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Curso: Especialização em técnico de enfermagem

do trabalho

Disciplina:

Enfermagem
do trabalho
Géssica Alves

Profª Enfª Esp Enfermagem do Trabalho

Pacajus- ce

2017
1.Surgimento da Enfermagem

No início do século XIX o nome de Florence Nightingale ganha importância na área da


enfermagem a partir da sistematização de um campo de conhecimentos, instituindo-se “uma
nova arte e uma nova ciência”, para a qual é preciso educação formal, organizada sobre bases
científicas.

O trabalho da enfermeira britânica Florence Nightingale constituiu um marco para a


história da enfermagem moderna. Atuou como enfermeira civil e voluntária na Guerra da
Criméia (1854-1856), e, antes de sua chegada à região do conflito, os soldados encontravam-
se no maior abandono. Poucos detinham os conhecimentos básicos para agir diante das
emergências impostas, tanto que, durante essa guerra, a mortalidade entre os soldados
chegou a 40%.

Ao longo de toda a Guerra da Criméia, Florence conseguiu reduzir as taxas de


mortalidade entre os soldados britânicos, através de seus esforços como enfermeira, e,
provando a eficiência das enfermeiras treinadas para a recuperação da saúde. Até o momento,
só homens e mulheres religiosas podiam cuidar dos soldados no exército. Ficou conhecida na
história pelo apelido de “A dama da lâmpada”, pelo fato de servir-se deste instrumento para
ajudar na iluminação ao auxiliar os feridos durante a noite.

As concepções teórico-filosóficas de enfermagem desenvolvidas por Nightingale


tiveram como base observações sistematizadas e registros estatísticos extraídos de sua
experiência prática no atendimento diário a doentes. Dessa vivência, foram obtidos quatro
conceitos fundamentais: ser humano, meio ambiente, saúde e enfermagem. Esses conceitos,
considerados revolucionários para sua época, foram revistos e ainda hoje se identificam com
as bases humanísticas da enfermagem, tendo sido revigorados pela teoria holística (OLIVEIRA,
PAULA, FREITAS, 2007).

Segundo Oguisso (2005), as condições sanitárias do hospital de Scutari na Turquia,


eram as piores possíveis, com excesso de feridos, muitos deitados no chão, poucos sanitários,
falta de suprimentos para alimentação ou higiene e escassez de roupas, o que obrigava os
pacientes a continuar com seus uniformes sujos de sangue e terra. Oguisso ressalta ainda que,
em dois meses, Nightingale colocou ordem no hospital de campanha, o que lhe valeu a
reputação de administradora e reformadora de hospitais; em seis meses, ela havia reduzido a
mortalidade entre os feridos a 2%.
Na volta à Inglaterra, Florence foi recebida com festejos, mas sem saúde. Mesmo
assim, ainda trabalharia muito na criação de escolas de enfermagem e na reforma sanitária
dos hospitais militares e quarteis, onde soldados morriam, mesmo em tempo de paz. Apesar
do estímulo recebido da Rainha Vitória, a oposição do Ministério da Guerra persistia, pois não
via sentido essas ideias em tempo de paz.

Em 1858, Florence escreveu dois livros: “Administração Hospitalar do Exército” e


“Comentários sobre Questões Relativas à Saúde”. Em 1860, Florence viu nascer a Escola de
Enfermagem do Hospital Saint Thomas, em Londres. Com o trabalho reconhecido, em 1883,
Florence recebeu da rainha Vitória, a Cruz Vermelha Real, e em 1901, se tornou a primeira
mulher a receber a Ordem do Mérito.

No Brasil, encontramos Ana Justina Ferreira Neri, nasceu na Vila Nossa Senhora do
Rosario do Porto de Cachoeira do Paraguaçu (Cachoeira), em 13 de dezembro de 1814. Viúva
do capitão-de-fragata Isidoro Antônio Néri viu seus familiares mais próximos serem
convocados para a Guerra do Paraguai e solicitou ao presidente da Província da Bahia poder
acompanhar os filhos e o irmão, ou pelo menos prestar serviços voluntários nos hospitais do
rio Grande do Sul, no que foi atendida. Embarcou, em Salvador, com a tropa do 10o Batalhão
de Voluntários da Pátria em agosto de 1865, na qualidade de enfermeira.
Serviu, portanto, como voluntária na Guerra do Paraguai (1864-1870), como auxiliar do
corpo de saúde do Exército brasileiro. A partir deste contexto ofereceu seus serviços como
enfermeira ao presidente da província enquanto durasse o conflito. Durante toda a Guerra do
Paraguai, prestou serviços nos hospitais militares de Salto, Corrientes (Argentina), Humaitá e
Assunção (Paraguai), bem como nos hospitais da frente de operações. Viu morrer na luta um
de seus filhos e um sobrinho. Faleceu no Rio de Janeiro, em 1980, aos 66 anos de idade. Ana
Neri foi contemporânea de Florence Nightingale (foi quem criou a primeira escola de
enfermagem no mundo, em Londres, 1860), mas não existem indicações de que elas sabiam
da existência uma da outra. No entanto, foram semelhantes na maneira de agir: ambas ricas,
estudadas, cultas e poliglotas, severas e disciplinadoras e dedicadas às tafefas de cuidar dos
sofredores nas guerras em que participaram ativamente (Ana, na Guerra do Paraguai e
Florence, na Guerra da Criméia - atual Ucrânia).
Durante a guerra Ana Neri enfrentou o caos da saúde no país quando as doenças
proeminentes da época eram a Cólera, febre tifóide, disenteria, malária e varíola. Durante
toda a Guerra do Paraguai prestou serviços nos hospitais militares de Salto, Corrientes
(Argentina), Humaitá e Assunção (Paraguay), bem como nos hospitais de campo, na frente de
operações militares. Em sua convivência diária com os médicos, no trato conjunto das
obrigações, adquiriu conhecimentos terapêuticos, mas o bom senso aliado ao seu olhar de
mãe que cuida de filhos doentes muitas vezes fez prevalecer sua opinião aos médicos.

A enfermeira conseguiu transformar a realidade sanitária local, impondo condições


mínimas de higiene para que doenças não se alastrassem e feridas fossem tratadas. Na luta
pela recuperação dos pacientes eram usados recursos da época como iodo, cloreto de
potássio, água fenicada e cauterização, além de beberagens de plantas medicinais. É
considerada a primeira pessoa não-religiosa a dedicar-se aos cuidados com a saúde de uma
comunidade ou população, considerada a primeira enfermeira do Brasil. O governo imperial
conferiu-lhe a Medalha Geral de Campanha e a Medalha Humanitária de primeira classe.
Naquelas condições difíceis, organizou os hospitais de campanha e a primeira
enfermaria foi montada em sua própria casa, em Assunção, e às suas expensas. Metodizou as
tarefas em busca da eficácia, com olhos humanitários e a alma voltados tanto para os cuidados
dos combatentes da Tríplice Aliança (Brasil, Uruguai e Argentina), quanto para os soldados do
invasor Paraguai, indistintamente.
O seu maior legado pode ser considerado a abnegação e a perseverança na prática do
cuidar do próximo, a organização sistemática e a humanização no cuidar dos doentes.
Precursora da Cruz Vermelha, é considerada a primeira enfermeira do Brasil. Em sua
homenagem a primeira escola oficial brasileira de enfermagem de alto padrão no país foi
denominada Ana Neri (1923). Em 10 de agosto de 1938, o presidente Getúlio Vargas, assinou o
decreto nº 2.956 instituindo o dia do enfermeiro, que deve ser celebrado em 12 de maio.
Nessa data devem ser prestadas homenagens especiais à memória de Ana Neri, em todos os
hospitais e escolas de enfermagem do país.
A valorização da enfermagem, no mercado atual depende de sua atuação, chamando
para si aquilo que lhe é devido, pois tratam-se de profissionais com competência para liderar,
dar cuidados a pacientes graves, realizar procedimentos de diferentes complexidades e
interagir com a equipe, dentre tantas outras atribuições. É a enfermagem que, no dia-a-dia, se
relaciona com os pacientes e seus familiares, dando qualidade e conforto aos doentes, através
de um cuidado especial.

2. Os fundamentos filosóficos da Enfermagem

Considerar o cuidado como a essência da profissão enfermagem conduz à reflexão


sobre o compromisso dos profissionais de saúde com a orientação dos seus clientes centrada
no autocuidado, o que pode se caracterizar como seu principal alvo no cotidiano de trabalho
(GAUTHIER; HIRATA, 2001). Assim, considera-se também que pensar em saúde e em
enfermagem é pensar em promoção da vida, com qualidade para vivê-la. Entende-se, dessa
maneira, o saber/fazer que condiciona as ações e intervenções do profissional dessa área do
conhecimento.

Defendemos, concordando com Santos et al (2010), que a orientação principal para


cuidar de pessoas considera a sua própria possibilidade de se tornar independente dos
cuidados profissionais de baixa complexidade. Refere-se à responsabilidade pessoal de cada
um na promoção de sua saúde, ou seja, no seu direito de bem viver a vida. Portanto, a
orientação de enfermagem para o autocuidado institui o exercício da cidadania para o
profissional e promoção da independência do cliente (SANTOS ET AL, 2010).

A exigência para esse comprometimento leva à reflexão de que é imprescindível à


enfermagem reconstruir o seu modo de cuidar específico e, principalmente, desvinculado de
um modelo que privilegia a cura de doenças que afetam as pessoas.

Filosoficamente, podemos conjecturar que na enfermagem a prática é um saber tanto


teórico como prático. A aplicação dos sentidos humanos, a intuição e a experiência no trato
com a imprevisibilidade dos seres humanos ressaltam a cientificidade da enfermagem, ou seja,
o reconhecimento de que suas habilidades contribuem para a construção de um novo
paradigma científico (SANTOS, 1997).

A arte de cuidar consolida-se na parceria profissional/cliente, pois cuidando com


intenções e ações a partir do compartilhamento de saberes entre enfermagem e cliente
descaracteriza um cuidar vendo as pessoas apenas como objeto de trabalho (SANTOS ET AL,
2006).

