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Unidade 1:

Enfermagem e sua História

Pré-Cristão
No período Pré-cristão, doenças eram tidas como um castigo de Deus ou
resultavam do poder do demônio. O tratamento consistia em aplacar as
divindades, afastando os maus espíritos por meio de sacrifícios.
Usavam-se: massagens, banho de água fria ou quente, purgativos,
substâncias provocadoras de náuseas. Mais tarde os sacerdotes adquiriram
conhecimentos sobre plantas medicinais e passaram a ensinar pessoas,
delegando-lhes funções de enfermeiros e farmacêuticos.

Cristianismo
O cristianismo foi a maior revolução social de todos os tempos. Influiu
positivamente através da reforma dos indivíduos e da família. Os cristãos
praticavam uma tal caridade, que movia os pagãos: "Vede como eles se amam".
Desde o início do cristianismo os pobres e enfermos foram objeto de cuidados
especiais por parte da Igreja. Pedro, o apóstolo, ordenou diáconos para socorrerem
os necessitados.
As diaconisas prestavam igual assistência às mulheres. Os cristãos até
então perseguidos, receberam no ano 335 pelo Edito de Milão, do imperador
Constantino, a liberação para que a Igreja exercesse suas obras assistenciais e
atividades religiosas.
Houve uma profunda modificação na assistência aos doentes - os enfermos
eram recolhidos às diaconias, que eram casas particulares, ou aos hospitais
organizados para assistência a todo tipo de necessitados.
Desenvolvimento das práticas de saúde durante os períodos históricos
Abaixo segue a subdivisão dos períodos relacionados com a mudança das
práticas de saúde:

Práticas de saúde instintivas


Caracteriza a prática do cuidar nos grupos nômades primitivos, tendo como
pano-de-fundo as concepções evolucionista e teológica. Neste período as
práticas de saúde, propriamente ditas, num primeiro estágio da civilização,
consistiam em ações que garantiam ao homem a manutenção da sua
sobrevivência, estando na sua origem, associadas ao trabalho feminino.
Com o evoluir dos tempos, constatando que o conhecimento dos meios de
cura resultava em poder, o homem, aliando este conhecimento ao misticismo,
fortaleceu tal poder e apoderou-se dele. Observa-se que a Enfermagem está em
sua natureza intimamente relacionada ao cuidar das sociedades primitivas.

Práticas de saúde mágico-sacerdotais


Aborda a relação mística entre as práticas religiosas e as práticas de saúde
primitivas desenvolvidas pelos sacerdotes nos templos. Este período corresponde
à fase de empirismo, verificada antes do surgimento da especulação filosófica que
ocorre por volta do século V a.C.

Posteriormente, desenvolveram-se escolas específicas para o ensino da


arte de curar no sul da Itália e na Sicília, propagando-se pelos grandes centros do
comércio, nas ilhas e cidades da costa.
Naquelas escolas pré-hipocráticas, eram variadas as concepções acerca do
funcionamento do corpo humano, seus distúrbios e doenças, concepções essas
que, por muito tempo, marcaram a fase empírica da evolução dos conhecimentos.
O ensino era vinculado à orientação da filosofia e das artes e os estudantes
viviam em estreita ligação com seus mestres, formando as famílias, as quais
serviam de referência para mais tarde se organizarem em castas.
Quanto à Enfermagem, as únicas referências concernentes à época em
questão estão relacionadas com a prática domiciliar de partos e a atuação pouco
clara de mulheres de classe social elevada que dividiam as atividades dos templos
com os sacerdotes.

Práticas de saúde no alvorecer da ciência


Relaciona a evolução das práticas de saúde ao surgimento da filosofia e ao
progresso da ciência, quando estas então se baseavam nas relações de causa e
efeito. Inicia-se no século V a.C., estendendo-se até os primeiros séculos da Era
Cristã.
A prática de saúde, antes mística e sacerdotal, passa agora a ser um
produto desta nova fase, baseando-se essencialmente na experiência, no
conhecimento da natureza, no raciocínio lógico - que desencadeia uma relação de
causa e efeito para as doenças - e na especulação filosófica, baseada na
investigação livre e na observação dos fenômenos, limitada, entretanto, pela
ausência quase total de conhecimentos anátomo-fisiológicos.

Este período é considerado pela Medicina grega como período hipocrático,


destacando a figura de Hipócrates que como já foi demonstrado no relato
histórico, propôs uma nova concepção em saúde, dissociando a arte de curar dos
preceitos místicos e sacerdotais, através da utilização do método indutivo, da
inspeção e da observação. Não há caracterização nítida da prática de Enfermagem
nesta época.

Práticas de saúde monástico-medievais


Focaliza a influência dos fatores socioeconômicos e políticos do medievo e
da sociedade feudal nas práticas de saúde e as relações destas com o
cristianismo. Esta época corresponde ao aparecimento da Enfermagem como
prática leiga, desenvolvida por religiosos e abrange o período medieval
compreendido entre os séculos V e XIII.
Foi um período que deixou como legado uma série de valores que, com o
passar dos tempos, foram aos poucos legitimados e aceitos pela sociedade como
características inerentes à Enfermagem. Abnegação, o espírito de serviço, a
obediência e outros atributos que dão à Enfermagem, não uma conotação de
prática profissional, mas de sacerdócio.

Práticas de saúde pós monásticos


Evidencia a evolução das práticas de saúde e, em especial, da prática de
Enfermagem no contexto dos movimentos Renascentistas e da Reforma
Protestante.
Corresponde ao período que vai do final do século XIII ao início do século
XVI A retomada da ciência, o progresso social e intelectual da Renascença e a
evolução das universidades não constituíram fator de crescimento para a
Enfermagem.

O hospital, já negligenciado, passa a ser um insalubre depósito de doentes,


onde homens, mulheres e crianças coabitam as mesmas dependências,
amontoados em leitos coletivos. Sob exploração deliberada, o serviço doméstico
- pela queda dos padrões morais que o sustentava- tornou-se indigno e sem
atrativos para as mulheres de casta social elevada.
Esta fase tempestuosa, que significou uma grave crise para a Enfermagem,
permanece por muito tempo e apenas no limiar da revolução capitalista é que
alguns movimentos reformadores, que partiram principalmente de iniciativas
religiosas e sociais, tentam melhorar as condições do pessoal a serviço dos
hospitais.

Práticas de saúde no mundo moderno


Analisa as práticas de saúde e, em especial, a de Enfermagem, sob a ótica
do sistema político-econômico da sociedade capitalista. Ressalta o surgimento da
Enfermagem como prática profissional institucionalizada. Esta análise inicia-se
com a Revolução Industrial no século XVI e culmina com o surgimento da
Enfermagem moderna na Inglaterra, no século XIX. Enfermagem Moderna, o
avanço da Medicina vem favorecer a reorganização dos hospitais.
É na reorganização da Instituição Hospitalar e no posicionamento do
médico como principal responsável por esta reordenação, que vamos encontrar as
raízes do processo de disciplinarização e seus reflexos na Enfermagem, ao
ressurgir da fase sombria em que esteve submersa até então.

Os ricos continuavam a ser tratados em suas próprias casas, enquanto os


pobres, além de não terem esta alternativa, se tornavam objeto de instrução e
experiências que resultariam num maior conhecimento sobre as doenças em
benefício da classe abastada.
É neste cenário que a Enfermagem passa a atuar, quando Florence
Nightingale é convidada pelo Ministro da Guerra da Inglaterra para trabalhar junto
aos soldados feridos em combate na Guerra da Criméia.

Período Florence Nightingale


Nascida a 12 de maio de 1820, em Florença, Itália, era filha de ingleses.
Possuía inteligência incomum, tenacidade de propósitos, determinação e
perseverança - o que lhe permitia dialogar com políticos e oficiais do Exército,
fazendo prevalecer suas ideias. Dominava com facilidade o inglês, o francês, o
alemão, o italiano além do grego e latim.
No desejo de realizar-se como enfermeira, passa o inverno de 1844 em
Roma, estudando as atividades das Irmandades Católicas. Em 1849 faz uma
viagem ao Egito e decide-se a servir a Deus, trabalhando em Kaiserswert,
Alemanha, entre as diaconisas.
Decidida a seguir sua vocação, procura completar seus conhecimentos que
julga ainda insuficientes. Visita o Hospital de Dublin dirigido pelas Irmãs de
Misericórdia, Ordem Católica de Enfermeiras, fundada 20 anos antes. Conhece as
Irmãs de Caridade de São Vicente de Paulo, na Maison de lá Providence em Paris.
Aos poucos vai se preparando para a sua grande missão. Em 1854, a
Inglaterra, a França e a Turquia declaram guerra à Rússia: é a Guerra da Criméia.
Os soldados ingleses acham-se no maior abandono. A mortalidade entre os
hospitalizados é de 40%.
Florence partiu para Scutari com 38 voluntárias entre religiosas e leigas
vindas de diferentes hospitais. Algumas das enfermeiras foram despedidas por
incapacidade de adaptação e principalmente por indisciplina. Florence é
incomparável: estende sua atuação desde a organização do trabalho, até os mais
simples serviços como a limpeza do chão. Aos poucos, os soldados e oficiais um
a um começam a curvar-se e a enaltecer esta incomum Miss Nightingale. A
mortalidade decresce de 40% para 2%.
Os soldados fazem dela o seu anjo da guarda e ela será imortalizada como
a "Dama da Lâmpada" porque, de lanterna na mão, percorre as enfermarias,
atendendo os doentes. Durante a guerra contrai tifo e ao retornar da Criméia, em
1856, leva uma vida de inválida. Dedica-se, porém, com ardor, a trabalhos
intelectuais.
Pelos trabalhos na Criméia, recebe um prêmio do Governo Inglês e, graças
a este prêmio, consegue iniciar o que para ela é a única maneira de mudar os
destinos da Enfermagem - uma Escola de Enfermagem em 1859.
Após a guerra, Florence fundou uma escola de Enfermagem no Hospital
Saint Thomas, que passou a servir de modelo para as demais escolas que foram
fundadas posteriormente. A disciplina rigorosa, do tipo militar, era uma das
características da escola nightingaleana, bem como a exigência de qualidades
morais das candidatas.

O curso, de um ano de duração, consistia em aulas diárias ministradas por


médicos. Nas primeiras escolas de Enfermagem o médico foi, de fato, a única
pessoa qualificada para ensinar. A ele cabia então decidir quais das suas funções
poderia colocar nas mãos das enfermeiras Florence morre a 13 de agosto de 1910,
deixando florescente o ensino de Enfermagem.
Assim a Enfermagem surge não mais como uma atividade empírica,
desvinculada do saber especializado, mas como uma ocupação assalariada que
vem atender a necessidade de mão-de-obra nos hospitais, constituindo-se como
uma prática social institucionalizada e específica.
Juramento da Florence

Primeiras Escolas de Enfermagem


Apesar das dificuldades que as pioneiras da Enfermagem tiveram que
enfrentar, devido à incompreensão dos valores necessários ao desempenho da
profissão, as escolas se espalharam pelo mundo, a partir da Inglaterra.
Nos Estados Unidos a primeira Escola foi criada em 1873. Em 1877 as
primeiras enfermeiras diplomadas começam a prestar serviços a domicílio em
New York.
As escolas deveriam funcionar de acordo com a filosofia da Escola de
Florence Nightingale, baseada em quatro idéias-chave:
1. O treinamento de enfermeiras deveria ser considerado tão importante
quanto qualquer outra forma de ensino e ser mantido pelo dinheiro público.
2. As escolas de treinamento deveriam uma estreita associação com os
hospitais, mas manter sua independência financeira e administrativa.
3. Enfermeiras profissionais deveriam ser responsáveis pelo ensino no lugar
de pessoas não envolvidas em Enfermagem.
4. As estudantes deveriam, durante o período de treinamento, ter residência
à disposição, que lhes oferecesse ambiente confortável e agradável, próximo ao
hospital.

Sistema Nightingale de Ensino


As escolas conseguiram sobreviver graças aos pontos essenciais
estabelecidos:
1º. Direção da escola por uma enfermeira.
2º. Mais ensino metódico, em vez de apenas ocasional.
3º. Seleção de candidatos do ponto de vista físico, moral, intelectual e
aptidão profissional.

História da Enfermagem no Brasil


Período colonial: A organização da Enfermagem na Sociedade Brasileira
Compreende desde o período colonial até o final do século XIX e analisa a
organização da Enfermagem no contexto da sociedade brasileira em formação.
Desde o princípio da colonização foi incluída a abertura das Casas de Misericórdia,
que tiveram origem em Portugal. A primeira Casa de Misericórdia foi fundada na
Vila de Santos, em 1543.
Em seguida, ainda no século XVI, surgiram as do Rio de Janeiro, Vitória,
Olinda e Ilhéus. Mais tarde Porto Alegre e Curitiba, esta inaugurada em 1880, com
a presença de D. Pedro II Dona Tereza Cristina.

Em seus escritos encontramos estudos de valor sobre o Brasil, seus


primitivos habitantes, clima e as doenças mais comuns.
A terapêutica empregada era à base de ervas medicinais minuciosamente
descritas. Supõe-se que os Jesuítas faziam a supervisão do serviço que era
prestado por pessoas treinadas por eles. Não há registro a respeito. Outra figura
de destaque é Frei Fabiano de Cristo, que durante 40 anos exerceu atividades de
enfermeiro no Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, (Séc. XVIII). Os
escravos tiveram papel relevante, pois auxiliavam os religiosos no cuidado aos
doentes.
Em 1738, Romão de Matos Duarte consegue fundar no Rio de Janeiro a Casa
dos Expostos. Somente em 1822, o Brasil tomou as primeiras medidas de proteção
à maternidade que se conhecem na legislação mundial, graças à atuação de José
Bonifácio Andrada e Silva. A primeira sala de partos funcionava na Casa dos
Expostos em 1822.
Em 1832 organizou-se o ensino médico e foi criada a Faculdade de Medicina
do Rio de Janeiro. A escola de parteiras da Faculdade de Medicina diplomou no
ano seguinte a célebre Madame Durocher, a primeira parteira formada no Brasil.
No começo do século XX, grande número de teses médicas foram
apresentadas sobre Higiene Infantil e Escolar, demonstrando os resultados
obtidos e abrindo horizontes a novas realizações. Esse progresso da medicina,
entretanto, não teve influência imediata sobre a Enfermagem. Assim sendo, na
enfermagem brasileira do tempo do Império, raros nomes de destacaram e, entre
eles, merece especial menção o de Ana Neri.

Aos 13 de dezembro de 1814, nasceu Ana Justina Ferreira, na Cidade de


Cachoeira, na Província da Bahia. Casou-se com Isidoro Antônio Neri, enviuvando
aos 30 anos. Seus dois filhos, um médico militar e um oficial do exército, são
convocados a servir a Pátria durante a Guerra do Paraguai (1864-1870), sob a
presidência de Solano Lopes. O mais jovem, aluno do 6º ano de Medicina, oferece
seus serviços médicos em prol dos brasileiros.
Ana Neri não resiste à separação da família e escreve ao Presidente da
Província, colocando-se à disposição de sua Pátria. Em 15 de agosto parte para
os campos de batalha, onde dois de seus irmãos também lutavam.
Improvisa hospitais e não mede esforços no atendimento aos feridos. Após
cinco anos, retorna ao Brasil, é acolhida com carinho e louvor, recebe uma coroa
de louros e Victor Meireles pinta sua imagem, que é colocada no Edifício do Paço
Municipal.
O governo Imperial lhe concede uma pensão, além de medalhas
humanitárias e de campanha. Faleceu no Rio de Janeiro a 20 de maio de 1880. A
primeira Escola de Enfermagem fundada no Brasil recebeu o seu nome.

Desenvolvimento da Educação em Enfermagem no Brasil (Século XIX)


Ao final do século XIX, apesar de o Brasil ainda ser um imenso território com
um contingente populacional pouco elevado e disperso, um processo de
urbanização lento e progressivo já se fazia sentir nas cidades que possuíam áreas
de mercado mais intensas, como São Paulo e Rio de Janeiro.
As doenças infectocontagiosas, trazidas pelos europeus e pelos escravos
africanos, começam a propagar-se rápida e progressivamente. A questão saúde
passa a constituir um problema econômico-social.
Para deter está escalada que ameaçava a expansão comercial brasileira, o
governo, sob pressões externas, assume a assistência à saúde através da criação
de serviços públicos, da vigilância e do controle mais eficaz sobre os portos,
inclusive estabelecendo quarentena Revitaliza, através da reforma Oswaldo Cruz
introduzida em 1904, a Diretoria-Geral de Saúde Pública, incorporando novos
elementos à estrutura sanitária, como o Serviço de Profilaxia da Febre Amarela, a
Inspetoria de Isolamento e Desinfecção e o Instituto Soroterápico Federal, que
posteriormente veio se transformar no Instituto Oswaldo Cruz.
Mais tarde, a Reforma Carlos Chagas (1920), numa tentativa de
reorganização dos serviços de saúde, cria o Departamento Nacional de Saúde
Pública, órgão que, durante anos, exerceu ação normativa e executiva das
atividades de Saúde Pública no Brasil.
A formação de pessoal de Enfermagem - para atender inicialmente aos
hospitais civis e militares e posteriormente, às atividades de saúde pública -
principiou com a criação, pelo governo, da Escola Profissional de Enfermeiros e
Enfermeiras, no Rio de Janeiro, junto ao Hospital Nacional de Alienados do
Ministério dos Negócios do Interior.

Cruz Vermelha Brasileira


A Cruz Vermelha Brasileira foi organizada e instalada no Brasil em fins de
1908, tendo como primeiro presidente Oswaldo Cruz. Destacou-se a Cruz
Vermelha Brasileira por sua atuação durante a I Guerra Mundial (1914-1918).
Fundaram-se filiais nos Estados.
Durante a epidemia de gripe espanhola (1918), colaborou na organização de
postos de socorro, hospitalizando doentes e enviando socorristas a diversas
instituições hospitalares e a domicílio. Atuou também socorrendo vítimas das
inundações, nos Estados de Sergipe e Bahia, e as das secas do Nordeste. Muitas
das socorristas dedicaram-se ativamente à formação de voluntárias, continuando
suas atividades após o término do conflito.
Unidade 2:
Unidade de Internação

No Brasil, a saúde é estruturada de modo que oferece ao usuário um


atendimento de acordo com suas necessidades humanas básicas e abrange
desde a dimensão primária até a terciária, que comporta finalidades e serviços
similares, que proporcionam ao profissional de saúde atuar em diversos setores
da assistência à saúde.
De acordo com a constituição brasileira saúde, é um direito de cidadania
garantido por políticas sociais e econômicas, e um bem-estar físico, psíquico e
social, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde).

A Lei 8.080, também chamada de lei orgânica de saúde, define os princípios


e diretrizes para o SUS. O conjunto contínuo de ações e serviços, preventivos,
curativos, individuais e coletivos, em todos os níveis de complexidade, é
considerado um direito de integralidade.
As diretrizes do SUS são consideradas: equidade, universalidade e
integralidade.
• Equidade: diz respeito a necessidade de se “tratar com desigualdade
os desiguais”, de modo a alcançar a igualdade de oportunidade de
sobrevivência de desenvolvimento pessoal e social entre membros
de uma dada sociedade.
• Universalidade: significa que o atendimento deve ser integral, e
segundo a constituição, com prioridade para as atividades
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais, sempre que
necessário.
• Integralidade: diz respeito ao leque de ações possíveis para a
promoção da saúde, prevenção de riscos e agravos a assistência a
doentes, implicando a sistematização do conjunto de práticas que
veem sendo desenvolvidas para o enfrentamento dos problemas e ao
atendimento das necessidades de saúde.
O modelo de atenção integral, é aquele que dispõe de estabelecimentos,
unidades de prestação de serviços, pessoal capacitado e recursos necessários, a
produção de ações de saúde que vão desde ações inespecíficas de promoção até
ações especificas de vigilância ambientais, epidemiológicas e sanitárias, controle
de danos e recuperação de indivíduos enfermos, sejam para detecção precoce de
doenças, diagnóstico, tratamento ou reabilitação.

Gerencia
Equipe de
higienização

Serviço social/ Equipe


psicologia médica

Serviço Equpe de
CLIENTE
administrativo enfermagem

Laboratório/
Farmácia/almoxar
exames de
ifado/lavanderia
diagnóstico

Fisioterapia Nutrição
Segurança

Nível de Saúde
Primário
A promoção da saúde destina-se a reduzir riscos de doenças. A saúde é
promovida por meio de ensino e educação individual, sobre o modo de vida
saudável e como prevenir e controlar doenças existentes. A prevenção envolve
identificação dos fatores de risco e sinais precoces indicadores da doença. Ex.:
Unidade Básica de Saúde, Programa de Saúde da Família.

Secundário
Para detecção e o tratamento de doença são realizados teste diagnóstico,
exame físico, cirurgia, cuidados de emergência e terapia medicamentosa. Ex.:
Hospital geral, ambulatório de especialidades.

Terciário
A reabilitação auxiliadora a pessoa a aprender ou reaprender habilidades
necessárias para viver, trabalhar e apreciar a vida. Ex.: Hospital especializado,
AACD.

Estrutura Hospitalar
De acordo com a OMS “hospital é o elemento de uma organização de caráter
médico e social, cuja sua função consiste em assegurar assistência médica
completa, curativa e preventiva a população”.
Hospital é uma organização complexa e, além das funções de acolhimento
de paciente/cliente para a prestação de cuidados simples e complexos.
Composto de diversos setores e de uma organização ampliada, uma das
equipes principais é a de enfermagem, na qual tem como maior importância no
processo de melhorias e mudanças por ser referência em durante todo período de
internação do paciente/cliente durante as 24 horas.

Objetivo do Hospital
O hospital tem como objetivo:
• Prevenção: prevenir doenças por meio de medidas de educação em
saúde a população, principalmente ambulatório;
• Restauração: restaurar a saúde por meio de medidas curativas, o que
no Brasil continua sendo função primordial;
• Educativa: por meio de reciclagem, atualização e equipe
multiprofissional;
• Pesquisa: sendo utilizado como meio para estudo científico, com
objetivo de modificar o curso da doença e obter melhores
tratamentos;
• Reabilitação: contribui na reabilitação do cliente, visando
proporcionar condições de retornar ao seu meio e a suas atividades.

Classificação
Assim como podemos dar diversos conceitos ao hospital, também
podemos classificá-lo de diversas formas, tais como:
• Geral: responsável por atender paciente/cliente portadores de
doenças variadas, com especialidades diversas.
• Especializado: limita-se a atender pacientes/clientes necessitados
de uma assistência específica.
• Público: são sustentados por recursos proveniente da arrecadação
de impostos e patrocinados pelo governo federal, estadual ou
municipal.
• Privado: operam com finalidade de obter lucros, sendo financiado por
um grupo de médicos ou outra empresa que de algum modo pretende
obter vantagens.
• Hospital-escola: são mantidos por universidades a qual são
vinculadas.
• Filantrópicos: não visam lucros, não distribuem dividendos e aplicam
seus resultados financeiros a fins da instituição.
• Ensino: recebem estudantes, são reconhecidos como campo de
estágio para diversas áreas da saúde.

Necessidades Humanas Básicas na enfermagem


Teoria de Maslow
A hierarquia de necessidades de Maslow, também conhecida
como pirâmide de Maslow, é uma divisão hierárquica proposta por Abraham
Maslow. Nessa teoria, as necessidades de nível mais baixo devem ser satisfeitas
antes das necessidades de nível mais alto. Cada um tem de “escalar” uma
hierarquia de necessidades para atingir a sua autorrealização.
Maslow define um conjunto de cinco necessidades nessa pirâmide:
1. Necessidades fisiológicas (básicas): tais como a fome, a sede, o
sono, o sexo, a excreção, o abrigo;
2. Necessidades de segurança: que vão da simples necessidade de
sentir-se seguro dentro de uma casa a formas mais elaboradas de
segurança como um emprego estável, um plano de saúde ou um
seguro de vida;
3. Necessidades sociais ou de amor, afeto, afeição e sentimentos: tais
como os de pertencer a um grupo ou fazer parte de um clube;
4. Necessidades de estima: essas passam por duas vertentes: o
reconhecimento das nossas capacidades pessoais e o
reconhecimento dos outros, face à nossa capacidade de adequação
às funções que desempenhamos;
5. Necessidades de autorrealização: em que o indivíduo procura tornar-
se aquilo que ele pode ser.

Wanda Horta
Segundo Horta, nenhuma ciência pode sobreviver sem filosofia própria. Na
enfermagem, prossegue Horta, existem três seres:
• O ser enfermeiro (gente que cuida de gente);
• O ser cliente/paciente (indivíduo, família, comunidade);
• O ser enfermagem (comprometimento, compromisso).
A partir desse raciocínio, temos a enfermagem, segundo Horta, sempre
acumulando conhecimentos e técnicas empíricas, relacionadas entre si, que
procuram explicar os fatos à luz do universo natural.

