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Trabalho em Grupo de Metodologia de Investigação Científica

I. INTRODUÇÃO
O apêndice é uma estrutura em formato de verme, por isso também é conhecido
como apêndice vermiforme. Pode ser descrito como um tubo fechado com fundo cego,
cuja localização se dá na região do ceco (porção inicial do intestino grosso). Por ser uma
pequena saliência do ceco, também recebe o nome de apêndice cecal. A função do
apêndice traz bastante discussão no meio científico. Há estudos que apontam que o
apêndice é uma região que realiza a colonização de alguns tipos de bactérias que
auxiliam na digestão e absorção de alguns tipos de alimentos (ODYA; NORRIS, 2021).

A apendicite é uma inflamação no apêndice, tratando-se de um quadro muito


frequente, estima-se que cerca de 8% da população mundial submete-se a
procedimentos cirúrgicos para tratar essa patologia ao longo da vida (BASTOS et al.,
2021).

A passagem do apêndice pode ser obstruída devido à presença de algum material


fecal endurecido (chamado de fecálito ou fecaloma), também pode ser causada por
hiperplasia linfoide. O apêndice inflamado fica inchado, repleto de pus (exsudato
purulento) e pode eventualmente se romper (HIRANO et al., 2012).

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II. OBJECTIVOS
II.1. Geral
 Conhecer a apenicide aguda;

II.2. Específicos
 Dar o conceito da apenicide aguda;
 Explicar as suas causas;
 Descrever o diagnóstico e tratamento da apendicite aguda;

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APENDICITE AGUDA

Conceito de apendicite aguda

De acordo com Aquino et al. (1994), a apendicite é uma inflamação causada por
uma obstrução no apêndice cecal, classificada como a emergência abdominal mais
frequente, é uma patologia que pode acometer indivíduos de qualquer faixa etária e
gênero, porém, há predomínio entre adultos jovens.

O estudo de Fortea-Sanchis et al. (2012), verificou haver uma elevada


concentração de casos de apendicite aguda nos Estados Unidos e no continente europeu,
em média, são relatados 100 casos a cada 100.000 habitantes por ano. Nas últimas três
décadas, a gravidade desta patologia foi reduzida, em virtude do diagnóstico e
tratamento que passaram a ser realizados precocemente.

Com base no estudo de Aquino et al. (1994), a principal estrutura que pode
causar uma obstrução na luz apendicular é o fecálito (material fecal endurecido no
interior do intestino grosso proveniente da congestão do trânsito fecal). Durante a
passagem do quimo entre os intestinos, há chances de algum material com restos fecais
fluir para o apêndice e, em situações normais, esse material será eliminado do órgão e
prosseguirá seu percurso. Porém, eventualmente, pode acontecer da passagem entre o
apêndice e o ceco ficar obstruída, fazendo com que as bactérias fiquem presas no
apêndice e comecem a se proliferar, gerando uma inflamação.

As causas da Apendicite Aguda

Segundo Neville, et al. (2016), a hiperplasia linfoide é uma das causas da


apendicite aguda mais frequentes em pacientes menores de 20 anos. O tecido linfoide
tem a função de proteger e reconhecer agentes agressores e essas células ampliam seu
número para combater esses agentes com mais eficiência.

A hiperplasia linfoide prejudica os linfonodos e reconhecida como a origem de


uma infecção ativa ou recente. É possível observar na microscopia centros germinativos
constituídos por linfócitos B e são estimulados por antígenos e macrófagos identificados
pela presença de material fagocítico. Já os cálculos biliares são considerados uma das

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causas raras para a apendicite aguda, como no caso de um bloqueio à base do apêndice
cecal.

Outra causa da apendicite aguda encontrada na literatura se dá por infecções


parasitárias, principalmente por Enterobius vermicularis (Enterobíase), Ascaris
lumbricoides (Ascaridíase) e, com menor frequência, Taenia sp (Teníase).

