Você está na página 1de 15

Políticas Públicas Sociais

Glausner, Mateus, Douglas, Augusto, Lucas Gomes e Bruno.


Artigo

Qualidade do ar interior: a responsabilidade da


engenharia mecânica no combate a doenças
contagiosas.
Introdução

Neste período de pandemia do coronavírus/covid-19 a ausência da


renovação de ar em salas e ambientes fechados é um impeditivo para a
volta das atividades presenciais. Em grande maioria das instalações de
convivência humana não encontramos nenhum mecanismo de renovação
de ar, com o pouco conhecimento sobre o tema e a preocupação da
população diante do cenário, temos um grande problema instaurado.
Qualidade do ar interior
A Qualidade do Ar Interior é regulamentada pela Lei Federal 13.598/18 que
estabelece a aplicação do PMOC – Plano de Operação e Controle que prevê a
manutenção dos aparelhos condicionadores de ar. Cada estabelecimento
comercial ou público que tiver instalado aparelhos CA’s com capacidade de
refrigeração acima de 60.000 BTU’s/h deverá ter o PMOC, que requer um
“responsável técnico”, um engenheiro mecânico, para elaborar o plano e colocar
em marcha as manutenções preventivas e corretivas dos aparelhos e dutos de
distribuição do ar. É necessária a emissão de uma Anotação de Responsabilidade
Técnica (ART) junto ao Crea para a regularização da atividade. O Conselho
Regional de Engenharia e Agronomia fiscaliza este procedimento.
No dia 24 de outubro do ano 2000 nascia a primeira legislação brasileira com
padrões e parâmetros de verificação da qualidade do ar em ambientes
climatizados, sob comando da ANVISA, sendo esta a Resolução 176.

ANVISA estabelece os padrões da qualidade do ar climatizado de locais de


uso público e coletivo, onde através de vistorias são avaliados os parâmetros que
determinam se um ambiente climatizado se encontra em condições não
prejudiciais à saúde pública.

As normas técnicas especificam os métodos e parâmetros construtivos para


as instalações de sistemas de condicionamento de ar. Desta forma, não faltam
regulamentações para o correto funcionamento, garantia do bem-estar e
biossegurança dos ambientes climatizados.
Passados pouco mais de 02 anos, a Resolução 176 foi revisada e substituída
em 16 de janeiro de 2003 pela Resolução 09 também publicada pela ANVISA.
Foram definidas 04 normas técnicas que devem ser analisadas
semestralmente.
Após a obtenção dos dados em análise, caso o ar esteja contaminado em um
ambiente, deve haver um processo de regularização do ar interno. Está relaciona
a assepsia do equipamento de ar condicionado, com os seguintes procedimentos:
● higienização interna dos dutos de ar-condicionado;
● limpeza mecânica e manual dos acessórios;
● sanitização das bandejas de água de condensação e evaporadoras;
● aspiração e limpeza da casa de máquinas;
● identificação de áreas do sistema que necessitam de reparos;
● relatório técnico conclusivo, contemplando a filmagem interna de dutos,
pré e pós-limpeza;
● emissão de atestados de análise da qualidade do ar interior e laudos
biológicos.
Biossegurança

Uma tecnologia recentemente chegada ao Brasil é a atomização do ar interior com Peróxido


de Hidrogênio – H2O2. Este elemento natural do ar em concentração de 0,2 a 0,3 ppm é gerado a
partir de equipamentos que transformam o H2O e o O2 do ar em peróxido de hidrogênio. O H2O2
ocupa todos os espaços das salas fechadas eliminando e matando por oxidação instantânea vírus
e bactérias suspensas no ar contidas nas micro gotículas exaladas pelas pessoas através da fala,
espirro e tosse. É um processo natural e auto reciclável, pois após a oxidação dos elementos do
ar volta ser água e oxigênio.

Os equipamentos são produzidos nos USA onde são largamente utilizados nos ambientes
fechados, inclusive e especialmente em hospitais e nas instalações de saúde, visto a sua eficácia
de 98% na eliminação dos patógenos. Também são eliminados por este processo: odores, fungos,
compostos voláteis e alergênicos, tornando o ar interior completamente limpo e seguro.
Biossegurança
Num teste prático realizado com o espirro de uma pessoa foi medida a velocidade de saída
do jato de macro e micro gotículas da boca e nariz, que é de aproximadamente 160 km/h. Com a
atomização do H2O2 no ar, quando este jato chega a 1 metro de distância, todos os patógenos
estão envolvidos e oxidados, não trazendo assim a possibilidade de infecção à outras pessoas. É
um processo altamente seguro sendo aprovado pelos principais órgãos de certificação da América
do Norte. Para a volta das atividades profissionais e de estudo presenciais este processo de
biossegurança é fundamental.
Qual é a condição dessa política pública pesquisada pelo grupo na
região onde vivemos? O que seria possível fazer?