Assim, Horta procurou iniciar o desenvolvimento de uma teoria, a Teoria das


Necessidades Humanas Básicas, na qual procura mostrar a enfermagem como
ciência aplicada, transitando da fase empírica para a fase científica,
desenvolvendo suas teorias, sistematizando seus conhecimentos, pesquisando e
tornando-se dia a dia uma ciência independente.
Horta inspirou o desenvolvimento de seus estudos na Teoria da Motivação
Humana de Maslow, fundamentada nas necessidades humanas básicas. Elaborou,
então, sua teoria sobre a motivação humana, fundamentada nas necessidades
humanas básicas assim descritas:
• Necessidades fisiológicas;
• Segurança;
• Amor;
• Estima; e
• Autorrealização.
Segundo Maslow, o indivíduo passa a buscar sempre satisfazer um nível
superior ao que se encontra, em que se situa o permanente estado de motivação
por essa busca, nunca existindo satisfação completa; pois, se fosse assim, não
existiria mais motivação. Na enfermagem, segundo Horta, busca-se utilizar a
denominação de João Mohana:
• Necessidades de nível psicobiológico;
• Necessidades de nível psicossocial;
• Necessidades de nível psicoespiritual.
Horta considera a enfermagem como: um serviço prestado ao ser humano,
parte integrante da equipe de saúde. Desse modo, define os seguintes princípios:
• O ser humano é parte integrante do universo dinâmico: está sujeito
às leis que o regem no tempo e no espaço;
• O ser humano está em constante interação com o universo, dando e
recebendo energia;
• A dinâmica do universo provoca mudanças que o levam ao
desequilíbrio no tempo e no espaço.
Como integrante da equipe de saúde, a enfermagem apresenta:
• Manutenção do equilíbrio dinâmico, prevenindo desequilíbrios e
revertendo desequilíbrios em equilíbrio no ser humano, no tempo e
no espaço;
• O ser humano tem necessidades básicas que precisam ser atendidas
para o seu bem-estar;
• O conhecimento do ser humano em relação às suas necessidades é
limitado pelo próprio saber, o que exige um profissional para auxiliá-
lo;
• Quando em desequilíbrio, essa necessidade torna-se mais
necessária;
• Todos os conhecimentos e técnicas acumuladas pela enfermagem
dizem respeito ao atendimento das necessidades básicas afetadas;
• A enfermagem assiste essas necessidades do ser humano, com a
aplicação do conhecimento e princípios científicos das ciências
físico-químicas, biológicas e psicossociais.
Horta, assim, define o primeiro conceito, que vem a ser o que é
a enfermagem: é a ciência e a arte de assistir o ser humano no atendimento de
suas necessidades básicas, de torná-lo independente dessa assistência, quando
possível, pelo ensino do autocuidado; de recuperar, manter e promover a saúde em
colaboração com outros profissionais.
Segundo Horta, cabe à enfermagem fazer pelo ser humano àquilo que ele
não pode fazer por si mesmo; ajudá-lo ou auxiliá-lo quando parcialmente
impossibilitado de se auto cuidar; orientá-lo ou ensiná-lo; supervisioná-lo e
encaminhá-lo a outros profissionais.
Unidade 3:
Sinais Vitais
As alterações da função corporal geralmente se refletem nos sinais vitais
podendo indicar enfermidade. Por essa razão devemos verificar e anotar com
precisão.
Os Sinais Vitais (SSVV) referem-se a: Temperatura (T), Pulso ou Batimentos
Cardíacos (P), Respiração (R), Pressão Arterial (PA) e Dor.
Os materiais usados para verificação dos sinais vitais são:
Esfigmomanômetro; Estetoscópio; Termômetro; Recipiente com algodão;
Almotolia com álcool á 70%; Relógio com ponteiros de segundos.

Verificação da temperatura
A temperatura corporal pode ser verificada na região axilar, oral ou anal. No
entanto no ambiente hospitalar sua verificação é realizada em região axilar.
✓ Abaixo de 35ºC Hipotermia;
✓ 36,1ºC a 37,2ºC Afebril ou Normotérmico;
✓ 37,3ºC a 37,7ºC Febrícula;
✓ 37,8ºC a 38,9ºC Febril;
✓ 39,0ºC a 40.0ºC Pirexia;
✓ Acima de 40ºC Hiperpirexia;

Método:
• Explicar o procedimento ao paciente;
• Realizar a assepsia do termômetro com algodão embebido em álcool á
70%;
• Em termômetros digitais zera-lo;
• Colocar o termômetro com o bulbo em contato direto com a pele na
região axilar;
• Pedir ao paciente para comprimir o braço com a mão ao ombro oposto;
• Após 3 a 5 minutos ou sinalização de termino de verificação, observar
o valor e registrar;
• Comunicar e registrar alterações;
• Realizar assepsia do termômetro.

Verificação do pulso
O pulso é a onda de contração e expansão das artérias, resultante dos
batimentos cardíacos. O valor normal em adultos é de 60 a 100 bpm.
As artérias mais utilizadas para a verificação do pulso: Radial (pulso);
Braquial (região interna do braço); Carótida (próximo a laringe); Poplítea (atrás do
joelho); Pediosa (dorso do pé).
Terminologias básicas:
✓ 60 a 100bpm Pulso normocárdico: batimento cardíaco normal;
✓ Acima de 100bpm Taquicardia: pulso acelerado, acima do valor
normal;
✓ Abaixo de 60bpm Bradicardia: frequência cardíaca abaixo do valor
normal;
✓ Pulso rítmico: os intervalos entre os batimentos são iguais;
✓ Pulso arrítmico: intervalos entre os batimentos desiguais;
✓ Pulso filiforme: fraco, quase que imperceptível.

Método:
• Explicar o procedimento ao paciente;
• Manter o paciente confortável (deitado ou sentado), com o braço
apoiado;
• Colocar os dedos indicador e médio sobre a artéria, fazendo leve
pressão (o suficiente para sentir a pulsação);
• Procurar sentir bem o pulso antes de iniciar a contagem;
• Contar batimentos em período de um minuto;
• Repetir contagem, em casos de dúvidas;
• Anotar o valor e comunicar alterações.

Verificação da respiração
A respiração consiste no ato de inspirar e expirar, promovendo a troca de
gases entre o organismo e o ambiente. O valor normal é 14 a 20 rpm.
Terminologias básicas:
✓ 14 a 20 rpm Eupnéia: respiração normal;
✓ Acima de 20 rpm Taquipnéia: respiração acelerada;
✓ Abaixo de 14 bpm Bradipnéia: diminuição do número de
movimentos respiratórios;
✓ 0 rpm Apnéia: ausência de movimentos respiratórios;
✓ Dispnéia: dor ou dificuldade ao respirar;

Método:
• Deitar o paciente ou senta-lo;
• Observar os movimentos de abaixamento e elevação do tórax;
• Os dois movimentos (inspiração e expiração) somam um movimento
respiratório;
• Colocar a mão no pulso do paciente a fim de disfarçar a observação;
• Contar os movimentos respiratórios durante um minuto;
• Anotar o valor;
• Comunicar e registrar anormalidades.

Verificação da Pressão Arterial


A pressão arterial consiste na pressão do fluxo sanguíneo na parede das
artérias. Valor normal varia de indivíduo para indivíduo, portanto é difícil definir
exatamente.
Terminologias Básicas:
✓ PA: entre 100x60mmHg e 130x90mmHg Normotenso
✓ PA: acima de 150x90 mmHg Hipertensão Arterial
✓ PA abaixo da média de 100x60 mmHg Hipotensão Arterial
✓ Convergente: quando a sistólica e a diastólica se aproximam.
Exemplo: 120x100 mmHg
✓ Divergente: quando a sistólica e a diastólica se afastam.

Método
• Explicar o procedimento ao paciente;
• Realizar assepsia das olivas e diafragma do estetoscópio;
• Manter o paciente deitado ou sentado, com o braço apoiado;
• Deixar o braço descoberto, evitando – se compressão;
• Colocar o manguito 4 cm acima da prega do cotovelo, prendendo-o
sem apertar demasiado, nem deixar muito frouxo;
• Não deixar as borrachas se cruzarem para não ocorrer alterações;
• Colocar o manômetro de modo que fique bem visível;
• Localizar com o dedo indicador e médio, a artéria braquial;
• Colocar o estetoscópio no ouvido;
• Fechar a válvula de ar e insuflar rapidamente até 180 ou 200 mmHg;
• Abrir vagarosamente a válvula, observando o manômetro, os pontos
em que são ouvidos os primeiros batimentos;
• Observar o ponto em que houve desaparecimento dos sons;
• Retirar todo o ar do manguito, remove-lo e deixar o paciente
confortável;
• Anotar os valores;
• Comunicar e anotar alterações;
• Realizar assepsia das olivas e diafragma do estetoscópio;
• Manter materiais em ordem.

Dor
A dor é um fenômeno multidimensional, e, caracterizá-la como tal significa
observar e avaliar a experiência nas suas várias dimensões, quais sejam:
neurofisiológica, pois envolve mecanismos de ativação dos receptores periféricos;
psicossocial, considerando a influência emocional positiva e negativa sobre o
indivíduo; cognitivo cultural, relacionando-a a crenças, significados e
comportamentos prévios a dor; comportamental, pois estressores situacionais, de
desenvolvimento profissional e pessoal podem exercer influência sobre o limiar da
dor; e sensorial, relativas às características semiológicas da mesma.
Sua avaliação é aplicada através de algumas escalas. São elas:
• Escala qualitativa: O paciente deve classificar a sua dor como: sem
dor, dor leve, dor moderada, dor intensa, dor insuportável.
• Escala numérica: Consiste em uma régua, dividida em onze partes
iguais, numeradas de 0 a 10. O paciente deve apontar a intensidade
da sua dor. O nível 0 corresponde à ausência de dor, e o nível 10
significa a pior dor imaginável.
• Escala de faces: Na escala de faces o doente classifica a intensidade
da sua dor de acordo com a expressão representada em cada face
desenhada. A expressão de felicidade corresponde à classificação
"sem dor" e a expressão de máxima tristeza corresponde à
classificação "dor máxima".
• Escala comportamental: Para a aplicação desta escala o paciente é
questionado sobre sua lembrança de dor em relação a suas
atividades diárias, o qual atribui uma nota:
➢ Zero - Dor ausente ou sem dor;
➢ Três - Dor presente, havendo períodos em que é esquecida;
➢ Seis - A dor não é esquecida, mas não impede exercer
atividades da vida diária;
➢ Oito - A dor não é esquecida, e atrapalha todas as atividades
da vida diária, exceto alimentação e higiene;
➢ Dez - A dor persiste mesmo em repouso, está presente e não
pode ser ignorada, sendo o repouso imperativo.

Medidas antropométricas
É o ato de verificar peso e altura. Sua finalidade é acompanhar o
crescimento pondo-estatura e detectar variações patológicas do equilíbrio entre
peso e altura.

Método de verificação do peso


• Forrar a balança com papel toalha;
• Regular ou tarar a balança;
• Solicitar ao paciente que use roupas leves;
• Auxiliar o paciente a subir na balança, sem calçados, colocando-o no centro
da mesma, com os pés unidos e os braços soltos ao lado do corpo;
• Mover o indicador de quilos até a marca do peso aproximado do paciente;
• Mover o indicador de gramas até equilibrar o fiel da balança;
• Ler e anotar o peso indicado na escala;
• Auxiliar o paciente a descer da balança;
• Colocar os mostradores em zero e travar a balança.

Método de verificação de estatura


• Colocar o paciente de costas para a escala de medida;
• Suspender a escala métrica, fazendo com que a haste repouse sobre a
cabeça do paciente (cuidadosamente);
• Manter o paciente em posição ereta, com a cabeça em posição anatômica
com os pés unidos.
• Travar a haste;
• Auxiliar o paciente a descer da balança;
• Realizar a leitura e anotar;
• Destravar e descer a haste.
Unidade 4:
Boas Práticas de Enfermagem e Controle de Infecção Hospitalar

Infecção Hospitalar
É uma infecção adquirida durante a internação do paciente-cliente. Pode se
manifestar durante a internação ou mesmo após alta hospitalar. A infecção
hospitalar está associada com a hospitalização ou com procedimentos
hospitalares.

Tipos de infecções
Endógena
Pode ocorrer quando parte da flora natural do paciente sofre alterações,
convertendo-se em patógenos por modificação de sua estrutura. Exemplo:
candidíase vaginal.

Exógena
Resulta de microrganismos externos ao indivíduo que não fazem parte da
flora natural. Exemplo: bactérias, vírus, fungos, entre outros.

Modo de transmissão

1- Contato
• Direto: transferência física direta de um indivíduo infectado e um
hospedeiro susceptível. Exemplo: manusear um paciente infectado e
logo em seguida manipular outro sem lavar as mãos (infecção
cruzada).
• Indireto: contato pessoal do hospedeiro susceptível com objetos
inanimados contaminados. Exemplo: agulhas, roupas de camas,
fômites (comadres, papagaios), entre outros.
Exemplos de doenças que necessitam isolamento de contato:
Infecções por bactérias multirresistentes; Clostridium difficile;
Difteria cutânea; Enterovírus; Hepatite A; Herpes simples; herpes
zoster; Escabíose; Pediculose; Shigell; Febre hemorrágica (Ébola);
entre outros.
2. Gotículas: São transmitidas em via respiratória por partículas >5 micras, e
são transmitidas por fala, tosse ou espirro. Exemplo: meningite bacteriana,
Influenza, Parotidite, Rubéola.
3. Aerossol: São transmitidas em via respiratória por partículas < 5 micras,
onde permanecem suspensas no ar ou ressecadas no ambiente e são
transmitidas por fala, tosse ou espirro. Exemplo: tuberculose pulmonar ou
laríngea; sarampo; varicela.

Precaução e Isolamento
O objetivo básico de um sistema de precauções e isolamento é a prevenção
da transmissão de um microrganismo de um paciente portador, são ou doente,
para outro paciente, tanto de forma direta ou indireta.
Esta prevenção abrange medidas referentes aos pacientes, mas também
aos profissionais de saúde. É recomendada para todas as situações, independente
da presença ou ausência de doença transmissível comprovada.

Os materiais que compões o conjunto de precauções padrão são:


Precaução para Imunossuprimido
Esta precaução é estabelecida para proteger o indivíduo
imunocomprometido de adiquirir possíveis infecções ou patologias externas.

Precaução para gotículas


Quarto privado. Caso não seja possível dar um quarto a cada doente, junte
doentes com a mesma doença.
Precaução para aerossol

Precaução para Contato


Quarto privado. Se não for possível, agrupe os doentes por doença. Use
sempre luvas de procedimentos. Lave as mãos antes e depois de retirar as luvas.
Use avental se vai estar em contato próximo com o doente.

Higienização das mãos

História da higienização das mãos


Foi o médico húngaro Ignaz Philip Semmelweis (1818-1865) que, em 1846,
comprovou a íntima relação da febre puerperal com os cuidados mé- dicos. Ele
notou que os médicos que iam diretamente da sala de autópsia para a de
obstetrícia tinham odor desagradável nas mãos.
Semmelweis pressupôs que a febre puerperal que afetava tantas
parturientes fosse causada por “partículas cadavéricas” transmitidas da sala
Ignaz Philip Semmelweis (1818-1865) de autópsia para a ala obstétrica por meio
das mãos de estudantes e médicos. Por volta de maio de 1847, ele insistiu que
estudantes e médicos lavassem suas mãos com solução clorada após as
autópsias e antes de examinar as pacientes da clínica obstétrica.
No mês seguinte após esta intervenção, a taxa de mortalidade caiu de
12,2% para 1,2% (MACDONALD, 2004). Dessa forma, Semmelweis, por meio do
primeiro estudo experimental sobre este tema, demonstrou claramente que a
higienização apropriada das mãos podia prevenir infecções puerperais e evitar
mortes maternas.

A enfermagem e a prevenção de infecção


Como precursora da enfermagem moderna, destaca-se Florence
Nightingale (1820-1910), jovem culta e de família rica que desde cedo ansiava por
dedicar sua vida aos outros. Em 1854, foi convidada para trabalhar junto aos
soldados feridos em combate na Guerra da Criméia, com o objetivo de reformular
a assistência aos doentes.

Florence Nightingale e sua equipe de enfermeiras introduziram uma série de


medidas para organizar a enfermaria, como higiene pessoal de cada paciente,
utensílios de uso individual, instalação de cozinha, preparo de dieta indicada,
lavanderia e desentupimento de esgotos.
Com a implantação dessas medidas básicas, conseguiram reduzir
sensivelmente a taxa de mortalidade.
Microbiota transitória
A microbiota transitória, que coloniza a camada superficial da pele,
sobrevive por curto período e é passível de remoção pela higienização simples das
mãos com água e sabonete, por meio de fricção mecânica.

A microbiota transitória consiste de microrganismos não-patogênicos ou


potencialmente patogênicos, tais como bactérias, fungos e vírus, que raramente
se multiplicam na pele. No entanto, alguns deles podem provocar infecções
relacionadas à assistência à saúde.

Microbiota residente
A microbiota residente, que está aderida às camadas mais profundas da
pele, é mais resistente à remoção apenas com água e sabonete. As bactérias que
compõem está microbiota (por exemplo, estafilococos coagulase-negativos e
bacilos difteróides) são agentes menos prováveis de infecções veiculadas por
contato.
As mãos dos profissionais de saúde podem ser persistentemente
colonizadas por microrganismos patogênicos (como Staphylococcus aureus,
bacilos Gram-negativos ou leveduras) que, em áreas críticas como unidades de
terapia intensiva (UTI’s) e unidades com pacientes imunocomprometidos e
pacientes cirúrgicos, podem ter um importante papel adicional como causa de
infecção relacionada à assistência à saúde.

Produtos utilizados na higienização das mãos


Para prevenir a transmissão de microrganismos pelas mãos, três elementos
são essenciais para essa prática: agente tópico com eficácia antimicrobiana;
procedimento adequado ao utilizá-lo, com técnica adequada e no tempo
preconizado; e adesão regular ao seu uso, nos momentos indicados.

Sabonete comum
O sabonete comum não contém agentes antimicrobianos ou os contém em
baixas concentrações, funcionando apenas como conservantes. Os sabonetes
para uso em serviços de saúde podem ser apresentados sob várias formas: em
barra, em preparações líquidas (as mais comuns) e em espuma. Favorecem a
remoção de sujeira, de substâncias orgânicas e da microbiota transitória das
mãos pela ação mecânica.
Em geral, a higienização com sabonete líquido remove a microbiota
transitória, tornando as mãos limpas. Esse nível de descontaminação é suficiente
para os contatos sociais em geral e para a maioria das atividades práticas nos
serviços de saúde.

Agentes antissépticos
Os agentes antissépticos utilizados para a higienização das mãos devem
ter ação antimicrobiana imediata e efeito residual ou persistente. Não devem ser
tóxicos, alergênicos ou irritantes para a pele. Recomenda-se que sejam agradáveis
de utilizar, suaves e, ainda, custo-efetivos.

Álcool
O modo de ação predominante dos álcoois consiste na desnaturação e
coagulação das proteínas. Outros mecanismos associados têm sido reportados,
como a ruptura da integridade citoplasmática, a análise celular e a interferência no
metabolismo celular.
A coagulação das proteínas, induzida pelo álcool, ocorre na parede celular,
na membrana citoplasmática e entre várias proteínas plasmáticas. Essa interação
do álcool com as proteínas levantou a hipótese da interferência de sujidade
contendo proteínas na antissepsia e desinfecção.
Os álcoois têm rápida ação microbicida quando aplicados à pele, mas não
têm atividade residual apreciável. Entretanto, a recolonização bacteriana na pele
ocorre lentamente após o uso de antisséptico à base de álcool nas mãos. A adição
de clorexidina, octenidina ou triclosan à solução alcoólica pode resultar em
atividade residual.
As preparações alcoólicas não são apropriadas quando as mãos estiverem
visivelmente sujas ou contaminadas com material proteico. Os álcoois podem
prevenir a transferência de patógenos hospitalares.
Em um estudo, bacilos Gram-negativos foram transferidos da pele
colonizada de um paciente a um pedaço de material de cateter, por meio das mãos
de enfermeiros, em 17% das vezes após fricção das mãos com preparação
alcoólica.
Em contraste, a transferência dos agentes ocorreu em 92% das vezes em
que se utilizou a higienização das mãos com água e sabonete comum. Este
modelo experimental indica que, quando as mãos estão contaminadas, friccioná-
las com produto alcoólico pode prevenir a transmissão de patógenos com maior
efetividade do que higienizar as mãos com água e sabonete comum
(EHRENKRANZ; ALFONSO, 1991).

Em vários estudos, comparando-se a redução bacteriana das mãos


utilizando sabonete comum ou sabonete associado a antisséptico versus
produtos alcoólicos, a higienização das mãos com álcool obteve uma redução
bacteriana maior que aquela obtida mediante a lavagem das mãos com sabonetes
contendo hexaclorofeno, PVPI, clorexidina a 4% ou triclosan.
Em estudos relacionados às bactérias multirresistentes, os produtos
alcoólicos foram mais efetivos na redução destes patógenos das mãos de
profissionais de saúde do que a higienização das mãos com água e sabonete.
Os álcoois também são efetivos na antissepsia cirúrgica ou no preparo pré-
operatório das mãos dos integrantes das equipes cirúrgicas. Em múltiplos
estudos, foram realizadas contagens bacterianas nas mãos, imediatamente e três
horas após a utilização do produto.
As soluções alcoólicas foram mais efetivas do que a lavagem das mãos
com sabonete comum em todos os estudos, e elas reduziram a contagem
bacteriana nas mãos mais do que sabonetes associados a antissépticos na
maioria dos experimentos. Além disso, a maioria das preparações alcoólicas foi
mais efetiva que PVPI ou clorexidina degermante.
Aplicar pequenos volumes de álcool (0,2 ml a 0,5 ml) nas mãos não é mais
efetivo que lavar as mãos com água e sabonete comum. Um estudo documentou
que 1 ml de álcool era substancialmente menos efetivo que 3 ml.
O volume ideal do produto a ser aplicado nas mãos não é conhecido e pode
variar com as diferentes formulações. Entretanto, se ocorre a sensação de que as
mãos estão secas após a fricção do álcool por 20 a 30 segundos, provavelmente
foi aplicado um volume insuficiente do produto. Por isso, os lenços umedecidos
com álcool, por conterem quantidade limitada de álcool, têm sua efetividade
comparável à água e ao sabonete comum.

Clorexidina
O gluconato de clorexidina, bis-biguanida catiô- nica, foi desenvolvido na
Inglaterra no início dos anos 1950 e introduzido nos EUA nos anos 70. A base
clorexidina é pouco solúvel em água, mas a forma digluconato é solúvel em água.
A atividade antimicrobiana da clorexidina provavelmente é atribuída à
ligação e subsequente ruptura da membrana citoplasmática, resultando em
precipitação ou coagulação de proteínas e ácidos nucléicos.
A atividade antimicrobiana imediata ocorre mais lentamente que a dos
álcoois, sendo considerada de nível intermediário; seu efeito residual, porém, pela
forte afinidade com os tecidos, torna-o o melhor entre os antissépticos
disponíveis.
A clorexidina apresenta boa atividade contra bactérias Gram-positivas,
menor atividade contra bactérias Gram-negativas e fungos, mínima atividade
contra micobactérias, e não é esporicida.
O gluconato de clorexidina tem sido incorporado às várias preparações de
higienização das mãos. Formulações aquosas ou detergentes contendo 0,5%,
0,75% ou 1% de clorexidina são mais efetivas que sabonetes não associados a
antissépticos, mas menos efetivas que soluções detergentes contendo gluconato
de clorexidina a 4%.
As preparações com gluconato de clorexidina a 2% não apresentam
diferenças significativas de atividade antimicrobiana comparadas àquelas
contendo 4% de clorexidina.
A clorexidina tem efeito residual importante, em torno de seis horas. A
adição de baixas concentrações desse antisséptico (0,5% a 1%) às preparações
alcoólicas resulta em atividade residual dessas formulações proporcionada pela
clorexidina.
O uso de clorexidina para a higienização das mãos nos serviços de saúde é
seguro e a absorção pela pele é mínima, senão nula. A ocorrência de irritação na
pele é concentração-dependente, com probabilidade maior para produtos que
contém 4% de clorexidina e quando utilizados com frequência na higienização das
mãos, sendo que reações alérgicas são raras.