Cuidar em enfermagem é busca de integração, espaço institucional e liberdade,


desafiando o medo do desconhecido e enfrentando riscos inerentes ao crescimento. Os
desafios do cuidar assumindo o verdadeiro papel profissional conduzem o enfermeiro e o
cliente à sua autonomia (TAVARES, 1998).
3 Caracterizando a Enfermagem

A Enfermagem realiza seu trabalho em um contexto mais amplo e coletivo de saúde,


em parceria com outras categorias profissionais representadas por áreas como Medicina,
Serviço Social, Fisioterapia, Odontologia, Farmácia, Nutrição, etc. O atendimento integral à
saúde pressupõe uma ação conjunta dessas diferentes categorias, pois, apesar do saber
específico de cada uma, existe uma relação de interdependência e complementaridade.

Nos últimos anos, a crença na qualidade de vida tem influenciado, por um lado, o
comportamento das pessoas, levando a um maior envolvimento e responsabilidade em suas
decisões ou escolhas; e por outro, gerado reflexões em esferas organizadas da sociedade -
como no setor saúde, cuja tônica da promoção da saúde tem direcionado mudanças no
modelo assistencial vigente no país.

No campo do trabalho, essas repercussões evidenciam-se através das constantes


buscas de iniciativas públicas e privadas no sentido de melhor atender às expectativas da
população, criando ou transformando os serviços existentes.

No tocante à enfermagem, novas frentes de atuação são criadas à medida que essas
transformações vão ocorrendo, como sua inserção no Programa Saúde da Família (PSF), do
Ministério da Saúde; em programas e serviços de atendimento domiciliar, em processo de
expansão cada vez maior em nosso meio; e em programas de atenção a idosos e outros
grupos específicos.

4.Entidades de classe da enfermagem

As entidades de classes são órgãos que motivados pelo interesse coletivo de uma
categoria profissional, na enfermagem temos o sindicato, associação e conselho profissional;
embora possuam propósitos diversos nos estatutos que as originaram, são imprescindíveis
como órgãos que representam os interesses culturais, políticos e econômicos dos profissionais
de enfermagem, nos níveis nacionais e internacionais. Nessa perspectiva, tais entidades devem
unir esforços para a valorização e o reconhecimento da enfermagem brasileira.
Sindicatos

O sindicalismo tem origem nas corporações de oficio na Europa Medieval, no século


XVIII, durante a Revolução Industrial na Inglaterra, os trabalhadores, oriundos das indústrias
têxteis, doentes e desempregados juntavam – se nas sociedades de socorro mutuo. Nesta
revolução surge o capitalismo e se constitui duas classes sociais, o capitalismo e o proletariado;
o capitalismo é o proprietário dos meios de produção e o proletariado era proprietário apenas
de sua força de trabalho, passando a ser propriedade do capitalista, que paga salários cada vez
mais baixos para obter mais lucros, forçando - os a trabalhar em uma jornada de trabalho que
chegava até 16 horas.

A situação era crítica e a única possibilidade era juntar-se e tentar negociar condições
de trabalho, surge o sindicalismo como uma associação de operários buscando vender melhor
sua força de trabalho, constituído de pessoa jurídica de direito privado que têm base territorial
de atuação e são reconhecidas por lei como representantes de categoria de trabalhadores ou
empregados.

No Brasil o movimento sindical mais forte ocorreu em São Paulo, onde os imigrantes
integravam a massa de trabalhadores de fábricas e indústria, em 1930, o Governo Federal
criou o Ministério do trabalho em 1931 foi regulamento por decreto lei a sindicalização das
classes patronais e operárias. No período de 1930 a 1945, houve um controle do estado sobre
a atividade sindical, onde o governo centralizou e nacionalizou os instrumentos de controle e
decisão; com o advento do Estado Novo Getulio Vargas, iniciou um processo de
descaracterização do sindicato como instrumento de luta da classe trabalhadora.

Com o golpe militar de 1964, os sindicatos e sindicalistas foram duramente reprimidos


e limitaram a Lei de Greve e substituíram a estabilidade no emprego pelo Fundo de Garantia.

Atualmente temos a regulamentação dos sindicatos na Constituição Federativa do


Brasil nos seguintes artigos; artigo 8º “é livre a associação profissional ou sindical,
observando o seguinte; Associação sindical: possui prerrogativas especiais, as que lhe
conferem significado próprio, a saber:

• Representar, ou seja, a capacidade ativa para atuar judicial e extrajudicial na defesa


dos interesses da categoria e de seus membros;
• Regulamentação, que é a possibilidade de participar de negociações coletivas de
trabalho, celebrando convenções e acordos coletivos;

• Política, que se traduz na possibilidade de realizar eleições para designar


representantes da categoria;

• Financeira, já que pode impor contribuições financeiras aos sindicalizados, conforme


conta no inciso IV deste artigo.

Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos, ou individuais da


categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas. Ninguém será obrigado a filiar-se
ou a manter-se filiado a sindicato, porém é obrigatória a participação dos sindicatos nas
negociações coletivas de trabalhadores.

Também é papel dos sindicatos manterem serviços de orientação sobre direitos


trabalhistas e a maioria deles conta também com um departamento jurídico para defender os
interesses de seus associados.

Atribuições do Sindicato:

• Representar os interesses da categoria perante autoridades administrativas


(prefeituras, governadores, secretários de estado e municipais, delegados regionais do
trabalho etc.) e judiciárias (presidentes dos tribunais e juízes em geral).

• Celebrar convenções coletivas de trabalho.

• Eleger ou designar os representantes da categoria respectiva ou profissão liberal.

• Colaborar com o estado, como órgãos técnicos e consultivos, para a solução de


problemas relacionados com a categoria profissional que representa.

• Recolher e administrar as contribuições de todos aqueles que participam da


categoria profissional representadas.

• Fundar e manter agência de colocação recolocação profissional.

O primeiro sindicato de enfermagem foi criado em 1929 – Sindicato Nacional dos


Enfermeiros da Marinha Mercante, onde se filiavam todas as pessoas que desenvolvia ações
de enfermagem na Marinha brasileira, mesmo que não fossem formadas em escolas oficiais.
Em 1933 teve origem o Sindicato de enfermeiros terrestre, ao qual se associava os práticos de
enfermagem, os atendentes e até enfermeiros diplomados.
A partir de 1952, a Associação Brasileira de Enfermeiras Diplomadas (ABED) e o
Sindicato dos Enfermeiros em Hospitais e Casas de Saúde assumem uma postura de trabalho
conjunto para defender os interesses da enfermagem.

Associação Brasileira de Enfermagem – ABEn


Sociedade civil sem fins lucrativos que congrega enfermeiras e técnicos em enfermagem,
fundada em agosto de 1926, sob a denominação de "Associação Nacional de Enfermeiras
Diplomadas Brasileiras". É uma entidade de direito privado, de caráter científico e assistencial
regida pelas disposições do Estatuto, Regulamento Geral ou Regimento Especial em 1929, no
Canadá, na Cidade de Montreal, a Associação Brasileira de Enfermagem, foi admitida no
Conselho Internacional de Enfermeiras (I.C.N.). Por um espaço de tempo a associação ficou
inativa. Em 1944, um grupo de enfermeiras resolveu reerguê-la com o nome Associação
Brasileira de Enfermeiras Diplomadas. Seus estatutos foram aprovados em 18 de setembro de
1945. Foram criadas Seções Estaduais, Coordenadorias de Comissões. Ficou estabelecido que
em qualquer Estado onde houvesse 7 (sete) enfermeiras diplomadas, poderia ser formada uma
Seção. Em 1955, esse número foi elevado a 10 (dez). Em 1952, a Associação foi considerada de
Utilidade Pública pelo Decreto nº 31.416/52. Em 21 de agosto de 1964, foi mudada a
denominação para Associação Brasileira de Enfermagem - ABEn, com sede em Brasília,
funciona através de Seções formadas nos Estados, e no Distrito Federal, as quais, por sua vez,
poderão subdividir-se em Distritos formados nos Municípios das Unidades Federativas da
União.
Finalidades da ABEn
- Congregar os enfermeiros e técnicos em enfermagem, incentivar o espírito de união e
solidariedade entre as classes;
- Promover o desenvolvimento técnico, científico e profissional dos integrantes de
Enfermagem do País;
- Promover integração às demais entidades representativas da Enfermagem, na defesa dos
interesses da profissão.
Estrutura
ABEn é constituída pelos seguintes órgãos, com jurisdição nacional:
a) Assembléia de delegados
b) Conselho Nacional da ABEn (CONABEn)
c) Diretoria Central
d) Conselho Fiscal
Realizações da ABEn
- Congresso Brasileiro em Enfermagem
Uma das formas eficazes que a ABEn utiliza para beneficiar a classe dos enfermeiros,
reunindo enfermeiros de todo o país nos Congressos para fortalecer a união entre os
profissionais, aprofundar a formação profissional e incentivar o espírito de colaboração e o
intercâmbio de conhecimentos.
- Revista Brasileira de Enfermagem
A Revista Brasileira de Enfermagem é Órgão Oficial, publicado bimestralmente e constitui
grande valor para a classe, pois trata de assuntos relacionados à saúde, profissão e
desenvolvimento da ciência. A idéia da publicação da Revista surgiu em 1929, quando Edith
Magalhães Franckel, Raquel Haddock Lobo e Zaira Cintra Vidal participaram do Congresso do
I.C.N. em Montreal, Canadá. Numa das reuniões de redatoras da Revista, Miss Clayton
considerou indispensável ao desenvolvimento profissional a publicação de um periódico da
área. Em maio de 1932 foi publicado o 1º número com o nome de "Anais de Enfermagem",
que permaneceu até 1954. No VII Congresso Brasileiro de Enfermagem foi sugerida e aceita a
troca do nome para "REVISTA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM"- ABEn (REBen). Diversas
publicações estão sendo levadas a efeito: Manuais, Livros didáticos, Boletim Informativo,
Resumo de Teses, Jornal de Enfermagem.

