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UNIDADE I: INTRODUÇÃO

I.1 História da enfermagem

A Enfermagem é uma arte e ciência na qual se pode desenvolver uma técnica,


para prestar o cuidado adequado ao paciente. Os seus princípios fundamentais
do cuidado de Enfermagem interligam-se ao conhecimento de outras ciências.

A Enfermagem tem características que convergem para o propósito


fundamental de servir à humanidade com qualidade e humanização.

Na idade média, surgiram locais próprios para assistência aos pobres, aos
portadores de doenças e aos excluídos, uma vez que eram considerados
perigosos para saciedade. Esses locais eram sujos sem ventilação e
iluminação adequadas e com um número excessivo de doenças; os cuidados
eram prestados por mulheres de moral duvidosa, leigas e sem preparo
especifico, cujas preocupações maiores eram a cura espiritual e a salvação
eterna. Posteriormente, esses locais passaram a serem chamados de
hospitais. No século XVII, a medicina passou a utilizar o hospital como local de
cura e de formação de profissionais na área de saúde. Foi nessa fase que o
médico tornou-se a figura central.

A profissão de enfermagem surgiu do desenvolvimento e evolução das práticas


de saúde no decorrer dos períodos históricos. As práticas de saúde instintivas
foram as primeiras formas de prestação de assistência. Num primeiro estágio
da civilização, essas acções garantiam ao homem a manutenção da sua
sobrevivência, estando na sua origem, associadas ao trabalho feminino,
caracterizado pela prática do cuidar nos grupos nómadas primitivos, tendo
como pano de fundo as concepções evolucionistas e teológicas. Mas como o
domínio dos meios de cura passaram a significar poder, o homem, aliando
esse conhecimento ao misticismo, fortaleceu tal poder e apoderou-se dele.

As práticas de saúde no mundo moderno analisam as acções de saúde e, em


especial, as de enfermagem, sob a óptica do sistema político-económico da
sociedade captalista. Ressaltam o surgimento da Enfermagem como actividade

ELABORADO POR : Dra. Justina eculica (coordenadora); Dr.Augusto Marques, Dr.


Inácio Sambaca, Dr.Jaime Carlos, Dr.Horácio Arao e Dr.Wilson Lukamba

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profissional institucionalizada. Essa análise inicia-se com a Revolução
Industrial no século XVI e culmina com o surgimento da Enfermagem moderna
na Inglaterra, no século XIX.

Enfermagem profissional

A Enfermagem profissional teve início no século XIX, com a actuação da


aristocrática inglesa Florence Nightingale na guerra da Crimeia. Florence foi
convidada a organizar hospitais militares junto com 32 Enfermeiras treinadas,
diminuindo o índice de mortalidade durante a guerra de 42.7% para 2.2%.

Em 1860, foi fundada a primeira Escola de Enfermagem, a partir de uma


doação do governo inglês. A escola era formada de mulheres ricas (ladeis
nurses), que recebiam formação gratuita e salário para trabalhar com cuidados
directos ao paciente.

O surgimento da primeira escola destinada a formara profissionais da área de


Enfermagem foi uma contribuição necessária para modificar a imagem, até
então negativa, de quem trabalhava na área.

O avanço da medicina vem favorecer a organização dos hospitais. É na


reorganização da instituição hospitalar e no posicionamento do médico como
principal responsável por essa reordenação, que vamos encontrar as raízes do
processo de disciplina e seus reflexos na Enfermagem, ao ressurgir da fase
sombria em que esteve submetida até estão.

Naquela época, estiveram sob piores condições, devido a predominância de


doenças infecto-contagiosas e à falta de pessoas preparadas para cuidar dos
doenças. Os ricos continuavam a ser tratados em suas próprias casas,
enquanto os pobres, além de não terem essa alternativa, tornavam-se objecto
de instrução e experiências (cobais) que resultaria em maior conhecimento
sobre as doenças em benefícios da classe abastada.

Período Florence Nightingale

Nascida a 12 de Maio de 1820, em Florença – Itália, era filha de ingleses.


Possua inteligência incomum, tenacidade de propósitos, determinação e
perseverança – o que lhe permitia dialogar com políticos e oficiais do Exército,
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fazendo prevalecr suas ideias. Dominava com facilidade o inglês, o francês, o
alemão, o italiano, além do grego e latim.

No desejo de realizar-se com Enfermeira, passa o inverno de 1844 em Roma,


estudando a actividade das Irmãs Católicas. Em 1849, faz uma viagem ao
Egipto e decide-se a servir a Deus, trabalhando em Kaiserswert, Alemanha,
entre as diaconisas.

Decidida a seguir sua vocação, procura completar seus conhecimentos que


julga ainda insuficientes. Visita o Hospital de Dublin dirigido pelas irmãs de
Misericórdia, Ordem Católica de Enfermeiras, fundada 20 anos antes. Conhece
as irmãs de Caridade de S. Vicente de Paulo, na Maison de la Providence em
Paris. Aos poucos vai se preparando para a sua grande missão.

Em 1854, a Inglaterra, a França e a Turquia, declaram guerra à Rússia: é a


guerra da Crimeia.

Os soldados acham-se no maior abandono, a mortalidade entre os


hospitalizados é de 40%. Florence partiu para Scutari com 38 voluntárias entre
religiosas e leigas incapacidade de adaptação e principalmente por indisciplina.
A mortalidade descreve de 40% para 2%. Os soldados fazem dela o seu anjo
de guarda e ela será imortalizada como a “Dama Lâmpada” porque, de lanterna
na mão, percorre as enfermarias, atendendo os doentes. Durante a guerra
contrai tifo e ao retornar da Crimeia, em 1856, leva uma vida de inválida.

Dedica-se, porém, com ardor, a trabalhos intelectuais. Pelos trabalhos na


Crimeia, recebe um prémio do governo Inglês e, graças a esse prémio,
consegue iniciar o que para ela é a única maneira de mudar os destinos da
Enfermagem – uma Escola de Enfermagem em 1959.

Após a guerra, Florence fundou a Escola de Enfermagem no Hospital Saint


Thomas, que passou a servir de modelo para as demais escolas que foram
fundados posteriormente. A disciplina rigorosa, do tipo militar, era uma das
características da escola nightingaliana, bem como a existência de qualidades
morais das candidatas. O curso, de uma no de duração, consistia em aulas
diárias ministras por médicos.

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Nas primeiras escolas de Enfermagem, o médico foi de facto a única pessoa
qualificada para ensinar. A ele cabia então decidir quais das suas funções
poderia colocar florescente o ensino de Enfermagem. Assim, a Enfermage m
surge não mais como actividade empírica desvinculada do saber especializado,
mas como uma ocupação assalariada que vem atender à necessidade de mão-
de-obra nos hospitais, constituindo-se como uma prática social
institucionalizada e especifica.

Breve estratos da história da enfermagem em Angola

A vida é o maior de todos os valores humanos, pois os outros dependem dela


ou têm o objectivo de a tornar mais fácil e mais agradável. Poderá dizer-se que
tudo quanto fazemos e dizemos, tudo quanto pensamos e empreendemos se
relaciona com o aproveitamento da existência e com a sua maior
aprazibilidade. No entanto, ao lado da vida e em conjunção com ela está
saúde, da qual depende muito a satisfação de viver. Não será difícil encontra
pessoas que têm a saúde ainda em maior apreço do que a vida, apresar de lhe
ser inferior na escala de valores, pois há doentes de muito merecimento que
deixaram de ter quando a vida se extinguir.

Em 11 de Outubro de 1944, foi determinado que os alunos que recebessem


subsídios pecuniários para frequentarem as Escolas de Enfermagem deveriam
ficar a servir o estado, em Angola, exercendo a profissão de Enfermeiros ou
Auxiliares de Enfermagem, durante um período não inferior a cinco anos, após
terem prestado provas no exame final, com aprovação e obtido o respectivo
diploma. Essa obrigação seria considerado no seu aspecto positivo sempre que
as autoridades angolanas reconhecessem necessários e convenientes os seus
serviços. No caso de recusa, seriam compelidos a indemnizar o Estado,
repondo nos cofres da fazenda Pública o montante dos subsídios recebidos,
acrescidos de juros, no caso de a cobrança ser feita por recurso às execuções
fiscais. Este princípio, a apresentação de trabalho remunerado ao Estado aos a
conclusão dos cursos manteve-se até ao final do período em que a
administração esteve sob o domínio português.

Em 11 de Julho de 1949, foram criados cursos de Enfermeiras – parteiras


indígenas, em Luanda (funcionando na Escola Central de Enfermagem), e
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ainda em Benguela, Silva Porto, Sá da Bandeira e Malanje (funcionando na
respectiva Escola Provincial de Enfermagem). Tinha-se em vista difundir
noções racionais de assistência sanitária, defendendo a saúde da mulher
grávida e parturiente, e procurando favorecer o crescimento demográfico, como
consequências lógica da diminuição da mortalidade o infantil. As alunos que
houvessem de frequentar estes cursos deveriam ter idade compreendida entre
os dezasseis e os vinte e cinco. A sua duração seria de dois anos lectivos.

No dia 11 de Janeiro de 1950, era criada Nova Lisboa a Escola de Enfermeiras


– parteiras, apenas para mulheres indígenas. A fundação do estabelecimento
foi subscrita pelo governador – geral José Agapito da Silva Carvalho.

Segundo indicações recolhidas, deveria ter sido levado a tomar tal medida por
proposta dos Serviços de Saúde e Assistência. Previa-se que ficasse a
funcionar na Maternidade da Missão de São Salvador, no Huambo.

Não se deve deixar de mencionar aqui que os alunos da Escola do Magistério


Rudimentar Teófilo Duarte, do Cuíma, segundo o que fora disposto em 6 de
Fevereiro de 1950, dariam colaboração como ajudantes de Enfermagem no
hospital da sede da escola; adquiriram desta forma valiosa prática, que muito
poderia servir-lhes quando fosse colocados como agentes do ensino em
lugares remotos e carecidos de recursos. Nos respectivos programas, os
pontos relativos à enfermagem estavam ampla e vastamente explanados,
dando-lhes desenvolvimento que para os estudiosos não deixa de ser
eloquente, pois é o espelho das intenções dos legisladores.

Um regulamento legal com a data de 7 de Janeiro de 1959 aprovou o


Regulamento das Escolas Técnicas dos Serviços de Saúde. Pretendia-se dar
execução ao disposto no decreto de 21 de Fevereiro de 1945 e determinar
nova forma de orientação do ensino, introduzindo importantes alterações ao
Regulamento das Escolas de Enfermagem, de 29 de Janeiro de 1941. Era
criada um Escola Técnica dos Serviços de Saúde, para funcionar junto de cada
um dos hospitais de Luanda, Nova Lisboa, Carmona, Malanje, Benguela, Silva
Porto e Sá da Bandeira.

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Na capital de Angola, seria estabelecida a Escola Técnica Central, onde se
ministrariam os cursos: - Elementar de Enfermagem; normal de Enfermagem;
complementar de Enfermagem; Enfermeiras – parteiras; ajudantes de farmácia;
preparadores de laboratório e análises; microscopistas e agentes de
fiscalização sanitária.

Nas escolas técnicas regionais poderia fazer-se o estudo do curso geral de


Enfermagem, curso de Enfermagem – parteiras e curso de agentes de
fiscalização sanitária.

Os respectivos programas foram aprovados no dia 21 de Janeiro de 1959,


portanto poucos dias depois da aprovação do regulamento em referência.

No dia 12 de Agosto de 1960, foi criado na Escola Técnica Regional da Huíla,


que funcionava em Sá da Bandeira, ao abrigo do Regulamento das Escolas
Técnicas dos Serviços de Saúde, um curso normal de Enfermagem, à
semelhança do que se fazia em Luanda, na Escola Técnica Central. O número
alunos a admitir seria limitado ao que as verbas disponíveis pudessem
comportar, tendo em conta o pagamento de subsídios de estudo aos alunos.
Reconhecia-se que a capital da Huíla era a cidade de Angola, depois de
Luanda, que reunia melhores condições para o seu funcionamento, por
diversos motivos não explicados. As verbas orçamentadas, (da Escola Técnica
Regional de Sá da Bandeira e que podia ser transferida da Escola Central de
Luanda), permitiam abrir este curso e mantê-lo em actividade. Além disso,
reconhecia-se a grande necessidade de dotar Angola com pessoal de
Enfermagem devidamente preparado, fazendo frente às numerosas e instantes
solicitações que de todos os lado eram dirigidas às autoridades responsáveis.

Não deixava de sentirem em Angola, sobretudo nas zonas mais afastadas dos
centros urbanos, a influência das missões católicos ou de outras confissões
religiosas. Aceitava-se ainda que a sua acção devia ser mais eficiente
aproveitada, no sentido de levar até junto das populações ao auxílios materiais,
humanos e científicos de que careciam por vezes sem sentirem essa
necessidade.

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Tendo isso em consideração e, pretendendo dar cumprimento ao que dispunha
a portaria ministerial de 13 de Setembro de 1948, determinou-se que
funcionasse um curso elementar de enfermagem, destinado à preparação de
catequistas das missões católicas, nas sedes das províncias da Huíla, Bié e
Malanje, e nas capitais dos distritos de Cabinda, Huambo, Moxico e Lunda, e
ainda outros na Damba, no Libolo e em Luanda (este, na zona dos
musseques). O curso teria a duração de seis meses, começando em 1 de Maio
e terminado em 31 de Outubro. Cada núcleo teria o número máximo de 15
alunos, recebendo cada um deles o subsídio mensal de trezentos escudos.

Esta determinação tem a data de 13 de Abril de 1949, no entanto, em 11 de


Julho seguinte voltava a tratar-se em diploma oficial, o mesmo assunto e
praticamente nos mesmos termos. Referiam-se todos os cursos acima
indicados e mais os que funcionariam no Bailundo e no Baixo Cunene onde os
alunos receberiam preparação teórica e prática porém, não se tem
conhecimento do funcionamento destes cursos, do resultado obtido nem de
terem sido reabertos nos anos seguintes. No entanto, a ideia não morreu pois,
em 21 de Dezembro de 1955 voltou a agir-se o memo assunto, tendo nesta
data sido autorizado o funcionamento de um curso de catequistas -
enfermeiras, na missão de Chiulo, no Baixo Cunene destinando-se este curso
simplesmente a preparar oito raparigas sendo pela médica da missão (uma
irmã religiosa) coadjuvada pelas outras freiras que ali exerciam as funções de
farmacêuticos e de enfermeiras.

Com data de 18 de Dezembro de 1957, foram restabelecidos os cursos de


enfermeiras - catequistas criados em 13 de Abril de 1949, para funcionarem no
decorrer do ano de 1958, em Luanda (Missão de São Paulo), Carmona;
Henrique de Carvalho, Luso e Sá da Bandeira.

Em 19 de Outubro de 1960, foi autorizado o funcionamento, durante o ano civil


de 1961, de um curso de catequistas do sexo feminino na missão católica da
Damba, nos mesmos moldes em que funcionou o de Chiulo, preparando-as
para prestarem socorros de enfermagem elementar: os serviços de assistência
de que a missão dispunha ofereciam garantia de eficiência no ensino, podendo
contar-se ainda com a colaboração do delegado de saúde, de uma enfermeira-

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parteira e de uma religiosa enfermeira para ministrarem as lições do curso e a
matéria do programa estabelecido. Além destes elementos contava-se ainda
com a prestimosa cooperação de mais três religiosas missionárias que ali
desempenhavam o seu múnus.

Os princípios que devem orientar a chamada educação permanente têm, entre


outras coisas, o objectivo fundamental de aproveitar, valorizar e reconhecer os
conhecimentos que o individuo vai adquirindo, pelo estudo atento e prolongado,
pela dedicação à actividade exercida, pela prática adquirida no desempenho
continuado do seu mister.

O reconhecimento do seu valor e da sua influência não é novo; contudo, não


houve durante muitos anos a coragem de enfrentar o problema e de lhe
procurar solução. Os governantes, nos últimos tempos, em face da carência de
pessoal habilitado, foram forçados a encarar o assunto, dando-lhe o tratamento
mais desencontrado… em Angola, e no campo especifico da enfermagem,
toaram-se as decisões que se enumeram mais adiante e, sem tendência de
apoiá-las nem condena-las, apenas refeí-las:

Em 17 de Novembro de 1948 , uma provincial que se baseava no que tinha


sido já determinado pelo diploma legislativo de 27 de Outubro de 1943 abri
excepcionalmente a possibilidade de fazem exame , se estivessem
interessados em requerê-los dentes , as parteiras e os enfermeiros de4 ambos
os sexos que tivessem prática profissional superior a quatro anos , confirmados
por um facultativos médicos , se exercida sob a orientação e responsabilidade
de um clínico .Concedia – se – lhes a oportunidade de salvamento direitos
adquiridos , legalizando situação de facto. Reconhecia – se , tacitamente , que
podem adquiri – se valiosos e sólidos conhecimentos fora das aulas no
ambiente de trabalho e no exercito de uma profissão . Havia em Angola ,
reconheciam – no as autoridades , bastante indivíduos dos dois sexos com
prática adquirida junto de médicos, como seus colaboradores e auxiliares em
consultórios e clínicas , que podem requerer o exame e prestar provar de
capacidades em enfermagem e actividades afins. Além de ser reconhecer o
princípio de que existe, na prática, a educação permanente, requerendo
importar papel na vida social, teve – se em vista defender as populações de

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aplicação de medicina gentílica, manifestada sob a forma de vulgar e perigo
curanderismo. Tendo decorrido já mais de uma década, em 21 de Outubro de
1959 foi estabelecendo que, durante um período de três anos, a contar daquela
data, todos os indivíduos com pelo menos cinco anos, de prática de
enfermagem, devidamente atestada pelos médicos com quem tiveram
trabalhando pudessem requerer exame correspondentes aos cursos de
enfermagem professados na escolas técnicas dos serviços de saúde. Atendia –
se ao facto de as antigas escolas de enfermagem terem fechados dois anos
antes e as que então em funcionamento só darem pessoal habilitado dai a
outros dois anos.

Não deixando de referir que não foi possível saber quando fecham e quais as
razões que levaram ao encerramento. Compreende – se isso, pois em regra
eram emitidos documentos de criação e abertura que nem sempre havia para a
sua extinção, pois bastava um despacho ou até (na maior parte dos casos) a
singela suspensão do seu funcionamento.

Em 23 de Março de 1963, e excepcionalmente naquele anos, foram


autorizados os indivíduos que tinhas prestado provas ‘’ sem aprovação ‘’ , ao
abrigo do diploma legislativo de 21 de Outubro de 1959 , a requerer outras vez
dos cursos de enfermagem . Afirmava - se que as escola técnicas dos serviços
de saúde não recebia matriculas há dois anos, tendo em vista a sua
remodelação e aperfeiçoamento. Dava – se pois, a todos quantos estavam nas
condições previstas pelos textos legais anterior a oportunidade de regularizar a
sua situação e garantirem o reconhecimento oficial da sua competência.

RESUMO:

No tempo colonial, em Angola apenas existiam 7 Escolas de enfermagem das


quais 4 eram do estado e sedeadas em Benguela, Luanda, Huambo e Huíla.
Duas particulares reconhecidas em pelo estado: a da missão do Chiulo e
Caluquembe; uma particular na missão do Dondi e que não estava
reconhecidas e por isso só formava técnicas para o próprio hospital.

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I.2 TÉCNICAS DE ENFERMAGEM

OBJECTIVOS

"Esta disciplina pretende ser um contributo para profissionais de enfermagem e


alunos em processos de cuidar, tendo por base os princípios científicos, não
esquecendo os constrangimentos que decorrem do estado da arte em contexto
real nas unidades de saúde, pelo que se delinearam os seguintes objectivos:

- Estabelecer linhas orientadoras para a prestação de cuidados de enfermagem

- Normalizar procedimentos que garantam as boas práticas

- Orientar a execução de procedimentos por princípios científicos e de


optimização de recursos

- Desenvolver a arte de saber fazer, considerando o conforto do cliente e a


estética dos atos"

Conceito de técnica de enfermagem

A palavra técnica vem do grego téchne, que se traduz por “arte” ou “ciência”.
Uma técnica é um procedimento que tem como objetivo a obtenção de um
determinado resultado, seja na ciência, na tecnologia, na arte ou em qualquer
outra área. Por outras palavras, uma técnica é um conjunto de regras, normas
ou protocolos que se utiliza como meio para chegar a uma certa meta.
A tecnica de enfermagem, em uma perspectiva recente, tem sido alvo de várias
tentativas de definição, com os objetivos de poder articular, de forma clara, os
papéis e funções do profissional de enfermagem. Apesar da evolução das é o
Técnica de enfermagem e´o conjunto de procedimento para obtenção de um
determinado resultado, seja na ciência, na tecnologia, e na arte do cuidar com
o objectivo de ajudar o indivíduo, saudável ou doente, na execução das
atividades que contribuem para conservar a sua saúde ou a sua recuperação,
de tal maneira, devendo desempenhar esta função no sentido de tornar o
indivíduo o mais independente possível, ou seja, a alcançar a sua anterior
independência".
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Processo do cuidado e do cuidar

Cuidado é a ação de cuidar (preservar, guardar, conservar, apoiar, tomar


conta). O cuidado implica ajudar os outros, tentar promover o seu bem-estar e
evitar que sofram de algum mal. Também é possível cuidar de objetos (como
uma casa) para impedir que ocorram danos.
Exemplos: “Esta noite, não posso sair: fiquei de cuidar do meu mano”, “Cuidar
dos doentes é uma das actividades mais nobres que possa realizar uma
pessoa”, “Acho que ainda não estou preparado para ter crianças sob o meu
cuidado”
IMPORTÂNCIA DAS TÉCNICAS PARA O CUIDADO DE ENFEMAGEM

A) Manter a individualidade do doente


Significa que cada doente é uma pessoa, que deve ser tratada como um ser
humano dotado de corpo e alma. O enfermeiro deve considerar cada doente
desse modo e, não como objecto de uma técnica, de um tratamento ou
disciplina hospitalar. O doente é um indivíduo que perdeu qualquer coisa que
dá confiança em si próprio e se traduz por ser enfraquecido, quase sempre
desorientado na sua actividade, perturbado na sua existência.

Por via de regra, a doença surge quando menos se espera e o indivíduo não
está preparado para receber; um sentimento de temor e insegurança apoderar-
se então desse indivíduo que bvruscamente se torna um doente.

B) Respeito pela liberdade do doente


O enfermeiro deve saber que o doente com adulto responsável é livre, e de
livre vontade acorreu ao hospital; por isso é livre de receber ou recusar o
tratamento prescrito, ainda é livre de sair do hospital.
Respeito pelo doente sem distinção e de nacionalidade, cor, credo religioso ou
político, posição económica e social.
Todos doentes devem ser tratados com a mesma consideração e deferência
(atenção, respeito e consideração), respeitando ideias particulares de cada
doente. Atendendo a este conjunto de circunstância e a sentimentos de cada

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doente, deve o Técnico de Enfermagem ajudar o doente a encara o seu estado
com coragem e esperança; dar – lhe confiança para dela obter docilidade e
cooperação necessárias pois é pessoal de enfermagem que deve criar
optimismo quando à saúde do donte.
C) Manter as funções fisiológicas do doente
O ser humano é uma unidade com funções fisiológicas próprias que têm de ser
mantidas no homem com saúde e, muito mais no doente, os cuidados de
Enfermagem de base são os que devem manter essas funções
correspondentes às necessidades quotidianas só homem. Essas funções são
as seguintes:
1- Respiração;
2- Circulação;
3- Eliminação (rins, intestinos, pele);
4- Alimentação
5- Movimento
6- Repouso
D) Proteger o doente contra acidentes
Inúmeras são as possibilidades de surgirem acidentes e que muitas vezes são
devidas a negligência do doente ou dos que o rodeiam. Os mais frequentes são
quedas da cama para o chão, queimaduras, intoxicações, erros terapêuticos
dando transtornos orgânicos.

1. Procedimentos básicos de enfermagem

Os procedimentos básicos correspondem ás técnicas/procedimentos


que a equipe de enfermagem executa na prestação de cuidados ao cliente,
utilizando um método ou roteiro que pode ser adaptado á realidade e ao
cliente/paciente, desde que não interfira em seus princípios básicos.

A finalidade é conduzir e guiar as acções dos profissionais de


enfermagem.

