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A oftalmologia, como especialidade, deve reconhecer a

edição
Prática
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importância da segurança do paciente para garantir o
paciente correto, o olho correto, o local correto e o
Padrão procedimento correto nas cirurgias. Todas as organiza-

Ouro ções devem assegurar boas práticas para a realização


de cirurgias oftalmológicas. A excelência é alcançada
com protocolos e procedimentos seguros, instalações
• LINHA DE CUIDADOS EM • e recursos adequados, bem como suporte gerencial
C I R U R G I A O F TA L M O L Ó G I C A para a prática da cirurgia segura.

1 O processo de consentimento informado deve estar alinhado à prevenção de erros de locali-


zação incorreta e de cirurgia incorreta. O paciente (ou o representante do paciente) deve
estar ativamente envolvido no processo de consentimento informado. O formulário de
consentimento deve ser escrito em um nível que o paciente seja capaz de entender, e intér-
pretes devem estar disponíveis, quando apropriado. Se apenas um olho for operado, o
olho correto deve ser claramente anotado no formulário de consentimento.

Implementar Complicações/incidentes/eventos adversos devem ser registrados Implementar Protocolos de Uso


Protocolo de em prontuário e notificados, tais como: retorno não programado, Seguro de Medicamentos: Anti-
Prevenção mudança cirúrgica para vitrectomia e levantamento de flap, ruptu- bioticoprofilaxia, Medicação de
de Infecção ras ou formação de opacidade na cápsula posterior do cristalino, Uso Próprio e Reconciliação
Cirúrgica. formação de sinéquias, ceratite pós-operatória, irite, edema de Medicamentosa, Uso de Mitomi-
córnea e o glaucoma pós-cirúrgico, síndrome da íris flácida, pseu- cina, Dilatação e Instilação de
do-exfoliação, zonulopatias traumáticas, catarata branca, endof- colírios midriáticos, cicloplégicos,
talmite, entre outros. antibióticos (incluindo intracame-
ral), PVPI, anti-inflamatórios,
Fracionamento, Validade após
abertura, Rastreabilidade.

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Na fase pré-cirúrgica, os seguintes critérios são confirmados: identidade do paciente, procedimento e sua lateralidade
(demarcada) e consentimento informado.

A alta médica deve ser realizada através de critérios Na fase cirúrgica, o médico, o enfer- Na fase pré-cirúrgica, são confir-
definidos e registradas as condições clínicas finais meiro e o anestesista confirmam, mados os materiais (incluindo a
do paciente. Paciente e acompanhantes recebem oralmente: paciente, local, procedi- esterilidade) e equipamentos
orientações de higiene das mãos, manuseio e mento, antibioticoprofilaxia, uso de disponíveis para a cirurgia, de
instilação de colírios e notificação de eventos adver- mitomicina, implante, dispositivos, forma criteriosa e sistemática.
sos/complicações. uso de colas/adesivos, gases e fluores-
ceína/outros corantes.

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Implementar Protocolos de Segurança do Paciente: Garantir um atendimento humanizado, assegurando
Atendimento às Emergências, Protocolo de a privacidade do paciente.
Conjuntivite, Transporte, Prevenção de Queda, Jejum,
Alergia à Látex, Dor, Uso de Mitomicina, Manejo de
Náuseas e Vômitos, Indicação de Avaliação Agendar retorno para acompanhamento do pós-opera-
Nutricional, Manejo de Pacientes Diabéticos e tório, verificar acuidade visual e se o paciente está
Hipertensos, Uso do Kit de Facoemulsificação (via, utilizando a medicação prescrita.
ponteira e caneta), Acompanhamento Pós-cirúrgico
do paciente, Identificação e Manejo de Endoftalmite
e outras complicações. Na fase pré-cirúrgica, ocorre a coleta e registro da histó-
ria do paciente, sua avaliação física e pré-anestésica
(incluindo risco de via aérea difícil, se aplicável), risco
de alergias e tromboembolismo venoso.

O planejamento cirúrgico deve ser realizado pelo O local e o lado da cirurgia devem ser escritos por comple-
médico antes do procedimento, cumprindo um proto- to no local da cirurgia (DIREITO ou ESQUERDO) com
colo de exames pré-operatórios/complementares e caneta indelével ou adesivo firmemente preso. Toda a docu-
informando ao bloco cirúrgico os itens necessários mentação deve incluir qual olho deve ser operado. O cirurgião
para a cirurgia (exemplo: modelo e dioptria da lente deve confirmar a lateralidade em consulta com o paciente
intraocular). Um plano de cuidados de enfermagem (exceções: idade, capacidade mental, sedação etc).
ao paciente internado é implementado, incluindo
uso de coxins e sondagens. Critérios para elegibilidade do paciente para cirurgia em
Hospital-Dia são cumpridos, através de avaliação do estado
físico e risco anestésico, extensão e localização do procedi-
mento a ser realizado. Critérios de suspensão cirúrgica
(doenças específicas, ausência de acompanhante, etc) são
definidos.
COLABORADORES NA CONSTRUÇÃO DA PPO
Esta PPO foi construída com a colaboração de profissionais engajados com a
Linha de Cuidados em Cirurgia Oftalmológica durante encontro realizado pela Teclaser (Ago/2019).