Sistema COFEN/CORENs
Histórico
a) Criação- Em 12 de julho de 1973, através da Lei 5.905, foram criados os Conselhos
Federal e Regionais de Enfermagem, constituindo em seu conjunto Autarquias
Federais, vinculadas ao Ministério do Trabalho e Previdência Social. O Conselho
Federal e os Conselhos Regionais são Órgãos disciplinadores do exercício da
Profissão de Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares de Enfermagem. Em cada Estado
existe um Conselho Regional, os quais estão subordinados ao Conselho federal, que
é sediado no Rio de Janeiro e com Escritório Federal em Brasília.
b) Direção- Os Conselhos Regionais são dirigidos pelos próprios inscritos, que formam
uma chapa e concorrem à eleições. O mandato dos membros do COFEN/CORENs é
honorífico e tem duração de três anos, com direito apenas a uma reeleição. A
formação do plenário do COFEN é composta pelos profissionais que são eleitos
pelos Presidentes dos CORENs.
c) Receita- A manutenção do Sistema COFEN/CORENs é feita através da arrecadação
de taxas emolumentos por serviços prestados, anuidades, doações, legados e
outros, dos profissionais inscritos nos CORENs.
d) Finalidade- O objetivo primordial é zelar pela qualidade dos profissionais de
Enfermagem e cumprimento da Lei do Exercício Profissional.

Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)


O Sistema COFEN/CORENs encontra-se representado em 27 Estados Brasileiros, sendo este
filiado ao Conselho Internacional de Enfermeiros em Genebra.
Competências
- Normatizar e expedir instruções, para uniformidade de procedimento e bom
funcionamento dos Conselhos Regionais;
- Esclarecer dúvidas apresentadas pelos CORENs;
- Apreciar Decisões dos COREns;
- Aprovar contas e propostas orçamentárias de Autarquia, remetendo-as aos Órgãos
competentes;
- Promover estudos e campanhas para aperfeiçoamento profissional;
- Exercer as demais atribuições que lhe forem conferidas por lei.
- Conselho Regional de Enfermagem (COREN)
- Deliberar sobre inscrições no Conselho e seu cancelamento;
- Disciplinar e fiscalizar o exercício profissional, observando as diretrizes gerais do COFEN;
- Executar as instruções e resoluções do COFEN;
- Expedir carteira e cédula de identidade profissional, indispensável ao exercício da
profissão, a qual tem validade em todo o território nacional;
- Fiscalizar e decidir os assuntos referentes à Ética Profissional impondo as penalidades
cabíveis;
- Elaborar a proposta orçamentária anual e o projeto de seu regimento interno,
submetendo-os a aprovação do COFEN;
- Zelar pelo conceito da profissão e dos que a exercem;
- Propor ao COFEN medidas visando a melhoria do exercício profissional;
- Eleger sua Diretoria e seus Delegados a nível central e regional;
- Exercer as demais atribuições que lhe forem conferidas pela Lei 5.905/73 e pelo COFEN.
Sistema de Disciplina e Fiscalização
O Sistema de Disciplina e Fiscalização do Exercício Profissional da Enfermagem, instituído
por lei, desenvolve suas atividades segundo as normas baixadas por Resoluções do COFEN. O
Sistema é constituído dos seguintes objetivos:
a) Área disciplinar normativa: Estabelecendo critérios de orientação e aconselhamento
para o exercício da Enfermagem, baixando normas visando o exercício da profissão, bem como
atividade na área de Enfermagem nas empresas, consultórios de Enfermagem, observando as
peculiaridades atinentes à Classe e a conjuntura de saúde do país.
b) Área disciplinar corretiva: Instaurando processo em casos de infrações ao Código de
Ética dos Profissionais de Enfermagem, cometidas pelos profissionais inscritos e, no caso de
empresa, processos administrativos, dando prosseguimento aos respectivos julgamentos e
aplicações das penalidades cabíveis; encaminhando às repartições competentes os casos de
alçada destas.
c) Área fiscalizatória: Realizando atos e procedimentos para prevenir a ocorrência de
Infrações à legislação que regulamenta o exercício da Enfermagem; inspecionando e
examinando os locais públicos e privados, onde a Enfermagem é exercida, anotando as
irregularidades e infrações verificadas, orientando para sua correção e colhendo dados para a
instauração dos processos de competência do COREN e encaminhando às repartições
competentes, representações.

Associação Nacional de Enfermagem do Trabalho- ANENT

Durante três anos, os participantes do grupo GET - Grupo de Enfermagem do Trabalho,


formado por enfermeiros que atuavam em empresas de vários ramos de atividade profissional,
se reuniam periodicamente em Universidades e/ou na Fundacentro - SP para discutir e
aprimorar seus conhecimentos sobre temas relevantes para a sua prática profissional, até que
perceberam, levando em consideração as demandas e peculiaridades da Especialização em
Enfermagem do Trabalho, ser imprescindível ampliar essa troca de experiências para o âmbito
Nacional.

Somente a criação de uma Associação poderia suprir tal necessidade, propiciando


suporte científico e cultural específicos. Sendo assim, durante o II Encontro Nacional de
Enfermeiros do Trabalho, realizado em São Paulo em 1986, que contou com a participação de
aproximadamente 300 Enfermeiros do Trabalho de vários Estados do Brasil, foi fundada a
ANENT - Associação Nacional de Enfermeiros do Trabalho.
Em outubro de 1998, durante o VIII ENENT - Encontro Nacional de Enfermeiros do
Trabalho, o estatuto da ANENT foi revisado e consolidada a mudança do significado da
sigla para Associação Nacional de Enfermagem do Trabalho em reconhecimento as três
categorias de profissionais de enfermagem: auxiliares de enfermagem do trabalho, técnicos de
enfermagem do trabalho e enfermeiros do trabalho, todos integrantes do SESMT - Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, responsáveis pelo
crescimento e respeitabilidade da Enfermagem do Trabalho no Brasil.

Atualmente a ANENT conta com associados e representantes estaduais em todo o país.


Desde seu início, a ANENT cumpre as finalidades definidas em seu estatuto, realizando estudos
na área da Enfermagem do Trabalho, estimulando a criação de cursos de especialização,
realizando intercâmbios com entidades congêneres, nacionais e internacionais, promovendo e
participando de atividades científicas inerentes a Enfermagem do Trabalho.

A ANENT tem ainda o apoio de colaboradores internacionais - Enfermeiros do Trabalho


da Europa, América do Norte e América Latina, com os quais a Associação mantém um estreito
relacionamento.

A Enfermagem do Trabalho no Brasil possui regulamentação específica, expedida pela


Portaria 3214, de 08 de Junho de 1978 (Diário Oficial da União, de 06.07.78), do Ministério do
Trabalho e Emprego que, por meio da Norma Regulamentadora (NR) 4 - Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (com alterações /
atualizações). Essa norma determina que as empresas privadas e públicas, os órgãos públicos
da administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, devem manter,
obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no
local de trabalho.

A Norma Reguladora (NR) 4 orienta a organização do trabalho dos profissionais do


Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), as
competências, a qualificação, os campos específicos de trabalho, o grau de risco das empresas,
o dimensionamento de funcionários, a carga horária dos profissionais em cada tipo de
empresa, de acordo com o seu ramo de atividade, e o número de funcionários. Neste
documento oficial, as competências dos profissionais que compõem o SESMT estão descritas
no item 4.12 da NR 4 e as demais informações citadas acima, nos Quadros 1 e 2.
Missão:

 Realizar estudos e eventos na área de Enfermagem do Trabalho;


 Promover e Participar de atividades científicas inerentes e referentes a Enfermagem do
Trabalho;
 Realizar intercambio com entidades congeneres nacionais e internacionais;
 Congregar profissionais que exerçam a Enfermagem do Trabalho;
 Dar suporte técnico, científico e cultural aos associados.

Visão:

 Ser uma entidade reconhecida e referência na Enfermagem do Trabalho Nacional e


Internacional.

Valores:

 Perseverança;
 Aprendizado;
 Inovação;
 Promoção e Prevenção à Saúde Ocupacional.

5. A ENFERMAGEM DO TRABALHO

Conforme Carvalho 92001), a grande tarefa de qualquer profissional da área de saúde


ocupacional é zelar pela manutenção da saúde do trabalhador.

Os principais focos de atenção da enfermagem do trabalho, nas diversas organizações,


incluem a identificação dos trabalhadores, vigilância constante da sua saúde, cuidados
primários de saúde, orientação, promoção e proteção de saúde, prevenção de doença,
administração de terapêutica prescrita, gestão de equipe, garantia de qualidade, investigação
e colaboração com a equipe de saúde no trabalho (LUCAS, 2004).

A Enfermagem brasileira tem apresentado avanços nas últimas décadas, sendo


constituída por vários níveis profissionais. Atualmente, a força de trabalho da enfermagem no
Brasil consiste de 478.373 enfermeiros (profissionais com formação universitária), 1.098.270
técnicos de enfermagem e 427.605 auxiliares de enfermagem (COFEN, 2017).

A demanda pela Enfermagem em Saúde Ocupacional no Brasil tem aumentado


consideravelmente nos últimos anos, devido ao crescimento do número de indústrias no país e
em decorrência de mudanças na legislação específica dessa área, como ocorrido com as
normas que estabelecem que hospitais com mais de 501 trabalhadores, empresas de
transporte com mais de 751 trabalhadores (Norma Regulamentadora 29) e companhias
agrícolas com mais de 500 trabalhadores (Norma Regulamentadora 31) são obrigados a ter
pelo menos um enfermeiro especialista em Saúde Ocupacional (BRASIL, 2005).

Essas mudanças na legislação e o desenvolvimento econômico estão diretamente


relacionados à oferta de empregos no Brasil: hospitais, faculdades, empresas rurais
(especialmente com o atual crescimento da produção da cana-de-açúcar), indústrias
manufatureiras, indústrias químicas e de produtos similares e agências governamentais, a
presença da Enfermagem de Saúde Ocupacional é obrigatória, devido ao aumento dos níveis
de riscos ocupacionais.