1.1 Objectivo dos Procedimentos básicos

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 Contribuir com conhecimento e aprendizado por meio de um roteiro de
procedimentos das acções de enfermagem para o discente, docentes e
profissionais de enfermagem;
 Melhorar a qualidade do ensino e assistência em todos os níveis, que visa á
segurança, conforto e economia;
 Contribuir no controle de infecções e complicações para o cliente e
profissionais;
 Prevenir e tratar doenças;

1.2 Princípios básicos:

Para realizar os procedimentos básicos na assistência de


enfermagem, é necessário seguir um roteiro (método de trabalho) para
conduzir os profissionais de forma segura, evitar falhas, esquecimentos ou
outros danos ao cliente.

É necessário reduzir custos, poupar tempo, simplificar as acções


de enfermagem, executar as técnicas com método e organização, planejar o
trabalho, evitar movimentos desnecessários, utilizar materiais adequados e
quantidade adequada, manter sempre em ordem no local correcto.

1.3 Etapas de planejamento para a prestação do cuidado.

a) Fazer a leitura da prescrição médica e de enfermagem;


b) Providenciar e checar o material necessário;
c) Comunicar o cliente todo procedimento que será realizado;
d) Ter postura ética durante toda a assistência;
e) Preparar o ambiente, com iluminação e ventilação adequada;
f) Manter a privacidade do cliente;
g) Lavar as mãos antes e após realizar qualquer procedimento;
h) Executar a técnica, correctamente, agir com rapidez e segurança, observar o
cliente e interagir, verificar as possíveis complicações do cliente;
i) Realizar o procedimento com atenção e evitar acidentes;
j) Seguir as precauções padrão, conforme recomendação da CCIH(Controle de
Infecção Hospitalar);
k) Manter o cliente confortável;
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l) Ao término do procedimento, realizar a anotação imediatamente, registrando o
horário, o procedimento e observações importantes.
m) Comunicar ao enfermeiro responsável e médico qualquer intercorrência;
n) Sempre que necessário, pedir auxílio à outros profissionais de enfermagem
para evitar sobrecarga;

Obs: Lembrar que o acompanhante também deverá ser orientado e necessita


de orientação.

1.4 Princípios gerais para execução dos procedimentos.

Quanto à segurança:

a. Evitar a contaminação, seguir as recomendações da CCIH;


b. Armazenar o material contaminado em local próprio, seguro;
c. Evitar ‘’correntes’’ de ar e exposições desnecessárias.
d. Manter o cliente “aquecido”.
e. Estar atento quanto à necessidade de restrição do cliente ao leito ou à
elevação de grades (para cliente acima de 60 anos e crianças) e clientes com
distúrbios neurológicos;
f. Orientar o cliente sobre a rotina da instituição;

Quanto ao conforto:

a. Ser atencioso, educado e prestativo;


b. Falar em tom de voz moderado;
c. Evitar os ruídos desnecessários;
d. Manter o ambiente tranquilo e agradável;
e. Considerar as solicitações do cliente;
f. Orientar sempre que necessário.

Quanto á economia de tempo, esforço e material:

a. Evitar o desperdício de movimento (mecânica corporal);


b. Planejar o trabalho, de modo a evitar idas e viltas desnecessárias;
c. Conservar a unidade e os materiais limpos e organizados;
d. Planejar as actividades, logo no inicio do plantão;
e. Manter o sector organizado;
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f. Planejar o tempo;
g. Prever os materiais necessários para o cuidado de enfermagem;
h. Utilizar os materiais em quantidade suficiente.

POSTURA DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM

Para actuar e executar os diversos procedimentos e cuidados ao paciente,


cabe ao profissional não só obter conhecimento teórico – prático na área
escolhida, como também desenvolver e manter o perfil, a postura e a aparência
adequados à profissão escolhida.

Assim, e para tanto, é necessário seguir algumas orientações essenciais para a


prática da Enfermagem:

 Manter os cabelos presos (longos) ou curtos e sempre limpos.


 Usar uniforme limpo, evitando o uso fora do ambiente hospitalar.
 Manter rigorosa higiene pessoal.
 Usar calçados limpos, fechados (evitando exposição do dorso do pé),
impermeáveis e confortáveis.
 Não utilizar sapatos com salto alto acima dos 3 cm (aconselha-se também que
tenha sola emborrachada, para evita deslizamento em pisos escorregadios,
húmidos e molhados).
 Manter unhas limpas e aparadas.
 Não esmaltar as unhas com cores fortes e extravagantes.
 Evitar lavar as mãos ao rosto e cabelos durante a execução do procedimento.
 Evitar o uso de anéis e pulseiras, pois podem constituir fonte de infecção e
causar traumas.
 Usar comunicação clara e eficaz com tom de voz suave.
 Não fazer comentários sobre o paciente deve restringir-se apenas à esfera
profissional. Respeitar, mostrar postura adequada e acima de tudo educação
durante o procedimento para dessa forma , evitar constrangimentos ao
paciente.
 Utilizar maquilhagem discreta; não utilizar tonalidades fortes.
 Se fizer uso de brincos, que sejam pequenos para evitar acidentes.
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 Não utilizar roupas transparentes, decotadas e curtas no ambiente de trabalho.
 Não fumar após a colocação do uniforme.
 Não expor áreas corpóreas com tatuagem e piercing .
 Manter – se imunizado mantendo o calendário vacinal actualizado.

ALGUMAS QUALIDADES DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM

Educação Confiança
Segurança Controlo
Emocional

Auto consciência Técnico de Enfermagem Empatia Dinamism


o
Alegria

Cooperação e Respeito
Iniciativa Honestidade
Trabalho em
Equipe

Comunicação Verbal e
não verbal

ATENDIMENTO AO PACIENTE COM


QUALIDADE

COMPETÊNCIA DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM

As competência do técnico de enfermagem devem centrar – se no


desenvolvimento de habilidades tais como:

 Identificar e realizar a prática profissional em diferentes áreas e contextos;


 Reconhecer as necessidades individuais e colectivas de saúde e de vida da
comunidade;

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 Intervir e responsabilizar-se pela qualidade pela qualidade da assistência e
cuidado de enfermagem ao ser humano, a família e a comunidade;
 Prestar cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica;
 Gerências o processo de trabalho em enfermagem em todas as categorias da
profissão.
 Actuar junto ao ser humano considerando sua dimensão holística, integrando
as acções de enfermagem às acções multi – profissionais;
 Planejar, implementar e avaliar, de maneira contínua, programas de educação
e promoção à saúde e de vida ao ser humano, a família e a comunidade;
 Estimular e desenvolver investigação e produção de conhecimento para
qualificação da prática profissional;
 Interferir na dinâmica do processo de trabalho institucional, como agente,
através da consciência analítica – reflexiva – crítica;
 Avaliar e promover todas as acções de enfermagem.

I.3 NÍVEIS DE SAÚDE

O sistema de saúde é fragmentado e organizado por níveis de atenção. E é


exactamente essa descentralização a responsável por promover um melhor
atendimento à população, uma vez que cada um desses níveis corresponde a
determinado conjunto de serviços assistenciais disponibilizados aos usuários
(sendo alguns de maior complexidade e outros mais básicos). Tais categorias,
determinadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), buscam promover,
restaurar e manter a saúde dos indivíduos. Por isso, deveriam representar uma
resposta às necessidades e às demandas das comunidades, certo? Pois é o
que vamos ver agora mesmo. Entenda melhor quais são e como são
caracterizados os 3 níveis de atenção à saúde:

Primário

Nesse nível de atenção estão as Unidades Básicas de Saúde (UBSs),


conhecidas popularmente como postos de saúde. Elas desempenham o papel
de promover políticas direcionadas tanto à prevenção de doenças como à
preservação do bem-estar nas comunidades. Vale ressaltar que essas ações

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são organizadas pela esfera municipal. No nível primário de atenção, os
profissionais de saúde se articulam para actuar não apenas nas Unidades
Básicas, mas também em diversos espaços da comunidade (como centros
comunitários e escolas), além de fazerem visitas domiciliares às famílias.

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Secundário

No nível secundário de atenção à saúde estão as Unidades de Pronto


Atendimento (UPAs), os hospitais e outras unidades de atendimento
especializado ou de média complexidade. Nesses estabelecimentos podem ser
realizados procedimentos de intervenção, tratamento de situações crónicas e
de doenças agudas. Em termos de disponibilidade tecnológica, os
equipamentos presentes no nível secundário são mais sofisticados que os do
nível primário. Assim, os mesmos aparelhos de ultrassonografia e de raio-X,
por exemplo, provavelmente serão de uma geração mais nova e avançada.

Terciário

No nível terciário de atenção à saúde estão os hospitais de grande porte (alta


complexidade), subsidiados pela esfera privada ou pelo estado. Nessas
instituições podem ser realizadas manobras mais invasivas, caso haja
necessidade, intervindo em situações nas quais a vida do usuário do serviço
está em risco. No aparelhamento dos estabelecimentos do nível terciário estão
presente máquinas de tecnologia avançada (como equipamentos para
ressonância magnética, tomógrafos e hemodinâmicas, por exemplo).O
objectivo nesse nível de atenção à saúde é garantir que procedimentos para a
manutenção dos sinais vitais possam ser realizados, dando suporte mínimo
para a preservação da vida sempre que preciso. Nessa etapa actuam médicos
especialistas em áreas que exigem uma formação mais extensiva, como a
Neurocirurgia e a Nefrologia Pediátrica. A expectativa é que no nível terciário
existam suportes tecnológico e profissional capazes de atender a situações que
no nível secundário não puderam ser tratadas por serem casos mais raros ou
complexos demais. É importante ressaltar que o sucesso do funcionamento de
um sistema de saúde fragmentado por níveis de atenção depende
essencialmente de uma boa gestão.

Estrutura hospitalar

Segundo a OMS (organização mundial de saúde), o “hospital é o elemento de


uma organização de carácter médico e social cuja a função consiste em
assegurar assistência médica completa, curativa e preventiva a população.

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“O hospital é uma organização complexa e além das funções de acolhimento
de pacientes para prestação de cuidados, referência durante todo período de
internamento do paciente, é um local de trabalho profissionalizado integrado
com as demais áreas hospitalar sendo ponto central para o direcionamento de
todas as actividades realizadas na instituição para o atendimento ao paciente
nas 24 horas do dia.

A equipe de enfermagem é composta pelo técnico auxiliar de enfermagem,


técnico médio de enfermagem e o enfermeiro.

O hospital possui diversas funções:

 Prevenir a doença por meio de medidas de educação e saúde a população,


principalmente nos ambulatórios, onde os pacientes retornam após a alta para
controlo prevenção de doenças e suas complicações.
 Restaurar a saúde por meio de medidas curativas, porque em muitos países
continua sendo a função principal.
 Proporcionar meios para formação reciclagem de médicos, enfermeiro e
demais profissionais de saúde.
 Promover a pesquisa servindo de campo para pesquisa cientifica relacionada a
saúde com objectivo de modificar a doença e obter melhores tratamentos.
 Reabilitação: contribui na reabilitação, visando proporcionar condições de
retornar aos seus meios a suas actividades.

Classificação dos hospitais

Do ponto de vista clínico o hospital pode ser:

 a) Geral: responsável por atender pacientes portadores de doenças das várias


especialidades médicas. E subdivididas em determinadas unidades como:

- Unidade de clínica medica recebe pacientes com patologias de tratamento


clínico.

- Unidade de clínica cirúrgica recebe paciente com patologias de tratamento


cirúrgico.

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- Unidade de ginecologia e obstetrícia recebe paciente em patologias de
tratamentos ginecológicas e obstétricas.

- Unidade de ortopedia e traumatologia recebe paciente com patologias de


tratamentos ortopédicos e trauma.

- Unidade de cardiologia recebe pacientes com patologias cardíacas para o


tratamento clínicos ou cirúrgico.

- Unidade de pneumologia recebe pacientes com patologias pulmonares para o


tratamento clínico ou cirúrgico.

- Unidade de pediatria recebe paciente/clientes/crianças com patologias que


acometem a infância.

- Unidade de neonatologia recebe pacientes/clientes/recém nascidos com


patologia diversas que podem acometer o RN.

- Unidade de neuroclínica e neurocirurgia recebe pacientes/clientes com


patologia neurológicas.

- Unidade de pronto socorro recebe pacientes/clientes com patologias de


emergências (definidas como a constatação médica de condições de agravo a
saúde que impliquem riscos eminentes de morte ou sofrimento intenso
exigindo, portanto, tratamento medico imediato). E de urgência (definida como
a ocorrência imprevista de agravo a saúde com ou sem risco potencial de
morte, cujo portador necessita de assistência médica imediata).

- Unidade de terapia intensiva recebe pacientes/pclientes com patologias


graves que necessitam de cuidado intensivo por 24 horas.

- Unidade de centro cirúrgico recebe pacientes/clientes já internados para o


procedimento cirúrgico não é considerado unidade de internação e sim unidade
para procedimento cirúrgico.

- Unidade de centro obstétrico recebe pacientes/clientes para procedimentos


de parto, não sendo considerado.

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- Unidade de centro de material ou centro de material esterilizado , designado
para o preparo e acondicionamento de material estéril, não considerada
unidade de internação.

- Unidade de recuperação anestésica, designada para receber


pacientes/clientes em situação de POI (Pós operatório imediato), para a se
recuperar dos efeitos anestésicos, não sendo considerada unidade de
internarão.

 b) Especializado: limita-se a atender pacientes que necessitam da assistência


de determinada especialidade médica. Exemplo: Centro Nacional de Oncologia
(que trata de câncer em Angola), hospitais Sanatórios anti-tuberculoses, etc.

Quanto ao tipo de entidade sustentadora, podem ser:

a) Hospital público: são sustentados por recursos provenientes da arrecadação


dos impostos e patrocinados pelos governos provinciais ou municipais.
b) Hospital privado: são os que operam com a finalidade de obter lucros, sendo
financiados por médicos ou outros indivíduos que desejam as vantagens de
meios de dependência.
c) Hospital - escola ou Universitários: são mantidos por uma Universidade à qual
estejam vinculados. Exemplo: Hospital Américo Boa Vida (Luanda) Hospital
Sanatório (Huambo).
d) Hospital Filantrópico: aqueles que não visam lucros não distribuem dividendos
e aplicam os resultados financeiros nos fins da instituição.
e) Hospital de ensino: que recebe estudantes, é reconhecido como campo de
estagiários para diversas áreas de saúde.

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UNIDADE II: LIMPEZA E DESINFECÇÃO

II.1 Higienização das mãos

Segundo as directrizes para a promoção da segurança do paciente na prática


assistencial de enfermagem, a higiene das mãos é um dos dez (10) passos que
deve ser executado, possibilitando a realização do “Cuidado limpo e cuidado
seguro". Assim discorreremos sob a técnica da higiene das mãos preconizada
pela agência de vigilância sanitária (ANVISA).

Conceito:

A directriz define que higienizar as mãos é remover sujidade, suor, oleosidade,


pelos, e células descamativas da microbiota da pele com a finalidade de
prevenir e reduzir as infecções relacionadas à assistência à saúde.

Obs: A boa técnica asséptica implica limitar, na medida do possível, a


transferência de microorganismos de uma pessoa para a outra. Ao lavar as
mãos, depois do contacto com um paciente, o Enfermeiro põe obstáculos à
disseminação de infecções, em especial de um paciente a outro. Portanto, a
lavagem das mãos é tida como a medida mais importante para acautelar a
disseminação de infecções.

Quando deve ser feita a higienização das mãos?

1. Ao retirar as luvas;
2. Antes e depois da preparação da medicação;
3. Antes e depois do contacto com os pacientes;
4. Após o contacto com fluidos orgânicos (sangue, fezes, urina, vómitos, pus).

Precauções da Higiene das mãos:

1. As mãos devem ser higienizadas com o uso de anticépticos;


2. Evitar o uso de anéis, pulseiras e relógios antes de realizar a higienização;
3. Manter as unhas curtas.
4. Arregaçar as mangas antes da higienização;

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Classificação da lavagem das mãos:

1. Lavagem de mãos social: é a limpeza mecânica das mãos com água e


sabão feita com a finalidade de eliminar todo tipo de sujeira visível;
emprega-se sempre que se apercebe da sujidade das mãos, antes e
depois do contacto com o paciente em procederes não invasivos e sem
risco.
Obectivo: a lavagem de mãos social tem como objectivo principal, arrastar a
sujeira.

Precauções da lavagem de mãos social:


a. Evitar a acumulação de sujeiras e microorganismos;
b. Manter as unhas curtas;
c. Retirar objectos como relógio, pulseiras e anéis;
d. Evitar o desperdício de água e fechar a torneira depois do procedimento;
e. Evitar a acumulação de sujeiras e microorganismos;

Material necessário:

a. Água corrente ou em um recipiente;


b. Sabão convencional;
c. Guardanapos, toalha ou papel para secar as mãos;
d. Recipiente para colocar materiais descartáveis;

Técnica da lavagem de mão social:

1. Preparar o material e retirar os objectos que possam atrapalhar a técnica;


2. Abrir a torneira e pegar o sabão;
3. Ensaboar as mãos e punhos fazendo bastante espuma e, em seguida,
enxaguar o sabão;
4. Friccionar as mãos por 30 segundos em cada região, especialmente nos
espaços interdigitais.
5. Enxaguar as mãos com água corrente.
6. Secar a mão com papel toalha.
7. Fechar a torneira com o próprio papel toalha.

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2. Lavagem Médica das mãos: é a limpeza mecânica das mãos com
água e sabão convencional, onde aos mãos são esfregadas
energicamente e enxaguadas durante 1 minuto e, depois de secagem
deve-se utilizar solução anti-séptica.

Obs: Este tipo de lavagem se utiliza antes de manobras semicríticas.

Objectivos da lavagem de mãos médica:


a. Arrastar sujeiras;
b. Evitar infecções cruzadas;
c. Garantir proteção ao pessoal de saúde;
Material necessário:
a. Água corrente ou recipiente com água suficiente;
b. Sabão convencional ou bactericida;
c. Toalha, guardanapos ou papeis estéreis;
d. Solução antí-séptica e recipiente para o depósito de materiais descartáveis;

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Demonstração da higienização das mãos:

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3. Lavagem cirúrgica das mãos: é a limpeza mecânica das mãos com
água, sabão e escova; utiliza-se solução anti-septica depois da secagem
das mãos. Utiliza-se antes de qualquer manobra crítica.

Obectivos da lavagem Cirúrgica:


a. Garantir a saúde e higiene mediante a eliminação de sujeiras, gorduras e
bactérias;
b. Evitar infecções cruzadas;

Material necessário para a lavagem cirúrgica das mãos:


a. Água corrente;
b. Sabão convencional ou antiseptico;
c. Duas escovas estéreis;
d. Frasco com solução anti-septica;
e. Toalha, guardanapos ou papéis estéreis e recipiente para o depósito de
materiais descartáveis;

Obs: outras técnicas podem ser desenvolvidas desde que os princípios sejam
reservados.

II.2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL DE ENFERMAGEM

O uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) são essenciais para manter os
profissionais da área de saúde livres de riscos e ameaças à segurança no ambiente de
trabalho. Esse fator é extrema importância não só para a saúde dos enfermeiros, técnicos
de enfermagem e cuidadores, como também para que os pacientes não venham a ter
piora em seu quadro clínico.

Os EPIs de enfermagem são obrigatórios para o exercício da atividade em clínicas,


hospitais, entre outros locais. Pensando nisso, vamos apresentar, ao longo do artigo, mais
informações sobre esses itens que são tão importantes no dia a dia de trabalho. Vamos
lá?

EPIs de enfermagem que devem ser usados

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Para que se tenha a proteção individual correta na área da saúde, é preciso que os
profissionais de enfermagem conheçam os EPIs que devem ser usados em seu cotidiano,
sobretudo em situações que tenham algum tipo de risco. Por isso, vamos ajudá-lo a
identificar esses equipamentos, sabendo como devem ser utilizados. Confira!

Ao saber da importância dos EPIs de enfermagem, é preciso saber usar óculos, luvas,
máscaras, aventais e jalecos de forma correta e que estejam devidamente higienizados.
Dessa forma, há uma segurança maior tanto para o profissional quanto aos pacientes,
evitando que haja contaminação de vírus e bactérias. Portanto, não deixe de seguir essas
dicas e invista em equipamentos de proteção individual.

Óculos

Os óculos (formados por um plástico rígido ou uma barreira de cilindro) costumam impedir
a exposição dos olhos a componentes radioativos, biológicos e químicos, o que evita que
líquidos venham a respigar nos profissionais. Geralmente, são usados em cirurgias
hospitalares. Outra função é proteger contra impactos que possam ocorrer.

Máscaras

As máscaras são fundamentais, visto que servem para proteção contra bactérias, fungos
e outros agentes contaminantes que possam ser inalados.

Luvas

As luvas impedem que se tenha contato direto com agentes físicos e biológicos. As
esterilizadas são fundamentais para realizar algum procedimento invasivo, entre outras
necessidades. Para isso, existem três opções, sendo cada uma apropriada para
manipular um tipo de material:

 luvas de látex: são feitas de material de borracha natural, podendo ser encontradas com
ou sem talco;

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 luvas de nitrílica: apesar de também serem produzidas com material de borracha, são
mais resistentes a óleo, gorduras vegetais e animais, além de água quente por um curto
tempo;
 luvas de vinil: composta por um tipo de plástico, com ou sem talco.

Avental ou jaleco

Esses EPIs de enfermagem devem ser sempre usados como uma barreira de proteção
para as roupas dos profissionais. Para isso, eles devem ser de mangas curtas, para evitar
contaminação, de tecido ou descartáveis, o que vai depender do tipo de material que será
manipulado. Após o uso do avental ou jaleco, é preciso que colocá-lo em um saco plástico
e retirá-lo apenas para lavagem. Não se deve sair do ambiente de trabalho com avental
ou jaleco para evitar risco de contaminação de terceiros.

PROPÉ E SAPATOS OU BOTAS

Tem como finalidade de uso evitar o desprendimento de sujidades em áreas especiais e


restritas, que tenham como necessidade em hospitais como hemodiálise, centro cirúrgico,
centro obstétrico, central de material e esterilização, expurgo e outros setores
preconizados pela CCIH do hospital e também se faz uso deste em indústria alimentícia,
farmacêutica e química Protegem também os pés contra eventuais fluídos corpóreos ou
outros tipos de contaminação provenientes do meio externo.

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UNIDADE II – Limpeza, desinfeção, assepsia, esterilização do material

2.1 CONCEITOS:
 CONTAMINAÇÃO, LIMPEZA, DESINFECÇÃO.
 ANTISSEPSIA, ASSEPSSIA, ESTERILIZAÇÃO
2.2 TIPOS DE LIMPEZA
2.3 METODOS DE ESTERILIZAÇÃO
2.3.1 PRINCIPIOS BASICOS DE LIMPEZA.
2.3.2. TECNICAS DE ESTERILIZAÇÃO DE MATERIAL

CONTAMINAÇÃO:
Em todas as etapas existe o risco de contaminações por parte dos
colaboradores, equipamentos, materiais, e processos de limpeza, o uso de
uniforme básico de trabalho e a não utilização de adornos (brincos, anéis,
colares, pulseira e relógios), em geral é essencial para evitar qualquer tipo de
contaminação.

Contaminação é a introdução não desejada de impurezas de natureza química


ou microbiológica. Podendo ser dividida em três grupos:

- Contaminação Física: causada por materiais que podem machucar como:


cabelo, caco de vidro, pedras, prego, grampos, anzol e adornos.

- Contaminação Química: causada por materiais que podem causar doenças


ou matar como: pesticidas, aditivos alimentares, substâncias hormonais, metais
pesados, produtos de limpeza, agrotóxicos e sanitizantes.

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-Contaminação Biológica: causada pela presença de microrganismos
indesejáveis que podem causar intoxicações alimentares ou matar como:
bactérias, fungos (bolores/ mofos), parasitas e vírus.

Limpeza é a remoção de toda sujeira (material orgânico e inorgânico) de


objectos e superfícies. No geral a limpeza envolve o uso de acção química e
acção mecânica com detergentes/sabão ou produtos enzimáticos.

FINALIDADE: promover a limpeza de artigos e utensílios não críticos e


semicríticos reutilizáveis, a fim de prevenir a transmissão de micro-organismos
e promover a segurança do profissional de saúde e do doente.

