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Escola Superior de Saúde da Guarda

APLICAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM A UM DOENTE


COM DOR ABDOMINAL

Estudante: Rosa Catarina Pinto Reino, nº1705971.


Curso: Enfermagem
Unidade Curricular: Ensino Clínico: Processos de Saúde e Doença em Contexto Hospitalar-
Área Cirúrgica
Ano Letivo: 2023/24
Docente(s): Prof. Ricardo Florentim
Data: 19 de janeiro de 2023
Unidade Curricular de Ensino Clínico: Processos de Saúde e Doença em Contexto
Hospitalar- Área Cirúrgica

_______________________________________________________________________________________________
APLICAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM A UM DOENTE
COM DOR ABDOMINAL
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DOCUMENTO Nº1

PARA AVALIAÇÃO NO ÂMBITO DA UNIDADE CURRICULAR DE ENSINO


CLÍNICO: PROCESSOS DE SAÚDE E DOENÇA EM CONTEXTO
HOSPITALAR - ÁREA CIRÚRGICA EM ENFERMAGEM

Professor Orientador: Ricardo Florentim


LISTA DE ABREVIATURAS (meter ordem alfabética)

PE – Processo de Enfermagem

CIPE - Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem

Carcinoma Colorretal (CCR)


Sr – senhor
Tensão Arterial (TA)

Frequência Cardíaca (FC)

Frequência Respiratória (FR)

Saturação Periférica de Oxigénio (SaO2)


Atividades de Vida Diárias (AVD’s),
Índice de Massa Corporal (IMC)

EC – ensino clinico
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1- Diagnósticos de Enfermagem...................................................................................

Tabela 2- Plano de Cuidados Pré-operatório............................................................................

Tabela 3- Plano de Cuidados Pós-operatório............................................................................

Tabela 4 - Atitudes Terapêuticas..............................................................................................


ÍNDICE GERAL

INTRODUÇÃO.........................................................................................................................

1- DOENTE COM CARCINOMA COLORRETAL............................................................

1.1 - CARCINOMA COLORRETAL COM METÁSTASES HEPÁTICAS..................9

1.2 - ETIOLOGIA..........................................................................................................10

1.3 - SINTOMAS...........................................................................................................10

1.4 - DIAGNÓSTICO....................................................................................................11

1.5 - TERAPÊUTICA....................................................................................................11

1.6 - COMPLICAÇÕES E RASTREIO.........................................................................12

1.7 - CUIDADOS DE ENFERMAGEM........................................................................13

2 - APLICAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM A UM DOENTE COM


DOR ABDOMINAL........................................................................................................

2.1 - AVALIAÇÃO INICIAL.........................................................................................15

2.1.1 – História Pregressa.........................................................................................................

2.1.2 – História da Doença Atual..............................................................................................

2.1.3 - Avaliação da Função e pessoa .....................................................................................

2.2 - DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM..................................................................19

2.3 - PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO............................................................21

2.3.1 - Plano de cuidados..........................................................................................................

2.3.1.1 - Plano de cuidados no pré-operatório.................................................................23

2.3.1.2 - Plano de cuidados no pós-operatório................................................................25

2.3.2 - Atitudes Terapêuticas....................................................................................................

2.4 - AVALIAÇÃO FINAL...........................................................................................30

3. ANÁLISE CRÍTICA..........................................................................................................

Considerações Finais

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................

APÊNDICES...........................................................................................................................
APÊNDICE I- FOLHA DE COLHEITA DE INFORMAÇÃO.........................................

APÊNDICE II- EXAME FÍSICO..........................................................................................

APÊNDICE III- TABELA TERAPÊUTICA.......................................................................

ANEXOS..................................................................................................................................

ANEXO I- ESCALA NUMÉRICA DA DOR.......................................................................

ANEXO II- ESCALA QUEDA DE MORSE........................................................................

ANEXO III- ESCALA DE BRADEN...................................................................................

ANEXO IV- ÍNDICE DE MASSA CORPORAL................................................................

anexo V - escala de godet


INTRODUÇÃO

O presente trabalho foi realizado no Âmbito da Unidade Curricular do Ensino


Clínico: Processos de Saúde e Doença em Contexto Hospitalar- Área Cirúrgica,
integrada na Licenciatura de Enfermagem na Escola Superior de Saúde da Guarda, no 1º
Semestre do 3º Ano, que serve como instrumento de avaliação da unidade curricular. O
referido ensino clínico (EC) de 252 horas, encontra-se a ser realizado no Hospital
Amato Lusitano, Castelo Branco. Realizei o EC no Serviço de Cirurgia, em que fiz só
manhas, pois ambas as minhas duas enfermeiras orientadoras também só fizeram turnos
da manhã, este inicia as 8:00 horas e termina as 16:00 horas, realizando um total de 8
horas por dia.

O tema desenvolvido tem por base a Aplicação do Processo de Enfermagem a


um doente com dor abdominal. O doente selecionado é o Senhor MB (sigla utilizada
para salvaguardar a identidade da mesma), 64 anos, residente em Alcains. Este ficou
internado com o diagnóstico operatório de: Carcinoma Colorretal com Metástases
Hepáticas, para ser submetido a seguinte intervenção: Sigmoidectomia por via
laparoscópica, que teve de ser convertida para laparotomia.

A escolha do Senhor MB, deve-se ao facto de ser um utente de foro oncológico


com um diagnóstico complexo e reservado o que me sensibilizou. Além do mencionado,
outro fator que facilitou a escolha deste doente foi o facto de eu ter prestado cuidados
durante muitos dias em que o Sr MB esteve internado. Tive a possibilidade de
acompanhar o pré, Intra e pós-operatório, o que me permitiu uma maior familiaridade
com a sua condição, diagnósticos de enfermagem e intervenções a serem realizadas.

O diagnóstico médico evidenciado no doente, apresenta atualmente um grande


impacto na saúde dos portugueses, sendo a terceira neoplasia maligna mais
diagnosticada, com uma incidência de 39,4 novos casos por 100000 habitantes em 2020
(correspondendo a 17,4% de todos os novos casos de cancro) e uma taxa de mortalidade
de 13 mortes por 1000000 habitantes, sendo a segunda neoplasia mais mortal do país
(Ferreira, 2021).

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O presente trabalho visa a aplicação do processo de enfermagem (PE), no qual
se recorre à linguagem própria da Classificação Internacional para a Prática de
Enfermagem (CIPE), visa padronizar e estabelecer uma linguagem comum que
representa a Enfermagem no mundo. Os constituintes da CIPE são os elementos da
prática de enfermagem, ou seja, permitem aos enfermeiros atuarem perante
determinadas necessidades humanas de forma a produzir determinados resultados, este
auxilia no raciocínio e na tomada de decisão clínica. Trata-se de uma linguagem
unificada que apoia a comunicação entre os enfermeiros e outros profissionais de saúde
(Silva et al, 2020).

No presente trabalho é utilizada a metodologia descritiva, uma vez que teve por
base o processo clínico do doente em observação, o próprio doente, a sua família, toda a
equipa de enfermagem, bem como a informação recolhida através de monografias,
bibliografias e artigos científicos.

Como objetivos inerentes ao trabalho pretendo: Aplicar todas as etapas do


Processo de Enfermagem ao senhor MB, através da fundamentação teórica explicar a
sua patologia, avaliar o doente de acordo com a função e pessoa utilizando a linguagem
CIPE, definir os diagnósticos de enfermagem, planear os cuidados pré e pós-operatório
de enfermagem e atitudes terapêuticas a realizar e por fim através da análise critica,
descrever e fundamentar os focos que se mantem alterados, e se houve ganhos em
saúde ou não. Utilizando o método de comparação entre a teoria e a prática de
enfermagem.

Relativamente à estrutura do trabalho este divide-se em três capítulos. Após a


introdução, será apresentado no primeiro capítulo, doente com carcinoma colorretal,
onde irei abordar o diagnostico do doente escolhido, carcinoma colorretal com
metástases hepáticas dando enfase aos cuidados de enfermagem. No segundo capítulo,
denominado de aplicação do processo de enfermagem a um doente com dor abdominal ,
neste capitulo irei descrever a avaliaçao inicial, a historia pregressa , a historia da sua
doença atual, avaliar a função e a pessoa, vou descrever os diagnósticos de enfermagem
que se aplicam a este utente , no subcapítulo , planeamento e a implementação, elaborei
os planos de cuidados para o pré e pós operatórios para os diagnósticos levantados
anteriormente e por fim apliquei as atitudes terapêuticas. No terceiro capítulo, irei fazer
uma análise critica e por fim uma conclusão.

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O ensino clínico é uma etapa extremamente importante na aprendizagem dos
alunos. É um processo de construção de conhecimento para a prática de enfermagem,
situado numa determinada área, em que o estudante tem a oportunidade de aplicar o seu
conhecimento a nível teórico na sua prática clínica, permitindo o assim refletir e adptar
às diferentes situações que vão surgindo. Fátima Mendes Marques, Maria José Pinheiro, & Patrícia Vinheira
Alves. (2021).