*SESMT- Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho


6. HISTÓRIA DA ENFERMAGEM DO TRABALHO

No Brasil a primeira escola de enfermagem foi criada e 1890 no Hospital Pedro 2º. O
exercício de enfermagem no Brasil foi regulamentado em 1931. Em 1955 foi aprovada a Lei do
exercício Profissional de Enfermagem no Brasil. Em 1959 aconteceu uma Conferência
Internacional do Trabalho e, nesta, houve a recomendação de numero 112 da Organização
Internacional do Trabalho (OIT) que conceituou a Medicina do Trabalho, mas limitando-se a
intervenção médica.
Em 1963 foi incluído nos cursos médico o ensino de medicina do trabalho. Com a OIT
as normas sobre a proteção a saúde e integridade física do trabalhador ganharam forças,
contribuindo bastante na prevenção de acidentes e doenças do trabalho. Logo em seguida,
em 1964, (UERJ) incluiu a disciplina de saúde ocupacional no curso de graduação.
O auxiliar de enfermagem do trabalho foi incluído na equipe de saúde ocupacional
em 1972 pela portaria nº.3.237 do ministério do Trabalho. Empresas com mais de 100
empregados, centralizada ou não num mesmo local, a existência de um Serviço de Saúde
Ocupacional, composto. Pelos seguintes profissionais; medico do trabalho, Engenheiro de
segurança, Técnicos em segurança e Auxiliar de enfermagem do trabalho.

A enfermagem do trabalho tem, nesta área, um vasto campo para desempenhar suas
funções, quer na prestação de assistência de enfermagem trabalhadores da empresa e aos
seus dependentes, quer assumindo funções administrativas, educativas, de integração e de
pesquisa. Em 1973 criou-se o COFEN e COREN.
A inclusão do enfermeiro do trabalho na equipe de saúde ocupacional aconteceu por
meio da portaria nº3. 460 do ministério do trabalho, em 1975. Neste mesmo ano criou-se no
Rio Grande do Sul o primeiro sindicato de enfermagem.
A história da enfermagem do trabalho no Brasil é bastante recente. Inicialmente a
assistência de enfermagem do trabalho era vista mais como atendimento emergencial na
empresa, o que não valoriza muito. Contudo, o espaço para o desempenho profissional,
principalmente do enfermeiro do trabalho esta se ampliando a cada dia, seja na assistência
direta aos trabalhadores e familiares ou no desempenho de funções administrativa,
educacionais, de integração ou de pesquisa.

7. PERFIL E ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM DO TRABALHO

COMPETÊNCIAS PESSOAIS

Os profissionais de Enfermagem do Trabalho devem desenvolver algumas competências


ditas individuais que além de facilitar seu trabalho, valorizam o relacionamento com o
paciente, a saber:

 Demonstrar organização;
 Destreza manual;
 Iniciativa;
 Sensibilidade;
 Flexibilidade;
 Autocontrole;
 Imparcialidade de julgamento;
 Adaptar-se às situações;
 Observar com atenção e critério;
 Liderança;
 Empatia;
 Atenção seletiva;
 Trabalhar em equipe.

ENFERMEIRO DO TRABALHO

Perfil do Enfermeiro do Trabalho


Executa atividades relacionadas com o serviço de higiene, medicina e segurança do
trabalho, integrando equipes de estudos, para propiciar a preservação da saúde e valorização
do trabalhador.

Atribuições do Enfermeiro do Trabalho

1. Estuda as condições de segurança e periculosidade da empresa, efetuando observações nos


locais de trabalho e discutindo-as em equipe, para identificar as necessidades no campo de
segurança, higiene e melhoria do trabalho;

2. elabora e executa planos e programas de promoção e proteção à saúde dos empregados,


participando de grupos que realizam inquéritos sanitários, estudam as causas de absenteísmo,
fazem levantamentos de doenças profissionais e lesões traumáticas, procedem a estudos
epidemiológicos, coletam dados estatísticos de morbidade e mortalidade de trabalhadores,
investigando possíveis relações com as atividades funcionais, para obter a continuidade
operacional e o aumento da produtividade;

3. executa e avalia programas de prevenção de acidentes e de doenças profissionais e não


profissionais, fazendo análise de fadiga, dos fatores de insalubridade, dos riscos e das
condições de trabalho do menor e da mulher, para propiciar a preservação da integridade
física e mental do trabalhador;

4. presta primeiros socorros no local de trabalho, em caso de acidente ou doença, fazendo


curativos ou imobilizações especiais, administrando medicamentos e tratamentos e
providenciando o posterior atendimento médico adequado, para atenuar consequências e
proporcionar apoio e conforto ao paciente;

5. elabora e executa e avalia as atividades de assistência de enfermagem aos trabalhadores,


proporcionando-lhes atendimento ambulatorial, no local de trabalho, controlando sinais vitais,
aplicando medicamentos prescritos, curativos, inalações e testes, coletando material para
exame laboratorial, vacinações e outros tratamentos, para reduzir o absenteísmo profissional;

6. organiza e administra o setor de enfermagem da empresa, prevendo pessoa e material


necessários, treinando e supervisionando auxiliares de enfermagem adequado às necessidades
de saúde do trabalhador;

7. treina trabalhadores, instruindo-os sobre o uso de roupas e material adequado ao tipo de


trabalho, para reduzir a incidência de acidentes;
8. planeja e executa programas de educação sanitária, divulgando conhecimentos e
estimulando a aquisição de hábitos sadios, para prevenir doenças profissionais e melhorar as
condições de saúde do trabalhador;

9. registra dados estatísticos de acidentes e doenças profissionais, mantendo cadastros


atualizados, a fim de preparar informes para subsídios processuais nos pedidos de indenização
e orientar em problemas de prevenção de doenças profissionais.

TÉCNICO DE ENFERMAGEM DO TRABALHO

O Técnico em Enfermagem do Trabalho é o profissional com formação Técnica em


Enfermagem que atuará, por força de lei, em empresas públicas e privadas ou em órgãos
oficiais, como integrante dos serviços especializados em engenharia de segurança e medicina
do trabalho, coparticipando com o enfermeiro no planejamento, programação, orientação e
execução das atividades de enfermagem do trabalho, nos três níveis de prevenção, integrando
a equipe de saúde do trabalhador.

Para atender às necessidades inerentes à sua função, o Técnico em Enfermagem do


Trabalho participará com o Enfermeiro na elaboração de projetos e aplicar análises de
prevenção de doenças relacionadas ao trabalho, incluindo estratégias de controle e sugerindo
mudanças necessárias para identificar riscos que possa resultar em doenças ocupacionais além
de auxiliar a elaboração e execução de projetos para investigação sobre saúde do trabalhador,
para promover a educação na prevenção de acidentes, de doenças ocupacionais e de
treinamento relacionado à prevenção da saúde do trabalhador.

O Técnico de Enfermagem do Trabalho dominará o contexto legal da sua prática


profissional, informando e orientando pessoas sobre os riscos de doenças ocupacionais e
profissionais existentes e apresentando meios, técnicas e treinamentos adequados à
prevenção e controle.

Como integrante da instituição desenvolverá suas atividades profissionais participando


no desenvolvimento de programas voltados para grupos de risco (hipertensos, alcoólatras,
obesos, diabéticos, etc) e em trabalho familiar de forma integrada e ética, em equipes
multidisciplinares de saúde e segurança do trabalho e com demais profissionais envolvidos nos
ambientes da empresa/instituição.
O profissional deverá apresentar bom relacionamento interpessoal, responsabilidade,
iniciativa, senso de observação acurado, capacidade de autogestão e autocontrole.

A sua prática profissional estará pautada na observação dos princípios éticos e legais
da profissão, no respeito ao cliente, à equipe multidisciplinar, nas normas de biossegurança e
segurança no trabalho.

Perfil do Técnico de Enfermagem do Trabalho

Co-participar com o enfermeiro no planejamento, programação, orientação e


execução das atividades de enfermagem do trabalho, nos três níveis de prevenção, integrando
a equipe de saúde do trabalhador.

Atribuições do Técnico de Enfermagem do Trabalho

1. Participar com o enfermeiro:

a) no planejamento, programação e orientação das atividades de enfermagem do trabalho;

b) no desenvolvimento e execução de programas de avaliação da saúde dos trabalhadores;

c) na elaboração e execução de programas de controle das doenças transmissíveis e não


transmissíveis e vigilância epidemiológica dos trabalhadores;

d) na execução dos programas de higiene e segurança do trabalho e de prevenção de


acidentes e de doenças profissionais;

2. Executar todas as atividades de enfermagem do trabalho exceto as privativas do enfermeiro.


3. Integrar a equipe de saúde do trabalhador.

AUXILIAR DE ENFERMAGEM DO TRABALHO

Perfil do Auxiliar de Enfermagem do Trabalho

Executar as atividades de enfermagem do trabalho, sob a supervisão do enfermeiro,


no desenvolvimento dos programas nos três níveis de prevenção, integrando a equipe de
saúde do trabalhador.

Atribuições do Auxiliar de Enfermagem do Trabalho


1. Auxiliar o enfermeiro na execução de programas de avaliação da saúde dos trabalhadores, a
nível de sua qualificação:

a) observando, reconhecendo e descrevendo sinais e sintomas;

b) executando ações de simples complexidade.

2. Executar atividades de enfermagem do trabalho, a nível de sua qualificação nos programas:

a) de prevenção e controle das doenças profissionais e acidentes do trabalho;

b) de controle de doenças transmissíveis e não transmissíveis e vigilância epidemiológica dos


trabalhadores;
c) de educação para a saúde da clientela.

3. Integrar a equipe de saúde dos trabalhadores

8. PRINCÍPIOS DA SEGURANÇA NO TRABALHO

São vários os princípios de segurança que já salvaram muitas vidas, sendo relacionados
abaixo os mais básicos e simples de seguir.

Reconheça suas limitações

Não tente realizar um trabalho para o qual você não está qualificado. A falta de conhecimentos
e o jeitinho podem trazer consequências lamentáveis. Seu corpo também tem limitações, ele
só pode alcançar até determinada altura e levantar determinado peso.

Leia os manuais antes de operar algo

Entenda a intenção do fabricante de determinado dispositivo e para quê e dentro de que


limites foi projetado para atuar. Os manuais não foram feitos para serem usados só em caso
de dúvidas e sim permitir a correta utilização de determinado dispositivo.

Use ferramentas apropriadas

Cada ferramenta tem limitações e um propósito específico de utilização. As ferramentas e


máquinas têm uma maneira inesperada e violenta de protestarem quando ao seu uso
inadequado.
Use o método apropriado

Não utilize improvisações ou de nenhum método para realizar determinada tarefa, trabalho ou
atividade.

Siga regulamentos, sinalizações e instruções

Eles foram idealizados para protegê-lo. Um sinal de pare, pode indicar que naquele local
muitas pessoas já se acidentaram.

