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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA


CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM

STEFANE FERREIRA DE SOUZA

AVALIAÇÃO DOS REGISTROS DE ENFERMAGEM NA SALA DE


RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA DO CENTRO CIRÚRGICO DO HOSPITAL
GERAL DE RORAIMA - BRASIL

BOA VISTA, RR
2019
STEFANE FERREIRA DE SOUZA

AVALIAÇÃO DOS REGISTROS DE ENFERMAGEM NA SALA DE


RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA DO CENTRO CIRÚRGICO DO HOSPITAL
GERAL DE RORAIMA – BRASIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


como pré-requisito para obtenção de título de
Bacharel em Enfermagem pelo Curso de
Bacharelado em Enfermagem do Centro de
Ciências da Saúde da Universidade Federal de
Roraima - UFRR.

Orientador: Prof. Me Raphael Florindo


Amorim

BOA VISTA, RR
2019
Aos meus pais,
Raimundo Nonato de Souza e
Maria Ferreira de Sousa, pelo
exemplo diário de luta,
persistência e humildade.
AGRADECIMENTOS

Ao meu DEUS em primeiro lugar, por permitir essa conquista e por SUA GRAÇA
derramada sobre minha vida durante toda essa caminhada.

Aos meus pais RAIMUNDO NONATO DE SOUZA e MARIA FERREIRA DE SOUSA


pelo amor incondicional, ensinamentos que me fizeram crescer, por todas as vezes que
vibraram pelas minhas conquistas, por investirem na minha educação e por estarem comigo
partilhando todos os momentos. Amo vocês.

Ao meu esposo MAYCON MARTINS MOREIRA pelo amor, cuidado, paciência,


ensinamentos, pela compreensão, por trazer tranquilidade à minha vida, por estar ao meu
lado dividindo os sonhos e por juntos os alcançarmos. Obrigada meu amor. Te amo.

As minhas amigas BEATRIZ OLIVEIRA, DANIELLY COSTA, JHULLY SALES, LUINI


SENNA E MÁRCIA SENNA por terem andado comigo lado a lado vencendo as
dificuldades enfrentadas, pelas horas de estudo compartilhadas, por todos os conselhos e
palavras de ânimo que me fizeram forte e pronta a continuar, por vibrarem comigo e por
fazerem parte da minha vida. Essa conquista tornou-se possível pela ajuda de vocês.
Absolutas, muito obrigada.

Ao meu orientador PROFº. ME. RAPHAEL FLORINDO AMORIM primeiramente por ter
aceitado me orientar, pelas horas dedicadas à orientação, por esclarecer prontamente as
minhas dúvidas, pela prestatividade, pela atenção e pela compreensão.

A todos os PROFESSORES e SECRETÁRIAS do Curso de Enfermagem que contribuíram


para a minha formação.

Aos COLEGAS DE TURMA pela caminhada e conquista compartilhada. Obrigada.


“Ser sábio é melhor do que ser forte;
o conhecimento é mais importante
do que a força.”
(Provébios 24: 5)
RESUMO

A Sala de Recuperação Pós-Anestésica é destinada aos pacientes que foram submetidos a


cirurgia e que necessitam de cuidados pós-cirúrgicos. O enfermeiro inserido neste setor
deve assegurar a monitorização e registrar os parâmetros vitais, observar o curativo,
presença e características da ferida operatória de secreções até o paciente alcançar sua
estabilidade hemodinâmica, possibilitando a continuidade da assitência por meio dos
registros de enfermagem. Assim, este estudo objetivou analisar como são realizados os
registros no prontuário do paciente pela equipe de enfermagem da Sala de Recuperação
Pós-Anestésica do Hospital Geral de Roraima. Trata-se de um estudo transversal,
descritivo, documental e com abordagem quantitativa. A amostra contou com 21
profissionais de enfermagem e com 24 prontuários para análise. Os dados foram coletados
em duas etapas, primeiramente foi aplicado um questionário à equipe de enfermagem para
caracterizar o seu perfil e em seguida realizou-se análise dos registros nos prontuários dos
pacientes por meio de instrumento próprio, durante o período de junho a julho de 2019. Os
resultados obtidos apresentaram a predominância de profissionais do sexo feminino na
enfermagem (61,90%), faixa etária de 31 a 40 anos (57,14%). Dos 24 prontuários
analisados, 02 não continham a ficha de sistematização da assistência, desses, nenhum dos
parâmetros dos sinais vitais foram registrados por completo e em 22 das fichas de
assistência foram encontrados espaços em branco que poderiam ser preenchidos com
informações referente a condição clínica do paciente. Foi observado que os registros
analisados apresentam-se incompletos dificultando a compreensão do quadro do paciente e
evidenciando a fragilidade na assistência de efermagem através dos registros. O estudo
apresentou por meio dos seus resultados a necessidade de revisar os registros que são
preconizados pela Resolução nº 514/2016 do Conselho Federal de Enfermagem.

Palavras-chave: Centro Cirúrgico. Recuperação Pós-Anestésica. Registros de Enfermagem.


ABSTRACT

The Post Anesthetic Recovery Room is intended for patients who have undergone surgery
and who require postoperative care. The nurse inserted in this sector must ensure the
monitoring and record the vital parameters, observe the dressing, presence and
characteristics of the surgical wound of secretions until the patient reaches their
hemodynamic stability, enabling the continuity of care through nursing records. Thus, this
study aimed to analyze how the patient's medical records are made by the nursing staff of
the Post-Anesthetic Recovery Room of the General Hospital of Roraima. This is a cross-
sectional, descriptive, documentary and comparative study with a quantitative approach.
The sample consisted of 21 nursing professionals and 24 medical records for analysis. Data
were collected in two stages, first a questionnaire was applied to the nursing staff to
characterize their profile and then the patient's medical records were analyzed through their
own instrument, from June to July 2019. The results obtained showed the predominance of
female nursing professionals (61.90%), aged 31 to 40 years (57.14%). Of the 24 medical
records analyzed, 02 did not contain the care systematization form, of these none of the
vital signs parameters were fully recorded and in 22 of the care forms were found blanks
that could be filled with information regarding the clinical condition of the patient. patient.
It was observed that the records analyzed are incomplete, making it difficult to understand
the patient's condition and highlighting the fragility in the nursing care through the records.
The study presented through its results the need to review the records that are
recommended by Resolution No. 514/2016 of the Federal Nursing Council.

Keywords: Surgery Center. Post-Anesthetic Recovery. Nursing Records.


LISTA DE SIGLAS

COFEN Conselho Federal de Enfermagem


EAK Escala de Aldrete e Kroulik
HGR Hospital Geral de Roraima
PNEPS Política Nacional de Educação Permanente em Saúde
SAEP Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória
SOBECC Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação
Anestésica e Centro de Material e Esterilização
SRPA Sala de Recuperação Pós-Anestésica
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UTI Unidade de Terapia Intensiva
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 10
SEÇAO 1
2 CONTEXTUALIZANDO O CENTRO CIRÚRGICO................................... 12
2.1 SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA ............................................ 15
2.2 REGISTRO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM...................................... 17
SEÇÃO 2
3 OBJETIVOS....................................................................................................... 20
3.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................ 20
3.1.1 Objetivos Específicos.......................................................................................... 20
4 METODOLOGIA.............................................................................................. 21
4.1 TIPO DE ESTUDO.............................................................................................. 21
4.2 LOCAL DO ESTUDO......................................................................................... 21
4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA.............................................................................. 22
4.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS................................................ 24
4.5 ANÁLISE DOS DADOS..................................................................................... 25
4.6 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS........................................................................ 25
SEÇÃO 3
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................... 27
5.1 PERFIL PROFISSIONAL DA EQUIPE DE ENFERMAGEM DA SRPA DO
CENTRO CIRÚRGICO DO HGR..................................................................... 27
5.2 COMPARAÇÃO DA FORMA DE REGISTRO UTILIZADA PELO HGR
PARA OS REGISTROS DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SRPA
COM A NORMATIZAÇÃO DO COFEN ATRAVÉS DA RESOLUÇÃO
514/2016............................................................................................................... 31
5.3 ANÁLISE DOS REGISTROS DE MONITORAMENTO DA SRPA DO HGR 34
5.4 AVALIAÇÃO DOS FATORES RELACIONADOS A QUALIDADE DOS
REGISTROS DA SRPA...................................................................................... 37
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... 41
REFERÊNCIAS................................................................................................. 43
APÊNDICE A: INSTRUMENTO I – PERFIL DA EQUIPE DE
ENFERMAGEM.................................................................................................. 48
APÊNDICE B: INSTRUMENTO II – PROCEDIMENTOS DE
ENFERMAGEM-O QUE ANOTAR? (Resolução nº 514/2016 – COFEN, p.
39-40)................................................................................................................... 49
APÊNDICE C: INSTRUMENTO III – ANÁLISE DOS REGISTROS DE
ENFERMAGEM QUANTO A MONITORIZAÇÃO DOS PACIENTES DA
SRPA.................................................................................................................... 50
APÊNDICE D: INSTRUMENTO IV – DISTRIBUIÇÃO DOS FATORES
RELACIONADOS À QUALIDADE DOS REGISTROS DE
ENFERMAGEM, SEGUNDO OS PRONTUÁRIOS DOS PACIENTES DA
SRPA.................................................................................................................... 51
APÊNDICE E: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E
ESCLARECIDO DOS PROFISSIONAIS........................................................... 52
APÊNDICE F:TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
DOS PACIENTES............................................................................................... 54
ANEXO A: CARTA DE ANUÊNCIA INSTITUCIONAL................................ 56
ANEXO B: PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP................................ 57
ANEXO C: FICHA DA SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA
DO CENTRO CIRÚRGICO DO HGR................................................................ 62
10

1 INTRODUÇÃO

Os registros são elementos primordiais que contribuem no que se refere a


prestação de uma assistência de qualidade. Estes são obtidos principalmente por meio dos
resultados das ações da equipe de enfermagem, necessitando que a forma de anotação
evidencie a real condição do paciente, intervenções e outras condutas realizadas pelos
profissionais de saúde. Constitui ainda um importante instrumento manuscrito e ferramenta
indispensável dos profissionais, cabendo a estes a responsabilidade pelas anotações de
forma clara e precisa, pois caso contrário, dificulta e impede o entendimento e interpretação
podendo gerar prejuízos ao paciente, aos profissionais e à instituição (GIOLITTO;
QUELUCI, 2015).

As informações registradas devem ser realizadas em toda e qualquer unidade e


setor hospitalar, em especial no Centro Cirúrgico, bem como na Sala de Recuperação Pós-
Anestésica (SRPA) sendo o local destinado a acolher os pacientes provenientes das salas de
operações, para ser monitorizados até a reversão da anestesia e estabilização dos sinais
vitais, onde também são realizados cuidados especiais que resultam na recuperação segura
e reduzindo prováveis complicações ao paciente (POSSARI, 2014).

A assistência da equipe de enfermagem na SRPA deve atender as necessidades dos


clientes objetivando a recuperação destes por meio dos cuidados realizados e registros que
nortearão as demais ações da equipe envolvida na prestação dos cuidados buscando assim
garantir a qualidade dos serviços assistenciais (RACHADEL, 2010).

A motivação para o desenvolvimento desse estudo foi após a identificação de


falhas na qualidade dos registros, em específico na sala de Recuperação Pós-Anestésica
(SRPA) do Centro Cirúrgico, durante visita técnica ao referido realizada pelo módulo
“Saúde do adulto: aspectos cirúrgicos”, onde observou-se a forma de registro realizada pela
equipe de enfermagem, notando a necessidade de comparar essa forma de registro com o
preconizado pela Resolução nº 514/2016 do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e
avaliar a qualidade desses registros por meio dos parâmetros obtidos na pesquisa.

