturado
sob pressão.
 Esterilização por óxido de etileno: É utilizada para materiais sensíveis ao calor e
umidade, como plásticos e tecidos.
 Esterilização por plasma de peróxido de hidrogênio: É um processo de
esterilização a baixa temperatura, adequado para materiais sensíveis ao calor.

Além disso, é fundamental que a CME siga rigorosos protocolos de controle de qualidade,
rastreabilidade e segurança para garantir a eficácia dos processos de esterilização e a
integridade dos materiais. A capacitação constante dos profissionais que atuam na CME
também é essencial para assegurar a qualidade dos serviços prestados e a segurança dos
pacientes.

Na Central de Material de Esterilização (CME), os processos de esterilização são


fundamentais para garantir que os instrumentos e materiais médicos estejam livres de
microrganismos patogênicos, evitando assim a transmissão de infecções nos procedimentos
clínicos. Existem diferentes métodos de esterilização disponíveis, cada um com suas
características, vantagens e limitações. Alguns dos principais métodos e as máquinas
utilizadas incluem:
 Autoclave: Este é um dos métodos mais comuns de esterilização e utiliza vapor sob
pressão para eliminar os microrganismos. Na autoclave, os materiais são submetidos
a altas temperaturas (geralmente entre 121°C e 134°C) por um determinado periodo
de tempo, geralmente de 15 a 30 minutos, dependendo do ciclo selecionado. As
autoclaves podem ser de diversos tipos, como autoclaves de vapor saturado,
autoclaves de pré-vácuo ou autoclaves de gravidade.
 Esterilização por óxido de etileno (ETO): Este método é utilizado para materiais
sensíveis ao calor e à umidade, como plásticos, tecidos e dispositivos eletrônicos. O
óxido de etileno é um gás altamente penetrante que destrói os microrganismos por
alquilação de proteínas e ácidos nucleicos. A esterilização por ETO é realizada em
autoclaves específicas que possuem câmaras seladas e sistemas de aeração para
garantir a segurança dos operadores.
 Esterilização por plasma de peróxido de hidrogênio: Este é um método de
esterilização a baixa temperatura e baixa pressão, adequado para instrumentos
delicados e sensíveis ao calor. Neste processo, o peróxido de hidrogênio é ativado
em plasma por meio de energia elétrica, o que gera radicais livres que destroem os
microrganismos. Máquinas de plasma de peróxido de hidrogênio são comumente
utilizadas em ambientes hospitalares para esterilizar instrumentos endoscópicos e
outros materiais sensíveis.

Além das máquinas de esterilização, também são utilizados produtos químicos e


indicadores para garantir a eficácia dos processos. Isso inclui detergentes enzimáticos para
a limpeza prévia dos materiais, indicadores químicos para monitorar os ciclos de
esterilização e testes biológicos para verificar a eficácia dos processos.

Em resumo, a escolha do método de esterilização e dos produtos utilizados depende das


características dos materiais a serem esterilizados, garantindo assim a segurança e a eficácia
dos procedimentos realizados na área da saúde.
Além dos processos de esterilização mencionados, a Central de Material de Esterilização
(CME) também deve estar atenta a outros aspectos importantes, como:
 Monitoramento e controle dos processos: É essencial que a CME realize
monitoramento regular dos equipamentos de esterilização, verificando a eficácia dos
ciclos e a validação dos processos. Isso pode ser feito por meio de testes biológicos,
indicadores químicos e físicos, que garantem que os materiais estejam sendo
esterilizados de forma adequada.
 Qualificação dos profissionais: Os colaboradores da CME devem receber
treinamento específico sobre os procedimentos de esterilização, manipulação de
materiais e controle de qualidade. É fundamental que eles compreendam a
importância da sua função na prevenção de infecções hospitalares e na segurança
dos pacientes.
 Gestão de materiais: A CME deve manter um controle rigoroso sobre os materiais
recebidos, esterilizados e armazenados, garantindo a rastreabilidade e a integridade
dos itens. Isso inclui o registro de todos os processos realizados, a identificação
adequada dos materiais e o descarte seguro de itens danificados ou vencidos.
 Cumprimento das normas e regulamentações: A CME deve seguir as normas e
regulamentações específicas relacionadas à esterilização de materiais em serviços
de saúde, garantindo o cumprimento de requisitos técnicos e de segurança. Isso
inclui normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e outras
autoridades reguladoras.
 Atuação interdisciplinar: A CME deve manter uma comunicação eficiente com
outras áreas do hospital, como centro cirúrgico, unidades de internação e
laboratórios, para garantir uma abordagem integrada e eficaz na gestão dos materiais
esterilizados e na prevenção de infecções.

Em resumo, a Central de Material de Esterilização desempenha um papel fundamental na


garantia da segurança e qualidade dos serviços de saúde, por meio da correta esterilização
e gestão dos materiais utilizados em procedimentos médicos. O cumprimento de protocolos,
a qualificação dos profissionais e a adoção de boas práticas são fundamentais para assegurar
a eficácia dos processos e a proteção dos pacientes.

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