Use bom senso e moderação

Existe uma grande diferença entre eficácia e pressa. Um ritmo consistente e progressivo
permitirá atingir os objetivos a médio e longo prazo.

Valorize sua vida e a dos outros

Haja e pense como ser humano que é, não permita que o instinto prevaleça.

9. CÓDIGO DE ÉTICA E A ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE ENFERMAGEM DO TRABALHO - ANENT

Segundo Mendes (2005), há muitas razões que explicam a existência de um Código de


Ética para os Profissionais de Saúde no Trabalho, distinto dos códigos de ética que regem o
exercício profissional dos médicos em geral, e que tenha sido adotado pela Comissão
Internacional de Saúde no Trabalho (ICOH). Falaremos de alguns desses motivos.

O primeiro motivo é o crescente reconhecimento das complexas e às vezes


concorrentes e contraditórias responsabilidades dos profissionais de Saúde e Segurança no
Trabalho, em relação aos trabalhadores, aos empregadores, ao público em geral, à Saúde
Pública, às autoridades do Trabalho e a outras entidades e atores, tais como a Previdência
Social e as autoridades judiciais. Um outro motivo é o crescimento do número de profissionais
de Saúde e Segurança no Trabalho, principalmente em Serviços de Saúde e Segurança no
Trabalho, quer em função de exigências legais, quer em caráter voluntário. Ainda, cabe
salientar o crescente desenvolvimento do enfoque multidisciplinar em Saúde e Segurança no
Trabalho, o que implica o envolvimento de especialistas com distintas inserções profissionais.
O Código Internacional de Ética para os Profissionais de Saúde no Trabalho é relevante
para muitos grupos profissionais que desempenham tarefas e têm responsabilidades em
empresas, assim como nos setores público e privado que se dedicam à Saúde, à Segurança e à
Higiene e Meio Ambiente relacionados ao trabalho. Para fins deste Código, as categorias
profissionais incluídas no termo “profissões de Saúde no Trabalho” são definidas de forma
muito ampla, tendo em comum o compromisso profissional de implementar a Saúde no
Trabalho.

A abrangência deste Código cobre atividades dos profissionais de Saúde no Trabalho,


quando atuam em sua capacidade individual, como quando atuam dentro de organizações e
empresas que prestam serviços a clientes e usuários.

O Código aplica-se aos profissionais de Saúde no Trabalho e a Serviços de Saúde no


Trabalho, independentemente de eles estarem atuando em contextos de livre mercado,
sujeitos à concorrência, ou em contextos de serviços públicos de saúde.

Deve ser destacado que Ética deve ser considerada um assunto que não tem claros
limites de extensão, que necessita interações, cooperação multidisciplinar, consultas e
participação. O processo em si pode ser mais importante do que propriamente seu resultado.
Tanto por isso, um código de ética para profissionais de Saúde no Trabalho não deve jamais ser
considerado como um fim em si, mas como uma etapa de um processo dinâmico que envolve
a comunidade de Saúde no Trabalho – como um todo – a ICOH e as outras organizações
relacionadas com a Segurança, a Saúde e o Meio Ambiente, assim como as organizações de
trabalhadores e de empregadores.

Os três parágrafos seguintes sumarizam os princípios éticos sobre os quais se baseia o


Código Internacional de Ética dos Profissionais de Saúde no Trabalho.

O propósito da Saúde no Trabalho é servir à saúde e ao bem-estar dos trabalhadores,


individualmente e coletivamente. O exercício da Saúde no Trabalho deve ser realizado de
acordo com os mais elevados padrões profissionais e princípios éticos. Os profissionais de
Saúde no Trabalho devem contribuir para a saúde ambiental e comunitária.

Os deveres dos profissionais de Saúde no Trabalho incluem a proteção da vida e da


saúde do trabalhador, respeitando a dignidade humana e promovendo os mais elevados
princípios éticos na implementação de políticas e programas de Saúde no Trabalho. A
integridade na conduta profissional, a imparcialidade e a proteção da confidencialidade dos
dados de saúde e a privacidade dos trabalhadores constituem parte destes deveres.
Os profissionais de Saúde no Trabalho são profissionais especializados que devem
gozar ampla independência profissional no exercício de suas funções.

Devem estes profissionais adquirir e manter a competência profissional necessária


para desempenhar seus deveres, exigindo as condições que os permitam executar suas
tarefas, de acordo com as boas práticas e com a ética profissional.

10. DEVERES E OBRIGAÇÕES DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO TRABALHO

Objetivos e Função Consultiva

O objetivo primário do exercício da Saúde no Trabalho é o de salvaguardar e promover


a saúde dos trabalhadores, promover um ambiente de trabalho seguro e saudável, proteger a
capacidade de trabalho dos trabalhadores e seu acesso ao emprego. Ao perseguir este
objetivo, os profissionais de Saúde no Trabalho devem fazer uso de métodos de avaliação de
risco validados, propor medidas preventivas eficientes, e fazer o seguimento de sua
implementação.

Os profissionais de Saúde no Trabalho devem prover orientação honesta e competente


aos empregadores, quanto ao cumprimento de suas responsabilidades no campo da Saúde no
Trabalho, como também aos trabalhadores, sobre a proteção e a promoção de sua saúde em
relação ao trabalho. Estes profissionais deveriam manter contato direto com os Comitês de
Saúde e Segurança.

Conhecimento e Expertise

Os profissionais de Saúde no Trabalho devem esforçar-se continuamente para estar


bem informados sobre o trabalho e os ambientes de trabalho, bem como para desenvolver sua
própria competência e para permanecer bem informados no conhecimento técnico-científico,
no conhecimento sobre os fatores de risco ocupacionais e sobre as medidas mais eficientes
para eliminar ou minimizar os riscos relevantes.

Como a ênfase deve ser na prevenção primária, definida em termos de políticas,


design, escolha de tecnologias limpas, medidas de controle de engenharia e adaptação da
organização do trabalho e dos locais de trabalho aos trabalhadores, os profissionais de Saúde
no Trabalho devem, de modo regular e rotineiro, visitar os locais de trabalho e consultar os
trabalhadores e a administração, sobre o trabalho que está sendo realizado.

Desenvolvimento de uma Política e de um Programa Os profissionais de Saúde no


Trabalho devem orientar os administradores da empresa e os trabalhadores, sobre fatores de
risco no trabalho que podem afetar a saúde dos trabalhadores. A avaliação dos fatores de risco
ocupacionais deve levar ao estabelecimento de uma política de saúde e segurança e de um
programa de prevenção, adequado às necessidades das empresas e dos locais de trabalho.

Os profissionais de Saúde no Trabalho devem propor tal política e programa, com base
no conhecimento técnico e científico atualmente disponível, levando em conta também o
próprio conhecimento dos trabalhadores a respeito da organização do trabalho e do meio
ambiente de trabalho. Devem se assegurar de que têm as qualificações requeridas, ou devem
garantir a disponibilização das competências requeridas, de modo tal que seja provida a
correta orientação sobre os programas de prevenção, os quais deveriam incluir, quando
apropriado, a vigilância e a gestão da segurança do trabalho e dos riscos para a saúde e, em
caso de falha, as medidas para minimizar as consequências.

Prioridade à Prevenção e à Rapidez de Ação

Uma atenção especial deveria ser dada à aplicação rápida de medidas simples de
prevenção, que são válidas do ponto de vista técnico e factíveis.

Investigações complementares deveriam verificar a eficácia dessas medidas, ou se


soluções mais completas devem ser desenvolvidas. Se existem dúvidas sobre a gravidade de
um risco ocupacional, medidas conservadoras de precaução deveriam ser imediatamente
consideradas e implementadas. Se houver incertezas ou diferenças de opinião, no tocante à
natureza dos perigos ou dos riscos, os profissionais de Saúde no Trabalho devem ser
transparentes em sua avaliação, com todas as partes envolvidas, evitando ambiguidade na
comunicação de sua opinião, e consultando outros profissionais, se necessário.

Acompanhamento das Medidas Corretivas

No caso de recusa ou má-vontade da empresa em tomar as providências adequadas


para remover uma condição de risco injustificável, ou de tomar uma medida remediadora
frente a uma situação que representa perigo evidente à saúde ou segurança, os profissionais
de Saúde no Trabalho devem, o mais rapidamente possível, notificar, por escrito e de forma
clara, sua preocupação aos dirigentes da empresa, na mais alta hierarquia possível, chamando
à atenção para a necessidade de levar em conta o conhecimento técnico-científico, e de
respeitar as normas de proteção da saúde, que incluem a consideração aos limites máximos de
exposição permitida, salientando claramente as obrigações do empregador em proteger a
saúde dos trabalhadores. Se necessário, os trabalhadores e suas organizações representativas
devem também ser informados, e as autoridades competentes devem ser contatadas.

Informação sobre Saúde e Segurança no Trabalho

Os profissionais de Saúde no Trabalho devem contribuir para informar os


trabalhadores sobre riscos ocupacionais a que estão expostos, de uma maneira objetiva e
facilmente compreensível, não omitindo nenhum fato, e enfatizando as medidas de
prevenção. Estes profissionais devem colaborar com o empregador, os trabalhadores e seus
representantes, no sentido de prover informação adequada e treinamento em Saúde e
Segurança no Trabalho. Devem prover informação apropriada aos empregadores e aos
trabalhadores e seus representantes, a respeito do nível de certeza e incerteza no
conhecimento dos perigos e riscos, conhecidos ou suspeitados, no local de trabalho.

Segredo Industrial ou Comercial

Os profissionais de Saúde no Trabalho são obrigados a não revelar segredos industriais


ou comerciais a que tenham acesso em função do exercício de suas atividades. No entanto,
eles não podem omitir informação que seja necessária para proteger a saúde ou a segurança
dos trabalhadores ou da comunidade. Quando necessário, os profissionais de Saúde no
Trabalho devem consultar a autoridade competente, responsável pela aplicação da legislação
relativa a esta matéria.

