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UNOPAR – Universidade Norte do Paraná

ENFERMAGEM

Fabiana Chaves de Moura


Layla Santana alves

Araguaína – TO
Out./2019
INTRODUÇÃO
A Infecção Hospitalar (IH) é considerada um dos grandes problemas de saúde
pública, com impacto na morbimortalidade, tempo de internação e gastos com
procedimentos diagnósticos e terapêuticos. Conforme a Portaria n.º 2.616 de 12 de
maio de 1998, válida até o momento no Brasil, evidencia-se, como toda infecção
adquirida após a admissão do paciente em um hospital, podendo se manifestar
durante a internação ou após a alta, desde que relacionado à permanência do
paciente na instituição ou a procedimentos hospitalares.
Assim, esta produção visa refletir sobre como as doenças infecciosas vem
ganhando espaço em hospitais. E o que os profissionais da saúde encarregados
podem fazer tanto para prevenir, quanto para tentar remediar a situação.
Bem como, os instrumentos usados por enfermeiros e técnicos para trabalhar
com o paciente, a fim de que não ocorra infecção ou que se possa evitá-la.
Além disso, o presente estudo visa informar ao profissional o cuidado com seu
ambiente de trabalho.
DESAFIO 01
Apesar do surgimento e da disponibilização de vacinas e antimicrobianos
eficazes, os germes continuam ganhando a batalha nas doenças infecciosas, estas
ainda acarretam mortes e expressiva morbidade, especialmente em países em
desenvolvimento. Uma das causas de tal situação consiste no surgimento e na
disseminação de resistência microbiana, que tende a aumentar mediante uso
indiscriminado de antimicrobianos. Este sério problema tem afetado a saúde em
todo o país.
Devido ao aumento de disponibilidade de antibióticos e seu uso abusivo, faz
com que se mantém ou agravam as doenças infecciosas, gerando mais
hospitalizações. Com isso, o desenvolvimento de resistência é previsível e
inevitável.
A resistência microbiana segundo Custódio (2009), refere-se a cepas de
microrganismos que são capazes de multiplicar-se em presença de concentrações
antimicrobianos mais altas do que as provêm de doses terapêuticas dadas a
humanos. Seu desenvolvimento é fenômeno biológico natural, onde mostrou-se
necessário a utilização de agentes antimicrobianos na prática clínica.
Destarte, a Klebsiella pneumoniae produtora de carbapenemase,
popularmente conhecida como KPC, é uma bactéria restrita a ambiente hospitalar,
cuja característica é a produção de uma betalactamase denominada
carbapenemase, que tem a propriedade de inibir a ação dos antibióticos
carbapenêmicos (imipenem, meropenem e ertapenem), dificultando ou reduzindo as
opções terapêuticas disponíveis (DIESTMANN,2010).
Conforme o exemplo dado pelo contexto da questão, trata-se da resistência
adquirida aos antibióticos. Tendo em vista que, ocorre quando há o aparecimento de
resistência em uma espécie bacteriana anteriormente sensível a droga, resultante da
mutação de genes reguladores ou estruturais, aquisição de genes de resistência
veiculados por elementos genéticos móveis ou da combinação entre eles (GOLD et
al., 1996).
DESAFIO 02
Durante o exame físico e a verificação dos sinais vitais de um paciente, o
enfermeiro utiliza técnicas propedêuticas e instrumentos (esfigmomanômetro,
estetoscópio, lanterna, termômetro, entre outros) para realizar essa avaliação de
maneira adequada. Essas ações podem contribuir para a disseminação de micro-
organismos patológicos na medida em que são instrumentos utilizados em diversos
pacientes, servindo como meio de condução de agentes contaminantes de um
paciente para outro.
O ideal seria cada paciente poder ser atendido com um único estetoscópio,
único esfigmomanômetro, dentre outros, evitando que essa disseminação ocorra.
Como isso é insustentável e não ocorre, o mínimo que deve ser feito é a
higienização desses instrumentos após cada medida, geralmente com um algodão
embebido em álcool.
Para prevenir a infecção hospitalar, as principais recomendações envolvem
hábitos e cuidados dos pacientes e dos profissionais de saúde, além dos protocolos
internos dos serviços de saúde.
A maior parte das infecções hospitalares é provocada por micro-organismos
presentes no próprio paciente. Em geral, são micro-organismos que já vivem no
nosso corpo ou no meio ambiente e se aproveitam quando o sistema de defesa do
paciente está mais frágil.
As infecções adquiridas em serviços de saúde podem ser provocadas também
por falha nos procedimentos realizados pelos profissionais de saúde e serem
transmitidas pelas mãos do profissional, por materiais ou por contato com outros
pacientes infectados.
Pessoas internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) têm ainda maior
probabilidade de contrair infecções, pois o uso de equipamentos invasivos, como