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1- O DOENTE COM CARCINOMA COLORRETAL

1.1 – CARCINOMA COLORRETAL COM METÁSTESES HEPÁTICAS

O carcinoma é caracterizado por um crescimento descontrolado das células


cancerígenas, causado pelo baixo grau de diferenciação que as caracteriza, dando
origem a uma doença localizada ou metastizada. A metastização, que corresponde
ao estadio final dos diversos tipos de cancro, constitui a fase com maior
mortalidade (Santos,2021).

O Carcinoma Colorretal (CCR) incorpora uma grande variedade de tumores


malignos que afetam o intestino grosso e o reto. Assim, podem manifestar-se em
qualquer extensão do órgão, porém, tendo uma maior probabilidade de se localizar: no
cólon sigmoide (51%), cólon ascendente (16%), cólon descendente (10%), cólon
transverso (9%), cego (8%) e reto (6%). O CCR, segue um padrão de desenvolvimento,
no qual inicialmente mostra-se como uma lesão benigna que evolui para uma neoplasia
maligna. Nessa realidade, estima-se que este processo ocorra em torno de 10 a 15 anos
(Gasthi et al. 2021).

Os doentes com CCR metastático possuem uma alta taxa de mortalidade, com
uma taxa de sobrevida de cinco anos em 12%. A metástase hepática é a mais frequente e
pode atingir aproximadamente 19% a 31% dos pacientes com esta patologia. Tomim, D.
(2022).

1.2. ETIOLOGIA

Os principais fatores de risco do CCR são os seguintes: dieta rica em gorduras


e pobre em fibras, sedentarismo, obesidade, álcool, tabagismo, diabetes. São fatores de
risco não modificáveis desta doença: sexo em que os homens têm uma maior
predisposição a desenvolver esta neoplasia do que as mulheres, idade em que aumenta a
propensão com o envelhecimento, mutações hereditárias como a apolipose adenomatosa

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familiar e o Síndrome de Lynch e doenças inflamatórias intestinais como a colite
ulcerosa e a doença de Crohn (Figo, 2023).

As causas do CCR podem ser classificadas como familiar ou esporádica, sendo


que a primeira ocorre devido a fatores genéticos que podem ser associados a fatores
ambientais, no qual se destaca que o seu desenvolvimento aumenta em indivíduos com
parentes de primeiro grau diagnosticados com essa patologia. Já o esporádico representa
a maioria dos casos e vincula-se ao acúmulo de mutações (Gasthi et al., 2021).

1.3- SINTOMAS

O Sr MB, teve alguns sintomas antes de procurar ajuda médica: dor abdominal, sensação de
cansaço e insónia e oclusão intestinal súbita.
Os sintomas relacionados ao CCR dependem da sua localização e em que
estadio está. Os sintomas mais prevalentes são: dispneia, náuseas, constipação, diarreia,
dor, fadiga, sensação de cansaço e insónia. Os sintomas pouco prevalentes são: fezes
associadas a muco, anemia, dor infra-abdominal, massa abdominal palpável, oclusão
intestinal súbita, fístulas no cólon e perfuração intestinal que evolui para peritonite fecal
devem, também, ser valorizados. A gravidade de cada caso dependerá do tipo
histológico do cancro e do seu estadiamento, influenciando assim na escolha do tipo de
tratamento. Fernandes Moura, S., (2020).

1.4- DIAGNÓSTICO
O senhor MB descobriu a sua doença após ter realizado o exame de
diagnostico de análises das fezes no seu Centro de Saúde. E como exames
complementares de diagnostico realizou Colonoscopia e Biopsia.

O diagnóstico pode ser investigado e confirmado a partir de exames de triagem


como (Pereira, 2020):

 Exame digital retal

 Através da análise das fezes: pesquisa de sangue oculto nas fezes,


a análise negativa de sangue nas fezes não exclui a hipótese de carcinoma;
 Análise ao sangue: pode haver uma anemia, devido a hemorragias
repetidas a partir do tumor;

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 A colonoscopia constitui um método de diagnóstico de eleição. Se
não for possível executar esta técnica, pode optar se pela radiografia com duplo
contraste (clister). O exame radiográfico do cólon distendido permite avaliar
melhor a mucosa do cólon.
 Ecografia, TAC abdominal, cistoscopia (exame endoscópico da
bexiga, através dos ureteres). exame ginecológico e radiografias torácicas para
despistar metástases e infiltrações.

1.5- TERAPÊUTICA
O tratamento mais eficaz para esse tipo de neoplasia é baseado no estágio em
que se encontra, na sua localização e se existe a presença de outras lesões colorretais e
se há ou não metástases afetando assim outros órgãos. O tratamento mais comum e a
cirurgia, que pode ser combinado ou não com quimioterapia e radioterapia. Uma grande
parte dos doentes com CCR também recebe quimioterapia sistémica, que tem como
objetivo melhorar a qualidade de vida desta pessoa. Mota, L. P., de Sousa, M. V. A.,
Eckhardt, A., do Nascimento, M. S., de Almeida, L. M. C., de Freitas, J. M., ... & de Sousa Sá,
B. V. (2021). Importância do rastreamento do câncer colorretal: uma revisão. Research, Society
and Development, 10(13),

O tratamento cirúrgico do CCR pode ser realizado através de laparoscopia ou cirurgia


aberta, via clássica. O Sr MB foi uma cirurgia eletiva, para ser submetido a uma
sigmoidectomia por via laparoscópica tendo sido convertida para laparotomia, via
clássica.

A laparoscopia tem como principal complicação as aderências, que causam obstrução


intestinal. Este tipo de cirurgia apresenta uma possibilidade significativa (7 a 34%) de
conversão para cirurgia clássica, principalmente quando se leva em consideração
situações de maior complexidade, como neoplasia no terço distal do reto e utentes com
obesidade. Além disso, observou-se que a ressecção oncológica laparoscópica apesar de
ter benefícios no tempo de recuperação, não é tão benéfica quanto a cirurgia clássica ,
devido a uma maior imprecisão na identificação das margens da lesão principalmente
quanto o tumor esta num estadio avançado e já esta metastizado.

Paes, B. P., Gouveia, A. L. B., de Barros, A. B. S. R., Pereira, A. C. C., do


Nascimento, B. P., Velho, G. C. M., & Trindade,A. V. (2021). Análise das complicações
pós-operatórias de câncer colorretal.Brazilian Journal of Development,7(7), 70884-70896

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1.6- COMPLICAÇÕES E RASTREIO
O CCR, tem complicações que resultam do agravamento do seu estado de saúde como por
exemplo: a obstrução intestinal, a perfuração do colon, quando ocorre sangramento
gastrointestinal, anemia, uma perda de peso acentuada, fistulas e intussusceção intestinal. As
complicações mais comuns nas admissões de emergência e a obstrução e a perfuração
intestinal. Estas são as responsáveis por até 30% dos casos de admissão hospitalar, visto que
estas complicações estao associadas a um estadio avançado da neoplasia. Estima-se que 10 a
19% dos doentes com CCR desenvolvem estas complicações, o que indica um fator de risco
para o aumento dos índices de morbidade e mortalidade para quem tem esta patologia.

GashtiS. M., TondoA. L. C., FreitagI., de AraújoJ. M. M., RochembackL.,


OrthL., LiraM., RezendeP. D., GomesS. C., & ParejaH. B. J. (2021). Câncer
colorretal: principais complicações e a importância do diagnóstico
precoce. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 13(4), e6888.
https://doi.org/10.25248/reas.e6888.202

A maioria dos casos de CCR desenvolve-se a partirde pólipos adenomatosos. A sua


deteção atempada epolipectomia reduzem a incidência de cancro em 90%. A
estratégia preventiva poderá ser realizada por rastreio (diagnóstico precoce de doença
em indivíduos assintomáticos) ou vigilância (controlo a longo prazo de indivíduos de
alto risco). O rastreio pode fazer-se de modo indireto por pesquisa de sangue oculto
nas fezes ou pode ser realizado por inspeção direta do cólon por sigmoidoscopia
flexível ou colonoscopia total. Santiago, L. M., & Paiva, J. M. (2021). Carcinoma colorretal nos cuidados
de saúde primários em Portugal: indicadores de rastreio e frequência. Revista Portuguesa De Medicina Geral E
Familiar, 37(3), 205–12. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v37i3.12790

Em Portugal, para o programa de rastreio do CCR esta preconizado a realização de


pesquisa de sangue oculto nas fezes na população assintomática, entre os 50-74
anos.Se não apresentar nenhum fator de risco deve repetir o exame de sangue oculto
nas fezes de dois em dois anos. Se a pessoa der positivo a este exame, deve entao
realizar colonoscopia para se confirmar o diagnostico. Santiago, L. M., & Paiva, J. M. (2021).
Carcinoma colorretal nos cuidados de saúde primários em Portugal: indicadores de rastreio e frequência. Revista
Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 37(3), 205–12. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v37i3.12790

1.7- CUIDADOS DE ENFERMAGEM


O diagnóstico de uma doença grave, com alta morbidade e mortalidade, como o CCR,
acarreta um sofrimento físico e emocional à pessoa doente e aos seus familiares e/ou
cuidadores. A comunicação deste diagnostico e um momento delicado, e por isso e de
extrema importância que o profissional de saúde tenha uma postura adequada de forma
a minimizar o sofrimento que foi atribuído. Devemos prestar cuidados de qualidade,
dando apoio emocional ao doente e a sua família, esclarecer dúvidas, dar orientações e
transmitir confiança. A comunicação de más notícias e a forma como se transmite este
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diagnóstico é de extrema importância para promover melhor aceitação de uma doença
grave, como o cancro. Silva, ALC., Silva, LJ da, Oliveira, AS, Oliveira, RL de, & Ramos, LG de A.