Normas/princípios básicos de limpeza:

1. Os materiais (metálicos, vidros, plásticos, etc) devem ser limpos nas unidades,
sob a responsabilidade da equipa de Enfermagem;
2. Independentemente do processo a ser utilizado, todo artigo usado deverá ser
considerado como contaminado, sem levar em consideração o grau de
sujidade presente;
3. O processo de limpeza deve sempre iniciar do local mais limpo para o mais
sujo, trocando as luvas e os panos de limpeza, sempre que for necessário;
4. Limpar com pano úmido com água e sabão líquido;
5. Remover a espuma e sujidades com pano úmido ou água corrente;
6. Secar o local com pano seco.

Desinfecção é o processo de eliminação de quase todos os microrganismos


de objectos inanimados, com excepção de esporos bacterianos.

Tipos de desinfecção:
Existem várias classificações, mas:

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31
1. De acordo ao local e materiais temos dois tipos de desinfecção: a desinfecção
de superfícies e a desinfecção de alto nível, que é necessário para objectos de
cuidados ao paciente, tais como endoscópios e broncoscópios, etc.
2. De acordo aos meios e métodos temos:
a) Desinfecção por calor,
b) Desinfecção por radiação e;
c) Desinfecção química.

Exemplos de desinfetantes: álcoois, cloretos, gluteraldeídos, peróxido de


hidrogênio e fenóis.

Diferenças entre limpeza e desinfecção:


O processo de limpeza consiste essencialmente na eliminação de restos de
alimentos e outras partículas que ficam sobre as superfícies enquanto que a
desinfecção consiste na destruição ou remoção dos microrganismos.
Especialmente no caso da desinfecção química, a limpeza deve, em grande
parte das situações, preceder a desinfecção para que esta seja eficaz, pois os
restos dos alimentos interferem com os agentes de desinfecção.

A decisão de limpar ou limpar e desinfetar ou esterilizar depende da intenção


do uso do equipamento em questão. Podemos classificar os equipamentos em
três tipos:
1. Críticos: itens que penetram nos tecidos estéreis ou no sistema vascular.
Apresentam alto risco de infecção se estiverem contaminados por
microrganismos, especialmente esporos bacterianos. Itens críticos devem ser
estéreis. Exemplos: instrumentos cirúrgicos, cateteres cardíacos ou
intravasculares, implantes. ~
2. Semicríticos: itens que entram em contato com mucosas ou pele não intacta.
Esses itens também apresentam risco de infecção e precisam estar livres de
todos os microrganismos, exceto esporos bacterianos. Itens semicríticos
devem ser submetidos à desinfecção de alto nível ou esterilizados. Exemplos:
cânulas endotraqueais, endoscópios, endoscópios gastrointestinais.
3. Não críticos: são itens que entram em contato com pele intacta, mas não com
as mucosas. Esses itens precisam ser limpos e desinfetados. Exemplos:
comadres, estetoscópios, mobílias do quarto.
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32
Exemplos das normas a seguir para limpeza e desinfecção

ARTIGOS PRODUTO FREQUENCIA


Óculos de proteção L Água e sabão Apos o uso

Maca L/D Água e sabão, Apos o uso


Alcool 70%
Bandejas/cuba rim L/D Água e sabão, Apos o uso
Alcool 70%
Estetoscópio/Termómetro D Alcool 70% Apos o uso

Laringoscópio D Água e sabão, Apos o uso


Alcool 70%
Esfigmomanómetro L/D Água e sabão, Apos o uso
Alcool 70%
Banheira L/D Água e sabão, Após o uso
Alcool 70%
Carinho de transporte de L/D Água e sabão, Final do plantão
material limpo Alcool 70%
Mesa auxiliar LD Água e sabão, Final do plantão
Alcool 70%

Assepsia, Antissepsia e Esterilização


DEFINIÇÕES:

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Assepsia: é o conjunto de medidas usadas para impedir a penetração de
microrganismos num ambiente que logicamente não os tem, logo um ambiente
asséptico é aquele que está livre de infecção. Ou ainda, é o conjunto de
medidas usadas para inibir o crescimento de microrganismos ou removê-los de
um determinado ambiente, podendo ou não destruí-los e que para tal
utilizamos anti-sépticos ou desinfectantes (Tintura de iodo, clorodina, cetavlon,
etc.). Existem dois tipos de assepsia: Assepsia médica e assepsia cirúrgica.

a) Assepsia médica: é o conjunto de medidas usadas para inibir o crescimento


de microrganismos ou removê-los de um determinado ambiente, podendo ou
não destruí-los e para tal utilizamos antissépticos ou desinfetantes. A assepsia
médica é, também, denominada como técnica limpa inclui procedimentos para
reduzir o número de microrganismos presentes e prevenir sua transmissão. A
higiene das mãos, o uso de barreiras (p. ex. avental) e a limpeza ambiental de
rotina, são exemplos de assepsia médica. A precaução padrão deve ser
adoptada em todos os procedimentos realizados pela equipa de saúde, isso
envolve a higienização das mãos, o uso de luvas, avental, óculos de proteção,
máscara e descarte correto de materiais na caixa de perfuro-cortante.
b) Assepsia cirúrgica: usada quando é necessário evitar a exposição do doente
a todos os microrganismos vivos, com o objectivo de prevenir a contaminação.
É também denominada por técnica estéril e garante a prevenção da
contaminação de um determinado local ou objecto. Serve para isolar a área
operatória de um ambiente não esterilizado e mantém um campo estéril para
cirurgia ou execução de um procedimento.

Os objectos em uso são considerados contaminados quando tocados por


qualquer outro objecto que não esteja estéril. Isto exige o mais alto nível de
técnica asséptica e requer que todas as áreas sejam mantidas livres de
microrganismos infecciosos.

Obs: no ambiente cirúrgico, a pele é uma importante fonte de potencial


contaminação por microorganismos.

Antissepsia: é o conjunto de medidas propostas para inibir o crescimento de


microorganismos ou removê-los de um determinado ambiente, podendo ou não
destruí-los e para tal fim utilizamos antissépticos ou desinfetantes.

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34
Diferenças entre assepsia e antissepsia

Ambos os termos costumam ser confundidos e, embora estejam relacionados,


cada um possui um significado distinto

A assepsia está relacionada a um conjunto de métodos e processos de


higienização de determinados ambientes, com a finalidades de evitar a
contaminação do mesmo por agentes infecciosos ou patológicos. Já a
antissepsia se diferencia principalmente por ser utilizada em locais onde há a
presença de microrganismos indesejados (bactérias, vírus e outros agentes
patológicos). Neste caso, a antissepsia é feita através do uso de substâncias
químicas, como microbicidas, por exemplo, que visam eliminar ou diminuir a
proliferação das bactérias (ou demais microrganismos indesejados), seja num
organismo vivo ou num ambiente.

Degermação: vem do inglês degermation, ou desinquimação, e significa a


diminuição do número de microorganismos patogênicos ou não, após a
escovação da pele com água e sabão.

Esterilização: é o processo que promove a completa eliminação ou destruição


de todas as formas de microrganismos presentes: vírus, bactérias, fungos,
protozoários, esporos, para um aceitável nível de segurança.

Campo estéril: é uma área livre de microrganismos e preparada para receber


itens esterilizados. Pode ser preparada usando a superfície interior do invólucro
estéril como superfície de trabalho ou usando um tecido estéril ou bandeja
coberta.

Objectivos da Esterilização

1. Promover a eliminação ou destruição de todas as formas de microrganismos.

2. Manter o material limpo e esteril e isento de microorganismos patogenicos.

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Meios ou métodos de esterilização de materiais:

MÉTODOS ALTERNATIVAS

Vapor saturado/Calor húmido – Autoclaves

Físicos Calor seco - Estufas

Raios Gama/Cobalto, Raios Ultra Violeta

Químicos Glutaraldeído, Formaldeído, Ácido peracético etc

Esterilizadoras a Óxido de Etileno (ETO)

Plasma de gases (oxigênio, hidrogênio e gás argônio)


Compostos
Vapor de Formaldeído.

Plasma de Peróxido de Hidrogênio

Princípios básicos da esterilização

 Deve-se ter em conta o tipo de material a ser esterilizado;

 Lavagem do material (devem ser totalmente lavadas com escova de cerda


duras e sabão dando especial atenção à articulação, devem ficar abertas,
serrilha e cremalheira)

 Deixar o material em repouso sobre um pano branco, para detectar melhor as


falhas de lavagem.

 Tempo de exposição do material (estufa ou autoclave)

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 Identificação do material (data da esterilização)

 Cuidados com o material após esterilização.

Regras fundamentais/princípios gerais de esterilização

1. Qualquer objecto esterilizado que entre em contacto com outro que não esteja
esterilizado perde a sua esterilização.

2. Qualquer objecto que entre em contacto com outro que esteja apenas
desinfectado considera-se apenas desinfectado.

Processos de esterilização pelo calor

Autoclaves: esterilização por vapor saturada, cujo processo possui fases de


remoção do ar, penetração do vapor e secagem. A remoção do ar diferencia os
tipos de autoclaves:

a) Horizontal

b) Vertival.

Ebulição: o material é submetido em água fervente durante um período de 10-


30 min à uma temperatura de 100ºc.

Estufa: Este tipo de esterilização é utilizado para material de vidro, de


dissecção por um período prolongado de 45-60 min à 160ºc – 170ºc, mas não é
muito efectivo contra aquelas bactérias e fungos que produzem esporos
resistentes à secura. Existem dois tipos de estufas segundo a distribuição de
calor:

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a) Convexão por gravidade
b) Convexão mecânica (mais eficiente por distribuição de calor mais uniforme)

Flamejamento: deve-se reservar para casos de extrema urgência, em que se


torna necessário a esterilização rápida de um ou mais instrumentos cirúrgicos.

Genericamente, é indiferente a escolha deste ou aquele processo, antes pelo


contrário é necessário saber o seguinte:

 Material de corte (tesoura, bisturi) – não devem ser esterilizados em


autoclaves, estufas ou flamejados; pois que por esses métodos atinge-se
temperaturas muito altas que alteram o material de aço. É de preferência o
método de ebulição.

 Material de goma/borracha (luvas, drenos, algália, cânulas de guedel) – não se


esterilizam pelo calor seco, por isso actualmente utiliza-se o vapor de formol
em recipientes hermeticamente fechados e separados com folhas de gaze ou
algodão.

 Ferros cirúrgicos – Devem ser esterilizados pelo calor seco a uma temperatura
de 120ºc durante 45-50 min, com a condição de estarem bem seco ou por
ebulição com solução de carbonato de sódio durante 20 min.

 Material de Pensos – Esterilizam-se em autoclaves a duas temperaturas, que


corresponde a 134ºc durante 20 min.

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UNIDADE III: SINAIS VITAIS, ANTROPOMETRIA E EXAME FÍSICO

III.1 SINAIS VITAIS

Os sinais vitais são medidas que fornecem dados fisiológicos indicando as


condições de saúde das pessoas. Essas medidas revelam a eficácia das
funções corporais tais como as circulatórias, respiratórias, renal e endócrinas.
Por serem muito importante para o mantimento do organismo são, por isso,
denominados por sinais vitais. A sua verificação e anotação devem ser exactas
e, no geral, sua verificação deve ser feita à cada 4 ou 6 horas, ou conforme a
necessidade e estado do doente. As alterações das funções corporais
geralmente se reflectem na temperatura do corpo, na pulsação, na respiração e
na pressão arterial, podendo indicar enfermidades.

Conceito:

Os sinais vitais são condições que permitem avaliar o funcionamento do corpo;


ou ainda, são sinais que denotam o funcionamento dos sistemas orgânicos
mais importantes para o mantimento/continuidade da vida.

A mensuração dos sinais vitais consiste na aplicação de instrumentos e


técnicas necessárias a avaliação dos sinais que denotam o funcionamento do
organismo. Essas medidas fornecem informações muito importantes sobre as
condições e estado de saúde dos pacientes, instrumentaliza a equipe de saúde
na tomada de decisões sobre as suas intervenções, pois é um método eficiente
de monitoramento
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Objectivos e importância da mensuração dos sinais vitais:

1. Detectar mediante a avaliação ou medição o comportamento dos sinais que


denotam o estado do organismo;
2. Ajudar no diagnóstico e na aplicação de tratamentos a partir dos dados obtidos.

Quando realizar a avaliação dos sinais vitais:


1. No momento da admissão do paciente;
2. Consulta hospitalar ou ambulatorial;
3. Antes, durante e depois de qualquer procedimento cirúrgico;
4. Antes e depois de qualquer procedimento invasivo de diagnóstico;
5. Antes e depois da administração de quaisquer medicamentos que afectam os
sistemas cardiovasculares, respiratórios e do controle da temperatura;
6. Antes, durante e após uma transfusão de produtos do sangue;
7. Sempre que o paciente manifeste quaisquer sinais e sintomas inespecíficos de
desconforto físico;
8. Antes de proceder a alta ao paciente;
9. No hospital, em esquema de rotina conforme prescrições do prestador de
cuidado da saúde ou os padrões de prática do hospital;

Princípios gerais a seguir ao avaliar os sinais vitais:

a) Comprovar e garantir as condições higiénicas e o estado dos equipamentos


antes e após proceder a avaliação;
b) Conhecer a variação normal dos sinais vitais;
c) Utilizar equipamentos devidamente certificados e calibrados;
d) Não avaliar/medir após a realização de exercícios físicos fortes ou em estados
de emoções fortes (esperar 15 a 30 minutos para proceder a avaliação);
e) Realizar abordagem organizada e sistemática para a mensuração (não
fracionar o tempo de medição);
f) Aplicar rigor nos horários prescritos em que os sinais vitais devem ser
verificados;
g) Criar diálogo com o cliente/doente, explicando o procedimento que irá realizar;
h) Primar pela privacidade e dignidade do cliente/doente;

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i) Comunicar, confirmar e anotar as alterações significativas encontradas durante
a mensuração;

Obs: a técnica de aferição dos sinais vitais é muito importante, uma vez que,
se não for corretamente utilizada, poderá levar o profissional a falsas
interpretações sobre a clínica do paciente.

Classificação dos sinais vitais:


Os sinais vitais são classificados em cinco (5) categorias ou tipos, que são:
1. Pulso;
2. Pressão/tensão arterial;
3. Temperatura;
4. Respiração;
5. “Dor”.

MATERIAIS NECESSÁRIO PARA A AVALIAÇÃO DOS SINAIS VITAIS


1. Relógio analógico ou digital;
2. Termómetro digital ou analógico (mercúrio);
3. Esfigmomanómetro, analógico ou digital;
4. Estetoscópio;
5. Algodão e álcool a 70% (humedecer no momento do uso);
6. Caneta e diário de Enfermagem para anotar cada sinal após aferição;
7. Vaselina ou óleo e luva de procedimento para temperatura rectal;

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III.1.1 TEMPERATURA CORPORAL

A temperatura corpórea é a diferença entre a quantidade de calor produzido


por processos do corpo e a quantidade de calor perdido para o ambiente
externo; ou ainda, é o equilíbrio entre produção e perda de calor do organismo,
mediado pelo centro termorregular que é chamado de hipotálamo, localizado
no cérebro.

Calor produzido – Calor perdido = Temperatura corpórea

Apesar dos extremos nas condições ambientais e na atividade física, nos seres
humanos os mecanismos de controle da temperatura mantêm a temperatura
corpórea central (temperatura dos tecidos profundos) relativamente constante.
Entretanto, a temperatura superficial varia, dependendo da circulação
sanguínea na pele e da quantidade de calor perdido para o meio ambiente
externo. Devido a estas perdas de temperatura na superfície, a temperatura
aceitável para os seres humanos varia de 36°C a 37.5°C. Os tecidos corporais
e as células funcionam melhor dentro de um intervalo estreito de temperatura.

O local onde a temperatura é medida, é um fator que determina a temperatura


do cliente.

A observação da temperatura corporal tem a finalidade de colher dados sobre o


estado de saúde do indivíduo que contribuem no estabelecimento de um
diagnóstico. A temperatura normal do corpo de um indivíduo saudável varia
entre 36 ºC a 37.5 ºC (na axila, virilha e região poplítea) com ligeiras oscilações
matutinas ou vespertinas que são consideradas oscilações fisiológicas, isto é,

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próprias do funcionamento do organismo que dependem de: hora, digestão,
trabalho e repouso, emoções e da idade.

Factores que aumentam a produção de calor:

1. Realização de exercícios físicos;


2. Ingestão de alimentos de alto valor calórico (proteínas e gorduras);
3. Emoções fortes;
4. Exposição a altas temperaturas;

Factores que diminuem a produção de calor:


1. Pouca actividade física (diminui o metabolismo celular);
2. Exposição a ambiente húmidos;
3. Uso de alguns medicamentos como sedativos ou antidepressivos;
4. Desnutrição;
5. Lesões na medula espinhal;

Variações da temperatura corporal:

1. Hipertermia: é o aumento da temperatura acima dos valores normais (+37º C),


devido a uma reacção do organismo contra uma substância infecciosa, tóxica
ou a um mau funcionamento do centro termorregulador.

Classificações: quanto à intensidade, a hipertermia pode ser:

a) Temperatura sub-febril: quando o valor da temperatura oscilar entre 37,3º C e


37,5º C;
b) Hipertermia: quando o valor da temperatura oscilar entre 37,5º C e 40º C;
c) Hiperpirexia: quando o valor da temperatura oscilar entre 40º C e 42º C;

2. Hipotermia: é a diminuição do valor da temperatura corporal por debaixo dos


valores normais (- 36 º C) que, geralmente é provocada pela diminuição da
vitalidade do organismo.

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Classificação:

1. Hipotermia Aguda: é quando há perda brusca e rápida da temperatura


corporal devido a exposição intensa ao frio. A hipotermia aguda acontece
porque o corpo perde muito mais calor do que é capaz de gerar.
2. Hipotermia Subaguda: é quando há perda gradual da temperatura e em
períodos mais longos até o desgaste total das reservas do organismo para
suprir o calor interno.
3. Hipotermia Crônica: é quando a hipotermia mantém-se por longo tempo.

Quando o valor da temperatura estiver entre 36 ºc a 37.5 ºc, chama-se apirexia


e, o individuo nessas condições diz-se que está apirético.

A temperatura anormal resulta de causas patológicas como reacções do


organismo contra substâncias infecciosas ou tóxica, também deve-se a um
mau funcionamento do centro termorregulador (hipotálamo) ou falta de
vitalidade do organismo.

Locais e materiais para a avaliação da temperatura corporal:


A temperatura pode ser periférica ou externa, que se avalia na axila, na
virilha, prega do cotovelo e região poplítea; como também pode ser Central ou
interna, que se avalia nas cavidades naturais como no recto, na boca, tímpano
e na vagina.
A temperatura axilar é a mais comummente verificada, porém as mais
fidedignas são as temperaturas oral, timpânica e rectal, por serem internas e
não sofrerem alterações do ambiente externo.
Para a avaliação da temperatura devemos ter uma bandeja contendo, se
necessário, luvas de procedimento e termómetro digital ou analógico, bolas de
algodão e álcool 70%.

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Obs: Ao avaliar a temperatura deve-se considerar que a temperatura interna é
superior em alguns décimos de graus à temperatura externa. Valores normais:

1. Temperatura Axilar oscila entre 36º C e 37º C;


2. Temperatura Inguinal normal é de 37º C;
3. Temperatura Bocal oscila entre 36º C e 37,4º C;
4. Temperatura rectal oscila entre 36º C e 37,5º C;
5. Temperatura Timpânica normal é de 37,8º C;

Na avaliação da temperatura bocal, o termómetro deve ser colocado sob a


língua, posicionando-o no canto da boca e; na avaliação da temperatura rectal,
o termómetro deve conter o bulbo arredondado e ser de maior calibre.

Avaliação ou mensuração da temperatura externa:

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Material necessário:
Tabuleiro com: recipiente com desinfectante, recipiente com água e sabão,
recipiente com água simples, cápsulas com bolas de algodão secos, cápsulas
com bolas de algodão embebidos em álcool, aparadeira, bloco de notas e
esferográfica ou lápis.
Técnica para a avaliação da temperatura axilar:
1. Higienizar as mãos;
2. Levar o tabuleiro com o material devidamente preparado junto ao doente;
3. Explicar o procedimento e a finalidade ao paciente;
4. “Colocar o tabuleiro na mesa-de-cabeceira do doente”;
5. Colocar o paciente em posição confortável;
6. Limpar o termómetro do bulbo a haste, utilizando algodão embebido com álcool
a 70%, com movimentos firmes e circulares.
7. Reduzir a coluna de abaixo de 34º C, utilizando força centrifuga (com
movimentos firmes);
8. Abduzir o braço do paciente e secar a axila sem, no entanto, friccioná-la;
9. Colocar o bulbo do termómetro no ponto central da concavidade axilar e ver se
há roupa entre o termómetro e a axila;
10. Flexionar o antebraço do paciente e apoia-lo sobre o tórax;
11. Deixar o termómetro no local durante 5 a 10 minutos;
12. Retirar o termómetro, segurando-o pela haste e, em seguida voltar o braço
paralelamente ao corpo;
13. Elevar o termómetro ao nível dos olhos, rodando-o até que a linha de mercúrio
possa ser visualizada;
14. Proceder a leitura, limpar o termómetro da haste ao bulbo com algodão
embebido com álcool. Manter o termómetro em solução alcoólica a 70% e, em
seguida, lava-lo com sabão.
15. Desprezar o algodão na cuba-rim ou aparadeira e recompor a unidade do
doente;
16. Lavar as mãos e proceder as anotações no prontuário.

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Avaliação da temperatura Inguinal (virilha): para a avaliação da temperatura
inguinal, usa-se o mesmo material e método; o termómetro é colocado na
região inguinal. Este método de avaliação é mais comummente usado em
recém-nascidos e, nesse caso, deve-se manter a coxa da criança flexionada
sobre o abdómen.

Avaliação ou mensuração da temperatura interna:


Material necessário: termómetro, que deve ser individual.

Técnica para a avaliação da temperatura oral:


1. Lavar as mãos, explicar a finalidade e o procedimento ao paciente;
2. Certificar-se se o paciente ingeriu alimentos quentes ou frescos ou, se fumou
há menos de 30 minutos ou ainda se mamou (crianças);
3. Lavar o termómetro e enxugá-lo com algodão seco, reduzir a coluna de
mercúrio abaixo de 34º C e colocá-lo no tabuleiro;
4. Colocar o tabuleiro na cabeceira do paciente e, em seguida, colocá-lo em
posição confortável (sentado);
5. Pedir ao paciente que abra a boca e exponha a língua e, em seguida, colocar o
bulbo do termómetro debaixo da língua do paciente;
6. Avisar ao paciente que mantenha o termómetro sobre a língua abaixada e a
boca fechada enquanto termómetro estiver no local;
7. Deixar o termómetro no local durante 5 a 10 minutos; retirá-lo e limpá-lo com
algodão seco e, depois desprezar o algodão usado;
8. Segurar o termómetro pela haste e elevá-lo ao nível dos olhos girando-o até
que a linha de mercúrio possa ser vista e, em seguida, proceder a leitura e
colocar o termómetro na cuba-rim;
9. Recompor a unidade do paciente e, lavar o termómetro com água e sabão;

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10. Colocar o termómetro em solução alcoólica a 70%;
11. Lavar as mãos e proceder as anotações no prontuário do paciente;

Temperatura rectal:

Material necessário: tabuleiro com termómetro clínico rectal, recipiente com


água e sabão, recipiente com água simples, cápsulas com bolas de algodão
secos, aparadeira forrada com papel higiénico, papel higiénico, luvas e relógio,
biombo, bloco de notas e esferográfica ou lápis.