Adilson de Carvalho Silveira Enoch Jardim Lóes Júnior Márcia Ferrari Perez
Aline Tatiane da Silva Vieira Evandro Schapira Maria Dolabela de Magalhães
Ana Paula Mazeti Ferreira Fabio Pimenta de Moraes Mariana Ferrer Nascimento
Ana Paula Oliveira Cesar Fabíola Miranda Marilene Cardoso Celestino
Ana Paula Prudêncio Rodrigues Frederico V de S Pena Marina Negrão Frota de Almeida Rosa
André Alves Vianna Gabriele Mota Messias Mayara da Silva Pereira
Aparecida de Fátima Pereira Cardoso Gilvane Lolato Myrna Serapião dos Santos
Beatriz Ramos Carvalho Barcelos Gislene Angelica da Silva Natanael Portugal Cruz
Bruno Borsari Giuliana Baraldo Nerino Pinho Junior
Camila Borges de Menezes Glaucia Regina Cruz Nickolas Gomes Lima de Paiva
Camila Guimarães Rigoli Hellen Fernanda Barbosa Silva Nilson Afonso de Melo
Carla Borges Godinho Héllen Juliana Costa Diniz Patricia Alcantara Chan
Carlos Eduardo Castanha Janaina Damaris Oliveira Koizimi Paulo Ricardo Nocera
Carmen Castilho Missali Janete Rodrigues Machado Péricles Góes da Cruz
Caroline Ribeiro Joao Carlos Soares Raquel Cristina Solano
Cecilia Vilela França Paixão Josileide Alves da Silva Borges Renata Amaral
Christian Hart Ferreira Juliana B. Parra Gepes Roberto Viana
Cleide Campos Juliana Sloboda Ronaldo Behrens
Cleide Moura Karina Maria Oliveira Pontes de Brito Sandra Leite Pereira de Souza
Cristiane Ferreira dos Santos Kátia Campos Sandra Meire Bispo dos Santos
Cristina Mafra Klinger Bragança da Rocha Freitas Sheiliane Catarina dos Santos
Cristine Elias Sadala Mascato Lanusa Melo Favero Silmara Martins Merino Loes
Daiane Cristina Pereira dos Santos Leila Pereira de Lima dos Santos Stephanie Brandao Nunes
Daniele Correia Lídia Cristina de Medeiros Thais Antunes Murer
Danielle de Queiroz Vilarinho Vilar Lilia Ruth Picanço Muralha Thais dos Santos
Danniele Santos Pires Guimarães Lilian Cristina Costa Marcondes Valeria Bueno Cardoso
Edmundo Jose Velasco Martinelli Loiane Bertolucci Silva Vanessa Almeida
Eduardo Parente Barbosa Luana Mendieta Vivian Giudice
Eliana Farias de Araujo Luciana da Silva Neves Barbosa Vivian Oliveira da Silva
Eliana Maria P. Luciana Prado Araujo Praça Vivian Theodoro de Lima Calisto
Eliane Niskier Luiz Carlos Bassit Viviane de Fátima Mantovani Peres
Elizamar Messias Queiroz Balbino Marcely Belisario

Referências Bibliográficas
• AAO Wrong-Site Task Force, Hoskins Center for Quality Eye Care. Recommendations of American
Academy of Ophthalmology Wrong- Site Task Force - 2014.
• Garcia. E.L. et al. Análise Comparativa Entre Duas Técnicas de Facectomias Realizadas em um
Hospital de Referência de Florianópolis. Arquivos Catarinenses de Medicina V. 32. nº. 4 de 2003. /
Roberts, TV. et al. Surgical Outcomes and Safety of Femtosecond Laser Cataract Surgery. Volume 120,
Issue 2, Pages 227–233. 2013.
• AAO, OMIC, ASCRS, ASORN, OOSS, Sample Ophthalmic Surgery Checklist. April 12, 2012.
• Ocular Surgery Guidelines for Ensuring Correct Patient, Correct Eye, Correct Site and Correct
Procedure (Nov 2014) © Copyright 2014 – The Royal Australian and New Zealand College of Ophthal-
mologists.

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