(2021). Assistência de enfermagem ao paciente com câncer colorretal. Pesquisa, Sociedade e

Desenvolvimento , 10 (9), e46910918281. https://doi.org/10.33448/rsd-v10i9.18281

O doente oncológico tem necessidade de um maior apoio e suporte,


diretamente relacionado com as mudanças físicas e psicológicas que vão decorrendo e
que são atribuídas ao cancro. Assim sendo, o constante contacto com a equipa de
enfermagem denota-se como significativo e necessário, pois nesses momentos existe a
partilha de sentimentos e emoções, podendo resultar numa relação de empatia e de
relação de ajuda. Os doentes diagnosticados com neoplasia do colón devem aprender a
aceitar as mudanças na sua vida, motivadas pela doença. (Silva et al., 2021).

A dor , sofrimento e fadiga são sintomas enfrentados pelos doentes oncológicos que
realizam tratamento quimioterápico. A dor e o principal sintoma relatado nestes casos, esta
pode ser tratada, mas, no entanto, este processo exige uma abordagem multidisciplinar que
contenha conhecimento da fisiopatologia da dor, bem como a farmacologia dos
analgésicos e o manejo das questões psicossociais. Estes sintomas estão diretamente
associados a neoplasia que eles apresentam, o que ocasiona ao doente grande instabilidade
emocional durante o decorrer de seu tratamento. Assim sendo, o cuidado de enfermagem
torna-se primordial para o curso dessa terapêutica, ofertando um cuidado seguro e eficaz
minimizando o seu sofrimento. Costa, G. A. A., & Correia, L. R. A. (2021). Atuação do
enfermeiro na assistência ao paciente oncológico submetido a quimioterapia: uma revisão
bibliográfica.

Como estratégias de alívio da dor, principal diagnóstico do Sr MB, que podem


ser utilizadas nos doentes oncológicos e foram aplicadas nesta situação para o seu
controlo, destaco: analisei o tipo e os fatores que agravam a dor ao selecionar uma
estratégia para seu alívio, administração da medicação prescrita a horas certas e em
SOS, em caso de referir dor irruptiva; identifiquei os sintomas colaterais que essa
medicação podem causar ; posicionar nas posições de conforto; alternância entre
períodos de repouso e atividade ligeira, tendo em atenção o grau de fadiga do doente,
através de pequenas caminhadas ao longo do corredor do serviço. Estas são algumas das
intervenções que podem ser desenvolvidas a estes doentes que, de certo modo e em

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certos períodos, permitem atenuar a intensidade da dor e que são descritas como boas
práticas para a sua gestão.

O objetivo principal da prestação de cuidados de enfermagem é amenizar os efeitos colaterais


apresentados, gerando conforto e qualidade de vida durante todas as fases do tratamento. E
fundamental que o enfermeiro possua o conhecimento sobre os quimioterápicos e seus
possíveis efeitos colaterais, para que possam orientar adequadamente seus pacientes e utilizar
os melhores fármacos dentro dos protocolos instituídos.
Costa, G. A. A., & Correia, L. R. A. (2021). Atuação do enfermeiro na assistência ao
paciente oncológico submetido a quimioterapia: uma revisão bibliográfica.

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2 - APLICAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM

O PE que é composto por cinco etapas inter-relacionadas e interdependentes,


sendo elas: a avaliaçao inicial, diagnóstico de enfermagem, planeamento,
implementação e a avaliação final de enfermagem. O PE constitui-se como um saber
específico e fundamental para a profissionalização e constituição da identidade dos
enfermeiros. É a base científica que dá sustentação às ações de enfermagem, sendo
considerado como uma forma ordenada e sistemática do agir do enfermeiro para
identificar e resolver os problemas que vão sendo identificados junto dos doentes. A sua
implementação tem como vantagens: facilitar a documentação de dados, contribuir para
o levantamento de problemas e para a formulação das intervenções de enfermagem de
forma sistemática, permitir a elaboração de uma linguagem comum de enfermagem que
facilita a comunicação com a restante da equipa e desenvolver meios de avaliação da
assistência (Adamy,2019).

2.1 - AVALIAÇÃO INICIAL


O PE inicia-se com a avaliação inicial, que acontece logo no primeiro contato entre
enfermeiro e utente ou familiar que o acompanha e continua durante todo o
internamento. Esta fase é fundamental, visto que a obtenção de informações fidedignas
irá favorecer a elaboração de um plano individual de cuidados de enfermagem que
esteja adaptado as suas necessidades. Se os dados obtidos na avaliaçao inicial estiverem
incompletos ou com informação errada, a construção do PE terá falhas, o que fará com
que os cuidados prestados não estejam adequados, o que consequentemente reduzirá os
seus ganhos em saúde.
MacedoE. R., BasílioA. C. M., SilvaB. J. R., SantosB. D. V., AndradeC. R.
de, SouzaG. de, & PardiniR. D. (2022). Fatores que dificultam a aplicação
do processo de enfermagem pelos enfermeiros da atenção primária à
saúde. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 15(2), e9584.
https://doi.org/10.25248/reas.e9584.2022

A avaliação inicial do Senhor MB foi elaborada durante o seu internamento no


Serviço de Cirurgia, no qual estabeleci contacto com o doente desde o dia da sua
entrada, dia 6 de dezembro de 2023. Contudo, a recolha de dados sobre a mesma só foi
iniciada a dia 7, o que me possibilitou o posterior preenchimento da folha de colheita de
informação (Apêndice I) e elaboração do exame físico (Apêndice II).

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2.1.1 - Anamnese
O doente selecionado para a elaboração do presente trabalho consiste no
Senhor MB, do sexo masculino, raça Caucasiana e de nacionalidade portuguesa.

O Senhor MB, encontra-se internado no Serviço de cirurgia, desde o dia 6 de


dezembro de 2023. O mesmo nasceu dia 21 de abril de 1959, 64 Anos, reside em
Alcains. Tem o plano vacinal completo, não refere nenhuma alergia, e independente nas
atividades diárias e no seu autocuidado. Este é casado, vive com a sua esposa não tem
animais de estimação. Tem uma filha de 23 anos, que trabalha em Lisboa, mas sempre
que possível vem visitar os pais, tendo assim apoio da sua família que durante o seu
internamento, no horário de visitas teve sempre apoio. Antes do internamento, era
vendedor inserido na indústria farmacêutica. O diagnostico esta a ser um processo
difícil de aceitar, pois há uns meses encontrava-se bem, aos fins de semana encontrava-
se com os seus amigos para jogar futebol e conseguia fazer todas as suas atividades, era
o apoio financeiro da sua família mais próxima, pois a sua filha vai começar a trabalhar
este ano, e a sua mulher esta desempregada. Com o internamento o Sr.MB sente-se
incapacitado, a sua doença já não lhe permite realizar as atividades que fazia pois sente
dor , preocupa-se muito como e que ficara a sua família se lhe acontecer o pior, a
morte.

O doente apresenta como antecedentes pessoais: gastrite, apendicectomia e


realizou uma cirurgia do foro ortopédico ao joelho direito e tumor colorretal com
metástese hepática. Em relação aos hábitos de adição o Sr.MB, deixou de fumar e beber
café há cerca de um mês, antes do internamento.

No domicílio o Senhor MB realizava a seguinte medicação no domicílio: De


manhã depois do pequeno-almoço, por volta das 8 horas: 1 comprimido de Omeprazol,
40 mg, via oral.

2.1.2 - História Atual

Segundo o processo clínico, o Senhor MB, em novembro no dia 10, foi a uma consulta
de cirurgia geral com o diagnóstico de tumor colorretal com metástases hepáticas.
Depois de ter realizado exames de diagnostico como: pesquisa de sangue oculto nas

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fezes, colonoscopia e biopsia e análises ao sangue aos quais testou positivo para o
diagnostico de cancro colorretal com metástases a nível do fígado.

No dia 17 de novembro, houve uma reunião da equipa medica da cirurgia onde se


decidiu que o SR. MB iria ser submetido a uma laparoscopia e uma eventual colocação
de cateter implantável para acesso venoso central. para se iniciar quimioterapia.

No dia 2 de dezembro o Sr.MB, recorreu ao serviço de urgência , na sequencia de dor


abdominal e a nível retal e por obstipação. Tinha fecalomas, por esse motivo foi feito
um enema de limpeza com efeito. E foi-lhe administrado Metamizol de magnésio 5ml,
Via Intramuscular, para controlo da dor.

Assim, foi internado dia 6 de dezembro, através da consulta externa sendo assim uma
cirurgia programada para o dia seguinte. Entrou no serviço de cirurgia por volta das
12:00, foi feito o acolhimento ao serviço e de seguida a avaliação inicial. Foi também
puncionado, ficando assim com acesso periférico para administração de medicação.

