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Estamos tratando de um acontecimento que tem como protagonistas duas

mulheres de biografias repletas de lutas e conquistas, contrariando a realidade da


época.

Parece enredo de filme de Hollywood, não é mesmo?

Mas é apenas o começo de uma bela história de uma das mais importantes carreiras
na área da saúde, a história da Enfermagem.
Se você já passou por uma internação, provavelmente se lembra do cuidado — e da
correria! — dos enfermeiros e técnicos de enfermagem.
Esses profissionais trabalham a todo momento no auxílio ao tratamento médico,
coletam exames, administram remédios e ajudam os pacientes em seus cuidados
básicos durante a estadia em um hospital, casas de repouso, socorro de emergência
e também em acompanhamento particular.

A prática da Enfermagem como conhecemos hoje é relativamente recente.


Até o final do século 19, os cuidados com enfermos era muito atrelado aos
princípios religiosos e vistos como uma “vocação” espiritual. As primeiras
organizações que prestavam esses serviços eram vinculadas a igrejas, tanto que,
mulheres que eram prostitutas e queriam se “redimir” da vida promíscua, iam
prestar serviços a igreja, tornando-se enfermeiras, e com isso acabavam dando
continuidade a vida de prostituição na “nova profissão”.

Foi nesse contexto que Florence Nightingale, considerada a criadora da Enfermagem


moderna, começou seu ofício: de acordo com o historiador Lytton Strachey, para ela,
servir a Deus era cuidar dos doentes. A jovem teve uma atuação brilhante durante a
Guerra da Crimeia, um conflito que ocorreu em meados do século 19 entre a Rússia
e a Turquia.

Sua iniciativa foi decisiva para a evolução da Enfermagem, já que ela se preocupava
em transformar essa atuação em uma prática com métodos embasados
cientificamente. Então, o chamado “sistema Nightingale” começou a se espalhar
pela Europa e a popularizar a prática.

O reconhecimento real possibilitou que ela fundasse a primeira Escola de


Enfermagem do Hospital St.Thomas, em Londres, nos anos 1860.
A atuação de Florence chamou tanto a atenção do Governo britânico que ela foi a
primeira mulher a receber a Ordem do Mérito da Rainha.

Aqui no Brasil, a primeira escola com o sistema Nightingale foi fundada em 1923, no
Rio de Janeiro: a
Escola de Enfermagem Ana Néri.
O nome é uma homenagem a outra grande pioneira da profissão, que recebeu
diversas medalhas do governo Imperial devido aos seus esforços no cuidado dos
feridos na Guerra do Paraguai (1864-1870).

Antes da Enfermagem, mesmo com médicos e o uso de remédios, muita gente não
resistia a doenças e ferimentos devido a infecções por falta de cuidados de higiene e
atendimento às necessidades básicas.
Como vimos no documentário (filme) do trabalho de florence, os soldados atingidos
na batalha, acabavam perdendo partes do corpo, por amputação, pois não lhes
restavam outra opção. Eram mutilados por falta de medicação.
Como você viu, um dos grandes feitos de Florence Nightingale foi justamente alertar
sobre isso e reduzir drasticamente a taxa de mortalidade de soldados feridos e da
população em geral.

No Brasil, a história da Enfermagem pode ser divididas em três períodos:

*A organização da Enfermagem: do período colonial ao final do século XIX


*O desenvolvimento da Enfermagem: do final do século XIX até a Segunda Guerra
Mundial
*Enfermagem Moderna: do final da Segunda Guerra Mundial até os dias atuais.
- Essa primeira fase remete a uma Enfermagem mais instintiva e cultural, onde os
pajés, feiticeiros e outros líderes religiosos eram responsáveis por fazer rituais
místicos com a intenção de curar enfermidades.
Com o processo de colonização, os europeus acabaram trazendo para cá diversas
doenças que, logo, se tornaram epidemias.
O curandeirismo era o que havia de mais próximo às práticas da Enfermagem até a
chegada dos padres jesuítas, que começavam a prestar assistência aos doentes nas
Casas de Misericórdia.

O segundo ciclo é marcado pelo êxodo rural.


Com muitas pessoas migrando do campo para cidade, houve um crescimento urbano
descontrolado que, por sua vez, aumentou o número de doenças contagiosas e
acelerou as suas propagações.
Urgia a necessidade de mais atenção à saúde pública.
Então, o governo começou a assumir o controle dessa pasta, passando a criar
órgãos específicos responsáveis para dar assistência médica à população.
A profissão de enfermeiro começa a ganhar força com a atuação, especialmente, em
hospitais militares.
O trabalho consistia em dar suporte durante as grandes guerras do período, muito
em função da criação da Cruz Vermelha Brasileira.
Foi nesse período também que as primeiras escolas de Enfermagem foram
inauguradas. E a atenção médica, por sua vez, desvinculada um pouco da religião

Passado o período de Guerras, se inicia o desenvolvimento da educação em


Enfermagem no Brasil.
Mais escolas são abertas, especialização criadas, conselhos, associações e sindicatos
de classe organizados, entre outras medidas.
A própria profissão de enfermeiro é regulamentada no último ciclo.
Além disso, mudanças importantes na saúde, de um modo geral, também foram
implementadas.
Dentre elas: a criação do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) e do Sistema Único de Saúde (SUS).
Posso concluir que a enfermagem sempre esteve presente em nossas vidas,
seja através das caridades feitas por pessoas que queriam se redimir ou
dentro de casa com as mães cuidando dos seus filhos e maridos .
Mas foi através de Florence Nightingale que a enfermagem se tornou
imprescindível, com seu cuidado e amor as pessoas que precisam de
cuidado . Esses profissionais contribui para melhoria na qualidade de
assistência prestadas aos pacientes, como prevenção de doenças ,
reabilitação da saúde , medicação , entre outras funções durante o
tratamento do paciente, seja em hospitais, clínicas , atendimento
domiciliar, casas de repouso e até mesmo em locais públicos onde pessoas
possam vir a passar mal.
As contribuições dessas duas mulheres para Enfermagem mundial, dentro
de suas realidades, são inestimáveis.
Elas ajudaram a impulsionar ainda mais o desenvolvimento na área da
saúde.
Sua origem aponta para o trabalho de homens e mulheres abnegados que
cuidavam do bem-estar dos enfermos, tentando garantir a eles uma
situação digna, de saúde básica e de sobrevivência.
A conclusão da evolução histórica da enfermagem é o reconhecimento
da profissão como essencial no cuidado de saúde, com avanços
significativos na formação, na prática e no desenvolvimento de
padrões de qualidade.

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