Uma análise feita por Silva et al. (2008) relatou que dos 1600 apêndices
removidos cirurgicamente e estudados, 24 (1,5%) apresentaram infecções parasitárias,
entre eles, 23 (95,8%) com Enterobius vermicularis e apenas 1 (4,2%) com Taenia sp.
16 (66,7%) desses casos em crianças menores de 10 anos. Na Ascaridíase e em outras
doenças parasitárias, é possível que, eventualmente, vermes adultos migrem para
orifícios naturais do corpo, caso este seja o apêndice, ocorre um quadro de apendicite
aguda. É uma complicação pouco frequente decorrente de alta parasitemia
(SALOMÃO, 2017)

O predomínio da infestação por Enterobius vermicularis se deve pela


proximidade entre o apêndice e o habitat do parasito (região do ceco), aumentando a
probabilidade dele se deslocar até o apêndice e o obstruir. As alterações patológicas
provenientes do desta espécie de parasito variaram de hiperplasia linfoide, eosinofilia e
inflamação aguda supurativa até complicações, como peritonite e gangrena (SILVA et
al., 2008).

As alterações patológicas são bem visíveis, como a dilatação dos vasos do


apêndice cecal, ocorrendo em todas as camadas, e também nas artérias e veias. A causa,
como relatada anteriormente, é uma reação inflamatória aguda, resultado de uma
invasão por bactérias, provenientes da luz do apêndice; com o aumento da pressão
intraluminal no segmento obstruído, causando um colapso nas veias de drenagem e
favorece esses microrganismos.

A partir de um corte histológico do apêndice acometido por esta inflamação


pode-se observar o exsudato de fibrina e principalmente de neutrófilos, que saem dos
vasos no decorrer da inflamação aguda. Os neutrófilos são distribuídos na camada da
serosa e muscular, sendo que a presença deles é extremamente essencial para o
diagnóstico histológico.

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Segundo TORRES, M. (1943), existem inúmeros casos publicados referentes a


apendicite aguda com a presença de helmintos, que residem quase sempre no intestino
de seu hospedeiro. Em um caso citado pelo mesmo, sobre a apendicite aguda, refere-se
a uma mulher de 32 anos com o diagnóstico histológico contendo dois anéis de uma
Taenia, medindo cerca de 2 cm, dotados de movimentos ativos.

Sintomas da apendicite aguda

A apendicite aguda é uma condição médica comum que pode ocorrer em


qualquer idade. Trata-se de uma inflamação aguda do apêndice, um pequeno órgão
localizado na região inferior direita do abdômen. A apendicite é uma condição séria que
pode levar a complicações sérias, como a perfuração do apêndice, peritonite, sepse e até
a morte. Neste trabalho, discutiremos em detalhes os sintomas da apendicite aguda, que
são fundamentais para um diagnóstico precoce e um tratamento adequado.

Os sintomas da apendicite aguda podem variar de uma pessoa para outra, mas os
sintomas mais comuns incluem:

1. Dor abdominal intensa e contínua na região inferior direita do abdômen: a


dor é geralmente descrita como uma dor aguda e intensa na região inferior
direita do abdômen. A dor pode começar em torno do umbigo e, gradualmente,
deslocar-se para a região inferior direita do abdômen. A dor pode ser exacerbada
pela pressão na área afetada ou por movimentos bruscos.

2. Perda de apetite: a perda de apetite é um sintoma comum da apendicite aguda.


A dor e o desconforto na área abdominal podem tornar a alimentação difícil e
desconfortável.

3. Náuseas e vômitos: náuseas e vômitos são comuns na apendicite aguda. A


inflamação do apêndice pode levar a uma sensação de desconforto no estômago,
o que pode levar a náuseas e vômitos.

4. Febre baixa a moderada: a febre é um sintoma comum na apendicite aguda,


embora nem todas as pessoas com apendicite apresentem febre. A febre
geralmente é baixa a moderada.

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5. Inchaço abdominal: o inchaço abdominal pode ocorrer devido ao acúmulo de


gases e líquidos na área afetada.

6. Dificuldade para passar gases ou fezes: a inflamação do apêndice pode afetar


o movimento do intestino, levando a uma dificuldade em passar gases ou fezes.

Diagnóstico e Tratamento da Apendicite Aguda

O diagnóstico da apendicite aguda é baseado em uma combinação de exame


físico, história clínica e exames de imagem. O médico geralmente fará um exame físico,
no qual ele avaliará a área abdominal em busca de dor, inchaço e sensibilidade. O
médico também pode realizar alguns exames de sangue e urina para verificar a presença
de sinais de infecção. Além disso, o médico pode solicitar exames de imagem, como
ultrassonografia ou tomografia computadorizada (TC), para visualizar o apêndice e
determinar se há sinais de inflamação.