Vigilância da Saúde

Os objetivos e os métodos da Saúde no Trabalho, assim como os procedimentos de


vigilância da saúde devem ser claramente definidos, priorizando a adaptação dos locais de
trabalho aos trabalhadores, os quais devem ser informados a respeito. A pertinência e a
validade destes métodos e procedimentos devem ser avaliadas. A vigilância deve ser realizada
com o consentimento informado dos trabalhadores. As consequências potencialmente
positivas e negativas que podem advir de sua participação em programas de vigilância da
saúde e da detecção precoce (screening) deveriam ser discutidas com os trabalhadores, como
parte do processo de consentimento informado. A vigilância da saúde deve ser
responsabilidade de um profissional de Saúde no Trabalho credenciado pela autoridade
competente.
Informação ao Trabalhador

Os resultados dos exames realizados dentro do contexto de vigilância de saúde [na


empresa] devem ser explicados aos trabalhadores envolvidos. A avaliação da capacidade para
um posto de trabalho específico, quando requerida, deve ser baseada no correto
conhecimento das demandas do posto de trabalho, e na avaliação deste posto. Os
trabalhadores devem ser informados sobre a possibilidade de recorrerem de conclusões
médicas relativas à avaliação de sua capacidade para o trabalho, caso sejam contrárias ao seu
interesse. Para tanto, devem ser definidos os procedimentos a serem seguidos na interposição
de recursos a essas decisões.

Informação ao Empregador

Os resultados dos exames prescritos pela legislação nacional ou por normas específicas
devem ser transmitidos à administração da empresa exclusivamente em termos da capacidade
para o exercício da função pretendida, ou de contraindicações de ordem médica a
determinadas condições de trabalho e/ou exposições ocupacionais, elaborando, neste caso,
propostas de adaptação de tarefas e condições de trabalho às habilidades do trabalhador.
Informações de caráter geral sobre a capacidade de trabalho, no que se refere às condições de
saúde, ou sobre prováveis ou potenciais efeitos adversos sobre a saúde [do candidato] podem
ser providas ao empregador, após o consentimento informado do trabalhador em questão, e
apenas quando este procedimento for necessário para garantir a proteção da saúde do
trabalhador.

Danos a Terceiros

Onde o estado de saúde do trabalhador e a natureza do trabalho realizado oferecem


perigo à segurança de terceiros, o trabalhador deve ser claramente informado sobre a
situação. No caso de circunstâncias particularmente perigosas, a administração e, se assim
previsto na legislação vigente, a autoridade competente, deve ser informada sobre as medidas
necessárias para salvaguardar outras pessoas. Na orientação que vier a dar, o profissional de
Saúde no Trabalho deve tentar compatibilizar o emprego do trabalhador com a saúde e
segurança de outras pessoas suscetíveis aos perigos ou riscos.

Monitorização Biológica e Investigações


Os exames biológicos e outras pesquisas de laboratório devem ser escolhidos em
função de sua validade e de sua capacidade de assegurar a proteção da saúde do trabalhador,
levando em conta a sensibilidade, a especificidade, e o valor preditivo destes exames.

Os profissionais de Saúde no Trabalho não devem utilizar exames de screening


(detecção precoce de doença) ou testes laboratoriais que não são confiáveis ou que não têm
suficiente valor preditivo para o que é requerido em função do posto de trabalho específico.
Sendo possível escolher, e sempre que apropriado, deve ser dada preferência a métodos não
invasivos e a exames que não oferecem risco à saúde dos trabalhadores. A indicação de algum
exame invasivo ou que oferece algum grau de risco para o trabalhador somente pode ser feita
após a avaliação dos benefícios e dos riscos. Tais exames, se indicados, devem ser precedidos
do consentimento informado do trabalhador, e devem ser realizados segundo os mais
elevados padrões profissionais. Estes exames não podem ser justificados por razões de seguro
ou estar relacionados a pedidos de benefícios de seguro.

Promoção da Saúde

Quando engajados em atividades de educação para a saúde, promoção de saúde,


screening e programas de Saúde Pública, os profissionais de Saúde no Trabalho devem buscar
a participação tanto de empregadores como de trabalhadores, para o planejamento destes
programas e para sua implementação.

Devem também proteger a confidencialidade dos dados pessoais de saúde dos


trabalhadores envolvidos e evitar que se faça seu mau uso.

Proteção da Comunidade e do Meio Ambiente

Os profissionais de Saúde no Trabalho devem estar conscientes de seu papel na


proteção da comunidade e do meio ambiente. Dentro do escopo de sua contribuição à Saúde
Pública e à Saúde Ambiental, os profissionais de Saúde no Trabalho devem promover e
participar, de forma apropriada, dos processos de identificação, avaliação e informação,
desempenhando um papel de orientação e aconselhamento, visando a prevenir os riscos
ocupacionais e ambientais decorrentes dos processos de trabalho ou das operações realizadas
na empresa.

Contribuição para o Conhecimento Científico

Os profissionais de Saúde no Trabalho devem comunicar, de forma objetiva, a


comunidade científica, assim como as autoridades de Saúde e do Trabalho, sobre achados de
novos riscos ocupacionais, suspeitados ou confirmados. Eles devem, também, informar sobre
medidas de prevenção, novas e adaptadas. Os profissionais de Saúde no Trabalho que realizam
atividades de pesquisa devem planejar e desenvolver suas atividades em bases científicas
sólidas, com completa independência profissional, e seguindo princípios éticos relativos à
pesquisa, incluindo os princípios éticos que regem a pesquisa em geral e a pesquisa médica,
em particular, abertos para a possibilidade de serem avaliados por comitês de ética
independentes.

11. CONDIÇÕES DE EXECUÇÃO DAS FUNÇÕES DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO TRABALHO

Competência, Integridade e Imparcialidade

Os profissionais de Saúde no Trabalho devem sempre agir, acima de tudo, no interesse


da saúde e da segurança dos trabalhadores. Devem fundamentar seus julgamentos em bases
científicas e com competência técnica, recorrendo, se necessário, ao assessoramento de
especialistas ou consultores. Devem, também, se abster de emitir qualquer juízo ou parecer ou
realizar alguma atividade que possa comprometer a confiança em sua integridade e
imparcialidade.

Independência Profissional

Os profissionais de Saúde no Trabalho devem conseguir e manter total independência


profissional, observando, na execução de suas funções, as regras de confidencialidade. Sob
nenhuma circunstância deverão permitir que seus julgamentos e suas posições venham a ser
influenciados por algum conflito de interesses, particularmente no exercício de sua função
orientadora e assessora aos empregadores, aos trabalhadores e seus representantes, no que
se refere aos riscos ocupacionais e a situações de evidente perigo para a saúde ou segurança.

Equidade, Não discriminação e Comunicação

Os profissionais de Saúde no Trabalho devem construir uma relação de confiança e de


equidade com as pessoas para as quais prestam serviços profissionais. Todos os trabalhadores
deveriam ser tratados de maneira equânime, sem qualquer forma de discriminação em função
de suas condições socioeconômicas, suas convicções, ou quanto à natureza da doença ou o
motivo que os levam à consulta com os profissionais de Saúde no Trabalho. Devem
estabelecer e manter vias claras de comunicação entre eles próprios, com os altos dirigentes
da empresa em posições de decisão sobre a organização do trabalho e as condições e
ambientes de trabalho, bem como com representantes dos trabalhadores.

Cláusula sobre Ética em Contratos de Trabalho

Sempre que apropriado, os profissionais de Saúde no Trabalho devem requerer a


inclusão de uma cláusula sobre ética, em seus contratos de trabalho. Tal cláusula de ética
deveria estabelecer, em particular, seu direito de cumprir normas de exercício profissional,
diretrizes e códigos de ética de suas respectivas profissões.

Estes profissionais não devem aceitar condições de prática profissional que estejam
em desacordo com o cumprimento dos padrões profissionais e princípios éticos. Os contratos
de trabalho deveriam especificar condições legais, contratuais e éticas, e em particular, no
que se refere a conflitos, ao acesso a dados, e à confidencialidade.

Os profissionais devem ter certeza de que seu contrato de emprego não contém
cláusulas que poderiam limitar sua independência profissional. Em caso de dúvida, os termos
do contrato devem ser verificados e discutidos com a autoridade competente.

Registros e Arquivos de Dados

Os profissionais de Saúde no Trabalho devem manter, com o apropriado grau de


confidencialidade, arquivos e registros que os ajudem na tarefa de identificar problemas de
Saúde na empresa. Estes registros incluem dados sobre a vigilância dos ambientes de trabalho;
dados pessoais, tais como a história profissional; dados e informações de interesse de saúde
do trabalhador, tais como registros de exposição ocupacional, resultados de monitoração
pessoal de exposição, e atestados de capacidade para o trabalho. Os trabalhadores devem ter
o direito de acesso aos documentos e informações que lhes dizem respeito.

Confidencialidade Médica

Os dados individuais relativos a exames médicos e a exames de laboratório devem ser


arquivados em arquivos médicos confidenciais, os quais devem ser mantidos de forma segura,
sob a responsabilidade do médico do trabalho ou enfermeiro do trabalho. O acesso aos
prontuários médicos, sua transmissão, assim como a liberação de informações neles contidas,
devem ser manejados de acordo com a legislação nacional pertinente, se existente, e de
acordo com códigos de ética das profissões de saúde. As informações contidas nestes
prontuários devem ser utilizadas exclusivamente para propósitos de Saúde no Trabalho.
Informações de Saúde de Natureza Coletiva

Garantida a impossibilidade de identificação individual, dados e informações de


saúde, de natureza coletiva ou populacional, podem ser fornecidos à administração da
empresa, aos representantes dos trabalhadores no local de trabalho, ou aos Comitês de Saúde
Segurança (se existentes), com o propósito de ajudá-los em suas obrigações relativas à
proteção da saúde e segurança dos trabalhadores. Acidentes do trabalho e doenças
relacionadas ao trabalho devem ser notificados às autoridades competentes, de acordo com a
legislação nacional pertinente.

Relações com Profissionais de Saúde

Os profissionais de Saúde no Trabalho não devem buscar informações pessoais que


não sejam relevantes para os propósitos da proteção da saúde dos trabalhadores, em sua
relação com o trabalho. Entretanto, os médicos do trabalho podem buscar informação médica
adicional ou informações registradas em prontuários do trabalhador, que estejam com seu
médico particular ou com o hospital onde costuma ser atendido, desde que haja o
consentimento informado do trabalhador, e desde que o único propósito seja o de proteger a
saúde deste trabalhador. Neste caso, o médico do trabalho deve informar ao médico particular
ou ao seu colega no hospital, sobre o papel do médico do trabalho, e sobre o motivo que o
leva a buscar estas informações com seus colegas. Com o consentimento do trabalhador, o
médico do trabalho pode, se necessário, informar o médico particular do trabalhador ou a
equipe médica do hospital onde o trabalhador costuma ser atendido, sobre algum dado
relevante de saúde, ou sobre riscos ocupacionais a que o trabalhador está exposto, ou sobre
condições de trabalho que possam significar um risco particular para a saúde deste
trabalhador.