Iodóforos - PVPI (Polivinilpirrolidona iodo)


O iodo é um antisséptico reconhecido pela sua efetividade desde 1821.
Entretanto, devido às propriedades de causar irritação e manchar a pele, foi
substituído por PVPI ou iodóforos nos anos 60.
Iodóforos são moléculas complexas compostas de iodo e de um polímero
carreador chamado polivinilpirrolidona, cuja combinação aumenta a solubilidade
do iodo e provê um reservatório de iodo, liberando-o ao ser utilizado e reduzindo o
ressecamento da pele.
A quantidade de iodo molecular presente (iodo livre) é que determina o nível
de atividade antimicrobiana do iodo, sendo que as soluções de PVPI a 10%
contendo 1% de iodo disponível liberam iodo livre de aproximadamente 1 ppm.
A atividade antimicrobiana ocorre devido à penetração do iodo na parede
celular, ocorrendo a inativação das células pela formação de complexos com
aminoácidos e ácidos graxos insaturados, prejudicando a síntese proteica e
alterando as membranas celulares.
O iodóforo tem atividade ampla contra bactérias Gram-positivas e Gram-
negativas, bacilo da tuberculose, fungos e vírus (exceto enterovírus), possuindo
também alguma atividade contra esporos. Entretanto, em concentrações
utilizadas para antissepsia, usualmente os iodóforos não têm ação esporicida.
O iodóforo é rapidamente inativado em presença de matéria orgânica, como
sangue e escarro, e sua atividade antimicrobiana também pode ser afetada pelo
pH, temperatura, tempo de exposição, concentração e quantidade/tipo de matéria
orgânica e compostos inorgânicos presentes (por exemplo, álcool e detergentes).
O tempo pelo qual o iodóforo exibe o efeito residual é controverso quando
ocorre enxágue após a higienização antisséptica das mãos. Os iodóforos causam
menos irritação da pele e menos reações alérgicas que o iodo, porém causam mais
dermatite de contato irritativa que outras soluções antissépticas comumente
utilizadas para a higienização antisséptica das mãos.

Triclosan
O triclosan, cujo nome químico é éter 2,4,4’-tricloro-2’-hidroxidifenil, é um
derivado fenólico, introduzido em 1965. É incolor, pouco solúvel em água, mas
solúvel em álcool e em detergentes aniônicos.
A ação antimicrobiana do triclosan ocorre por sua difusão na parede
bacteriana, inibindo a síntese da membrana citoplasmática, ácido ribonucléico,
lipídios e proteínas, resultando na inibição ou morte bacteriana. Estudos recentes
indicam que a atividade antimicrobiana é decorrente da sua ligação ao sítio ativo
da redutase proteica enoil-acil, bloqueando a síntese lipídica.
Este antisséptico tem amplo espectro de atividade antimicrobiana, sendo
bacteriostático com concentrações inibitórias mínimas (CIM) entre 0,1 a 10 µg/ ml;
entretanto, as concentrações bactericidas mínimas são de 25-500 µg/ml por 10
minutos de exposição.
A atividade bactericida é maior contra bactérias Gram-positivas, incluindo
MRSA, do que contra bactérias Gram-negativas, particularmente a Pseudomonas
aeruginosa. Possui atividade razoável contra micobactérias e Candida spp., mas é
limitada contra fungos filamentosos, como Aspergillus spp., cuja CIM é 100 µg/ml
Detergentes contendo triclosan em concentrações menores que 2% são
geralmente bem tolerados, sendo que em concentração de 1% apresentou menos
problemas na pele do que os produtos à base de iodóforos e solução alcoólica a
70% contendo clorexidina a 4%.

Indicação
Uso de água e sabonete: As mãos devem ser higienizadas com água e sabonete
nas seguintes situações:
• Quando estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e
outros fluidos corporais.
• Ao iniciar e terminar o turno de trabalho.
• Antes e após ir ao banheiro.
• Antes e depois das refeições.
• Antes de preparar alimentos.
• Antes de preparar e manipular medicamentos.
• Antes e após contato com paciente colonizado ou infectado por Clostridium
difficile.
• Após várias aplicações consecutivas de produto alcoólico.
• Nas situações indicadas para o uso de preparações alcoólicas.
Uso de preparações alcoólicas: A higienização das mãos deve ser feita com
preparação alcoólica (sob a forma gel ou líquida com 1%-3% de glicerina) quando
estas não estiverem visivelmente sujas, em todas as situações descritas a seguir:
• Antes de ter contato com o paciente.
• Após ter contato com o paciente.
• Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos
invasivos.
• Antes de calçar luvas para inserção de dispositivos invasivos que não
requeiram preparo cirúrgico.
• Após risco de exposição a fluidos corporais.
• Ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, durante o
cuidado ao paciente.
• Após ter contato com objetos inanimados e superfícies imediatamente
próximas ao paciente.
• Antes e após a remoção das luvas.
Uso de agentes antissépticos: Estes produtos associam detergentes com
antissépticos e se destinam à higienização antisséptica das mãos e à degermação
da pele das mãos.

Higienização antisséptica: Nos casos de precaução de contato recomendada para


pacientes portadores de microrganismos multirresistentes.

Degermação da pele: No pré-operatório, antes de qualquer procedimento cirúrgico


(indicado para toda a equipe cirúrgica). Antes da realização de procedimentos
invasivos (por exemplo, inserção de cateter intravascular central, punções,
drenagens de cavidades, instalação de diálise, pequenas suturas, endoscopias e
outros).
Luvas
As luvas são utilizadas com frequência pelos profissionais de saúde. Os
tipos de luvas são:
• Luvas de procedimentos: utilizada para manipular pacientes,
principalmente em possível contato com sangue ou fluídos
corpóreos, assim como, em casos de contato com pele não íntegras
ou mucosas. É recomendada para todas as situações
independentemente da presença ou ausência de doenças
transmissíveis comprovadas. Usada também em casos de
isolamentos.
• Luvas esterilizadas ou cirúrgicas: agem como barreira para a
transmissão bacteriana. As bactérias podem contaminar uma ferida
ou objeto estéril.
As luvas são usadas para:
• Reduzir a possibilidade da equipe, entrar em contato com
organismos infecciosos.
• Reduzir a possibilidade da equipe, transmitir sua flora endógena
aos pacientes.
• Reduzir a possibilidade de a equipe tornar-se transitoriamente
colonizada por microrganismos que possam ser transmitidos a
outros pacientes (infecção cruzada).
Método
• Realizar a lavagem das mãos;
• Remover o invólucro externo da embalagem, abrindo
cuidadosamente as laterais;
• Pegar a embalagem interna e coloca-la sobre uma superfície plana e
limpa, logo acima do nível da cintura;
• Identificar as luvas da mão direita e esquerda. Cada luva apresenta
um punho de aproximadamente 5 cm de largura;
• Com o polegar e o dedo indicador da mão não dominante, pegar a
borda do punho da luva da mão dominante (tocar somente a
superfície interna da luva);
• Retirar do campo;
• Puxar cuidadosamente a luva sobre a mão dominante, preocupando-
se com o punho para a luva não enrolar, sem soltar o punho;
• Com a mão dominante enluvada, colocar os dedos indicador, médio,
anelar e mínimo sob o punho da segunda luva;
• Puxar cuidadosamente a segunda luva sobre a mão não dominante
com cuidado evitando-se contaminação;
• Uma vez que a segunda luva já tenha sido calçada, entrelaçar os
dedos de ambas as mãos para que as luvas se ajustem;
• Os punham normalmente escorregam para baixo após colocação;

Método de retirada das luvas estéreis


Após o procedimento estéril, o profissional despreza as luvas das mãos, da
seguinte maneira:
• Segurar o punho da luva da mão dominante, com os dedos polegar,
indicador e médio da mão não dominante sem tocar a pele;
• Retirar vagarosamente de modo que a mesma permaneça do lado
avesso;
• Segura-la na mão não dominante;
• Colocar o dedo indicador da mão dominante sem luva, sob o punho da
luva da outra mão de modo a tocar somente abaixo da luva (na pele);
• Retira-la de modo que fique no avesso desprezando em seguida em
recipiente adequado (o par).
Unidade 5:
Higiene, conforto e segurança do paciente

O conforto e segurança, abrangem aspectos físicos, psicossociais e


espirituais e constituem necessidades básicas do ser humano.
O Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) foi criado para
contribuir para a qualificação do cuidado em saúde em todos os estabelecimentos
de saúde do território nacional.
A Segurança do Paciente é um dos seis atributos da qualidade do cuidado
e tem adquirido, em todo o mundo, grande importância para os pacientes,
familiares, gestores e profissionais da saúde com a finalidade de oferecer uma
assistência segura.
No dia 1º de abril, celebra-se dia Nacional da Segurança do Paciente. Tal
ação contribui para a minimização de riscos e danos ao paciente, refletindo na
melhoria da qualidade do cuidado prestado nos serviços de saúde no país.
As medidas de segurança visam principalmente evitar a queda do paciente
do leito. Em algumas situações, principalmente em pacientes confusos, agitados
e crianças, torna-se necessário restringir a movimentação do paciente no leito
para evitar quedas, traumas, retirada de sondas, cateteres, drenos, soros e etc..

Metas Internacionais de Segurança do Paciente

Identificação do Paciente: Evitar que procedimentos e administração de


medicamentos sejam feitos em pacientes errados, garantindo a identificação
correta do paciente.
Comunicação Efetiva: Evitar que informações sobre os cuidados do paciente
sejam perdidas ou trocadas, melhorando a efetividade da comunicação entre os
profissionais de saúde.
Uso de Medicamentos: Evitar erros de prescrição e administração de medicação
aos pacientes, fazendo uso seguro de medicamentos.

Cirurgia Segura: Evitar erros antes, durante e depois de cirurgias, garantindo as


condições de uma cirurgia segura. Para minimizar a dano ao paciente em cirurgias,
é importante que haja a garantia de que o check-list de Verificação de Segurança
seja realizado, assegurando que as etapas pré, trans e pós operatórias sejam
cumpridas de maneira oportuna e eficiente.

Higiene das Mãos: Evitar infecções hospitalares promovendo uma correta higiene
das mãos pelos profissionais. A higienização das mãos é um procedimento básico
essencial na prevenção de infecções. É uma medida simples que compreende a
lavagem de mãos com água e sabão ou higienização com formulação alcóolica.

Reduzir quedas e lesão por pressão: Evitar quedas e lesões por pressão nos
ambientes hospitalares, garantindo uma assistência de qualidade. O importante é
evitar que a queda aconteça. O desenvolvimento de lesão por pressão é um
indicador de qualidade da assistência, por isso, as instituições que controlam este
indicador elaboram protocolos de prevenção.
Restrição no Leito
São meios utilizados para conter ou limitar os movimentos do paciente para
seu benefício ou segurança. Seus objetivos são: proteger o paciente contra lesão,
trauma e deslocamento de cateteres/dispositivos; evitar danos à integridade da
equipe e de outros pacientes; e auxiliar nos exames e tratamentos.
Os meios de restrição são:
• Contenção mecânica é a utilização de dispositivos para imobilizar.
• Contenção física é a utilização de um ou mais membros da equipe para
conter o paciente;
• Contenção química é a utilização de medicamentos para controlar o
comportamento do paciente.
Os materiais para restrição Mecânica são:
• Atadura;
• Lençóis;
• Algodão ortopédico;
• Loção ou creme hidratante;
• Esparadrapo ou fita hipoalergênica.
O método consiste em:
• Lavar e secar a área a ser restringida;
• Aplicar loção ou creme hidratante se a área estiver ressecada;
• Dobrar a compressa de algodão em três e enrolar ao redor do punho ou
tornozelo do paciente;
• Realizar a restrição e prender as pontas na cama do paciente.
Conforto do Paciente
Meios utilizados para dar conforto físico e segurança do paciente acamado.
As complicações decorrentes são: complicações Circulatórias; complicações
Gastrintestinais; complicações Respiratórias, e complicações do Sistema
Tegumentar.
Coxins: podemos utilizar coxins para auxiliar e melhorar o posicionamento do
paciente acamado.
Travesseiros: devem ser colocados para elevar o tronco do paciente colocando a
mão sob o ombro, no lado oposto. Afofar o travesseiro e recoloca-lo com cuidado.
Suporte para os pés: colocado perpendicularmente ao colchão, paralelo e em
contato com a região plantar do paciente, com a finalidade de evitar o pé equino
ou queda plantar.

Mudança de Decúbito
De modo geral, os pacientes acamados preferem o decúbito dorsal e assim,
permanecem quando não são estimulados ou auxiliados a se movimentarem. No
entanto, devem ser mudados de posição frequentemente, sendo indicada a
mudança a cada 2 horas.
Com a mudança de decúbito, é importante proceder-se à massagem de
conforto para melhorar a circulação e evitar as lesões por pressão. Para estimular
a circulação e musculatura do paciente, podemos também utilizar movimentos
ativos e passivos.
Os objetivos são: descomprimir a área sobre a proeminências ósseas;
prevenir a fadiga; manter o tônus muscular; ativar a circulação; prevenir
complicações pulmonares, lesões, lesões por pressão; reduzir o risco de hipóxia
tissular; e promover conforto.
Os materiais utilizados são: travesseiro; coxins; e luvas de procedimento, e
o método consiste em:
• Lavar as mãos;
• Calçar as luvas;
• Solicitar ajuda de um colega, se necessário;
• Identificar-se para o paciente;
• Explicar o procedimento ao paciente;
• Parar a infusão de dieta por SNE (sonda nasoenteral), caso o paciente
estiver em uso da mesma;
• Abaixar a cabeceira da cama (caso não haja contraindicação);
• Colocar o paciente em decúbito lateral;
• Para mover um paciente imóvel, é necessário flexionar os joelhos de
forma que não fiquem próximos ao colchão;
• Colocar uma mão sobre os quadris do paciente e outra mão sobre os
ombros;
• Se necessário, eleve o paciente em direção a cabeceira;
• Colocar um travesseiro sob a cabeça e pescoço do paciente;
• Colocar os braços em posição ligeiramente flexionados. O braço
superior deve ser apoiado sobre um travesseiro ao nível do ombro e o
braço inferior deve ser apoiado no colchão;
• Colocar apoio no dorso do paciente;
• Colocar travesseiro entre as pernas semiflexionadas na altura dos
quadris;
• Manter grades laterais elevadas;
• Manter as contenções mecânicas, se o paciente estiver usando;
• Reiniciar a infusão da dieta por SNE, se o paciente estiver usando;
• Anotar o procedimento realizado com as observações e checar a
prescrição de enfermagem.

Massagem de Conforto
A massagem de conforto é realizada para melhorar a circulação corporal do
paciente e evitar hiperemia tecidual e lesões por pressão. Os objetivos são:
estimular a circulação; proporcionar relaxamento muscular, conforto, bem-estar;
e prevenir lesões por pressão.
Os materiais utilizados são creme hidratante e luvas de procedimento, e o
método consiste em:
• Verificar as contraindicações para a massagem de conforto (fraturas
vertebrais ou costelas, queimaduras ou feridas abertas);
• Verificar o produto a ser utilizado, conforme a prescrição de
enfermagem;
• Higienizar as mãos e reunir o material;
• Identificar-se para o paciente;
• Explicar o procedimento;
• Abaixar a cabeceira da cama e posicionar o paciente em decúbito lateral
(direito ou esquerdo) ou ventral;
• Parar a infusão de dieta por SNE (sonda nasoenteral), caso o paciente
estiver em uso da mesma;
• Descobrir a região do dorso até as nádegas;
• Calçar as luvas, a seguir, coloque uma pequena quantidade de hidratante
nas mãos;
• Iniciar o deslizamento das mãos, na região dorsal inferior e central,
coluna vertebral, ombros até o deltoide, retornar para a superfície lateral;
• Manter sempre as mãos sobre a pele do paciente e fazer deslizamentos
suaves;

• Faça a massagem por aproximadamente 5 minutos, a seguir


recomponha a vestimenta do paciente;
• Ao término, colocar o paciente em posição confortável;
• Manter as contenções mecânicas, se o paciente estiver usando;
• Reiniciar a infusão da dieta por SNE, se o paciente estiver usando;
• Anotar o procedimento realizado com as observações quanto ao
aspecto da pele e checar a prescrição de enfermagem.

Higiene Oral
É a remoção mecânica de sujidade para garantir a limpeza da cavidade oral.
Na cavidade oral existem microrganismos, portanto assegurar uma frequente e
rigorosa higienização oral contribui para a conservação dos dentes e para uma
saudável condição bucal.
A higiene oral deve ser realizada pela manhã, após as refeições e sempre
que necessário, ou seja, no mínimo 3 vezes ao dia.
Os materiais utilizados são: escova de dente macia ou espátula com gaze;
creme dental e/ou solução antisséptica bucal; copo de água; canudo plástico;
toalha de rosto; cuba-rim; luvas de procedimento.
O método consiste em:
• Higienizar as mãos e reunir o material;
• Explicar o procedimento ao paciente;
• Colocar o paciente em posição de Fowler, e na impossibilidade
lateralizar a cabeça;
• Calar luvas de procedimentos;
• Colocar a toalha sobre o tórax do paciente;
• Colocar creme dental na escova de dentes ou umedecê-la com solução
antisséptica;
• Escovar os dentes do paciente com movimentos circulares sempre no
sentido a raiz para a coroa;
• Oferecer um copo com água para o paciente realizar bochechos (se
necessário, ofereça um canudo);
• Colocar a cuba-rim abaixo da mandíbula do paciente para que ele possa
esvaziar o conteúdo da boca;
• Enxugar os lábios e a região perilabial do paciente;
• Recolher o material e manter a unidade em ordem;
• Anotar no prontuário o procedimento realizado e intercorrências.

Método para paciente inconsciente


• Higienizar as mãos e reunir o material;
• Explicar o procedimento ao paciente;
• Colocar o paciente em posição de Fowler, e na impossibilidade
lateralizar a cabeça;
• Calar luvas de procedimentos;
• Colocar a toalha sobre o tórax do paciente;
• Umedecer espátula envolta com gaze em solução antisséptica bucal;
• Limpar os dentes com movimentos circulares sempre no sentido da raiz
para a coroa, limpar as gengivas;
• Limpar língua, bochechas, palato e lábios;
• Enxugar os lábios e região perilabial do paciente;
• Lubrificar os lábios;
• Recolher material e manter a unidade em ordem;
• Anotar no prontuário o procedimento realizado e manter a unidade em
ordem.

Método para paciente com prótese dentária


• Higienizar as mãos e reunir o material;
• Explicar o procedimento ao paciente;
• Colocar o paciente em posição de Fowler, e na impossibilidade lateralizar
a cabeça;
• Calar luvas de procedimentos;
• Colocar a toalha sobre o tórax do paciente;
• Pedir ao paciente que retire a prótese ou faça por ele, colocando-a em
cuba-rim com solução antisséptica bucal;
• Limpar língua, bochechas, palato, lábios e gengivas com espátulas
envoltas em gaze embebida em solução antisséptica bucal;
• Oferecer copo com água para o cliente realizar bochechos (se
necessário ,ofereça canudo);
• Colocar a cuba-rim abaixo da mandíbula do paciente para que ele possa
esvaziar o conteúdo da boca;
• Enxugar a boca do paciente;
• Escovar a prótese dentária com creme dental ou solução antisséptica;
• Enxaguar a prótese dentária com água e recolocá-la na boca do
paciente;
• Recolher material e manter a unidade em ordem;
• Anotar no prontuário o procedimento realizado e manter a unidade em
ordem.

Higiene dos Cabelos e Couro Cabeludo


É a remoção mecânica da sujidade do cabelo e couro cabeludo e inclui
pentear e escovar os cabelos, proporcionando uma boa aparência ao paciente.
Durante a higiene devemos observar a presença de pediculose (piolhos) e tomar
medidas necessárias.
Os materiais utilizados são: luvas de procedimento; sabonete ou shampoo;
1 jarro com água morna; 1 bacia; 1 forro impermeável; algodão para proteção dos
ouvidos; pente; 2 toalhas de banho; hamper; 1 balde; 1 cobertor; 1 saco plástico
para lixo; 1 biombo.
O método consiste em:
• Lavar as mãos e reunir o material;
• Explicar o procedimento ao paciente;
• Fechar portas, janelas e isolar a cama como biombo;
• Dispor material na mesa de cabeceira;
• Colocar paciente em posição dorsal;
• Retirar o travesseiro e colocá-lo sob os ombros do paciente, para criar
um apoio e facilitar a colocação da bacia abaixo da cabeça;
• Colocar forro impermeável e uma toalha sob a cabeça do paciente para
evitar que molhe a cama;
• Calçar luvas de procedimento;
• Pentear os cabelos para remover embaraços e nós;
• Colocar algodão no conduto auditivo externo do paciente;
• Colocar bacia sob a cabeça;
• Derramar água morna sobre os cabelos, até que eles fiquem
completamente molhados;
• Aplicar pequena quantidade de shampoo;
• Ensaboar e massagear o couro cabeludo com as pontas dos dedos, com
delicadeza, começar pelo contorno do couro cabeludo e prosseguir em
direção à parte posterior do pescoço;
• Levantar ligeiramente com uma das mãos a cabeça do paciente para
lavar a parte posterior e bilateral da cabeça;
• Enxaguar os cabelos;
• Desprezar a água da bacia no balde que deve estar sobre uma escadinha
ao lado do leito do paciente;
• Repetir a lavagem se necessário;
• Enxaguar os cabelos com água. Assegurar-se que a água caia dentro da
bacia, repita o enxágue até que os cabelos fiquem sem sabão;
• Retirar o algodão no conduto auditivo externo do paciente;
• Elevar decúbito do paciente;
• Secar os cabelos com a toalha, penteando-os a seguir;
• Lavar e guardar o material utilizado, deixando o ambiente em ordem;
• Higienizar as mãos;
• Fazer anotação no prontuário.

Higiene íntima
Compreende a limpeza dos órgãos genitais externos, feminino ou masculino
e região anal. Deve ser feita pelo menos a cada 6 horas no paciente acamado,
poupando a madrugada, ou seja, ser feita 3 vezes ao dia.
Geralmente, é feita pela manhã, junto ao banho, à tarde e à noite, antes do paciente
dormir ou após episódios de micção ou evacuação. Ressaltamos que, em
pacientes com SVD (sonda vesical de demora), a higiene íntima deve ser realizada
criteriosamente a cada 6 horas.
Devem ser observados: nódulos, corrimentos, mudanças de cor na região,
entre outros, caso ocorram, comunique ao enfermeiro e anote-os no prontuário.
Os materiais utilizados são: jarro com água morna; comadre; cuba pequena
com bolas de algodão e sabão líquido (se possível); luva de banho, se necessário;
luvas de procedimento; toalha; biombo.
O método consiste em:
• Higienizar as mãos;
• Reunir material e avisar o paciente;
• Colocar o paciente no caso de mulheres em posição ginecológica e no
caso de homens em decúbito lateral dorsal horizontal com os MMII
(membros inferiores) ligeiramente afastados, proteja a região genital
com lençol;
• Forre a cama com a toalha sob as nádegas;
• Calçar as luvas;
• Coloque a comadre;
• Expor a região pubiana; nas mulheres realize a higiene da vulva e períneo
com bolas de algodão, ou pano de banho com movimentos da região
pubiana para a perianal, nos homens exponha a glande, contraindo o
prepúcio, higienizando o corpo do pênis, a seguir a bolsa escrotal com
suavidade sempre no sentido pubiano para região perianal;
• Irrigar a região pubiana com água morna, enxaguando todo o sabão;
• Retirar a comadre, enxugar a região e cobrir o paciente;
• Lavar e guardar o material;
• Higienizar as mãos e fazer anotações no prontuário.

Banho no leito
O banho no leito é um procedimento realizado diariamente com o paciente
hospitalizado, os pacientes que deambulam são encaminhados ao banho de
chuveiro, este é denominado de banho de aspersão, pode ainda ser realizado em
cadeira de banho (quando há limitação dos membros inferiores).