cateter e respirador (para ventilação mecânica), facilitam a entrada de bactérias e
vírus. Lesões na pele do paciente também são portas de entrada para essas
infecções. Por isso, a higiene das mãos antes e depois de uma visita ou contato com
o paciente é uma das recomendações mais básicas na prevenção de infecções
(ALMEIDA, 2018).
Por isso, no caso concreto a utilização dos materias de proteção é de extrema
necessidade, para que a contaminação não se espalhe ou chegue aos profissionais
da saúde que trabalham no hospital.
DESAFIO 03
As normas relativas às precauções e ao isolamento constituem-se na adoção
de medidas que possibilitam a prevenção da transmissão de microrganismos e que
têm por objetivo principal proteger o paciente e o profissional de saúde.
Os microrganismos podem ser transmitidos por contato com gotículas,
aerossóis e exposição a sangue e outros líquidos corpóreos, como veremos a
seguir: por contato - ocorre principalmente através das mãos dos profissionais ou
por contato com artigos e equipamentos contaminados. Exemplos: herpes simples,
diarréia infecciosa; por gotículas - ocorre através de gotículas produzidas pela fala,
tosse, espirro e aspiração orotraqueal.
As gotículas, segundo a EBSERH (2019), podem atingir até 1 metro de
distância e rapidamente se depositam no chão, não permanecendo suspensas no ar.
Exemplos: coqueluche, difteria, rubéola, meningite bacteriana; por aerossóis -
pequenas partículas contendo microrganismos eliminados durante a respiração,
tosse ou espirro ressecam-se, podendo permanecer durante horas suspensas no ar.
As partículas ressecadas são capazes de atingir distâncias maiores que 1 metro.
Algumas doenças, como a tuberculose e o sarampo, são transmitidas dessa
forma; por exposição a sangue e outros líquidos corpóreos a transmissão ocorre
quando estes estão contaminados e entram em contato com mucosa ou pele não-
íntegra. Por exemplo, o vírus da imunodeficiência humana (HIV), os vírus da hepatite
B e C. Esse sistema de precauções e isolamento indica dois níveis de precauções, a
saber: precauções-padrão, indicadas a todos os pacientes; precauções baseadas no
modo de transmissão dos agentes infecciosos: precauções de contato e precauções
respiratórias para gotículas e aerossóis.
As precauções-padrão devem ser utilizadas no atendimento de todos os
pacientes sempre que houver risco de contato com sangue, líquidos corpóreos,
secreções e excreções, peles não-íntegras e mucosas. São ações das precauções-
padrão: lavar as mãos: antes e após o contato com o paciente; após descalçar as
luvas, pois nelas podem haver pequenos furos ou ocorrer contaminação durante a
remoção; após contato com sangue, secreções e excreções, equipamentos e artigos
contaminados; entre a realização de procedimentos com o mesmo paciente, como
curativo, aspiração traqueal, coleta, entre outros; entre a manipulação de um
paciente e outro; entre a realização do mesmo procedimento em pacientes
diferentes, como esvaziamento de urina do sistema de drenagem fechado; utilizar
luvas estéreis antes da execução de procedimento asséptico e luvas de
procedimento sempre que existir a possibilidade de contato com sangue, líquidos
corpóreos, secreções e excreções, mucosa, pele não-íntegra e artigos,
equipamentos e superfícies contaminados; retirar as luvas imediatamente após o
uso e antes de tocar em outro paciente ou qualquer material ou superfície, como
caneta, telefone, papeleta, maçaneta de porta, entre outras precauções; usar avental
limpo não-estéril ou impermeável (quando necessário) nos casos de risco de contato
com respingos de líquidos corporais e/ou sangue; retirá-lo após o término do
procedimento; utilizar máscara, protetor de olhos e protetor de face sempre que
realizar procedimentos sujeitos a risco de respingos de líquidos corporais e/ou
sangue como, por exemplo, aspiração de secreção traqueal; manter os cuidados
adequados com os artigos e equipamentos de uso em pacientes, no tocante à
limpeza, desinfecção ou esterilização; prevenir acidentes com materiais
perfurocortantes: ter cuidado com o uso, manipulação, limpeza e descarte de
agulhas, bisturis e similares; não remover as agulhas contaminadas das seringas;
não realizar o reencape das agulhas; usar recipiente apropriado para o descarte de
materiais perfurocortantes; realizar o controle ambiental: fazer a limpeza e
descontaminação de superfícies ambientais e mobiliário, quando contaminados com
sangue e/ou líquidos corporais; cuidar das roupas usadas: utilizar luvas de
procedimento ao manusear as roupas sujas de sangue, líquidos corporais,
secreções e excreções, evitando o contato direto com pele e mucosas, bem como
com a própria roupa; utilizar quarto privativo nos casos em que haja risco de
contaminação ambiental.

