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na Indústria
Alimentícia
PREFÁCIO
SANITARIEDADE
(*) Por essa razão, o bastão de Esculápio (Asclépio) é considerado o símbolo oficial da
medicina, estampando a bandeira da Organização Mundial da Saúde (OMS), desde
1946.
4 SANITARIEDADE Renato Dorsa
ÍNDICE
Página
INTRODUÇÃO
7
1. TERRENO 8
1.1. LOCALIZAÇÃO
1.2. TERRENO
1.3. ABASTECIMENTO DE ÁGUA
1.4. ABASTECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA
1.5. VIAS DE TRANSPORTE
1.6. MEIOS DE COMUNICAÇÃO
1.7. TRATAMENTO DE EFLUENTES
1.8. ESTUDO DE LAY-OUT
2. INSTALAÇÕES PREDIAIS 12
2.1. CONSTRUÇÃO
2.2. ACABAMENTO
2.3. VENTILAÇÃO
2.4. ILUMINAÇÃO
2.5. INSTALAÇÕES HIDRO-SANITÁRIAS
2.6. ARMAZENAGEM
2.7. ARMAZENAGEM SOB CONDIÇÕES ESPECIAIS
3. EQUIPAMENTOS 41
3.1. REQUISITOS DE MATERIAIS
3.2. REQUISITOS DE PROJETOS
3.3. REQUISITOS DE ACABAMENTOS
3.4. REQUISITOS DE FABRICAÇÃO
5. INSTRUMENTAÇÃO 66
5.1. REQUISITOS PARA INSTRUMENTOS
5.2. REQUISITOS PARA INSTALAÇÃO DE INSTRUMENTOS
6. CONTAMINAÇÕES 68
6.1. QUÍMICAS
6.2. BACTERIOLÓGICAS
Renato Dorsa SANITARIEDADE 5
7. HIGIENIZAÇÃO 74
7.1. LIMPEZA
7.2. SANITIZAÇÃO
7.3. ESTERILIZAÇÃO
9. SISTEMAS DE LIMPEZA 90
9.1. CONVENCIONAIS
9.2. LIMPEZA SEM DESMONTAGEM (C.I.P.)
10. UTILIDADES 98
10.1. ÁGUA
10.2. AR COMPRIMIDO
10.3. VAPOR
REFERÊNCIAS 208
6 SANITARIEDADE Renato Dorsa
INTRODUÇÃO
Para os produtos de origem animal, existem normas específicas que são amplamente
aceitas e praticadas pelas indústrias. A própria "3-A Sanitary Standards” representa os
“critérios de sanitariedade na construção de equipamentos para laticínios e
processamento de alimentos e ovos" como é definido na sua página introdutória. No
Brasil o Serviço de Inspeção Federal (S.I.F.) define muito claramente os requisitos para
indústria de processamento de alimentos de origem animal.”
Neste livro procuramos ser mais amplos abrangendo genericamente todo o tipo de
indústria alimentícia, pois qualquer que seja o alimento, este será absorvido pelo
organismo levando ao mesmo os benefícios das vitaminas, elementos constituintes e
energéticos, podendo, porém introduzir no organismo todos os possíveis
contaminantes químicos ou bacteriológicos.
1. TERRENO
1.1. LOCALIZAÇÃO
Outro ponto nem sempre levado em consideração é o tipo de terreno no que se refere
à resistência do solo. Aterros em regiões alagadiças ou terrenos arenosos próximos ao
mar podem requerer altos investimentos em fundações especiais, substituição de
camadas de solo, asfaltamentos de alta resistência nas ruas de transito interno, o que
iria encarecer sobremaneira a construção civil. Sondagens de resistência do solo em
diversos pontos do terreno podem orientar o layout e fornecer uma excelente
referência sobre o tipo de fundação a ser empregado e seu custo.
terraplanagem. Terrenos mais altos em relação aos níveis das ruas circunvizinhas
evitam enchentes ou empoçamentos e permitem um melhor nivelamento e definição
das galerias de águas pluviais e seu caimento.
A água obtida da rede pública de abastecimento tem custo bastante elevado e nem
sempre é disponível na quantidade e qualidade exigíveis. Muitas indústrias preferem
ter seu próprio sistema de abastecimento e tratamento. Este pode ser através dos
mananciais existentes na região o que está ficando cada vez mais raro ou através de
poços artesianos o que iria requer um prévio levantamento hidrogeológico do local,
um levantamento da existência de poços na região, seu histórico e análise da
qualidade da água. Uma sondagem do solo feita por firma especializada na perfuração
de poços é uma forma de se ter uma idéia da profundidade do lençol freático e da
própria qualidade da água.
Conforme já citamos no início deste capítulo as vias de acesso para matérias primas,
produtos acabados e de pessoal são de vital importância para o bom funcionamento
de uma indústria, principalmente a alimentícia que trata com produtos perecíveis. A
localização do terreno próximo a estradas com infra-estrutura agiliza o acesso e a
distribuição de produtos, agilizando recebimentos e entregas, evitando sofisticados
sistemas de armazenagem e controle e otimizando indiretamente a produção.
Alguns dos efluentes que não possam ser tratados localmente eventualmente devem
ser armazenados sob condições adequadas para posteriormente serem enviados a
locais específicos de tratamento (usinas de recuperação, incineradores, etc.).
O plano diretor do empreendimento, seja este um simples galpão com divisões para as
diversas etapas do processo ou de uma unidade fabril ou mesmo de um parque
industrial, tem a mesma importância relativa. A distribuição seja esta a simples
distribuição interna dos setores ou a distribuição de prédios dentro de um parque
industrial deve ser feita em função do fluxo de materiais e do processo de fabricação.
10 SANITARIEDADE Renato Dorsa
Devem sem dúvida serem levados em conta não só a parte operacional e de produção
como também a movimentação adequada de matérias primas e produtos, a
movimentação do pessoal, a segurança e a facilidade de supervisão e visualização do
processo, assim como a facilidade de limpeza e manutenção da fábrica.
Sanitários e vestiários devem ser localizados próximos à entrada da área fabril, porém
sem contato direto com as áreas produtivas.
Renato Dorsa SANITARIEDADE 11
2. INSTALAÇÕES PREDIAIS
2.1. CONSTRUÇÃO
a. Pé direito mínimo de 4 m;
d. Forro tipo laje impermeável; deve ser evitada utilização de forros falsos, pois estes
permitem o acumulo de pó, insetos e mofo devido á natural umidade provocada pelas
limpezas freqüentes ou por vapor gerado no processo;
e. As portas de acesso devem ser do tipo vai e vem, com molas e é conveniente a
instalação de hall intermediário com lavatório e tapete úmido;
h. Salas de supervisão deverão ser localizadas de forma a terem boa visão da área de
fabricação e principalmente dos acessos;
m. As escadas deverão ter, no máximo, 16 degraus entre patamares sendo que a altura
máxima do degrau (espelho) não deve superar 16 cm e sua largura (piso), no máximo,
30 cm.
n. As saídas de emergência terão portas abrindo para o exterior e largura não menor
que a dimensionada para os corredores.
2.2. ACABAMENTO
a. Pisos:
As salas deverão ter piso impermeável, liso e lavável, preferencialmente de cor clara,
de forma a permitir fácil limpeza e inspeção;
Além disso, não são tão resistentes a choques e à abrasão, sofrendo desgaste
acelerado principalmente quando existe areia ou tráfego pesado. Seu reparo é
bastante complicado e o acerto das cores durante manutenções é praticamente
impossível, ficando o mesmo em pouco tempo bastante marcado nas áreas de
trânsito.
Quanto ao piso cerâmico de placas antiácidas, este é o único que resiste mecânica e
quimicamente aos satisfazendo todas as exigências de uma indústria alimentícia. A
maior dificuldade se encontra na aplicação do rejunte de resina que deve ser efetuado
seguindo rigidamente as especificações do fabricante.
O rejuntamento do piso cerâmico deve ter características tais que resista aos
detergentes normalmente utilizados, limpeza a quente e abrasão. Os mais indicados
são os feitos a base de resinas (epóxi, poliéster ou furânica);
O piso deverá ter caimento adequado para os ralos ou canaletas (mínimo 1%), de
forma a não permitir acumulo de água de limpeza sob equipamentos;
As canaletas também deverão ser revestidas e ter um caimento de no mínimo 1% no
sentido dos drenos coletores. Deverão ser cobertas com grade removível, de
preferência em inoxidável e os cantos da canaleta de apoio das grades também
deverão preferivelmente ser em inoxidável.