Combate a Abusos

Os profissionais de Saúde no Trabalho devem colaborar com outros profissionais de


saúde na proteção da confidencialidade de dados de saúde e informações médicas
concernentes aos trabalhadores. Ocorrendo problemas de particular importância, estes
profissionais devem informar as autoridades competentes, sobre procedimentos ou práticas
vigentes, que em sua opinião, contrariam os princípios de ética estabelecidos neste Código.
Isto diz respeito, de forma especial, à utilização inadequada ou abusiva de dados de Saúde no
Trabalho, de dissimulação ou retenção de observações, de violação do segredo médico ou de
uma proteção insuficiente de prontuários e arquivos médicos, especialmente no que concerne
à informação inserida e armazenada em sistemas computadorizados de informação.

Relacionamento com Outros Atores Sociais

Os profissionais de Saúde no Trabalho devem promover a conscientização dos


empregados e dos trabalhadores e seus representantes, sobre a necessidade e a Importância
da plena independência profissional, assim como da não interferência na confidencialidade
médica, a fim de que se mantenha o respeito à dignidade humana, e se aperfeiçoe a aceitação
e a eficácia do exercício da Saúde no Trabalho.

Promoção da Ética e de Auditorias Profissionais

Os profissionais de Saúde no Trabalho devem procurar o apoio e a cooperação dos


empregadores, dos trabalhadores e seus representantes, assim como das autoridades
competentes, para a implementação dos mais altos padrões de ética no exercício das
profissões de Saúde no Trabalho. Devem instituir um programa de auditoria profissional de
suas próprias atividades, a fim de garantir que estes padrões estão sendo alcançados, e que
em caso de existir alguma deficiência, ela possa ser detectada e corrigida, e que possam ser
tomados os passos para garantir o melhoramento contínuo do desempenho profissional.

12. LEGISLAÇÃO

RESOLUÇÃO COFEN Nº 0458/2014

RESOLVE:
Art. 1º – A Anotação de Responsabilidade Técnica pelo Serviço de Enfermagem, bem como as
atribuições do Enfermeiro Responsável Técnico, passam a ser regidas por esta Resolução.
Art. 2º – Para efeitos desta Resolução considera-se:
I – Serviço de Enfermagem: espaço dotado de estrutura física e de recursos humanos de
Enfermagem que tem por finalidade a realização de ações, de natureza intangível, relacionadas
aos cuidados de Enfermagem ao indivíduo, família ou comunidade;
II – Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) pelo Serviço de Enfermagem: ato
administrativo decorrente do poder de polícia vinculado no qual o Conselho Regional de
Enfermagem, na qualidade de órgão fiscalizador do exercício profissional, concede, a partir do
preenchimento de requisitos legais, licença ao Enfermeiro Responsável Técnico para atuar
como liame entre o Serviço de Enfermagem da empresa / instituição e o Conselho Regional de
Enfermagem, visando facilitar o exercício da atividade fiscalizatória em relação aos
profissionais de Enfermagem que nela executam suas atividades;
III – Certidão de Responsabilidade Técnica (CRT): documento emitido pelo Conselho Regional
de Enfermagem, pelo qual se materializa o ato administrativo de concessão de Anotação de
Responsabilidade Técnica pelo Serviço de Enfermagem;
IV – Enfermeiro Responsável Técnico (RT): profissional de Enfermagem de nível superior, nos
termos da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986 e do Decreto nº 94.406, de 08 de junho de
1987, que tem sob sua responsabilidade o planejamento, organização, direção, coordenação,
execução e avaliação dos serviços de Enfermagem, a quem é concedida, pelo Conselho
Regional de Enfermagem, a ART.
Art. 3º – Toda empresa / instituição onde houver serviços de Enfermagem, deve apresentar
CRT, devendo a mesma ser afixada em suas dependências, em local visível ao público.
§ 1º – O fato da empresa / instituição não caracterizar os serviços de Enfermagem como sua
atividade básica só a dispensa do registro de empresa junto ao Conselho Regional de
Enfermagem.
§ 2º – A CRT terá validade de 12 meses, devendo ser renovada após este período.
Art. 4º – A ART pelo Serviço de Enfermagem deverá ser requerida ao Conselho Regional de
Enfermagem pelo Enfermeiro responsável pelo planejamento, organização, direção,
coordenação, execução e avaliação dos Serviços de Enfermagem da empresa / instituição onde
estes são executados.
§ 1º Fica estabelecido o limite máximo de 02 concessões de ART por Enfermeiro, desde que
não haja coincidência de horário de suas atividades como RT nas empresas / instituições as
quais esteja vinculado.
I – A jornada de trabalho não poderá ser inferior a 6 (seis) horas diárias.
§ 2º – O Enfermeiro RT r
equerente deverá firmar de próprio punho, declaração de que suas atividades como RT nas
Empresas / Instituições não coincidem em seus horários.
Art. 5º – Na implementação do processo de requerimento de ART, o Conselho Regional de
Enfermagem deverá elaborar um formulário para esta finalidade, o qual deve conter, no
mínimo, os seguintes dados:
I – Da Empresa / Instituição: razão social, nome fantasia, inscrição no CNPJ, ramo de atividade,
natureza, horário de funcionamento, endereço completo, contatos telefônicos e endereço
eletrônico;
II – Do Enfermeiro Responsável Técnico: nome, número da inscrição no Coren, características
do serviço onde exerce a função de RT, horário de trabalho e carga horária semanal,
características dos outros vínculos profissionais, se houver horário de trabalho e carga horária
semanal, endereço completo, contatos telefônicos e endereço eletrônico, devendo vir
acompanhado da assinatura e carimbo do mesmo.
III – Do Representante Legal da Empresa / Instituição: nome, cargo e formação, devendo vir
acompanhado da assinatura e carimbo do mesmo.
Parágrafo Único O formulário de requerimento de ART, o qual se refere o caput deste artigo,
deverá vir acompanhando dos seguintes documentos:
a) 01 cópias do cartão do CPNJ da Empresa / Instituição;
b) 01 cópias da comprovação do vínculo empregatício existente entre a Empresa / Instituição e
o Enfermeiro Responsável Técnico;
c) 01 cópias do ato de designação do Enfermeiro para o exercício da Responsabilidade Técnica;
d) 01 cópias da relação nominal atualizada dos profissionais de Enfermagem que executam
atividades na Empresa / Instituição, contendo nome, número da inscrição no Coren,
cargo/função, horário de trabalho e setor/unidade/departamento/divisão de trabalho.
Art. 6º – Para concessão de ART e emissão da CRT, o Conselho Regional de Enfermagem
deverá observar o preenchimento dos seguintes requisitos:
I – Entrega pela empresa / instituição requerente, do formulário de requerimento de ART
devidamente preenchido, assinado e carimbado por quem tenha esta obrigação,
acompanhado de todos os documentos arrolados no parágrafo único do Art. 5º desta
Resolução;
II – Comprovação do recolhimento das taxas de ART e emissão de CRT, cujos valores deverão
ser fixados pelo Conselho Regional de Enfermagem, observando o disposto na Resolução
Cofen nº 436/2012 ou outra que lhe sobrevir;
III – Não coincidência de horário de trabalho como RT nas empresas / instituições as quais
esteja vinculado, no caso do Enfermeiro RT que estiver requerendo a segunda concessão de
ART;
IV – O Enfermeiro RT requerente deverá estar quite com suas obrigações eleitorais junto ao
Conselho Regional de Enfermagem, bem como com as suas anuidades, em todas as categorias
em que estiver inscrito, exceto a do ano vigente, que poderá ser recolhida até o dia 31 de
dezembro.
§ 1º Os mesmos requisitos deverão ser observados para a renovação de ART.
§ 2º Sem prejuízo aos dispositivos desta Resolução, o Conselho Regional de Enfermagem
poderá conceder ART e emitir CRT àquelas empresas / instituições que estão dispensadas do
registro de empresa junto à Autarquia.
Art. 7º – As instituições públicas e filantrópicas nas quais o Enfermeiro RT requerente esteja
vinculado, poderão requerer, mediante a comprovação de sua natureza institucional, ao
Conselho Regional de Enfermagem a isenção do recolhimento das taxas de ART e emissão de
CRT.
Art. 8º – No caso da empresa / instituição substituir o Enfermeiro RT, esta deverá encaminhar
ao Conselho Regional de Enfermagem, no prazo máximo de 15 dias contados do ato, o
comunicado de substituição acompanhado de todos os documentos arrolados no parágrafo
único do Art. 5º desta Resolução, para que se proceda à nova ART, inclusive com recolhimento
das taxas pertinentes.
Art. 9º O Enfermeiro que deixou de exercer a atividade de Responsável Técnico da empresa /
instituição, deverá comunicar seu afastamento ao Conselho Regional de Enfermagem, no
prazo máximo de 15 dias a contar de seu afastamento, para fins de cancelamento de sua ART,
sob pena de responder a Processo Ético-Disciplinar na Autarquia.
Art. 10º – São atribuições do Enfermeiro RT:
I – Cumprir e fazer cumprir todos os dispositivos legais da profissão de Enfermagem;
II – Manter informações necessárias e atualizadas de todos os profissionais de Enfermagem
que atuam na empresa / instituição, com os seguintes dados: nome, sexo, data do nascimento,
categoria profissional, número do RG e CPF, número de inscrição no Conselho Regional de
Enfermagem, endereço completo, contatos telefônicos e endereço eletrônico, assim como das
alterações como: mudança de nome, admissões, demissões, férias e licenças, devendo
fornecê-la semestralmente, e sempre quando lhe for solicitado, ao Conselho Regional de
Enfermagem;
III – Realizar o dimensionamento de pessoal de Enfermagem, conforme o disposto na
Resolução Cofen nº 293/2004 informando, de ofício, ao representante legal da empresa /
instituição e ao Conselho Regional de Enfermagem;
IV – Informar, de ofício, ao representante legal da empresa / instituição e ao Conselho
Regional de Enfermagem situações de infração à legislação da Enfermagem, tais como:
a) ausência de Enfermeiro em todos os locais onde são desenvolvidas ações de Enfermagem
durante algum período de funcionamento da empresa / instituição;
b) profissional de Enfermagem atuando na empresa / instituição sem inscrição ou com
inscrição vencida no Conselho Regional de Enfermagem;
c) profissional de Enfermagem atuando na empresa / instituição em situação irregular,
inclusive quanto a inadimplência perante o Conselho Regional de Enfermagem, bem como
aquele afastada por impedimento legal;
d) pessoal sem formação na área de Enfermagem, exercendo atividades de Enfermagem na
empresa / instituição; e) profissional de Enfermagem exercendo atividades ilegais previstas em
Legislação do Exercício Profissional de Enfermagem, Código de Ética dos Profissionais de
Enfermagem e Código Penal Brasileiro;
V – Intermediar, junto ao Conselho Regional de Enfermagem, a implantação e funcionamento
de Comissão de Ética de Enfermagem;
VI – Colaborar com todas as atividades de fiscalização do Conselho Regional de Enfermagem,
bem como atender a todas as solicitações ou convocações que lhes forem demandadas pela
Autarquia.