Quando realizada, por mim, dia 6 de dezembro a colheita de informação


(Apêndice I) o doente apresentava os seguintes parâmetros vitais:

 Tensão Arterial (TA)-141/87 mmHg;


 Frequência Cardíaca (FC)-89 bpm
 Frequência Respiratória (FR)-18 cpm;
 Saturação Periférica de Oxigénio (SaO2)-98% em ar ambiente;
 Temperatura Corporal-36,8ºC (Apirético);
 Dor-7(escala numérica).

O Sr.MB é calmo, consciente e orientado nos 3 eixos (pessoa, espaço e tempo).

É independente nas Atividades de Vida Diárias (AVD’s), apresenta o plano de


vacinação completo, refere não ter nenhuma alergia (alimentar ou medicamentosa) tem
placas dentarias superior e inferior e usa óculos, ingere entre 1litro e 1,50 litro de água.
E vai iniciar dieta 0, pois dia 7 de dezembro será intervencionado cirurgicamente. E de
referir que deixou de fumar e beber café há cerca de um mês, por vontade própria. De
cirurgias anteriores já foi submetido a uma apendicectomia aos 6 anos e a uma cirurgia
do foro ortopédico ao joelho direito.

Deambula pelo serviço de forma independente e é continente de esfíncteres


fazendo uso do sanitário. Apresenta um abdómen mole e depressível com sinais de dor à
palpação a nível do hipocôndrio direito, com irradiação para a região inguinal
ipsilateral, com sinais de edema nos membros inferiores.

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No que diz respeito à eliminação fecal, refere dificuldade em evacuar e quando
o consegue são fezes duras em pouca quantidade que por vezes apresentam vestígios de
sangue (hematoquezias).

Na função sono/repouso revela comprometimento do mesmo, relacionado a


anciedade face ao internamento, as dores e ao desconforto abdominal.

Em relação ao peso, o Sr.MB apresenta 64kg mas no ultimo mês emagreceu 6


kilos ficando com um peso de 58kg e 1,74 cm de altura, pelo que revela um Índice de
Massa Corporal (IMC) de 19.2, encontrando-se num peso normal (Anexo III). No
entanto, dado a constante perda de peso, os resultados não podem ser considerados
fidedignos, visto que o doente, apresenta gradual falta de apetite e ingere pouca
quantidade as refeições o que fará diminuir cada vez mais o seu peso. Já foi pedida
colaboração a dietista.

Por último, é de referir que o doente se encontra muito ansioso, numa fase de perda de
esperança e com sentimento de impotência em relação à sua doença e a toda a sua
situação, diretamente relacionado com as dores que tem sentido e com a falta de
descanso que lhe têm dado, pelo que ira ser ajustada a sua tabela terapêutica e foi pedida
colaboração da equipa medica de cuidados paliativos.

No Serviço de Cirurgia, apresenta a seguinte tabela terapêutica (Apêndice III):

Enoxaparina Sódica 40 mg (24/24 horas) subcutânea, Tramadol 100mg (8/8h)


IV, Metoclopramida 10 mg (8/8h) IV, Metamizol Magnésico 2000 mg (12/12h) IV,
Paracetamol 1000 mg (6/6h)IV, Polielectroliticos+ glucose 50mg/ml (1 unidade de 8 em
8 horas) IV , Ringer+ Lactato 500ml (perfusão continua) IV , Pantoprazol 40 mg
(24/24h) IV e Captopril 25mg (SOS se a TA> 160/90 mmhg) via oral .

2.1.3 - Avaliação do doente segundo a função e a pessoa


Avaliação do doente segundo a função:

Respiração: O doente apresenta uma SaO2 de 98% em ar ambiente, com uma


frequência de 18c/r/min, uma respiração costoabdominal, com um ciclo respiratório
normal, eupneica em ar ambiente, sem a utilização de musculatura acessória, de forma
simétrica, profunda e regular.
Circulação: O doente encontrava-se normotensa com valores de TA de 141/87 mmHg,
e normocardica com uma FC de 89 bpm, apresentando à palpação um pulso

19
rítmico/regular e cheio. A pele e as mucosas apresentam-se subictéricas, sem sinais de
cianose, com temperatura corporal de 36,8ºC e com um tempo de preenchimento capilar
de cerca de 2 segundos.
Temperatura Corporal: O doente encontrava-se apirético com temperatura de 36, 8ºC.
Nutrição: Tem prescrita uma dieta de chá e água que conforme a tolerância irá
progredir para uma dieta líquida. Apresenta 58kg e 1,74 cm de altura, pelo que revela
um IMC de 19.2, encontrando-se em peso normal (Anexo III), apesar da sua gradual
perda de peso constante.
Metabolismo: O doente apresentava um IMC de 19,2, ou seja, encontrando-se em
excesso de peso (Anexo III). No entanto, dado a constante perda de peso, os resultados
não podem ser considerados fidedignos, visto que o doente, apresenta gradual falta de
apetite e ingere pouca quantidade as refeições o que fará diminuir cada vez mais o seu
peso. Já foi pedida colaboração a dietista.

Volume de Líquidos: O doente apresenta edemas nos membros inferiores (Grau II na


escala de Godet, Anexo V).

Diagnostico de enfermagem alterado: Edema dos Membros Inferiores (Grau II na escala


de Godet, Anexo V).

Eliminação: No que se refere à eliminação urinária, encontra-se dentro dos parâmetros


normais apresentando uma urina clara e sem odor, sem sedimentos ou presença de
sangue. Em relação ao padrão urinário o doente está algaliado. Já no que concerne ao
padrão intestinal, tem uma frequência diária de uma vez.
Diagnósticos de enfermagem alterado: Risco de obstipação

Tegumentos: O doente tem mucosas desidratadas, sem cianose e sem macerações.


Sendo que tanto os tecidos como as mucosas encontram-se subictéricos.
Diagnósticos de enfermagem alterados: Risco de infeção associado a ferida cirúrgica
(sutura abdominal) ; Risco de infeção associado a dispositivo de drenagem.

Reparação: Referiu apresentar alteração no padrão de sono habitual, dormindo cerca de


5 horas por noite pois apresenta dificuldade em adormecer por não encontrar um
posicionamento confortável e devido às dores apresenta períodos de insónia e fadiga.
Diagnósticos de enfermagem alterados: sono comprometido; fadiga.

20
Atividade Motora: Encontra-se no cadeirão ou na cama, mas vai a casa de banho
independente e por vezes deambula pelo serviço tambem.
Diagnostico de enfermagem alterado: Intolerância a atividade

Sensação: O doente apresentou, no momento do exame físico, dor (score de 7 na escala


numérica, Anexo I), e não foram verificadas alterações a nível visual nem a nível
auditivo. A dor referida pelo Sr. MB é aguda, uma vez que apesar de estar relacionada
com o cancro apenas surgiu à menos de 6 meses; localizada a nível do abdómen e que
tende a irradiar para as costas; é aliviada por meio da elevação das pernas ou por meio
de administração de analgesia em SOS; e agravada quando o doente deambula por
muito tempo ou quando se encontra por um longo período de tempo de pé, acabando
por afetar a capacidade do mesma em se deslocar, levantar da cama, vestir-se e
principalmente causando-lhe insónias, dificuldade em adormecer, fadiga e ansiedade.
Diagnóstico alterado de enfermagem: Dor em grau elevado (8 na escala numérica,
Anexo I);

Sistema Imunitário: O doente referiu não ter alergias e apresentava o Plano Nacional
de Vacinação em dia. Foi-lhe colocado um acesso venoso periférico na mão esquerda de
calibre 22G e no lado direito um cateter implantável para acesso venoso central. Em
relação ao padrão urinário o doente está algaliado.
Diagnósticos de enfermagem alterados: Risco de infeção associado a cateter venoso
periférico; Risco de infeção associado a cateter venoso central; Risco de infeção
associado a cateter urinário.
Avaliação do doente segundo a pessoa:

Memória: O doente encontrava-se consciente e orientada nos 3 eixos.


Emoção: O doente permanece ansioso desde o primeiro dia do internamento,
relacionado com o sentimento de impotência e com a perda de esperança, encontrando-
se em conflito decisional pois alterna entre períodos de otimismo e pessimismo.
Diagnósticos alterados de enfermagem: potencial para melhorar conhecimento sobre a
doença; Esperança comprometida; Anciedade em grau elevado.
Adaptação: O doente apresenta baixa autoestima com períodos de elevada ansiedade e
pessimismo, em que a aceitação do seu estado de saúde se encontra comprometida.
Diagnósticos de enfermagem alterados: autoestima comprometida; aceitação do estado
de saúde comprometido.
Autocuidado: O doente não apresentava alterações e é independente na realização dos
seguintes autocuidados: Autocuidado uso do sanitário; alimentar-se; autocuidado beber;
Autocuidado vestuário; Autocuidada higiene; Transferir-se; Posicionar-se; Levantar-se;
e Andar.