Todas as passagens entre pisos deverão ser protegidas e vedadas em relação ao outro
pavimento; insertos feitos com tubos de inoxidável sobressaindo do piso em 5 cm são
suficientes para evitar a passagem da água.
b. Paredes:
As paredes deverão ser azulejadas no mínimo até 2.0m de altura (preferivelmente até
o teto), ou revestidas com pintura epóxi;
No caso de azulejos a meia altura, não deverá haver descontinuidade entre a parte
revestida e não revestida, de forma a impossibilitar acumulo de sujeira na junção.
14 SANITARIEDADE Renato Dorsa
c. Janelas/Portas:
As janelas devem ser basculantes do tipo "maximo-ar", podendo ser dotadas de vidro
térmico, climatizado ou duplo, sempre liso, para facilitar a limpeza; os basculantes
devem abrir a 90o;
o
Caso haja parapeito interno, deverá ser também com inclinação de 45 (as janelas
deverão, preferivelmente, facear internamente as paredes);
d. Forro:
O acabamento do forro deverá ser liso, impermeável e lavável. Não é permitido o uso
de forro de madeira, conforme o código sanitário.
e. Acabamento Geral:
2.3. VENTILAÇÃO:
As áreas em que o produto possa ter contato com o ambiente como, por exemplo, no
acondicionamento ou na preparação de misturas em tanques atmosféricos, deverão
ter ventilação adequada, isenta de contaminantes. Para tanto podemos ter como
alternativas:
Recomenda-se ainda evitar incidência direta da luz solar dentro das áreas produtivas,
utilizando-se para tanto, vidros climatizados ou isolantes ou ainda, a previsão no
projeto arquitetônico de elementos de proteção contra a incidência solar direta, desde
que não prejudique a limpeza das janelas.
2.4. ILUMINAÇÃO:
A iluminação das áreas de produção e acabamento deve ter um nível de 500 até 1.000
LUX de acordo com a norma brasileira em vigor (NB 57 ou sua última revisão).
Recomenda-se ainda a utilização de lâmpadas que não alterem as cores, não atraiam
insetos e sejam preferivelmente "frias".
16 SANITARIEDADE Renato Dorsa
Recheios
Mistura, fervura, amassamento
Decoração manual
Confeitos consistentes
Mistura, fervura, amassamento 500 250
Corte classificação e acondicionamento 1.000 500
Indústrias de conservas de carnes
Abate de gado 150 150
Limpeza e corte 1.000 500
Cozimento, moagem, enlatamento e acondicionamento 500 250
Usinas de açúcar
Moagem, mistura, fervura, transporte 500 250
Usinagem centrífuga, purificação, peneiramento 1.000 500
Inspeção de cor 2.000 1.000
Armazenamento 150 150
Armazenamento em geral 150 150
Laboratório e toaletes 200 200
a. Sanitários e Vestiários:
Deverão ser previstos sanitários e vestiários específicos para o pessoal que trabalha
nas áreas de Produção e Acondicionamento;
Os vestiários deverão ter acabamento similar aos descritos para as áreas produtivas
(azulejos, piso cerâmico, laje de forro, ventilação e iluminação adequados);
b. Áreas Produtivas:
As áreas produtivas deverão ser dotadas de ralos para lavagem dos pisos com as
seguintes características:
• Caixa sifonada;
• Resistentes a alta temperatura (60oC);
• Dimensões que permitam fácil escoamento da água de lavagem do piso;
• Dotados de tampas (para evitar odores) que sejam de fácil manuseio;
• Todos os pontos de água acessíveis, inclusive os de limpeza deverão ser de água
potável;
Com referência aos lavatórios, localizados dentro de áreas produtivas, eles deverão ser
acionados a pedal ou sensor de proximidade.
2.6. ARMAZENAGEM
i. Utilização sempre que possível de estrutura porta pallets ou outro sistema que
permita a perfeita armazenagem elevada do solo e identificação dos produtos e a
utilização de controle do tempo de estocagem.
Os requisitos para estas câmaras são na prática, os mesmos que para os armazéns,
devendo ainda ser dotadas de porta frigorífica automática, sistema de iluminação que
não desenvolva alta dissipação térmica, podendo ser confeccionada com alvenaria
isolante ou painéis metálicos desmontáveis tipo sanduíche com elemento isolante de
poliestireno ou poliuretano expandido.
Os pisos destas câmaras, salvo por questões de economia de energia, podem ser
convencionais, sem isolamento, desde que totalmente impermeáveis.
Estas câmaras são totalmente isoladas (inclusive o piso) e dotadas de barreira de vapor
que impede a condensação de umidade internamente ao isolamento.
a. Desumidificadores
b. Umidificadores de ar
Convém mencionar aqui que, para os produtos de origem animal, existem no Brasil
normas mais específicas que são amplamente aceitas pelas indústrias. Não temos a
Renato Dorsa SANITARIEDADE 21
Esses últimos são os mais numerosos e podem causar a deterioração da qualidade dos
produtos. Sob o ponto de vista de construção de equipamentos e instalações,
normalmente não há uma distinção entre as duas categorias. As medidas que são
eficazes contra um grupo, também o são contra o outro.
Esses fatores são tão importantes que ditam praticamente todas as regras do projeto.
Por isso, a temperatura e a umidade relativa nos ambientes de processamento devem
ser mantidas baixas por meio de isolamento (geralmente contra a radiação solar) e de
ventilação. Locais de acumulo de resíduos de alimentos fora do processo devem ser
evitados por meio de projetos adequados do processo e equipamentos.
LOCALIZAÇÃO
Terreno
Água
Tratamento de resíduos
ENERGIA ELÉTRICA
TRANSPORTE E COMUNICAÇÃO
• Os prédios em forma de salões simples, com poucas colunas são os mais versáteis,
podendo, no futuro, ser transformados em área de armazenamento e mesmo
escritórios. As construções demasiadamente específicas e complexas, com vários
andares, devem ser evitadas. A importância do nível único para transporte com
empilhadeiras e outros meios não deve ser subestimada.
Quando se projeta uma estrutura qualquer convém sempre fazer a pergunta: - Haverá
acúmulo de nutrientes e umidade em algum ponto? A combinação desses dois fatores
é essencial à proliferação de microrganismos.
Assim, o peitoril das janelas deve ser fortemente inclinado para evitar o acúmulo de
água e de resíduos. Os equipamentos não devem ser instalados muito próximos a
paredes ou um do outro, de modo a não dificultar o acesso para manutenção e
limpeza.
Todos os materiais porosos e que absorvem água, como a madeira, juntas esponjosas,
etc., não devem ser empregados em locais atingidos por água.
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Certo Errado
Detalhes de
construção higiênica Soldas de chapas
Fundos de tanques
Elementos estruturais
Colunas de sustentação
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PISOS
Configuração de piso
A laje de concreto armado precisa ser feita com a declividade desejada para facilitar a
aplicação de uma camada uniforme do material antiácido superficial. As grades
cobrindo as canaletas coletoras devem ser de ferro e suficientemente fortes para
suportar o tráfego de empilhadeiras. Essas grades devem estar apoiadas sobre
cantoneiras de aço chumbadas no concreto. A construção deve ser de forma a evitar o
acumulo de produtos e de água. As grades devem ser de fácil remoção, para permitir
limpeza periódica das calhas,
O fundo das canaletas deve ser arredondado e a declividade deve ser de 1 a 2%, no
sentido de um coletor comum para todas as canaletas.
Principalmente, o início de cada uma das canaletas deve ser de fácil acesso para
permitir a introdução de um forte jato de água, que arraste os resíduos que
porventura se acumulem dentro da canaleta.
A saída do dreno deve ser, de preferência, única e possuir grades e sifão para evitar a
entrada de ratos e insetos (baratas, principalmente) (Figura 3 A).
Os drenos para pontos centrais (em vez de canaletas), ligados a manilhas sob o piso,
são baratos, mas pouco recomendados, pois, neste caso, o piso precisa ter declive em
duas direções. Isto é de construção mais difícil, conforme indicado na Figura 3 C. Esse
tipo de dreno também não é recomendado quando há um excesso de resíduos
Renato Dorsa SANITARIEDADE 27
insolúveis, embora o arraste desses para os drenos deva ser evitado para todos os
tipos de drenos.
4m 4m
Material do piso
Existem numerosos materiais para revestimento de pisos, alguns dos quais serão
discutidos, a seguir.
Para obter os resultados desejados com esse tipo de produto, é necessário seguir
rigorosamente as instruções de aplicação dos fabricantes. A Figura 4 ilustra um sistema
típico de aplicação das lajotas e o fechamento dos rejuntamentos. Os materiais para
rejuntamento são geralmente a base de resinas: epóxi, poliéster e furano. O
assentamento dos ladrilhos também pode ser feito em base dessas resinas. A
espessura das lajotas não deve ser inferior a 1,5 cm.