No estudo foi possível perceber a fragilidade dos registros, evidenciada pela


ausência de informações relevantes, e termos técnicos, uso demasiado de abreviações não
previstas e não reconhecidas (como: LCM; BPB; FOC), e também palavras incompletas e
não legíveis o que pode levar a diferentes interpretações, causando prejuízos para o
11

paciente e para a equipe de saúde, gerando dúvidas quanto ao que fora realizado e
demandando mais tempo até a sua realização, impedindo a continuidade e qualidade da
assistência de enfermagem.

Desta maneira a problemática evidenciada foi considerada quanto aos registros da


assistência da equipe de enfermagem realizados na sala de recuperação pós-anestésica do
centro cirúrgico do Hospital Geral de Roraima (HGR) ser incompletos e não atendem a
Resolução do COFEN 514/2016 por completo. Para tal, estabeleceu-se como hipótese que a
equipe de enfermagem da SRPA do centro cirúrgico do HGR não realizava o registro
completo da assistência prestada ao paciente.

O registro é parte fundamental do processo de enfermagem devendo ser realizado


no prontuário do paciente de forma clara e precisa, com o objetivo de fornecer informações
que garantam e assegurem a qualidade da assistência prestada pela equipe de enfermagem.
Na unidade de Centro Cirúrgico é necessária a realização do registro em momentos
distintos, cabendo aos profissionais o registro de todas as informações para que não haja
falha na assistência nem danos ao paciente, como previsto no Código de Ética dos
Profissionais da Enfermagem, Resolução COFEN Nº 564/2017 (COFEN, 2017).

Assim, o estudo analisou a forma de registro utilizada pela equipe de enfermagem


da SRPA do Centro Cirúrgico do HGR, e utilizou como literatura de aderência às
recomendações preconizadas pela SOBECC (2017) e a Resolução 514/2016 do Conselho
Federal de Enfermagem para analisar os registros. Espera-se que o estudo possa contribuir
para sensibilizar e chamar a atenção dos profissionais de enfermagem quanto à necessidade
da realização completa dos registros da assistência, para uma comunicação efetiva entre a
equipe de saúde e respaldo legal quanto à assistência prestada pelos profissionais de
enfermagem ao paciente.
12

SEÇÃO 1

2. CONTEXTUALIZANDO O CENTRO CIRÚRGICO

O Centro Cirúrgico é considerado uma unidade complexa devido suas


características de infraestrutura e diferentes especialidades cirúrgicas, possibilitando a
realização de procedimentos anestésicos-cirúrgicos que exigem segurança para o paciente e
à equipe responsável pelo procedimento (SOBECC, 2017).

Tendo em vista sua complexidade, apresenta-se ainda como unidade constituída de


salas de operação e de suporte, que assegurem a qualidade da disposição de materiais e
equipamentos, limpeza, conforto e garantia para a realização das cirurgias de acordo com
seu porte. Vale ressaltar que esta, necessita estar em local que permita fácil entrada e saída
dos pacientes vindos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), emergência e sala de Raio-X,
trazendo assim eficiência para o serviço dos profissionais (OLIVEIRA et al, 2014).

O principal objetivo desta unidade é desempenhar com qualidade a prestação dos


serviços cirúrgicos e assistenciais ao paciente de forma a garantir e promover cuidados,
com auxílio de tecnologia, equipamentos e instrumentos específicos, sendo estes
manuseados por profissionais capacitados e competentes que devem acompanhar todo o
período de permanência do paciente na unidade (SANTOS; RENNÓ, 2013).

Outras finalidades do Centro Cirúrgico englobam a constituição de recursos


humanos necessários para a condução dos serviços da unidade e a oportunidade de
desenvolver pesquisas que visem aprimorar a atuação dos profissionais, bem como,
proporcionar melhores condições de serviço nas áreas que compõem a unidade (SANTOS
et al, 2018).

Conforme a Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico (SOBECC,


2017), devido a unidade ser um setor que apresenta riscos à saúde, sua estrutura se divide
em três grandes áreas específicas, sendo elas:

Áreas não restritas que permitem uma livre circulação de pessoas, como
corredores externos da unidade; Áreas semirrestritas não possuem limites
determinados, são estabelecidas para a passagem de pessoal e equipamentos
que serão utilizados no setor, de modo que não interfira na segurança
asséptica, alguns desses locais são a secretaria, a farmácia satélite, sala de
conforto e copa; Áreas restritas são as próprias salas de operações e
corredores internos da unidade, onde a circulação de pessoal é reduzida e
13

exigido o uso completo do uniforme privativo, para que se mantenha a


segurança asséptica (SOBECC, 2017, p. 115).

Estas áreas em conjunto com a funcionalidade estrutural do Centro Cirúrgico


consentem na efetividade das ações que serão desenvolvidas na unidade, essencialmente
nas salas de operações e sala de recuperação pós-anestésica (MEDEIROS; ARAÚJO,
2017).

Cada ambiente da unidade cirúrgica proporciona atividade especial, estando estes


estratégicamente localizados, bem como, a sala administrativa devendo estar disposta de
modo que seja possível a troca de informações com os profissionais do hospital e familiares
dos pacientes. Para controle do fluxo de entrada e saída e demais atividades da unidade,
faz-se necessário a centralização do posto de enfermagem em seu interior. Da mesma
forma, outras áreas encontram-se dispostas de modo que proporcione agilidade e melhoria
na prestação dos serviços (CARVALHO; BIANCHI 2016).

Deve-se considerar as particularidades da unidade, como as especialidades que


serão atendidas, quantidade necessária de profissionais, equipamentos, bem como toda a
sua estrutura física. Assim, para que essa unidade passe a funcionar, existem resoluções que
descrevem a composição indispensável à instituição, como a Resolução da Diretoria
Colegiada (RDC) nº 50/2002 que dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento,
programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais
de saúde que são necessários para sua funcionalidade (SOBECC, 2017).

A equipe de profissionais que desempenha atividades no Centro Cirúrgico é


constituída de médicos que atuam como cirurgião e auxiliares, instrumentador,
anestesiologista, circulante e a equipe de enfermagem. Para o bom andamento do trabalho
em equipe e realização do procedimento, torna-se indispensável a boa relação e
comunicação entre estes, uma vez que cada membro possui sua responsabilidade e função
descritas para a efetividade dos procedimentos (CARVALHO; BIANCHI, 2016).

Os profissionais precisam estar preparados para conduzir as ações de cuidados ao


indivíduo em conjunto com uma equipe de saúde multidisciplinar, no qual o enfermeiro é o
principal responsável pela supervisão e condução de atividades assistenciais, como o
preparo da sala de operação e prontidão dos instrumentos cirúrgicos, aparelhos e demais
equipamentos garantindo a realização do procedimento com segurança. Vale ressaltar que
ao enfermeiro compete ainda, estabelecer diálogo com o paciente de forma a sanar suas
14

dúvidas e o esclarecer sobre o tipo, duração e o seu destino após o procedimento cirúrgico
(MARTINS; DALL’AGNOL, 2016).

Segundo Oliveira e colaboradores (2014), é de responsabilidade do enfermeiro os


agendamentos das cirurgias, devendo este, verificar toda a documentação do paciente e
autorização da cirurgia, observar o mapa cirúrgico também do dia posterior, verificar ainda
os equipamentos, materiais e recursos disponíveis e necessários para internação do paciente
na unidade. O enfermeiro desempenha com autonomia outras funções assistenciais
relacionadas ao cuidado dos pacientes durante todo o período perioperatório.

De acordo com a SOBECC (2017), o perioperatório compreende o espaço de


tempo entre três períodos, o pré-operatório, transoperatório/intraoperatório e por fim o pós-
operatório. A figura abaixo representa os períodos que serão descritos respectivamente a
seguir:

Figura 1 – Período perioperatório.

Fonte: SOBECC, 2013.

O período pré-operatório imediato antecede as primeiras 24 horas antes da cirurgia


até a chegada do paciente a unidade cirúrgica. Nessa fase o enfermeiro deve realizar uma
entrevista e colher todas as informações pertinentes a condição do paciente, como alergias,
medicações em uso, comorbidades, cirurgias anteriores, exames radiológicos e
complementares, dados sociodemográficos, orientar o paciente e o familiar/acompanhante
quanto a higiene corporal e bucal, ao jejum, retirada de próteses e adornos, e outras
informações para certificar que o paciente está apto e conscientemente orientado para o
procedimento cirúrgico (SOBECC, 2017).

No transoperatório e/ou intraoperatório: períodos em que se confirma a chegada do


paciente no CC até sua transferência da Sala de Operações, e indução da anestesia até o fim
do procedimento, respectivamente. Ainda segundo a SOBECC (2017) o enfermeiro recebe
o paciente na unidade e verifica a confirmação da cirurgia e a realização dos exames e
orientações da fase pré-operatória, verificação e o preenchimento do checklist para
15

assegurar o paciente e equipe quanto a realização do procedimento anestésico-cirúrgico


com duração, nesta fase, até a reversão anestésica.

O pós-operatório compreende o fim do procedimento até o restabelecimento dos


sinais vitais. Esse período apresenta três momentos distintos tratando-se da 1) recuperação
pós-anestésica, 2) pós-operatório imediato e 3) pós-operatório mediato, e ocorrem na SRPA
(SOBECC, 2017).

É evidente que as habilidades e conhecimento científico do enfermeiro do Centro


Cirúrgico contemplam uma série de funções assistenciais e gerenciais, como visto
anteriormente, tornando a presença e o serviço deste profissional primordial no que se
refere aos cuidados dos pacientes no perioperatório. Devido a complexidade dos serviços
prestados por esse profissional, estratégias precisam ser tomadas para sobrepor os desafios
que surgem, com o objetivo de asseverar a qualidade das ações de enfermagem e bom
andamento da unidade hospitalar (OLIVEIRA et al, 2014).

2.1 SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA

A SRPA destina-se ao acolhimento exclusivo do paciente após a realização de uma


cirurgia. É nesta sala em que o paciente é recebido após o término do procedimento,
permanecendo até a reversão da anestesia compreendendo o período pós-operatório. Seu
objetivo é a estabilização dos sinais vitais, uma vez que o paciente recebido nesta sala
necessita ser monitorado pelos profissionais por meio dos equipamentos devido às
complicações pós-cirúrgicas que possam vir a ocorrer, é observado quanto ao seu despertar
do procedimento anestésico e também avaliado quanto ao seu nível de consciência, com
auxílio de instrumentos e escalas que classificam sua condição no momento (ARAÚJO et
al, 2018).

Conforme o Protocolo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (2015) ao término de


um procedimento cirúrgico o paciente necessita ser conduzido por profissionais que tenham
conhecimento técnico e científico das suas condições, necessitando ser avaliado
ininterruptamente até a SRPA, sendo monitorizado através de oximetria de pulso
possibilitando a observação da saturação de oxigênio e frequência cardiorrespiratória até
sua chegada a sala de recuperação.
16

Na admissão da SRPA, cabe ao enfermeiro responsável assegurar os dados


pessoais do paciente admitido, realizar exame físico, proporcionar conforto na cama e
temperatura adequada, avaliar os curativos e características ao redor do sítio cirúrgico,
observar aspectos físicos quanto a expressão de dor, administrar medicações de acordo com
prescrição, informar ao paciente sobre sua condição e período de permanência na SRPA e
por fim, como atuação da enfermagem, informar toda e qualquer intercorrência aos demais
profissionais, através da realização do registro de todas as informações pertinentes à saúde
e recuperação do paciente (GIMENES et al, 2017).

Receosos com o período do paciente nesta sala de cuidados críticos, Aldrete e


Kroulik, espelharam-se na escala de Apgar que avalia a vitalidade do recém-nascido, e
sugeriram uma forma de avaliar o estado fisiológico do paciente adulto pós-cirúrgico. A
forma criada por eles em 1979 e revisada em 1995, ficou conhecida como Escala de Aldrete
e Kroulik (EAK) que contém a avaliação dos grandes sistemas respiratório e circulatório e
também dos sinais vitais (Quadro 1) sendo estabelecido pontos de 0 a 2 de cada item
avaliado, que somados, direcionam os profissionais a uma possível alta do paciente para
sua unidade de internação de destino (SOBECC, 2017).