21
Estilos de Vida: O doente referiu ter uma vida ativa, uma vez que antes do
internamento trabalhava, aos fins de semana ia jogar futebol com os amigos. Referiu ter
deixado de fumar e de beber café a um mês atrás, por vontade própria.
Comunicação: O doente revelava um discurso orientado e claro. Quando lhe questionei
acerca da sua doença, ele demonstrou-se stressado pois não sabe como lidar com este
diagnostico, quere-se manter positivo mas por vezes pensa na sua morte e que vai deixar
a sua família sozinha.
Diagnóstico alterado de enfermagem: coping comprometido
2.2 - DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM

O diagnóstico de enfermagem (DE)

Uma assistência de qualidade para um utente que vai ser submetido a um


procedimento cirúrgico é extremamente importante. É essencial que o enfermeiro em
conjunto com a equipa multiprofissional forneça um entendimento que englobe todas as
necessidades do doente ao longo desse período, deve-se dar atenção não só aos aspetos
físicos, mas também espirituais e psicológicos. O estabelecimento de uma relação de
confiança entre enfermeiro, o doente e a sua família podem trazer inúmeros benefícios
como, a minimização da ansiedade, angústia, medo e duvida (Ramos, 2021).

O enfermeiro deve explicar o procedimento cirúrgico a que será submetido


para o doente e sua família. As orientações de enfermagem devem ser explicadas de
maneira clara e objetiva, com o intuito de minimizar dúvidas e receios em relação a
situação vivenciada. Assim, torna-se possível interferir diretamente no processo de
recuperação do doente, na redução de riscos cirúrgicos, como também no tempo de
internação hospitalar, além da diminuição de complicações pós-operatórias por meio do
fornecimento de cuidados qualificados no período pré-operatório (Ramos,2021) .

Os cuidados de Enfermagem pré-operatórios pretendem auxiliar o doente, a


compreender e a preparar-se para o tratamento anestésico-cirúrgico, identificando e
analisando as necessidades individuais, diminuindo a ansiedade, contribuindo para sua
recuperação. A preparação adequada do doente para a intervenção cirúrgica é
fundamental para o sucesso do procedimento e para seu retorno rápido às atividades
diárias5. Nos cuidados pré-operatórios, o enfermeiro deve realizar o exame físico geral
22
do doente, orientando-o a partir de que momento e que deve iniciar o jejum, deve
verificar se tem acessos venosos permeáveis, deve colocar as meias de contenção
elástica, deve retirar as próteses dentárias, as lentes de contato, os adornos. Em relação a
higiene corporal/oral prévia deve instruir o doente a tomar banho com clorexidina e
previamente realizar a tricotomia (Camargo, 2022).
DEVO RETIRAR A TABELA E COLOCAR APENAS :
Os diagnósticos formulados no pré-operatório foram:
(colocar todos os DE identificados no ponto anterior)
Tabela 1- Diagnósticos de Enfermagem
Foco alterado pré-operatório
Diagnósticos de Foco Juízo
Enfermagem
Risco de Infeção Infeção Risco de
associado a Cateter
Venoso Periférico
Baixo risco de úlcera por pressao Baixo risco
úlcera por pressao
Risco de Obstipação Risco
obstipação
Edema dos Edema Grau II
Membros
Inferiores
(Grau II na
escala de
Godet,
Anexo V).

Baixo risco de Queda Baixo risco


queda
Dor (Presente) (7 Dor Presente
na escala numérica,
Anexo I)
Ansiedade Ansiedade presente, em grau
presente, em grau moderado
moderado
Potencial para Conhecimento Potencial para
melhorar

23
conhecimento sobre a doença melhorar
sobre a doença

Os cuidados pós-operatórios de Enfermagem devem ser realizados pelo enfermeiro peri


operatório para avaliar se há evolução, permitindo assim com uma maior precisão a
elaboração de um plano de cuidados até a alta (Camargo, 2022).
Retirar tabela :
Os diagnósticos formulados no pós-operatório foram :
Tabela 2- Diagnósticos de Enfermagem
Foco alterado no pós-operatório
Diagnósticos de Foco Juízo
Enfermagem
Risco de Infeção Infeção Risco de infeção
associado a Cateter
Venoso Periférico
Risco de infeção Infeção Risco de infeção
associado a cateter
venoso central
Risco de infeção Cateter urinário Risco de infeção
associado a cateter
urinário

Risco de obstipação obstipação Risco de


Baixo risco de úlcera Úlcera por pressão Baixo risco
por pressao
Risco de infeção Ferida cirúrgica Risco de infeção
associado a ferida
cirúrgica (sutura
abdominal)
Risco de infeção Dispositivo de Risco de infeção
associado a drenagem
dispositivo de
drenagem
Edema dos Edema Grau III
Membros
Inferiores
(Grau II na
escala de
Godet, Anexo
V).

Baixo risco de queda Queda Baixo risco (35 na


escala de queda de
Morse, Anexo II)
padrão de sono Padrão de sono Comprometido
comprometido;

24
Intolerância a Intolerância a presente
atividade atividade
fadiga presente. Fadiga Presente

Dor (Presente) (7 na Dor Presente


escala numérica,
Anexo I)
Ansiedade presente, Anciedade Presente, grau
em grau moderado
moderado
coping comprometido Coping Comprometido

aceitação do estado de Aceitação do estado Comprometida


saúde comprometido. de
saúde

Esperança Esperança Comprometida


comprometida.
autoestima Autoestima Comprometida
comprometida,

Potencial para Conhecimento sobre Potencial para


melhorar a doença melhorar
conhecimento sobre a
doença

2.3 - PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO

O planeamento é a terceira etapa do PE, no qual se consolida os objetivos


centrados no doente e se programam as intervenções para que se possam alcançar os
objetivos estabelecidos. Esta fase requer do enfermeiro a utilização de reflexão na
tomada de decisões e na resolução de problemas ao planificar os cuidados de
enfermagem para cada doente. Durante o planeamento o enfermeiro estabelece
prioridades, define objetivos, formula os resultados esperados e elabora o plano de
cuidados (Almeida, 2011).

O estabelecimento de prioridades dos diagnósticos de enfermagem é essencial


para a prestação de um cuidado responsável e eficaz, sendo a componente fundamental
na fase de planeamento, os resultados esperados. Os mesmos contribuem para a

25
formulação de ações e para a definição do momento em que estas deveram ser
executadas, a fim de estabelecer a recuperação do doente (Neves, 2020).

A quarta etapa do PE consiste na implementação do processo em si, referindo-


se à execução dos cuidados de enfermagem, ou seja, tendo como objetivo final, alcançar
os resultados esperados, para que posteriormente haja a avaliação do cuidado executado.
Assim, as intervenções de enfermagem, que compõem um tratamento, deve ser baseado
em evidências científicas e no julgamento clínico do enfermeiro para a obtenção dos
resultados (Neves, 2020).

2.3.1. Plano de cuidados


O manual para cirurgia segura da OMS criou uma lista de verificação de
segurança para o doente, onde, tal lista, pode ser utilizada como um instrumento de
‘checklist’ com intuito de verificação da segurança cirúrgica, podendo ser utilizado nos
diversos tipos de cirurgia, independente do seu grau de complexidade, desta forma
auxiliando as equipas cirúrgicas a seguirem de forma sistemática passos críticos
de segurança. Como também, melhorar a assistência cirúrgica e instituir padrões de
segurança que possam ser aplicados em toda instituição e para todos os procedimentos.
Quando o utente necessita de uma cirurgia, e esta é agendada, diz-se que ele se encontra
no período peri operatório, que compreende as fases pré-operatória mediata, trans
operatória, recuperação anestésica e pós-operatória. A cirurgia deve ser respeitada e
planejada antes do procedimento para que os tempos cirúrgicos sejam respeitados e
consequentemente, proporcionando segurança para o paciente (Hoepers,2021).

2.3.1.1 - Plano de cuidados pré-operatório

Antes de o senhor FL ir para o bloco operatório foram realizados os


seguintes cuidados:

 Foi revista a avaliação inicial

 Foi explicado o procedimento a que vai ser submetido

 Foi administrado a medicação prescrita para o pré-operatório

26
 Confirmou-se que o doente estava em jejum

 Foi realizado a preparação pré-operatório prescrita ou de rotina do


serviço para cirurgia proposta: Tricotomia, lavagem intestinal,
higiene corporal e oral, banho asséptico com clorexidina, foi retirada
roupa íntima, acessórios e prótese, verificou-se se os acessos venosos
periféricos estavam permeáveis e foram calcadas as meias de
contenção elásticas.

Colocar todos DE referenciados no ponto da função e pessoa e descritos no ponto anterior.No pós,
idem.Usar terminologia correta, de acordo com a nova CIPE.

Tabela 2- Plano de Cuidados Pré-operatório

Inicio Diagnóstico de Intervenções de Avaliação Final Fim


Enfermagem Enfermagem
-Otimizar cateter
venoso periférico;
Risco de Infeção -Trocar cateter
associado a venoso periférico; Risco de Infeção
Cateter Venoso -Executar associado a Cateter
Periférico tratamento ao Venoso Periférico
local de inserção
do cateter venoso
periférico no
início de cada
turno e sempre
que necessário;
-Monitorizar
temperatura
corporal de 8 em
8 horas;
-Vigiar sinais
inflamatórios;
-Trocar
dispositivo de
perfusão de 2 em
2 dias;
-Aplicar medidas
de prevenção de
contaminação;
-Remover cateter
venoso periférico.