8 a 10 mm
Rejuntamento
com epoxi
Placas
cerâmicas
Concreto Argamassa
base de cimento
e) Outros materiais: Como dentro das canaletas não há abrasão, uma pintura com tinta
a base de epóxi após o preparo adequado da superfície é satisfatória.
As juntas de expansão nos pisos de cerâmica devem ter uma vara de espuma de
polietileno coberta de material vedante a base de polissulfeto, silicone, poliuretano ou
epóxi plastificado.
30 SANITARIEDADE Renato Dorsa
Como conclusão, pode-se dizer que ainda não existe um revestimento resistente e que
seja ao mesmo tempo, barato para a indústria de alimentos.
PAREDES
As paredes não sofrem abrasão e choques mecânicos como o piso. Também sofrem
muito menos o ataque químico, pois geralmente estão secas, devido ao rápido
escoamento dos líquidos. Por outro lado, a contaminação de alimentos a partir de
focos na parede e mais fácil por causa da sua altura.
Uma superfície lavável, impermeável e lisa, é o principal requisito para uma parede
satisfatória do ponto-de-vista sanitário. As pinturas à base de epóxi são altamente
satisfatórias para essa finalidade, Os revestimentos com ladrilho ou azulejo até o teto
também são excelentes, mas relativamente caros.
ABERTURAS DO PRÉDIO
Todas as aberturas fixas, como as de ventilação, devem ser providas de telas contra
insetos com abertura de 1 a 1,2 mm. Como essas telas ficam sujas, a ponto de sofrer
obstrução com o tempo, é recomendável que elas sejam montadas em quadros de
fácil remoção para limpeza.
A saída do esgoto também deve estar vedada, por meio de um sifão para evitar a
entrada de roedores e insetos.
As portas para acesso de pessoal e passagem de materiais, bem como outros orifícios
devem ser planejados com cuidado. As aberturas desnecessariamente grandes devem
ser evitadas. Um ponto freqüentemente observado na construção é a falta de vedação
do espaço entre a parede e o telhado, por onde pássaros, insetos e roedores podem
penetrar.
TELHADOS E FORROS
INSTALAÇÃO ELÉTRICA
Um dos pontos mais importantes é que os fios ou terminais vivos não possam entrar,
acidentalmente, em contato com um jato de água, o que poderia eletrocutar o
indivíduo que o dirige.
ILUMINAÇÃO
Iluminação natural
Embora haja certa tendência para se usar apenas a iluminação artificial, devido a sua
maior uniformidade, julga-se que isso não é recomendável, por causa do elevado custo
da energia e da falta de preparo da indústria para casos de emergência, mesmo
quando se dispõe de gerador próprio.
Renato Dorsa SANITARIEDADE 33
A área das janelas deve ser de aproximadamente 20% da área da planta-baixa. Para
reduzir a formação de sombras é importante que a luz natural penetre por diversos
pontos situados no teto do prédio. Quando as janelas são laterais, elas devem estar
próximas do telhado. As janelas laterais apresentam o inconveniente de dificultar a
expansão futura do prédio. As telhas transparentes ou translúcidas também não são
muito recomendadas, porque causam aquecimento excessivo, devido ao "efeito de
estufa". Por isso, as janelas devem ser dirigidas, no Brasil, preferivelmente para o Sul.
Entretanto, para isso, outros fatores devem ser levados em consideração, tais como:
predominância de ventos e seu efeito sobre a ventilação, configuração do terreno,
distribuição dos equipamentos, etc.
Iluminação artificial
Esta não pode ser dispensada para trabalho noturno ou quando a iluminação natural é
deficiente. Em áreas de seleção e controle, o uso continuo de luz artificial é necessário
para manter condições constantes de observação.
1 lux = 1 lúmem/m2
Uma unidade fora do sistema métrico, ainda utilizada em alguns textos, é o "foot-
candle", isto é:
Para calcular o fluxo luminoso total necessário para uma área usa-se a formula:
E × 1,25 × A
φ=
η
onde:
φ = fluxo luminoso
E = Intensidade desejada em lux
A = Área a ser iluminada, em m
η = Eficiência de distribuição do fluxo sobre área (0,35 a 0,5).
34 SANITARIEDADE Renato Dorsa
Uma vez calculado o fluxo luminoso "φ", pode-se calcular a potência instalada "W",
quando a eficiência luminosa da lâmpada é conhecida.
Exemplo:
Então:
φ= 1.000 x 1,25 x 50
0,5
φ = 125.000 lúmem
Não havendo normas específicas da ABNT para câmaras frigoríficas pode-se utilizar a
intensidade estabelecida para armazenamento (150 lux), sendo que 200 lux podem ser
empregados para áreas de transito e de serviços.
Todas as lâmpadas devem ser protegidas para evitar que os estilhaços de vidro caiam
em alimentos ou no pessoal, em caso de quebra acidental.
VENTILAÇÃO
Percebe-se que sob varias circunstâncias se torna difícil obter uma circulação do ar
apenas por ventilação natural, sendo necessária, às vezes, a instalação de sistemas de
ventilação forçada, apesar de encarecer sensivelmente a instalação.
1) As dimensões dos dutos devem ser calculadas cuidadosamente, para que se tenha
a circulação do ar em velocidades ideais, evitando-se, assim, o excesso de ruídos.
As velocidades de ar recomendadas para instalações industriais estão entre 7,5 e
10,0 m/s.
3) As superfícies internas dos dutos devem ser lisas, a fim de reduzir ruídos e quedas
de pressão.
5) O volume de ar fresco que entra no local deve ser ligeiramente maior que a
capacidade de eliminação dos dutos de saída, a fim de se manter uma pressão
positiva. O excesso de ar sairá pelos vãos existentes nas portas ou por outras
aberturas, evitando-se a entrada de ar.
vapor
6m
Aberturas
para
ventilação
com telas
20 m
Renato Dorsa SANITARIEDADE 37
SEGURANÇA
Uma indústria instalada com todos os requisitos de segurança poderá ser mais
econômica, pois há menor perda de produção devido a acidentes. Esta é uma área
muito negligenciada na maioria das indústrias de alimentos (e também em outras), no
Brasil. A construção adequada igualmente resulta na redução das taxas de seguros
contra incêndio. No Quadro 2 estão resumidas as taxas para as diferentes classes de
construção.
INSTALAÇÕES SANITÁRIAS
A instalação de mais pias também poderá ser indicada próxima as entradas da área de
processamento e nas próprias áreas de processamento, em locais onde há manuseio
de produtos. Incluem-se, entre estas, as áreas de seleção final de matérias-primas
(após lavagem), de seleção de produtos acabados (exemplo: fatias de abacaxi) e de
enlatamento manual. Da mesma forma, os bebedouros devem ser acionados por meio
de pedal.
CÂMARAS FRIGORÍFICAS
Barreira de vapor
No caso do material isolante ser permeável ao vapor de água, este pode condensar e,
posteriormente, congelar-se no interior do isolamento, se a temperatura for muito
baixa, danificando-o. Além disso, o aumento de umidade no isolante diminui o seu
poder de isolamento.
Para se evitar esses inconvenientes, devem ser previstas barreiras de vapor no lado
quente da instalação. Um revestimento com folhas de alumínio de espessura
Renato Dorsa SANITARIEDADE 39
suficiente (em geral, em torno de 0,1 mm) serve para esse fim. Deve-se tomar cuidado
na colocação, para que as juntas sejam vedadas com tiras do mesmo alumínio, com
uma sobreposição mínima de 5 cm.
Isolamento
d) Preço: é um fator que deve ser bem analisado, para que se possam obter soluções
próprias para cada problema especifico, mas que sejam economicamente vantajosas.
Uma observação que merece ser feita em relação à aplicação do isolante, caso este
seja fornecido em placas, com é o caso do poliestireno expandido, é que esta deve ser
feita em duas camadas, de modo que as juntas fiquem desencontradas, permitindo
uma vedação melhor.
Podem ser também empregadas resistências elétricas para aquecer a área entre o piso
da câmara e o solo, evitando-se, assim, o resfriamento do ultimo. No entanto, essa
solução não é muito empregada no Brasil.
40 SANITARIEDADE Renato Dorsa
Impermeabilidade do piso
1. O peso menor dos materiais usados na sua construção permite uma economia
bastante grande nas fundações e na estrutura do telhado, em comparação a
câmaras de alvenaria e lajes.
4. Simplificação do acabamento interno, que pode ser feito com chapas de alumínio
trapezoidal, ao contrario das câmaras de alvenaria, que são revestidas com
argamassa, o que implica em maiores gastos com mão-de-obra.