Quadro 1 - Escala de Aldrete e Kroulik, 2007.


Itens de
Condição Pontos
Avaliação
Movimenta os quatro membros 2
Atividade
Movimenta dois membros 1
Muscular
Incapaz de mover os membros voluntariamente ou sob comando 0
Capaz de respirar profundamente ou tossir livremente 2
Apresenta dispnéia ou limitação da respiração 1
Respiração
Tem apnéia 0
PA em 20% do nível pré-anestésico 2
PA em 20-49% do nível anestésico 1
Circulação
PA em 50% do nível pré-anestésico 0
Está lúcido e orientado no tempo e espaço 2
Desperta, se solicitado 1
Consciência
Não responde 0
Capaz de manter saturação de O2 maior que 92% 2
Necessita de O2 para manter saturação maior que 90% 1
Saturação de
O2 Apresenta saturação de O2 menor que 90%, mesmo com suplementação de
0
oxigênio
Total de pontos
Fonte: SOBECC, 2013.

O enfermeiro responsável pelos cuidados nesta unidade avalia as condições do


paciente com o auxílio dessa escala, observando atentamente suas condições e as
pontuando de acordo com os parâmetros disponibilizados na EAK. Ao final desta avaliação
17

soma-se os pontos obtidos e o resultado igual ou maior que oito determina que o paciente
apresenta-se em boas condições para receber alta, devendo estar acordado e orientado tanto
em tempo e em espaço (GIMENES et al, 2017).

Cabe ressaltar que a pontuação em cada parâmetro isolado sendo 2, entende-se que
a função desse parâmetro foi restabelecida no paciente, a pontuação 1 indica a fase de
recuperação, ou seja, o paciente apresenta uma condição média, diferente da não pontuação
em nenhum dos parâmetros isolados que indica um alerta de seriedade quanto a sua
recuperação. A alta para a unidade de destino é de responsabilidade do anestesista que
utiliza de instrumentos e escalas para norteá-lo quanto ao padrão de normalidade do
paciente pós-cirúrgico, considerando ainda a importância da atuação de enfermagem na
monitorização, observação e registros dos cuidados possibilitando assim uma transferência
segura (PORTELA, 2018).

Um estudo de Campos e colaboradores (2018) apontou que as intercorrências pós-


operatórias, mais frequentes estão associadas aos grandes sistemas, como por exemplo: o
sistema circulatório manifesta complicações evidenciadas por hiper e/ou hipotensão, Infarto
Agudo do Miocárdio (IAM), taquicardia, bradicardia e sangramento. O sistema neurológico
apresenta agitação, hiportemia e principalmente dor como complicações, já as
intercorrências do sistema respiratório são a dessaturação, dispneia, hipóxia e obstrução das
vias aéreas superiores como as principais complicações. Naúseas e vômitos, de acordo com
os resultados do estudo foram complicações mais frequentes relatadas pelos pacientes e
registrada pelos profissionais da enfermagem.

2.2 REGISTRO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Os registros são conceituados como anotações precisas designadas aos


profissionais da equipe de saúde, sendo primordiais para o desenvolvimento e execução da
Sistematização da Assistência de Enfermagem pelo Processo de Enfermagem, tornando
possível a elaboração de um plano de cuidados que atenda às condições atuais do paciente.
Podem ser entendidos ainda como anotações detalhadas, bem como a descrição de todos os
cuidados realizados e a narrativa do paciente e da sua família, e certificando a execução das
18

ações garantindo o cumprimento ético estabelecido aos profissionais (MAZIERO et al,


2013).

As informações registradas são resultantes de ações dos profissionais, das queixas


do paciente e de exames realizados, visando a qualidade da assistência de forma que
manifeste a realidade a ser documentada no prontuário (RIBEIRO, 2017). De acordo com a
Resolução Cofen nº 514 (2016) que aprova o Guia de Recomendações para os registros de
enfermagem no prontuário, as finalidades dos registros englobam a partilha de informações
estabelecendo vínculo comunicativo entre a equipe de enfermagem e demais profissionais
envolvidos na assistência ao paciente.

Sabe-se que todas as áreas em que há assistência não apenas de enfermagem, mas
de uma equipe multidisciplinar, é necessário o registro das ações dos profissionais,
demonstrando a preocupação em cuidar do paciente e o profissionalismo, principalmente
em áreas mais complexas que atendem grande número de pacientes, como é o caso do CC.

O paciente ao ser admitido na SRPA deve ter registrado no prontuário as


informações conforme recomendado pela Resolução COFEN nº 514/2016:

Data e hora da recepção do paciente na RPA; Nível de consciência, Presença de


cateteres e infusão (anotar quando houver bomba de infusão), drenos, sondas,
curativos, trações e imobilizações; Presença de lesões de pele; Anotar débito e
aspecto das secreções de drenos e sondas; Exames (laboratoriais e/ou imagem);
Sinais vitais; Intercorrências e providências adotadas; Horário de
encaminhamento ao setor pertinente; Transporte intra-hospitalar; Nome completo
e Coren do responsável pelos procedimentos (COFEN, 2016, p. 105).

Com a atenção voltada para monitorização constante dos parâmetros apresentados


pelo paciente na SRPA, é de fundamental importância e necessidade a observação e registro
dos sinais vitais por completo, o que inclui a frequência respiratória que devido ao
anestésico utilizado para realização da cirurgia, apresenta padrão de frequência alterado. A
temperatura corporal é outro fator incluso na monitorização e registro, bem como
parâmetros de pressão arterial e saturação de oxigênio que indicam alterações significativas
que podem gerar complicações no paciente em recuperação pós-cirúrgica, cabendo ao
enfermeiro em especial, o registro descritivo dessas informações (PEREIRA et al, 2018).

Antes da alta do paciente da SRPA, registros de informações como os realizados


na admissão devem constar novamente em conjunto com as orientações ditas a família e/ou
acompanhante, anotação referente a entrega dos pertences que outrora foram recolhidos
antes da entrada do paciente para a sala de operação, e cuidados desenvolvidos pela
19

enfermagem na resolução de intercorrências, devendo ainda ao final do registro dessas


informações, o profissional registrar seu nome completo e categoria e número de registro
no Coren (COFEN, 2016).

Conforme estudo realizado por Pereira e colaboradores (2018), foi avaliado a


qualidade dos registros de enfermagem nos cuidados pós-operatório imediatos em três
hospitais onde obtiveram resultados significativos quanto aos parâmetros analisados como
registro legível, prontuários rasurados, registros dos horários das intervenções, uso
exacerbado de abreviações e siglas não estabelecidas pela instituição, concluindo a ausência
de informações, falhas nos registros de monitorização, corrompendo a real condição de
saúde do paciente.

Dentre as falhas que ocorrem na assistência por meio do registro encontram-se o


número não suficiente de profissionais de enfermagem para atender a demanda de cuidados
na SRPA, ausência de profissionais em atividades de capacitações e mudanças de gestão
que dificultam a atuação de alguns e que implicam sobremaneira na completude das
informações que devem ser registradas no prontuário, dificultando a continuidade do
processo assistencial (NAGLIAT et al, 2013).

O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (2017) estabelece as


responsabilidades da equipe de enfermagem e do enfermeiro quanto aos registros no
prontuário do paciente e que este deve ser realizado de forma clara, completa e precisa.
Porém, algumas pesquisas realizadas confirmam a não realização dos registros e a não
consideração do registro como um instrumento da prestação dos cuidados pela
enfermagem, o que leva a acreditar na falta de reconhecimento que os próprios
profissionais apresentam sobre a profissão (MIRANDA et al, 2016).

Contudo, para que não ocorram estas falhas gerando prejuízos, ressalta-se a
necessidade de registrar as informações logo após o término do procedimento realizado,
faz-se também necessário o planejamento profissional garantindo tempo para efetivar as
anotações referentes às ações de enfermagem, objetivando a qualidade da assistência aos
pacientes pós-cirúrgicos que aguardam sua recuperação sob monitorização na SRPA
(MAZIERO et al, 2013).
20

SEÇÃO 2

3 OBJETIVO GERAL

Analisar como são realizados os registros no prontuário do paciente pela equipe de


enfermagem da Sala de Recuperação Pós-Anestésica do Hospital Geral de Roraima.

3.1 Objetivos Específicos

I. Identificar o perfil profissional da equipe de enfermagem da SRPA do centro


cirúrgico do HGR;
II. Comparar a forma de registro preconizada através do instrumento de registros
utilizado pelo HGR para os registros da assistência de enfermagem na SRPA com a
normatização do COFEN através da resolução 514/2016;
III. Analisar os registros de monitoramento da SRPA do HGR nos prontuários dos
pacientes realizados pela equipe de enfermagem;
IV. Avaliar a distribuição dos fatores relacionados à qualidade dos registros de
enfermagem, segundo os prontuários dos pacientes da SRPA.
21

4 METODOLOGIA

4.1 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de um estudo transversal, descritivo, documental, com abordagem


quantitativa da avaliação da qualidade dos registros de enfermagem na SRPA do Centro
Cirúrgico do Hospital Greal de Roraima. O estudo do tipo transversal constitui como
característica primordial a definição da população conveniente. Sendo ainda um estudo que
explora as informações adquiridas, em tempo e população amostral predeterminados
(SITTA et al, 2010).

O tipo de estudo descritivo visa discorrer minuciosamente sobre as características de


uma população e seus acontecimentos. O objetivo gira em torno da descrição de forma
clara, com exatidão das informações adquiridas através de instrumentos, bem como
formulários padronizados, construídos sob fundamentação bibliográfica. O estudo torna-se
documental quando este utiliza dados adquiridos a partir de documentos para análise e
exploração das informações obtidas, e do tipo comparativo por levantar similaridades e
divergências entre pessoas e acontecimentos (GIL, 2002).

4.2 LOCAL DO ESTUDO

O estudo foi realizado na SRPA da unidade do Centro Cirúrgico do HGR,


localizado no município de Boa Vista, Roraima - Brasil.

O HGR é administrado diretamente pelo próprio estado, tratando-se da unidade


hospitalar central, tanto em número de leitos como de profissionais atuantes, que oferece
serviços de características imediatas, mediatas e internação de pacientes. Segundo o
relatório realizado pelo Tribunal de Contas da União (2013) a demanda da unidade não se
limita apenas a população residente no estado, pois além dos povos indígenas também são
atendidos grande número de imigrantes, que chegam no estado de Roraima buscando os
serviços de saúde no HGR.
22

A unidade de Centro Cirúrgico do HGR é constituída de seis salas de operações,


duas destas salas são consideradas de grande porte (36m²) e as outras quatro são salas de
médio porte (25m²), ambas para realização de cirurgias conforme sua complexidade.
Constitui ainda da sala de recuperação pós-anestésica que possui quatro leitos para
monitoramento dos pacientes pelos profissionais, farmácia, sala de administração da
unidade, copa e lugar de conforto para os profissionais de enfermagem, expurgo para o
recebimento dos materiais vindos das salas de operações e uma sala de depósito dos
materiais de limpeza (DELFINO; AMORIM, 2018).

A equipe de enfermagem do Centro Cirúrgico conta com a atuação de doze


enfermeiros, trinta e cinco técnicos e treze auxiliares distribuídos para prestação da
assistência por meio do dimensionamento realizado na unidade. No período da manhã a
equipe é constituída por sete técnicos, sendo cada um responsável por uma sala, três
auxiliares e três enfermeiros, sendo que dois alternam entres as salas de operação e SRPA,
o terceiro é o coordenador responsável pela unidade. No período da tarde, a quantidade de
enfermeiros permanece a do período anterior, o número de técnicos aumenta para nove, e a
quantidade de auxiliares reduz a um.