Técnicas/procedimentos para avaliar a temperatura rectal:


1. Lavar as mãos, explicar os procedimentos e a finalidade ao paciente;
2. Lavar o termómetro, enxugá-lo com algodão seco e colocá-lo no tabuleiro,
colocar o tabuleiro na mesa-de-cabeceira do paciente;
3. Proteger ou isolar a unidade do paciente com biombos;
4. Colocar o paciente em posição de SIMS, expondo o sulco interglúteo;
5. Entreabrir o sulco interglúteo com a mão esquerda fazendo o uso de um papel
higiénico e expõe o ânus totalmente para inserir o termómetro.
6. Relaxar o esfíncter anal para facilitar a inserção do termómetro, em seguida,
colocar o bulbo do termómetro no ânus com a mão direita, cuidadosamente,
deixando cerca de meio termómetro exposto.
7. Deixar o termómetro no ânus durante 5 a 10 minutos; mantê-lo seguro se o
paciente estiver agitado;
8. Entreabrir o sulco interglúteo, removendo o termómetro e, em seguida, cobrir a
área exposta do paciente;

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9. Limpar o termómetro da haste para o bulbo com papel higiénico, desprezando
o papel higiénico e, em seguida, segurar o termómetro pela haste elevando-o
ao nível dos olhos e girá-lo até que a linha de mercúrio possa ser vista;
10. Proceder a leitura dos valores, colocar o termómetro na cuba-rim e deixar o
paciente em posição confortável;
11. Recompor a unidade do paciente, lavar o termómetro com água e sabão e, em
seguida colocá-lo em solução alcoólica a 70%;
12. Lavar as mãos e proceder as anotações no prontuário do paciente.

Obs: não colocar o termómetro no recto a pacientes com fístulas anais,


hemorróides ou diarreia. Antes de avaliar a temperatura, temos de nos
certificar que o paciente esteja em repouso físico e mental e, que não coincida
com a digestão.

FEBRE
Definição: é um síndrome caracterizado por um aumento da temperatura
(hipertermia), por um aumento da frequência do pulso e da respiração
(taquisfigmia e taquipneia), por perturbações secretórias (sudações e oligúria),
por perturbações nervosas (cefaleia e delírios) e por perturbações digestivas
(anorexia, perda de peso, etc.).
As sucessivas temperaturas são registadas num gráfico, constituindo o seu
traçado, o que se denomina por curva térmica que permite estudar o início da
febre, a intensidade, as oscilações, a evolução e o fim.

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Quanto às oscilações diárias e evolução da curva febril, a febre pode
classificar-se em vários tipos:

1. Febre Contínua: é aquela em que as oscilações diárias são menores a um (1º)


grau e, a temperatura nunca desce para o normal. Exemplos: febre tifóide,
broncopneumonia, sarampo, gripe, etc. ex:

2. Febre remitente: quando há oscilações diárias superiores a um grau, podendo


ou não a temperatura descer para o normal. Exemplo: Tuberculose pulmonar
e Paludismo

3. Febre intermitente: é um tipo de febre caracterizada por um dia de febre


intensa seguida de alguns dias de pirexia, depois novo dia de hipertermia e
assim sucessivamente. Exemplo: Febre terçã e quartã do paludismo.

4. Febre invertida: quando a temperatura da manhã é superior a da tarde. Exemplo:


Tuberculose pulmonar e na Enfermidade de Basedow.

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5. Febre Hética (de agulhas): é aquela que se mantém elevada às tardes e normal
ou quase normal às manhãs mas, acompanha-se de sudações nocturnas e mal-
estar. Exemplo: Tuberculose pulmonar, septicemias, processos supurativos, etc.
6. Febre ondulante ou recorrente: caracteriza-se por vários dias de febre e
separa-se por vários dias sem febre. Exemplo: na Brucelose ou febre de malta,
enfermidade de Hodking, neoplasias.

Medidas a tomar ante um paciente com febre:

 Retirar o excesso de roupa e cobertores do paciente;


 Ligar o ventilador, AC ou colocar o paciente em local arejado;
 Colocar toalha ou penso húmido na testa e nas articulações do indivíduo;
 Orientar ou dar banho ao paciente com água morna;
 Orientar ou dar a beber água fria, sumo de laranja, tangerina ou de limão
porque fortalece o sistema imunológico;

III.1.2.PULSO

Definição: o pulso é a distensão das paredes das artérias produzida pelo fluxo
de sangue bombeado pela contracção ventricular. Ou, ainda, é a onda de
expansão e contracção das artérias, resultantes dos batimentos cardíacos.

Fisiologia:

Com a contração do ventrículo esquerdo há uma ejeção de um volume de


sangue na aorta, e dali para a árvore arterial, sendo que uma onda de pressão
desloca-se rapidamente pelo sistema arterial, onde pode ser percebida como
pulso arterial. Portanto o pulso é a contração e expansão alternada de uma
artéria

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Locais para mensurar o pulso:

As artérias em que com frequência são verificados os pulsos são a artéria


radial, carótidas, braquial, femorais, pediosas, temporal, região do ápice
cardíaco (Pulso apical), poplítea e tibial posterior.

 Artéria temporal: (de encontro a apófise zigomática, a frente do tragus);

 Artéria Carótida: as pulsações da carótida são visíveis e palpáveis


medialmente aos músculos esternocleidomastoideos, aproximadamente ao
nível da cartilagem cricóide.

 Artéria braquial: imediatamente medial ao tendão do músculo bíceps, sendo


que o braço do paciente deve repousar com o cotovelo esticado e as palmas
da mão para cima.

 Artéria radial: entre a apófise estilóide do rádio e o tendão dos flexores;

 Artéria femural: sobre a virilha;

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 Artéria umeral: na face interna do braço;
 Artéria poplitea: atrás do joelho;

 Artéria pediosa: no peito ou dorso do pé,


 Artéria tibial posterior;

Características do pulso e suas alterações:

Ao examinar o pulso devemos analisar a frequência, ritmo, amplitude (tamanho


ou volume) e comparação:

1. Frequência: corresponde ao número de pulsações por minuto. Quanto as


alterações da frequência, o pulso pode ser classificado em:
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a) Bradicárdia ou bradisfigmia: quando o número de pulsações estiver por
debaixo dos valores normais.
b) Taquicárdia ou taquisfigmia: quando o número de pulsações estiverem por
encima dos valores normais.

Exemplo de enfermidades que podem causar a bradicárdia: malária


cerebral, traumatismos craneanos, febre tifóide, uso de digitálicos (digoxina),
etc.

Exemplo de enfermidades que podem alterar a frequência do pulso:


malária cerebral, traumatismos cranianos, febre tifóide, uso de digitálicos
(digoxina), etc.

Obs: A taquicardia e a bradicárdia podem ser, moderadas ou intensas,


transitórias ou permanentes. Quando a taquicardia ou taquisfigmia é muito
acentuada até ao ponto de não ser possível contar as pulsações, diz-se que o
pulso é incontrolável.

2. Ritmo: refere-se a regularidade com que as contrações se sucedem.


Quanto ao ritmo, o pulso pode ser rítmico, arrítmico e extrassistólico:
a) Pulso rítmico: quando os períodos de tempo entre as pulsações forem iguais,
ou seja, o intervalo de tempo entre as pulsações é o mesmo em essência; quer
o pulso seja normal, taquisfígmico ou bragdisfigmico. Em estado de saúde o
ritmo é regular.
b) Pulso arrítmico ou irregular: quando os intervalos entre os batimentos são
desiguais. Geralmente acontece quando uma área do músculo cardíaco não é
contraída.
c) Pulso extrassistólico: quando se verificam pausas entre as contrações. Este
tipo de pulsações deve-se a não contracção de uma parte do músculo
cardíaco, quer por lesão ou processos patplógicos.
d) Dicrótico: quando temos a sensação da existência de dois batimentos ao
mesmo tempo.
3. Amplitude: corresponde a intensidade com que o sangue bate nas paredes da
artéria e, está relacionada com o enchimento da artéria durante a sístole e ao
seu esvaziamento durante a diástole.

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Quanto a amplitude (volume ou tamanho) o pulso pode ser:
a) Amplo ou saltado: quando a onda sanguínea chega a preencher a artéria e é
perceptível sem ter de palpar ao fundo a artéria;
b) Pouco amplo: quando a onda sanguínea não preenche o volume artérial;
c) Filiforme ou decapitado: quando a onda de sangue é perceptivel no tamanho
de um fio. É característico de pacientes em estado de choque hipovolémico.
d) Imperceptivel: quando não se consegue perceber as pulsações.

Obs: é importante pesquisar a amplitude do pulso para despiste precoce do


choque hipovolêmico.

4. Comparação ou igualdade: refere-se ao estabelecimento das semelhanças e


diferenças entre as artérias homólogas. É importante estabelecer comparações
de pulsações pois, a desigualdade dos pulsos podem identificar lesões
anatómicas. Se os pulsos das artérias homólogas tiverem a mesma amplitude
e frequência diz-se que os pulsos são simétricos; porém, se um for mais débil,
amplo ou apresentar uma frequência diferente da outra, diz-se que são
assimétricos.

Factores que podem interferir nos valores do pulso

Existem muitos factores que podem interferir nos valores do pulso


aumentando-o ou diminuindo-o. Tais como: emoções, idade, exercícios físicos,
drogas, repouso, obesidade, gravidez, hipoxia e hipoxemia, hipertermia ou
hipotermia, doenças, traumatismos, ingestão de alimentos,

Obs: geralmente, há uma correlação entre a frequência cardíaca e a


temperatura. A cada grau de temperatura acima do normal, corresponde a uma
aceleração do pulso de 10 à 15 pulsações por minuto. Pode, no entanto, o
pulso não acompanhar-se com uma correspondente taquisfigmia ou
taquicardia. E, quando houver essa correlação, diz-se que há uma dissociação
esfigmotérmica.

Por exemplo:

36ºC corresponde a 68 ppm.


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37ºC corresponde a 80 a 90 ppm.

38 corresponde a 100 a 120 ppm.

Na febre tifóide por exemplo, a temperatura de 38ºC corresponde a um pulso


de 80 ppm, assim diz-se então que há uma dissociação esfigmotérmica.

Variações da frequência cardíaca de acordo a idade

Idade Valores normais

Neonatos ou recém-nascidos 120 ---- 160 Pulsações por minuto


(PPM)

Crianças de 1 à 7 anos de idade 80 ----- 120 Pulsações por minuto

Crianças acima de 7 anos de idade 80 ----- 90 Pulsações por minuto

Adultos 60 ----- 90 Pulsações por minuto

Idosos 60 ----- 80 Pulsações por minuto

Materiais necessários para avaliar a frequência cardíaca:

1. Relógio com ponteiro dos segundos;


2. Lápis ou esferográfica;
3. Caderneta ou história clínica

Regras gerais para avaliar a frequência cardíaca:


1. A avaliação deve sempre ser feita em um (1) minuto;
2. Antes de proceder a avaliação o paciente deve estar em repouso e mantê-lo
sentado ou deitado;
3. Se a avaliação é feita no braço (pulso braquial ou radial) o braço deve estar
apoiado sob uma superfície cómoda;
4. A avaliação do pulso é feita utilizando os dedos indicadores e médios. Nunca
usar o polegar pois, sua pulsação pode ser confundida com as pulsações do
paciente;

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5. O pulso dos doentes deve ser avaliado duas vezes ao dia se não houver contra
indicação especial e sempre que se avalia a temperatura.
6. Em caso de dúvidas, repetir a contagem;
7. Não exercer pressão forte sobre a artéria pois, pode impedir a percepção do
pulso.

Técnicas e procedimentos a seguir:


1. Lavar as mãos antes;
2. Explicar os procedimentos e a finalidade ao paciente e aguardar pelo seu
consentimento;
3. Colocar o paciente em posição confortável/adequada em dependência da
artéria a ser avaliada;
4. Colocar a polpa dos dedos a serem utilizados junto da artéria a ser avaliada;
5. Sentir as pulsações e proceder a contagem durante um (1) minuto, observando
o ritmo e o volume.
6. Lavar as mãos e proceder a anotação dos valores mensurados;
Observação: Para a verificação do pulso apical, higienize o estetoscópio com
algodão embebido em álcool 70%, coloque a campânula do estetoscópio na
região hemotórax esquerdo abaixo do mamilo (5º espaço intercostal) e proceda
à ausculta por 1 minuto, em seguida higienize o estetoscópio e as mão e
proceda à anotação de Enfermagem.

III.1.3. RESPIRAÇÃO

A função da respiração é regulada pelo centro respiratório, situado na parte


externa do bulbo raquidiano. A respiração e ventilação, levadas a cabo pelos
músculos diafragmático e intercostais, conduzem o oxigénio às vias
respiratórias baixas e aos alvéolos. Se os músculos respiratórios principais
(diafragma e intercostais externos) debilitam-se e não proporcionam ventilação
suficiente para satisfazer as demandas de oxigénio no organismo, activam-se
de forma compensatória os músculos acessórios como o escaleno, o
esternocleidomastoideo, o trapézio e o dorsal largo. A troca destes gases (O2 e
CO2) ocorre quando o ar chega aos alvéolos pulmonares, que é a parte
funcional do pulmão. É nesse processo que o sangue venoso se transforma em
sangue arterial.
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Conceito: é um processo fisiológico que consiste na entrada e saída do ar
pelos pulmões. Ou ainda, é a associação regular da inspiração e a expiração
por unidade de tempo.

Finalidades: o processo respiratório tem a finalidade de garantir as trocas


gasosas entre o sangue e o ar dos pulmões.

Fases ou ciclos respiratórios:

A respiração pulmonar, ou ventilação pulmonar como também diz-se, envolve


dois processos:

a) Inspiração (envolve um movimento ativo): consiste na entrada do ar,


carregado de oxigénio, aos pulmões. Caracteriza-se pela contração do
diafragma e dos músculos intercostais.
b) Expiração (envolve movimentos passivos): consiste na saída do ar,
carregado de dióxido de carbono e água, dos pulmões para fora.
Caracterizando-se pelo relaxamento da musculatura do diafragma e dos
músculos intercostais.

Características da respiração e suas alterações:

No processo de avaliação da respiração devemos ter em conta três (3)


características fundamentais que são a frequência, o ritmo e a amplitude ou
carácter. A alteração dessas três características indica uma alteração da
fisiologia normal da respiração que deve ter-se em conta pelo profissional de
saúde.

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1. Frequência: corresponde ao número de vezes que a pessoa respira por
minuto.

Quanto a alteração da frequência, a respiração pode ser:

a) Taquipneia ou polipneia: quando o número de ciclos respiratórios estiver


aumentado (acima dos valores normais). É um sinal importante de insuficiência
respiratória aguda.
b) Bradipneia ou oligopneia: quando o número de ciclos respiratórios estiver
diminuído (abaixo dos valores normais);
2. Ritmo: corresponde a regularidade dos ciclos respiratórios.
3. Amplitude ou Carácter: corresponde ao volume de ar que entra nos pulmões.
Quanto a alteração da amplitude, a respiração pode ser:
a) Respiração profunda: quando o volume de ar que entra nos pulmões é maior
que o normal;
b) Respiração superficial: quando o volume de ar respirado é menor que o
normal.

Outras alterações da respiração:

1. Dispneia: é a dificuldade respiratória. A dispneia pode apresentar-se em:


a) Ortopneia: é a incapacidade de respirar facilmente, excepto na posição erecta.
b) Apneia: ausência da respiração.
c) Respiração estertorosa: é a respiração acompanhada de sons anormais. É
uma respiração difícil e dolorosa acompanhada de um ruido característico
provocado pela passagem do ar, através das mucosidades da faringe e da
laringe: acontece em pacientes em estado de coma, no estado de agonia e na
paralisia do véu palatino.
d) Respiração laboriosa: respiração difícil, envolvendo músculos acessórios.
e) Respiração sibilante: respiração acompanhada de sons que se assemelham
a assobio.

Características da dispneia:

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Por vezes, a dispneia acompanha-se de profundas alterações do ritmo,
frequência e amplitude podendo, portanto, ser:

1. Dispneia ou ritmo de Cheyne stoke: é um tipo de respiração caracterizada


por apneia seguida por aumento da profundidade respiratória, para depois vir
decrescendo até a nova pausa. As causas mais frequentes são a insuficiência
cardíaca, hipertensão intracraniana, uremia, hemorragia e meningite.

2. Respiração ou ritmo de Kussmaul: é um tipo de respiração em que há uma


inspiração demorada, profunda e ruidosa, seguida de pausa, depois uma
expiração breve seguida também de pausa. É característico de pacientes em
coma diabético, acidose metabólica.

3. Dispneia ou respiração de Biot: caracteriza-se por períodos irregulares de


apneia seguidas por hiperpneia tanto em frequência como em amplitude.

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Obs: em geral, a proporção entre frequência respiratória e ritmo de pulso
(batimento cardíaco) é de 1:4, ou seja, R=20 e P=80.

Sinais de comprometimento respiratório: Cianose, inquietação, dispnéia,


sons respiratórios anormais (Roncos, sibilos e creptantes).

Valores de referência da respiração de acordo a idade:


Idade Valores de referência

Recém-nascido 30 – 60 Ciclos respiratórios / minuto

Crianças 20 – 50 Ciclos respiratórios / minuto

Adultos 16 – 20 Ciclos respiratórios / minuto

Obs: a respiração é regular quando há ciclos respiratórios em intervalos de


tempo iguais por minuto e, quando houver alteração do ritmo, a respiração diz-
se irregular. Quando o valor dos ciclos respiratórios estiver dentro dos valores
normais diz-se que a respiração é eupneica e, o individuo nessas condições
diz-se que é eupneico.

Factores que podem alterar as características da respiração

Normalmente os ciclos respiratórios devem suceder-se sem alteração do ritmo,


frequência ou amplitude. No entanto, pode haver certas alterações por factores
de ordem fisiológica; entre estes podem ser destacados:

1. Exercícios físicos: a actividade muscular produz um aumento temporal da


frequência respiratória.
2. Clima; Soluço; Sono, Riso;

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3. Influência de vontade
4. O género: na mulher a respiração tende a ser mais rápida que no homem.
5. Traumatismos: a hemorragia aumenta a respiração.
6. Idade: a medida que a pessoa desenvolve, a frequência respiratória tende a
diminuir.
7. Dor aguda: a presença de dor ativa o sistema nervoso simpático (respostas
de luta e fuga) o faz com que haja o aumento do metabolismo e
consequentemente aumento do consumo de oxigênio;
8. Ansiedade: também por ativação do sistema nervoso simpático;

Material necessário para avaliar a respiração:


1. Relógio com ponteiro de segundos (relógio analógico);
2. Papel e esferográfica para anotações;
Técnicas/procedimentos para a mensuração de frequência respiratória
1. Higieniza as mãos
2. Posicione o paciente confortavelmente
3. Coloque a mão no pulso radial do paciente, como se fosse controlar o pulso, e
observe os movimentos respiratórios
4. Conte a frequência respiratória por 1 minuto e memorize
5. Higienize as mãos
6. Registe o valor e as características da respiração na folha de anotação de
enfermagem.
Obs: para a avaliação da respiração devemos saber ver, ouvir e sentir.

III.1.4.Pressão ou Tensão Arterial.

Conceito: é a pressão que exerce o sangue contra a parede das artérias. A


tensão arterial é determinada pelo volume de sangue que sai do coração e a
resistência que ele encontra para circular no corpo.

A pressão ou tensão arterial depende da força de contração do coração, da


quantidade de sangue circulante e da resistência das paredes do vaso.

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Valores da tensão arterial:

A Tensão arterial tem valores que se designam por:

1. Tensão arterial Máxima ou pressão sistólica: corresponde ao mais alto grau


de pressão exercida pelo sangue contra as paredes das artérias. Este
momento acontece quando o coração se contrai para bombear o sangue para
todo o corpo (sístole ventricular).
2. Tensão arterial Mínima ou pressão diastólica: corresponde ao mais baixo
grau de pressão exercida pelo sangue contra as paredes arteriais. Ocorre no
momento de repouso do coração (diástole ventricular).
Resumindo: A pressão máxima ou sistólica é o resultado da contracção dos
ventrículos para ejectar o sangue nas grandes artérias, e a pressão mínima ou
diastólica é a que ocorre assim que o coração relaxa na sua contractilidade.

Variações da pressão/tensão arterial:

Do mesmo modo que o pulso, respiração e a temperatura têm variações


fisiológicas e patológicas, também a tensão arterial as tem.

O esforço físico, emoção, digestão, etc, constituem-se como variações


fisiológicas, ao passo que as variações patológicas relacionam-se com as
alterações das paredes dos vasos com perturbação da força cardíaca e com o
volume de sangue circulante.

Porém, existem outros factores capazes de afectar a tensão arterial tais como:
o débito cardíaco, a resistência vascular periférica, a elasticidade, a volemia, a
viscosidade sanguínea e ainda outros factores como a idade, o género, o peso,
o clima, a dieta, o estresse, etc.

Valores normais de acordo a idade:

Segundo estudos estadísticos realizados em grandes massas de populações,


pela OMS, permitiram estabelecer os valores normais para a pressão arterial.

1. Pressão arterial Sistólica: 90 – 140 mmHg


2. Pressão arterial Diastólica: 60 – 90 mmHg

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As variações patológicas da tensão arterial podem ser de duas formas:

1. Hipertensão arterial: quando as cifras tensionais estiverem acima dos valores


normais;
2. Hipotensão arterial: quando os valores tensionais estiverem abaixo das cifras
normais

Obs: A OMS estabelece alguns critérios para o diagnóstico de Hipertensão


arterial, de acordo a idade:

15 a 19 anos ----------------------------------- 140/90 mmHg

20 a 29 anos ----------------------------------- 150/90 mmHg

30 a 64 anos ----------------------------------- 160/95 mmHg

Mais de 64 anos ------------------------------ 170/95 mmHg

Material necessário para avaliar a tensão arterial:

Estetoscópio, esfigmomanómetro, caneta, caderneta.

Estetoscópio Esfigmomanómetro

Tecnicas e procedimentos a seguir para avaliara a tensão arterial:

Após a lavagem das mãos, reunir todo o material e dirigir-se à unidade do


paciente, orientando-o para o procedimento. O mesmo deve estar em repouso
por pelo menos 15 minutos, em abstenção de alimentos por pelo menos 30
minutos; o braço selecionado deve estar livre de vestimentas, relaxado e
mantido ao nível do coração (aproximadamente no quarto espaço inter-costal);
quando o paciente está sentado, coloca-se o braço por sobre uma mesa.
Certificar-se que o mesmo não tenha fumado, ingerido bebida energética ou
praticado exercícios físicos 30 à 60 minutos antes. Seguir a seguinte norma:
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1. Expor o braço a ser do qual vai se fazer a avaliação, mas evitando a pressão
do mesmo;
2. Colocar o manguito ou braçadeira ao redor do braço, ajustando-o acima da
dobra do cotovelo;
3. Localizar a artéria braquial na fossa antecubital, colocando o diafragma do
estetoscópio sobre a mesma com leve pressão local;
4. Colocar as olivas do estetoscópio nos ouvidos;
5. Fechar a válvula da pêra e insuflar até que a pressão no manómetro atinja 200
mmHg; proceder a abertura da válvula vagarosamente e observar no
manómetro a descida gradual do ponteiro. O primeiro ruído corresponde a
pressão sistólica e o último a pressão diastólica.
6. Abrir totalmente a válvula e deixar sair todo o ar do manguito.
7. Retirar o manguito e o estetoscópio do braço do paciente;
8. Proceder a anotação dos valores;

Obs: é aconselhável repetir a avaliação pelo menos três vezes para certificar
os dados, e deve-se esvaziar completamente a braçadeira e proceder
massagem ligeira.
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III.1.5 DOR COMO 5º SINAL VITAL:

A dor pode ser definida como uma experiencia sensorial e emocional


desagradável, associada a um dano real ou potencial dos tecidos, criada por
um estímulo nocivo e, que atinge o sistema nervoso por meio de vias
específicas.

Causas: a dor é causada pela modificação das condições normais de um


organismo vivo tais como traumatismos, queimaduras, etc. que causam
estímulos gerados pelo centro regulador (hipotálamo);

Processos envolvidos na experiência sensorial da dor:

Os principais processos envolvidos na experiência sensorial da dor são:

1. Percepção da dor: envolve mecanismos anatomofisiológicos, pelos quais um


estímulo nocivo capaz de gerá-la é criado e transmitido por vias neurológicas
desde os receptores da dor. Esta fase da dor é praticamente igual em pessoas
sadias, mas pode ser alterada por doenças pois, a capacidade de perceber a
dor depende, sobretudo, da integridade do mecanismo neural envolvido;
2. Reacção a dor: manifestação do indivíduo de sua percepção a uma
experiência desagradável.