5. Sendo feitas com painéis modulados permitem uma fácil ampliação, de acordo
com as necessidades.
Baseado em:
Dietrich G. Quast e Rezende G. dos Santos
Instruções Técnicas No. 8 - Dezembro de 1975 - Seção de Operações Unitárias - ITAL.
Renato Dorsa SANITARIEDADE 41
3. EQUIPAMENTOS
Lembramos, porém que a qualidade do produto final se inicia na sua origem fato
este que deve ser levado em consideração em todas as etapas da produção a
partir do recebimento das matérias primas na fábrica.
a. Qualidade da chapa;
b. Estado de oxidação;
c. Soldas e acabamentos;
d. Acessórios internos;
e. Forma construtiva;
f. Facilidade de aplicação da resina.
Sulcos, trincas, pitting de oxidação são prejudiciais aos revestimentos, ocluindo ar que
formará bolhas ou descontinuidade do revestimento.
Outro detalhe importante são as soldas cujo cordão deve ser perfeitamente contínuo
sem cristas, mordeduras ou respingos, eventuais poros e trincas.
Todos os acessórios internos que não permitam revestimento deverão ser em material
alternativo adequado (plásticos, inoxidável).
Para revestimentos que exijam a cura quente não deve ser esquecido o isolamento
térmico do fundo, mesmo que inacessível.
Isto pode ser feito para tanques apoiados integralmente em base de concreto por
incorporação ao concreto de camada isolante (argila expandida, concreto celular), ou
pela simples colocação de placas isolantes de alta densidade entre o fundo do tanque
(hidro silicato de cálcio).
3.1.2. PLÁSTICOS
a. PVC
c. POLIPROPILENO
Existe uma gama muito ampla de plásticos, porém sua compatibilidade com produtos
alimentícios é restrita. É conveniente a verificação se aprovados pela F.D.A.
Tem boa resistência mecânica e a temperaturas elevadas (100oC). Por ser originária de
material básico na fase líquida possibilita a construção de peças de desenhos
complexos. É porém muito importante que a fibra de vidro não tenha absolutamente
contato com o produto.
e. TEFLON
Deve-se somente tomar especial cuidado para produtos com presença de cloretos (sal,
hipoclorito de sódio), pois, dependendo da concentração e temperatura, este material
é passível de corrosão.
Para teores muito baixos (o que é o mais comum) a utilização do aço inoxidável 316 L é
suficiente, porém recomenda-se sempre a consulta de tabelas de resistência química,
qualquer que seja a aplicação.
3.1.4. TITÂNIO
3.1.5. ELASTÔMEROS
• etileno propileno dieno monômero (EPDM) que não resiste porém a óleos e
gorduras.
• borracha nitrílica
• borracha nitrílica butílica (NBR)
• borracha de silicone (adequada para altas temperaturas até 180°C)
• fluorelastômero - “Viton” ( adequado para aplicações em altas temperaturas até
180°C).
a. Soldas:
Todas as soldas devem ser cheias, sólidas, lisas e contínuas: livres de porosidade, furos,
mordeduras, depósitos de escórias e outras imperfeições. Respingos de solda, tanto
sobre a solda, como sobre a área adjacente, devem ser removidas por esmerilhamento
ou talhadeira seguida de esmerilhamento. Soldas grosseiras devem ser esmerilhadas
até ficarem lisas mas não à nível: um ressalto de 1/16" é recomendável. Alguns
produtos exigem o esmerilhamento de soldas a nível para dar uma superfície lisa,
porém, se este processo for usado, todos os furos, porosidades e demais imperfeições
que ficarem então expostas, devem ser preenchidos.
As bocas de visita e demais conexões do vaso devem ser completamente cheios com
solda no lado interno, com os cantos arredondados até um raio mínimo de 3/16".
Conexões flangeadas para tubulação, são preferíveis à conexões rosqueadas. São
recomendados bocais curtos sobredimensionados.
d. Reforços externos:
e. Peças fundidas:
Bolsas ou superfícies porosas devem ser cheias com bronze, prata ou solda com
elevado ponto de fusão. Pontas e rebarbas de fundição devem ser completamente
removidas. O uso de cimento para enchimento de porosidade na superfície do metal
ou em fundidos ásperos é insatisfatório. A limpeza subseqüente a jato de areia
removerá esses cimentos. As bordas e cantos angulosos devem ser arredondados (raio
mínimo 3/16").
46 SANITARIEDADE Renato Dorsa
f. Geral:
O tanque não deverá ter cantos vivos ou locais sem acesso pois as soldas dever ser
normalmente lixadas e o tanque totalmente jateado ao metal branco.
3.2.2. PLÁSTICOS
Devido à baixa resistência mecânica da maioria dos plásticos, esses são somente
utilizados na confecção de tanques atmosféricos de pequeno e médio porte e de
equipamentos de pequeno porte ou parte destes equipamentos.
O projeto deve ainda levar em conta a baixa resistência à abrasão e as limitações para
limpeza mecânica, a fácil desmontagem sem desgaste precoce dos elementos de
fixação.
Todos os elementos estáticos devem ser fixados ao equipamento por solda contínua
que permita o acabamento e arredondamento dos cantos.
c. Bocais:
Todas as entradas, saídas e bocas de visita de tanques devem ter uma fixação por
soldagem de topo através de repuxo da própria chapa do tanque de forma a evitar-se
o canto vivo.
As entradas e saídas não devem ter curvas ou desvios que impeçam a entrada de
ferramentas de polimento.
d. Portas de inspeção:
e. Vedações:
f. Buchas e gaxetas:
g. Fixações:
Preferivelmente, as porcas internas devem ser cegas, dotadas de vedação para impedir
a penetração de produto na rosca, mesmo que esta seja sanitária.
48 SANITARIEDADE Renato Dorsa
h. Fundos:
i. Tetos:
j. Tampos removíveis:
k. Drenos e respiros:
Todos os equipamentos devem ser dotados de drenos e respiros para possibilitar seu
total esgotamento.
l. Conexões:
m. Respiros:
n. Isolamento térmico:
o. Acabamento sanitário:
Um ponto a ressaltar é que o acabamento sanitário deve ser tanto interno quanto
externo ao equipamento. O objetivo do acabamento externo não é só permitir a fácil
limpeza, mas principalmente, facilitar a conservação de forma que o equipamento não
se suje.
Renato Dorsa SANITARIEDADE 49
p. Lubrificação:
q. Facilidade de desmontagem:
r. Ferramentas:
s. Reforços:
Em reforços em aço carbono que devem ser fixados ao inoxidável, deve-se sempre
prever a utilização de peça intermediária de inoxidável (peça de sacrifício) fazendo-se a
solda inoxidável X peça de sacrifício e peça de sacrifício X aço carbono. Isso evita a
migração do ferro através da solda até o inoxidável do equipamento e o aparecimento
de pontos de oxidação.
t. Paredes intermediárias:
A utilização de rugosímetro é muito difícil para equipamentos, porém pode ser usado
para confirmação dos padrões.
As chapas laminadas a frio, grau 2B, desde que devidamente acondicionadas para
transporte e trabalho, apesar de extremamente foscas, tem acabamento equivalente à
grana 180.
a. Limpeza com esponja de fibra sintética para melhorar o aspecto (brilho fosco).
c. Polimento mecânico;
d. Polimento eletrolítico
As chapas de inoxidável devem vir da usina (chapas finas laminadas à frio grau 2B ou
do polimento (chapas grossas laminadas a quente) revestidas de película de PVC de
modo a preservar o acabamento sanitário da chapa.
Será removida após o equipamento estar concluído para polimento final e testes.
A firma deverá ter seus padrões visuais (chapas polidas), para determinação
comparativa do grau de polimento.
3.4.2. BOMBAS
a. Centrífugas;
b. Lóbulos;
c. Libélula;
d. Pistões;
e. Parafuso (mono).
a. Tubo e Tubo
Admite altas vazões, porém, resiste somente à médias pressões e seu limite de
temperatura é da ordem de 120oC quando se utilizam as vedações normais.
As vedações devem ser do tipo clip-on (sem utilização de cola) o que permite uma
perfeita limpeza.
Por ter internamente facas raspadoras que auxiliam a troca térmica, permite o
trabalho com produtos viscosos ou que se gelatinizem ou solidifiquem.
• Todos os fluidos utilizados para limpeza CIP devem ser compatíveis com os
materiais de construção nas condições de operação.
3.4.4. MISTURADORES/AGITADORES
Existem inúmeras formas construtivas cada uma desenhada especificamente para uma
finalidade.