DESAFIO 04
O conceito de infecção hospitalar, conforme o Ministério da Saúde, inclui todo
e qualquer processo infeccioso, não identificado na admissão do paciente que se
manifeste durante sua permanência e, em alguns casos, até mesmo depois de sua
alta do hospital.
Na grande maioria dos casos, as infecções hospitalares são provocadas por
micro-organismos de baixa virulência, encontrados tanto na flora bacteriana normal
do hospedeiro, quanto no ambiente hospitalar.
Durante todo o processo de enfermagem, podem ocorrer problemas a
disseminação de microrganismos, tendo em vista que o prontuário é um corpo ele
pode sim causar infecção. Por isso, seu descarte deve ser feito por incineração para
evitar ainda mais a disseminação. E os profissionais da saúde, após seu uso deve
ter ciência dos meios de evitar as infecções, com principalmente a limpeza das
mãos.

DESAFIO 05
Quando se fala em legislação trabalhista, a insalubridade diz respeito ao
ambiente de trabalho considerado hostil à saúde do trabalhador ou profissional.
Portanto, aqueles que estiverem sujeitos a essas condições, terão direito a um
adicional no salário, como uma espécie de compensação pecuniária. No caso dos
profissionais de saúde que exercem função hospitalar, a insalubridade é encontrada
na exposição a todas as doenças infecto contagiosas.
Dessa maneira, cabe observar as Normas Regulamentadoras (NR) do
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), uma vez que terá direito ao adicional o
empregado que estiver exposto ao dado agente agressivo, desde que a exposição
ultrapasse os limites de tolerância estabelecidos na NR 15.
Todos os profissionais que exerçam atividades em condições nas quais fique
demonstrado a exposição a agentes nocivos a saúde do indivíduo, para além dos
limites estabelecido em lei, têm direito ao adicional de insalubridade. Atividades
como aquelas em que há exposição a ruídos contínuos e intermitentes, calor
excessivo, radiação ionizante, doenças infecto contagiosas, dentre outras estão
definidas em norma regulamentadora do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Trata-se de um direito constitucional do trabalhador que atua em tais
condições, também previsto pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). É
importante também a emissão do Laudo de Insalubridade elaborado por Médico do
Trabalho ou Engenheiro de Segurança do Trabalho, conforme determina a lei a NR
15 no item 15.4.1.1.
Existem dois tipos de insalubridade, de acordo com a Norma
Regulamentadora 15, para os agentes que exercem atividades biológicas: a
Insalubridade de grau máximo Trabalho ou operações, em contato permanente com:
- pacientes em isolamento por doenças infecto-contagiosas, bem como objetos de
seu uso, não previamente esterilizados; - carnes, glândulas, vísceras, sangue,
ossos, couros, pêlos e dejeções de animais portadores de doenças
infectocontagiosas (carbunculose, brucelose, tuberculose); - esgotos (galerias e
tanques); e - lixo urbano (coleta e industrialização). Insalubridade de grau médio
Trabalhos e operações em contato permanente com pacientes, animais ou com
material infecto-contagiante, em: - hospitais, serviços de emergência, enfermarias,
ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos destinados aos
cuidados da saúde humana (aplica-se unicamente ao pessoal que tenha contato
com os pacientes, bem como aos que manuseiam objetos de uso desses pacientes,
não previamente esterilizados); - hospitais, ambulatórios, postos de vacinação e
outros estabelecimentos destinados ao atendimento e tratamento de animais (aplica-
se apenas ao pessoal que tenha contato com tais animais); - contato em
laboratórios, com animais destinados ao preparo de soro, vacinas e outros produtos;
- laboratórios de análise clínica e histopatologia (aplica-se tão-só ao pessoal
técnico); - gabinetes de autópsias, de anatomia e histoanatomopatologia (aplica-se
somente ao pessoal técnico); - cemitérios (exumação de corpos); - estábulos e
cavalariças; e - resíduos de animais deteriorados.
Destarte, no caso concreto os profissionais que trabalham no hospital regional
possuem direito de ter remuneração acrescida por causa da Insalubridade. E ainda,
por conta da disseminação da infecção no local de trabalho.

7 CONCLUSÃO

Assim, pode-se concluir que os profissionais da saúde devem estar sempre


preparados para as situações, pois uma infecção hospitalar pode atingir os
pacientes e toda a equipe de profissionais caso não tenha o conhecimento e o
cuidado. Sempre preferir prevenir alguma infecção.

REFERENCIAS

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