Classificação da dor:
De acordo ao tempo de duração a dor pode ser classificada em dor aguda e
dor crónica.
1. Dor aguda: é a dor que está relacionada a afeções traumáticas, queimaduras,
cirurgias, infeciosas ou inflamatórias; há expectativa de desaparecimento após
a cura da lesão. Há respostas neurovegetativas associadas que afetam os
valores dos SV.
2. Dor crónica: quando a dor persiste mais tempo, podendo durar meses ou
mesmo anos, e que está associada a processos patológicos crónicos. É
característico desse tipo de dor as lesões por esforços repetitivos, câncer,
neuropatias, etc. A dor crónica pode ser: Recorrente (quando a dor apresenta
períodos de curta duração que, no entanto, se repetem com frequência,
podendo ocorrer durante toda a vida do indivíduo, mesmo sem estar associada

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a um processo específico. Por isso, não tem um diagnóstico específico. Como
por exemplo, a enxaqueca) ou Contínua.

Mensuração da dor:

Não há nenhuma técnica objectiva que possa mensurar com precisão ou que
possa demonstrar a real ocorrência da dor.

Porém, por ser um processo subjectivo, os comportamentos dolorosos e, não


propriamente a dor, é que são e devem ser avaliados pelo observador para a
avaliação da intensidade da experiência dolorosa. São eles:

1. Escala numérica (0 – 5 ou 0 – 10), sendo que o 0 significa ausência de dor e 5


ou 10 a pior dor imaginável.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
10

2. Escala de categorias de palavras (sem dor, dor leve, dor moderada, dor
intensa, dor insuportável).
3. Escala visual analógica (EVA): é uma linha recta com 10 cm de comprimento,
em que as extremidades referem-se às expressões sem dor e à pior dor
imaginável.

Sem dor dor Insuportável

Procedimentos a seguir ante um paciente com dor:

Todo paciente deve ser sistematicamente avaliado, levando-se em


consideração os seguintes aspectos:

a) Localização: Refere-se à região em que o paciente sente a dor. Deve-se


solicitar ao paciente que aponte com o dedo a área em que sente a dor, área
essa que deve ser anotada utilizando-se a nomenclatura da superfície corporal.
b) Irradiação: refere-se ao trajecto que a dor segue. Por exemplo, a dor da
insuficiência coronária pode irradiar-se para o epigástrico, em pacientes
portadores da úlcera duodenal e para o membro superior direito, em indivíduos
com fratura recente desta região.

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c) Qualidade ou Caráter: Para se definir a qualidade ou carácter da dor, o
paciente é solicitado a descrever como a sua dor se parece ou que tipo de
sensação e emoção ela lhe traz.
d) Intensidade: consiste na avaliação do grau da dor. Ex: dor leve, moderada e
insuportável;
e) Duração: corresponde ao tempo em que dura a dor; podendo ser aguda,
crónica ou recorrente.
f) Evolução: consiste no reconhecimento da trajectória da dor, desde o seu inicio
até o momento da anamnese; caracterizando, porém, o modo de instalação.
g) Relação com Funções Orgânicas: é avaliada considerando-se a localização
da dor e os órgãos e estruturas situados na mesma área. Assim, se a dor for
cervical, dorsal ou lombar, pesquisa-se sua relação com os movimentos da
coluna (flexão, extensão, rotação e inclinação); se for torácica, com a
respiração, e assim por diante.
h) Factores Desencadeantes ou Agravantes: São aqueles factores que
desencadeiam a dor, em sua ausência, ou que a agravam se estiver presente.
As funções orgânicas estão entre eles. Uma série de outros factores, porém,
podem ser determinados.
i) Factores Atenuantes: São aqueles que aliviam a dor. Entre eles encontram-se
algumas funções organicas, posturas ou atitudes que resguardem a estrutura
ou órgão onde se origina a dor (atitudes antálgicas), distração, ambientes
apropriados, medicamentos (analgésicos, antiinflamatórios, relaxantes
musculares, antidepressivos, anticonvulsivantes, anestésicos locais),
fisioterapia, acupuntura, bloqueios anestesicos e procedimentos cirúrgicos. O
paciente deve ser interrogado sobre quais desses factores foram benéficos
para sua dor.
j) Manifestações Concomitantes: consiste no reconhecimento das
manifestações clínicas associadas à dor e relacionadas com a enfermidade de
base.

Obs: após a avaliação da dor, devem ser estabelecidas condutas de controlo e


alívio da queixa dolorosa. Valores menores que 5 utilizar medidas não
farmacológicas, maiores que 5 utilizador medidas farmacológicas.

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Tratamento Farmacológico:

É a utilização de fármacos (periféricos, central ou combinado), que devem ser


admitidos conforme a prescrição médica. Após a administração do
medicamento, é necessário que se faça uma avaliação de melhora ou piora
dessa dor, para que outras intervenções possam estabelecidas.

Tratamento não farmacológico:

É o controlo da dor por meio de técnicas de distração e relaxamento, podem


ser utilizadas estimulações cutâneas com compressas frias ou mornas.

Técnica a aplicar na avaliação da dor:

1. Avaliar e mensurar a dor, utilizando escala de mensuração;


2. Avaliar factores de melhora e de piora;
3. Administrar medicações conforme P.M;
4. Administrar técnica não farmacológica;
5. Reavaliar a dor após conduta depois de 1 hora;
6. Valorizar a queixa de dor, lembrando-se sempre dos padrões culturais do
paciente/cliente;
7. Descrever a avaliação da dor e conduta em anotação de Enfermagem.

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III.2 MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS
Antropometria

A antropometria é um ramo das ciências biológicas que se ocupa em estudar


as medidas e dimensões das diversas partes do corpo humano; de forma
abstracta, também significa o conjunto das técnicas utilizadas para a medição
das diversas partes do corpo humano.

Etimologicamente, a palavra antropometria é formada pela junção de dois


vocábulos de origem grega:

1. Ánthropos, que significa homem ou ser humano;


2. Métron ou metry, que significa medida.
Enquanto método de medida sistematizada, vem sendo empregada para a
obtenção de dados quanto à forma tamanho, proporção, peso e na composição
corporal, representando uma vasta fonte de informações a respeito do ser
humano. Portanto, constitui uma maneira de determinar objectivamente os
aspectos referentes ao desenvolvimento do corpo humano, assim como, para
determinar as relações existentes entre o estado físico e a performance.

DIVISÕES ANTROPOMÉTRICA

1. Somatometria:consiste na avaliação das dimensões corporais;


2. Cefalometria:ocupa-se do estudo das medidas da cabeça do indivíduo;
3. Osteometria:estuda os ossos;
4. Pelvimetria:ocupa-se das medidas pélvicas;
5. Odontometria: estuda as dimensões dos dentes e áreas dentárias.

MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS

Medidas antropométricas são definidas como todos os procedimentos que se


utilizam para determinar o peso, altura e perímetros do corpo humano.

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Importância e aplicações do estudo das medidas antropométricas e da
antropometria em si.

1. Acompanhamento do desenvolvimento infantil, área coberta pela puericultura,


ramo da pediatria;
2. Na Ortopedia que utiliza técnicas antropométricas no diagnóstico e tratamento
de doenças desta área e nas fraturas;
3. Verificação das adaptações ao treinamento;
4. Manejo de qualquer doença que mude a forma ou o tamanho do organismo
como um todo, ou parte dele;
5. Selecção de atletas;
6. Estudos de caracterizações étnicas;
7. Obter informações precisas da resposta do organismo a estímulos dados;
8. Auxiliar o clínico no acompanhamento de respostas a tratamentos, na
verificação do estado nutricional e de anomalias no desenvolvimento físico dos
indivíduos.
9. Determinar a conduta a seguir em correspondência com o resultado da
avaliação;
10. Valorar o grau de crescimento e desenvolvimento do indivíduo/paciente;

Materiais necessário

1. Balanças: para avaliar o peso/massa corporal.

2. Fita-métrica: para avaliar os perímetros (cefálico, torácico, abdominal e dos


membros).

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3. Paquímetro ou segmômetro: usado para medidas de diâmetros ósseos e em
mensuração do comprimento do corpo.

4. Compasso ou adipômetro: para avaliação das dobras cutâneas.

5. Altímetro ou infantómetro: para avaliação da altura corporal.

Principais medidas antropométricas


1. Avaliação da altura/estatura;
2. Avaliação do peso/massa corporal;
3. Avaliação das dobras cutâneas;
4. Avaliação dos diâmetros;
5. Avaliação dos perímetros (cefálico, torácico, abdominal e dos membros);
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Pontos Antropométricos

A tomada de medidas antropométricas requer o conhecimento prévio dos


pontos anatómicos usados para padronizar essas medidas. Esses pontos
devem ser correctamente identificados por palpação e marcados com lápis
dermográfico para que a colocação do instrumento de medida seja feita no
ponto padronizado. Os principais pontos anatómicos empregados em
antropometria são:
 Mesoesternal: ponto localizado no corpo do esterno na intersecção do plano
medial com o plano horizontal que passa ao nível da 4ª articulação condro-
esternal.
 Acromial: ponto mais lateral a nível do bordo mais lateral acromial direito e
esquerdo.
 Trochanterion: ponto mais superior do grande trocanter do fémur direito e
esquerdo.
 Tibial Medial: ponto no bordo superior da tuberosidade medial da tíbia direito e
esquerdo.
 Ileocristal: ponto mais lateral da crista ilíaca direito e esquerdo.
 SphrionTibial ponto localizado na extremidade mais distal do maléolo tibial
direito e esquerdo.
 Thelion: correspondente aos mamilos direito e esquerdo.

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Formas de Avaliação

Na realização da avaliação Antropométrica, são tomadas as medidas


antropométricas, onde deve-se levar em conta o plano de Frankfurt e pontos
antropométricos, que também devem ser previamente marcados, usando lápis
termográfico.

As medidas antropométricas podem ser:

1. Lineares (Longitudinais e Transversais)


2. Circunferenciais e de Massa.

A avaliação é iniciada tomando-se as medidas lineares longitudinais, que ao


serem efectuadas, determinados cuidados devem ser levados em
consideração, para diminuir a margem de erros. Os principais cuidados são:

a) O testado deve estar descalço;


b) O testado deve manter-se em pé, com os pés juntos e voltados para frente,
ombros relaxados e braços ao longo do corpo, estando o plano de Frankfurt
rigorosamente posicionado;
c) O testado deve fazer uma inspiração, procurando compensar o achatamento
dos discos intervertebrais.
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1. Medida antropométrica linear longitudinal:
Mensuração da altura ou estatura:

Altura ou Estatura: é a medida antropométrica da longitude do corpo humano,


da cabeça (vértex) até ao calcâneo (região plantar).

É a medida da distância em linha recta entre dois planos, um tangente à planta


dos pés e outro tangente ao ponto mais alto da cabeça (ponto vértex), estando
o indivíduo em pé, na posição fundamental, com o corpo o mais alongado
possível e a cabeça posicionada com o plano de FRANKFURT.

Plano de Frankfurt

Linha imaginária que passa pelo ponto mais baixo do bordo inferior da órbita
direita (orbital) e pelo ponto mais alto do bordo superior do meato auditivo
externo direito (trago). Esta linha deverá estar na horizontal ao serem tomadas
as medidas com o testado em pé ou sentado, na vertical, caso as medidas
sejam tomadas com o testado deitado.

Objectivos da avaliação da altura:

1. Avaliar o crescimento e o desenvolvimento do indivíduo;


2. Detectar variações patológicas do equilíbrio entre o peso e a altura;
3. Determinar a conduta a seguir, de acordo aos resultados da medição;
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Materiais necessários:
1. Fita métrica, régua, pano/guardanapo ou papel estéril, lápis ou caneta,
processo do paciente ou uma folha para anotar os resultados;
Precauções a ter na avaliação da altura:
1. Verificar as cifras ou números da fita métrica antes de proceder a avaliação;
2. Em crianças, deve-se colocá-las em decúbito supino, sobre um plano resistente
e firme;
3. Os joelhos não devem ser flectidos, e devem estar estendidos com apoio sobre
um plano resistente, com os pés formando um ângulo recto;
4. O paciente deve estar cómodo e descalço, não podendo ter rolos ou penteados
altos;

Técnicas à aplicar:
1. Lavar as mãos e orientar o paciente, familiares ou acompanhantes em relação
ao procedimento;
2. O avaliado deve estar na posição ortostática (em pé), pés unidos, procurando
pôr em contacto com o instrumento de medida as superfícies posteriores do
calcanhar, cintura pélvica, cintura escapular e região occipital. A medida é feita
com o indivíduo em apneia inspiratória, de modo a minimizar possíveis
variações sobre esta variável antropométrica.
3. Colocar o paciente erecto de costas ou lateralizado para o
antropómetro/altímetro com os pés unidos paralelamente e tocando a haste
vertical de medida;
4. Colocar a cabeça na posição neutra e pedir ao paciente que fixe os olhos à
frente;
5. Os braços devem estar relaxados ao lado do corpo com as mãos voltadas para
as coxas;
6. Travar a régua do altímetro e medir;
7. Anotar o valor obtido e retirar o papel de apoio;
8. Lavar as mãos;

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Medidas transversais:

Também conhecidas como diâmetros, que são medidas de largura ou


profundidade entre dois pontos, usadas para mensurar o crescimento e o
desenvolvimento ósseo, transversalmente e ântero-posteriormente. São
realizadas por meio de um antropómetro ou paquímetro.

As principais medidas transversais usadas, são:

1. Acromial: é o ponto localizado na borda superior do processo lateral do


acrômio da escápula. Os pontos acromiais são usados para medir o diâmetro
biacromial e os tamanhos dos membros superiores (fundamentalmente o
braço);

Procedimento: com o testado em pé, corpo relaxado, braços ao longo do


corpo, de costas para o avaliador, medir a distância entre os pontos acromial
direito e esquerdo.

Diâmetro biacromial.

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2. Meso-esternal: localiza-se no ponto médio do esterno ao nível da articulação
da quarta costela. Usado para a avaliação do diâmetro tóraco-transverso e
ântero-posterior.

Diâmetro torácico-transverso (coloca-se o


paquímetro a altura da sexta costela, sobre a linha axilar média)
3. Toráxico Ântero-Posterior ou de Profundidade: utilizando-se um
antropómotro de braço curvo, mede-se a distância entre os pontos meso-
esternal e o ponto no processo espinhoso vertebral correspondente ao ponto
meso-esternal, no plano horizontal que passa por ele.

Diâmetro Torácico ântero-posterior (Ponta do


paquímetro sobre o esterno, na altura da quarta articulação esterno-costal. A
outra ponta sobre o processo espinhoso da vértebra localizada no mesmo
plano);

4. Ileocristal: é o ponto mais lateral do bordo superior da crista ilíaca. Serve de


referência para a medida do diâmetro bi-ileocristal.

Diâmetro bi-ileocristal (o paquímetro deve ser


colocado no ponto de maior distância entre as cristas ilíacas).

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5. Trocantérico: é o ponto localizado no trocanter maior do fêmur, em seu ponto
mais alto. Utilizado para a medida do diâmetro bitrocantérico e no comprimento
da coxa e do membro inferior.

Diâmetro bi-trocantérico

6. Bi-epicôndilo umeral: a medida é realizada com o avaliado em pé ou sentado,


com as articulações do ombro e cotovelo em flexão de 90 graus, no plano
sagital. As hastes do paquímetro devem ser introduzidas obliquamente, num
ângulo de 45 graus em relação à articulação do cotovelo, tocando as bordas
externas dos epicôndilos medial e lateral do úmero direito.

7. Bi-estilóide: com o avaliado em pé, a articulação do cotovelo a 90 graus e a


mão relaxada, o paquímetro é introduzido no plano horizontal, tocando os
pontos de maior distância entre as apófises estilóides do rádio e da ulna direita.

8. Bi-côndilofemural: a medida é realizada com o avaliado sentado, com a


articulação do joelho flexionado a 90 graus e os pés sem tocar o solo. As
hastes do paquímetro devem ser introduzidas a 45 graus em relação à
articulação do joelho, tocando as bordas externas dos côndilos medial e lateral
do fémur direito.
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9. Bi-maleolar: o avaliado deve estar em pé em uma superfície elevada, para
facilitar a realização da medida, com afastamento lateral dos pés e o peso do
corpo igualmente distribuído sobre eles. A medida é realizada com as hastes
do paquímetro tocando os pontos que compreendem a maior distância entre o
maléolo medial e o maléolo lateral da tíbia direita, em um plano horizontal.

2. MEDIDAS DE MASSA

Mensuração do peso:

A mensuração do peso consiste no registo do resultado da acção da


gravidade sobre os corpos; por isso é a medida antropométrica mais utilizada.

Objectivos da avaliação do peso corporal

1. Valorar o crescimento e desenvolvimento do indivíduo, tendo em conta as


separações/variações no peso, idade e altura;
2. Avaliar o estado nutricional;

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3. Administrar adequadamente as doses dos medicamentos, em correspondência
com o peso do paciente;
Material necessário: balança, pano/guardanapo ou papel estéril, lápis ou
caneta, processo do paciente ou uma folha para anotar os resultados;

Precauções a ter na mensuração do peso

1. O local em que se vai proceder a avaliação deve ter boa iluminação, ventilação,
dimensão e que garanta a privacidade do paciente;
2. A balança deve corresponder à idade e tamanho do paciente;
3. A balança deve ser sempre a mesma para evitar resultados diferentes;
4. Ao avaliar, deve-se colocar a balança em um nível plano, estar próximo da
mesma e certificar-se que esteja em perfeitas condições;
5. Ter em conta a diferença do papel, guardanapo ou pano à ser colocado sobre a
balança;
6. O paciente não deve apoiar-se em nada e permanecer sem movimentação
para a verificação do peso;
7. “Medir e registar o peso a mesma hora do dia”;
8. Medir preferencialmente em jejum, ou 3 horas após a ingestão de alimentos;
9. Pedir ao paciente para esvaziar a bexiga ou os intestinos (dependendo de suas
possibilidades);
10. O paciente deve estar nu, ou com a menos quantidade de roupa possível, estar
descalço, não ter objectos nos bolsos e no corpo;

Técnicas à aplicar:
1. Lavar as mãos;
2. Explicar e orientar o paciente e os acompanhantes em relação à técnica;
3. Certificar-se que o paciente esteja em condições de estar em pé;
4. Calibrar e forrar o piso da balança com papel, guardanapo ou pano estéril;
5. Retirar o excesso de roupa, objectos e sapato do paciente;
6. Ajudar o paciente a subir na balança, colocando-o no centro, com os pés
unidos e os braços soltos paralelamente ao corpo;
7. Mover o indicador de quilos da balança até à marca do peso aproximado do
paciente;
8. Mover o indicador de gramas até equilibrar o fiel da balança;
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9. Ler e anotar o peso indicado pela balança;
10. Auxiliar o paciente a descer da balança, colocando os mostradores em zero e
travar a balança;

Obs:Após a avaliação do peso, parte-se para a medição das dobras cutâneas.

3. MEDIDAS CIRCUNFERENCIAIS

As medidas circunferenciais correspondem aos chamados perímetros que


podem ser definidos como perímetro máximo de um segmento corporal quando
medido em ângulo recto em relação ao seu maior eixo.

Material necessário: para medir as circunferências, usa-se uma fita métrica


antropométrica, que deve ser feita de um material flexível (de preferência
metálica), que não se estique com o uso.

Principais medidas circunferenciais usadas:

a) Pescoço: a medida é realizada com o avaliado sentado ou em pé, desde que


esteja com a coluna erecta e a cabeça no plano horizontal de FRANKFURT. A
fita deve ser aplicada na menor circunferência do pescoço logo acima da
proeminência laríngea.

b) Toráxico: o perímetro torácico pode ser medido em dois pontos de referência:

 A nível do ponto meso-esternal: medido em um plano horizontal. Estando o


testado em pé, de frente para o avaliador.
 A nível do ponto xifoidal: medido em um plano horizontal, estando o testado
em pé, de frente para o avaliador.

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O primeiro pode ser usado somente em pessoas do género masculino, o
segundo, em pessoas de ambos os géneros. Porém, nos dois pontos de
referência, mede-se os seguintes perímetr.

• Normal: ao fim de uma expiração normal.

• Máximo ou Inspiratório: ao fim de uma inspiração máxima.

• Mínimo ou Expiratório: ao fim de uma expiração máxima.

c) Abdominal: a medida é realizada no plano horizontal na protuberância anterior


máxima do abdómen, usualmente no nível da cicatriz umbilical, com avaliado
em pé em posição ortostática.

d) Quadril: extensão posterior máxima dos glúteos. Tomada ao nível dos pontos
trocantéricos direito e esquerdo; deve ser realizada paralelamente ao solo,
estando o avaliado com os pés unidos.

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e) Braço:

Pode ser medido de duas formas:

Relaxado: também poderá ser medido de duas formas, na primeira o avaliado


fica com o braço relaxado e ao longo do corpo e a medida é realizada no ponto
de maior perímetro aparente e na segunda, o avaliado deve ficar com a
articulação do cotovelo a 90 graus, no plano sagital, e com o braço relaxado.

Contraído:medida tomada na área de maior circunferência com o braço


posicionado no plano horizontal e antebraço flectido em supino num ângulo de
90°. Neste caso podemos utilizar o braço oposto para trazer oposições à
contracção.

f) Antebraço: tomada no plano perpendicular ao eixo longo do antebraço, ponto


de maior circunferência, devendo o cotovelo estar em extensão.

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g) Punho: o testado deverá estar em posição anatómica, de frente para o
avaliador. Circundar a fita a nível dos processos estilóides do rádio e da ulna.

h) Coxa: diversos pontos de referência têm sido usados par a tomada dessa
medida. Descreve-se dois:
 Referência superior: circundar a fita no plano paralelo ao solo, 1cm abaixo da
linha glútea.
 Referência média: circundar a fita no plano paralelo ao solo, a nível do ponto
médio-femural.

Obs: em todos os pontos de referência, o avaliado deverá estar em pé, de lado


para o avaliador, com os pés um pouco afastados, distribuindo o peso do corpo
igualmente sobre as duas pernas.

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i) Perna: com o avaliado em pé, com as pernas levemente afastadas e mantendo
o peso do corpo igualmente distribuído nos dois pés, posiciona-se a trena
transversalmente no ponto de maior circunferência da perna.

j) Tornozelo: o avaliado deverá estar em pé, de frente para o


avaliador, com os pés ligeiramente afastados, distribuindo o peso do corpo em
ambas as pernas. Circundar a fita no plano paralelo ao solo ao nível dos pontos
sphyrions tibial e fibular.

Precauções a ter na avaliação das circunferências:

a) Marcar corretamente o ponto de medida, usando lápis dermográfico;

b) Medir sempre sobre a pele nua;

c) Nunca usar fita elástica ou de pouca flexibilidade;

d) Não deixar o dedo entre a fita e a pele;


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e) Não dar pressão excessiva, nem deixar a fita frouxa

f) Não medir após actividade física.

Envergadura: é a distância entre o dactylion (dedo médio) direito e o


esquerdo.

Material Usado: fita métrica graduada em centímetros, fixada em uma parede


lisa.

Procedimentos:

Medir a distância do dactylion direito ao esquerdo, com o avaliado em pé e os


braços em abdução de 90° com o tronco; os cotovelos devem estar estendidos
e os antebraços supinados.

Avaliação dos perímetros:


Perímetro medial da coxa Perímetro cefálico

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III.3 EXAME FÍSICO

O paciente é o elemento principal de qualquer instituição de saúde que, sendo


admitido, pode ser submetido a tratamento, controles especiais, observações
médicas. O paciente procura o hospital quando atingido pela doença, cria nele
angustia, inquietação, que leva a exagerar o poder e conhecimento sobre os
profissionais que o socorrem.

Conceitos:

Exame: é a investigação e observação, com ou sem a utilização de aparelhos,


do estado de uma parte do corpo ou de um órgão.

Exame físico: é a exploração física realizada pelo médico ou enfermeiro à todo


o indivíduo, são ou doente, a fim de diagnosticar uma doença ou reconhecer as
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alterações (físicas ou de funcionalidade) ou sinais produzidos pela
enfermidade.

Os profissionais de saúde servem-se do exame físico com dois objectivos


fundamentais:

1. Auxiliar no diagnóstico de enfermidades;


2. Detenção de anormalidades para possíveis intervenções e para a prevenção
do agravamento do estado do paciente;

O exame físico não deve ser confundido com o exame clínico, que é a
soma do exame físico e a anamnese, isto é, a adição de todas as informações
clínicas do paciente através de entrevistas técnicas e pela avaliação directa por
meio de técnicas específicas.

Anamnese: é a entrevista realizada pelo técnico de saúde (enfermeiro ou


médico) ao paciente e que serve de ponto inicial no diagnóstico de uma
doença.