Em todos os tipos deve ser observado a construção com o mínimo de peças, facilidade
de desmontagem, facilidade de limpeza.
3.4.5. FILTROS
São, na sua maioria, com corpo em inoxidável, podendo, em função de sua finalidade,
ter o elemento filtrante em:
a. Chapa perfurada;
b. Tela metálica;
c. Tecido filtrante;
d. Elemento poroso em material plástico;
e. Elemento poroso em metal sintetizado.
c. Não haver pontos de acumulo de produtos (zonas mortas) onde poderão se iniciar
focos de contaminações;
O uso de carenagens em inoxidável favorece a limpeza externa. Devem porém, ser fácil
remoção para permitir a limpeza interna.
3.4.7. TRANSPORTADORES
c. Transportadores tipo rosca sem fim devem levar em conta os seguintes requisitos de
fabricação:
Estas máquinas pela sua complexidade têm projetos especiais desenvolvidos por
firmas especializadas. Devem, porém ser atentados os aspectos referente a dissipação
térmica no ambiente e dissipação de umidade de forma a não serem prejudicados os
aspectos higiênicos do restante da instalação nem as condições de conforto térmico.
3.4.9 - CENTRÍFUGAS
Apesar de a carcaça ser em ferro fundido é conveniente que a mesma seja revestida
externamente em inoxidável para facilidade de limpeza.
3.4.10. MOTORES
• Nas condições de utilização os materiais usados não devem ser tóxicos, absorventes
e deverão ser resistentes tanto ao alimento como aos produtos de limpeza química.
• Plástico reforçado e elastômeros não devem permitir a penetração de produto.
• A compressão dos elastômeros deve ser controlada.
• As superfícies planas devem permitir drenagem (inclinação ≥ 3%).
• A rugosidade superficial deve ser inferior a Ra ≤ 0,8 µm.
A ser evitado:
• Juntas metal - metal (que não sejam solda).
• Desalinhamento entre equipamento e conexões da tubulação.
• Porosidade em selos e gaxetas.
• Anéis tipo O’ring (a menos que permitam fluxo).
• Conexões rosqueadas.
• Cantos vivos (raio preferivelmente ≥ 6 mm; mínimo 3 mm)
Se for inevitável, desvios destes critérios são permitidos. O projeto porém deve ser tal
que mesmo com esta perda da facilidade de limpeza, os limites bacteriológicos sejam
compensados.
TRATAMENTO Ra (µ
µ m)
Laminado a frio 0,2 - 0,5
Laminado a quente >4
Jateado com esferas de vidro 1,0-1,2 depende tamanho da esfera
Eletropolido depende do acabamento original (*)
Polimento mecânico com abrasivo:
óxido de alumínio/carbeto de silício
grana 500 0,1 - 0,25
grana 320 0,15 - 0,4
grana 240 0,2 - 0,5
grana 180 ≤ 0,6
grana 120 ≤ 1,1
grana 60 ≤ 3,5
(*) O polimento eletrolítico não altera o valor da rugosidade Ra porém
arredonda as cristas da rugosidade, facilitando a limpeza.
58 SANITARIEDADE Renato Dorsa
4.1. LAY-OUT
VÁLVULAS SANITÁRIAS
a. Válvulas assépticas
b. Válvulas borboleta;
c. Válvulas do tipo angular com sede e obturador;
d. Válvulas tipo macho;
e. Válvulas tipo diafragma;
f. Válvulas esfera.
Uniões com flanges padrão ANSI ou DIN não são consideradas normalmente como
sanitárias, independentemente dos materiais e acabamentos empregados. Existem
porém flanges especiais tipo solda, com vedações do tipo o-ring montadas na borda
interna que atendem as normas de sanitariedade.
As conexões de tubulações não soldadas são sempre do tipo expansão, sendo os tubos
mandrilhados nas uniões através de expandidores adequados.
O desenho das linhas deve evitar pontos de acumulo de produto nas paradas dos
equipamentos.
É recomendável, ainda, que as linhas tenham caimento de forma que, nas paradas, de
produção seja possível esgotá-las totalmente. Para as instalações não dotadas de
sistema C.I.P. as fixações aos suportes devem ser de fácil remoção para limpeza das
linhas.
Clamp
SMS (1145): IDF (ISO 2853): RJT (BS 1846): DIN (11851): Clamp (ISO 2852):
As tubulações para padrão SMS, IDF, RJT e Clamp são padronizadas pelo diâmetro
externo do tubo (OD) em polegadas.
As tubulações para padrão DIN são também padronizadas pelo diâmetro externo do
tubo (OD), porém em milímetros. No Brasil são fabricadas conexões fora da norma
DIN padronizadas pelo diâmetro externo em polegadas.
4.3. SUPORTES
Devem ser utilizadas como padrão, barras de 6m para as linhas de até 3" e para bitolas
maiores, barras de 3m de forma a facilitar o manuseio e intercambiabilidade das
peças.
Além dos aspectos abordados nos itens "layout"(2.4.), Tubulações (3.1.) e Suportes
(3.2.), devemos observar os detalhes de apoio e fixação dos diversos componentes da
instalação ao prédio e suas estruturas.
Nos locais onde a única solução seja esta última, a utilização de mastiques elásticos
(tipo silicone) vedando o espaço entre placa e parede contornam o problema.
• Facilidade de limpeza
• Aspecto de limpeza.
62 SANITARIEDADE Renato Dorsa
Este último é tão importante como o primeiro, pois, psicologicamente faz com que o
pessoal de operação e manutenção tenha como preocupação "manter o ambiente
limpo".
b. Facilitar a higienização devendo ser portanto lisa, resistente aos agentes de limpeza
e com boa resistência mecânica.
Para tanto é importante não só selecionar a tinta adequada como também o método
de pintura que dê a proteção, durabilidade, aderência, espessura e resistência
desejadas.
Para uma correta identificação dos fluidos e produtos que percorrem a instalação são
utilizados códigos de cores normalizadas correspondente a cada produto de acordo
com as normas brasileiras (NB 54/NB 76 em suas últimas edições).
• Verde Água
• Azul Ar comprimido
• Amarelo Gases não liquefeitos
• Preto Inflamáveis de alta viscosidade (óleos combustíveis)
• Alumínio Gases liquefeitos e inflamáveis de baixa viscosidade (óleo diesel,
querosene, gasolina)
• Cinza-claro Vácuo
• Cinza-escuro Eletrodutos
• Branco Vapor
Com referência à segurança as cores empregadas segundo a norma P-NB 208 da ABNT
são:
O isolamento térmico é um ponto a que deve ser dado grande importância dentro da
indústria alimentícia pois tão importante quanto a conservação da energia são os
aspectos higiênicos do sistema de isolamento.
Este revestimento deve ter suas emendas posicionadas de tal forma, que não permita
a entrada da água de lavagem da seção em seu interior.
O isolamento neste caso tem como função a economia de energia e também impedir
que a umidade do ar em contato com a superfície fria venha a se condensar
provocando escorrimento de água pelas tubulações e instalação em geral.
5. INSTRUMENTAÇÃO
a. Termômetros:
Devem ser montados em conexões sanitárias sendo a única parte a ter contato com o
produto o sensor de inoxidável. Termômetros de vidro devem ser montados, em
poços de inoxidável adequados.
b. Manômetros:
d. Visores de nível:
e. Bóias de nível:
f. Medidores de vazão:
g. Válvula de controle:
Em caso de não ser possível desconectá-lo deve ser previsto um local fixo onde o
mesmo possa ser colocado em segurança para desmontagem da tubulação para
limpeza.
6. CONTAMINAÇÕES
6.1. QUÍMICAS
a. Poluição do Ar:
Pátios não asfaltados e de grande trânsito, fazem com que uma grande quantidade de
pó se disperse na área fabril.
A solução para cada um destes problemas deve ser estudada em particular porém, de
forma geral recomenda-se:
• Utilização de filtros mecânicos e até filtros químicos nas áreas de produção final e
de acondicionamento de alimentos.
Renato Dorsa SANITARIEDADE 69
• Note-se que a área de carregamento das baterias das empilhadeiras deve se situar
em lugar afastado e ventilado devido a emissão de gás sulfúrico na recarga.
b. Contaminação da água:
Toda água utilizada na indústria alimentícia deve ser clorada e analisada quanto a sua
potabilidade, inclusive, a utilizada para limpeza geral e utilidades.
d. Contaminações em manutenções:
e. Contaminação em dedetizações:
Os fatores são geralmente mais difíceis de serem controlados porém, são os mais
importantes:
Todos os equipamentos para uso em indústria alimentícia que tenham contato com o
produto final e, também, que tenham contato com os componentes do produto final
devem ser avaliados na análise de desenhos de fornecedores que deverão indicar
todos os materiais em possível contato com o produto.