Exames de imagem, como ultrassonografia e tomografia computadorizada (TC),


são frequentemente usados para diagnosticar a apendicite aguda. A ultrassonografia é
um exame de imagem que usa ondas sonoras para produzir imagens do interior do
corpo. A TC é um exame de imagem que usa raios X para produzir imagens detalhadas
do interior do corpo.

Em alguns casos, pode ser necessário realizar uma laparoscopia diagnóstica. A


laparoscopia é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo que envolve a
inserção de um tubo com uma câmera na região abdominal para visualizar o apêndice e
determinar se há sinais de inflamação.

Tratamento da Apendicite Aguda

O tratamento da apendicite aguda é a cirurgia de emergência para remover o


apêndice inflamado, chamada apendicectomia. A cirurgia é realizada para evitar que o
apêndice se rompa e cause uma infecção peritonite, que pode ser fatal.

Em geral, a apendicite aguda é tratada com cirurgia laparoscópica, que é menos


invasiva do que a cirurgia aberta. A laparoscopia envolve fazer várias pequenas incisões
na pele e inserir uma câmera e instrumentos cirúrgicos para remover o apêndice. A
cirurgia aberta pode ser necessária em casos mais graves ou complicados.

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Além da cirurgia, o tratamento da apendicite aguda geralmente inclui


antibióticos para prevenir a infecção e analgésicos para aliviar a dor. Após a cirurgia, é
importante descansar e seguir as instruções do médico sobre o cuidado da incisão e a
recuperação. Em geral, a maioria das pessoas se recupera completamente em algumas
semanas após a cirurgia.

O estudo citado concluiu que o índice de complicações de apendicite aguda em


pacientes idosos é elevado, pois a maioria apresenta uma alta taxa de doenças
associadas, além de sofrerem uma progressão mais acelerada do quadro, tornando ainda
mais essencial o diagnóstico e tratamento precoces. As complicações locais mais
comuns presentes na literatura são: abscessos de parede, obstrução intestinal,
evisceração, abcessos residuais, fístula fecal, eventração, hemorragias e peritonites
(BASTOS et al., 2021).

A apendicite é um problema associado ao funcionamento correto do trânsito


intestinal, contudo, com uma boa alimentação contendo fibras e água, pode ajudar a
prevenir essa patologia, reduzindo o risco de pararem no apêndice e gerar complicações
(SANTOS et al., 2015).

Entre os efeitos positivos do consumo da fibra alimentar, é importante ressaltar


que, em uma parcela da fermentação dos seus componentes ocorre no intestino grosso,
produzindo impacto sobre a velocidade do trânsito intestinal, como citado
anteriormente. Entretanto, mesmo com uma dieta equilibrada, o problema pode se
instalar e se manifestar com dores na região inferior direita do abdômen (CARNEIRO,
2021).

De acordo com o portal “DATASUS”, do Ministério da Saúde, tabulados pela


Agência Einstein, o número de mortes por apendicite aguda durante a pandemia de
Covid-19 teve um aumento de 14,2% em 2020 em comparação com o ano anterior.
Foram relatados 879 óbitos em 2020, enquanto em 2019 foram 770, totalizando um
aumento de 109 óbitos. Crê-se que esse aumento seja decorrente da superlotação nos
hospitais devido à pandemia, que levou a uma lenta busca por auxílio médico,
impossibilitando o diagnóstico precoce.

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Muitos pronto-atendimentos tornaram-se unidades de atendimento à covid-19, o


que retardou ainda mais o processo de diagnóstico de outras doenças, como a apendicite
aguda. Ou seja, além do paciente demorar para buscar ajuda, o acesso ao tratamento
também era tardio, trazendo maiores complicações e, consequentemente, mais óbitos.

Consequências de apendicite aguda


A apendicite aguda é uma inflamação aguda do apêndice, um pequeno órgão que
está ligado ao intestino grosso. Se não tratada, pode levar a complicações graves e
potencialmente fatais. Algumas das consequências mais comuns da apendicite aguda
incluem:

Abscesso: A inflamação do apêndice pode levar ao acúmulo de pus ao redor


dele, formando um abscesso. Isso pode causar dor intensa e pode exigir drenagem
cirúrgica.