Para os serviços no período noturno, a equipe é dividida em quatro noites, como


apresentado a seguir:

Noite/Profissionais Enfermeiros Técnicos Auxiliares

Noite 1 02 04 03

Noite 2 01 04 02

Noite 3 02 05 02

Noite 4 02 04 03

*Informações disponibilizadas pela coordenação do Centro Cirúrgico do HGR.

4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população deste estudo foi apresentadas em dois grupos distintos, a saber:

1º Grupo – Profissionais da Enfermagem da SRPA.


23

Nesse grupo, aceitaram assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido


(TCLE) para participar da pesquisa 21 profissionais (05 enfermeiros, 14 técnicos e 02
auxiliares), sendo esta a amostra utilizada para atender ao primeiro objetivo de identificar o
perfil profissional da equipe de enfermagem da SRPA do centro cirúrgico do HGR.

Foram excluídos da pesquisa os profissionais que estavam de férias e/ou de


licença, sendo 19, aqueles que não aceitaram assinar o TCLE, 12 profissionais e aqueles
que a pesquisadora não obteve contato sendo 8 profissionais.

2º Grupo – Prontuários dos pacientes

Como critérios de inclusão, a amostra foi composta de pacientes de ambos os


sexos, que passaram por cirurgias e que estiveram internados na SRPA durante o período
do estudo – junho a julho de 2019.

Como critérios de exclusão, foram excluídos os prontuários de pacientes


indígenas, imigrantes, menores de 18 anos, com distúrbios mentais e pacientes que não
aceitaram assinar o TCLE.

Os prontuários dos pacientes foram utilizados como fonte de dados para a pesquisa,
no qual objetivou-se analisar os registros da assistência de enfermagem prestada aos
pacientes da SRPA do Centro Cirúrgico do HGR. Assim, a amostra do estudo foi obtida por
meio de amostragem por conveniência, a qual utiliza os elementos disponíveis ao
pesquisador, sendo selecionada pelo baixo custo financeiro e operacional e também pelo
pouco tempo para desenvolvimento da pesquisa (OCHOA, 2015).

Durante o período da coleta (junho a julho de 2019) a unidade registrou um total


de 660 cirurgias. Considerando os critérios de exclusão, imigrantes: 42; menores de 18
anos: 05; negaram-se a assinar o termo: 62; e quanto aos indígenas a unidade não
apresentou o quantitativo de pacientes que foram submetidos a cirgurgia, devido não conter
esquema estatísco deste grupo.

Cabe acrescentar a estas informações, 36 pacientes (encaminhados para a UTI) e


55 (encaminhados para o Grande Trauma) que retornaram a sua unidade de internação após
a realização do procedimento, sendo ainda que 14 pacientes não foram encontrados em seus
devidos leitos, e 16 dos pacientes internados no bloco D (bloco de infectologia) que
realizaram cirrugia, não foram abordados devido recomendações da equipe de enfermagem
do local por apresentarem doença infectocontagiosa – Tuberculose (Mycobacterium
tuberculosis).
24

Desta maneira a amostra da pesquisa contou com 24 prontuários que foram


autorizados pelos pacientes para análise. Mediante as dificuldades encontradas, como
explicitadas anteriormente para coleta dos dados, e ainda vale salientar que durante a coleta
dos dados a pesquisadora estava desenvolvendo as atividades de estágio obrigatório do
Curso de Bacharelado em Enfermagem para cumprimento da grade curricular.

4.4 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS

Os dados foram coletados durante o período de junho a julho de 2019 por meio de
visitas semanais em dias alternados. A coleta foi realizada em duas etapas:

1ª etapa - Para atendimento do objetivo de identificar o perfil profissional da equipe de


enfermagem da sala de recuperação pós-anestésica do centro cirúrgico, após consetimento
dos profissionais, foi aplicado instrumento próprio (Apêndice A) que permitiu traçar o
perfil destes, de acordo com o sexo, idade, experiência quanto ao tempo de atuação e
período de trabalho, bem como qualificação profissional.

2ª etapa – Utilizou-se como referência um estudo realizado por Pereira e seus colaboradores
(2018) que objetivou avaliar a qualidade dos registros de enfermagem nos cuidados pós-
operatórios em três unidades de referência no estado de Pernambuco. Os instrumentos de
coleta de dados desse estudo para responder aos objetivos III e IV dessa pesquisa foram
adaptados (Apêndices C e D). Dessa maneira a coleta aconteceu nos prontuários dos
pacientes da SRPA do centro cirúrgico do HGR. A análise e coleta dos dados ocorreram
através de instrumento próprio. Os participantes que aceitaram participar da pesquisa foram
orientados a respeito da sua contibuição, assinando o TCLE em duas vias, uma entregue ao
participante e a outra via com a pesquisadora.

Após o consentimento do paciente, a coleta dos dados foi realizada por meio da
análise do prontuário do paciente através de instrumento elaborado (Apêndice B), adaptado
e referenciado pela SOBECC (2017).

O objetivo foi de comparar o instrumento de registro utilizado pelo centro


cirúrgico identificado como SAEP (Sistematização da Assistência de Enfermagem no
Perioperatorio) em atendimento a Resolução COFEn 514/2016; seguido da coleta dos
25

dados referentes aos registros de monitoramento (verificação dos sinais vitais - pressão
arterial, frequência respiratória, saturação de oxigênio, temperatura corporal, força
muscular; aplicação e registro da escala de Aldrete e Kroulik; evolução; intercorrências e
cuidados prestados) na SRPA; e da distribuição dos fatores relacionados à qualidade dos
registros realizados no prontuário do paciente, atendendo assim, os objetivos II, III e IV.

4.5 ANÁLISE DOS DADOS

Os dados foram tabulados e analisados em planilhas eletrônicas do Programa


Excel® (2010), e foram apresentados nesse estudo sob a forma de tabelas, para descrever o
perfil dos profissionais e a qualidade dos registros documentado nos prontuários dos
pacientes que aceitaram participar do estudo.

Quanto ao instrumento denominado SAEP utilizado pelo HGR, esse foi


comparado com as recomendações do Guia de Registros do Conselho Federal de
Enfermagem a fim de comparar as informações utilizadas e determinar a qualidade dos
registros.

É importante salientar que não foi aplicado nenhum teste estatístico, considerando
que a finalidade dessa pesquisa foi de descrever através da análise documental os registros
de enfermagem realizados no prontuário do paciente da Sala de Recuperação Pós-
Anestésica do Hospital Geral de Roraima.

4.6 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS

Este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa


envolvendo seres humanos da Universidade Federal de Roraima – CEP/UFRR, em
atendimento a Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde – MS, junto ao
TCLE em Apêndices E e F, e a carta de Anuência Institucional em Anexo A (Parecer CEP
nº 3.232.779. Anexo B).

Foi esclarecido que a participação e envolvimento na pesquisa insinuam em


pequenos riscos, o participante poderia sentir-se temeroso quanto ao sigilo das informações
26

fornecidas através do prontuário e do que será observado e registrado. Sendo assim, foi
garantido que a identidade e as informações referentes ao prontuário não serão reveladas
em nenhum momento da pesquisa.

Os benefícios esperados com a pesquisa foram no sentido de prestar uma


assistência de qualidade aos pacientes pós-cirúrgicos, sendo estes os principais beneficiados
e a equipe de enfermagem melhorando a qualidade do serviço e contribuindo para boa
recuperação, e consequentemente diminuir os longos dias de internação e até mesmo
reinternação dos pacientes. Esses parâmetros poderão garantir elementos para desenvolver
melhorias no cuidado aos pacientes, e na comunicação entre a equipe de enfermagem,
assegurando a recuperação do paciente pós-cirúrgico.
27

SEÇÃO 3

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Serão apresentados os resultados e discussões de maneira conjunta, de forma que


cada objetivo proposto pela pesquisa possa ter seus resultados apresentados e discutidos
simultaneamente.

5.1 PERFIL PROFISSIONAL DA EQUIPE DE ENFERMAGEM DA SRPA DO


CENTRO CIRÚRGICO DO HGR

A partir da amostra (N=21 participantes), notou-se que 61,90% (13) são do sexo
feminino, e 38,10% (08) do sexo masculino (Tabela 1). Desde os primórdios, a
enfermagem é caracterizada como uma profissão feminina, pelo fato da precursora Florence
Nightingale ser uma mulher, e pelas atividades desenvolvidas, demonstrando maior
sensibilidade e cuidado aos pacientes (CUNHA; SOUSA, 2016).

Dados da pesquisa “O perfil da Enfermagem Brasileira” realizada pelo Cofen em


parceria com a Fiocruz (2015) apresentou um total de 84,6% de mulheres atuando na
enfermagem, afimando sua prevalência, e ressaltam que mesmo que seja vista como uma
profissão feminina registrou-se a presença de 15% de profissionais do sexo masculino,
podendo-se afirmar que há um crescente número de homens nessa subárea da saúde.

Na variável idade, observou-se que não há profissionais com menos de 31 anos de


idade atuando no setor, já a faixa etária com maior número de profissionais foi de 31 a 40
anos com 57,14% (12), ressalta-se ainda que 9,52% (02) dos profissionais possuem mais de
60 anos de idade como apresentado na Tabela 1.

Um estudo de García e colaboradores (2013) apresentou resultados que


exemplificam a influência ou não da idade nas ações executadas. Conforme os dados
obtidos, os profissionais mais jovens apresentaram maior anseio em buscar conhecimento e
aperfeiçoamento de práticas, dando-lhes a possibilidade de avaliar em positivas ou
negativas as atividades realizadas por aqueles com mais idade. Entretanto, o mesmo estudo
apresentou outros resultados que evidenciaram que os profissionais na faixa etária dos 60
28

anos ou mais, possuem maior tempo de trabalho e mais experiências que permitem sua
adaptação e agilidade no desempenho de sua função.

Tabela 1 – Perfil dos profissionais que participaram da pesquisa (N=21), de acordo com o
sexo e idade (Boa Vista-RR, 2019).
Categoria Enfermagem
Total
Variável Enfermeiro Técnico Auxiliar
N N N N %
Sexo
Masculino 2 6 0 8 38,10
Feminino 3 8 2 13 61,90
Total 5 14 2 21 100
Idade
31 a 40 anos 3 9 0 12 57,14
41 a 50 anos 1 4 1 6 28,57
51 a 60 anos 0 0 1 1 4,77
> 60 anos 1 1 0 2 9,52
Total 5 14 2 21 100
Fonte: Autora, 2019.

Na Tabela 2 observou-se que os técnicos de enfermagem são a categoria com


maior experiência profissional entre 11 a 20 anos (07) e apresentam mais de 20 anos (03)
de experiência, bem como, os auxiliares. Diferente disso, os enfermeiros são os
profissionais com menor tempo de atuação na área, de 6 a 10 anos (04), em comparação aos
técnicos e auxiliares da equipe.

O tempo de atuação dos profissionais no HGR está significativamente atrelado ao


seu tempo de atuação no Centro Cirúrgico. Observa-se na Tabela 2 que os enfermeiros
apresentam menor período, de 1 a 5 anos, em relação aos técnicos e auxiliares com tempo
de atuação entre 11 ou mais de 20 anos.

A segurança e recuperação da saúde do paciente dependem da assistência que a


equipe profissional exerce, em especial a assistência de enfermagem. No âmbito hospitalar
são inúmeros os quadros clínicos e complicações que necessitam de alguma intervenção, e
esses acontecimentos levam ou deveriam levar ao aperfeiçoamento do atendimento. O
tempo de atuação e a experiência profissional adquirida conduzem o profissional a um bom
desempenho das suas atividades práticas e assistenciais zelando pelo bem-estar do paciente,
e certamente melhorando a comunicação e o trabalho em equipe (TEXEIRA et al, 2015).