Renato Dorsa SANITARIEDADE 71
6.2. BACTERIOLÓGICAS
a. Mofo ou bolor:
b. Penetração de contaminantes:
Outra precaução é a utilização de lâmpadas germicidas nos horários em que não haja
ninguém no setor ou permanentemente ligados nos dutos de distribuição de ar.
72 SANITARIEDADE Renato Dorsa
e. Vazamento em geral:
7. Limpeza interna:
b. Embalagens contaminadas:
7. HIGIENIZAÇÃO
• Limpeza
• Sanitização
• Esterilização
7.1 -LIMPEZA
7.2 - SANITIZAÇÃO
• álcalis inorgânicos
• ácidos inorgânicos ou orgânicos
• detergentes compostos por surfactantes
a) Álcalis inorgânicos
c) Surfactantes
7.3 - ESTERILIZAÇÃO
Métodos de esterilização
Químico: gases
líquidos
A destruição se dá pela oxidação celular e para que isto ocorra torna-se necessário que
o material a ser esterilizado seja submetido a um tempo de exposição maior e a
temperatura mais elevada. Para que se efetue a esterilização se faz necessário um
período de duas horas de exposição a 160°C. Somente tem aplicação em processos
industriais onde o ar quente faz parte do mesmo (spray-dryers por exemplo).
A esterilização por radiação é obtida através de raios gama do cobalto 60. Este é um
método eficaz e oferece como vantagem ser altamente penetrante, atravessando o
invólucro dos materiais embalados em plástico ou papel, não danificando o material
por ser a frio (pode ser utilizado para esterilização de embalagens, por exemplo).
O óxido de etileno foi descoberto como agente esterilizante após a II Guerra Mundial,
pelos cientistas da Army Chemical Corp.. É um gás toxico, incolor, inflamável e obtido
pela reação da cloridrina de glicol com potassa caustica concentrada. Sendo
inflamável quando puro, é usado com a associação de dióxido de carbono (80 - 90%).
• compostos clorados
• compostos de amônio quaternário
Estes compostos são estáveis ao calor, incolores, inodoros e não tóxicos dentro das
concentrações recomendadas pelos fabricantes e não atacam o inoxidável.
78 SANITARIEDADE Renato Dorsa
8.1. LIMPEZA
Termo para designar os processos usados para remover sujeira (restos de alimentos)
das superfícies de equipamentos e utensílios, normalmente criando uma suspensão da
sujeira em água com auxílio de um detergente.
Renato Dorsa SANITARIEDADE 79
• a qualidade da água
• a temperatura da água
• grau de turbulência da solução
• a composição e a concentração do detergente
• tipo de restos de alimento ou sujeira (gordura, proteína, minerais)
• manual
• limpeza CIP (sigla em inglês para Clean In Place) - na qual a solução detergente é
circulada pela tubulação do equipamento (sem desmontagem). O equipamento
deve ser desmontado para limpeza manual de cada um dos componentes apenas a
intervalos regulares e predeterminados.
8.3. SANITIZAÇÃO
Métodos de sanitização:
Teste SWAB:
Método de enxágüe:
A maioria dos alimentos é derivada de animais e plantas. Animais e plantas vivos estão
em contato direto com o solo, água e ar. Uma enorme variedade de microorganismos
está presente no solo, na água e no ar. Por este motivo, as superfícies externas de
animais (pele, pelos e penas) são naturalmente contaminadas com uma variedade de
organismos. Além disso, o trato gastrointestinal de animais contém igualmente
grande número de microorganismos. Por outro lado, os tecidos musculares mais
profundos dos animais contêm poucos ou nenhum microorganismo.
• usar métodos higiênicos para realizar as operações de abate e limpeza para evitar
contaminação cruzada.
Características de microorganismos.
1. De modo geral, bactérias são organismos constituídos por uma única célula.
Dentro destas formas básicas, as bactérias podem ser encontradas agrupadas de várias
maneiras:
A maior parte da célula (60 a 70%) consiste de água, sendo o restante constituído de
proteínas, lipídios (gordura), carboidratos (açúcares) e ácidos nucléicos.
É muito importante lembrar que a água e nutrientes tem que estar presentes para que
as bactérias possam crescer. É por este motivo que se insiste na importância da
limpeza e sanitização dos equipamentos e utensílios. Desta forma eliminamos as
condições básicas e indispensáveis para o crescimento das bactérias. Posteriormente
veremos que ainda há outros fatores que influenciam a capacidade das bactérias de
crescer, tais como temperatura, atmosfera gasosa, acidez, etc.
Vamos supor, por exemplo, que havia 1.000 bactérias por grama de carne e que todas
estas bactérias se multiplicavam conforme indicado acima. Neste caso, o número total
de bactérias atingiria a casa de 1 milhão por grama em apenas 10 gerações, ou seja:
7. Ciclo de crescimento
fase
estacionária
crescimento
Número de exponencial
bactérias morte
adaptação
Tempo
O gráfico acima mostra que, após um curto período em que ocorre pouco ou nenhum
crescimento (fase durante a qual os microorganismos se adaptam às condições do
meio), a população cresce rapidamente até atingir um ponto máximo, permanecendo
neste patamar elevado (fase estacionária) até que se inicia uma fase de redução do
número total de bactérias (morte dos microorganismos). A fase de adaptação é um
tipo de fase de ajustamento, durante a qual ocorre muita atividade no interior das
células, porém pouca divisão. A fase de adaptação é prolongada se células
“dormentes” ou “estressadas” são introduzidas nos alimentos. É o que ocorre, por
exemplo, com bactérias presente em alimentos refrigerados ou congelados. Durante a
fase de crescimento, a divisão das células ocorre a um ritmo muito rápido e constante.
O nível estacionário máximo é o resultado do equilíbrio entre a taxa de crescimento e
a taxa de mortalidade das células. A morte das células é causada por vários fatores,
sendo que um dos mais importantes é o acúmulo de substâncias geradas pelas
Renato Dorsa SANITARIEDADE 85
próprias células, como por exemplo, o acúmulo de ácido láctico em leite fermentado e
produtos cárneos.
8. Esporos bacterianos
• Bactérias psicotróficas:
Bactérias capazes de crescimento às temperaturas típicas de armazenamento e
distribuição de alimentos sob refrigeração. A maioria das bactérias psicotróficas
cresce melhor a 15 - 25°C e a taxas de velocidade mais baixas durante estocagem
sob refrigeração.
• Bactérias mesofílicas:
Bactérias que crescem melhor em temperaturas na faixa de 20 a 45°C
• Bactérias termofílicas:
Bactérias que crescem melhor a temperaturas acima de 45°C. Muitas destas não
apresentam crescimento a temperaturas abaixo de 40°C.
• Bactérias termodúricas
Bactérias capazes de sobreviver a tratamentos térmicos menos severos tal como a
pasteurização.
Certas bactérias são necessárias para conferir corpo, textura e flavor (sabor + odor),
adequados a certos alimentos, como por exemplo, embutidos, fermentados, picles,
queijo, iogurte, chucrute, azeitonas, pão sírio, vinagre, etc.
• Bactérias de deterioração:
Bactérias que durante o seu crescimento causam a deterioração qualitativa e, na
fase final, tornam um alimento impróprio para consumo. Carne moída, mesmo se
for obtida de aparas ou cortes de alta qualidade e estocada sob refrigeração se
tornará eventualmente inaceitável com o passar do tempo.
• Patogênicos:
Bactérias capazes de causar doenças no homem. Em produtos de carne e
de aves às vezes ocorrem problemas envolvendo patogênicos como
Salmonella, Campylobacter, Yersinia, Saphylococcus, Listeria, Clostridium
perfringens e Clostridium botulinum.
Geralmente pode se notar que o nome da maioria das bactérias é composto de duas
partes, como por exemplo, Staphylococcus aureus. A primeira parte Staphylococcus
indica o gênero ao qual esta bactéria pertence. A segunda parte aureus indica o
gênero ao qual esta bactéria pertence. Um gênero representa um grupo de espécies
semelhantes. Podemos ter uma espécie diferente, por exemplo, Staphylococcus
intermedius, que é diferente de Staphylococcus aureus, mas que possui número
suficiente de características em comum com Staphylococcus aureus para ser
classificada no mesmo gênero.
Renato Dorsa SANITARIEDADE 87
A seguir encontra-se uma lista de alguns gêneros e espécies que podemos esperar
encontrar na microbiologia de alimentos e a origem ou tradução aproximada do termo
latino utilizado para designar estes microorganismos.