Geralmente é executado no período da manhã, entretanto em determinados


serviços, há divisão dos banhos entre os turnos para evitar sobrecarga da equipe
de enfermagem, assim pode ser realizado em todos os horários.
Por meio dessa técnica, há maior interação da equipe de enfermagem com
o paciente, além de oferecer subsídios para o diagnóstico precoce de situações
clínicas como a lesão por pressão e outras alterações na pele.
Os materiais utilizados são: 1 bacia; cuba-rim; material para higiene oral;
biombo; toalha de banho; toalha de rosto; pano para limpeza concorrente; jarro de
água; sabonete; roupa de cama; comadre; luvas de banho; luvas de procedimento.
O método consiste em:
• Higienizar as mãos;
• Trazer todo o material e dispor sobre a mesa de cabeceira se possível
em carro de inox;
• Dispor a roupa na cadeira, na ordem de uso;
• Cercar a cama com o biombo e fechar as janelas e portas;
• Forrar o tórax do paciente com toalha de rosto;
• Calçar luvas de procedimento;
• Proceder a higiene oral, conforme técnica;
• Desprender a roupa de cama, retirar colchas, cobertor, travesseiro,
roupas do paciente, deixando-o protegido com o lençol;
• Parar a infusão da dieta por SNE, caso o paciente esteja usando;
• Abaixar a cabeceira da cama, caso não haja contraindicação;
• Iniciar o banho do sentido da cabeça aos pés, iniciando pela lavagem
dos cabelos e couro cabeludo, conforme técnica;
• Molhar as luvas de banho ou compressas retirando o excesso de água;
• Lavar os olhos do paciente do ângulo interno para o externo;
• Colocar a toalha de banho sob um dos braços do paciente e lavá-lo do
sentido do punho para as axilas em movimentos longos;
• Enxaguar e secar com a toalha de banho;
• Repetir a operação no outro braço;
• Colocar a toalha de banho sobre o tórax do paciente sobre o tórax do
paciente, cobrindo-o até a região púbica;
• Com uma das mãos, suspender a toalha e, com a outra, lavar o tórax e o
abdome;
• Enxaguar, secar e cobri-lo com o lençol;
• Lavar as pernas (sentido tornozelos para a região femoral), fazendo
movimentos passivos nas articulações, massagear as proeminências
ósseas e panturrilha.
• Flexionar o joelho do paciente e lavar os pés secando bem entre a região
interdigital;
• Colocar o paciente em decúbito lateral, com as costas voltadas para um
dos profissionais de uma das laterais da cama, protegendo-o com uma
toalha, lavar, enxugar e secar;
• Colocar a comadre protegida para não causar incômodo na região sacral
do paciente e realizar decúbito lateral oposto ao anterior, assim,
possibilitará a higiene completa do dorso, lavar, enxugar e secar;
• Realizar higiene íntima, conforme técnica;
• Retirar a comadre;
• Fazer massagem de conforto, conforme técnica;
• Colocar o paciente em decúbito dorsal;
• Higienizar as mãos;
• Vestir a roupa limpa do paciente;
• Realizar a limpeza concorrente e trocar a cama;
• Recolocar o travesseiro e deixar o paciente confortável.
UNIDADE 6
Limpeza e Desinfecção.

Nessa unidade, vamos conhecer e entender o processamento de artigos em


saúde, onde o objetivo principal é evitar qualquer evento adverso relacionado ao
uso desses artigos.
Vamos abordar também aspectos conceituais gerais relativos à limpeza,
desinfecção, esterilização, reprocessamento de equipamentos, produtos adequados
para casa situação e vamos falar também sobre resíduos sólidos em saúde, afinal
tudo o que geramos de resíduo devemos tratar para evitar transmissão e
contaminação patológica ambiental.

Conceitos referentes a limpeza, desinfecção e esterilização:

✓ Limpeza: é definida como remoção de sujidade de um artigo. A limpeza é


fundamental nos processos de desinfecção e esterilização porque reduz a carga
microbiana de um artigo, favorecendo a eficácia do processo.
✓ Desinfecção: a desinfecção é um processo aplicado a um artigo ou
superfície visando a eliminação de microrganismo, exceto os esporos.
✓ Esterilização: é um processo que utiliza agentes químicos ou físicos para
destruir todas as formas de vida microbiana e aplica-se especificamente a objetos
inanimados.
No sistema de saúde existem algumas classificações as quais nos norteiam
para o tipo de limpeza, desinfecção e se é possível reprocessamento do artigo ou
não.
A mais utilizada é a Classificação de Spaulding:

• Artigos críticos: estes são considerados críticos porque o risco potencial de


transmissão de infecção envolvido é alto, caso estejam contaminados com
qualquer microrganismo. Um produto de saúde crítico é aquele que penetra em
tecidos estéreis ou sistema vascular e precisa estar esterilizado porque qualquer
contaminação microbiana pode resultar em transmissão de doença.
• Artigos semicríticos: estes entram em contato com membrana, mucosas
integras ou pele não intacta. O risco potencial de transmissão de infecção envolvido
nesses produtos para a saúde é intermediário, porque as membranas apresentam
uma certa resistência a infecções causadas por esporos. Estes artigos devem no
mínimo receber desinfecção de alto nível.
• Artigos não críticos: estes entram em contato com a pele intacta ou não
entram em contato direto com o paciente. O risco potencial de transmissão de
infecções é baixo porque a pele age como uma barreira efetiva para muitos
microrganismos. Se este artigo estiver contaminado com matéria orgânica devem,
no mínimo, receber desinfecção de nível baixo; em caso de ausência de matéria
orgânica, a limpeza é suficiente.
No ambiente hospitalar, existem boas práticas em higiene e limpeza hospitalar
de superfícies tem o objetivo de proporcionar aos usuários um ambiente com a
menor carga de contaminação possível, contribuindo coma redução da
possibilidade de transmissão de agentes patógenos.
A área da saúde os princípios de limpeza e desinfecção de superfície levam em
consideração a intenção do uso da superfície ou do item nos cuidados ao paciente.
A classificação de áreas críticas, semicríticas e não críticas é feita de acordo
com o risco de contaminação de agentes patogênicos por matéria orgânica por
clientes e profissionais de saúde.
Os fatores que influenciam a escolha do procedimento de desinfecção das
superfícies e dos ambientes são:
✓ a natureza do item a ser desinfetado;
✓ os nº de microrganismos presentes;
✓ a quantidade de matéria orgânica presente;
✓ o tipo de concentração usada de produto;
✓ A duração e a temperatura de contato com o produto;

Utilizamos para caracterizar as áreas para adequação de limpeza e


desinfecção a classificação de Spaulding, porém como áreas ao invés de artigos.
As áreas dos serviços de saúde classificamos de acordo com o risco
transmissão de infecção com base nas atividades realizadas em cada local.
Essa classificação facilita a elaboração de procedimentos de limpeza e
desinfecção, com o objetivo de orientar das áreas mais complexas para as mais
comuns.

• Áreas críticas: são áreas que oferecem maiores riscos de transmissão de


infecção, ou seja, áreas que realizam um grande número de procedimentos
invasivos ou que possuem pacientes de alto risco com o sistema imunológico
comprometido.
Exemplo: Unidade de Terapia Intensiva, Centro cirúrgico, Central de Material e
Esterilização, Centro obstétrico, Unidade de Transplante, Centro de Quimioterapia,
Lactário, Unidade de Isolamento, Unidade de Diálise, Banco de Sangue, Unidade de
Queimados, Unidades de Urgência e Emergência.
• Área Semicrítica: são áreas onde o risco de transmissão de infecção é
menor, pois, embora exista pacientes, estes não requerem cuidados de alta
complexidade ou isolamento.
Exemplo: Unidade de Internação, Posto de enfermagem, Unidades
Ambulatoriais e corredores das unidades.
• Área não crítica: são áreas não ocupadas por pacientes. Ex: área
administrativas.
Tipos de limpeza:

• Limpeza Concorrente: é a limpeza realizada diariamente, em todas as


unidades dos estabelecimentos de saúde, com a finalidade de limpar e organizar o
ambiente. Esse procedimento é incluso a limpeza de todas as superfícies
horizontais, de mobiliários e equipamentos, portas e maçanetas, instalações
sanitárias e a limpeza de piso.
A limpeza da unidade de internação do paciente deve ser feita diariamente,
sempre que necessária. Merece maior atenção a limpeza das superfícies
horizontais que tenham maior contato com as mãos dos profissionais da saúde e
dos pacientes, tais como maçanetas, interruptores de luz, telefones, grades da
cama, campainhas e outros.

Segundo Torres “a limpeza da unidade do


paciente, antes exclusivas da enfermagem,
já vem sendo realizadas em instituições
pelo Serviço de Hotelaria Hospitalar.”
• Limpeza Intermediaria: é realizada em locais de alta rotatividade, como
Pronto Socorro, e ambulatórios, limitando-se mais a limpeza de pisos, banheiros e
esvaziamento de resíduos, e deve ser realizada nos três períodos do dia (manhã,
tarde e noite) e conforme a necessidade.
• Limpeza Terminal: é o procedimento de limpeza mais completo, incluindo
todas as superfícies horizontais e verticais, internas e externas. Deve incluir a
limpeza de paredes, pisos, teto, janelas, portas, maçanetas, interruptores de luz,
peitorais de janelas, luminárias, painel de gases, cama, colchão, maca, mesa de
cabeceira, de refeição e armários. É realizada na unidade do paciente após a alta
hospitalar, transferência ou óbito. Nas internações de longa permanência, devem
ser programadas no período máximo de 15 dias quando em áreas críticas. Em áreas
semicríticas e não críticas o período máximo recomendado é de 30 dias, ou
conforme rotina estabelecida na instituição.

Produtos utilizados na limpeza e desinfecção de ambiente:


Existem alguns fatores que influenciam na escolha do produto para realização
do procedimento de limpeza e desinfecção de superfícies:
- Especificações e indicações de uso do produto pelo fabricante;
- Natureza do item a ser desinfetado e seu comportamento junto ao produto;
- A possibilidade de corrosão da superfície a ser limpa;
- Concentração necessária para ação;
- Estabilidade frente a exposição a luz, umidade, temperatura e
armazenamento;
- Incompatibilidade com agentes que podem comprometer a eficácia ou a
estabilidade do produto, como: dureza da agua, sabão, detergentes e outros
saneantes;
- Prazo de validade do uso do produto;
- Método de limpeza e recurso disponível;
- Nº de microrganismo presente, sujidade;
O sabão é um produto para lavagem e limpeza doméstica, formulado a base de
saia alcalinos, de ácidos graxos associados ou não a outros tensoativos.
O Detergente neutro é um produto destinado a limpeza de superfícies e tecidos
através da diminuição da tensão superficial, possui surfactante na sua composição
o que modifica as propriedades da água, facilitando a penetração nas superfícies.

Produtos utilizados na desinfecção:


A desinfecção é um processo que destrói microrganismos, patogênicos ou
não, dos artigos, com exceção de alto número de esporos bacterianos, pela
aplicação de meios físicos ou químicos.
Sempre que houver presença de matéria orgânica (fezes, urina, vomito,
escarro, entre outros) em superfícies, essa deverá ser removida e feita a limpeza
mecânica na superfície e me seguida a desinfecção.

Recomendação Vantagem Desvantagem


Produto
de uso
Superfícies e Não é toxico; Evaporação
Álcool
alguns Baixo custo; rápida (diminui a
equipamentos Ação rápida; concentração);
(ex.: Sem resíduos; Inflamável;
estetoscópio, É bactericida, Volátil;
equipamentos virucida, Pode ocasionar
não críticos) fungicida e opacidade de
tuberculocida; lentes;
Endurece
Não é esporicida plásticos,
silicone e
borracha;
Inativo na
presença de
matéria
orgânica.

Corrosivo para
metais;
Ação reduzida
Compostos Baixo custo;
Desinfecção de na presença de
clorados Ação rápida;
superfícies fixas; matéria
inorgânicos É bactericida,
Equipamentos de orgânica;
(sódio, cálcio e tuberculocida e
diálise Irritante para
lítio) esporicida.
pele e mucosas;
Odor
desagradável.

Age na presença
de matéria Irritante para
Compostos
Descontaminaçã orgânica; pele e mucosa;
clorados
o de superfícies É bactericida, Mancha roupas
orgânicos
virucida, e carpetes;

tuberculocida e
esporicida;
Apresentação
em pó;
Não pode ser
usado para
desinfetar
instrumentos;
Pisos, paredes e
Soluções
mobílias;
Não corrosivo; diluídas podem
Quaternário de Usado em
Não toxico; crescer
amônio ambientes de
Pouco irritante microrganismos;
nutrição e
Ação reduzida
neonatologia
na presença de
matéria
orgânicas;

Corrosivo;

Pisos, paredes e Não pode ser

mobília; usado em

Podem ser Tem amplo equipamentos

usados na espectro; pediátricos ou

limpeza de Pode ser neonatos;


Fenólicos
equipamentos associado a Não pode ser

que entram em detergentes usado na

contato com a nutrição;

mucosa (cadeira Pode ser

de rodas e cama) absorvido pela


pele ou borracha

Amplo espectro Pouco ativo


Monopersulfato Desinfetante de
Ativo na sobre os
de potássio superfície
presença da enterovírus
matéria orgânica
Biodegradável
Não corrosivo
para metais
A cor do produto
diminui à medida
que diminui a
concentração
Reduz a eficácia

Mais eficaz do frente à matéria

que o processo orgânica

de limpeza Os ductos de ar

comum; devem ser

Produto seguro fechados

Usado na para o ambiente durante o

Peróxido de descontaminaçã Eficaz na processo de

Hidrogênio o de ambiente. descontaminaçã descontaminaçã

o de materiais o

porosos e Custo elevado

equipamentos de O tempo usado

difícil limpeza para o processo


ainda está sendo
investigado

Baixa toxicidade
Usado em
humana e Pode causar
Quaternário de limpeza de
ambiental irritação dérmica
amônio ambiente,
Amplo espectro Pode danificar
combinado com equipamento,
Baixa borracha
Polihexametilen mobiliários e
volatilidade e sintética,
o Biguanida próximos ao
corrosividade cimento e
(PHMB) paciente nas
Baixo odor alumínio
instituições.
Fácil manuseio
na forma de
espuma

Técnica de Limpeza:
Como falado anteriormente, para a realização de desinfecção deve ser feito
uma limpeza anteriormente.
Não importa a superfície, se cama, mesa de cabeceira, equipamentos, entre
outros, a técnica de limpeza deve seguir o mesmo princípio.
A equipe de higienização que fica sobe responsabilidade da hotelaria, realiza a
limpeza de chão, parede, teto, banheiro, realizam a retirada de resíduos.
A equipe de enfermagem realiza a higiene de equipamentos e mobiliários,
como cama, mesa de cabeceira, monitor cardíaco, bomba de infusão, entre outros
equipamentos.
Em algumas instituições a hotelaria hospitalar, pode realizar algumas
higienizações, como higiene do leito por troca, durante a troca de roupa de cama
por exemplo.
Material:
- Pano limpo;
- Produto pronto uso padronizado pela instituição
- Luvas de Procedimento
Ou Para realizar desinfecção
com álcool a 70%, deverá
- Álcool 70% ser realizado limpeza
simples (água e sabão)

Fazendo a limpeza...
- Separe o material necessário;
- Calce as luvas de procedimento;
- Aplique o produto em no plano limpo umedecendo o mesmo;
- Passe o pano umedecido em movimento único (não fazer movimentos de vai
e vem);
- Após terminar o procedimento, descarte as luvas de procedimento e
higienize as mãos.
Resíduo de Serviço de Saúde
No Brasil, temos uma lei que estabelece a Política Nacional de Resíduos
Sólidos, o marco foi em 02 de agosto de 2010, apresenta uma visão moderna na
luta contra um dos maiores problemas do nosso planeta: o resíduo (lixo) urbano.
Essa nova lei tem como objetivo a responsabilidade compartilhada envolvendo o
governo, empresas e a população, cuja função é alavancar o retorno dos produtos
às industrias após o consumo e obrigar o poder público a realizar planos para a
gestão do resíduo, com mudanças importantes.
Um dos passos mais importantes na história, foi em a publicação da RDC
ANVISA nº 306, de 07 de dezembro de 2004, alinhada a resolução do CONAMA
nº358, de abril de 2005. Ambas legislações, dispões o regulamento técnico para o
gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.

Por que nós, técnicos de enfermagem, devemos saber sobre o descarte de


resíduos?
A gestão de resíduos, as ações e medidas de mitigação dos riscos nos
processos devem estar focadas na prevenção, com implementação de planos de
ação adequados atendendo a legislação. A ambiência tem como papel fundamental,
os profissionais de saúde devem realizar os descartes de materiais nos locais
adequados a fim de evitar a disseminação, contaminação, infecção de doenças.

Classificação e identificação de resíduos


Existem classificações para o descarte de resíduos, são eles:
A- Biológico
B- Químico
C- Radioativo
D- Domésticos e reciclável
E- Perfuro cortante escarificante / abrasivo
Segregação, quantificação e armazenamento:
Os resíduos de serviços de saúde, devem ser segregados conforma sua
classificação e volume de cada grupo, quando houver, deve ser levado, por setor,
avaliando-se o nº de sacos de lixo com o volume preenchido em litros e gerados
por dia e/ou peso.
• Grupo A: São resíduos com presença de agentes biológicos que por suas
características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de
infecção.
• Grupo B: Contém substância químicas que podem apresentar riscos à
saúde pública e ao meio ambiente, dependendo de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxidade. Ex.: medicamentos, reagentes
de laboratório, resíduos contendo metais pesados, dentre outros.
• Grupo C: Resultante de atividades humanas, que contenham radionuclídeos
ou com quantidade superiores ao limite de eliminação especificados nas normas da
Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, como por ex.: serviços de medicina
nuclear e radioterapia.
• Grupo D: Não apresentam risco biológico, químico ou radiológico a saúde
ou ao meio ambiente, podem ser. Ex.: sobras de alimentos, e do preparo de
alimentos, resíduos de áreas administrativas.
• Grupo E: Materiais perfuro cortantes ou escarificante tais como lâminas de
barbear, agulhas, ampolas de vidro, pontas diamantadas, lâminas de bisturi,
lancetas, fio guia, giletes e outros similares.
Simbologia de acordo com as classificações:
UNIDADE 7
Administração de medicação.

Nesta unidade temos como objetivo discutir a administração de


medicamentos, vias de administração, preparo, prevenção de erros e
contaminação de prevenção de infecção.
Vamos iniciar então, conhecendo as vias de administração existentes:

• Via Oral: é a via mais fácil e comumente utilizada, e pela qual os


medicamentos são fornecidos pela boca e deglutido com líquidos. Os
medicamentos orais possuem ação mais lenta e efeito mais prolongado em
comparação a outras vias de medicação.
• Sublingual: alguns medicamentos são prontamente absorvidos quando
colocados sob a língua para se dissolver. Esse tipo de medicamento não pode
ser deglutido, pois o efeito desejado não será alcançado.
• Bucal: são medicamentos colocados nas mucosas das bochechas até
que o medicamento se dissolva. Oriente o paciente a revezar as bochechas para
evitar irritação da mucosa.
• Vias Parenterais: é a administração de fluidos em tecidos corporais.

São considerados vias parenterais:

o Intradérmico (ID): injeção exatamente na derme;


o Subcutâneo (SC): injeção nos tecidos abaixo da derme;
o Intramuscular (IM): injeção no músculo;
o Intravenoso (IV): injeção na veia;

Existem outras vias de administração enterais além das citadas acima,


como:

o Epidural;
o Intratecal;
o Intraóssea;
o Intraperitoneal;
• Tópica: são medicamentos aplicados na pele e na mucosa;
• Via Inalatória: são medicamentos prontamente absorvidos e atuam
rapidamente devido a rica vascularização alveolocapilar.
• Via Intraocular: o medicamento é injetado diretamente no olho.

Administração de medicação
Administração oral
Os pacientes normalmente são capazes de ingerir ou se autoadministrar
medicamentos orais, sem quase nenhum problema. A via oral é uma das vias
mais fáceis e desejadas de uso medicamentoso. Porém o ácido estomacal, tem
como efeito atrasar o medicamento e diminuir o seu efeito, por esse motivo, é
recomendado, fazer a ingestão do medicamento oral de 30 minutos a 1 hora
antes das refeições, para melhor ação terapêutica. Por outro lado, algumas
medicações orais, devem ser ingeridas junto com alimentos.
Existem alguns casos que contraindicam uso de ingestão de medicamentos
orais, por exemplo, pacientes acamados que fazem uso de sondagem
nasoenteral ou gastrostomia.

Aplicação tópica
São aquelas aplicadas localmente, mais frequente em pele íntegra. Esses
medicamentos apresentam diferentes formas e podem ser aplicados em
mucosas.
Aplicação cutânea
Medicação localmente aplicadas, como loções, cremes, pomadas, geram
efeitos sistêmicos e locais.

Instilação nasal
Alguns pacientes com alterações do seio nasal, em alguns momentos
necessitam receber medicamento por meio de spray, gotas ou tampões.

Administração parenteral
A administração de medicamentos parenterais, como já falado
anteriormente, são aquelas medicações administradas por meio de injeções.
Existem alguns tipos de vias injetáveis e cada uma delas requer uma técnica
asséptica a fim de evitar infecções. Para cada via injetável existe uma seringa
mais indicada, assim como um tipo de agulha também. Vamos falar sobre elas?

• Seringas: as seringas são de formato cilíndrico, com uma ponta adaptada


para se acoplar a agulha. Existem dois tipos de seringas das quais comumente
utilizamos, a Luer-lok (com rosca) e a não Luer-lok (sem rosca), essa
nomenclatura é baseada no desenho da ponta da seringa.
As seringas se apresentam em diferentes tamanhos desde 0,5ml a 60ml.
Não é comum uma seringa maior que 5ml para injeções, as mais comuns são de
3 e 5 ml.
As seringas de 1 a 3ml são utilizadas para administrar medicamentos
subcutâneos ou intramusculares. Seringas maiores que 5 ml são utilizadas para
administrar medicamentos intravenosos.
o Seringa tuberculina (C), são seringas de 1ml utilizadas para
administração de medicações de pequenos volumes como subcutâneas
ou intradérmicas;
o Seringa de insulina (D), disponíveis em tamanhos que variam de 0,3 a 1
ml e são caibradas em unidades (U – 100).
• Agulhas: A agulha possui três partes, canhão ou base, haste e bisel

• Injeções subcutâneas: são medicamento no tecido conjuntivo frouxo sob


a derme. Devido o tecido subcutâneo não ser tão vascularizado como o
muscular, a ação do medicamento acabe sendo mais lenta, porém, a medicação é
absorvida por completo desde que o sistema vascular do paciente não esteja
comprometido.
O tecido subcutâneo contém receptores de dor, por isso paciente poderá
sentir algum desconforto durante a aplicação. Os locais adequados para
aplicação de medicamentos subcutâneos são: face posterior externa do braço, o
abdome abaixo das margens costais até as cristas ilíacas, e a face anterior das
coxas. Volume possível de administração 0,5ml a 1,5ml.
Os ângulos das aplicações também são importantes:

• Injeções intramusculares: fornece uma absorção mais rápida, devido a


maior vascularização, porém, envolve mais riscos também. Para selecionar o
tamanho da agulha adequada, deve-se avaliar o paciente, como peso,
musculatura, idade, e tipo de medicação.
A aplicação de medicação intramuscular, usa-se ângulo de 90º, é possível
que a musculatura de um adulto saudável absorva de 3 ml sem desconforto,
porém é pouco provável que consiga absorver 4 a 5 ml de medicamento, sem
causar outras danos, porém em crianças ou idosos magros, volume de até 2 ml.
Em caso de crianças, para cada idade existe uma quantidade específica de
medicamentos que a musculatura suporta.
Os locais mais adequados são: Ventroglúteo, Dorso glúteo, vasto lateral da
coxa, deltoide.
• Injeções intradérmicas: medicamentos administrados na derme, com
ação lenta, geralmente para administração de vacinas ou teste alérgicos. O
ângulo de inserção é de 5 a 15º, com bisel para cima, volume máximo de 0,5ml.
• Administrações intravenosas: administração de grandes volumes,
diretamente na corrente sanguínea, administração de medicamentos; Fluídos;
Nutrientes; Nutrição parenteral; Quimioterapia; Hemoderivados; Hemodiálise;
Monitorização hemodinâmica; Administração de contrastes;

Os acessos podem ser classificados como:

• Acesso Central ou Periférico;


• Arterial ou Venoso;
• Implantado ou Semi- implantado.

Acesso Venoso Periférico:


Usualmente inserido em veias nos membros superiores, é o dispositivo
vascular de curta duração mais utilizado.
Os locais mais utilizados são:

✓ Veia cefálica, basílica, cefálica acessória, mediana do cotovelo,


intermediaria do antebraço e metacarpianas dorsais.

Em casos de emergência pode-se utilizar os locais abaixo:

✓ Veia temporal superficial, auricular, auricular posterior, occipital, jugular


interna e externa.
Material:
- Bandeja;
-Garrote;
- Álcool 70% ou Clorexidina Alcoólica;
- Algodão ou Gaze;
- Luva de procedimento;
- Filme transparente ou Micropore estéril;
- Cateter agulhado ou Flexível;
- Equipo;
- Conectores: Polifix ou Dânula
- Seringa 10ml com Solução salina 0,9%;

Técnica:
- Higienizar as mãos;
- Reunir material necessário;
- Selecionar o local a ser puncionado;
- Colocar o membro em hiperextensão;
- Calçar as luvas de procedimento;
- Colocar o garrote no membro selecionado aproximadamente 4 cm do
local a ser puncionado;
- Realize a antissepsia do local em técnica centrifuga ou caracol (do
centro para a periferia aproximadamente 5 cm) com algodão ou gaze embebida
em álcool 70%;
- Posicione o cateter agulhado ou flexível com o bisel para cima;
- Introduza na veia selecionada em ângulo de 30 a 45º, apresentando
retorno venoso, solte o garrote;
- Em caso de utilizar cateter flexível, pressione a parte superior do vaso,
retire a agulha, conecte a dânula ou outro conector;
- Realize a fixação do dispositivo;
- Salinize o acesso;
- Coloque a etiqueta da identificação com nome do profissional, data da
punção e calibre do dispositivo utilizado na punção;
- Retire as luvas;
- Higienize as mãos e recolha o material.