Baixo risco de -Avaliar risco de Baixo risco de


úlcera por úlcera por úlcera por pressao

27
pressao pressão;
- Vigiar sinais de
úlcera por
pressão;

Risco de -Avaliar risco de Risco de


obstipação obstipação; Obstipação
-Vigiar
eliminação
intestinal;
-Planear dieta;
-Ensinar sobre
eliminação
intestinal;
-Vigiar o
abdómen.
Edema dos -Avaliar edema Edema dos
membros segundo a Membros Inferiores
inferiores (Grau escala de godet de (Grau III, Escala de
II na escala de 8 em 8 Godet, Anexo II)
Godet , anexo V) horas;
- Elevar os
membros
inferiores;
-Gerir ingestão de
líquidos;
- Monitorizar o
peso
corporal de 2 em
2 dias;
-Instruir o doente
a
massajar;
-Monitorizar
tensão arterial
de 8 em 8 horas
Baixo risco de - Avaliar risco de
queda ( na escala queda;
de queda de - Prevenção de Baixo risco de
Morse, Anexo II) risco de queda; queda( na escala de
- Elevar grades da queda de Morse,
cama; Anexo II)
- Baixar a cama;
- Monitorizar
risco de queda;

-Monitorizar dor
segundo a escala
numérica no
início de cada

28
Dor Presente turno/8 em 8 Dor Presente
(7 na escala horas; (7 na escala
numérica, Anexo -Gerir analgesia numérica, Anexo I)
I) (SOS);
-Otimizar
ambiente físico;
-Executar
tratamento com
estratégias não
farmacológicas;
-Planear técnicas
de relaxamento.
Ansiedade -Avaliar
presente, em grau ansiedade;
moderado -Otimizar Ansiedade presente,
ambiente físico; em grau
-Disponibilizar moderado
ambiente físico;
-Incentivar a
comunicação de
emoções;
-Executar técnicas
de relaxamento.
Potencial para -Avaliar
melhorar conhecimento Potencial para
conhecimento sobre a doença; melhorar
sobre a doença -Ensinar sobre a conhecimento sobre
doença. a doença

2.3.1.2 - Plano de cuidados pós-operatório


…..

Tabela 3- Plano de Cuidados Pós-operatório

Inicio Diagnóstico Intervenções de Avaliação Fim


de Enfermagem Final
Enfermagem
26/11 Risco de -Otimizar cateter Sem Risco de
Infeção venoso periférico; Infeção
associado a -Trocar cateter associado a
Cateter venoso periférico; Cateter Venoso
Venoso -Executar tratamento Periférico
Periférico ao local de inserção

29
do cateter venoso
periférico no início de
cada turno e sempre
que necessário;
-Monitorizar
temperatura corporal
de 8 em 8 horas;
-Vigiar sinais
inflamatórios;
-Trocar dispositivo de
perfusão de 2 em 2
dias;
-Aplicar medidas de
prevenção de
contaminação;
-Remover cateter
venoso periférico.
Risco de Otimizar cateter
infeção a venoso central;
cateter venoso -Executar tratamento
central ao local de inserção
do cateter venoso
central no início de
cada turno e sempre
que necessário;
-Monitorizar
temperatura corporal
de 8 em 8 horas;
-Vigiar sinais
inflamatórios;
-Trocar dispositivo de
perfusão de 2 em 2
dias;
-Aplicar medidas de
prevenção de
contaminação;

Risco de  avaliar sinais e Sem Risco de


infeção sintomas de infeção
associado a infeção associado a
cateter  avaliar status cateter urinário
urinário urinário
 avaliar
suscetibilidade
a infeção
 cuidados ao
cateter
urinário
 ensinar sobre
cateter

30
urinário
 gerir cateter
urinário
 remover
cateter
urinário
Risco de -Avaliar risco de Risco de
obstipação obstipação; obstipação
-Vigiar eliminação
intestinal;
-Planear dieta;
-Ensinar sobre
eliminação
intestinal;
-Vigiar o abdómen.
Baixo risco de -Avaliar risco de Sem risco de
úlcera por úlcera por pressão; úlcera por
pressao - Vigiar sinais de pressao
úlcera por pressão;

Risco de - Avaliar sinais e Risco de


infeção sintomas de infeção infeção
associado a - Monitorizar sinais associado a
ferida e sintomas de ferida cirúrgica
cirúrgica infeção (sutura
(sutura - Avaliar edema abdominal)
abdominal) -Avaliar evolução da
cicatrização da
ferida
- Caracterizar ferida
cirúrgica
- Aplicar cuidados à
ferida cirúrgica
- Troca de Penso da
ferida cirúrgica
-Retirar penso de
ferida cirúrgica
Risco de -Avaliação dos sinais Sem risco de
infeção e sintomas de infeção
associado a infeção no local de associado a
dispositivo de inserção do dreno dispositivo de
drenagem -Monitorizar sinais e drenagem
sintomas de infeção
- Avaliar a evolução
do dreno
- Avaliar conteúdo
de drenagem
- Remover material
de sutura
- Aplicar penso

31
oclusivo
- Retirar dreno de
ferida

Edema dos -Avaliar edema Edema dos


membros segundo a Membros
inferiores escala de godet de 8 Inferiores
(Grau II na em 8 (Grau III,
escala de horas; Escala de
Godet , anexo - Elevar os membros Godet, Anexo
V) inferiores; V)
-Gerir ingestão de
líquidos;
- Monitorizar o peso
corporal de 2 em 2
dias;
-Instruir o doente a
massajar;
-Monitorizar tensão
arterial
de 8 em 8 horas
Baixo risco de - Avaliar risco de Sem risco de 5/12
queda ( na queda; queda ( na
escala de - Prevenção de risco escala de queda
queda de de queda; de Morse,
Morse, Anexo - Elevar grades da Anexo II)
II) cama;
- Baixar a cama;
- Monitorizar risco de
queda;

Padrão de -Avaliar padrão de Padrão de sono


sono sono; comprometido
comprometido -Planear o sono;
-Orientar para o uso
de
técnicas de
relaxamento.
Intolerância a -Avaliar intolerância Intolerância à
atividade à atividade
atividade; (Presente)
-Planear repouso;
-Planear atividade.

Fadiga -Avaliar a fadiga; Fadiga


presente -Planear períodos de presente
atividade e de
repouso;
-Gerir atividade;
-Incentivar o repouso

32
Dor (Presente) -Monitorizar dor Dor (Presente) 5/12
(7 na escala segundo a escala (7 na escala
numérica, numérica no início de numérica,
Anexo I) cada turno/8 em 8 Anexo I)
horas;
-Gerir analgesia
(SOS);
-Otimizar ambiente
físico;
-Executar tratamento
com estratégias não
farmacológicas;
-Planear técnicas de
relaxamento.
Ansiedade -Avaliar ansiedade;
presente, em -Otimizar ambiente
grau físico; Ansiedade
moderado -Disponibilizar presente, em
ambiente físico; grau
-Incentivar a moderado
comunicação de
emoções;
-Executar técnicas de
relaxamento.
Coping -Avaliar coping; Coping
comprometido -Instruir sobre comprometido
estratégias de
coping.
Aceitação do -Avaliar aceitação do Aceitação do
seu estado de estado seu estado de
saúde de saúde; saúde
comprometido -Incentivar a comprometido
aceitação do
estado de saúde;
-Ensinar sobre
estratégias
adaptativas;
-Promover a
conscielização;
-Encorajar a aceitação
do
estado de saúde.
Esperança - Avaliar esperança; Esperança
comprometida -Promover a comprometida
esperança;
-Incentivar para a
conscielização da sua
situação de saúde.
Autoestima -Avaliar autoestima; Autoestima
comprometida -Escutar; comprometida

33
-Disponibilizar
suporte
emocional;
-Vigiar
comportamento;
-Incentivar interação
social;
-Promover a
autoestima;
-Encorajar expressão
de
crenças;
-Executar intervenção
psicoterapêutica.
Potencial para -Avaliar
melhorar conhecimento sobre a Potencial para
conhecimento doença; melhorar
sobre a doença -Ensinar sobre a conhecimento
doença. sobre a doença
2.4.2 - Atitudes Terapêuticas

Tabela 4 - Atitudes Terapêuticas


Data Atitudes Intervenções de Avaliação Final/
Terapêuticas Enfermagem Ganhos em Saúde
-Monitorizar -Normotenso
Frequência -Normocardico
Cardíaca; -Apirético
-Monitorizar -Eupneico
Temperatura; -Dor Presente (3 na
-Monitorizar escala numérica,
Tensão Arterial; Anexo I)
-Monitorizar
Monitorizar Frequência
26/11 Sinais Vitais Respiratória;
-Monitorizar Dor.
-Inserir Cateter
Venoso
Periférico;
-Vigiar penso do
cateter Sem sinais
Cuidados com o -Vigiar sinais inflamatórios;
Cateter Venoso inflamatórios; Com Cateter
Periférico -Trocar Cateter Venoso Periférico.
Venoso
Periférico;
-Otimizar Cateter
26/11 Venoso
Periférico;
-Monitorizar