LEVEDURAS E BOLORES
Leveduras:
Bolores:
VÍRUS
PARASITAS
Trichinella spiralis
Giardia lamblia
9. SISTEMAS DE LIMPEZA
9.1.1 - CONVENCIONAIS
a. Com desmontagem:
Tem como vantagem a detecção imediata de qualquer ponto crítico que possa se
constituir num foco de contaminação.
Sempre que for possível, o projeto deverá levar em conta a alternativa de limpeza por
circulação de fluido pela utilização dos tanques e bombas da própria instalação.
9.2.1 - INTRODUÇÃO
Limpeza e esterilização são pré-requisitos para uma produção confiável nos aspectos
contaminação e bacteriologia. Com o aumento do custo da mão de obra, energia e
materiais auxiliares, as considerações econômicas são cada vez mais importantes na
decisão da implementação de um sistema C.I.P.
Este processo deve assegurar que nenhuma superfície que mantenha contato com o
produto venha a ser uma fonte de contaminação química ou bacteriológica. C.I.P. é a
abreviatura de “limpeza no local” (= sem desmontagem) e significa limpeza automática
no local de produção e durante a parada do processo, ou seja, sem nenhum particular
procedimento e sem desmontagem do equipamento de produção.
Normalmente as vazões são tão baixas que não são adequadas para a limpeza das
tubulações conectadas aos equipamentos.
Entretanto, isto se aplica até certo limite. Uma espessura de filme líquido muito
grande na parede de um tanque e um fluxo laminar em velocidades altas em
tubulações não promove melhoria na limpeza.
Estes valores são válidos para limpeza a frio. Na limpeza a quente as velocidades
podem ser reduzidas em aproximadamente um terço sem aumentar o tempo de
limpeza.
Um tanque vertical sem peças internas normalmente requer um spray-ball central com
os jatos dirigidos para o tampo e para a parte superior da parede.
b. Limpadores rotativos:
Tendo em vista que nos grandes tanques utilizados atualmente, o consumo de solução
de limpeza poderia significar até 60 m3/h por bico fixo, isto iria requerer um sistema de
bombeamento de grande porte (e alto consumo de energia), além de linhas de
grandes dimensões para alimentação e retorno.
Limpadores rotativos de baixa pressão são a solução ideal neste caso. Em lugar da
utilização de diversos spray-balls o líquido é pulverizado através de um, dois ou três
pulverizadores de jato chato contra a parede do tanque.
Para uma mesma seção circunferencial do tanque em um determinado tempo, isto irá
significar uma vazão total de cerca de 40 vezes menor que a necessária para utilização
dos spray-ball.
O sistema com uso único das soluções de limpeza apresenta as seguintes vantagens:
O ponto mais crítico deste sistema é a separação dos diversos produtos e da água de
enxágüe o que pode ser feito através de temporizadores ou peagâmetros.
No que diz respeito aos itens consumíveis: água, calor e produtos de limpeza, o
sistema de recuperação é sem dúvida o sistema mais econômico alem da grande
vantagem da menor emissão de efluentes. Porém, é também o sistema que requer
96 SANITARIEDADE Renato Dorsa
Durante a operação de plantas de evaporação deve ser feita uma limpeza a cada troca
de produto ou quando o limite de eficiência de troca térmica é atingido.
Estes custos podem ser muito reduzidos com a integração de centrífugas no processo.
A vida da solução de limpeza pode ser aumentada várias vezes e os custos de
tratamento dos efluentes bastante reduzido.
Isto normalmente não acontece com o ácido nítrico que também é utilizado no
processo de limpeza. Apenas o volume perdido durante a descarga dos sólidos deve
ser reposto.
Como exemplo, num sistema de evaporação multi estágio com capacidade de 25.000
litros, o volume de soda cáustica durante a fase de limpeza é de cerca de 5.000 litros.
A quantidade normalmente circulada é cerca de 1/3 da capacidade nominal do sistema
e o tempo de circulação varia entre 1,5 a 2 horas. Durante a fase de limpeza os
evaporadores continuam funcionando e a concentração aumenta de cerca de 2% para
cerca de 5%.
Se for necessário que os sólidos obtidos sejam pré tratados, isto pode ser feito através
de um pequeno filtro de câmaras. Os sólidos poderão também ser enviados
diretamente a um digestor na planta de tratamento de efluentes.
Quando utilizada por diversas vezes a solução alcalina fica enriquecida com um certo
grau de substâncias solúveis que, entretanto, não prejudicam sua eficiência de
limpeza.
O nível de saturação é usualmente atingido após a solução ser utilizada por 3 a 4 dias.
10. UTILIDADES
10.1 - ÁGUA
Ela é utilizada diretamente no processo industrial quer como parte integrante (no caso
de bebidas, por exemplo) quer como elemento de higienização.
a. Tratamento
Para adequar a qualidade da água às necessidades podem ser feitos alguns dos
seguintes tratamentos, de acordo com a qualidade inicial da água e sua aplicação no
processo.
b. Armazenamento
De outro lado uma grande quantidade de água parada tem tendência à decantação do
material sólido e a formação de limo devendo o reservatório ter forma e revestimento
que permitam a fácil e rápida limpeza.
b. Padrão de potabilidade
a. Ar comprimido
b. Ar de processo
10.3 - VAPOR
Quando o vapor for utilizado diretamente em contato com o alimento, deve-se evitar a
utilização de produtos de tratamento na água da caldeira como por exemplo a
hidrazina (N2 H4) que é altamente tóxica.
11. EFLUENTES
• resíduos orgânicos
• resíduos químicos
• esgoto doméstico
• águas pluviais
• Filtração;
• Separação centrífuga;
• Decantação.
d) Tratamento biológico
• Digestão aeróbica
• Digestão anaeróbica
O tratamento mais comum quando não se dispõe de rede pública, é através de fossas
sépticas realizado conforme a Norma Brasileira NB.41 na sua última edição e de
acordo com o código sanitário.
Esta análise prévia, apesar de trabalhosa, evita problemas que só aparecem após a
implantação da indústria e que, se não previamente estudados, podem torna-la
inviável com o tempo.
No que concerne aos fungos os principais representantes estão incluídos no grupo dos
fungos imperfeitos. A grande maioria está relacionada com o grupo Ascomicetos.
Para se conseguir descrições completas e suficientes para a identificação destes
elementos sugerimos consultar obras específicas.
No presente trabalho, como indicado no início, citaremos apenas os tipos mais comuns
de exames microbiológicos de alimentos. A escolha do tipo de contagem ou
isolamento a ser feito depende de alguns fatores, a saber:
TABELA II
a) Agentes físicos:
b) Agentes mecânicos:
c) Agentes químicos:
Estas normas incluem os princípios do HACCP (Hazard Analysis and Critical Control
Points) ou seja análise de risco e controle dos pontos críticos.
É uma divisão do “Department of Health and Human Services’ Public Health Service”.
15.1. QUALIDADE
15.2 CONTAMINAÇÕES
A contaminação pode ocorrer nas várias etapas que o produto percorre antes de ser
consumido:
• Durante a fabricação.
• Durante a armazenagem.
• Durante a distribuição.
• Nos pontos de venda.
1. Contaminação microbiológica:
2. Contaminação química:
3. Contaminação física:
15.2. HIGIENE
Higiene Pessoal
1) Devem ser feitos obrigatoriamente exames médicos para todos os funcionários,
admissional e periódico, de acordo com a legislação do Ministério da Saúde.
2) Todos os funcionários devem manter um alto padrão de higiene pessoal
(banhos diários, cabelo limpo e dentes escovados).
3) As mãos devem ser mantidas limpas, lavadas corretamente com água e sabão e
desinfetante.
4) As mãos devem ser lavadas antes do início de qualquer atividade de trabalho e
após todas as saídas e retornos (almoço, sanitários, etc.).
5) Pessoas com doenças que podem causar risco de contaminação biológica não
devem ter contato com produtos, matérias primas ou embalagens.
6) As unhas devem ser mantidas curtas e limpas.
7) Os cabelos devem ser mantidos curtos, limpos e totalmente cobertos por touca
adequada.
8) O uso de barba ou bigode deve ser evitado.
9) Cílios postiços, maquilagem unhas postiças devem ser evitadas.
10) Fumar só em áreas permitidas e longe do contato com produtos, matérias
primas e embalagem (preferivelmente em áreas externas à fábrica).
Renato Dorsa SANITARIEDADE 115
Uniformes e Acessórios
1) Os uniformes devem ser na cor branca sem bolsos externos e com velcro no
lugar dos botões.