Acesso Venoso Central:


São dispositivos inseridos percutaneamente em veias centrais, como
jugular interna ou externa, subclávia e femoral.
Tipos de acessos centrais:

➢ Mono -lumem, duplo-lúmem, tri-lúmem;


➢ PICC;
➢ Port - a – cath;
➢ Cateter Umbilical;
➢ Flebotomia.

Cuidados com inserção de cateter venoso:


✓ 1º - Higienizar as mãos;
✓ 2º - Calçar luvas de procedimento, como medida de biossegurança. O
uso de luvas não substitui a necessidade de higienização das mãos
✓ 3ª - Escolha do Sítio: é um dos mais importantes aspectos.
Considerar o calibre e localização da veia, tipo e duração do tratamento IV. Deve-
se iniciar a punção sempre da extremidade distal para a proximal (menor calibre
para o maior). As veias mais apropriadas são as do dorso da mão, cefálica,
basílica e veias medianas. As veias mais próximas às articulações devem ser
evitadas pois a imobilização da articulação é necessária.
- Também devem ser evitadas as veias dos membros inferiores em
adultos, devido ao aumentado risco de flebite e trombose.
- Preferência do membro não dominante, maior autonomia para o auto
cuidado maior durabilidade da punção;
- Realizar técnica adequada;
- Evitar contaminação da pele e dos dispositivos;
✓ 4ª - Uso de torniquete ou garrote: são fontes potenciais de infecção
cruzada e, portanto, devem ser desinfetados com álcool 70% antes e após cada
procedimento. Caso o paciente esteja em precauções de contato, seu uso deve
ser destinado somente a este paciente.
✓ 5ª - Preparo da pele: Caso haja sujidade visível, lavar a área antes com
água e sabão, e secar. Usar álcool a 70%, em técnica centrifuga. Importante
lembrar de não mais palpar o local de punção após a antissepsia.
✓ 6ª - Troca do acesso e linha venosa: o acesso venoso deve ser datado
(sua validade é de 96 horas) e assinado pelo profissional, assim como toda a
linha venosa. (a validade das linhas venosas varia com a solução a ser
administrada. Se medicamentos contínuos, sua validade é de 96 horas, caso a
solução seja intermitente sua validade é de 24 horas).
✓ 7ª - Realizar curativo com clorexidina alcoólica 0,5% no cateter venoso
central a cada 48 horas se realizado com gaze e micropore, e a cada 7 dias, se
utilizado filme transparente. Trocar o curativo sempre que estiver úmido, sujo ou
solto. Na troca de curativo, realizar inspeção do local de inserção, atentando para
sinais de infecção local;
✓ 8ª - Não perfurar o frasco de solução parenteral sem realizar assepsia;
deve-se observar que ampolas de uso único devem ser descartadas depois de
abertas porque não possuem conservantes;
- Realizar desinfecção do frasco/ampola com álcool a 70% antes de abri-lo.
- Após a abertura da solução parenteral atentar a estabilidade da
medicação conforme orientação do farmacêutico;
✓ 9ª - Observar a temperatura, horário e dose corretos. Toda solução deve
ser inspecionada antes da administração, observando-se turvação, alteração da
cor e modificação do aspecto habitual; NUNCA utilizar a mesma seringa entre
pacientes, mesmo trocando as agulhas.
✓ 10ª - Realizar desinfecção com gaze estéril e álcool a 70% dos injetores e
das conexões do circuito, usando a gaze para abrir a conexão. O número de
conexões deve ser o menor possível, reduzindo a manipulação do sistema. Caso
aconteça a saída de parte do cateter, este não deverá mais ser reposicionado; Em
caso de refluxo de sangue para o equipo, lavá-lo imediatamente. Na presença de
sangue aderido, trocar o equipo. Trocar o acesso venoso na presença de sinais
flogísticos (hiperemia, calor, dor, edema e/ou secreção purulenta) ou febre sem
foco definido.
Extravasamento: ocorre uma infiltração da solução que está sendo
injetada, causando a formação de edema e dor local. A infusão deve ser
interrompida e o cateter deve ser retirado.
Obstrução: ocorre quando a infusão é interrompida por algum motivo e o
dispositivo fica sem fluxo ou fechado por muito tempo, impedindo a infusão da
solução, indica-se a prescrição da injeção de solução salina ou água destilada
(10ml) em bolus, garantindo assim a permeabilidade do cateter, conforme
protocolo da instituição.
Flebite: ocorre uma inflamação na veia, após a punção venosa e/ou
administração da medicação o paciente apresenta dor local, calor, edema,
sensibilidade ao toque e hiperemia. A infusão deve ser interrompida e o cateter
deve ser retirado.
Unidade 8:
Sondas: gástrica, enteral, vesical

Sondagem ou Cateterismo Gástrico (SNG)


É a introdução de uma sonda gástrica através da narina ou boca até o
estômago. É indicado em casos de: incapacidade de alimentar-se oralmente;
obstrução ou estreitamento de esôfago e garganta; para administração de
medicamentos; para lavagem gástrica; para drenagem de conteúdo gástrico.
Os materiais utilizados são: sonda de Levine gástrica para dieta 12 até 16;
para drenagem, os calibres devem ser maiores 18 até 22; esparadrapo;
estetoscópio; luvas de procedimento; seringa de 20ml; gaze com lidocaína gel;
biombo.

O método consiste em:


• Oriente o paciente sobre o procedimento;
• Preparar o material;
• Coloque o paciente em posição de Fowler ou semi-fowler;
• Coloque a toalha sobre o tórax do paciente;
• Coloque a cuba-rim disponível para eventual vômito;
• Realize a medida da sonda, colocando a ponta proximal no ápice do
nariz, prossiga para o lóbulo inferior da orelha e, em seguida, para altura
do apêndice xifoide (sobre a ponta distal do osso esterno), demarque
essa medida com adesivo;
• Coloque as luvas de procedimento;
• Abra o pacote de gaze e coloque uma pequena quantidade de xilocaína
gel, lubrifique a ponta proximal do cateter com gaze e xilocaína em gel;
• Oriente o paciente que a sonda será introduzida via narina; quando for
solicitado, ele deve deglutir (ofereça água se necessário, em paciente
que conseguem deglutir), favorecendo por meio da peristalse o deslize
da sonda pelo esôfago e o fechamento da glote;
• Introduza a sonda até a área demarcada;
• Observe possíveis sinais de cianose ou desconforto, se houver, retire a
sonda imediatamente e reinicie a passagem;
• Após a introdução da sonda, realize os testes que confirmarão se a
sonda está no local proposto (cavidade gástrica);
• Aspire o suco gástrico com a seringa de 20ml, o retorno dessa
substância indica que a sonda está no local correto;
• Após o teste, realize a fixação do cateter com adesivo, sem causar
desconforto visual;
• Retire as luvas e higienize as mãos;
• Realize anotação de enfermagem.

Sondagem ou Cateter Enteral (SNE)


É a introdução de um cateter de poliuretano ou silicone através da narina ou
boca, podendo ser locado em três porções diferentes: gástrico, pós-pilórica e
jejunal. É indicado em casos de: alimentação e quando o paciente necessita
permanecer por longo tempo utilizando a sonda.
Os materiais utilizados são os mesmos utilizados para o cateterismo
nasogástrico, entretanto é usado um cateter específico, a sonda de DobbHoff,
manufaturada com poliuretano e silicone, possui ponta pesada e flexível (ogiva de
tungstênio), acompanha fio guia em aço inox, suporta longos períodos em contato
com o suco gástrico, pode ser usada por até 4 meses (enquanto estiver íntegra,
limpa e translúcida).
Sondagem ou Cateterismo Vesical
É a introdução de um catete (sonda de Foley) através da uretra até a bexiga
ou vesícula urinária. Qualquer tipo de sondagem vesical, no homem ou na mulher,
de demora ou de alívio é privativa do enfermeiro, segundo a resolução do COFEN
450/2013.
Pode ser do tipo, cateter vesical de demora utilizado para esvaziamento
vesical permanente ou Cateter de alívio para esvaziamento vesical momentâneo.
Os objetivos são:
• Obtenção de amostras de urina, livre de contaminação (cateter de alívio);
• Instilação de medicamentos na bexiga;
• Esvaziamento total da bexiga antes de cirurgias;
• No pré e pós-operatório imediato, para impedir a distensão da bexiga
(cateter vesical de demora);
• Para irrigação em pós-operatório de cirurgias do aparelho renal e
urológico para irrigação da bexiga, nesta situação no geral se utiliza um
cateter vesical de demora de 3 vias utilizado para irrigação continua da
bexiga;
• Proteger lesões perineais, vulvares e outras de contato com a urina.

Sondagem Vesical de demora Masculina


Para esse procedimento os materiais utilizados são: cuba-rim; pinça
Cheron; algodão; sonda Vesical de calibre (Fr) adequado 16, 18, 20, 22; lidocaína
gel; luvas estéreis; duas seringas de 20ml; agulha 40x12; água destilada; adesivo
para fixação ou fita hipoalergênica; biombo impermeável para proteger o leito;
bolsa coletora, sistema fechado, conforme prescrição; material para higiene íntima
pré-sondagem.
O método consiste em:
• Reunir todo material;
• Higienizar as mãos;
• Explicar o procedimento ao paciente;
• Promover um ambiente tranquilo ao paciente;
• Posicionar o paciente em DDH com os MMII levemente afastados,
expondo somente os genitais;
• Calçar luvas de procedimento;
• Realizar higiene íntima;
• Retiras as luvas e higienizar as mãos;
• Dispor todos os materiais estéreis com técnica asséptica, entre os MMII
do paciente;
• Colocar solução antisséptica na cuba-rim;
• Abrir a embalagem do coletor e deixar sua ponta sobre o campo estéril;
• Calçar as luvas estéreis;
• Aspirar água destilada na seringa estéril;
• Aspirar lidocaína em gel em outra seringa;
• Testar o balão (cuff) e a válvula da sonda;
• Conectar a sonda à extensão do coletor;
• Segurar o corpo do pênis e retrair o prepúcio;
• Realizar antissepsia do meato uretral, glande e prepúcio com solução
antisséptica;
• Introduzir lidocaína em gel no meato uretral com a seringa, aguardar uns
minutos antes de iniciar a introdução da sonda;
• Inserir a sonda suavemente de 15 a 20cm ; após o fluxo da urina
presente, pare a introdução da sonda;
• Havendo resistência, aumente a tração sobre o pênis, ou seja, segure
com firmeza o corpo do pênis, mantendo-o ereto, o que facilitará a
introdução da sonda;
• Insuflar o balão (cuff) e tracionar a sonda até encontrar resistência;
• Reposicionar o prepúcio;
• Fixar a sonda em quadrante inferior direito ou esquerdo sobre a região
inguinal;
• Reunir todo material do quarto do paciente;
• Higienizar as mãos;
• Realizar anotação de enfermagem, especificando o frenche da sonda
(calibre), volume de água colocado no balão, aspecto da urina e volume
eliminado.

Sondagem Vesical de demora Feminina


Para esse procedimento os materiais utilizados são: cuba-rim; pinça
Cheron; algodão; sonda Vesical de calibre (Fr) adequado 12, 14, 16; lidocaína gel;
luvas estéreis; uma seringa de 20ml; um pacote de gaze; agulha 40x12; 10ml água
destilada; adesivo para fixação ou fita hipoalergênica; biombo impermeável para
proteger o leito; bolsa coletora, sistema fechado, conforme prescrição; material
para higiene íntima pré-sondagem.
O método consiste em:
• Reunir todo material;
• Higienizar as mãos;
• Explicar o procedimento à paciente;
• Colocar a paciente em posição ginecológica, expondo somente os
genitais;
• Calçar luvas de procedimentos;
• Realizar a higiene íntima;
• Retirar as luvas e lavar as mãos;
• Dispor todos os materiais estéreis com técnica antisséptica entre os
MMII da paciente;
• Colocar solução antisséptica na cuba-rim;
• Abrir a embalagem do coletor e deixar sua ponta sobre o campo estéril;
• Calçar luvas estéreis;
• Aspirar a água destilada em seringa estéril;
• Testar o balão (cuff) e a válvula da sonda;
• Conectar a sonda à extensão do coletor;
• Lubrificar a sonda com lidocaína gel;
• Realizar antissepsia da vulva e meato uretral dos grandes e pequenos
lábios no sentido anteroposterior, de cima para aixo, com algodões
embebidos no antisséptico;
• Expor o vestíbulo da vagina, separando os pequenos lábios com o dedo
indicador e polegar;
• Não soltar os dedos até que seja introduzida a sonda;
• Inserir 10 cm da sonda; após o fluxo da urina presente, pare a introdução
da sonda;
• Tracionar a sonda de forma delicada, até encontrar resistência;
• Fixar a sonda com adesivo na parte interna da coxa;
• Promover um ambiente confortável para a paciente;
• Retirar o material do quarto;
• Higienizar as mãos;
• Realizar anotação de enfermagem, especificando o frenche da sonda
(calibre), volume de água colocado no balão, aspecto da urina e volume
eliminado.
Unidade 9:
Alimentação via enteral e parental

Nutrição Enteral
O alimento poderá ser administrado por diversas vias. A nutrição enteral
pode ser administrada por via oral (suplementos alimentares) ou por sondas
(enterais, gastrostomia/jejunostomias).
A sonda enteral poderá ser posicionada no estômago, duodeno ou jejuno, já
as ostomias podem ser realizadas no estômago ou jejuno.

Método
Para cada uma dessas vias, devemos ter cuidados específicos, que
abordaremos a seguir.
• Lavagem das mãos antes e após o procedimento.
• Limpeza com álcool e gaze nas junções da sonda e equipo antes de
instalar a dieta.
• Manter a sonda fixa na pele, com esparadrapo antialérgico.
• Não tracionar a sonda enteral.
• Observar a marcação ou numeração da sonda diariamente (para garantir
que não saiu do lugar).
• Fornecer a dieta sempre com cabeceira elevada ou sentado.
• Lavar a sonda com 20 ml de água filtrada após dietas ou medicações.
• Após as dietas, manter paciente sentado ou com a cabeceira elevada por
pelo menos 30 minutos ou a critério médico.
• Diluir bem as medicações, antes de administrar.
• Trocar o equipo da dieta 1 vez por semana.

Nutrição Parenteral (NPT)


Segundo a Portaria Nº: 271/MS/SNVS de abril 1998 “Solução ou emulsão,
composta basicamente de carboidratos, aminoácidos, lipídeos, vitaminas e
minerais, estéril e apirogênica, acondicionada em recipiente de vidro ou plástico,
destinada à administração endovenosa em pacientes desnutridos ou não, em
regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando à síntese ou a manutenção
dos tecidos, órgãos ou sistemas”.
É classicamente indicada quando há contraindicação absoluta para o uso
do trato gastrointestinal, mas é também utilizada como complemento para
pacientes que não podem receber todo o aporte nutricional necessário pela via
enteral.
As indicações absolutas para nutrição parenteral são:
1. Impossibilidade de absorver nutrientes pelo trato GI devido a ressecção
intestinal maciça (> 70% delgado), síndrome do intestino curto por doença
prévia e doença inflamatória intestinal ativa com necessidade de repouso
intestinal por pelo menos 5-7 dias (enterite actínica, enterite isquêmica,
doença de Crohn);
2. Fístula entero-cutânea com indicação de repouso por mais de 5-7 dias, com
débito elevado (> 500 ml) e com fístula colo-cutânea necessitando repouso
trato GI por mais de 5-7 dias;
3. Impossibilidade de acesso enteral por obstrução intestinal ou íleo
prolongado;
4. Pré-operatório de cirurgias do trato GI, na impossibilidade de utilização de
nutrição via oral ou enteral.
As indicações relativas para nutrição parenteral são:
1. Diarreia severa por má-absorção;
2. Cirurgias extensas com previsão de íleo prolongado por mais de 5-7 dias.

Complicações da NP
As complicações da NP ocorrem em aproximadamente 5% dos pacientes e
são classificadas:
• Mecânicas: pneumotórax, hemotórax, embolia gasosa, trombose venosa e
ruptura do cateter;
• Metabólicas: hiperglicemia; hipopotassemia, hipomagnesemia,
hipofosfatemia, esteatose hepática, produção excessiva de CO2 e
deficiência de ácidos graxos;
• Infecciosas: sepse relacionada ao cateter venoso central (CVC),
tromboflebite séptica e predisposição às infecções em geral.

Acesso venoso periférico:


Os cuidados de enfermagem na NP via acesso venoso periférico são:
• Verificar no rótulo da NP a osmolaridade da solução que deve ser menor
que 800 Osm/l, caso contrário, a solução deverá ser administrada em via
central;
• Utilizar cateter venoso periférico de poliuretano ou teflon;
• Puncionar uma veia calibrosa localizada no braço ou antebraço;
• Trocar diariamente a fixação de gaze do cateter observando o local de
inserção;
• Trocar o cateter em caso de sinais de flebite e no mínimo a cada 72
horas;

Acesso venoso central:


Os cateteres venosos centrais devem ser inseridos e manuseados de
acordo com as normas de assepsia preconizados pela CCIH.
Cuidados na inserção de cateteres transcutâneos de curta permanência:
• Fechar a porta do quarto e reduzir o fluxo de pessoas;
• Degermação das mãos do operador com solução de clorexedina
degermante, antissepsia do local de inserção do cateter com clorexedina
alcoólica e se necessário, remoção do excesso com álcool a 70%;
• Utilização de luvas, mascar e campos estéreis e palpar o local de
inserção após anti-sepsia somente com luvas estéreis;
• Utilizar um cateter de poliuretano em caso de dissecção vascular;
• Cateteres semi-implantáveis ou totalmente implantáveis são inseridos
no centro cirúrgico;
• Cateteres centrais de inserção periférica (PICC) são inseridos por
enfermeiros habilitados de acordo com a resolução COFEN nº 258/2001;
• Para a manutenção destes cateteres referir-se aos respectivos
protocolos;
• Lavar as mãos e usar luvas de procedimentos para manipular o cateter;
• Manter curativo na inserção do cateter, conforme protocolos da CCIH;
• A localização central do cateter deve ser confirmada (RX) antes de iniciar
a NP. Instalar SG 5% para manter a permeabilidade do cateter até o início
da NP (a extremidade distal do cateter deverá ser localizada na veia
cava);
• O cateter deve ser usado exclusivamente para a infusão da NP, se cateter
multilumen, designar o lúmen distal exclusivamente para a NP;
• Realizar assepsia das conexões do cateter, com álcool a 70%, antes da
manipulação;
• Realizar lavagem do cateter de acordo com os protocolos da CCIH.

Assistência de enfermagem ao paciente em NPT


• Orientar o paciente e sua família quanto à terapia mantendo-os informados
sobre sua evolução;
• Observar sinais e sintomas de complicações, anotar as intercorrências e
comunicar ao médico responsável pelo paciente;
• Controlar os sinais vitais conforme rotina da unidade de internação;
• Realizar o controle da glicemia capilar a cada 06 horas, nas primeiras 72
horas, espaçando este controle para cada 12 horas em caso de estabilidade
do paciente;
• Controlar diurese e realizar o balanço hídrico;
• Verificar a altura do paciente na admissão e controlar o peso
semanalmente, se possível;
• Em caso de bacteremia com suspeita de contaminação da NP, seguir as
orientações: suspender imediatamente a infusão; colher uma amostra da
NP, colocar em frasco de cultura, identificar e encaminhar ao laboratório de
análise; colher hemocultura de vaso periférico e encaminhar ao laboratório
de análise; desprezar a bolsa e o sistema de infusão; registrar o ocorrido no
prontuário do paciente e notificar a EMTN.
Unidade 10:
Hemoterapia
Devido a consequência potencialmente fatais e incompatibilidade dos tipos
sanguíneos ABO e da transmissão de doenças através de hemoderivados, a
terapia deve limitar-se a ocasiões; devem ser realizadas de forma rigorosa de
triagem do início ao fim.

Tipos de transfusão sanguínea

Transfusão autóloga
O sangue do paciente pode ser armazenado para uma transfusão posterior.
O paciente pode doar uma unidade a cada 3 ou 4 dias até 3 dias antes de sua
cirurgia, desde que a concentração de hemoglobina seja superior a 11g/dl.
A transfusão autóloga elimina os riscos de alo imunização, de reações
transfusionais, de doenças, constituindo -se na opção transfusional mais segura.

Transfusão Homologa
Opção mais comum, são hemoderivados de doadores voluntários e são
distribuídos por pacientes aleatórios, de acordo com a sua necessidade.

Transfusão Direcionada
Os hemoderivados são doados por uma pessoa para serem transfundidos em
um receptor específico.

Triagem de Hemoderivados

Critérios gerais para o doador


• ≥ 17 anos;
• Peso mínimo de 49.90 kg
• SSVV: Afebril, normotenso, pulso de 50 a 100, PA: < 180/100mmHg;
• Hemoglobina ≥ 12,5g/dl;
• Histórico: viagens, exposições e enfermidades ou eventos pregressos
que possam protelar a doação de sangue, tais como: tatuagem em
menos de 12 meses, cirurgias, gestação recente, transplante de córnea,
hepatite, câncer, HIV.
• Imunização: as vacinas recentes com vírus atenuados e vivos;
• Enfermidades: distúrbios de coagulação, doenças falciformes, lúpus,
esclerose múltipla, doença de lyme e tuberculose;
• Medicações: fármacos destinados a “afinar” o sangue como heparina,
varfarina.
Gráfico de compatibilidade de ABO e Rh:
Triagem para doenças Infecciosas
Os exames laboratoriais iniciais identificam os antígenos e anticorpos no
sangue do doador. As condições específicas avaliadas pela triagem são:
• Hepatites;
• HIV 1 e 2;
• Citomegalovírus (CMV);
• Sífilis;
• Bactérias;
• Vírus do Linfoma de células T humanas;
• Herpes vírus humano;
• Malária;
• Doença de chagas;

Cuidados Padrão
• Acompanhar os resultados do hemograma e comunicar o médico para
que possa solicitar o hemoderivado adequado com base no estado do
paciente;
• Conseguir assinatura do consentimento formal;
• Contatar o banco de sangue com o pedido médico e certificar-se que o
hemoderivado será administrado no momento adequado;
• Estabelecer o AVP com hidratação IV compatível;
• Utilizar um conjunto de administração apropriado, filtro aquecedor, etc;
• Aferir SSVV;
• Certificar-se de que o hemoderivado a ser administrado é o correto e no
paciente correto;
• Transfundir em velocidade prescrita, durante o período prescrito,
conforme tolerado pelo paciente;
• Esta atento as reações agudas, alergias, picos febris, sinais se sepse,
hemolíticas, embolia gasosa e sobrecarga circulatória pela
determinação de SSVV, sons respiratórios, edema, rubor, urticárias,
vômitos, cefaleia e dor nas costas;
• Notificar médico sobre qualquer reação ou anormalidades;
• Estar ciente das reações tardias e orientar o paciente sobre os riscos e
o que deve ser observações: reação hemolítica, sobrecarga de ferro,
doença enxerto-versus-hospedeiro, hepatite e outras doenças
infecciosas;

Sangue Total
Consiste em eritrócito, plasma, proteína plasmática e cerca de 60ml de
solução anticoagulante/conservante em um total de aproximadamente 500ml. É
indicada para perda de sangue aguda e maciça superior a 1.000ml;

Concentrado de hemácias
Consiste em eritrócito, uma pequena quantidade de plasma e cerca de
100ml de solução anticoagulante/conservante para um total de 250 a
300ml/unidade.
É indicada para restauração ou manutenção da oxigenação orgânica
adequada com expansão mínima do volume sanguíneo.

Administração de hemoderivados

Material
• Garrote;
• Antisséptico cutâneo;
• Cateter venoso;
• Equipo para infusão de sangue em Y;
• Filtro de 170µ;
• Soro Fisiologico 0,9%;
• Hemoderivados conforme prescrição médica.

Procedimento

Ação de Enfermagem Justificativa

1. Verificar se o paciente forneceu o As transfusões comportam riscos e


consentimento informado (formal) complicações reconhecidos. O paciente
para o procedimento. tem o direito de conhecer esses riscos
e as alternativas para as transfusões,
assim como consentir e recusar.

2. Informar o paciente o Moderar o medo e a ansiedade.


procedimento, tempo de
administração e resultado a ser
esperado.