Na nossa região, por se tratar de uma zona bastante industrializada, com


metalúrgicas, frigoríficos e fumageiras, entre outras, onde a situação do ar
dentro desses ambientes, se não for tratada de forma adequada, torna o
ambiente insalubre para o trabalho. Devido a essa situação as empresas
estão sempre em busca da melhor adequação, pensando tanto no bem estar
do funcionário quanto no da empresa, pois o não cumprimento das normas,
acarreta em grandes multas para estas. E não se tem notícias das empresas
da nossa região sendo penalizadas em relação a este quesito.
Podemos ter como exemplo a nossa própria universidade, que tem uma
grande quantidade de alunos durante todo o dia, ela apresenta um grande
sistema de climatização dos ambientes internos. Fazendo com que o ar
esteja sempre se renovando dentro destes.
Relacionando com a disciplina
Zygmunt Bauman
“Não se pode escapar do consumo: faz parte do seu metabolismo! O problema não é
consumir; é o desejo insaciável de continuar consumindo… Desde o paleolítico os humanos
perseguem a felicidade… Mas os desejos são infinitos. As relações humanas são sequestradas
por essa mania de apropriar-se do máximo possível de coisas.” (Bauman em entrevista ao jornal
espanhol La Vanguardia)

Comentário:

No cenário atual, nos encontramos em uma situação de pleno consumismo global. O


mercado virtual possibilita que não tenhamos fronteiras e nem limites de comércio, tudo se torna
muito fácil, inclusive o desenvolvimento de formas diferentes de pestes, vírus, dentre outros.
Mediante este cenário, Políticas Sociais como esta podem ser uma forma de minimizar estes
efeitos globais, trazendo segurança população.
Relacionando com a disciplina
Anthony Giddens
Como Anthony Giddens (1996b, p. 241) colocou em destaque, não “podemos escapar da
civilização científico-tecnológica, não importando as ‘nostalgias verdes’ que ela tende a provocar”.
Comentário:
Podemos lembrar de Giddens, se pensarmos que o ar contaminado em um ambiente
fechado, é um risco fabricado pelo homem, seja ele contaminado por algum tipo de vírus ou
bactéria, que não chegou ali sozinho, ou por algum agente poluente e insalubre, que pode gerar
risco a saúde dos ocupantes do local.
Temos os efeitos da globalização como os grandes causadores de vários problemas da
nossa atualidade, como a poluição, em todos os aspectos, e o ar que respiramos é um dos
principais afetados. A busca incessante por mais e mais produtos industrializados, gerado pelo
consumismo desenfreado, fez com que os níveis de contaminação chegassem a níveis
alarmantes, seja em ambientes abertos ou fechados, que é o objeto do nosso estudo. Algumas
cidades muito industrializadas, em determinadas épocas do ano ficam com o ar irrespirável,
causando inúmeras doenças.
Conclusão
O grande problema atual, não é a contaminação através de poluentes
no ar, e sim a contaminação por agentes biológicos, que são transmitidos
entre os indivíduos pelo ar, onde o COVID-19 é a bola da vez. Tem
ambientes cada vez com mais pessoas, sejam industriais, ou escritórios e
repartições públicas, devido a busca por crescimento econômico, e a
necessidade de se sustentarem, se submetem a trabalhar amontoados,
fazendo com que o contato e a transmissão de qualquer doença aconteça
com mais facilidade. E até ambientes de entretenimento, como shoppings,
paraísos da cultura consumista gerada pela globalização, onde a
contaminação pode ocorrer de forma muito mais fácil.
Referências
https://www.confea.org.br/qualidade-do-ar-interior-responsabilidade-da-
engenharia-mecanica-no-combate-doencas-contagiosas

https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-135/a-questao-ecologica-e
m-karl-marx-e-anthony-giddens-as-contribuicoes-da-teoria-sociologica-para-
edificacao-de-um-pensamento-contemporaneo/

Você também pode gostar