34
remoção
acidental do
Cateter;
-Vigiar local de
inserção do
Cateter;
-Trocar Cateter
Venoso
Periférico;
-Executar
tratamento ao
local de inserção
do cateter
venoso periférico;
-Remover Cateter
Venoso
Periférico;
27/11 Cuidados com a -Trocar Cateter Sem Risco de
Sonda Vesical Urinário; infeção
-Otimizar Cateter
Urinário;
-Vigiar eliminação
Urinária;
-Monitorizar
eliminação
urinária;
-Remover Cateter
Urinário;
Risco de infeção - Vigiar sinais e Com Risco de
associado a ferida sintomas de infeção associado a
cirúrgica (sutura infeção ferida cirúrgica
abdominal) - Monitorizar (sutura abdominal),
sinais e sintomas o utente vai para o
de infeção domicílio com
-Avaliar evolução agrafos que serão
da cicatrização da posteriormente
ferida retirados no Centro
- Caracterizar de saúde do local
ferida cirúrgica de residência.
- Aplicar cuidados
à ferida cirúrgica
- Troca de Penso
da ferida
cirúrgica
-Retirar penso de
ferida cirúrgica
27/11 Risco de infeção -Avaliação dos Sem risco de
associado a sinais e sintomas infeção associado a
dispositivo de de infeção no local dispositivo de
drenagem de inserção do drenagem

35
dreno
-Monitorizar
sinais e sintomas
de infeção
- Avaliar a
evolução do dreno
- Avaliar conteúdo
de drenagem
- Contabilizar
conteúdo de
drenagem
- Remover
material de sutura
- Retirar dreno de
ferida
- Aplicar penso
oclusivo

2.5 - AVALIAÇÃO FINAL - Incompleta, dves fazer um balanço, foco por foco, destacando ou
não os ganhos em saúde. Falta ponto 3- AC

A avaliação final é o prognóstico de enfermagem, ou seja, a estimativa da


capacidade do utente em atender às suas necessidades básicas alteradas após a
implementação do plano assistencial e a presença dos dados fornecidos pela evolução de
enfermagem. É importante avaliar se cada um dos utentes alcançou o nível de bem-estar
ou recuperação previstos nos objetivos dos cuidados fixados pela equipa. É durante a
avaliação final que se torna percetível se os objetivos e os critérios que foram impostos
obtiveram resultados e se esses foram eficazmente idealizados ou se tem de haver
alguma alteração no plano de cuidados para se obter cuidados ajustados e eficazes (De
Almeida, 2011).

36
3. AVALIAÇAO CRITICA

37
CONCLUSÃO

O presente documento e sua elaboração revela-se extremamente importante


dado que o PE se constitui como a base para os cuidados que vão ser desenvolvidos e
que representam a essência de enfermagem. Para além disso, esta ferramenta permite ao
enfermeiro aprimorar a gestão de cuidados, de forma a garantir a melhoria contínua da
qualidade e dos ganhos em saúde.

Assim, como futura enfermeira revela-se crucial saber aplicar o PE a situações


da prática clínica, de maneira a conhecer e ter uma reposta adequada perante as
necessidades identificadas em cada doente, tendo como pressuposto o modelo holístico,
individualidade de cada pessoa e forma como cada um encara o seu estado de
saúde/doença.

No que diz respeito às dificuldades evidenciadas durante a elaboração do


presente documento destaco a dificuldade que tive para encontrar informação recente,
com rigor científico e adequada sobre a patologia deste doente. (ABORDAR TAMBEM
AS LIMITAÇOES DO ESTUDO).

Considero que os objetivos estabelecidos foram atingidos, na medida que


possibilitaram a correta formulação do PE, na qual foram seguidas e desenvolvidas
todas as etapas de forma sequencial e cronológica, respeitando os princípios defendidos
pela CIPE.

38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

39
APÊNDICES

40
APÊNDICE I- FOLHA DE COLHEITA DE INFORMAÇÃO

41
APÊNDICE II- EXAME FÍSICO

Idade- 70 Anos

Género- Masculino

Nacionalidade- Portuguesa

Raça- Caucasiana

Peso-80 Kg

Altura-1,65cm

IMC- 29,4 Kg/m² (Excesso de Peso, Anexo III)

Estado de Nutrição- excesso de peso (Anexo III).

Movimentos do doente- Normais

Atitude- Reativa

Posição Anatómica- Normal, sem alterações

Função Neurológica:

Grau de Consciência- Consciente

Grau de Orientação- Orientada nos 3 eixos (Pessoa, Tempo e Espaço)

Dor- Dor presente (seis na Escala Numérica da Dor , Anexo I)

Pele:

Características- integra, sem cianose, mucosas hidratadas, sem sinais de prurido,


sem maceração;

Coloração- pele e mucosas coradas e hidratadas;

Temperatura-36,8ºC

BMT glicemia- 92

Cabeça:

42
Tamanho- Médio e Normocefálico

Forma- Normal e Mesocéfalo

Posição- Vertical, Normal;

Simetria- Bilateral;

Movimentos- Normal

Couro Cabeludo e Cabelo:

Características do couro cabeludo- integro, sem saliências, seco e sem parasitas

Características do Cabelo- Curto, Cor Castanho, liso

Face:

Expressão facial- sem dor, nem sofrimento

Simetria- Bilateral;

Pele- Integra, clara, normal e corada

Olhos:

Pupilas- isocóricas e isorreativas

Iris- Normal e de cor castanha

Esclerótica- Opaca, Anictéricas e sem derrames

Pálpebras- Sem alterações

Cílios- Sem alterações

Glândulas e Sacos Lacrimais- Normais

Acuidade Visual- presbiopia

Nariz:

Inspeção do Nariz- Tamanho médio e simétrico, sem lesões

43
Inspeção das fossas nasais- mucosa avermelhada, narinas desobstruídas, sem
corrimento,

septo nasal não sangrante e sem desvios, sem alterações

Lábios:

Comissura Labial- sem desvios

Lábios- hidratados, de cor rosada, sem lesões

Cavidade Bucal:

Língua- rosada, húmida, sem fissuras e limpa

Hálito- sem halitose

Papilas Gustativas- paladar presente

Mucosa- rosada, hidratada, integra e sem lesões

Dentes- com dentição

Gengivas- não sangrantes, rosadas, húmidas e sem lesões

Orelhas:

Acuidade Auditiva- sem alterações

Ouvidos- limpos e íntegros

Simetria- bilateral e de tamanho normal

Pescoço- integro, simétrico e sem lesões

Membros Superiores:

Simetria- Simétricos

Características- sem sinais inflamatórios, sem lesões e sem edemas

Força muscular- Mantida

Mãos- Simétricas e hidratadas

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Unhas- limpas e cuidadas

Tórax:

Anterior- simétrico, sem alterações cutâneas

Posterior- coluna vertebral sem desvios e simétrica

Abdómen: Globoso, mole, com sinais de dor à palpação no lado direito

Aparelho Respiratório:

Características- Murmúrio Vesicular mantido, sem ruídos adventícios e simétrico

SpO2-98% (em ar ambiente)

Frequência Respiratória-18 cpm (expansão simétrica do tórax, sem utilizar


músculos acessórios)

Sistema Cardiovascular:

FC- 76 bpm (rítmico/regular e cheio)

TA-144/71 mmHg (Normotensa)

Aparelho Digestivo:

Alimentação- dieta líquida que depois passou para dieta Hipo lipídica

Eliminação Intestinal- diariamente

Eliminação Urinária- normal, urina límpida e sem sedimentos

Nádegas: sem sinais de maceração

Genitais: Características- sem sinais de inflamação ou lesão

Membros Inferiores:

Simetria- simétricos

Características- sem edemas, sem sinais inflamatórios

Força Muscular- mantida

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Pés- hidratados e simétricos

Unhas- limpas e cuidadas

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APÊNDICE III- TABELA TERAPÊUTICA

Início Nome Via de Grupo Ação do Efeitos Secundários Cuidados Especiais


e Administração Farmacológico Medicamento
Termo
Ringer+Lactato Intravenoso (IV) Corretivo das Predominantemente Os potenciais efeitos Se sofrer de Hiper
alterações desidratação secundários (ex.: hidratação (excesso
hidroeletrolíticas. extracelular, edema ou sobrecarga de fluido),
independentemente da hídrica/sódio) podem Na insuficiência
causa (vómitos, ocorrer em condições cardíaca congestiva
diarreias, fístulas, de utilização incorreta descompensada,
etc.). ou se a velocidade de Na hipercaliemia
administração for (excesso de potássio
Hipovolemia, muito rápida. no sangue),
independentemente da Na hipercalcemia
causa: choque (excesso de cálcio no
hemorrágico; sangue),
queimadura; perda Na alcalose
hídrica e eletrolítica metabólica (excesso
peri-operativa. alcalino no sangue),
assim como em
Acidose metabólica associação com
ligeira. digitálicos.
Captopril Oral Anti-hipertensor; está indicado no alterações do sono, História de
Inibidores da enzima tratamento da perda do paladar, hipersensibilidade ao
de conversão da hipertensão; no tonturas, tosse seca, Captopril ou a
angiotensina. tratamento da irritativa (não qualquer outro
insuficiência cardíaca produtiva) e dispneia inibidor da ECA.
crónica com redução muito raros: História de
da função ventricular broncospasmo, rinite, angioedema
sistólica, em alveolite associado a
combinação com alérgica/pneumonia terapêutica prévia
diuréticos e, quando eosinofílica, náuseas, com inibidor da ECA.
adequado, digitálicos e vómitos, irritação Edema