Obs: para que o diagnóstico seja completo e, para que haja superação, de
forma qualitativa, dos problemas de saúde de cada paciente, há a necessidade
da realização de um bom exame físico auxiliado pela anamnese e de análises
laboratoriais.

Tipos de exames físicos:

1. Exame físico geral: é aquele tipo de exame em que faz-se a exploração


completa do corpo do paciente, isto é, da cabeça aos pés; é também conhecido
como o exame céfalo-caudal.
2. Exame físico regional: é um tipo de exame em que o explorador centraliza o
seu exame numa região do corpo do paciente. Por exemplo: região da cabeça,
região do pescoço, região abdominal, etc.
3. Exame físico por sistemas ou aparelhos: é o tipo de exame em que o
médico ou enfermeiro faz a exploração do organismo do paciente dando ênfase
em um único sistema. Exemplo: exame físico do sistema respiratório,
cardiovascular, digestivo, etc.
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O exame físico é geralmente realizado depois de obtida a história de saúde. É,
geralmente realizada em uma área bem delimitada e preparada para o efeito
(leito do paciente).

Precauções a ter para realização do exame físico:

1. Preparar todo material necessário para o tipo de exame físico à ser realizado;
2. Garantir que o equipamento a ser utilizado esteja em perfeitas condições;
3. Higienizar as mãos antes e imediatamente depois do exame;
4. Manter as unhas curtas para evitar lesionar o paciente;
5. Explicar o procedimento e a sua finalidade ao paciente e esperar pelo seu
consentimento;
6. Garantir a privacidade e respeitar o pudor do paciente;
7. Ter em conta o estado do paciente;
8. Realizar o exame físico em uma área bem iluminada;
9. Se for uma criança, garantir que o mesmo esteja afastado de comida;
10. Usar material de biossegurança (luvas, mascaras, batas descartáveis)
dependendo do estado do paciente e da região a ser examinada;

Instrumentos básicos do exame físico:

Os instrumentos básicos (naturais) que o técnico usa para facilitar a realização


do exame físico são os sentidos humanos da visão, audição, tacto e o
olfacto. Porém, esses órgãos sensoriais humanos podem ser potencializados
por materiais/equipamentos especiais.

Equipamentos/materiais necessários para a realização do exame físico:

Para facilitar a realização do exame físico o profissional deve ter todo o


material necessário pronto e disponível antes de iniciar o procedimento e, o
material deve se verificado quanto ao seu funcionamento. Pois, nenhum
paciente gosta que os exames se prolonguem além do tempo necessário.

Para a realização de um exame básico, é necessário os seguintes materiais:

1. Luvas – para a biossegurança do examinador;


2. Avental, lençol de papel ou de tecido para o paciente – para guardar o pudor do
paciente;
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3. Balança – para medir o peso;
4. Termómetro – para medir a temperatura;
5. Estetoscópio – para a auscultação do aparelho respiratório, cardiovascular e
digestivo;
6. Esfigmomanómetro – para mensurar a pressão arterial;
7. Oftalmoscópio – para avaliar a visão;
8. Otorrinolaringoscópio: para avaliar a porção superior do tubo digestivo;
9. Abaixador de língua (espátula) – para avaliar a cavidade oral;
10. Diapasão -- para realizar exames de audição.
11. Relógio;
12. Martelo de reflexos – para avaliar os reflexos rotulianos;
13. Requisições – para orientar a realização dos exames laboratoriais;
14. Bolas de algodão;
15. Fita métrica – para avaliar o diâmetro e comprimento corporal;
16. Lápis, papel, esferográfica e aparadeira – para proceder as anotações dos
sinais encontrados durante a exploração.
17. Biombo – para garantir a privacidade do paciente;

Obs: para os exames especiais, o material varia conforme o tipo de exame.

Manobras, métodos ou etapas de exploração física

Para a realização do exame físico o profissional de saúde (médico ou


enfermeiro) serve-se de quatro métodos universal de exploração física que são
complementados pelo uso do termómetro, esfigmomanómetro, exploração da
sensibilidade e dos reflexos. Esses métodos são os seguintes:

1. Inspeção: é o método de exploração física em que o examinador faz uma


apreciação do corpo com a vista nua ou, quando necessário, com a ajuda de
lentes de aumento avaliando o aspecto, cor, forma, movimento do corpo e de
sua superfície externa e das cavidades corporais (boca, ânus, ouvidos, nariz).
2. Auscultação: é o método em que o explorador faz a apreciação com o sentido
da audição dos sons que se originam no organismo, tais como: a actividade do

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coração, a entrada e saída do ar nos pulmões, o trânsito digestivo ou por
qualquer outra causa;
3. Palpação: é o método em que o examinador faz a avaliação manual da
sensibilidade, da temperatura, consistência, forma, tamanho, situação e
movimentos, bem como vibrações. A palpação pode ser superficial ou
profunda.
4. Percussão: é o método em que o examinador faz uma apreciação, servindo-se
do ouvido, dos sons produzido ao golpear as superfícies corporais. A
percussão pode ser realizada usando as mãos nuas ou um martelo especial.

Sequência a seguir na realização do exame físico:

Embora a sequência do exame físico dependa do tipo, das circunstâncias e


justificativas dos pacientes em buscar atenção à saúde, a realização do exame
físico geral geralmente transcorre da seguinte forma:

1. Avaliação do tegumento (pele);


2. Avaliação da região da cabeça e do pescoço;
3. Avaliação da região torácica (anterior e posterior) incluindo as mamas;
4. Avaliação do sistema cardiovascular;
5. Avaliação da região abdominal;
6. Avaliação dos genitais e recto;
7. Avaliação da coluna vertebral;
8. Avaliação do sistema músculo-esquelético (membros superiores e inferiores);

Técnica a aplicar:

1. Lavar as mãos;
2. Identificar o paciente e informá-lo sobre o que será feito;
3. Isolar a cama com biombos;
4. Deitar o paciente de costas com a cabeça e ombros ligeiramente elevados por
travesseiros com as pernas estendidas;
5. Garantir condições necessárias para a expansão pulmonar, não dobrando o
pescoço ou cintura;
6. Manter os membros superiores ao longo do corpo;

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7. Colocar o paciente em posição correcta para evitar distensão dos tendões da
perna;
8. Manter os joelhos ligeiramente flectidos e os pés bem apoiados;
9. Evitar a queda dos pés equinos;
10. Proteger o paciente sempre com o lençol, expondo apenas o necessário;
11. Colocar o paciente em posição confortável após o exame;
12. Recompor a Unidade;
13. Lavar as mãos;
14. Anotar no prontuário do paciente.

Descrição do exame:

1. Pele:

A avaliação do sistema tegumentar inclui a pele, cabelo, couro cabeludo e


unhas. No exame físico do sistema tegumentar usamos dois métodos de
exploração que são a inspeção e a palpação.

Ao avaliar a pele devemos ater-nos nos seguintes aspectos: coloração,


temperatura, hidratação, consistência, elasticidade e presença ou não de
lesões (descrevendo a sua distribuição, cor, características, pigmentação,
etc);

Para o exame do cabelo e pêlos devemos avaliar a sua distribuição e coloração


e saber se está dentro da normalidade ou não;

Quanto as unhas, devemos examinar a forma, consistência, estriação,


coloração dentro da normalidade ou não.

2. Cabeça (crânio e face): usamos o método da inspeção e palpação.

O profissional inspecciona a cabeça do paciente observando o tamanho, a


forma e contornos; saber se a cabeça está em uma posição normal ou
apresenta alterações.

2.1 Cabelo:

Inspecionar a implantação, abundância, coloração, testura, etc;

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Palpação: faz-se apalpação do couro cabeludo para avaliar se há nódulos,
lesões, consistência normal ou alterada das partes ósseas, sutura de
fontanelas em crianças. O crânio é geralmente arredondado, com
proeminências na região frontal anterior, na área occipital posterior. As
deformidades cranianas locais são tipicamente provocadas por traumas. Em
crianças, uma cabeça muito grande pode ser resultado de anomalias
congénitas ou acúmulo de líquido cerebrospinal nos ventrículos (hidrocefalia).
Os adultos podem apresentar cabeça com dimensões maiores devido a
secreção excessiva de hormónios de crescimento (acromegália).

Face:

Faz-se a inspeção geral da face para avaliar a coloração, a forma, a expressão


facial, se as pálpebras estão normais ou alteradas, o globo ocular (situação,
volume e posição), mucosas conjuntivais (coloração, palidez ou hiperemia,
escleróticas).

Íris: avaliar a coloração e a forma;


Pupilas: avaliar a simetria, forma e situação;
Cristalino: avaliar se há opacificação (catarata);
Ouvidos: avaliar se há alterações da forma e a implantação dos pavilhões
auriculares, anomalias do canal auditivo externo, se há otorragia, tofos, etc.
Nariz: avaliar a forma e o tamanho, desvios e integridade septal, presença ou
não de rinorreia, se há dificuldade respiratória;
Boca: avaliar a forma e a coloração dos lábios, deformações anatómicas ou
outras lesões (edema, herpes labial, fissuras, etc);
Língua: avaliar se há atrofia das papilas ou não, macrogloasia, textura e
coloração (se há saburra), movimento;
Dentes: avaliar o número, estado e coloração;
Gengivas: avaliar a coloração, hipertrofia e outras alterações;
Orofaringe: com a ajuda da espátula avaliar as amígdalas, úvulas, parede
posterior da faringe dentro ou não da normalidade;
Apalpa-se as adenomegálias submandibulares pré e retro-auriculares;
3. Pescoço: deve-se proceder ao exame com o paciente sentado que deve
erguer o queixo e inclinar a cabeça para atrás.

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Inspeção: avalia-se a forma, coloração, tamanho, mobilidade, cicatrizes,
presença ou não de massas, visibilidade e distensão das veias do pescoço,
etc.
Palpação: palpar a tiróide, traqueia, artérias carótidas, adenomegálias
cervicais e outras massas (determinar o tamanho, forma, sensibilidade,
consistência e mobilidade);
Auscultação: auscultam-se os sopros arteriais e venosos do pescoço e os
ruídos laringo-traqueal.
4. Torax anterior: faz-se a avaliação das mamas e do coração.
Inspeção: avalia-se a forma, dimensão e a mobilidade, coloração e se há
cicatriz ou não, consistência e características da respiração, proeminência da
clavícula, etc;
Palpação: avaliar pontos dolorosos, adenomegálias (axilares e
supraclaviculares), avaliar a expansibilidade e elasticidade torácica, vibrações
vocais e frémitos.
4.1 Exploração das mamas: o exame físico das mamas é igual para homens e
para mulheres. Para o efeito, utilizam-se dois métodos exploratórios (inspeção
e palpação) com a pessoa em posição sentada, em pé ou deitada. O exame
físico da mama é realizado tendo em conta os seguintes aspectos:
 Tamanho, forma e simetria;
 Cor, textura, lesões e padrões vasculares da pele;
 Qualidade do tecido e presença ou não de secreção, nódulos, edemas ou
ulcerações.

O câncer de mama e a principal causa de morte, entre todas as formas de


câncer, nas mulheres em todas as idades. O diagnostico precoce da doença é
a chave para obtenção da cura. A maioria das massas na mama pode ser
localizada pelas próprias pacientes fazendo o auto-exame. De salientar que a
palpação pode ser superficial ou profunda e é feita em sentido horário.

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4.2 Coração: a avaliação das funções cardíacas é realizada na região
anterior do tórax. No adulto, o órgão está localizado na região precordial, atrás
e a esquerda do externo, com uma pequena parte do átrio direito, estendendo-
se à direita do esterno.
Inspeção e palpação: forma do precórdio, presença ou não de pulsações e
descrever a sua localização. A inspeção e a palpação são aplicadas
simultaneamente; o anglo de Louis se localiza entre o manúbrio e o corpo do
externo e pode ser percebido como uma protuberância no externo. O segundo
espaço intercostal no lado direito do corpo do paciente localizamos o foco
aórtico e o mesmo espaço do lado esquerdo localizamos o foco pulmonar. É
necessário a palpação profunda para a percepção desses espaços em
pacientes obesos ou aqueles que apresentam músculos peitorais muito
desenvolvidos.
Percussão: utiliza-se para avaliar áreas de macissez cardíaca e
cardiomegália. Porém, este método é raramente utilizado durante a avaliação
de um coração adulto; os exames de raio X do tórax são muito mais eficientes
na determinação do tamanho do coração.
Auscultação: faz-se com o auxílio do estetoscópio e, usa-se para avaliar as
bulhas cardíacas, sons extra-cardíacos e os sopros. Em pacientes do sexo
feminino, será necessário erguer as mamas para facilitar a auscultação. O
objectivo do profissional é identificar a primeira e a segunda bulha cardíaca e,
após ter avaliado a frequência e o ritmo cardíaco, o profissional deverá prestar

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especial atenção a natureza das bulhas através da comparação de B1 e B2 –
observar a intensidade, timbre e duração.
Obs: na auscultação cardíaca avaliamos quatro focos principais que são:

a) Foco aórtico: ausculta-se no segundo espaço intercostal, na linha média


clavicular do hemitorax direito;
b) Foco pulmonar: ausculta-se no segundo espaço intercostal, na linha média
clavicular do hemitorax esquerdo;
c) Foco tricúspide: ausculta-se no segmento inferior do esterno, junto à base do
apêndice xifóide, no hemicorpo esquerdo.
d) Foco mitral: ausculta-se no 4º e 5º espaço intercostal esquerdo entre a linha
mamilar e para-esternal, cerca de 8 cm da linha mediana anterior.

5. Tórax posterior:

O exame físico do tórax posterior deve realizar-se com o paciente sentado e,


manter a parte a ser examinada descoberta, respeitando sempre o pudor do
mesmo; para tal, especialmente no sexo feminino, podemos usar um lençol,
toalha, pano ou outro objecto para cobrir as partes que não estejam sendo
examinados.

Nota importante: na realização do exame físico do tórax posterior, devemos


focalizar a nossa maior atenção na exploração dos pulmões.

Inspeção: na inpeção, deve ter-se em conta o estado dos aspectos externos


como os da pele, tecido celular subcutâneo e as estruturas
musculoesqueléticas, forma e simetria da caixa torácica, movimentos das
costelas e dos espaços intercostais, tipo de respiração e profundidade, etc.
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Palpação: é o complemento da inspeção e com esse método avaliamos a
presença ou não de dor, elasticidade ou espansibilidade torácica, intensidade
das vibrações vocais e frémitos.

As vibrações vocais podem estar aumentadas, diminuídas ou abulidas.

Obs: para realizar a palpação, devemos perguntar ao paciente se sente dor e,


portanto, devemos começar por examinar a região não dolorosa e
examinamos, por último, as partes dolorosas. Usar as pontas dos dedos para
apalpar as estruturas torácicas e os espaços intercostais buscando simetria,
inflamação, dor e abombamento. Para avaliarmos as vibrações vocais, deve-se
pedir ao paciente que diga 33 e, em crianças, através do choro.

Auscultação: usa-se para avaliar os murmúrios vesiculares e suas alterações,


roncos, sibilos e crepitantes.

Obs: para se ter o máximo proveito e eficácia na auscultação, deve-se cumprir


algumas precauções tais como: preparar previamente o equipamento, garantir
a tranquilidade e silêncio no espaço onde se vai realizar o exame, estar em
posição cómoda, não auscultar sobre a roupa, pedir ao paciente que respire
tranquilamente e sem esforço, etc.

Percussão: usa-se para avaliar os sons torácicos como a macissez (processos


de condensação inflamatória) e timpanismo (processos inflamatórios).

6. Avaliação do abdómen:

Ao avaliar o abdómen, o profissional utiliza um dos dois sistemas de


referências anatómicas para o mapeamento da região abdominal. Em ambos
os sistemas, o apêndice xifoide (ponta do externo) delineia o limite superior da
região abdominal e a sínfise púbica o limite inferior. Um sistema divide o
abdómen em 4 quadrantes, traçando duas linhas imaginárias que se cruzam ao
nível da cicatriz umbilical e, o outro sistema divide o mesmo em 9 regiões. O
examinador deve avaliar os órgãos abdominais que ficam na região posterior.
Os rins são protegidos pelas costelas posteriores e pelos grandes músculos
dorsais.

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Obs: para a realização do exame físico abdominal a sequência deve ser a
seguinte: inspeção, auscultação, percussão, palpação superficial e palpação
profunda. Sempre se ausculta primeiro, porque a percussão e a palpação
podem alterar os ruídos hidroaéreos intestinais. Antes de começar com o
exame, deve-se pedir ao paciente que esvazie a bexiga para que não se
confunda com a gravidez, tumor ou quisto.

Inspeção:

Para a realização da inspeção, o examinador se posiciona em pé (permite a


verificação de sombras e movimentos anormais), ao lado direito do paciente e
procede o exame; de seguida senta-se para examinar a superfície. A posição
sentada permite ao examinador ter uma visão horizontal que lhe permitirá
detectar abaulamentos. Permite avaliar as características da pele, presença ou
não de cicatrizes, coloração, estrias, padrões venosos, lesão, forma e simetria
do abdómen, movimentos abdominais e presenças ou não de massas,
observação da cicatriz umbilical – verificando-se a sua posição, forma,
coloração e presença ou não de secreção.

Palpação:

Para a realização da palpação o examinador deve dividir o abdómen em


quadrante e começar por apalpar a região não dolorosa. Apalpa-se para
explorar nódulos, massas e processos inflamatórios ou tumorais. O explorador
deverá sentir o tónus muscular, e observar o rosto do paciente a procura de
sinais de desconforto. Realizam-se dois tipos de palpações:

1. Palpação superficial: avalia-se o panículo adiposo, tonicidade muscular


(resistência da parede, pontos fracos da parede), hérnias, adenomegálias
superficiais, etc.
2. Palpação profunda: usa-se para avaliar tumorações da cavidade abdominal,
incluindo o fígado, baço e rins (frisando a localização, dimensão, forma,
superfície, mobilidade com a respiração e mudanças de posição, etc.

Percussão:

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Este método é utilizado para o mapeamento dos órgãos e massas subjacentes.
Além disso, a percussão revela a presença de ar no estômago e nos intestinos;
percute-se também para avaliar áreas de timpanismo (resultado de presença
de ar no estômago ou intestinos), macissez (resultado de presença de massas
ou líquido nos órgãos) e sinais de ondas líquidas. A percussão pode ser directa
ou indirecta.

Auscultação:
O profissional realiza a auscultação para ouvir os sons resultantes da
motilidade intestinal (ruídos hidroaereos) e para detectar os ruídos
vasculares. O diafragma do estetoscópio é colocado sobre cada um dos
quadrantes do abdómen; em condições normais, o ar e os líquidos se movem
pelos intestinos, causando suáveis sons de gorgolejo ou borbulhas em cada
quadrante.
A auscultação é geralmente realizada na região peri-umbilical e deve ser feita
em dez (10) minutos; os seus valores normais vão de 3 a 5.

Os ruídos hidroaereos podem estar:

1. Normais;
2. Aumentados: nos processos diarreicos;
3. Diminuidos: na oclusão intestinal;
4. Abulidos: no íleo paralítico;

7. Exame físico das regiões inguinais (genitais e recto): ´

O exame físico dos genitais e do recto pode ser embaraçoso para o paciente, a
menos que o profissional faça uma abordagem calma e relaxada. Portanto,
para facilitar o processo, deve-se explicar ao paciente o procedimento a ser
realizado e esperar pelo seu consentimento.

Para a avaliação da região inguinal o paciente deve estar em posição


genupeitoral, ginecológica, litotómica ou em pé.

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a) Sistema genitourinário masculino:

Inspeção: avalia-se a coloração da pele, distribuição dos pêlos pubianos, o


desenvolvimento do pénis e dos testículos, secreções no meato urinário, lesões
cutâneas, cicatrizes, características da bolsa escrotal.

Palpação: apalpar os pulsos femurais, gânglios linfáticos, presença ou não de


hérnias inguinais, revisar o prepúcio para buscar fimose, hipospadia ou
hepispadia, presença ou não de dor, orquites, etc.

b) Sistema genitourinário feminino: faz-se a avaliação com a ajuda do espéculo


vaginal para que haja facilidade.

Inspeção: inspecionar a quantidade e distribuição dos pêlos, coloração da


pele, características da vulva, presença ou não de corrimento vaginal, e
presença ou não de dor, etc.

Vagina: avaliar a presença ou não do hímen, presença ou não de leucorreia,


etc

Clitoris: avaliar o tamanho e a coloração;

Colo do útero: cor, consistência, estado da mucosa, presença ou não de


secreções, etc.

Obs: a pele da região perineal é ligeiramente mais escura que a do resto do


corpo e as mucosas apresentam-se húmidas com uma coloração rosa-escura.
Os grandes lábios são geralmente carnudos e bem formados em mulheres
adultas; após o parto, esses lábios se apresentam separados, provocando
maior proeminência dos pequenos lábios. Em mulheres virgens, os lábios
normalmente estão juntos, enquanto em mulheres que já tiveram parto ou que
têm uma vida sexual activa tendem a se separa e cair para os lados. O
tamanho do clítoris varia de 2 cm de comprimento e 1 de largura.

Exame rectal:

O exame rectal é realizado para avaliar as características da região peri-anal,


características do anos, existência de hemorróides externas, fissuras,
ulcerações, hemorragias, tônus do esfíncter, massas anormais ou dor.
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8. Exame dos membros: o exame físico dos membros deve sempre ser
realizado estabelecendo-se a comparação dos membros.

Membros superiores: avalia-se a simetria, forma, tamanho, movimentos


anormais, tremores, coloração, lesões da pele, características das unhas e dos
dedos, tônus muscular, estado das artérias periféricas, etc.

Membros inferiores: avalia-se a simetria, a coloração, forma, tamanho,


presença ou não de edema, varizes, ulcerações, gangrenas, cicatrizes,
pigmentação, deformidades, tonalidade muscular, distribuição e características
dos pêlos, etc.

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UNIDADE IV: DMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

A utilização de medicamentos como agentes terapêuticos foi empregue desde


épocas muito remotas. Por ser um dos procedimentos mais importantes da
assistência de Enfermagem, o técnico deve submeter-se a constantes
mudanças e atualizações destes produtos. Sobre tudo, é fundamental que o
técnico de Enfermagem esteja consciente de que na administração de
medicamentos há implicações éticas e legais, portanto, ela exige cuidados
muito maiores quanto a interpretação correta da prescrição.

Ainda é imprescindível, para que possamos administrar os medicamentos com


a segurança necessária e orientar os pacientes quanto a seu uso, termos
conhecimentos sobre farmacologia - ciência que estuda os medicamentos e
suas ações no organismo, e de anatomia e fisiologia humana.

A administração de medicamento é a fase em que o profissional aplica o


medicamento ao paciente e anota na folha de prescrição.

Medicamentos são substâncias que introduzidas no organismo, seja qual for a


via utilizada, têm a finalidade de prevenir, atenuar ou curar doenças.

Fármaco é toda substância química conhecida e de estrutura química definida


dotada de propriedades farmacológicas

Formas de apresentação dos medicamentos:

Os medicamentos são fundamentalmente apresentados em três formas:

1. Formas sólidas: nessas formas de apresentação encontramos os pós,


comprimidos, pastilhas, grânulos, drageias, pérolas, cápsulas, óvulos,
supositórios, hóstias, pomadas, creme, gel, etc.
2. Formas líquidas: nessas formas de apresentação inclui as soluções,
emulsões, xaropes, infusão, colírios, etc.
3. Formas gasosas: nessas formas de apresentação encontramos os gases e
vapores.

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Modo de guardar e arrumar medicamentos
1. Os medicamentos devem ser guardados em armários que possam ser
fechados à chave e com várias prateleiras de modo a permitir a arrumação
adequada dos medicamentos, deixando bem visível o nome do medicamento.
2. Medicamentos com o mesmo nome devem estar separados e arrumados tendo
em conta a sua forma de apresentação.
3. Guardar e arrumar os medicamentos de acordo as suas formas de
apresentação.
4. Medicamentos de uso externo devem estar num armário separado para não
serem confundidos com outros.
5. Medicamentos fotossensíveis devem ser bem protegidos e arrumados para que
não percam a sua ação;

Vias de administração de medicamentos:

Os medicamentos podem ser administrados em diferentes vias dependendo da


sua apresentação, ação farmacológica e o efeito que se pretenda. Mas,
para facilitar a compreensão, podemos dividir as vias de administração em
duas grandes vias:

1. Via entérica: corresponde a administração de medicamentos pelo tubo


digestivo e é, por sua vez, subdividida em:
a) Via oral: é a administração de medicamentos pela boca; que pode ser
sublingual ou vestibular.
b) Via rectal: é a administração de medicamentos pelo recto.