3. Verificar sinais vitais Se o estado clínico do paciente o permitir,


retardar a transfusão se a temperatura
basal for superior a 38.7ºC.

4. Preparar o local da infusão, As veias antecubitais não são


escolher veia mais calibrosa, que recomendadas para infusões prolongadas.
proporcione ao paciente certo grau A restrição do movimento do braço é
de mobilidade – inicia-se a infusão desconfortável e inconveniente para o
EV prescrita. paciente. Caso venha ocorrer uma reação
aguda, o acesso venoso deve ser mantido
com SF 0,9%.

5. Obter o hemoderivado do banco de As plaquetas normalmente são turvas. Se


sangue; inspecionar a bolsa para a transfusão não puder começar
irregularidades tais como: imediatamente, devolver o produto ao
coloração anormal, turvação, banco de sangue, para que ele possa ser
coágulos, ou excesso de ar. Ler estocado em condições apropriadas. Bolsa
atentamente e conferir com a de sangue a cima de 10ºC por mais de 30
prescrição médica o rotulo da min. Não poderá ser reutilizado.
embalagem de sangue, conferindo
com o nome, data de nascimento
ou nome da mãe, tipo de
hemoderivados, horário a ser
administrado, data de validade.

6. Iniciar a infusão lentamente A conduta da instituição pode varias


(2ml/min). Permanecer na quanto as velocidades do fluxo e ao
cabeceira por 15 a 30 min. Se não monitoramento do paciente. Os sinais de
houver sinais de efeitos adversos, uma reação transfusional grave,
aumentar o fluxo até alcançar a manifesta-se habitualmente durante a
velocidade prescrita. infusão dos 50 a 100ml iniciais.

7. Observar o paciente atentamente e As reações agudas podem ocorrer a


verificar os sinais vitais na 1 hora qualquer momento após a infusão.
após a infusão. Em caso de
alterações comunique a
enfermeira e o médico
responsável.

8. Registrar a seguinte informação no Os fatos relacionados com a transfusão


prontuário do paciente: devem ser registrados no prontuário com
• Hora e nome dos funcionários exatidão. Deverá ser possível rastrear cada
que iniciaram e terminaram a produto transfundido até o doador do
infusão. sangue original.
• Número exclusivo de
identificação do produto
• Produto e volume infundido;
• Resposta imediata – ex.:
nenhuma reação aparente.
Reações transfusionais

Reação Causa Man. Tratamento Prevenção


aguda Clínica

Alérgica Sensibilidade a Rubor Interromper Antes da


proteína facial, imediatamente a transfusão
plasmática ou ao prurido, infusão; manter interrogar o
anticorpo do erupção veia pérvia com paciente
doador, que reage cutânea, SF0,9%; notificar o acerca das
com o antígeno do urticária, médico e banco de reações
receptor. pápulas, sangue; progressivas.
edema de administrar anti- Se o paciente
laringe e histamínico; relata uma
anafilaxia. história de
anafilaxia,
alertar o
médico
responsável.

Febril Hipersensibilidade Calafrios e Interromper Administrar


a leucócitos, febre imediatamente a antipirético
plaquetas ou súbitos; infusão; manter antes da
proteínas cefaleia; veia pérvia com transfusão,
plasmáticas do rubor facial SF0,9%; notificar o conforme
doador e médico e banco de indicado em
ansiedade. sangue; verificar prescrição
temperatura a médica.
cada 30 min após
a ocorrência,
administrar
antipirético
prescrito e tratar
sintomaticamente.
Sépticas Transfusão de Início Interromper Não permitir
sangue ou rápido de imediatamente a que o sangue
hemoderivados calafrios, infusão; manter fique exposto a
contaminados por febre alta, veia pérvia com temperatura
bactérias. vômitos, SF0,9%; notificar o ambiente, por
diarreia e médico e banco de mais tempo
hipotensão sangue; obter que o
acentuada. culturas do estritamente
sangue do necessário;
paciente e completar a
devolver as bolsas transfusão
de sangue com o dentro de 4h.
conjunto de
administração
para culturas.
Tratar a
septicemia
conforme
orientação
(antibióticos,
líquidos,
vasopressores e
esteroides)

Sobrecarga O liquido é Elevação de Interromper Sempre que


circulatória administrado a pressão imediatamente a possível
uma velocidade venosa, infusão; manter administrar
ou volume acima veias veia pérvia com hemoderivados
do que o sistema cervicais SF0,9%; notificar o concentrados.
circulatório distendidas, médico e banco de transfundir a
consegue dispneia, sangue; colocar uma
acomodar. tosse; paciente na velocidade
postura ereta com dentro da
os pés na posição reserva
de declive; circulatória e
administrar monitorar
diuréticos, pressão
aminofilina, venosa central
oxigênio conforme em pacientes
prescrição cardiopatas.
médica.

Reação Infusão de Calafrios, Interromper Conferir com


hemolítica hemoderivados febre, imediatamente a extremo
incompatíveis; lombalgia, infusão; manter cuidado a
sensação veia pérvia com identificação
de peso na SF0,9%; notificar o do paciente;
cabeça, médico e banco de
Iniciar a
rubor facial, sangue;
infusão
sensação
Controlar débito lentamente e
de
urinário; observar
opressão,
atentamente
taquicardia,
por 30 min.
taquipneia,
hipotensão.
UNIDADE 11
Posicionamento Anatômico e Coleta de Exames.

Nessa unidade vamos falar sobre a forma correta para coleta de exames e
posicionamento correto para exames e procedimentos cirúrgicos.

Hemocultura: Utilizado para diagnóstico de infecção sistêmica.

Material:

• Garrote;
• Algodão ou gaze;
• Antissépticos: álcool 70% ou Clorexidina alcoólico 0,5% ou PVPI alcoólico;
• Frasco de hemocultura (frasco adulto ou pediátrico)
• Agulha e seringa (ou conjunto de scalp e dispositivo de coleta a vácuo)
• Luva de procedimento

Técnica de coleta:

• Higienizar as mãos;
• Preparar o material, dispor a etiqueta de identificação no frasco, anotando o
nome do paciente, leito, data, hora e local de coleta, imediatamente ao
procedimento. ATENÇÃO: Não colar a etiqueta de identificação sobre o código de
barras do frasco.
• Limpar a tampa de borracha com algodão embebido em álcool 70%. Manter
o algodão sobre o frasco até o momento da punção ou proceder conforme as
instruções do fabricante.
• Escolher o melhor local de punção para a coleta de sangue. Colocando o
garrote e apalpando livremente as veias do paciente para escolher a mais calibrosa
e menos móvel. Soltar o garrote.
• Fazer a antissepsia com clorexidina alcoólico 0,5%, friccionando a pele em
círculos semiabertos a partir do ponto a ser puncionado. Secar por 30 segundos.
Em seguida, aplicar novamente clorexidina alcoólico 0,5% utilizando novo algodão
ou gaze. Esperar cerca de 30 segundos para secar, repetir o procedimento por mais
uma vez e aguardar secar.

• Colocar novamente o garrote e puncionar a veia com agulha e seringa ou


dispositivo para coleta a vácuo, sem tocar diretamente no local de punção.
• Coletar de 5 a 10ml de sangue (adultos) ou de 1 a 4ml de sangue (crianças)
para cada frasco.
• Ao retirar a agulha, fazer compressão local com algodão seco, sem flexionar
o braço.
• Transferir a amostra para os frascos de hemocultura, colocando
primeiramente o sangue no frasco ANAERÓBIO (sem troca de agulhas). Se a coleta
for realizada com escalpe e adaptador próprio (sistema de coleta fechado a vácuo),
inocular primeiro o frasco AERÓBIO. Importante lembrar que, nesse caso, os frascos
de hemocultura devem permanecer em pé durante toda a etapa de coleta, para
evitar refluxo para a veia do paciente. Observar o volume correto observando a guia
de marcação na etiqueta do próprio frasco, já que a maioria deles não tem volumes
de aspiração a vácuo calibrados. Utilizar um conjunto de seringa – agulha ou
dispositivo próprio de coleta a vácuo para cada punção/amostra.
• Dispensar o material de punção em local apropriado (caixa de
perfurocortante).
• Higienizar as mãos.

Instruções para ponta de cateter intravascular


Técnica de retirada da ponta ou segmento de cateter:
• Lavar as mãos e calçar luvas de procedimentos.
• A pele ao redor do cateter deve ser cuidadosamente desinfetada com
solução iodada ou de clorexidina.
• Após a secagem da solução sobre a pele (cerca de 30 segundos a 1
minuto), o cateter é removido cuidadosamente.
• O excesso de antisséptico sobre a pele pode ser removido, ao final, com
álcool 70%.
• O segmento distal (que estava inserido na veia do paciente), de
aproximadamente 5 cm, é assepticamente cortado com auxílio de tesoura estéril,
colocado em um frasco estéril seco, e remetido em um prazo mínimo (1 hora) ao
laboratório.
• Para cateteres de longa permanência com infecção do tecido subcutâneo
associada, coletar a parte do cateter do segmento transcutâneo ou swab do local e
a porção distal.
• Colocar em frascos distintos com a identificação da parte do segmento
colhido.
Instruções para coleta de fezes:
Devem ser coletadas no início ou fase aguda da doença, quando os patógenos
estão usualmente presentes em maior número e, preferencialmente, antes da
antibioticoterapia.
• Coletar as fezes e colocar em um frasco contendo o meio para transporte,
fornecido pelo laboratório, em quantidade equivalente a uma colher de sobremesa.
Preferir sempre as porções mucosas e sanguinolentas.
• Fechar bem o frasco e agitar o material.
• Se a amostra não for entregue no laboratório em uma hora, conservar em
geladeira a 4ºC, no máximo por um período de 12 horas. Marcar o horário da coleta.

Swab retal:
• Usar swab de algodão, certificando-se de que a ponta da haste que suporta
o algodão está bem revestida.
• Umedecer o swab em salina estéril (não usar gel lubrificante) e inserir no
esfíncter retal, fazendo movimentos rotatórios.
• Ao retirar, certifique-se que existe coloração fecal no algodão. O número de
swabs depende das investigações solicitadas.
• Identificar a amostra e enviar ao laboratório no intervalo de 30 minutos ou
utilizar o meio de transporte fornecido.

Instruções para coleta de urina:


A coleta deve ser feita pela manhã, preferencialmente da primeira micção do
dia, ou então após retenção vesical de duas a três horas. Pacientes com urgência
urinária podem ser dispensados dessa retenção, anotando-se o fato na requisição.
Coleta de urina de mulheres:
No caso de objeção por parte da paciente, orientar clara e objetivamente todos
os passos do procedimento e alertar quanto às consequências de uma má coleta
(necessidade de retornar para nova amostra, dificuldade de o médico interpretar
etc.)
Material a ser usado:
• Gaze embebida em sabão.
• Gaze umedecida em água estéril.
• Gaze seca.
• Tampão de gaze (no caso de corrimento ou menstruação).
• Frasco estéril para coleta de urina.
• Sabão neutro.

Os procedimentos podem variar conforme as condições locais da sala de


coleta:
• Coleta em vaso sanitário com ducha
• Realizada pela paciente e supervisionada.
• Coleta em maca
• Realizada pelo pessoal do laboratório.
• Não aceitar urina colhida em casa, pelas condições de coleta e transporte.

A orientação a seguir refere-se a coleta em maca e serve de exemplo para os


principais procedimentos:
Primeiro, pedir para a paciente:
• Remover toda a roupa da cintura para baixo.
• Deitar-se na maca, devendo a paciente ser coberta com lençol ou avental
próprio.
• Separar as pernas tanto quanto for possível.

Procedimentos do profissional que realiza a coleta:

• Afastar os grandes lábios com uma das mãos e continuar assim enquanto
fizer a higiene e coleta do material.
• No caso de menstruação ou na presença de corrimento, remover a secreção
visível com gaze e colocar um tampão de gaze durante a coleta.
• Usar uma gaze embebida em sabão, lavar de frente para trás e certificar-se
que está limpando por entre as dobras, o melhor possível. Iniciar pela região Peri
uretral, introito vaginal, seguindo pelos pequenos e grandes lábios e concluindo pela
região perineal (não alcançando a região anal).
• Enxaguar com uma gaze umedecida, sempre no sentido de cima para baixo,
para limpeza e remoção do sabão. Repetir mais duas vezes esse procedimento.
• Secar com outra gaze.
• Continuar afastando os grandes lábios e pedir para a paciente urinar. O
início do jato urinário deve ser desprezado na cuba ou comadre. Sem interromper a
micção, colher o jato médio urinário no frasco estéril (até a metade do frasco).
• Desprezar o jato final na cuba ou comadre.
• Após o término, fechar bem o frasco. Remover o tampão (se usado).
• Levar o frasco para o laboratório (ou colocar no isopor com gelo).

Coleta de urina para homens:


• Fazer a higienização cuidadosa da genitália externa, com água e sabão e
enxugar. Colher o jato médio, preferencialmente da primeira micção do dia, ou então
com uma retenção urinária de 2 a 3 horas.

Pacientes cateterizados com sistema de drenagem fechada:


• Pode-se colher a urina puncionando-se o cateter na proximidade da junção
com o tubo de drenagem. Não se deve colher a urina da bolsa coletora. Clampear o
cateter. Fazer antissepsia com álcool 70% do local, colher com agulha e seringa 5 a
10 mL de urina.

Amostras de urina colhidas da extremidade do cateter de Foley:

• São impróprias para cultura porque as pontas do cateter estão


invariavelmente contaminadas com micro-organismos uretrais. Não devem ser
realizadas.

Transporte de urina:

• O transporte do material deve ser feito o mais breve possível, ou então


refrigerar a amostra em caixa de isopor.
• Em geral não há alteração significativa na contagem de colônias se for
necessário conservar a urina em geladeira por 24 horas.
• Enviar o material em frascos bem fechados, sem respingos no lado externo
do frasco.
• Rotular o frasco e verificar se a requisição médica está devidamente
preenchida

Escarro:
É um exame que auxilia no diagnóstico de pesquisa do bacilo de Kock: BK
(bacilo da tuberculose). Para a pesquisa de BK, são colhidas 2 amostras de
escarros uma no momento do diagnóstico e outra no dia seguinte.

Material:
• Bandeja;
• Recipiente com tampa;
• Etiqueta: contendo nome completo do paciente, registro hospitalar, quarto,
leito, tipo de material coletado, e se necessário, número da amostra coletada.

Técnica:

• Higienizar as mãos;
• Reunir todo material necessário;
• Identifica-lo com os dados já especificados;
• Levar o material para o quarto do paciente (uma amostra por dia);
• Explicar o procedimento para o paciente;
• Peça para o paciente tossir e expectorar profundamente;
• Colher o material no recipiente;
• Higienizar as mãos;
• Organizar o setor;
• Realizar anotação de enfermagem no prontuário.
Coleta de Sangue:
Geralmente é realizada antes do desjejum. A amostra é colhida através de
punção venosa e colocada em um recipiente apropriado de acordo com a natureza
do exame: tubos de ensaio, tubos esterilizados, frascos com meio de cultura,
frascos com anticoagulantes.
Exemplos:

✓ Hemograma, hematócrito e hemoglobina, hemossedimentação, tipagem


sanguínea: utilizam-se os frascos anticoagulantes.
✓ Glicemia: frasco com fluoreto e oxalato.
✓ Uréia, creatinina, sódio e potássio, amilase, fosfatase alcalina: tubo simples.

Material:
• Seringa de 05 ou 10ml, de acordo com o tipo de exame solicitado;
• Agulha estéril apropriada para punção venosa;
• Algodão com álcool;
• Garrote;
• Recipiente coletor identificado;
• Luvas de procedimento.

Método:

• Se houver necessidade de jejum, orientar o paciente no dia anterior;


• Conferir o pedido de exame;
• Higienizar as mãos;
• Reunir todo o material;
• Explicar o procedimento ao paciente;
• Avaliar o acesso vascular dos MMSS e escolher o local para punção venosa,
a seguir, garrotear o membro escolhido para punção;
• Localizar o acesso venoso, fazer a antissepsia com algodão embebido em
álcool;
• Puncionar a veia e aspirar a quantidade necessária de sangue;
• Soltar o garrote;
• Retirar a seringa com a agulha da seringa e permitir o escoamento do
sangue coletado pela parede do tubo de coleta;
• Se houver anticoagulante, movimentar suavemente o frasco,
homogeneizando o material coletado, de modo a evitar a coagulação;
• Identifica-lo cm os dados já especificados;
• Enviar a amostra com a requisição ao laboratório, armazenar em caixa
própria. Utilizada somente para esta finalidade.

Controle de Glicemia Capilar através de fitas reagentes (DEXTRO):


Tem a finalidade de verificar os níveis de glicose no sangue através de fita
reagente com leitura visual.

Material:
• Bandeja;
• Frasco com fitas reagentes;
• Luvas de procedimento;
• Algodão e álcool 70-%;
• Glocozimetro;
• Lanceta ou agulha 13x4,5.

Método:
• Reunir todo material necessário em uma bandeja;
• Explicar o procedimento ao paciente;
• Higienizar as mãos;
• Colocar as luvas;
• Introduzir a fita reagente no glocozimetro;
• Fazer antissepsia local com algodão embebido em álcool 70% e esperar
evaporação dele, somente após a evaporação puncionar a lateral do dedo (polpa);
• Colocar uma gota de sangue no local indicado na fita reagente;
• Aguardar o resultado;
• Desprezar a lanceta.
• Higienizar as mãos;
• Anotar o resultado (Ex: 120 mg/dl –miligrama por decilitro).

Lavagem Intestinal:
A lavagem intestinal consiste no processo de introdução de líquidos no
intestino através do ânus por meio de uma sonda retal. Este procedimento é
utilizado para facilitar a eliminação fecal, aliviar distensão abdominal ocasionada
pela flatulência, preparar pacientes para cirurgias ou exames e remover o sangue
me caso de melena.
Tipos de Lavagem Intestinal:
✓ Enteroclisma: quando a quantidade de solução utilizada para o
procedimento é igual ou superior a 500ml.
✓ Enema, clister ou Fleetenema: quando a quantidade da solução utilizada é
inferior a 500ml.

Material:

• Solução padronizada ou prescrita, previamente aquecida (morna);


• Sonda retal nº 20 ou 22 (adulto);
• Equipo de gotas;
• Gazes;
• Luvas de procedimento;
• Cuba-rim;
• Comadre;
• Lubrificante para introdução da sonda, no geral, lidocaína gel 2%;
• Biombo;
• Forro e impermeável.

Método:

• Verifique a indicação do tratamento e a solução prescrita;


• Se forem soluções em volume inferior a 500ml, no geral são soluções
disponíveis no mercado, assim verifique a composição do conteúdo, a quantidade
da solução e o calibre da sonda retal.
• Aqueça o frasco em banho-maria morno.
• Higienize as mãos e prepare o seguinte material em uma bandeja: sonda
retal, impermeável, equipo de gotas, suporte de soro, Cuba-rim, comadre,
lubrificante, biombo, solução prescrita, papel higiênico, gazes, luvas de
procedimento.
• Leve a bandeja, o suporte de soro e o biombo para junto do paciente.
• Oriente quanto ao procedimento.
• Proteja a cama com impermeável.
• Peça ao paciente que comunique qualquer intercorrência como: mal estar,
dor, dispneia e para reter a solução o máximo possível.
• Coloque o paciente em posição de SIMS e mantenha-o protegido.
• Conecte o equipo no frasco da solução e coloque no suporte de soro cerca
de 50 cm acima do nível da cama.
• Conecte a sonda retal na outra extremidade do equipo e lubrifique a sonda
até 8 cm da ponta.
• Deixe sair pequena quantidade de solução na Cuba-rim para retirar o ar;
mantenha o circuito fechado.
• Calce as luvas.
• Afastar os glúteos com uma das mãos protegidas com gaze.
• Introduza a sonda no reto suavemente cerca de 8cm, não force, se
encontrar resistência, interrompa o procedimento e acione o enfermeiro.
• Abra a pinça da extensão do equipo de soro e deixe a solução infundir
lentamente.
• Observe as reações do paciente.
• Feche o circuito mediante qualquer queixa do paciente.
• Pince o circuito antes do término, evitando assim que entre ar.
• Retire a sonda lentamente e coloque na cuba-rim.
• Coloque a comadre ou acompanhe o paciente até o banheiro. No caso de
deixar o paciente no banheiro, oriente para não dar descarga, possibilitando que
sejam observados a quantidade e o aspecto da eliminação fecal.
• Remova o material.
• Higienize as mãos.
• Proceda a anotação de enfermagem, relatando aspecto e quantidade da
eliminação fecal e intercorrências.

Posicionamento
Quando necessário, de acordo com o exame a ser feito, o paciente é colocado
em mesas especiais ou em seu próprio leito.
Existem diferentes posições, com a finalidade de proporcionar conforto,
realizar exames físico, exames diagnósticos, procedimentos e cirurgias. Em todos
os casos, o paciente deve permanecer coberto, com exceção da área a ser
examinada, expondo apenas o necessário.
Principais Posições:

✓ Decúbito Dorsal Horizontal (DDH): é usada para exame bimanual, nas


regiões da cabeça, tórax, mamas, abdome, extremidades e reflexos. O paciente
permanece deitado de costas, com as pernas estendidas ou ligeiramente
flexionadas. Os braços ao longo do corpo ou da cabeça.

✓ Posição de Fowler: é usada para descanso e conforto do paciente, para


alimentação ou apenas para higiene oral e em patologias respiratórias em geral,
pois facilita a respiração. O paciente é colocado semissentado, com a cabeceira da
cama erguida nas costas de 45º a 90º e colocado rolo (coxim) na parte inferior da
cama, elevando os joelhos, podemos ainda elevar a parte inferior da cama
propiciando a elevação dos joelhos.

✓ Posição Ginecológica: é usada para exames do reto e vagina, também para


procedimentos na área perianal, cateterização, partos, entre outros procedimentos.
Deite a paciente de costas, com os joelhos flexionados e distanciados, mantenha os
pés em um suporte apropriado.

✓ Posição Litotômica: é uma variação da posição ginecológica. Usada para


exames da vagina, bexiga e períneo, entre outras. Deite o paciente de costas, com
os joelhos flexionados e distanciados, mantenha os pés em um suporte apropriado
para os joelhos (perneiras).
✓ Posição de Sims: é usada para exames retais, colocação de supositórios,
lavagem intestinal. Deite o paciente sobre o lado esquerdo, tendo a perna direita
bem flexionada, até quase encostar o joelho no abdome. Se necessário, coloque
coxins ou travesseiros sob a perna direita ou frente ao abdome, a fim de
proporcionar conforto ao paciente.

✓ Posição de Tredelemburg: é usada em prevenção e tratamento de choque


hipovolêmico em pacientes pós-operados de safenectomia, em de tromboflebites
(doença vascular trombótica inflamatória); o paciente fica deitado de costas, com a
cabeça em nível mais baixo que o resto do corpo, com declive de 30º a 45º.

✓ Posição Genupeitoral: usada para exame no reto, vagina, exercícios pós-


parto. O paciente fica ajoelhado sobre a cama com os joelhos afastados, as pernas
estendidas e o peito apoiado dobre a cama. A cabeça fica lateralizada apoiada
sobre os braços. Posição Ereta: usada para exames neurológicos e de ortopedia. O
paciente fica em pé, os braços ao longo do corpo e as pernas ligeiramente
afastadas.

✓ Posição Ventral: indicada para exames da coluna vertebral, região cervical,


conforto, alívio de cólicas, dor abdominal e para facilitar a expansão pulmonar em
pacientes graves (posição prona). O paciente fica deitado sobre o abdome, com a
cabeça lateralizada, coloca-se um travesseiro sobre as partes inferiores das pernas,
permitindo a dorso flexão dos tornozelos e a flexão dos joelhos.

✓ Posição Sentada: é indicada para conforto e exame físico, podendo ser


considerada como tipo de cadeira que proporcione total conforto a coluna e ao
quadril.
✓ Posição Lateral: é indicada para conforto e exame físico. O paciente fica
lateralizado, com um travesseiro entre os joelhos e outro sob a cabeça; coloque um
travesseiro ou coxins para evitar que o peso do paciente fique sobre as articulações
dos ombros.
Unidade 12:
Oxigenioterapia e Aspiração de Vias Aéreas Superiores

O oxigênio pode ser fornecido a partir de um cilindro, de um sistema de


tubulação embutido, de um reservatório de oxigênio liquido ou de um concentrador
de oxigênio.
Pode ser administrado por cânula nasal, cateter transtraqueal, cânula nasal
com reservatório ou vários tipos de máscaras faciais, inclundo máscara de CPAP
(pressão positiva continua de vias respiratórias).

Métodos de administração de oxigênio

Cateter nasal
Dispositivo que fornece baixo fluxo de oxigênio; é necessário respiração
nasal e não consegue fornecer concentrações de oxigênio superior a 40%.