Parágrafo Único O Enfermeiro RT que descumprir as atribuições constantes neste artigo


poderá ser notificado a regularizar suas atividades, estando sujeito a responder a Processo
Ético-Disciplinar na Autarquia.

Art. 11 Os casos omissos nesta Resolução serão resolvidos pelo Conselho Federal de
Enfermagem.
Art. 12 Esta Resolução entrará em vigor após sua aprovação pelo plenário do Cofen e
publicação no Diário Oficial da União, revogando-se as disposições em contrário,
especialmente a Resolução Cofen nº 302/2005.

Brasília, 29 de julho de 2014.

OSVALDO A. SOUSA FILHO


COREN-CE Nº 56145
Presidente
SÍLVIA MARIA NERI PIEDADE
COREN-RO Nº 92597
Primeira-Secretária Interina
RESOLUÇÃO COFEN-238/2000

O Conselho Federal de Enfermagem-COFEN, no uso de suas atribuições legais e


regimentais; RESOLVE:

CAPÍTULO I
Qualificação
Art. 1º – Fica instituída na área dos Conselhos de Enfermagem a qualificação específica em
nível médio em Enfermagem do Trabalho, a ser atribuída aqueles que preencham os requisitos
estipulados nesta Resolução.

Art. 2º – Será qualificado, especificamente em Enfermagem do Trabalho em nível médio, o


Técnico de Enfermagem e o Auxiliar de Enfermagem que atenderem o Parecer MEC-CEGRAU-
718/90, publicado no D.O.U. em 13.09.90 e os que anteriormente seguiram a legislação
específica determinada pelo MTPS.
Parágrafo único – Após obter a qualificação específica de que trata o Art. anterior, o
profissional terá ANOTADA essa qualificação na respectiva Carteira de Identidade Profissional,
no COREN de sua jurisdição, e sua titulação será registrada.
CAPÍTULO II
Objeto da qualificação
Art. 3º – Compete ao profissional de Enfermagem de nível médio qualificado em Enfermagem
do Trabalho, de acordo com o Art. 15, da Lei nº 7.498/86, publicada no D.O.U. de 25.06.86, e
do Decreto nº 94.406, Art. 13, desempenhar suas atividades sob orientação, supervisão e
direção do Enfermeiro do Trabalho.
Parágrafo único – As empresas só poderão contratar um Enfermeiro generalista, em
substituição ao especialista Enfermeiro do Trabalho, determinado pela Portaria nº 3.214/78 do
MTPS, N.R-4 Quadro II, que trata do dimensionamento de pessoal para os serviços
especializados de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), quando não houver o
profissional comprovado oficialmente junto ao COREN de sua jurisdição, através de solicitação
anual de uma listagem dos profissionais, por escrito.
CAPÍTULO III
Registro da qualificação específica
Art. 4º – A qualificação específica em Enfermagem do Trabalho de nível médio poderá ser
obtida pelo Técnico de Enfermagem e pelo Auxiliar de Enfermagem.
Parágrafo único – Farão jus à anotação da Carteira de Identidade Profissional da qualificação
de Auxiliar de Enfermagem do Trabalho e Técnico de Enfermagem do Trabalho, os
profissionais que:
I – No caso do Técnico de Enfermagem:
a) Fica autorizado o registro, como Técnico de Enfermagem do Trabalho, ao Profissional que
concluir o Curso de “estudos adicionais” para Auxiliar de Enfermagem do Trabalho, até
dezembro de 2001;
b) Após 31.12.2001, somente farão jús a anotação da qualificação específica como Técnico de
Enfermagem do Trabalho, os profissionais que concluirem o curso de “estudos adicionais” em
Enfermagem do Trabalho, de acordo com o Parecer CEGRAU-CFE Nº 718/90 publicado no
Diário Oficial da União em 13.09.90.
II – No caso de Auxiliar de Enfermagem, farão jus à anotação na carteira de identidade
profissional da qualificação de Auxiliar de Enfermagem do Trabalho:
a) Aqueles que apresentarem certificados de conclusão do curso de Auxiliar de Enfermagem
do Trabalho realizado em convênio com a Fundacentro até 31.12.86;
b) Os Auxiliares de Enfermagem do Trabalho que concluiram seus cursos regulares de Auxiliar
de Enfermagem do Trabalho em entidades reconhecidas pelo CEE, até 31.12.90;
c) Após 31.12.90, os Auxiliares de Enfermagem que concluíram o curso de Auxiliar de
Enfermagem do Trabalho, conforme parecer MEC/CEGRAU nº718/90 publicado no D.O.U. de
13.09.90.
Art. 5º – A solicitação da qualificação específica em Enfermagem do Trabalho de nível médio
poderá ser obtida pelo Técnico de Enfermagem e Auxiliar de Enfermagem mediante:
a) Requerimento próprio, fornecido pelo respectivo COREN;
b) Cópia da cédula de identidade;
c) Certificado original de conclusão do curso de Auxiliar de Enfermagem do Trabalho ou de
curso de Técnico de Enfermagem do Trabalho, acompanhado do Histórico Escolar, carga
horária e conceito, seguindo o Art. 4º e Parágrafo único desta Resolução.
d) Carteira de identidade profissional de Técnico de Enfermagem ou de Auxiliar de
Enfermagem.
Art. 6º – O pedido de outorga de qualificação específica em Enfermagem do Trabalho em nível
médio, e a conseqüente anotação pelo COREN, nos casos previstos nesta Resolução, será
dirigido ao Presidente do COFEN, e obrigatoriamente, encaminhado ao COREN da jurisdição do
requerente.
Parágrafo único – O título de que trata esta Resolução será anotado no certificado de
formação básica do requerente e registrado em livro específico do COFEN. A anotação da
qualificação específica será também anotada em livro específico do COREN de sua jurisdição, e
na Carteira de Identidade Profissional.
Art. 7º – O decisório sobre o pedido de qualificação é da competência do Plenário do COFEN,
podendo ocorrer “ad referendum”.

CAPÍTULO IV
Disposições gerais
Art. 8º – A anotação da qualificação de que trata esta Resolução será concedida mediante o
pagamento de taxas a serem estabelecidas pelo COREN.

Art. 9º – Os casos omissos serão resolvidos pelo COFEN.

Art. 10 – Este ato resolucional entrará em vigor na data de sua publicação, revogando-se as
disposições em contrário, em especial, as Resoluções COFEN-132/91, 187/95 e 215/98.

Rio de Janeiro, 30 de agosto de 2000.

Gilberto Linhares Teixeira


COREN-RJ Nº 2.380
Presidente João Aureliano Amorim de Sena
COREN-RN Nº 9.176
Primeiro-Secretario

RESOLUÇÃO COFEN Nº 418/2011


Atualiza, no âmbito do sistema Cofen /Conselhos Regionais de Enfermagem, os
procedimentos para registro de especialização técnica de nível médio em Enfermagem

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), no uso das atribuições que lhe são conferidas
pela Lei nº 5.905, de 12 de julho de 1973, e pelo Regimento da Autarquia, aprovado pela
Resolução Cofen nº 242, de 31 de agosto de 2000;

RESOLVE:
Art. 1º Ao Técnico de Enfermagem detentor de certificado de Especialização é assegurado o
direito de registrá-lo no Conselho Regional de Enfermagem de sua jurisdição, conferindo
legalidade para atuação na área especifica do exercício profissional.
Art. 2º Os títulos de especialização do Técnico de Enfermagem, conferidos por escolas
devidamente autorizadas pelo Conselhos Estaduais de Educação, e cadastradas no Sistema
Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica/SISTEC/MEC, serão
registrados, no âmbito do Sistema Cofen / Conselhos Regionais de Enfermagem, de acordo
com a legislação vigente;
Parágrafo único Os títulos serão registrados de acordo com a denominação constante do
certificado apresentado em conformidade com as áreas de abrangência definidos no anexo da
presente Resolução;
Art. 3º O título de especialização de Técnico de Enfermagem emitido por instituições
cadastradas pelo MEC será registrado mediante apresentação de:
a) requerimento dirigido à Presidência do Conselho Regional em que o profissional tenha sua
inscrição principal;
b) original do certificado, onde conste autorização da Instituição para oferta do Curso e carga
horária;
Parágrafo único Os certificados de Especialização de Técnico de Enfermagem emitidos por
instituições estrangeiras deverão ser acompanhados de comprovante de revalidação no Brasil.
Art. 4º As Especialidades de Enfermagem reconhecidas pelo Cofen, encontram-se listadas no
anexo desta Resolução. Aquelas que porventura não estejam contempladas ou criadas após o
presente ato, serão, após apreciação pelo Pleno do COFEN, objetos de norma própria;
Art. 5º Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho Federal de Enfermagem.
Art. 6° Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições
em contrário, especialmente a Resolução Cofen n° 226/2000.
Brasília, 29 de novembro de 2011.

MANOEL CARLOS N. DA SILVA


Presidente
GELSON L. DE ALBUQUERQUE
Primeiro-Secretário

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