2. Via parenteral: corresponde a via de acesso dos medicamentos fora do tubo


digestivo. Essa via inclui:
a) Via intra-muscular: é a administração de medicamentos nas fibras musculares
profundas que estão providas de bastante irrigação sanguínea.
b) Intra-venosa ou endovenosa: é a introdução de medicamentos directamente
na corrente sanguínea.
c) Subcutânea: é a administração de medicamento no tecido subcutâneo.

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d) Via inalatória: é a ingestão de medicamentos por intermédio da inalação.
Portanto, inclui todos os medicamentos dados por inalação (gases e vapores).
e) Nebulização: é a administração por inalação através da boca e nariz.
f) Via otológica: é a administração de medicamentos pelo ouvido.
g) Via tópica: é a administração de medicamentos directamente na pele ou
mucosas.

Factores que determinam a escolha da via de administração:

1. Estado do paciente;
2. Tipo de acção desejada;
3. Rapidez de acção desejada;
4. Forma de apresentação do medicamento;

Prescrição médica
A prescrição médica é definida como uma etapa no processo de
fornecimento de medicamentos para um paciente internado.
A prescrição é um processo multidisciplinar, envolvendo médicos,
farmacêuticos, nutricionistas e profissionais de enfermagem. É a primeira etapa
do processo, sendo o médico o responsável pela sua execução; é também a
finalização de outro processo que parte da coleta de dados, elaboração de uma
hipótese diagnóstica e determinação de um planejamento terapêutico.
Portanto, a prescrição é a transcrição do planejamento terapêutico, no formato
de comandos, a serem executados pela equipa de apoio no tratamento do
paciente.

Tipos de prescrição médica – PM

Prescrição padrão: deve conter o quanto do medicamento o paciente deve


receber e por quanto tempo permanece em efeito por tempo indefinido ou
período especificado.

Prescrição única: deve conter a prescrição do medicamento a ser


administrado apenas uma vez.

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Prescrição Imediata: deve conter a prescrição de um medicamento que o
doente/cliente deve receber imediatamente, no geral para um problema
urgente.

Prescrição Permanente: contém a prescrição forma permanente, no geral são


elaborados e executados por equipas de uma determinada instituição, sendo
hoje bem difundidas como protocolos de prescrição de Medicamentos para
tratamento de determinadas patologias.

Prescrição Verbal e Telefónica: não é o tipo de prescrição ideal, deve ser


evitada sempre que possível, pois a prescrição verbal ou por telefone traz
riscos iminentes de erros, pode ocorrer em situações de urgência e deve ser
transcrita pelo médico o quanto antes.

Cartões de medicamentos

As prescrições médicas são passadas no processo do paciente, onde o médico


as escreve para uma ficha ou cartão que é individual para cada doente, neste
cartão regista-se: o número da cama, o nome do doente, nome do
medicamento, dose prescrita, via de administração e hora.

Erros mais comuns no preparo e administração de medicamentos:

 Preparo do medicamento errado.


 Administração de medicamento certo em paciente errado.
 Modificação da coloração da droga injetável, tornando – se leitosa.
 Modificação da droga injetável com presença de cristais.
 Administração de droga subcutânea em quantidade superior ao tolerável.
 Falta de rodízio na aplicação de droga subcutânea, ocasionando hematomas e
irritações locais.
 Administração de droga intramuscular em quantidade superior ao tolerado no
espaço intramuscular.
 Falta de rodízio na aplicação de droga intramuscular, ocasionando
endurecimento de tecido muscular e favorecendo o aparecimento de abcessos
intramusculares.
 Administração de droga com atrasos nos seus horários, podendo ocasionar
alteração em seus níveis plasmáticos gerando interferências no tratamento

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Regras e precauções ao administrar os medicamentos:
1. Lavar as mãos antes e depois da preparação e administração;
2. Garantir o máximo possível que não haja interrupções durante a preparação e
administração do medicamento;
3. Ler a prescrição e certificar-se de que a mesma esteja assinada;
4. Garantir que a prescrição seja clara, contendo a identificação do paciente,
nome do medicamento, apresentação, preparação, hora e via de
administração;
5. A preparação e administração do medicamento devem ser realizadas dentro de
uma técnica asséptica, efectuando-se a limpeza do local, uso de mascaras e
luvas, higienização das mãos.
6. Ler o rótulo do medicamento e assegurar-se que corresponda ao prescrito, e
que não tenha o prazo de caducidade vencido;
7. Ler sempre o rótulo do medicamento a administrar três vezes.

 Antes de retirar o frasco ou a ampola


 Antes de se servir do frasco ou abrir a ampola
 Antes de colocar o frasco no seu lugar ou deitar a ampola fora.

8. Verificar a dose prescrita, que tem de ser exactamente nem amais nem a
menos.
9. Ter em conta a regra dos cinco (5) e nove (9) certos:

a) Regra dos cinco (5) certos:


 Paciente certo
 Medicamento certo
 Dose certa
 Via certa
 Hora certa

b) Regra dos nove (9) certos:


 Paciente Certo,
 Medicação Certa,
 Dose Certa,
 Diluição Certa,
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 Via Certa,
 Ângulo Certo,
 Hora Certa,
 Registo Certo
10. Após a administração de medicamentos por via oral (comprimidos), revisar a
cavidade oral para certificar-se de que o mesmo foi engolido;
11. Ao administrar medicamentos em formas líquidas, devemos usar copos
graduados, conta-gotas, colheres e outros e, garantir que a escala graduada se
encontre ao nível dos olhos para aferir com exactidão a quantidade desejada;
12. Medir a dose com exactidão; usando pesos e medidas padrões;
13. Se forem prescritas mais de uma medicação em estado líquido, administrar
cada um dos quais em copos separados;
14. Garantir que as pastilhas sejam chupadas e evitar “triturar” os medicamentos;
15. Medicamentos desagradáveis ao paladar, podem ser administrados com um
gole de água aromatizada;
16. Não diluir os xaropes;
17. Certificar-se de que o medicamento dado pertence realmente ao paciente que
recebe o mesmo; para se evitar erros, é fundamental chamar o paciente pelo
nome e ver a medicação prescrita;
18. Anotar no processo do paciente o medicamento, a hora administrada e as
reacções apresentadas pelo paciente;
19. Agitar bem as preparações líquidas e evitar a sua administração se notar-se
alguma alteração do seu aspecto normal;
20. Não administrar medicamentos preparados por outra pessoa;

1) Via Enteral
a) Via oral:

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Na via oral, administram-se medicamentos em várias formas de apresentação
que são: comprimidos, cápsulas, líquidos, suspensão, pó e grânulos, etc.

Objectivos da administração pela via oral:

1. Obter efeitos locais e sistémicos;


2. Administrar medicamentos que não podem ser administrados por outras vias;

Contraindicações da administração pela via oral:

1. Presença de vómitos;
2. Pacientes inconscientes ou que tenham a via oral suspensa,
3. Pacientes incapazes de deglutir ou que estejam em jejum para exame ou
cirurgia.

Vantagens:

1. Fácil administração;
2. Confortável, indolor e económico;
3. Efeitos locais e sistémicos;

Desvantagens:

1. Absorção variável devido as características da mucosa gástrica e presença de


alimentos;
2. Sabor desagradável;
3. Não podem ser administrados em pacientes inconscientes ou em presença de
vómitos.

Material necessário:

1. Bandeja ou tabuleiro;
2. Copo graduado ou não, para medicamentos;
3. Conta-gotas, se necessário;
4. Medicação prescrita;
5. Colher e garrafa com água, leite, chá ou sumo;
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6. Guardanapos, lenço ou toalha;
7. Recipiente para material descartável;

Técnica a aplicar:
1. Colocar o paciente sentado ou semi-sentado;
2. Cobrir o tórax com toalha, guardanapo ou lenço para evitar corrimento na
roupa;
3. Dar o medicamento indicado pondo-o num guardanapo, colher ou copo;
4. No caso da via sublingual: mandar o paciente levantar a língua e colocar o
medicamento prescrito;
5. No caso da via vestibular: dar o medicamento e orientar o paciente a colocar
o medicamento no fundo do saco vestibular superior ou inferior (entre a
bochecha e a gengiva);
6. Mandar abrir a boca e certificar-se de que o paciente ingeriu ou o medicamento
foi absolvido;
7. Secar os lábios do paciente, retirar o guardanapo ou toalha e anotar o
procedimento.

b) Via rectal:
Na, via rectal, administram-se medicamentos em forma de supositórios e
enemas/clister.
Indicações:
A via rectal pode ser utilizada/indicada em casos de haver restrições da
administração de medicamentos por via oral.
 Administração de supositórios: consiste na introdução, no recto, de
medicamentos sólidos em forma de cone.
Objectivos:
1. Estimular o peristaltismo intestinal;
2. Aliviar e tratar a obstipação e facilitar a defecação;
3. Aliviar flatulências, dor, vómitos e irritações locais;
Contraindicações:
1. Presença de diarreia;
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2. Pacientes com arritmias cardíacas potencial;
3. Pacientes pós-operados na próstata ou no recto;
Material necessário:
1. Bandeja
2. Luvas de procedimento
3. Gazes ou papel higiénico;
4. Medicamento indicado (supositório);
5. Comadre (arrastadeira);
6. Dedeiras (protecção em borracha ou plástico para o dedo que se usa ao
examinar uma passagem como a vagina ou recto);

Técnica a aplicar:
1. Explicar o procedimento e a sua finalidade ao paciente; isolando a unidade do
doente com biombo;
2. Colocar o paciente em decúbito lateral ou sims, expondo somente a área
necessária;
3. Calçar luvas para auto-protecção;
4. Afastar as pregas interglúte, com uma das mãos, com um guardanapo ou gaze
para melhor visualização do ânus;
5. Pegar o supositório com a outra mão e introduzi-lo delicadamente além do
esfíncter anal, e pedir ao paciente que o retenha por pelo menos 30 minutos.
6. Certificar-se de que o supositório tenha sido introduzido;
7. Caso o paciente tenha condições de auto-aplicação, orientá-lo quanto ao
procedimento;
8. Retirar as luvas e lavar as mãos;
9. Fazer as anotações no processo do paciente;
10. Levar o material e deixar a unidade do paciente em ordem.

 Clisters ou enemas: é a introdução de soluções no recto através do ânus; ou


então, a preparação de líquido para a lavagem intestinal ou provocar a
expulsão de fezes.

Objectivos:
1. Aliviar a obstipação intestinal;
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2. Limpeza intestinal antes de intervenção cirúrgica, parto ou exames intestinais;
3. Estimular os movimentos peristálticos;
4. Depois de quase todas as operações abdominais;
Contraindicações:
1. Presença de diarreia;
2. Pacientes com arritmias cardíacas potencial;
Material necessário:
1. Bandeja ou tabuleiro;
2. Recipiente com solução indicada;
3. Irrigador com chave de segurança;
4. Sonda rectal ou cânula; no caso de crianças, usar pêra ou seringas;
5. Luvas para proteção;
6. Lubrificante, gazes e papel higiénico;
7. Água, sabão e toalha;
8. Biombo, arrastadeira e porta-irrigador;
9. Recipiente para material descartável;

Técnica a aplicar:
1. Explicar o procedimento e a sua finalidade ao paciente; isolando a unidade do
doente com biombo;
2. Colocar o resguardo e cobri-lo com uma toalha ou lençol;
3. Pendurar o irrigador acima do nível da cama;
4. Colocar a arrastadeira ao lado da cama direccionada nas nádegas,
destapando-a;
5. Extrair a sonda da cobertura estéril, conecte-a ao recipiente de solução e;
extrair o ar do tubo, deixando correr a solução;
6. Fechar a torneira;
7. Despir o paciente, deixando-o somente com meias;
8. Deitar o paciente e posição de sims com as nádegas no bordo da cama;
9. Lubrificar a sonda;
10. Afastar as nádegas com uma das mãos até visualizar a região anal e, com a
outra mão, introduzir a sonda com auxílio de papel higiénico;
11. Abra a torneira e peça ao paciente que respire pela boca, passando a instilação
de forma lenta;
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112
12. Após terminar a instilação – não deixando passar o ar — fechar a torneira;
13. Retirar lentamente a sonda protegendo o extremo com um guardanapo ou
papel higiénico e colocá-lo no recipiente para o material de refugo;
14. Pedir ao paciente que retenha a solução por 5 ou 10 minutos para que o
enema faça o seu efeito e, em seguida, oferecer a arrastadeira para a
expulsão;
15. Retirar a arrastadeira, observar os efeitos do enema e as características dos
sedimentos expulsos;
16. Realizar a higienização da região com papel higiénico e proceder a lavagem
com água e sabão ou orientar o paciente a tomar banho;
17. Lavar as mãos, registar no prontuário do paciente o procedimento feito e as
anomalias encontradas;
18. Organizar a unidade do paciente;
19. Levar o material a ser esterilizado;

2) Via parenteral:

Preparação de medicações armazenadas em frasco ampolas:

1. Retirar o lacre do frasco ampola e realizar a desinfecção da tampa de borracha


com algodão embebido em álcool a 70%;
2. Realize a desinfecção da ampola do diluente com algodão embebido com
álcool a 70%, abra/quebre a ampola do diluente, aspire o conteúdo e injete-o
pela parede interna do frasco ampola que contém o medicamento;
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3. Caso a ampola do diluente seja de plástico, injectar em qualquer das paredes
do frasco e aspirar o líquido;
4. Homogeneíze bem o pó com o diluente colocando o frasco ampola entre as
mãos e realizando movimentos rotacionais;
5. Aspire o conteúdo e retire as eventuais bolhas da seringa, expulsando o ar e
deixando somente a suspensão;
6. Despreze o frasco ampola e troque de agulha da seringa;

Ex:

Injeção: é a introdução sobre pressão de medicamentos (soluções) mediante


uma agulha oca na pele, músculos ou veias.
Contraindicações:
Evite a administração de medicamentos em áreas inflamadas, hipotróficas, com
nódulos, paresias, plegias e outros, pois podem dificultar a absorção do
medicamento.
a) Via Intramuscular/injeção intramuscular: é a via que permite a introdução de
medicamentos numa massa muscular profunda.
Objectivos:
1. Facilitar uma absorção mais rápida do medicamento;
2. Administrar medicamentos que não são tolerados por outras vias;

Material necessário:
1. Bandeja ou carrinho;
2. Seringas e agulhas;
3. Bolas de algodão;
4. Frasco de álcool a 70%;
5. Medicação prescrita;
6. Serra ou penca;

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7. Recipiente para materiais descartáveis;

Locais de injeção intramuscular:


Os locais utilizados para a administração de medicamentos são as regiões
glúteas (músculo nadegueiro – quadrante superior externo), face externa do
braço (terço médio do músculo deltóide) e na face externa da coxa (terço
médio do músculo quadricípite).

Na injeção feita no glúteo observa-se o seguinte procedimento:

Tira-se uma linha imaginária da extremidade superior do sulco inter-


nadegueiro, a crista ilíaca antero-superior, em seguida traça-se uma
perpendicular a esta linha, passando pela zona mais almofadada, a injeção é
feita no quadrante superior externo.

Preparação do doente.

 Pedir ao doente para se deitar em decúbito ventral, com a cabeça virada para
um dos lados.

 Dobrar a roupa em triângulo, expondo apenas a área desejada.

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Local para injecção intramuscular no braço

Para a aplicação de injeção no músculo deltóide, deve se medir 4 dedos abaixo


do ombro e segurar o músculo durante a introdução da agulha.

A injeção intramuscular no braço, geralmente, é usada para administrar vacinas


ou medicamentos com menos de 3 ml.

Local para injecção intramuscular na coxa

Para a injecção na coxa, o local de aplicação situa-se na parte lateral externa,


um palmo acima do joelho e um palmo abaixo da articulação da cintura pélvica.

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Complicações:

A injeção intramuscular mal aplicada pode causar:

1. Dor intensa e endurecimento do local da injeção;


2. Vermelhidão da pele;
3. Diminuição da sensibilidade no local da aplicação;
4. Inchaço na pele no local da injeção;
5. Paralisia ou necrose.

Preparação/procedimento da injeção:

1. Conferir a prescrição médica e separar o medicamento;


2. Separar o material necessário;
3. Lavar as mãos;
4. Pegar o algodão e limpar a ampola;
5. Preparar a seringa e a agulha;
6. Cerrar a ampola e partir;
7. Colocar a ampola entre os dedos indicares e polegares;
8. Aspirar o medicamento;
9. Retirar o ar da seringa, mantendo-a na vertical;
10. Escolher o local e realizar a antissepsia;

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11. Aplicar a injeção (mantendo a seringa a um ângulo de 90º) esticando bem a
pele (aspirar para ver se vem sangue e injectar lentamente);
12. Retirar a seringa e a agulha, comprimindo bem o local com bola de algodão;
13. Fazer a desinfecção final e deixar o paciente confortável;
14. Anotar os procedimentos no prontuário do paciente;
b) Via intradérmica:

A administração de medicamentos por essa via tem o seu efeito mais lento do
que nas outras vias de aplicação parenteral.

Objectivos:

1. Permitir a absorção lenta de soluções através dos copos capilares;


2. Administrar vacinas e provas cutâneas de sensibilidade com fins preventivos e
diagnósticos;

Material necessário: os mesmos da via intramuscular, com excepção do


medicamento.

Locais de injeção intradérmica:


1. Face interna do antebraço;
2. Cara superior externa do braço;
3. Região subescapular; etc

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Técnicas a aplicar:
Aplicar a mesma técnica da injeção intramuscular mas:
1. Introduzir a agulha paralelamente à pele mantendo um ângulo de 15º,
introduzindo mais ou menos 2 mm da agulha com o bisel virado para cima;
2. Injectar a solução observando a formação de uma pápula e retirar a agulha
com movimento único e rápido;
3. Não massagear mas, caso ocorra um pequeno sangramento, realizar uma
compressão com bolas de algodão seco;
4. Desprezar o material descartável e proceder a lavagem das mãos;
5. Anotar o procedimento no prontuário;

Possíveis complicações:
1. Ulcerações com necrose tecidual local;
2. Lesão da derme por rápida introdução do medicamento;
3. Sangramento, dor e prurido.

c) Via subcutânea ou hipodérmica:


Esta via é usada para administração de vacinas (anti-rábica e anti-sarampo),
anticoagulantes (heparina) e hipoglicemiantes (insulina). O volume não deve
exceder 2,0 ml.

Objectivos:
1. Administrar medicamentos que necessitem de absorção mais lenta e continuo
mediante a malha celular subcutânea;

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2. Administrar medicamentos que requeram esta via e que não são tolerados por
outras vias.

Material necessário:
Os materiais mais usados são os mesmos da via intramuscular porém, as
seringas mais usadas são as de 1ml, tuberculina, insulina ou de 2 ml.

Locais de injeção subcutânea:


Os locais de aplicação são a face externa do braço, região glútea, face anterior
e externa da coxa, região periumbilical, região escapular, região inframamária e
flanco direito ou esquerdo.

Técnica a aplicar: os mesmos da injeção intramuscular, porém:


1. Ao inserir a agulha, devemos efectuar uma dobra cutânea com os dedos
indicadores e polegar para aumentar a grossura da malha;
2. Injectar a agulha formando um ângulo de 45º a 60º, em relação a superfície
pregada;
3. Soltar a prega, aspirar o medicamento e – se não houver retorno de sangue –
injectar o medicamento lentamente para evitar a dor e permitir a infiltração no
tecido celular subcutâneo;
4. Retirar a agulha e a seringa com movimento rápido e único, colocar algodão
sobre o local da injeção;
5. Lavar as mãos e fazer anotações no prontuário do doente;

d) Via endovenosa ou intravenosa:

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A via endovenosa é utilizada quando se deseja uma acção rápida do
medicamento ou quando outras vias não são propícias. Sua administração
deve ser feita com muito cuidado, considerando-se que a medicação entra
directamente na corrente sanguínea, podendo ocasionar sérias complicações
ao paciente caso as recomendações preconizadas não sejam observadas. As
soluções administradas por essa via devem ser cristalinas, não-oleosas e sem
flocos em suspensão.

Objectivos:
1. Obter ação terapêutica imediata do medicamento;
2. Administrar grandes quantidades de medicamentos;
3. Efectuar nutrição parenteral;
4. Administrar substância hipertónicas com certos limites;
5. Administração terapêutica de hemo-componentes.

Material necessário:
1. Tabuleiro ou carro de tratamento;
2. Medicação prescrita;
3. Duas agulhas para aspirar e injectar medicamentos
4. Dispositivo venoso periférico conforme medicação (Sistema);
5. Seringa conforme o volume da medicação;
6. Taça com bolas de algodão embebidas em solução anti-séptica (álcool 70%)
7. Luvas de procedimentos;
8. Pinças e serra;
9. Bolas de algodão seco;
10. Álcool a 70%
11. Fita adesiva para fixação;
12. Garrote;
13. Agulhas de acordo a medicação e tamanho do paciente;
14. Aparadeiras;

Ex:

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Locais de injeção intravenosa:
Na administração endovenosa podem ser utilizadas quaisquer veias facilmente
acessíveis, mas as mais comuns são:
1. Veias do dorso da mão e do braço:

2. Veias do pescoço e cabeça:

3. Veias da flexura do cotovelo, braço e antebraço:

4. Veias dos membros inferiores:

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122
Incidentes ou complicações.

1. Lipotímia;
2. Dor pelo líquido ter saído da veia;
3. Embolia gasosa pela introdução de ar no sangue;
4. Equimose ou hematoma por agulha ter atravessado a veia;

Técnica a aplicar para punção venosa:


1. Lavar as mãos e organizar o material necessário;
2. Levar o material até a unidade do paciente, explicar o procedimento e a
finalidade;
3. Desinfectar a ampola ou frasco com algodão embebido com álcool a 70%;
4. Partir a ampola e aspirar a medicação contida nela;
5. Trocar a agulha e retirar o ar da seringa;
6. Calçar luvas, amarrar o garrote por encima da veia seleccionada;
7. Solicitar o paciente a abrir e fechar as mãos (quando achar conveniente) pedir
que mantenha os punhos serrados enquanto puncionamos a veia;
8. Desinfectar a área com algodão embebido em álcool;
9. Pegar a seringa com a agulha com o bisel da agulha virado para cima;
10. Esticar a pele, mantendo a veia fixa com o polegar da mão não dominante e,
com a outra mão, introduzir a agulha antes do local onde a veia deverá ser
alcançada, segurando a seringa;
11. Confirmar o acesso da agulha na veia aspirando o sangue e, se houver retorno,
administrar lentamente o medicamento observando as reacções do paciente
através da sua fisionomia e inspecção no local da punção;
12. Após o término da administração, retirar a agulha com movimento único
comprimindo o local com algodão seco;
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13. Desprezar os materiais descartáveis e manter o ambiente do paciente em
ordem;
14. Deixar o paciente confortável;
15. Descalçar as luvas e anotar os procedimentos no processo do paciente;

Características essenciais para que uma substância possa ser


administrada pela via intravenosa:

 Não ser hemolítica;


 Não ser cáustica;
 Não coagular as albuminas;
 Não produzir embolia ou trombose;
 Não conter pirogênio;

VENOCLISE:
A venoclise é a administração endovenosa directa de grandes quantidades de
líquidos através de gotejamento controlado, para ser infundido num período de
tempo pré-determinado. As soluções mais utilizadas são a glicose a 5% ou
10% e a solução fisiológica a 0,9%.

Objectivos:
1. Repor as perdas de líquidos e proporcionar hidratação ao paciente;
2. Administrar grandes quantidades de medicamentos por tempo determinado;
3. Obter acção terapêutica mais rápida;

Material necessário:
O material é o mesmo utilizado na via endovenosa, acrescentando-se frasco
com o líquido a ser administrado, suporte, medicamentos, sistema, garrote,
cateteres, agulha, seringa, adesivo cortado em tiras e disposto sobre a
bandeja, etc.