47
betabloqueadores; gástrica, dor angioneurótico
Enfarte do miocárdio: abdominal, diarreia, hereditário/idiopático.
– tratamento a curto obstipação, secura da Segundo e terceiro
prazo (4 semanas): boca, prurido com ou trimestres de gravidez
Captopril está indicado sem exantema,
nas primeiras 24 horas exantema e alopécia.
de enfarte do
miocárdio em qualquer
doente clinicamente
estável.
– prevenção a longo
prazo da insuficiência
cardíaca sintomática:
Captopril está indicado
em doentes
clinicamente estáveis
com disfunção
ventricular esquerda
assintomática (fração
de ejeção < 40%);
Captopril está indicado
no tratamento da
nefropatia diabética
macroproteinúrica em
doentes com diabetes
do tipo I.
Neomicina Oral Aminoglicosídeos Profilaxia asséptica Naúseas, vómitos, - Hipersensibilidade à
associada a uma diarreia, cãibras neomicina, ou a outro
cirurgia do cólon. abdominais; aminoglicosídeo
- Terapia precoce do nefrotoxicidade - Crianças com
coma hepático. evidenciada por menos de 7 anos de
- Terapia da necrose tubular, idade
encefalopatia portal e concentrações séricas - Obstrução intestinal
das consequentes aumentadas de azoto - Miastenia gravis
convulsões ureico sanguíneo, - Úlcera

48
azoto não proteico gastrointestinal
(ANP), aumento da - Gravidez
creatinina sérica, - Insuficiência renal
diminuição da - Miastenia grave;
gravidade específica
da urina e clearance
da creatinina,
proteinúria ou
albuminúria, ou
células na urina;
Ototoxicidade; Outros
efeitos indesejáveis
reportados com o uso
de aminoglicosídeos
incluem taquicardia,
artralgia ou dor nas
articulações,
miocardite,
hipotensão,
hipertensão,
depressão mental,
alopecia, púrpura e
fibrose pulmonar.

Metronidazol Oral Antibacterianos, Profilaxia e tratamento Distúrbios Hipersensibilidade ao


antiparasitários, anti- de infecções gastrointestinais, tais Metronidazol;
infecciosos, provocadas por micro- como náuseas, língua
organismos anaeróbios com pelos, disgeusia Hipersensibilidade
Rosácea (protozoários e (gosto metálico) e aos imidazóis;
bactérias) sensíveis ao escurecimento da
metronidazol. urina (pela existência Doença activa do
Profilaxia da cirurgia de um metabólito do sistema nervoso,
colo-rectal e metronidazol), como neuropatias
ginecológica; diarreia, diarreia periféricas ou centrais
Tratamento: infecciosa, estomatite crónicas evolutivas;

49
Abcesso cerebral e (mucosite oral), dor
abcesso amebiano; abdominal, vómitos; Perturbações
Bacteriémia e Rash, urticária; sanguíneas
endocardite por evolutivas,
anaeróbios; nomeadamente
Pneumonia de alterações da fórmula
aspiração e abcesso leucocitária, como
pulmonar leucopenia;
Infecções intra-
abdominais (abcesso, 1º trimestre da
peritonite, perfuração gravidez.
de víscera oca,
infecções pós-
cirúrgicas);

Infecções
intrapélvicas;
Oral:
- Vaginites e uretrites
por tricomonas;
- Giardíase ou
lamblíase intestinal;
- Amebíase intestinal
ou hepática;
- Infecções provocadas
por bactérias
anaeróbias: a
utilização dependerá
da sensibilidade do
micro-organismo
responsável.

Cutâneo:
Tratamento local das
pápulas e pústulas

50
inflamatórias da
Rosácea.

Vaginal:
Tratamento local das
vaginites por
Trichomonas
Vaginalis.
Polielectrolitos + Intravenoso (IV) Soluções isotónicas Correção de alterações Sobrecarga hídrica. Hipercaliemia.
Glucose Soluções hidroelectrolíticas em Edema. Oligoanúria.
hipertónicas que as necessidades Dispneia. Alcalose metabólica.
nos diferentes iões Agravamento de IC HTA grave.
Soluções para estão em proporções e/ou IR. IC descompensada.
hemodiálise idênticas às do plasma. Irritação venosa no Edemas
Soluções para local da punção. generalizados.
hemofiltração Desidratações IR grave.
isotónicas Hipertensão
eventualmente intracraniana.
associadas a acidose Diabetes mellitus
metabólica. descompensada.
Monitorizar
ionograma e
glicemia.
Cloreto de sódio Intravenoso (IV) Sódio, Agentes de Desidratação hipernatrémia Hipersensibilidade ao
diluição, irrigacção e hipotónica com Cloreto de sódio.
lubrificação hiponatremia As soluções de
verdadeira. cloreto de sódio não
Alcalose devem ser utilizadas
hipoclorémica. para induzir a emese,
Para solubilizar e pelo facto de
aplicar drogas por constituir uma prática
infusão. perigosa e terem sido
referidas mortes
resultantes de
hipernatrémia.

51
A administração
excessiva deve ser
evitada por poder
conduzir a
hipocaliémia.
Pantoprazol Intravenoso (IV) Antiácidos e anti Este diminui a Cefaleias Amamentação
(Prazy , ulcerosos: inibidores frequência de recidiva Colite hipersensibilidade à
Pyloprazol , da bomba de protões eis de pirose noturna e pseudomembranosa substância Ativa
Ziprol) de urna em utentes Diarreia cuidados de
com refluxo gastro Flatulência enfermagem:
esofágico, esofagite Hiperglicemia monitorizar a função
erosiva associada a intestinal, vigiar
doença do refluxo sinais de
gastro esofágico, hiperglicemia e
tratamento adjuvante monitorizar glicemia
de úlceras duodenais capilar.
associadas a
helicobacter pylori.
Metoclopramida Intravenoso (IV) Antiemético e anti prevenção e Agitação doença de Parkinson
(Plasil , vertiginoso tratamento de náuseas Diarreia epilepsia
Primperan) e vómitos Fadiga feocromocitoma
Hipotensão hemorragia e a
náuseas e vómitos obstrução
reações gastrointestinal
extrapiramidais hipersensibilidade à
síndrome neuroléptica substância ativa.
maligna
sonolência
Paracetamol Intravenoso (IV) analgésico Dor ligeira a moderada Ansiedade hipersensibilidade à
(Tylenol, Vicky, antipirético e febre Cefaleias substância Activa
Pyrena, Dorfen) Fadiga insuficiência
Epatotoxicidade hepatocelular grave
hipertensão ou
hipotensão ortostática
insónia

52
náuseas e vómitos
Metamizol Intravenoso (IV) Analgésico e dor intensa - disfunções de medula
Magnésico Antipirético espasmódica e tumoral Agranulocitose hipersensibilidade à
(Nolotil) febre alta que não Anafilaxia substância ativa e ou
responde a outros Flebite às pirazolonas ou
antipiréticos hipotensão grave pirazolidinas
reações cutâneas porfiria
trombocitopenia síndrome de asma
induzido por
analgésicos

Tramadol Intravenoso (IV) analgésico dor moderada a severa Convulsões


(tramal) estupefaciente náuseas e vómitos epilepsia não
graves controlada
obstipação hipersensibilidade à
sonolência substância ativa
tonturas e vertigens tratamento da
síndrome de privação
dos narcóticos
utentes com
intoxicação aguda
com álcool,
sedativos, hipnóticos,
analgésicos, opiáceos
ou fármacos
psicotrópicos
Enoxaparina Subcutâneo (SC) Anticoagulante e prevenção da trombose Anemia hemorragia ativa e ou
Sódica antitrombóticos: pulmonar e da dor na administração não controlada
(Inhixa , Heparina trombose venosa equimoses hipersensibilidade à
Lovenox) profunda hematomas substância ativa e ou
hemorragia a produtos derivados
rash cutâneo do porco
urticária história de
trombocitopenia
induzida pela

53
heparina

54
ANEXOS – NÃO esquecer do score obtido em todas as escalas

55
ANEXO I- ESCALA NUMÉRICA DA DOR

Figura 1 - Escala Numérica da Dor

Fonte: Circular Normativa nº 09 de 14/06/2003. Direção-Geral de Saúde (DGS).


http://www.dgsaude.pt/

56
ANEXO II- ESCALA QUEDA DE MORSE

A pontuação total da Escala de Quedas Morse varia entre 0 e 125 pontos


e as pessoas
são discriminadas em função da sua pontuação.
 Sem risco (0 e ≤ 24 pontos);
 Baixo risco (≥ 25 e ≤ 50 pontos);
 Alto risco (≥ 51 pontos).
Figura 2 - Escala Queda de Morse

57
ANEXO III- ESCALA DE BRADEN

 Sem Risco: entre 19 a 23 pontos;


 Médio Risco: entre 15 a 18 pontos;
 Risco Moderado: entre 13 a 14 pontos;
 Alto Risco: entre 10 a 12 pontos;
 Altíssimo Risco: entre 6 a 9 pontos.
Figura 3 - Escala de Braden

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ANEXO IV- ÍNDICE DE MASSA CORPORAL

Segundo a DGS (2023), o IMC deve ser calculado através da seguinte fórmula:
 IMC= Peso (Kg) / Altura² (m).

Figura 4 - Índice de Massa Corporal (IMC)

Fonte: Direção-Geral de Saúde (DGS) de 14/02/2023. https://www.sns24.gov.pt/tema/doencas-


cronicas/obesidade/

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