O material utilizado é:
• Fonte de oxigênio;
• Cânula nasal de plástico com circuito de conexão (descartável);
• Umidificador cheio de água destilada estéril (caso seja prescrição
médica);
• Fluxômetro.
O procedimento consiste em:

Ação de enfermagem Justificativa

1. Confirmar a identidade do A administração de oxigênio por


paciente; verificar os sinais cânula nasal é usada frequentemente
vitais. em paciente que retém CO2. O
oxigênio pode deprimir o estimo
hipóxico desses pacientes
(evidenciado por uma diminuição na
frequência respiratória, alteração do
estado mental).

2. Determinar o risco de retenção


de CO2 com a administração de
oxigênio.

3. Acoplar o circuito de conexão A umidificação não pode ser prescrita


proveniente da cânula nasal a se a velocidade de fluxo for inferior a
saída do umidificador. 4 litros por minuto.

4. Regular a velocidade do fluxo Sabendo-se que uma cânula nasal é


para o número de litros um dispositivo de baixo fluxo (o
prescrito por minuto. Sentir volume corrente da paciente supre
para determinar se o oxigênio parte do gás inspirado). As
está fluindo através das concentrações aproximadas de
pontas das cânulas. oxigênio são:
1L= 24 a 25% 2L= 27 a 29%
3L= 30 a 33% 4L= 33 a 37%
5L=36 a 41% 6L= 39 a 45%
5. Colocar as pontas da cânula Inspecionar as peles atrás
no nariz do paciente e ajustar das orelhas periodicamente
as alças ao redor das orelhas para irritação ou solução de
para conseguir um ajuste continuidade. Poderá ser
correto e confortável. necessário acolchoar as
orelhas quando a cânula é
colocada sobre as
mesmas.

Máscara facial simples


Máscara que fornece um fluxo moderado de oxigênio ao nariz e a boca.
Fornece concentrações de oxigênio 40 a 60%.

O material utilizado é:
• Fonte de oxigênio;
• Frasco umidificador de água destilada, quando se deseja uma alta
umidade para máscara simples;
• Máscara facila simples ou máscara de plástico para aerossol;
• Tubo corrugado de grosso calibre para aerossol ou tubo de pequeno
calibre para máscara facial simples;
• Fluxômetro;
• Nebulizador para aerossol.
O procedimento consiste em:
Ação de enfermagem Justificativa

1. Confirmar a identidade do A máscara facial do nebulizador é um


paciente; verificar os sinais sistema de baixo fluxo.
vitais e o nível de consciência.

2. Determinar a viscosidade e o O aerossol é administrado para


volume de escarro produzido. ajudar a mobilizar as secreções
retidas.

3. Mostrar a máscara ao paciente


e explicar o procedimento.

4. Certificar-se que o Se o frasco do umidificador não


umidificador ou nebulizador estiver suficientemente cheio, será
esteja cheio até a marca proporcionado menos umidade.
apropriada.

5. Conectar o tubo de grosso ou Inspecionar as peles atrás das


pequeno calibre proveniente orelhas periodicamente para irritação
da máscara ao umidificador no ou solução de continuidade. Poderá
elemento de aquecimento, se ser necessário acolchoar as orelhas
estiver sendo usado. quando a cânula é colocada sobre as
mesmas.

6. Regular a concentração A concentração do oxigênio inspirado


desejada de oxigênio e é determinada pela regulagem do
conectar ao aquecedor, se umidificador. As concentrações
estiver sendo usado. habituais são 35 a 50%.

7. Colocar a máscara no rosto do Reduz acumulo de umidade debaixo


paciente e ajustar as alças de da máscara.
forma a prender
adequadamente máscara.
Secar o rosto ao redor da
máscara a cada 2 horas.
Máscara de Venturi
Máscara com dispositivo que mistura ar e oxigênio de forma a proporcionar
uma concentração constante de oxigênio. O rendimento da máscara permite
ofertar oxigênio de 24 a 50%.

O material utilizado é:
• Fonte de oxigênio;
• Máscara de venturi ou adaptador para concentração prescrita;
• Fluxômetro;
• Circuito de grosso ou pequeno calibre.
O procedimento consiste em:

Ação de enfermagem

1. Confirmar a identidade do paciente; verificar os sinais vitais e o


nível de consciência.

2. Conectar a máscara, através de um circuito leve, a fonte de


oxigênio.

3. Abrir o fluxômetro de oxigênio e ajusta-lo a velocidade prescrita.


Verificar se o oxigênio está fluindo pelos orifícios de ventilação da
máscara.

4. Posicionar a máscara de venturi sobre o nariz a boca e o queixo


do paciente. Ajustar a alça elástica.

5. Certificar-se que os orifícios para a entrada de ar não estão sendo


obstruídos pela roupa de cama do paciente.
Aspiração endotraqueal
A aspiração endotraqueal destina-se a remover secreções cumuladas ou
outros materiais que não podem ser removidos pela tosse espontânea do paciente
nem por outros procedimentos menos invasivos.
Esse procedimento é realizado às cegas, contendo um alto risco com
resultados imprecisos. As complicações incluem traumatismo mecânico, hipóxia,
arritmias, bradicardia, elevação da pressão arterial, vômitos.
As contraindicações incluem: distúrbios hemorrágicos, edema laríngeo,
varizes esofágicas, IAM, (infarto agudo do miocárdio), Lesões de face e pescoço,
entre outros.
O material utilizado é:
• Sonda de aspiração descartável.
• Compressa estéril.
• Luvas estéreis.
• Água destilada estéril;
• Aspirador com pressão de 80 a 120 mmHg
• Fonte de oxigênio com cateter instalado para ofertar O2 sempre que
necessário.
O procedimento consiste em:

Ação de enfermagem

1. Certificar-se que o aspirador está funcionando. Colocar a sonda de


aspiração em local alcançável.

2. Informar e instruir o paciente o procedimento. Em determinado


momento, pode-se ao paciente que tussa para abrir a passagem até os
pulmões, e de modo que a sonda penetre os pulmões e não o
estomago. O paciente será incentivado também a não tentar deglutir,
pois isso também introduziria o cateter no estomago.

3. Colocar o paciente na posição semi-fowler ou sentada se possível.

4. Monitorar a saturação de oxigênio via oximetria e a frequência cardíaca


durante a aspiração.
5. Colocar compressa estéril sobre o tórax do paciente. Abrir o pacote de
que contem a sonda estéril.

6. Calcar luvas estéreis adotando a técnica asséptica. Designar uma das


mãos como “limpa” e a outra como “contaminada”.

7. Segurar a sonda estéril com a mão estéril.

8. Introduzir a sonda na traqueia. Para fazê-lo, pedir ao paciente que


tussa.

9. Com o cateter conectado ao aspirador ligado, campeie a sonda durante


a introdução e solte-a quando retirar em movimentos circulares.

10. Limpe a sonda para retirar a secreção cumulada com água estéril. Após
recolha o material utilizado e higienize as mãos.
Unidade 13:
Feridas e Curativos
A pele é um órgão vivo em constante renovação, que possui diversas
funções. Sua constituição em diferentes camadas, juntamente com as glândulas
sebáceas e sudoríparas, protege a superfície do organismo contra agentes
externos potencialmente agressivos. Entre as diversas funções desempenhadas
pela pele, destacam-se:
• Impermeabilidade à água;
• Barreira imunológica e de proteção contra a gentes químicos, físicos e
biológicos;
• Pigmentogênica: melanoblastos;
• Temponante: quando exposta a substância ácida ou básica, a pele
mantém seu pH ácido normal;
• Ceratogênica;
• Termorregulação;
• Sensorial;
• Respiratória;
• Secretora.
Quando a barreira imunológica da pele é rompida ou alterada, podem
ocorrer: transmissão de doenças sexualmente transmissíveis, como síndrome da
imunodeficiência adquirida, sífilis, tricomoníase, entre outros; hanseníase,
micoses.

Anatomia, histologia e embriologia da pele


A pele também conhecida como Sistema Tegumentar, é o maior órgão de
absorção do corpo, correspondendo aproximadamente a 16% do corpo humano,
1,70m², e 15% do peso corpóreo. Sua espessura, elasticidade e distensibilidade
variam de acordo com vários fatores, como idade, grau de nutrição, hidratação,
riscos externos aos quais está exposta, entre outros.
A pele é composta por três camadas ou estratos distintos: uma superficial
(epiderme), uma intermediária (derme), uma profunda (hipoderme) também
chamada de panículo adiposo. Todas as camadas entram-se unidas entre si.

Epiderme
É constituída por um epitélio estratificado, pavimentoso, queratinizado,
derivados dos folhetos ectodérmicos (do qual se originam as estruturas epiteliais
e neurais). Sua espessura varia de 0,04 a 1,5 mm, de acordo com a região,
distinguindo a pele fina da pele mais espessa, de acordo com a espessura da
camada de queratinização.
As camadas que compõe a epiderme são organizadas em quatro ou cinco
camadas que são: camada basal ou germinativa, espinhosa, granulosa, lucida
(presente somente na parte espessa) e córnea.
A fragilidade da epiderme ocorre por uma série de fatores, a saber:
• Raspagem ou descamação de sua superfície pelo uso de lâminas de
barbear seca;
• Remoção de fitas adesivas;
• Técnicas inadequadas de posicionamento do paciente.
• Ressecamento excessivo que causa fissuras.
• Exposição constante da pele a umidade.
• Uso incorreto de sabões, cosméticos.
• Banhos muito quentes ou frios.
• Fricção excessiva.

Derme
A derme é constituída de tecido conjuntivo denso não modelado e situa-se
logo abaixo da epiderme, sendo originada ne mesoderme. A derme pode ser
dividida em três partes: superficial ou papilar, profunda ou reticular e advencial.

Hipoderme
A hipoderme encontra-se logo abaixo da derme, sendo formada por tecido
conjuntivo frouxo, com qualidade variável de gordura.
Cicatrização
Fases da cicatrização
Fase inflamatória
Essa começa no momento da lesão. As plaquetas, hemácias e fibrinas,
trazidas pela corrente sanguínea, facilitam as trocas. O coágulo protege a lesão da
contaminação. A lesão tecidual ocasiona a liberação de histamina, serotonina e
bradicinina, que causam a vasodilatação, aumentando o fluxo sanguíneo, o que
ocasiona sinais flogisticos, com calor e rubor.
O edema é ocasionado pela maior permeabilidade capilar, que aumenta o
extravasamento de liquido do meio intra para extracelular. A resposta inflamatória
é facilitada por mediadores bioquímicos, que aumentam a permeabilidade
vascular, da mesma forma que os de ação curta, como a histamina e a serotonina,
e os mais duradouros, como a bradicinina e a prostaglandina.
Fase proliferativa
Nessa fase, ocorre a formação de tecido de granulação, compostos por
novos vasos sanguíneos, a partir dos brotos endoteliais, fibroblastos, macrófagos,
um arcabouço de colágeno que está ainda em formação, ácido hialurônico e
fibronectina. Esse processo se inicia 72 horas após a lesão e prolonga-se por até
2 ou 3 semanas.
O colágeno é produzido pelos fibroblastos que são responsáveis pela
consistência e força da cicatriz e formando a matriz celular. O colágeno é o
material responsável pela força tênsil da cicatriz, produzido e degradado
continuamente pelos fibroblastos.
Fase de maturação
Nessa fase, ocorre o aumento da resistência: no início da terceira semana
do processo de cicatrização, há um equilíbrio entre a produção e a degradação das
fibras de colágeno. Caso ocorra desequilíbrio nessa fase, formam-se cicatrizes
queloideanas ou hipertróficas. Após um ano, a força tensil é estabilizada, mas essa
fase permanece por todo o período de existência da ferida.

Tipos de cicatrização
Primeira intenção
Ocorre em feridas pequenas, nas quais as bordas não são muito afastadas,
sem infecção e sem muito edema, como, por exemplo, as feridas operatórias.
Segunda intenção
Ocorre grande perda de tecidos, maior afastamento das bordas, com ou sem
infecção. Nesse caso, pode-se tentar a aproximação das bordas da lesão. Porém,
sendo esse um processo difícil, as lesões devem ser mantidas abertas, deixando-
as se fecharem por meio de epitelização e contração.
Feridas
Etiologia Patológica
Iatrogênica
Intencionais ou cirúrgicas;
Acidentais ou traumáticas;
Causadas por fatores externos;

Evolução Crônicas
Agudas

Complexidade Simples
Complexas

Comportamento Estágio I,II,III e IV


tecidual Abertas
Fechadas

Espessura Superficial
Profunda superficial
Profunda total

Presença ou Contaminadas
ausência de Colonizadas, infectadas ou sépticas
infecção Não infectadas e limpas

Classificação das feridas


Feridas patológicas
Causadas por fatores endógenos ou lesões secundarias a uma ou mais
doenças de base. Elas apresentam formatos e graus de comprometimento
diversos, de acordo com a doença e sua gravidade.
A cicatrização dessa ferida é difícil, pois, na maioria das vezes, depende do
controle ou da cura da doença atual. Podem evoluir de pequenas manchas ou
petéquias, únicas ou múltiplas, a ferida profunda.
São exemplos de feridas patológicas as ulceras vasculogênicas, também
conhecidas como ulceras de perna, porque resulta no comprometimento do
sistema vascular que acomete as extremidades inferiores.
Feridas iatrogênicas
Ocasionada por procedimentos realizados por profissionais de saúde e que
trazem com seus resultados, algum tipo de agressão ou dano para o paciente. São
exemplos de feridas iatrogênicas podemos citar lesões causadas por radioterapia
em pacientes oncológicos, ou por uma traqueostomia, realizada para possibilitar
a abertura de vias aéreas superiores em emergências respiratórias.

Feridas intencionais ou cirúrgicas


São feridas previsíveis, também realizadas sob condições assépticas e de
acordo com uma necessidade terapêutica específica. Mesmo sendo para
tratamento pode ocorrer algumas complicações, como por exemplo deiscências.
Feridas acidentais ou traumáticas
Ao contrário da ferida cirúrgica são feridas que ocorrem inesperadamente,
resultado de um trauma, violência, acidente ou outras situações imprevisíveis.

Evolução da ferida
Agudas
São consideradas todas as feridas recentes, traumáticas e nas quais ocorre
a ruptura da vascularização e o desencadeamento imediato do processo de
hemostasia.
Crônicas
São feridas que causam graves transtornos individuais e sociais e surgem
associadas a doenças, como Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial Sistêmica,
hanseníase, neoplasias, problemas vasculares, neurológicos entre outros.

Nível de complexidade das feridas


Feridas simples
São feridas superficiais, que, na maioria das vezes, não comprometem todo
o organismo. Elas apresentam boa resposta aos transtornos convencionais, como
limpeza e curativos simples, e evoluem de forma benigna, cicatrização
espontânea, sem apresentar sinais de infecção, contaminação ou colonização por
microrganismos.
Feridas complexas
São crônicas como as ulceras vasculogênicas, por pressão e neuropáticas.
Algumas feridas agudas têm em comum o acometimento de outros tecidos, além
da derme, da epiderme, e do tecido subcutâneo, tais como: tecido adiposo, fáscia
muscular, tecido nervoso, tendões, ossos, cartilagens, ligamentos e vasos
sanguíneos.

Lesão por pressão


É uma lesão com tendência a necrose dos tecidos. É causada pela
irrigação sanguínea deficiente, ocasionada por pressão demorada e consequente
falta de nutrição dos tecidos.
Ocorre geralmente em pacientes com afecções graves do sistema
nervoso, sobretudo nos hemiplégicos e paraplégicos, em pacientes em estado de
coma ou politraumatizados incapacitados de mover-se na cama.
A lesão por pressão caracteriza-se por uma crosta enegrecida, formada de
tecido mortificado, com tendência a eliminar-se. Tende a aumentar de tamanho se
a região não for protegida e principalmente, se não for diminuída a pressão sobre
o corpo, pela mudança de posição.
A classificação da lesão por pressão verifica o comprometimento tecidual:
• Estágio I: Pele integra com área de eritema; pode estar endurecida,
dolorida e quente ao toque, quando comparada às áreas não
comprometidas.
• Estágio II: Perda parcial de tecido envolvendo a epiderme, a derme
ou ambas. Lesão superficial ou cratera rasa com leito vermelho-
rosado, sem esfacelo. Pode apresentar-se como abrasão ou bolha
preenchida com exsudato seroso, intacta ou rompida.
• Estágio III: Perda total da espessura da pele envolvendo danos ou
necrose do tecido subcutâneo, que podem se estender até a fáscia
muscular subjacente, porém sem ultrapassa-la.
• Estágio IV: Perda da espessura total da pele com destruição extensa
da derme e da epiderme, necrose de tecidos e danos aos músculos,
ossos ou estruturas de suporte, como capsulas, tendões,
articulações etc. As lesões podem ocorrer em cavernas,
tunelizações ou caminhos sinuosos.

Tipos de tecidos encontrados nas feridas


Tecido de Granulação
É um dos tecidos mais importantes do processo de cicatrização, tem
coloração rósea ou avermelhada, aparência brilhante e úmida, é rico em colágeno,
o que resulta da proliferação das células endoteliais. Ele se localiza na superfície
da lesão, é indolor, porém sangra ao mínimo toque.
Por isso, durante a realização da limpeza da ferida e do curativo, esse tecido
não pode ser friccionado, removido ou tocado, mais deve ser protegido e mantido
em meio úmido para proliferar, preenchendo a cavidade até, finalmente, tornar-se
uma cicatriz de tecido fibroso.

Tecido epitelial ou de epitelização


Aparece na ferida como novo tecido róseo ou brilhante (pele), que se
desenvolve a partir das bordas, ou como “ilhas” na superfície da lesão. Quando o
tecido conjuntivo acaba preenchendo o ferimento, resta apenas uma pequena
porção da superfície ainda descoberta. É o processo de reepitelização que tecerá
o acabamento ou arremate final.

Tecidos necróticos
A necrose é o resultado da morte celular e tecidual, com consequente perda
da função orgânica e do metabolismo celular de forma irreversível, tendo como
característica um tecido de coloração preta, marrom ou acastanhada, que adere
ao leito ou as bordas da ferida e pode se tornar mais endurecida ou amolecida,
dependendo de sua natureza.
Além disso, os tecidos necróticos podem esconder grande quantidade de
exsudato purulento sob seu manto, evidenciando uma ferida infectada.
A classificação da necrose é baseada na forma que o tecido adquire com
morte celular. Os principais tipos de necrose incidente nas feridas são:
• Esfacelo, necrose deliquefação ou liquefativa: tipo de necrose que
acomete a lesão, composta de bactérias, leucócitos, fragmentos
celulares, exsudatos, fibrina, elastina e colágeno. Sua aparência é
de um tecido fibroso, de consistência amolecida, semifluida ou
liquefeita de coloração amarelada, marrom, acinzentada ou
acastanhada, que tanto pode estar firmemente aderido a lesão
como também frouxamente aderido a lesão.
• Necrose coagulativa: é o padrão amis comum da necrose tendo
como causa principal a isquemia do local. Sua coloração pode ser
amarelo-pálido ou acinzentado.
• Masceração ou tecido macerado: tecido esbranquiçado que surge
nas bordas da lesão, das pregas cutâneas e das fistulas quando
há excesso de umidade da ferida por aumento da exsudação.
• Necrose caseosa: é um tipo de necrose que está relacionada as
infecções tuberculosas, tendo como característica o aspecto
similar ao de um queijo, tornando-se friável, amolecido e com
coloração que varia de esbranquiçado ao acinzentado.
• Necrose gangrenosa: é provocada por isquemia ou pela ação de
microorganismo; devido a sua característica pode levar a
amputação do membro por ela acometido.

Cuidados preventivos
• Usar posicionadores e protetores (coxins, colchão caixa de ovo);
• Sentar o paciente fora do leito, com frequência, sempre que seu estado
permitir;
• Incentivar deambulação precoce;
• Reduzir qualquer pressão sobre pontos do corpo, zelando
principalmente pelas proeminências ósseas;
• Mudar constantemente de posição;
• Manter cama limpa, seca, com lençóis bem esticados;
• Zelar pela higiene pessoal;
• Realizar massagem com óleo de girassol (Dersani) ou creme hidratante;
• Executar movimentos passivos;
• Incentivar dietas hiper-proteicas se não houver restrição.

Curativos
Curativo de ferida aberta
Os curativos em feridas sem infecção, que após a limpeza podem
permanecer abertos, sem proteção de gazes. Exemplo: incisão cirúrgica (cesárea).
O material utilizado é:
• Bandeja
• Solução antisséptica
• Gaze estéril
• Luva estéril ou par de ferro

A técnica consiste em:


• Separar o material;
• Higienizar as mãos corretamente;
• Orientar o paciente sobre o procedimento a ser realizado;
• Abra o material estéril em técnica de pétalas, evitando contaminação do
mesmo;
• Um pacote de gaze umedeça com solução antisséptica e outro pacote
deixe apenas aberto seco;
• Calce as luvas estéreis na técnica correta, utilize a gaze embebida em
solução antisséptica em forma de “boneca”, realize a antissepsia da
ferida cirurgia em sentido único trocando a gaze a cada limpeza.
• Não há necessidade de enxágue.
• Deixe secar sozinho e recolha o material.

Curativo de ferida oclusivo


O curativo oclusivo é o curativo que após a limpeza da ferida e aplicação de
medicamentos é ocluído ou fechado com gazes, micropore ou ataduras de crepe.
O material utilizado é:
• Bandeja
• Soro fisiológico
• Gaze estéril
• Luva estéril ou par de ferro
• Pomada se prescrição médica
• Micropore ou filme transparente
A técnica consiste em:
• Separar o material;
• Higienizar as mãos corretamente;
• Orientar o paciente sobre o procedimento a ser realizado;
• Abra o material estéril em técnica de pétalas, evitando contaminação do
mesmo;
• Um pacote de gaze umedeça com SF 0,9% e outro pacote deixe apenas
aberto seco;
• Calce as luvas estéreis na técnica correta, utilize a gaze embebida em
solução antisséptica em forma de “boneca”, realize a antissepsia da
ferida cirurgia em sentido único trocando a gaze a cada limpeza.
• Utilize a gaze estéril seca, para secar a ferida;
• Coloque a pomada indicada conforme prescrição médica;
• Cubra a ferida com gaze estéril e feche com micropore ou filme
transparente;
• Identifique o curativo com data e funcionário que realizou o mesmo;
• Higienize as mãos e recolha o material.

Curativo de ferida compressivo


O curativo compressivo é o que faz compressão para estancar hemorragias
ou vedar bem uma incisão.
O material utilizado é:
• Bandeja
• Soro fisiológico
• Gaze estéril
• Luva estéril ou par de ferro
• Pomada se prescrição médica;
• Atadura de crepe;
A técnica consiste em:
• Separar o material;
• Higienizar as mãos corretamente;
• Orientar o paciente sobre o procedimento a ser realizado;
• Abra o material estéril em técnica de pétalas, evitando contaminação do
mesmo;
• Um pacote de gaze umedeça com SF 0,9% e outro pacote deixe apenas
aberto seco;
• Calce as luvas estéreis na técnica correta, utilize a gaze embebida em
solução antisséptica em forma de “boneca”, realize a antissepsia da
ferida cirurgia em sentido único trocando a gaze a cada limpeza.
• Utilize a gaze estéril seca, para secar a ferida;
• Coloque a pomada indicada conforme prescrição médica;
• Cubra a ferida com gaze estéril e feche com atadura de crepe de forma
compressiva;
• Observe se não ficou muito apertado podendo prejudicar a circulação
sanguínea no local;
• Identifique o curativo com data e funcionário que realizou o mesmo;
• Higienize as mãos e recolha o material.
Curativo de ferida com irrigação
O curativo com Irrigação é utilizado em ferimentos com infecção dentro de
cavidades, com indicação de irrigação com soluções salinas.
O material utilizado é:
• Bandeja
• Soro fisiológico
• Agulha 40x12
• Seringa 20ml
• Gaze estéril
• Luva estéril ou par de ferro
• Pomada se prescrição médica;
• Micropore ou filme transparente;
A técnica consiste em:
• Separar o material;
• Higienizar as mãos corretamente;
• Orientar o paciente sobre o procedimento a ser realizado;
• Abra o material estéril em técnica de pétalas, evitando contaminação do
mesmo;
• Aspire o SF 0,9% com a seringa de 20ml;
• Realize jatos da solução com a seringa;
• Repita o procedimento sempre que necessário;
• Calce as luvas estéreis na técnica correta, utilize a gaze estéril seca, para
secar a ferida;
• Coloque a pomada indicada conforme prescrição médica;
• Cubra a ferida com gaze estéril e feche com micropore e filme
transparente;
• Identifique o curativo com data e funcionário que realizou o mesmo;
• Higienize as mãos e recolha o material.