Locais de administração:
Os locais de aplicação são os mesmos da administração endovenosa.
Precauções a ter em venoclise:
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1. Garantir que o material a ser utilizado esteja completo e esterilizado;
2. Realizar a troca das agulhas (cateteres) de punção a cada 48 ou 72 horas,
dependendo das manipulações;
3. Manter a regulação do gotejo segundo a prescrição;
4. Observar sinais de flebite;
5. Observar a solução antes de administrá-la;
6. Garantir que o paciente seja esclarecido sobre o período previsto de
administração,

Obs: para calcular a venoclise, temos a seguinte fórmula:

Gt = gotejamento; T = tempo V = volume;

Técnica a aplicar em venoclise:


1. Lavar as mãos e preparar o material a ser utilizado, desinfectando-os;
2. Levar o material até a unidade do paciente;
3. Explicar o procedimento e a sua finalidade;
4. Conectar o sistema no frasco do medicamento,
5. Pendurar o frasco no suporte e retirar o ar do sistema;
6. Calçar luvas e desinfectar o local da punção;
7. Pegar o cateter e introduzir na veia;
8. Quando fluir o sangue reintroduza novamente a agulha e manter o cateter no
local com a ajuda do adesivo;
9. Retirar a agulha do cateter e conectar o sistema da venoclise;
10. Se houver sangue, deve-se limpar e;
11. Abrir a chave do sistema e regular a destilação;
12. Caso haja necessidade de adicionar um medicamento, pegar a seringa que
contém o medicamento e introduzi-lo no frasco;
13. Rotular o frasco, colocando o nome do paciente, a solução a ser injectada, os
medicamentos, tempo em que a solução deverá correr, número de
gotas/minuto, início e término, data e assinatura;

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14. Desprezar o material descartável e lavar as mãos;
1. Anotar os procedimentos e acomodar o paciente;

Administração de medicamentos por via tópica, via cutânea, ocular, nasal


e vaginal.

Objectivos:
1. Obter acção terapêutica local e sistémica;
Material necessário:
1. Bandeja ou tabuleiro;
2. Espátula, conta-gotas e aplicador;
3. Gaze e algodão;
4. Luvas de procedimento;
5. Medicamento prescrito;

Precauções:

Pele: Para que haja melhor absorção do medicamento pela pele, a mesma
deve estar limpa e seca antes da aplicação. As loções, pastas ou pomadas são
colocadas na pele e espalhadas uniformemente com gaze, com a mão
devidamente enluvada, seguindo-se as orientações específicas de cada
medicamento em relação à fricção, cobertura, aplicação de calor, etc.
Para a aplicação tópica, ocular, nasal e otológica é recomendável que o
frasco conta-gotas seja individual e, durante a aplicação, não encoste na pele
ou mucosa. Antes da aplicação ocular, faz-se necessário limpar os olhos para
remover secreções.

Precauções e técnicas a aplicar:


Olhos: com o paciente confortavelmente posicionado em decúbito dorsal ou
sentado, com o rosto voltado para cima, o profissional deve expor a conjuntiva
da pálpebra inferior e solicitar-lhe que dirija o olhar para cima, após o que
instila a solução com o conta-gotas; sequencialmente, orientar o paciente para
que feche as pálpebras e mova os olhos, o que espalha uniformemente o
medicamento.

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Nariz: para a instilação de medicamento nas narinas o paciente deve manter a
cabeça inclinada para trás; nesta posição, o profissional aproxima o conta-
gotas e pinga o número prescrito de gotas do medicamento.
Ouvidos: na aplicação otológica a posição mais adequada é o decúbito lateral.
A fim de melhor expor o canal auditivo, o profissional deve puxar
delicadamente o pavilhão do ouvido externo para cima e para trás, no caso de
adultos, e para baixo e para trás, em crianças, e instilar o medicamento.
Aplicação vaginal: mantendo a paciente em posição ginecológica; com a mão
enluvada, o profissional deve encher o aplicador com o creme (ou inserir o
óvulo) e introduzi-lo aproximadamente 7,5 cm e pressionar o êmbolo para
aplicar o medicamento. A paciente deve ser orientada a permanecer deitada
logo após a aplicação, visando evitar o refluxo do medicamento.

IV.2 Insulinoterapia:
A insulinoterapia é um processo terapêutico que consiste na administração de
insulina no tratamento da Diabetes. É indicada para diabéticos do tipo 1 e
também para os diabéticos do tipo 2 (quando não ocorre o controle por meio
dos medicamentos orais).
Diabetes melito: é uma doença crónica caracterizada por hiperglicemia
causada por uma relativa insuficiência ou falta de insulina, que conduz à
anormalidades no metabolismo dos carboidratos, proteínas e gorduras.
A diabetes do tipo 1 é caracterizada pela dependência de insulina, pois não há
produção da mesma pelo organismo, ou seja, o indivíduo torna-se desprovido
de células beta no pâncreas endócrino. Assim, para os pacientes desse tipo, a
insulinoterapia é a primeira opção, sendo necessário um rígido controlo
glicêmico e a realização de atividades físicas.
Nos diabéticos do tipo 2, a insulinoterapia será a segunda opção de tratamento,
pois a utilização de estimuladores orais das células beta, secretoras de
insulina, podem ser suficientes para a regulação de glicose no sangue. A
insulinoterapia em pacientes desse tipo ocasionou casos de hipoglicemia e
ganho de peso. Para amenizar esses efeitos é indicada a realização de
exercícios físicos.
Para as diabéticas gestantes, a prescrição do uso de insulina só ocorrerá
quando este controle não é obtido através de dietas e exercícios.
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127
O controle glicêmico para as gestantes é muito importante, já que uma má
regulação dos níveis de glicose pode desencadear graves consequências
como o surgimento de um grande número de doenças; malformação para o
feto (crescimento exagerado, macrossomia); além da chance de ocorrer morte
neonatal (morte com menos de 28 dias de idade) e aborto fetal.

A insulina é uma hormona segregada pelo pâncreas e tem a função de


favorecer a utilização do açúcar pelos tecidos e reduzir a glicemia. O seu
antagonismo é o glucagom.
Tipos de insulina:

Existem vários tipos de insulina disponíveis em concentrações de 40, 80 e 100


unidades/cc; estas variam, por sua vez, de tempo de acção, tempo de efeito
máximo e duração desse efeito. Assim, a insulina pode ser classificada em:

Início da Pico da Cor da


Tipo de insulina Duração Quando tomar
ação ação Insulina

30 min a 1
Ação Ultra- 5 a 15 4a6 Logo antes das
hora e 30 Transparente
rápida min horas refeições
min

30 a 60 2a3 6a8 30 min antes das


Ação Rápida Transparente
min horas horas refeições

2a4 5a8 12 a 18 Leitosa e Geralmente 2 a 3 vezes


Ação Intermédia
horas horas horas turva ao dia

2a4 24 a 30 Geralmente 1 vez ao


Ação Lenta sem pico Transparente
horas horas dia

Exemplos:

1. Insulina de acção lenta ou prolongada: os principais tipos são o Detemir


(Levemir), Deglutega (Tresiba), que duram mais de 24 horas ou a Glargina
(Lantus), que chega a durar mais de 30 horas.

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2. Insulina de acção intermediária: este tipo de insulina age por cerca de
metade do dia, entre 12 a 24 horas, e os principais tipos são NPH (Novolin N,
Humulin N, Insulatard), Lenta (Humulin L, Novolin L) e NPL (Humalog Mix).
3. Insulina de acção rápida: é uma insulina que deve ser aplicada cerca de 30
minutos antes das principais refeições, geralmente 3 vezes ao dia, e que ajuda
a manter os níveis de glicose estáveis após a ingestão de alimentos. Também
conhecida por insulina de acção curta ou Regular as principais são:Novorapid,
Humulin R ou Novolin R.

4. Insulina de ação ultra-rápida: é um tipo de insulina que tem o efeito mais


rápido, e deve ser aplicada imediatamente antes de comer ou, em alguns
casos, logo após comer, imitando a ação da insulina que é produzida quando
comemos para evitar que os níveis de açúcar no sangue fiquem altos. As
principais são a Lispro (Humalog), Aspart (Novorapid Flexpen) ou Glulisina
(Apidra).

Material necessário: os mesmos usados nas injecções, acrescentando frasco


de insulina prescrito, seringas e agulhas específicas para aplicação de insulina.
Locais de aplicação:
Os locais mais indicados para a aplicação da insulina são a face externa dos
braços, face externa das coxas, região abdominal e glúteos.

Obs: é muito importante realizar o rodízio nos locais de aplicação de insulina


para prevenir a lipodistrofia e consequente descontrole glicêmico.

Precauções a ter na administração de insulina:


1. Injectar rigorosamente a dose e o tipo de insulina;
2. Fazer cumprir rigorosamente o regime alimentar e o horário indicado;

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3. Para que haja o efeito desejado, recomenda-se que seja aplicada na camada
subcutânea da pele (hipoderme). Caso seja aplicada em uma camada muito
superficial o efeito é retardado, e caso atinja o músculo a absorção é
acelerada. Para isso, há recomendações para cada tipo de agulha: para
algumas de maior tamanho é indicada que se faça uma prega cutânea, já para
as menores de 4mm e 5mm a prega é dispensada.

Para o cálculo da medicação aplica-se a regra de três simples.


F ------------------- S
D ------------------- X

F= frasco;
S= seringa;
D= dose prescrita;
X= dose a ser administrada.

Técnicas a aplicar:
1. Reunir o material acima descrito
2. Higiernizar e secar as mãos;
3. Homogeneizar a insulina prescrita (se suspensão) rolando o frasco entre as
palmas das mãos por no mínimo, 20 vezes;
4. Realizar a desinfecção da borracha do frasco de insulina com algodão
embebido em clorexidina 0,5% solução alcóolica.
5. Manter o protector da agulha e puxar o êmbolo até a graduação
correspondente a dose de insulina;
6. Retirar o protetor da agulha e injetar o ar dentro do frasco de insulina;
7. Posicionar o frasco virado, na altura dos olhos, sem retirar a agulha e aspirar a
dose prescrita;
8. Eliminar bolhas de ar, se existentes, batendo levemente com os dedos, até que
as mesma atinjam o bico da seringa e sejam eliminadas;
9. Virar o frasco para a posição inicial, remover a agulha do frasco, se a aplicação
não for imediata colocar o protetor de agulha para prevenir contaminação;
10. Selecionar o local da aplicação, fazer antissepsia com gluconato de clorexidina
0,5% solução alcóolica, deixar secar;
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11. Fazer prega cutânea com os dedos polegar e indicador e introduzir a agulha
com um movimento rápido em ângulo de 90 ou 45 graus (agulha de 8mm
padronizada pelo HU);
12. Introduzir a insulina, mantendo a prega durante a injeção, aguardar no mínimo
de 5 a 10 segundos, retirar agulha e após desfazer a prega;
13. Descartar o material em recipiente específico para perfuro cortante;
14. Organizar o ambiente.

Complicações ou reacções adversas da insulinoterapia:


A administração de insulina pode provocar hipoglicemia que pode ocasionar
perturbações graves e até a morte do paciente. Além destas complicações, o
paciente pode apresentar perturbações visuais e vertigens, fome, palidez,
sonolência, sudoração, convulsões e coma.

IV.3 Transfusão de sangue


A transfusão de sangue é um procedimento utilizado para, por meio de
acesso venoso, administrar sangue total ou um de seus componentes.
A primeira transfusão de sangue documentada aconteceu no século XVII,
quando o médico francês Jean-Baptiste Denis infundiu sangue de uma ovelha
em um ser humano. Infelizmente, o procedimento foi mal sucedido. A terapia
de transfusão de sangue começou a obter êxito após a descoberta dos grupos
sanguíneos e da compatibilidade sanguínea.
Os glóbulos vermelhos foram descritos pela primeira vez em 1.658. Cerca de
250 anos mais tarde os primeiros quatro tipos sanguíneos (A, B, AB e O) foram
identificados. Em seguida, houve a descoberta do factor Rhesus (Rh), que
classificou os grupos sanguíneos em Rh-positivo e Rh-negativo.

Objectivos:
Realiza-se a transfusão para administrar sangue total ou um de seus
componentes, tais como plasma, concentrado de hemácias, crioprecipitado,
concentrado de plaquetas com os seguintes objectivos:
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131
1. Sangue total para repor as perdas sanguíneas provocadas por ato cirúrgico,
parto ou por politraumatismos;
2. Plasma para repor perdas de líquidos em grandes queimados;
3. Concentrado de hemácias para casos de anemia grave;
4. Crioprecipitado para pessoas hemofílicas e;
5. Concentrados de plaquetas para controle de hemorragias por deficiência de
plaquetas;

Material necessário:
Usam-se os mesmos materiais usados na punção endovenosa, acrescentando-
se tubos de coleta e as bolsas de sangue.
Locais de administração do sangue:
Os mesmos da administração endovenosa e da venoclise.

Precauções:

1. Realizar a mensuração dos Sinais vitais antes, durante e ao término do


procedimento;
2. Seguir a regra dos cinco (5) certos:

a) Componente Certo
b) Dose Certa;
c) Paciente Certo;
d) Via Certa
e) Hora Certa
3. Permaneça junto ao paciente nos primeiros 15 minutos após a instalação para
identificar possíveis sinais de reações adversas (aumento da temperatura,
prurido, edema, vertigem, cefaleia, tremores, calafrios e dor). Após este
período avalie o paciente a cada 30 ou 45 minutos;
4. Controle o gotejamento para que a infusão ocorra, em no máximo quatro horas,
devido ao risco de contaminação e alterações do produto,
5. Não se deve adicionar nada ao sangue nem administrar na mesma via outras
substâncias ou medicamentos;
6. Rotular em letra legível a bolsa de sangue;

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Compatibilidade e incompatibilidade dos grupos sanguíneos

Ao realizar a transfusão de sangue é necessário ter em conta o tipo sanguíneo


ABO, o factor Rh do receptor e do doador, uma vez que em casos de
incompatibilidade pode haver aglutinação ou hemólise do sangue, podendo
levar à morte.

Mas como há outros factores que influenciam nas transfusões, um teste de


compatibilidade sanguínea é sempre recomendável antes de qualquer
transfusão.

Por exemplo, associando a classificação ABO com o factor Rh, temos os oito
tipos de sangue: A+, A-, B+, B-, AB+, AB-, O+ e O-. Os do tipo sanguíneo com
factor Rh+ não devem doar para os do tipo Rh-. Destes, apenas o tipo O- é um
doador universal, isto é, pode doar para pessoas de qualquer outro tipo
sanguíneo e só os tipos AB+ podem receber sangue de quaisquer outros tipos
sanguíneos.

Quadro resumo:

Tipo Pode receber sangue de Pode doar sangue para


sanguíneo: indivíduos: indivíduos:
A+ A+, A-, O+ e O- A+ e AB+
A- A- e O- A+, A-, AB+ e AB-
B+ B+, B-, O+ e O- B+ e AB+
B- B- e O- B+, B-, AB+ e AB-
A+, A-, B+, B-, AB+, AB-,
AB+ AB+
O+ e O-
AB- A-, B-, AB- e O- AB+ e AB-
O+ O+ e O- A+, B+, AB+ e O+
A+, A-, B+, B-, AB+, AB-,
O- O-
O+ e O-

Técnicas a aplicar:

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1. Preparar todo o material necessário;
2. Higienizar as mãos e levar o material à unidade do paciente;
3. Explicar o procedimento ao paciente e fazer o uso de equipamentos de
protecção individual;
4. Faça a avaliação e seleção criteriosa do sítio de punção venosa;
5. Proceda a punção venosa, respeitando técnica asséptica;
6. Verifique a permeabilidade e condições do acesso;
7. Mantenha o acesso com solução salina 0,9% se necessário;
8. Conectar a bolsa à equipa própria para hemocomponente (com filtro 170μ) e
após seu preenchimento, conectar ao acesso;
9. Abra a torneira para a transfusão com gotejamento lento, aumentando a
velocidade gradativamente até aos valores prescritos;
10. Regular o gotejamento, rotular a bolsa de sangue pondo o início e o fim da
transfusão;
11. Descartar os materiais necessários e permanecer ao lado do paciente durante
15 minutos para vigiar as reacções adversas;
12. Proceder a retirada dos materiais de biossegurança e realizar a lavagem das
mãos;
13. Organizar o material e anotar no prontuário do paciente o prontuário realizado;

Possíveis complicações:
É importante manter vigilância durante todo o processo de transfusão,
observando as reações do paciente e o aparecimento de sinais ou sintomas
como: febre, calafrios, tremores, erupções na pele, prurido (coceira)
generalizado, cefaléia, hipotensão, taquicardia, dispnéia. Nesses casos,
recomenda-se que sejam tomadas as seguintes providências:
1. Interromper a transfusão, mantendo a punção venosa com uma solução
fisiológica a 0,9%;
2. Examinar cuidadosamente todas as etiquetas, rótulos e registros, conferindo
novamente os dados do paciente com os da unidade de sangue ou
componente em uso; encaminhar a bolsa contendo o restante do sangue ou
componente, a etiqueta de identificação da bolsa, para o banco de sangue,
tendo o cuidado de não contaminar o produto durante a manipulação;
3. Colher amostras de sangue para exame;
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4. Colher amostra de urina para determinação da hemoglobina.
Obs: se haver incompatibilidade, o sangue do doador será aglutinado pelo do
receptor e poderá causar obstruções de vasos sanguíneos. Por outro lado, os
glóbulos brancos do receptor destroem as hemácias do doador que seriam
reconhecidas pelas células de defesa como “invasoras”. Preferentemente, a
transfusão deve ser feita com os sangues do doador e do receptor tendo a
mesma tipagem ABO e factor Rh, só se usando grupos compatíveis diferentes
se isso não for possível.

UNIDADE V: LIGADURAS

Definição

As ligaduras são tiras de tecido ou de um outro material equivalente que


envolvem um membro ou outras partes do corpo.

Embora tenham inúmeras aplicações, a sua principal função é limitar o


movimento de uma parte do corpo lesionado ou proporcionar-lhe sustentação,

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como medida de tratamento em caso de entorses, luxações ou fracturas sem
deslocação.

Existem vários tipos de ligaduras com diferente textura, elasticidade,


resistência e formas, entre as quais as típicas em rolo, as modernas tubulares,
as triangulares utilizadas na elaboração de ligaduras de sustentação, entre
outras.

Técnica de colocação
Para se colocar uma ligadura clássica, deve-se segurar a extremidade livre da
ligadura num determinado ponto da zona do corpo que deve ser tratada e,
depois, efectuar-se várias voltas em torno da zona que se pretende imobilizar
até se obter o efeito pretendido.

Existem inúmeras formas de envolver a ligadura, que deve ser seleccionada


em função da zona do corpo a ser tratada e do objectivo da utilização da
ligadura.

De facto, para se ligar uma parte cilíndrica do corpo de circunferência uniforme,


como um braço ou um dedo, costuma-se utilizar a ligadura em rolo, em que a
ligadura é colocada numa direcção ligeiramente oblíqua à estrutura da
extremidade e cada volta, paralela à precedente, deve cobrir parcialmente a
anterior, aproximadamente em dois terços da sua largura, de modo a
progressivamente constituir uma ligadura em forma de espiral.

As zonas de articulação móveis, como o tornozelo, o cotovelo ou o pulso,


costumam ser ligadas com as denominadas ligaduras em oito, começando-se
por efectuar duas voltas circulares no centro da articulação e, depois, aplicar a
ligadura alternadamente para cima e para baixo, descrevendo uma forma
semelhante a um 8, de modo a que cada volta cubra parcialmente a anterior,
cruzando-se na parte posterior sempre pelo centro da articulação.

Embora existam outras formas de actuar, deve-se ter sempre algumas


precauções, ou seja, nunca se deve dar mais voltas do que as necessárias e,
se for necessário, deve-se cortar a ligadura que eventualmente sobe. Contudo,
caso se pretenda imobilizar uma zona com ligadura e se detecte uma
irregularidade, enquanto se estiver a colocar a ligadura, deve-se recuar até ao
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ponto irregular ou até mesmo começar de novo, já que caso se continue a
enrolar a ligadura, não é possível apertá-la bem.

A ligadura deve manter a mesma espessura ao longo de toda a sua extensão,


para que não fiquem áreas mais consistentes do que outras. Deve-se
igualmente ter em conta que a ligadura deve ficar suficientemente ajustada,
para garantir o seu objectivo, mas sem ficar demasiado apertada, pois nesse
caso pode provocar problemas circulatórios.

Por outro lado, quando se coloca uma ligadura apertada sobre uma articulação
ou uma proeminência óssea, deve-se proteger previamente a zona com uma
almofada, por exemplo de algodão, já que desta forma evita-se que os tecidos
moles sejam comprimidos entre a ligadura apertada e as partes duras,
provocando complicações.

Complicações
Uma ligadura demasiado apertada pode dificultar a circulação sanguínea ou
comprimir algum nervo da zona e originar graves problemas. Existem
determinados sinais e sintomas, que se manifestam sobretudo na parte distal
do membro ligado, os quais evidenciam este tipo de problemas: dor, sensação
de formigueiro, arrefecimento da extremidade, palidez cutânea ou edema, etc.

Caso seja colocada uma ligadura no tornozelo, estes sinais e sintomas


manifestam-se nos dedos do pé e, caso se trate de uma ligadura no pulso, os
mesmos manifestam-se nos dedos da mão - por isso, convém deixar os dedos
a descoberto. Perante o aparecimento dos sinais e sintomas descritos, pode
ser suficiente efectuar alguns cortes na parte superior da ligadura, mas caso se
observe que o problema se mantém deve-se consultar imediatamente um
médico ou trocar a ligadura por outra menos apertada.

Ligadura de sustentação
A ligadura de sustentação consiste numa ligadura apoiada no pescoço, com
vista a suster o antebraço e a manter o membro imobilizado, restringindo os
movimentos do ombro.

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Costuma ser efectuada com uma ligadura triangular, disponível no mercado em
vários tamanhos, embora numa situação de urgência se possa recorrer à
utilização de cachecóis, cintos ou à própria roupa do acidentado.

União da ligadura
A união da ligadura pode ser efectuada através de vários recursos:
- com um adesivo;
- com alfinetes-de-ama (convém incluí-los na caixa de primeiros socorros);
- cortando a ligadura ao meio e unindo as extremidades com um nó;
- dobrando a ligadura para trás, na direcção oposta à enrolada e, quando se
efectuar a dobra, realizar um nó com a ponta solta da ligadura.

Tipos de Ligadura

Espiral Do polegar- serve para conter pensos

Espiral corrida- é aplicada no inicio do enfaixamento, com o objectivo de fixar


provisioramente ao algodão, tala, compressas no membro em causa.

Espiral Circular- serve para comtenção do penso.

Bandagem Cruzada- é ideal, para ser aplicada no joelho, no cotovelho, no


calcanhar, no pulso, no pescoço e no tronco.

Funda- aplica-se no nariz, no queixo e no perinío

Capelinha ou Capacete de Hipôcrates- serve para aplicar emlesões pequenas:


Este tipo não é muito firme, por isso, é mais conveniente usar uma touca.

Touca- É uma ligadura insubstituivel em casos em que é necessário curativo


compressivo hemostático.

Espiral Monocular- Serve para contenção de pensos e protecção.

Espiral de Onbro- Serve para contenção e imobilização em caso de fractura da


clavícula.

Velpeau- Serve para imobilização da clavícula e, a ligadura pode ser de 10, 12


cm e ainda pode ser de pano.

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Espiral da Mama- Serve para contenção de um penso em uma ou nas duas
mamas. Também pode servir para compressão das mamas. A ligadura pode
ser de pano com 10 à 12 cm

Talas

As talas designam vários dispositivos utilizados para limitar a mobilidade ou


mesmo imobilizar um membro como parte do tratamento de traumatismos.

Embora possam ser utilizadas no tratamento de urgência de uma fractura, de


modo a proceder-se ao transporte da vítima (de facto, a própria tábua
improvisada constitui uma tala), por vezes, são suficientes para provocar uma
imobilização suficiente, em caso de fractura sem deslocação, que não
necessite de ser engessada, ou como tratamento de entorses e luxações.
As talas costumam ter várias formas, sendo adaptadas ao tipo de lesão a que
se destinam. Podem ser feitas com vários materiais como, por exemplo, arame
entrelaçado, metais rígidos ou flexíveis, gesso, plásticos, etc. Para além disso,
existem igualmente as talas insufláveis, utilizadas pelas equipas de socorro em
situações de urgência, que devem ser colocadas, em primeiro lugar, à volta da
parte lesionada e, depois, insufladas, de modo a garantir uma boa imobilização.

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