De acordo com a variável de carga horária semanal 95,23% (20) dos profissionais
que preencheram o questionário, desempenham suas atividades pelo período de 30 horas,
apenas 4,77% (1) por 40 horas, não havendo profissional que trabalhasse 44 ou mais horas
semanais. O turno de trabalho com mais profissionais, conforme o resultado da pesquisa é o
29

turno da manhã com 42,86% (9), 33,33% (7) no turno da tarde, sendo importante destacar
que 19,04% (4) dos profissionais trabalham em dois períodos. Em sua grande maioria estão
submetidos a escala de trabalho de 06 horas por dia com 80,95% (17) dos profissionais.
Tabela 2.

Tabela 2 – Perfil profissional dos participantes da pesquisa de acordo com experiencia


profissional e qualificação (N=21) (Boa Vista-RR, 2019).
Categoria Enfermagem
Variável Enfermeiro Técnico Auxiliar Total
N N N N %
Experiência profissional
01 a 05 anos 0 2 0 2 9,52
06 a 10 anos 4 2 0 6 28,58
11 a 20 anos 1 7 0 8 38,10
> 20 anos 0 3 2 5 23,80
Total 5 14 2 21 100
Atuação no HGR
01 a 05 anos 4 6 0 10 47,62
06 a 10 anos 1 1 0 2 9,52
11 a 20 anos 0 5 0 5 23,81
> 20 anos 0 2 2 4 19,05
Total 5 14 2 21 100
Atuação no Centro Cirúrgico do HGR
01 a 05 anos 4 5 0 9 42,86
06 a 10 anos 1 1 0 2 9,52
11 a 20 anos 0 6 1 7 33,33
> 20 anos 0 2 1 3 14,29
Total 5 14 2 21 100
Carga horária no HGR
30 horas/semana 5 13 2 20 95,24
40 horas/semana 0 1 0 1 4,76
Total 5 14 2 21 100
Escala de trabalho no HGR
06 horas 3 12 2 17 80,95
12 horas 1 0 0 1 4,77
06 e 12 horas 1 2 0 3 14,28
Total 5 14 2 21 100
Fonte: Autora, 2019.

Os resultados apresentados na tabela 2 são reflexos da luta que os profissionais de


enfermagem participaram em busca da conquista pela regulamentação da jornada de
trabalho, em no máximo 30 horas semanais e seis horas diárias, no que diz respeito a Lei do
Exercício Profissional. O foco da classe foi exatamente garantir a redução da sua jornada e
com isso consequentemente alcançar melhores condições físicas e emocionais para
desenvolver suas atividades (PIRES et al, 2010).

A respeito de especialização na área, foi encontrado que 05 enfermeiros atuantes


na SRPA que participaram da pesquisa, não possuem especialização para Centro Cirúrgico.
Dos cinco enfermeiros, 02 não possuem nenhum tipo de especialização em qualquer outra
30

área e os outros 03 possuem especialização em outras subáreas da saúde, como:


Especialização em UTI Administração Hospitalar, Saúde da Família e Docência em Ensino
Superior.

O enfermeiro é um dos principais responsáveis pela recuperação da saúde do


paciente pós-operatório, cabendo a este a função de zelar pela segurança desde o momento
da entrada no Centro Cirúrgico até a alta hospitalar do paciente. É ele quem realiza o
preparo das salas operatórias solicitando materiais cirúrgicos e a presença dos demais
porfissionais que se farão necessários à cirúrgia, ainda organiza e disponibiliza as fichas
que devem ser preenchidas em cada momento do período perioperatório (GUTIERRES,
2018).

Gutierres (2018) ainda afirma em seu estudo que as fragilidades encontradas na


assitência da enfermagem são em decorrência da priorização das necessidades da equipe,
desfocando o paciente quanto a necessidade de se obter um plano de cuidados eficaz, isso
na maioria das vezes é decorrente da sobrecarga de atividades adminstrativas que
conduzem alguns profissionais a não realizarem suas funções por completo.

A mesma pergunta foi realizada à equipe técnica e auxiliares de enfermagem, onde


foi observado que dos 14 técnicos, apenas 03 afirmaram possuir o curso de Instrumentação
Cirúrgica, assim como, e apenas 01 dos 02 auxiliares que participaram da pesquisa possuia
curso de instrumentação. Por menor que seja esse resultado pode-se perceber que há
interesse por parte desses profissionais em capacitar-se na área em que estão lotados para o
bom desempenho de sua função.

Vale ressaltar que os profissionais da saúde necessitam de constante atualização e


capacitações para o bom desempenho de suas ações. Para isso a Política Nacional de
Educação Permanente em Saúde (PNEPS), criada através da Portaria GM/MS n° 198/2004
visa reverter dificuldades almejando a qualidade na prestação da assistência, por meio de
programas com o objetivo de envolver os profissionais no processo de educação continuada
execercendo o compromisso com sua profissão e com aqueles que dela necessitam. Cabe
aos profissionais o reconhecimento da necessidade de buscar aperfeiçoamento seja em área
administrativa, assistencial ou gerencial para garantir a qualidade do serviço e
principalmente a segurança do paciente (BRASIL, 2018).
31

5.2 COMPARAÇÃO DA FORMA DE REGISTRO UTILIZADA PELO HGR PARA OS


REGISTROS DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SRPA COM A
NORMATIZAÇÃO DO COFEN ATRAVÉS DA RESOLUÇÃO 514/2016

Quanto ao segundo objetivo indentificou-se que a ficha disponível na unidade é


denominada de “Sistematização da Assitência de Enfermagem Perioperatória (SAEP)” que
tem como finalidade nortear o profissional do setor ao que deve ser registrado. Esta será
apresentada neste trabalho, em instrumento próprio, sob a forma de um check List.

O instrumento denominado SAEP utilizado pela equipe de enfermagem da SRPA


do HGR foi adaptada da ficha de sistematização elaborada pela Cooperativa dos
Enfermeiros de Urgência e Emergência do Amazonas (COOPENURE - AM) em 2005,
pelos enfermeiros do Pronto Atendimento Doutor Airton Rocha do Hospital Geral de
Roraima (PAAR – HGR) em 2015, para uso no centro cirúrgico (Anexo C).

O quadro 2 relaciona e compara os registros que deveriam ser realizados, em


atendimento a Resolução nº514/2017 do COFEN – itens 9.56 (Pós-operatório
IMEDIATO) e 9.57 (Pós-operatório MEDIATO), com o instrumento disponibilizado
pelo centro cirúrgico do HGR a SAEP.

No quadro 2 os itens 9.56 e 9.57 foram preconizados enumerados (1 e 2


respectivamente) e marcados com um “X” na terceira coluna da tabela, indicando as
informações preconizadas pela resolução que estão contidas na ficha do setor. Vale
ressaltar que a ficha SAEP da unidade contém campos destinados a três momentos
distintos: Pré-operatório, Transoperatório e SRPA,

O campo da ficha destinado a SRPA apresenta espaços destinados a: cirurgia


realizada; o tipo de anestesia utilizada; localização anatômica e presença de sondas,
curativo, dreno, acesso venoso e outros; sinais vitais (temperatura, pulso, pressão arterial e
saturação de oxigênio) monitorizados em tempo; balanço hídrico; campo para registro da
entrada e saída do paciente da sala de recuperação e campo destinado a assinatura do
profissional.
32

Quadro 2 - Comparativo entre os itens 9.56 e 9.57 da resolução 514/2016-COFEN, com o


instrumento denominado SAEP do HGR (Boa Vista-RR, 2019).
Item - 9.56 - Pós-operatório Item - 9.57 - Pós-operatório Check List
IMEDIATO MEDIATO SAEP - SRPA
(1) Data e hora da recepção do paciente (2) Data e hora de retorno à Unidade 1 (X) 2(X)
na RPA
(1) Nível de consciência (2) Nível de consciência 1 ( ) 2( )
(1) Presença de cateteres e infusão (2) Localização anatômica e aspecto do 1 (X) 2(X)
(anotar quando houver bomba de curativo cirúrgico;
infusão),
drenos, sondas, curativos, trações e
imobilizações;
(1) Presença de lesões de pele; (2) Tipo de exsudato se existente; 1 ( ) 2( )

(1) Anotar débito e aspecto das secreções (2) Sinais vitais; 1 ( ) 2(X)
de drenos e sondas;
(1) Exames (laboratoriais e/ou imagem); (2) Acesso venoso; 1 ( ) 2(X)

(1) Sinais vitais; (2) Posicionamento no leito; 1 (X) 2( )


(1) Intercorrências e providências (2) Medidas de proteção; 1 ( ) 2( )
adotadas;
(1) Horário de encaminhamento ao setor (2) Presença de acompanhantes; 1 ( ) 2( )
pertinente;
(1) Transporte intra-hospitalar; (2) Orientações ao paciente e à família; 1 ( ) 2( )
(1) Nome completo e Coren do (2) Entrega documentada dos 1 ( ) 2( )
responsável pelos procedimentos. pertences;
(2) Intercorrências e providências 2( )
adotadas;
(2) Nome completo e Coren do 2( )
responsável pelos procedimentos.
Fonte: Autora, 2019.

O Guia de Recomendações para os Registros de Enfermagem do COFEN (2016),


enfatiza a necessidade da elaboração de um registro completo de forma a atender as
recomendações dipostas na resolução 514/2016, apresentando neste caso, o que deve ser
registrado nos momentos de pós-operatório imediato e mediato como apresentando no
Quadro 2.

No item 9.56 que fala sobre os dados necessários para o registro em pós-operatório
imediato, a data e hora da recepção do paciente na SRPA é de grande importância, pois ela
concretiza a saída do paciente da sala operatória não gerando duvidas quanto ao témino do
procedimento cirúrgico. Da mesma forma, a resolução 514/2016 ressalta a data e horário do
retorno (item 9.57) do paciente ao bloco de internação de origem, dando continuidade aos
cuidados pelos profissionais de tal setor.

No pós-operatório imediato a anotação do nível de consciência constitui-se


também um dos parâmetros mais relevantes por alertar a equipe quanto a real necessidade
assistencial do paciente, bem como, permitir através do registro o acompanhamento da
33

evolução deste (GIMENES et al, 2017). A presença de cateter, sondas, localização e


aspecto do curativo, devem ser observados e anotados em prontuário no momento da
entrada do paciente, para que da mesma forma se verifique a mudança de aspectos de
secreções, caso exista, assim como, anotar o débito urinário e descrever as características
deste a da presença de lesões (DILL et al, 2018).

Todo paciente que necessita ser submetido a um procedimento cirúrgico, realiza


um preparo pré-operatório recebendo orientações da equipe de saúde a cerca do
procedimento a ser realizado e quanto a necessidade de se realizar exames complementares
o que inclui os laboratoriais e exames de imagem. Para grande parte dos pacientes em pós-
operatótio não há a necessidade de realização desses exames, todavia quando houver
alterações significativas dos sinais vitais e ao exame físico, requer a investigação por meio
dos exames. Em pacientes que apresentam quadro clínico instável por alguma comorbidade
ou complicação, os exames devem ser solicitados, analisados para monitorização e possivel
intervenção dos profissionais e então devem ser anexados ao prontuário do paciente
(NETO; GONÇALVES, 2013).

Como apresentado no Quadro 2, é recomendado pela resolução 514/2016 a


descrição do transporte intra-hospitalar, sendo este responsável pelo anestesista devendo
permanecer na cabeceira da maca mantendo pérvias as vias aéreas do paciente, contando
com o auxílo de um membro da equipe de enfermagem visto que o paciente deve ser
conduzido com materiais mínimos (ambú, oxímetro de pulso, cilindro de oxigênio)
prevenindo e atendendo a possíveis alterações respiratórias durante o transporte da sala de
operações à SRPA (SOBECC, 2017).