Peritonite: A peritonite é uma inflamação do peritônio, o tecido que reveste o


abdômen. A ruptura do apêndice inflamado pode levar à disseminação de bactérias no
abdômen e causar peritonite. Esta é uma complicação grave que pode ser fatal se não for
tratada rapidamente.

Obstrução intestinal: Em casos raros, a inflamação do apêndice pode levar à


obstrução intestinal, o que pode causar dor abdominal intensa, náusea, vômito e
distensão abdominal.

Infertilidade: Em casos raros, a inflamação do apêndice pode levar à formação


de aderências, que são tecidos cicatriciais que podem causar infertilidade em mulheres.

Sepse: A sepse é uma complicação grave que pode ocorrer quando uma infecção
se espalha pelo corpo. A apendicite aguda pode causar sepse se a infecção não for
tratada rapidamente.

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Choque séptico: O choque séptico é uma condição potencialmente fatal que


ocorre quando a sepse leva a uma queda na pressão arterial e a uma redução do fluxo
sanguíneo para os órgãos vitais.

Em resumo, a apendicite aguda é uma condição séria que pode levar a


complicações graves se não for tratada rapidamente e adequadamente. Se você estiver
apresentando sintomas de apendicite aguda, é importante procurar atendimento médico
imediatamente.

CONCLUSÃO
Concluiu-se que a apendicite aguda é uma patologia muito comum em vários
locais do mundo e acomete principalmente adultos jovens. Seu diagnóstico é clínico e
ocorre quando o paciente queixa-se de sintomas como: dor abdominal, migratória, febre,
náuseas, vômitos, alterações de fezes e urina, entre outros.

O tratamento mais comum é realizado cirurgicamente por meio de um


procedimento denominado “apendicectomia”, tanto o diagnóstico quanto o tratamento
devem ser realizados precocemente, pois pode acarretar diversas complicações, como a
ruptura do apêndice, necrose, peritonite, sepse, hiperplasia linfoide e até mesmo levar o
paciente à óbito. É interessante ressaltar que, é de extrema importância maiores estudos
focados nessa área, pois se trata de uma patologia muito frequente, cujo diagnóstico e
tratamento precoces são essenciais para evitar complicações que podem ser fatais.

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SUGESTÕES

A apendicite aguda é uma condição médica que ocorre quando o apêndice, uma
pequena bolsa ligada ao intestino grosso, fica inflamado e infectado. Se não for tratada,
a apendicite aguda pode levar a complicações graves, incluindo perfuração do apêndice
e peritonite, que é uma infecção potencialmente fatal do revestimento abdominal.

Abaixo estão algumas sugestões sobre a apendicite aguda:

 Fique atento aos sintomas: Os sintomas da apendicite aguda incluem dor


abdominal, náusea, vômitos, febre e perda de apetite. Se você está
experimentando esses sintomas, é importante procurar ajuda médica
imediatamente.

 Busque tratamento imediatamente: O tratamento para a apendicite aguda


geralmente envolve a remoção cirúrgica do apêndice. Se você suspeita que está
com apendicite aguda, é importante procurar ajuda médica imediatamente para
evitar complicações graves.

 Siga as instruções do médico: Se você precisar passar por uma cirurgia para
remover o apêndice, siga as instruções do médico cuidadosamente antes e depois
do procedimento. Isso pode incluir jejum antes da cirurgia, tomar medicamentos
para dor e seguir um plano de recuperação após a cirurgia.

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 Descanse e se recupere: Depois da cirurgia, é importante descansar e permitir


que seu corpo se recupere completamente. Evite atividades extenuantes e siga as
instruções do seu médico para garantir uma recuperação segura e completa.

 Tenha um estilo de vida saudável: Embora a apendicite aguda seja uma


condição médica súbita, ter um estilo de vida saudável pode ajudar a prevenir
problemas de saúde a longo prazo. Mantenha uma dieta equilibrada, faça
exercícios regularmente e evite fumar e beber em excesso.

BIBLIOGRAFIA

(ODYA; NORRIS, 2021).

(BASTOS et al., 2021).

(HIRANO et al., 2012).

Aquino et al. (1994)

(SALOMÃO, 2017)

TORRES, M. (1943)

SANTOS, et al. Manual de Orientação de Cardápios Especiais, Governo do estado de


São Paulo, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, São Paulo, 2015.

(CARNEIRO, 2021).

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