Curativos com drenos abdominais


Os curativos com drenagem são utilizados drenos em ferimentos com
grande quantidade de exsudato (Penrose, Kehr), tubular ou bolsas de Karaya.
Os drenos utilizados na cavidade peritoneal, com finalidade diagnótica ou
curtativa. Possuem formato laminar, paredes finas e maleáveis e são disponíveis
em numeração variada. Entre eles os que se destacam são: Penrose e o Med-drain,
que são indicados após cirurgias gastrointestinais e ginecológicas.

Penrose Medi-drain

O material utilizado é:
• Bandeja
• Luva de procedimento
• Gaze estéril
• Solução antisséptica
• Luva estéril ou par de ferro
• Micropore ou filme transparente
A técnica consiste em:
• Separar o material;
• Informar para o paciente o procedimento a ser realizado;
• Higienizar as mãos
• Calçar luvas de procedimento para remover o curativo anterior;
• Umedeça a gaze estéril com solução antisséptica. A gaze deve ser
utilizada em um único sentido e da área mais limpa para a mais
contaminada.
• Abra a gaze em técnica de pétalas evitando assim contaminar o material;
• Após a antissepsia, substituir as luvas de procedimento por luvas
estéreis;
• Cubra a incisão do dreno com gaze estéril e oclua com micropore ou
filme transparente.
• Coloque a data da realização e o nome do funcionário que realizou o
curativo;
• Observe o funcionamento do dreno a fim de garantir a permeabilidade
do sistema de drenagem, que deve ser removido com gaze estéril.
• Retire as luvas, recolha o material e higienize as mãos.

Curativo com dreno de tórax


Sua indicação de uso é relacionada com cirurgias torácicas, pulmonares,
mediastinais e cardíacos, seja eletiva ou emergência. A drenagem torácica pode
apresentar conteúdo sanguíneo, seroso ou até mesmo ar.
O curativo da incisão do dreno é o curativo oclusivo, porém há necessidade
do esvaziamento da solução drenada, chamada “troca de selo d’agua”.

O material utilizado é:
• Bandeja
• Luva de procedimento
• Frasco graduado
• Compressa estéril
• Agua destilada ou SF0,9%
• Fita adesiva
• Identificação do frasco
A técnica consiste em:
• Separar o material;
• Informar para o paciente o procedimento a ser realizado;
• Higienizar as mãos
• Calçar luvas de procedimento;
• Para a troca ou transporte do paciente, pinçar o dreno (ou seja fechar o
clamp para evitar retorno do conteúdo da drenagem para dentro da caixa
torácica).
• Trocar o sistema com técnica asséptica a cada 24 horas ou toda vez que
o dreno for aberto ou desconectado.
• Abrir a tampa do dreno e colocar sobre a compressa estéril;
• Observe o volume que possui de liquido drenado e despeje no frasco
graduado;
• Jogue solução estéril (água destilada ou SF0,9%) para retirar as
sujidades do frasco e despeje no frasco graduado.
• Adicione 300 ou 500 ml de solução estéril (água destilada ou SF0,9%),
lembrando que se anteriormente estava no frasco SF 0,9% deverá
continuar com a mesma solução.
• Pegue a tampa que está apoiada na compressa estéril e coloque
novamente no frasco do dreno e feche.
• Troque a fita adesiva e marque o nível que está a solução trocada;
• Troque a etiqueta de identificação do frasco, devendo conter nome do
paciente, data da troca, volume e tipo de solução adicionados e o nome
do funcionário que realizou o procedimento.
• Anote o volume drenado, aspecto e coloração na anotação de
enfermagem;
• Retire as luvas, recolha o material e higienize as mãos.

Curativos com drenos aspirativos


Os drenos aspirativos são utilizados em cirurgias abdominais, ortopédicas
ou mamárias. Recebem essa denominação porque o sistema de drenagem é
realizado por meio de pressão negativa, que é dissipada a medida que o coletor
enche.
São conhecidos como drenos de sucção e tem como indicação: minimizar
risco de infecção na ferida, medir o volume drenado, permitir a compressão
adequada, remover o ar no seu sitio de inserção.

O material utilizado é:
• Bandeja
• Luva de procedimento
• Frasco graduado
• Solução antisséptica
A técnica consiste em:
• Separar o material;
• Informar para o paciente o procedimento a ser realizado;
• Higienizar as mãos
• Calçar luvas de procedimento;
• Remover cuidadosamente a tampa do coletor, mantendo a sua
esterilidade;
• Esvaziar o conteúdo drenado em um frasco graduado.
• Colocar o dreno em superfície plana;
• Limpar a abertura e a tampa com gaze embebida em solução
antisséptica;
• Comprimir completamente o dreno coletor;
• Recolocar a tampa enquanto o coletor ainda está comprimido.
• Verificar se o sistema está funcionando corretamente;
• Fixar o dreno coletor junto ao curativo do paciente e caso ele deambule
poderá ser conectado a sua roupa
• Anote o volume drenado, aspecto e coloração na anotação de
enfermagem;
• Retire as luvas, recolha o material e higienize as mãos.
Unidade 14:
Estomias
Estoma e estomia são termos de origem grega, que significam abertura ou
boca, cuja existência se destina a exposição de qualquer víscera oca do organismo
para o meio externo por causa variadas.
Entre as principais causas para realização de uma estomia figuram as
neoplasias, as doenças inflamatórias e os traumas abdominais, que podem
resultar em estomas de vários tipos, dependendo da sua finalidade, se para
alimentação ou eliminação.
Elas variam de nomenclatura de acordo com a sua localização (intestinais,
urinárias, respiratória, gástrica), a temporalidade e a técnica cirúrgica empregada.

O pós-operatório imediato deverá seguir criterioso cuidado higiênico,


objetivando evitar as dermatites de contato e possíveis infecções secundárias.

Tipos de Estomias

Estomia para alimentação


São denominados gastrostomia ou jejunostomia. Ambas possuem a função
de garantir a alimentação dos pacientes e são realizados por meio de
procedimento cirúrgico, embora se situem em locais diferentes.
A gastrostomia (primeira figura abaixo) é um procedimento cirúrgico que
tem por finalidade criar uma abertura no estomago com o propósito de administrar
alimentos líquidos. Em alguns casos, é utilizada em pacientes que necessitem de
nutrição enteral por tempo prolongado, pois com ela a ocorrência de regurgitação
é menos provável do que a alimentação por sonda nasogástrica ou nasoenteral.
A jejunostomia (segunda figura abaixo) é um procedimento cirúrgico, que
consite em uma abertura no jejuno com proposito semelhante ao da gastrostomia,
excluindo o estomago do círculo alimentar. A opção entre a gastrostomia ou
jejunostomia varia de acordo com a doença de base e seu planejamento
operatório. Nos casos de lesões gastroesofágica ou duodenais, nas deiscências
de anastomoses em cirurgias esofágica, gástrica e duodenal a jejunostomia é
mais indicada.
Estomias intestinais e urinária
As estomias intestinais e urinárias são indicadas como tratamento
coadjuvante das atrésias e malformações congênitas e de doenças adquiridas no
tubo digestivo ou no sistema urinário. Os estomas podem ser temporários ou
permanentes e tem o objetivo de descomprimir, drenar e aliviar tensões de
anastomose, restaurando a função do órgão afetado.
Dentre os estomas para eliminação, tem-se a colostomia, a ileostomia e a
urostomia.

Colostomia
É definida como exteriorização do intestino grosso através da parede
abdominal, com o objetivo de drenar gases ou fezes ali presentes e costuma ser
realizado após a ressecção intestinal, podendo ser temporário ou permanente.
Existem quatro tipos de colostomias:
1. Colostomia ascendente: é o estoma feito na alça ascendente do
intestino grosso no lado direito do abdome e as fezes apresentam
consistência semilíquida.
2. Colostomia descendente: o estoma é realizado na alça descendente,
no lado esquerdo do abdome e as fezes apresentam consistência
semissólida.
3. Colostomia transversa: o estoma fica no intestino grosso transverso
e as fezes apresentam consistência pastosa.
4. Colostomia sigmoide: o estoma é realizado no colón sigmoide e as
fezes são firmes e solidas.
Ileostomia
Trata-se de um tipo de estoma que fez a comunicação do intestino delgado
com o exterior. As ileostomias podem ser permanentes ou temporárias,
obedecendo a critério semelhante ao das colostomias. A localização é sempre do
lado inferior direito do abdome.

Urostomia
É a criação de uma abertura superficial dos condutos urinários, na parede
abdominal, com o objetivo de drenagem da urina para uma bolsa coletora através
desta abertura, podendo ser:
1. Ureterostomia cutânea: a indicação dessa ostomia possui direta
ligação com os pacientes sépticos e urêmicos com o trato urinário
muito dilatado e mal drenado. A ureterostomia cutânea drena de
maneira imediata e com extrema eficácia o trato urinário alto, com
uma morbidade mínima, estando, porém, associada a uma incidência
elevada de estenose do estoma, no caso de ureteres normais ou
pouco dilatados.
2. Ureteroenterocutânea: um novo reservatório de urina é criado a partir
de uma porção do intestino.
3. Cistostomia ou vesicostomia: conexão criada de forma cirúrgica
entre a bexiga e a pele, utilizada para drenar urina da bexiga em
indivíduos com obstrução do fluxo urinário normal. No paciente
adulto é indicada em casos de bexiga neurogênica, pela dificuldade
de aderência das bolsas coletoras a pele, devido a dobra do abdome
nessa região.
4. Nefrostomia: procedimento cirúrgico que consiste na comunicação
entre o sistema urinário e o meio externo através de uma incisão
mínima na região dorsal do paciente.

Troca de dispositivo e cuidados com a pele


• Proceder a higienização simples das mãos, antes e após a lavagem da
bolsa;
• Lavar a região da pele periestomal com água limpa e sabão neutro;
• Sempre que possível, expor a região periestomal ao sol da manhã, durante
um minuto, lembrando sempre de proteger o estoma com um pano limpo
ou gaze;
• Secar a pele com toalha fina e suavidade;
• Evitar uso de solução alcoólica ou fisiológica, pois podem ressecar e irritar
a pele;
• Despregar a bolsa de cima para baixo, empurrando a pele para o lado do
crescimento dos pelos;
• Quando a pele apresentar coceira na região ao redor do estoma, a bolsa logo
deve ser retirada e havendo alguma alteração de pele, pedir avaliação de um
profissional (estomaterapeuta);
• Quando a pele periestomal tiver pelos, deve-se corta-los bem rentes, com
tesoura. NÃO UTILIZAR BARBEADOR.
• Trocar a balsa de preferência na hora do banho;
• Manter o diâmetro do corte da bolsa próximo ao diâmetro do estoma;
• Não furar nem colocar esparadrapos na bolsa;
• Nunca consertar uma bolsa furada ou usar adesivos para prega-las;
• Ao fazer a limpeza da bolsa a limpeza da bolsa drenável, usar água normal
e sabão liquido, de preferência com ducha ou spray;
• Manter a pele periestomal limpa e seca;
Unidade 15:
SAE – Sistematização da Assistência de Enfermagem

A SAE é composta por várias fases para fortalecer o julgamento e a tomada


decisão clínica assistencial do enfermeiro quanto à priorização, delegação, gestão
do tempo e contextualização do ambiente e do cuidado prestado.

A Resolução do COFEN, dispõe sobre a Sistematização da Assistência de


Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes,
públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem. Art.
2º O Processo de Enfermagem organiza-se em cinco etapas interrelacionadas,
interdependentes e recorrentes:
I – Coleta de dados de Enfermagem (ou Histórico de Enfermagem) –
processo deliberado, sistemático e contínuo, realizado com o auxílio de métodos
e técnicas variadas, que tem por finalidade a obtenção de informações sobre a
pessoa, família ou coletividade humana e sobre suas respostas em um dado
momento do processo saúde e doença.
II – Diagnóstico de Enfermagem – processo de interpretação e
agrupamento dos dados coletados na primeira etapa, que culmina com a tomada
de decisão sobre os conceitos diagnósticos de enfermagem que representam, com
mais exatidão, as respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um
dado momento do processo saúde e doença; e que constituem a base para a
seleção das ações ou intervenções com as quais se objetiva alcançar os
resultados esperados.
III – Planejamento de Enfermagem – determinação dos resultados que se
espera alcançar; e das ações ou intervenções de enfermagem que serão realizadas
face às respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado
momento do processo saúde e doença, identificadas na etapa de Diagnóstico de
Enfermagem.
IV – Implementação– realização das ações ou intervenções determinadas
na etapa de Planejamento de Enfermagem.
V – Avaliação de Enfermagem – processo deliberado, sistemático e
contínuo de verificação de mudanças nas respostas da pessoa, família ou
coletividade humana em um dado momento do processo saúde doença, para
determinar se as ações ou intervenções de enfermagem alcançaram o resultado
esperado; e de verificação da necessidade de mudanças ou adaptações nas
etapas do Processo de Enfermagem.
Unidade 16:
Aspectos legais da Enfermagem
A enfermagem compreende um componente próprio de conhecimentos
científicos e técnicos, construído e reproduzido por um conjunto de práticas
sociais, éticas e políticas que se processa pelo ensino, pesquisa e assistência.
Realiza-se na prestação de serviços à pessoa, família e coletividade, no seu
contexto e circunstâncias de vida.
O aprimoramento do comportamento ético do profissional passa pelo
processo de construção de uma consciência individual e coletiva, pelo
compromisso social e profissional configurado pela responsabilidade no plano
das relações de trabalho com reflexos no campo científico e político.
A enfermagem brasileira, face às transformações socioculturais, científicas
e legais, entendeu ter chegado o momento de reformular o Código de Ética dos
Profissionais de Enfermagem (CEPE).
A trajetória da reformulação, coordenada pelo Conselho Federal de
Enfermagem com a participação dos Conselhos Regionais de Enfermagem, incluiu
discussões com a categoria de enfermagem. O Código de Ética dos Profissionais
de Enfermagem está organizado por assunto e inclui princípios, direitos,
responsabilidades, deveres e proibições pertinentes à conduta ética dos
profissionais de enfermagem.
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem leva em consideração
a necessidade e o direito de assistência em enfermagem da população, os
interesses do profissional e de sua organização. Está centrado na pessoa, família
e coletividade e pressupõe que os trabalhadores de enfermagem estejam aliados
aos usuários na luta por uma assistência sem riscos e danos e acessível a toda
população.
O presente Código teve como referência os postulados da Declaração
Universal dos Direitos do Homem, promulgada pela Assembleia Geral das Nações
Unidas (1948) e adotada pela Convenção de Genebra da Cruz Vermelha (1949),
contidos no Código de Ética do Conselho Internacional de Enfermeiros (1953) e no
Código de Ética da Associação Brasileira de Enfermagem (1975).
Teve como referência, ainda, o Código de Deontologia de Enfermagem do
Conselho Federal de Enfermagem (1976), o Código de Ética dos Profissionais de
Enfermagem (1993) e as Normas Internacionais e Nacionais sobre Pesquisa em
Seres Humanos [Declaração Helsinque (1964), revista em Tóquio (1975), em
Veneza (1983), em Hong Kong (1989) e em Sommerset West (1996) e a Resolução
196 do Conselho Nacional de Saúde, Ministério da Saúde (1996)].
A enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde e a qualidade
de vida da pessoa, família e coletividade. O profissional de enfermagem atua na
promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, com autonomia e em
consonância com os preceitos éticos e legais.
O profissional de enfermagem participa, como integrante da equipe de
saúde, das ações que visem satisfazer as necessidades de saúde da população e
da defesa dos princípios das políticas públicas de saúde e ambientais, que
garantam a universalidade de acesso aos serviços de saúde, integralidade da
assistência, resolutividade, preservação da autonomia das pessoas, participação
da comunidade, hierarquização e descentralização político-administrativa dos
serviços de saúde.
O profissional de enfermagem respeita a vida, a dignidade e os direitos
humanos, em todas as suas dimensões. O profissional de enfermagem exerce
suas atividades com competência para a promoção do ser humano na sua
integralidade, de acordo com os princípios da ética e da bioética.

Das relações profissionais


Art. 1º - Exercer a enfermagem com liberdade, autonomia e ser tratado
segundo os pressupostos e princípios legais, éticos e dos direitos humanos.
Art. 2º - Aprimorar seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais que
dão sustentação a sua prática profissional.
Art. 3º - Apoiar as iniciativas que visem ao aprimoramento profissional e à
defesa dos direitos e interesses da categoria e da sociedade.
Art. 4º - Obter desagravo público por ofensa que atinja a profissão, por meio
do Conselho Regional de Enfermagem.
Responsabilidades e deveres
Art. 5º - Exercer a profissão com justiça, compromisso, eqüidade,
resolutividade, dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e lealdade.
Art. 6º - Fundamentar suas relações no direito, na prudência, no respeito, na
solidariedade e na diversidade de opinião e posição ideológica.
Art. 7º - Comunicar ao COREN e aos órgãos competentes, fatos que
infrinjam dispositivos legais e que possam prejudicar o exercício profissional.

Proibições
Art. 8º - Promover e ser conivente com a injúria, calúnia e difamação de
membro da equipe de enfermagem, equipe de saúde e de trabalhadores de outras
áreas, de organizações da categoria ou instituições.
Art. 9º - Praticar e/ou ser conivente com crime, contravenção penal ou
qualquer outro ato, que infrinja postulados éticos e legais.

Das relações com a pessoa, família e coletividade


Art. 10 - Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua
competência técnica, científica, ética e legal ou que não ofereçam segurança ao
profissional, à pessoa, família e coletividade.
Art. 11 - Ter acesso às informações, relacionadas à pessoa, família e
coletividade, necessárias ao exercício profissional.

Responsabilidades e Deveres
Art. 12 - Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de
enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência.
Art. 13 - Avaliar criteriosamente sua competência técnica, científica, ética e
legal e somente aceitar encargos ou atribuições, quando capaz de desempenho
seguro para si e para outrem.
Art. 14 - Aprimorar os conhecimentos técnicos, científicos, éticos e
culturais, em benefício da pessoa, família e coletividade e do desenvolvimento da
profissão.
Art. 15 - Prestar assistência de enfermagem sem discriminação de qualquer
natureza.
Art. 16 - Garantir a continuidade da assistência de enfermagem em
condições que ofereçam segurança, mesmo em caso de suspensão das atividades
profissionais decorrentes de movimentos reivindicatórios da categoria.
Art. 17 - Prestar adequadas informações à pessoa, família e coletividade a
respeito dos direitos, riscos, benefícios e intercorrências acerca da assistência de
enfermagem.
Art. 18 - Respeitar, reconhecer e realizar ações que garantam o direito da
pessoa ou de seu representante legal, de tomar decisões sobre sua saúde,
tratamento, conforto e bem estar.
Art. 19 - Respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade do ser humano, em
todo seu ciclo vital, inclusive nas situações de morte e pós-morte.
Art. 20 - Colaborar com a equipe de saúde no esclarecimento da pessoa,
família e coletividade a respeito dos direitos, riscos, benefícios e intercorrências
acerca de seu estado de saúde e tratamento.
Art. 21 - Proteger a pessoa, família e coletividade contra danos decorrentes
de imperícia, negligência ou imprudência por parte de qualquer membro da equipe
de saúde.
Art. 22 - Disponibilizar seus serviços profissionais à comunidade em casos
de emergência, epidemia e catástrofe, sem pleitear vantagens pessoais.
Art. 23 - Encaminhar a pessoa, família e coletividade aos serviços de defesa
do cidadão, nos termos da lei.
Art. 24 - Respeitar, no exercício da profissão, as normas relativas à
preservação do meio ambiente e denunciar aos órgãos competentes as formas de
poluição e deterioração que comprometam a saúde e a vida.
Art. 25 - Registrar no prontuário do paciente as informações inerentes e
indispensáveis ao processo de cuidar.

Proibições
Art. 26 - Negar assistência de enfermagem em qualquer situação que se
caracterize como urgência ou emergência.
Art. 27 - Executar ou participar da assistência à saúde sem o consentimento
da pessoa ou de seu representante legal, exceto em iminente risco de morte.
Art. 28 - Provocar aborto, ou cooperar em prática destinada a interromper a
gestação.
Parágrafo único - Nos casos previstos em lei, o profissional deverá decidir,
de acordo com a sua consciência, sobre a sua participação ou não no ato abortivo.
Art. 29 - Promover a eutanásia ou participar em prática destinada a
antecipar a morte do cliente.
Art. 30 - Administrar medicamentos sem conhecer a ação da droga e sem
certificar-se da possibilidade de riscos.
Art. 31 - Prescrever medicamentos e praticar ato cirúrgico, exceto nos casos
previstos na legislação vigente e em situação de emergência.
Art. 32 - Executar prescrições de qualquer natureza, que comprometam a
segurança da pessoa.
Art. 33 - Prestar serviços que por sua natureza competem a outro
profissional, exceto em caso de emergência.
Art. 34 - Provocar, cooperar, ser conivente ou omisso com qualquer forma
de violência.
Art. 35 - Registrar informações parciais e inverídicas sobre a assistência
prestada.

Das relações com trabalhadores de enfermagem, saúde e outros


Art. 36 - Participar da prática multiprofissional e interdisciplinar com
responsabilidade, autonomia e liberdade.
Art. 37 - Recusar-se a executar prescrição medicamentosa e terapêutica,
onde não conste a assinatura e o número de registro do profissional, exceto em
situações de urgência e emergência.
Parágrafo único - O profissional de enfermagem poderá recusar-se a
executar prescrição medicamentosa e terapêutica em caso de identificação de
erro ou ilegibilidade.

Responsabilidades e deveres
Art. 38 - Responsabilizar-se por falta cometida em suas atividades
profissionais, independente de ter sido praticada individualmente ou em equipe.
Art. 39 - Participar da orientação sobre benefícios, riscos e conseqüências
decorrentes de exames e de outros procedimentos, na condição de membro da
equipe de saúde.
Art. 40 - Posicionar-se contra falta cometida durante o exercício
profissional seja por imperícia, imprudência ou negligência.
Art. 41 - Prestar informações, escritas e verbais, completas e fidedignas
necessárias para assegurar a continuidade da assistência.

Proibições
Art. 42 - Assinar as ações de enfermagem que não executou, bem como
permitir que suas ações sejam assinadas por outro profissional.
Art. 43 - Colaborar, direta ou indiretamente com outros profissionais de
saúde, no descumprimento da legislação referente aos transplantes de órgãos,
tecidos, esterilização humana, fecundação artificial e manipulação genética.

Do Sigilo Profissional
Art. 81 - Abster-se de revelar informações confidenciais de que tenha
conhecimento em razão de seu exercício profissional a pessoas ou entidades que
não estejam obrigadas ao sigilo.

Responsabilidades e Deveres
Art. 82 - Manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em
razão de sua atividade profissional, exceto casos previstos em lei, ordem judicial,
ou com o consentimento escrito da pessoa envolvida ou de seu representante
legal.
§ 1º - Permanece o dever mesmo quando o fato seja de conhecimento
público e em caso de falecimento da pessoa envolvida.
§ 2º - Em atividade multiprofissional, o fato sigiloso poderá ser revelado
quando necessário à prestação da assistência.
§ 3º - O profissional de enfermagem, intimado como testemunha, deverá
comparecer perante a autoridade e, se for o caso, declarar seu impedimento de
revelar o segredo.
§ 4º - O segredo profissional referente ao menor de idade deverá ser
mantido, mesmo quando a revelação seja solicitada por pais ou responsáveis,
desde que o menor tenha capacidade de discernimento, exceto nos casos em que
possa acarretar danos ou riscos ao mesmo.
Art. 83 - Orientar, na condição de enfermeiro, a equipe sob sua
responsabilidade, sobre o dever do sigilo profissional.

Proibições
Art. 84 - Franquear o acesso a informações e documentos para pessoas que
não estão diretamente envolvidas na prestação da assistência, exceto nos casos
previstos na legislação vigente ou por ordem judicial.
Art. 85 - Divulgar ou fazer referência a casos, situações ou fatos de forma
que os envolvidos possam ser identificados.

Definições
Negligência: alguém deixa de tomar uma atitude ou apresentar conduta que era
esperada para a situação. Age com descuido, indiferença ou desatenção, não
tomando as devidas precauções.
Imprudência: por sua vez, pressupõe uma ação precipitada e sem cautela. A
pessoa não deixa de fazer algo, não é uma conduta omissiva como a negligência.
Na imprudência, ela age, mas toma uma atitude diversa da esperada.
Imperícia: para que seja configurada a imperícia é necessário constatar a
inaptidão, ignorância, falta de qualificação técnica ou prática, ou ausência de
conhecimento elementares e básicos da profissão. Um médico sem habilitação
em cirurgia plástica que realize uma operação e cause deformidade no paciente
pode ser acusado de imperícia médica.

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