Após a realização de todos os cuidados que devem ser registrados como vistos
acima, é de suma importância conter no registro o nome completo com o número do
conselho ao qual o profissional que realizou tal ação pertence, visto que assim estará
cumprindo com o Código de Ética dos Profissionais de forma correta (COFEN, 2016).

Quando o período do pós-operatório imediato é concluído nas primeiras 24 horas


após o procedimento, o paciente passa a estar no pós-operatório mediato onde o que deve
ser registrado não difere do que foi visto anteriormente. Todavia, são necessárias o
acréscimo de mais algumas informações como consta no item 9.57 do Quadro 2, para que o
registro seja completo e seguro.
34

O posicionamento do paciente no leito requer atenção quanto ao local do curativo


cirúrgico e presença de outras lesões que podem ser agravadas devido mal posicionamento
e o não atendimento a medidas de proteção como o uso de coxins, elevação da grade da
cama evitando o risco de queda e complicação do quadro clínico. Recomenda-se ainda que
seja registrado a presença de acompanhante e as orientações informadas a este e ao paciente
juntamente documentado com a entrega de pertences do paciente sejam eles adornos,
próteses e demais objetos pessoais (GIMENES et al, 2017).

Os registros realizados pela enfermagem tornam-se essenciais para comunicação


da equipe, compreensão do quadro clínico do paciente e à execução da assistência por meio
da Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP) através do
Processo de Enfermagem. Em cada unidade hospitalar se faz necessário a sua realização,
pois é por meio dele que são obtidos os diagnósticos e cuidados de enfermagem que devem
ser realizados até alta hospitalar do paciente (PEREIRA et al, 2018).

Conforme apresentado no Quadro 2 nota-se a ausência de muitas informações


contidas nos itens 9.56 e 9.57 da resolução 514/2016, podendo assim inferir que o
instrumento utilizado pelo HGR no centro cirúrgico é limitado e frágil, por não contemplar
todas as informações recomendadas no Guia do COFEN, informações essas necessárias
para prestação de uma assistência de qualidade e segura, para o paciente e para o
profissional (SOBECC, 2017).

5.3 ANÁLISE DOS REGISTROS DE MONITORAMENTO DA SRPA DO HGR

Os registros de monitorização realizados pela equipe de enfermagem da SRPA,


estão representados na tabela 3, que divide os parâmetros analisados em 4 categorias, sendo
a primeira categoria a de exame físico constituída pelos parâmetros pressão arterial,
frequência cardíaca, frequência respiratória, saturação de oxigênio, temperatura e força
muscular; a segunda foi categorizada como atividade de monitoramento em tempo com o
parâmetros de Escala de Aldrete e Kroulik; Condições clínicas é a terceira categoria que
apresenta evolução e intercorrências como parâmetros.

A quarta e ultima categoria é apresentada como parâmetros da SOBECC que


contém os cuidados realizados que englobam a orientação ao paciente e sua família, ouvir
35

suas queixas, a avalição do seu estado mental com o auxílio de escalas de avaliação,
controlar a tempertura do ambiente para que não ocorra alteração na temperatura corporal,
cuidar para que o paciente esteja coberto e em posição adequada, ou seja, monitorá-lo com
freqûencia e ouví-lo quanto as suas queixas e solicitações demonstrando atenção e
responsabilidade profissional (SOBECC, 2017).

Tabela 03 - Análise dos registros de enfermagem no prontuário do paciente (N = 24) quanto


a monitorização do cliente na SRPA, Boa Vista-RR, 2019.
Registro
Completo Incompleto Não realizado
Categoria Parâmetros
N % N % N %
Pressão Arterial (mmHg) 0 0 20 83,33 4 16,67
Frequência Cardíaca (bpm) 0 0 22 91,67 2 8,33
Frequência Respiratória (rpm) 0 0 1 4,17 23 95,83
I – Exame Físico Saturação de O2 0 0 21 87,5 3 12,5
Temperatura corporal (ºC) 0 0 2 8,33 22 91,67
Força muscular 0 0 4 16,67 18 75

II – Atividade de
Escala de Aldrete e Kroulik 0 0 22 91,67 2 8,33
Monitoramento/tempo
Evolução 0 0 24 100 0 0
III - Condições Clínicas
Intercorrências 0 0 0 0 24 100
IV – Parâmetros da Cuidados realizados de acordo
SOBECC (2017) com a SAEP do setor 0 0 22 91,67 2 8,33

Fonte: Autora, 2019.

Dos parâmetros analisados na categoria I, não houve completude dos registros.


91,67% (22) dos registros de frequência cardíaca estavam incompletos e 8,33% (02) não
foram realizados, não muito diferente da saturação de oxigênio que apresentou 87,5% (21)
dos registros incompletos e 12,5% (03) não registrados no prontuário do paciente. Ressalta-
se ainda que 95,83% (23) da frequência respiratória não constava em registrada e 4,17%
(01) estavam incompletos. Ainda podemos identificar que 91,76% (22) do parâmetro
temperatura não foram realizados.

No momento em que o paciente é admitido e quando recebe alta da SRPA, é


necessário que o enfermeiro realize o exame físico para registro e observação de possíveis
alterações dos sinais vitais, diminuição ou não da atividade e força muscular, porém quando
estes deixam de ser realizados apresentando-se incompletos na entrada ou saída do
paciente, esta análise de acompanhamento e monitoração torna-se frágil (SOBECC, 2017).

Um estudo de Klein e colaboradores (2011) avaliou os registros de enfermagem no


perioperatório e observou que 57,3% dos 110 prontuários analisados, os parâmetros de
sinais vitais foram registrados pelos técnicos de enfermagem na sala de recuperação pós-
36

anestésica. Em outra pesquisa aplicada aos enfermeiros de um hospital de Florianópolis, foi


ressaltado por eles a necessidade e importância da monitorização e resgitro dos sinais vitais
dos pacientes, porém, os resultados da pesquisa mostraram divergências da fala dos
profissionais com os regsitros por eles realizados (TEXEIRA et al, 2015).

Observando o parâmetro da Escala de Aldrete e Kroulik, nota-se que 91,67% (22)


dos registros estavam incompletos e 8,33% (02) não foram resgitrados. Esta escala é
constituída de parâmetros que tendem a avaliar o nível de consciência, a saturação de
oxigênio, atividade muscular, respiração e circulação de modo que sua avaliação deve ser
registrada ao longo da permanência do paciente na SRPA, sendo recomendado pela
SOBECC (2017) que estes parâmetros sejam registrados a cada 15 minutos na primeira
hora, a cada 30 minutos na segunda hora e a cada hora na terceira hora para que sejam
considerados como completos.

Estudo realizado por Castro e seus colaboradores (2012) analisou a alta dos
pacientes da SRPA por meio da escala de Aldrete e Kroulik, em um hospital universitário
do estado de São Paulo, onde este estudo apresentou que a maioria dos pacientes obteve 08
como pontuação na admissão a sala de recuperação, o que segundo a SOBECC (2017) é
indicativo de alta, entretanto, os mesmos pesquisadores afirmaram que devido a não
estabilidade total do paciente na primeira hora, é aconselhavel que estes obtenham
pontuação 9 ou a pontução máxima de 10 para sua alta.

A terceira categoria corresponde as condições clínicas do paciente pós-operatório


que devem estar contidas na evolução juntamente com as intercorrências caso aconteçam,
100% (24) das evoluções encontraram-se incompletas. A evolução é considerada completa
quando esta reune informações pregressas e atuais do paciente, para a fim de possibilitar
uma avaliação do quadro clínico, sendo ainda privativa do enfermeiro e um dever deste
(Resolução COFEN nº358/2009, art.4º), como o recomendado também pela Resolução
514/2016.

Ainda na terceira categoria 100% (24) das intercorrências não foram realizadas, ou
seja, não foram encontrados resgistros de qualquer intercorrência e/ou complicação
registrados no prontuário do paciente, assim, não podendo inferir se houve ou não algum
tipo de intercorrência.

A unidade onde a pesquisa foi realizada dispõe de uma ficha onde devem ser
registradas todas as informações referente ao quadro clínico do paciente e de igual modo os
37

cuidados realizados a estes conforme observado na Tabela 3. Em 91,67% (22) dos registros
analisados não obtiveram a completude das informações, apresentando-se incompletos e
8,33% (02) não foram registrados no prontuário dos pacientes.

Os cuidados de enfermagem pós-operatório realizados por enfermeiros em um


hopital de urgência e mergência do estado de Fortaleza, eram centrados em avaliar o níveis
de consciência, o funcionamento do sistema respiratório, a atividade cardiovascular e
muscular do paciente, onde os enfermeiros apontaram dificuldades que impedem a
execução de uma assitência de qualidade como citado por eles: demanda significativa de
paciente, ausência de materias e de capacitações para a equipe, e dificuldades na prórpria
execução da SAEP (SERRA et al, 2015).

Após discussão entre os estudos apresentados que a qualidade dos registros de


monitoramento são fragéis, e que demandam uma maior atenção da equipe de enfermagem,
considerando que a falta de completude e/ou parcialidade de informações registradas no
prontuário do paciente é considerado uma proibição no Cap. III, Art. 87 do Código de Ética
dos Profissionais da Enfermagem (2017) “Registrar informações incompletas, imprecisas
ou inverídicas sobre a assistência de Enfermagem prestada à pessoa, família ou
coletividade”, o Código de Ética acrescenta ainda no Cap. II Art. 36, que é dever do
profissional “Registrar no prontuário e em outros documentos as informações inerentes e
indispensáveis ao processo de cuidar de forma clara, objetiva, cronológica, legível,
completa e sem rasuras”(grifo da autora).

5.4 AVALIAÇÃO DOS FATORES RELACIONADOS A QUALIDADE DOS


REGISTROS DA SRPA

A tabela 4 apresenta a distribuição dos fatores que relacionam a qualidade dos


registros de enfermagem conforme sua realização nos prontuários analisados.

Quanto ao parâmetro data e hora da recepção do paciente na SRPA, foi


identificado em apenas 8,33% (2) dos prontuários e os outros 91,76% (22) não continham
essa anotação pelo enfermeiro. Já os registros desse mesmo parâmetro na alta do paciente
foram encontrados em 45,83% (11) dos prontuários e não obtinham essas informações
54,17% (13). Essa diferença justifica-se pelo fato de que o paciente só recebe a alta da
38

SRPA, mediante avaliação do anestesista e pontuação com valor maior ou igual a 09 na


avaliação da escala de Aldrete e Kroulik, sendo posteriormente encaminhado para o bloco
com data e horário da saída do Centro Cirúrgico (SOBECC, 2017).

Tabela 4 – Distribuição dos fatores relacionados à qualidade dos registros de enfermagem,


segundo os prontuários avaliados (Boa Vista-RR, 2019).
Registro de Enfermagem no prontuário
Parâmetro Sim Não
N % N %
Data e hora da recepção do paciente na SRPA 2 8,33 22 91,67
Condições gerais do paciente (nível de consciência,
10 41,67 14 58,33
presença de lesões de pele, sinais vitais)
Rasuras 7 29,17 17 70,83
Linhas ou espaços em branco no campo de registro 22 91,67 2 8,33
Registro somente de caneta 22 91,17 2 8,33
Uso de corretivo 3 12,5 21 87,5
Legível 14 58,33 10 41,67
Termos que deem conotação de valor (bem, mal, muito,
0 0 24 100
pouco)
Abreviações não recomendadas 3 12,5 21 87,5
Data e hora da alta da SRPA 11 45,83 13 54,17
Assinatura e identificação do profissional com Coren 22 91,67 2 8,33
Fonte: Autora, 2019.

As condições gerais do paciente que constituem as categorias vistas na tabela 3


foram analisadas através da evolução de enfermagem que continham esses parâmetros em
41,67% (10) dos prontuários e não apresentavam este registro 58,33% (14). A presença de
lesões requer cuidado e observação quanto ao seu tamanho, presença de secreção, suas
características e atentar para produtos que serão utilizados. Como visto anteriormente, o
registro do nível de consciência permiti identicar o estado em que o paciente se apresenta,
se alerta, sonolento ou inconsciente, isso fará com que o profissional esteja atento a
monitorização, bem como, dos sinais vitais que demonstram a estabilidae ou alterações e
que conduzem o enfermeiro à tomada de decisões (OLIVEIRA et al, 2014).

Algumas das regras importantes estabelecidas pela resolução Cofen 514/2016


afirmam que os registros da enfermagem não devem conter rasuras, não fazer uso de
corretor, usar apenas abreviações recomendadas por lei e aceitas pela instiuição, além de
serem legíveis, não conter espaço em branco e serem registradas soemente de caneta.

Foram encontrados 29,17% (7) de registros com rasuras, 12,5% (3) com uso de
corretivo e 41,67% (10) não estavam legíveis, além de 12,5% (3) com abreviações não
reconhecidas e em 91,67% dos prontuários analisados foram encotrados linhas e espaços
em branco. Em nenhum dos prontuários foram encontrados termos que tivessem conotação
de valor em relação a condição do paciente.
39

O prontuário é um documento do paciente em que a equipe profissional que presta


a estes os devidos cuidados possui a responsabilidade de deixar registrado todo e qualquer
tipo de procedimento e intervenção adotada para recupeação da saúde do paciente. A
existência de rasuras neste documento não é aceitável, visto que, o termo rasura representa
a alteração de algo, neste caso a alteração de uma informação contida no prontuário do
paciente, sendo desconsiderado de forma judicial, assim como os espaços em brancos
também existentes (COFEN, 2016).

No estudo de Matsuda e colaboradores (2006) dos 124 registros analisados, 16


apresentaram rasuras por enfemeiros, onde foi possível observar que estas rasuras tinham a
intenção de corrigir a grafia errada com uso de corretor, sendo ainda enfatizado pelos
pesquisadores que em situações que ocorrerem erro, o indicado é que se corrija entre aspas
(“) e que se dê a continuidade do registro. Em outro estudo realizado em um hospital
universitário do estado de Minas Gerais, dos 71 prontuários que foram analisados, 41
apresentaram rasuras, evidenciando pelos pesquisadores a fragilidade dos regsitros
(FIGUEIREDO et al, 2019).

Dos 22 prontuários analisados que continham a ficha da assitência de enfermagem,


as informações referentes aos pacientes foram registradas somente de caneta, sendo
obrigatório o seu uso. O Parecer Técnico nº 12/2017 do Conselho Regional de Enfermagem
de Mato Grosso do Sul, enfatiza a obrigatoriedade do uso de caneta na relização dos
regsitros e ainda ressalta que as cores utilizadas devem ser azul e/ou preta para os
profissionais que trabalham durante o turno diurno, e na cor vermelha para aqueles que
execercem sua função no período noturno. Isso se deve ao fato de diferenciar as anotações
nesses determinados turnos possibilitando identificar o período do plantão e o profissional
quem realizou o registro, caso seja necessário.

Não foram econtrados estudos com identificação de registros realizados com


canetas de outras cores ou com uso de lápis após o ano de publicação da Resolução
514/2016, dando a entender que os registros estão sendo obedecidos quanto ao uso da
caneta e a sua cor.

As fichas em que se registram as informações não devem conter espaços e linhas


em branco, pois não são permitidos visto que neles podem ser adicionadas, posteriormente,
informações não verídicas (BARBOSA; TRONCHIN, 2015).
40

O uso de abreviações não previstas e não reconhecidas como apresentado nos


resultados foram 03 dos 24 prontuários analisados, sendo ainda encontradas palavras
incompletas que causam dificuldade na compreensão dos registros, sendo visto como uma
falha de responsabilidade do profissional (BARRAL, et al, 2012). Uma pesquisa realizada
por Gomes e colaboradores (2016) buscou identificar os termos e abreviações registradas
por enfermeiros, em um hospital universitário de Paraná, onde identificou-se 165 siglas sem
significado encontrado em alguma literatura.

Em 91,67% (22) dos registros foram encontradas a assinatura com identificação do


profissional com o registro do Conselho Regional de Enfermagem (COREN), sendo
necessário ao final de cada anotação, é opcional o uso ou não do carimbo, ressaltando que
dessa forma o profissional cumpre de forma legal e ética sua responsabilidade tornando
válido o registro realizado.

Certamente, a ausência dos registros implica diretamente no entendimento do


quadro clínico, se houveram ou não complicações, quais as intervenções e demais cuidados
realizados pela equipe profissional no momento da recuperação do paciente, implicando
também na comunição entre os profissionais do próprio setor gerando dúvidas quanto a
prestação da assistência ao paciente.
41

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo permitiu analisar a forma pela qual a equipe de enfermagem do Centro


Cirúrgico realiza os registros da assitsência prestada ao paciente na Sala de Recuperação
Pós-Anestésica. Observou-se que há incompletude das informações referente ao quadro
clínico do paciente, não atendendo a forma de registro preconizada pela Resolução nº
514/2016, aos cuidados do paciente em pós-operatório.

A equipe que presta a assistência de enfermagem ao paciente em recuperação


anestésica é em sua grande maioria constituída de técnicos que apresentaram maior
experiência profissional nos resultados da pesquisa, diferentemente dos enfermeiros que
são os principais responsáveis no processo do cuidar, quem lidera a equipe e exerce uma
complexidade de atividades inerentes ao seu papel. E por ser líder, é quem deve buscar
aprimorar o conhecimento adquirido e ser um incentivador da sua equipe na busca por
capacitações com o objetivo de contribuir para seu desenvolvimento profissional.

A análise dos registros foi realizada mediante a ficha da Sistematização da


Assitência de Enfermagem, que estava presente em 22 dos 24 pontuários acessados. Apesar
de parecer um número mínino, 02 prontuários não continham a ficha de assistência, o que é
preocupante pelo fato de ser o instrumento que permite nortear os profissionais na
compreensão possibilitando a continuidade dos cuidados. Torna-se necessária a checagem
das fichas do paciente antes da sua alta para o bloco de internação.

A ficha utilizada pela equipe de enfermagem na SRPA foi elaborada por


enfermeiros do Amazonas e adaptada por enfermeiros do Pronto Atendimento do Hospital
Geral de Roraima, contendo campos para registro referente aos três períodos do período
perioperatório, porém o campo cujo foi o objetivo da pesquisa (SRPA), não continha em
sua totalidade os parâmetros preconizados a serem registrados. A sua elaboração por
profissionais que não atuam no Centro Cirúrgico, implicou na ausência de itens necessários
gerando limitação ao que deveria ser registrado. Ressalta-se a necessidade de revisar as
informações preconizadas que dizem respeito aos cuidados pós-operatórios.

Foram poucos os registros que continham o uso de corretor que correspondeu a


três registros. Entretanto é válido lembrar que uso deste não é permitido e pode implicar em
processos éticos. A quantidade de espaços brancos que foram vistas nas fichas poderiam ser
preenchidos com informações condizentes ao estado de saúde do paciente. Vale destacar
42

que os registros constituem-se no instrumento que manifestam a qualidade da assistência


prestada pela enfermagem.

Foi possível identificar que as evoluções realizadas pelos enfermeiros não


contemplavam os apectos gerais do paciente, apresentavam-se como anotações contendo
informações pontuais não descritas por completo, interferindo na comunicação dos
profissionais e na compreensão da condição do paciente. Recomenda-se que os registros
sejam realizados de forma clara e completa evidenciando competência e responsabilidade
para com a profissão.

Diante disso, o trabalho obteve o alcance dos objetivos por meio do questionário
aplicado à equipe de enfermagem caracterizando o perfil desta, e por meio dos intrumentos
que nortearam a análise dos prontuários, permitindo comparar os registros encontrados na
ficha da SRPA com o que é preconizado pela Resolução nº 514/2016, possibilitando ainda
a análise dos parâmetros de monitorização resgitrados pela enfermagem e a avaliação da
qualidade desses registros. A problemática do trabalho e a hipótese consideravam a não
completude dos registros e o não atendimento aos itens da resolução, sendo alcançadas
neste trabalho.

A pesquisa apresentou algumas limitações quanto ao tempo, a resistência


encontrada em alguns participantes tanto por parte dos profissionais como pelos pacientes o
que resultou numa pequena amostra. Soma-se a isso as poucas literaturas existentes com
esse tema, enfatizando uma vez mais a necessidade de explorar essas atividades da
enfermagem.

Após a finalização da pesquisa o HGR disponibilizou uma nova ficha utilizada na


Sala de Recuperação Pós-Anestésica adaptada em 05 de maio de 2019, porém a ficha
anterior que consta nesse estudo, não deixou de ser utilizada para registro das informações
referentes as condições clínicas e assistencias do pacientes. Portanto se faz necessário a
elaboração de novas pesquisas que explorem estas novas adaptações.

Espera-se que os resultados obtidos no estudo possam sensibilizar os profissionais


quanto a necessidade e importância de cada parâmetro a ser registrado, para a prestação de
uma assistência de qualidade zelando pelo bem-estar e pela segurança do paciente, e que
este estudo possa ser ainda mais explorado e enfatizado quanto aos cuidados do paciente
pós-operatório.
43

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47

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SEGURO EM IDOSOS. Rev. Texto Contexto Enfermagem, Florianópolis, v. 24, n. 4, p. 1071-
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Acesso em: 11 out. 2019.

RORAIMA. Tribunal de Contas da União. Levantamento operacional sobre a assistência


hospitalar no Sistema Único de Saúde (SUS) no estado de Roraima, 2013. Boa Vista:
TCU, 2013.
48

APÊNDICE A

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA


CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM

INSTRUMENTO I - PERFIL DA EQUIPE DE ENFERMAGEM

1. Sexo:
( ) Masculino ( ) Feminino

2. Idade:_______ Data de nascimento:___/___/___

3. Categoria Profissional:
( ) Enfermeiro(a) ( ) Técnico(a) de Enfermagem ( ) Auxiliar de Enfermagem

4. Tempo de Atuação Profissional:


____ ano(s) e ____ meses

5. Tempo de Atuação no Hospital Geral de Roraima:


____ ano(s) e ____ meses

6. Tempo de Atuação no Centro Cirúrgico:


____ ano(s) e ____ meses

7. Tempo de Atuação na Sala de Recuperação Pós-Anestésica:


____ ano(s) e ____ meses

8. Qual é a carga horária de trabalho semanal contratada?


( ) 30 horas ( ) 40 horas ( ) 44 horas

9. Trabalha em qual período?


( ) Manhã ( ) Tarde ( ) Noite

10. Qual escala de trabalho está submetido(a)?


( ) 06 horas ( ) 08 horas ( ) 12 horas Outra:________

11. Possui especialização para o Centro Cirúrgico?


( ) Sim ( ) Não Outra área, qual?______________
49

APÊNDICE B

INSTRUMENTO II – PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM – O QUE


ANOTAR? (Resolução n. 514/2016 – COFEN, p.39-40)

Item - 9.56 - Pós-operatório Item - 9.57 - Pós-operatório Check List


IMEDIATO MEDIATO SAEP - SRPA
(1) Data e hora da recepção do (2) Data e hora de retorno à 1 (X) 2(X)
paciente na RPA Unidade
(1) Nível de consciência (2) Nível de consciência 1 ( ) 2( )
(1) Presença de cateteres e (2) Localização anatômica e 1 (X) 2(X)
infusão (anotar quando houver aspecto do curativo cirúrgico;
bomba de infusão),
drenos, sondas, curativos,
trações e imobilizações;
(1) Presença de lesões de pele; (2) Tipo de exsudato se 1 ( ) 2( )
existente;
(1) Anotar débito e aspecto das (2) Sinais vitais; 1 ( ) 2(X)
secreções de drenos e sondas;
(1) Exames (laboratoriais e/ou (2) Acesso venoso; 1 ( ) 2(X)
imagem);
(1) Sinais vitais; (2) Posicionamento no leito; 1 (X) 2( )
(1) Intercorrências e (2) Medidas de proteção; 1 ( ) 2( )
providências adotadas;
(1) Horário de encaminhamento (2) Presença de 1 ( ) 2( )
ao setor pertinente; acompanhantes;
(1) Transporte intra-hospitalar; (2) Orientações ao paciente e à 1 ( ) 2( )
família;
(1) Nome completo e Coren do (2) Entrega documentada dos 1 ( ) 2( )
responsável pelos pertences;
procedimentos.
(2) Intercorrências e 2( )
providências adotadas;
(2) Nome completo e Coren do 2( )
responsável pelos
procedimentos.
Fonte: Elaborado pela autora, 2019.
50

APÊNDICE C

INSTRUMENTO III - ANÁLISE DOS REGISTROS DE ENFERMAGEM


QUANTO A MONITORIZAÇÃO DOS PACIENTES DA SRPA

Parâmetro Registro realizado? Observações


Exame Físico ( ) Completo
( ) Parcial/Incompleto
( ) Não realizado
Pressão ( ) Completo
Arterial ( ) Parcial/Incompleto
( ) Não realizado
Frequência ( ) Completo
Cardíaca ( ) Parcial/Incompleto
( ) Não realizado
Frequência ( ) Completo
Respiratória ( ) Parcial/Incompleto
( ) Não realizado
Saturação de ( ) Completo
O2 ( ) Parcial/Incompleto
( ) Não realizado
Temperatura ( ) Completo
Corporal ( ) Parcial/Incompleto
( ) Não realizado
Força ( ) Completo
Muscular ( ) Parcial/Incompleto
( ) Não realizado
Escala de ( ) Completo
Aldrete e ( ) Parcial/Incompleto
Kroulik ( ) Não realizado
Evolução ( ) Completo
Clínica ( ) Parcial/Incompleto
( ) Não realizado
( ) Completo
Intercorrências ( ) Parcial/Incompleto
( ) Não realizado
Cuidados ( ) Completo
Realizados ( ) Parcial/Incompleto
( ) Não realizado
Fonte: Adaptado de SOBECC (2017); PEREIRA, et al (2018).
51

APÊNDICE D

INSTRUMENTO IV – DISTRIBUIÇÃO DOS FATORES RELACIONADOS À


QUALIDADE DOS REGISTROS DE ENFERMAGEM, SEGUNDO OS
PRONTUÁRIOS DOS PACIENTES DA SRPA.

Parâmetros Registro Observações

1. Data e hora da recepção do ( ) Sim ( ) Não


paciente na SRPA

( ) Sim ( ) Não
2. Condições gerais do paciente
(Nível de consciência, Presença
de lesões de pele, Sinais vitais)

3. Rasurado ( ) Sim ( ) Não

4. Linhas ou espaços em branco ( ) Sim ( ) Não


no campo de registro

5. Registro somente com caneta ( ) Sim ( ) Não

6. Uso de corretivo ( ) Sim ( ) Não

7. Legível ( ) Sim ( ) Não

9. Termos que deem conotação de ( ) Sim ( ) Não


valor (bem, mal, muito, pouco)

10. Abreviações não ( ) Sim ( ) Não


recomendadas

11. Data e hora da alta da SRPA ( ) Sim ( ) Não

12. Assinatura e identificação do ( ) Sim ( ) Não


profissional com o número do
Coren

Fonte: Adaptado de SOBECC (2017); PEREIRA, et al (2018).


52

APÊNDICE E
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO-TCLE

Título do Projeto: AVALIAÇÃO DOS REGISTROS DE ENFERMAGEM NA SALA DE


RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA DO CENTRO CIRÚRGICO DO HOSPITAL
GERAL DE RORAIMA

Pesquisador Responsável: Raphael Florindo Amorim

Prezado(a) Colaborador(a),

Você está sendo convidado(a) a participar desta pesquisa que tem como objetivo
conhecer a forma pela qual os registros são realizados, buscando identificar possíveis
fragilidade nas anotações da Sala de Recuperação Pós-Anestésica, comparando-as com o
que preconiza a resolução 514/2016 do Cofen.
Para tanto, você estará contribuindo com minha pesquisa permitindo o acesso ao
seu prontuário. Lembramos que você tem a liberdade de não permitir. A participação na
pesquisa insinua em pequenos riscos, podendo sentir-se temeroso quanto ao sigilo das
informações fornecidas. Dessa forma, garantimos que sua identidade não será revelada em
nenhum momento da pesquisa e que esta, não trará prejuízos à sua integridade física,
psíquica, moral, intelectual, social, cultural ou espiritual. Os pesquisadores deste estudo
assumem o compromisso de manter o sigilo e a confidencialidade de todas as informações
coletadas.
Os benefícios esperados com o estudo são no sentido de prestar uma assistência de
qualidade aos pacientes pós-cirúrgicos do Hospital Geral de Roraima, melhorando por meio
desse estudo a qualidade do serviço. Este termo deve ser impresso e assinado pelo
pesquisador em duas vias, uma destas ficará com o participante e a outra com o
pesquisador.
Após ler e receber explicações sobre a pesquisa, e ter meus direitos de:
1. Receber resposta a qualquer pergunta e esclarecimento sobre os procedimentos, riscos,
benefícios e outros relacionados à pesquisa;
2. Retirar o consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo;
3. Não ser identificado e ser mantido o caráter confidencial das informações relacionadas à
privacidade;
4. Procurar esclarecimentos com Raphael Florindo Amorim, por meio do número de
telefone (95) 3224-3223 / (95) 98104-3854 ou na Av. Cap. Ene Garcez, nº 2413, Bairro
Aeroporto (Campus do Paricarana), CEP: 69.310-000 - Boa Vista – RR Bloco de
Enfermagem no Centro de Ciências da Saúde, em caso de dúvidas ou notificação de
acontecimentos não previstos.
53

Eu,_______________________________________________________________,
declaro estar ciente do anteriormente exposto e concordo voluntariamente em participar
desta pesquisa, assinando este consentimento em duas vias, ficando com a posse de uma
delas.

Boa Vista-RR, ____de___________ de 2019.

Assinatura do participante da pesquisa:

__________________________________________________

Eu, STEFANE FERREIRA DE SOUZA, declaro que forneci todas as informações


referentes à pesquisa ao participante, de forma apropriada e voluntária.

Boa Vista-RR, ____de___________ de 2019.

Assinatura dos pesquisadores:

_________________________________________________.
Acadêmica do Curso de Bacharelado em Enfermagem CCS/UFRR
Contato do pesquisador: (95) 99141-6436 Email: ferreirastefane890@gmail.com

_________________________________________________.
Pesquisador Responsável e Professor da UFRR.
Contato do Orientador: (95) 98104-3854 Email: raphael.amorim@ufrr.br

Curso de Bacharelado em Enfermagem. Endereço: Universidade Federal de Roraima (UFRR), Campus


Paricarana. Av. Capitão Ene Garcez, 2.413, Aeroporto, Boa Vista-RR. Tel. (95) 3224-3223. E-mail:
raphael.amorim@ufrr.br

Comitê de Ética em Pesquisa da UFRR. Endereço: Bloco da PRPPG (atrás do prédio da Reitoria da UFRR).
Email: coep@ufrr.br. Tel. (95) 3621-3201
54

APÊNDICE F
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO-TCLE

Título do Projeto: AVALIAÇÃO DOS REGISTROS DE ENFERMAGEM NA SALA DE


RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA DO CENTRO CIRÚRGICO DO HOSPITAL
GERAL DE RORAIMA

Pesquisador Responsável: Raphael Florindo Amorim

Prezado(a) Colaborador(a),

Você está sendo convidado(a) a participar desta pesquisa que tem como objetivo
conhecer a forma pela qual os registros são realizados, buscando identificar possíveis
fragilidade nas anotações da Sala de Recuperação Pós-Anestésica, comparando-as com o
que preconiza a resolução 514/2016 do Cofen.
Para tanto, você estará contribuindo com minha pesquisa permitindo o acesso as
suas anotações de enfermagem registradas nos prontuários. Lembramos que você tem a
liberdade de não permitir. A participação na pesquisa insinua em pequenos riscos, podendo
sentir-se temeroso quanto ao sigilo das informações fornecidas. Dessa forma, garantimos
que sua identidade não será revelada em nenhum momento da pesquisa e que esta, não trará
prejuízos à sua integridade física, psíquica, moral, intelectual, social, cultural ou espiritual.
Os pesquisadores deste estudo assumem o compromisso de manter o sigilo e a
confidencialidade de todas as informações coletadas.
Os benefícios esperados com o estudo são no sentido de prestar uma assistência de
qualidade aos pacientes pós-cirúrgicos do Hospital Geral de Roraima, melhorando por meio
desse estudo a qualidade do serviço. Este termo deve ser impresso e assinado pelo
pesquisador em duas vias, uma destas ficará com o participante e a outra com o
pesquisador.
Após ler e receber explicações sobre a pesquisa, e ter meus direitos de:
1. Receber resposta a qualquer pergunta e esclarecimento sobre os procedimentos, riscos,
benefícios e outros relacionados à pesquisa;
2. Retirar o consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo;
3. Não ser identificado e ser mantido o caráter confidencial das informações relacionadas à
privacidade;
4. Procurar esclarecimentos com Raphael Florindo Amorim, por meio do número de
telefone (95) 3224-3223 / (95) 98104-3854 ou na Av. Cap. Ene Garcez, nº 2413, Bairro
Aeroporto (Campus do Paricarana), CEP: 69.310-000 - Boa Vista – RR Bloco de
Enfermagem no Centro de Ciências da Saúde, em caso de dúvidas ou notificação de
acontecimentos não previstos.
55

Eu,_______________________________________________________________,
declaro estar ciente do anteriormente exposto e concordo voluntariamente em participar
desta pesquisa, assinando este consentimento em duas vias, ficando com a posse de uma
delas.

Boa Vista-RR, ____de___________ de 2019.

Assinatura do participante da pesquisa:

__________________________________________________

Eu, STEFANE FERREIRA DE SOUZA, declaro que forneci todas as informações


referentes à pesquisa ao participante, de forma apropriada e voluntária.

Boa Vista-RR, ____de___________ de 2019.

Assinatura dos pesquisadores:

_________________________________________________.
Acadêmica do Curso de Bacharelado em Enfermagem CCS/UFRR
Contato do pesquisador: (95) 99141-6436 Email: ferreirastefane890@gmail.com

_________________________________________________.
Pesquisador Responsável e Professor da UFRR.
Contato do Orientador: (95) 98104-3854 Email: raphael.amorim@ufrr.br

Curso de Bacharelado em Enfermagem. Endereço: Universidade Federal de Roraima (UFRR), Campus


Paricarana. Av. Capitão Ene Garcez, 2.413, Aeroporto, Boa Vista-RR. Tel. (95) 3224-3223. E-mail:
raphael.amorim@ufrr.br

Comitê de Ética em Pesquisa da UFRR. Endereço: Bloco da PRPPG (atrás do prédio da Reitoria da UFRR).
Email: coep@ufrr.br. Tel. (95) 3621-3201
56

ANEXO A
57

ANEXO B
58

ANEXO B
59

ANEXO B
60

ANEXO B
61

ANEXO B
62

ANEXO C

Elaborado por enfermeiros da Cooperativa de Urgência e Emergência do Amazonas (COOPENURE) em


2005 e adapatado pelos Enfermeiros do Pronto Atendimento do HGR em 2015.
63

Nova Ficha da Sistematização de Assistência de Enfermagem do HGR

Atualizado pelo Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente – NQSP/HGR em 05/2019.

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