2) Os uniformes devem ser mantidos limpos e em boas condições (troca diária).
3) Calças devem ser fechadas com zíper ou velcro.
4) Caso seja necessário o uso de um agasalho, este deverá ser usado debaixo do
uniforme.
5) Devem ser usados aventais plásticos sempre que a tarefa implicar em sujar
rapidamente o uniforme.
6) Usar sapatos adequados, limpos, em boas condições e apropriados para a
tarefa.
7) Nunca devem ser usados sapatos abertos ou sandálias.
8) Funcionários nunca deverão usar jóias, bijuterias ou acessórios. Exemplo:
anéis, brincos, piercing, colares, correntes, relógios, braceletes, pulseiras ou
qualquer outro tipo de acessório. Estes acessórios são um risco para a
segurança das pessoas e podem cair nos produtos.
9) Óculos devem ser presos por correia adequada, que deverá passar atrás do
pescoço.
10) Protetores auriculares devem ser presos um no outro através de cordão,
passando atrás do pescoço.
11) Luvas, quando necessárias, deverão estar em bom estado, serem de material
adequado à tarefa e limpas ante e depois do uso. Sempre que possível é
recomendado o uso de luvas descartáveis.
Hábitos Comportamentais
1) Todos os funcionários devem receber treinamento em Boas Práticas de
Fabricação (GMP).
2) Visitantes devem ser orientados nos requerimentos específicos das BPF.
3) O que nunca deve ser feito:
a) Nunca tossir ou espirrar nos produtos em fabricação. Quando
necessário o operador deve se afastar do local, proteger a boca e
nariz com um lenço e em seguida lavar as mãos.
116 SANITARIEDADE Renato Dorsa
15.3. TREINAMENTO
2) Treinamentos anuais.
Transcrição de:
1. OBJETIVO
O presente Regulamento estabelece os requisitos gerais (essenciais) de higiene e de
boas práticas de fabricação para alimentos produzidos /fabricados para o consumo
humano.
2. ÂMBITO DE APLICAÇÃO
O presente Regulamento se aplica, quando for o caso, a toda pessoa física ou
jurídica que possua pelo menos um estabelecimento no qual sejam realizadas
algumas das atividades seguintes; produção/industrialização, fracionamento,
armazenamento e transportes de alimentos industrializados.
O cumprimento dos requisitos gerais deste Regulamento não excetua o
cumprimento de outros Regulamentos específicos que devem ser publicados.
3. DEFINIÇÕES
3.2 – Alimento apto para o consumo humano: aqui considerado como alimento que
atende ao padrão de identidade e qualidade preestabelecido, nos aspectos higiênico-
sanitários e nutricionais.
3.4 – Boas práticas: são os procedimentos necessários para garantir a qualidade dos
alimentos.
4.5.2- Equipamentos e recipientes que são utilizados nos diversos processos produtivos
não devem constituir um risco à saúde.
Os recipientes que são reutilizáveis devem ser fabricados de material que permita a
limpeza e desinfecção completa. Uma vez usados com matérias tóxicas não devem ser
utilizados posteriormente para alimentos ou ingredientes alimentares sem que sofram
desinfecção.
4.7- Transporte
5.1- Localização:
Os estabelecimentos devem se situar em zonas isentas de odores indesejáveis, fumaça,
pó e outros contaminantes e não devem estar expostos a inundações, quando não,
devem estabelecer controles com o objetivo de evitar riscos de perigos, contaminação
de alimentos e agravos à saúde.
5.3.1- Para aprovação das plantas, os edifícios e instalações devem ter construção
sólida e sanitariamente adequada . todos os materiais usados na construção e na
manutenção não devem transmitir nenhuma substância indesejável ao alimento.
5.3.2- Deve ser levado em conta a existência de espaços suficientes para atender de
maneira adequada, a toda as operações.
5.3.3- O desenho deve ser tal que permita uma limpeza adequada e permita a devida
inspeção quanto a garantia da qualidade higiênico –sanitária do alimento.
5.3.4- Os edifícios e instalações devem impedir a entrada e o alojamento de insetos,
roedores e ou pragas e também a entrada de contaminantes do meio, tais como:
fumaça, pó, vapor, e outros.
5.3.5- Os edifícios e instalações devem ser projetados de forma a permitir a separação,
por áreas, setores e outros meios eficazes, como definição de um fluxo de pessoas e
alimentos, de forma a evitar as operações suscetíveis de causar contaminação cruzada.
5.3.6- Os edifícios e instalações devem ser projetados de maneira que seu fluxo de
operações possa ser realizado nas condições higiênicas, desde a chegada da matéria-
prima, durante o processo de produção, até a obtenção do produto final.
122 SANITARIEDADE Renato Dorsa
d. A água potável que seja utilizada para produção de vapor, refrigeração, para
apagar incêndios e outros propósitos similares, não relacionados com
alimentos, deve ser transportada por tubulações completamente separadas, de
preferência identificadas através de cores , sem que haja nenhuma conexão
transversal nem processo de retrosfriagem, com as tubulações que conduzem
água potável.
5.4.1-Materiais:
Todo o equipamento e utensílio utilizado nos locais de manipulação de alimentos que
possam entrar em contato com o alimento devem ser confeccionados de material que
não transmitam substâncias tóxicas, odores e sabores que sejam não absorventes e
resistentes à corrosão e capaz de resistir a repetidas operações de limpeza e
desinfecção. As superfícies devem ser lisas e estarem isentas de rugosidade e frestas e
outras imperfeições que possam comprometer a higiene dos alimentos ou sejam fontes
de contaminação. Deve evitar-se o uso de madeira e de outros materiais que não
possam ser limpos e desinfetados adequadamente, a menos que se tenha a certeza de
que seu uso não será uma fonte de contaminação. Deve ser evitado o uso de diferentes
materiais para evitar o aparecimento de corrosão por contato.
5.4.2- Projetos e construção:
a) Todos os equipamentos e utensílios devem ser desenhados e construídos de modo a
assegurar a higiene e permitir uma fácil e completa limpeza e desinfecção e,
quando possível, devem ser instalados de modo a permitir um acesso fácil e uma
limpeza adequada , além disto devem ser utilizados exclusivamente para os fins a
que foram projetados.
Renato Dorsa SANITARIEDADE 125
6.4 – Subprodutos:
Os subprodutos armazenados de maneira que os subprodutos resultantes da
elaboração que forem veículos de contaminação sejam retirados das áreas de trabalho
tantas vezes quantas forem necessárias.
7.4 – Feridas:
Ninguém que apresente feridas pode manipular alimentos ou superfícies que entrem
em contato com alimentos até que se determine sua reincorporação por determinação
profissional.
7.8 – Luvas:
O emprego de luvas na manipulação de alimentos deve obedecer as perfeitas
condições de higiene e limpeza destas. O uso de luvas não exime o manipulador da
obrigação de lavar as mãos cuidadosamente.
7.9 – Visitantes:
Inclui-se nesta categoria todas as pessoas que não pertençam às áreas ou setores que
manipulam alimentos. Os visitantes devem cumprir as disposições recomendadas nos
itens 6.9, 7.3, 7.4 e 7.7 do presente regulamento.
7.10 – Supervisão:
A responsabilidade do cumprimento dos requisitos descritos nos itens 7.1 à 7.9 deve
recair ao supervisor competente.
Renato Dorsa SANITARIEDADE 129
8.2.1- Devem ser tomadas medidas eficazes para evitar a contaminação do material
alimentar por contato direto ou indireto com material contaminado que se encontrem
nas fases iniciais do processo.
8.2.2- As pessoas que manipulam matérias-primas ou produtos semi elaborados com
risco de contaminar o produto final enquanto não tenham retirado a roupa protetora
que foi utilizada durante a manipulação de matérias-primas e produtos semi
elaborados, com os quais, tenham entrado em contato ou que tenha sido contaminada
por matéria-prima ou produtos semi elaborados e, colocado outra roupa protetora
limpa e cumprindo com os itens 7.5 e 7.6.
8.2.3 – Se existir possibilidade de contaminação, as mãos devem ser cuidadosamente
lavadas entre uma e outra manipulação de produtos nas diversas fases do processo.
8.2.4 – Todo equipamento e utensílios que tenham entrado em contato com matérias-
primas ou com material contaminado devem ser limpos e desinfetados
cuidadosamente antes de serem utilizados para entrar em contato com produtos
acabado.
8.3.1 – Como princípio geral na manipulação de alimentos somente deve ser utilizada
água potável.
8.3.2 – Pode ser utilizada água não potável para a produção de vapor, sistema de
refrigeração, controle de incêndio e outros fins análogos não relacionados com
alimentos, com a aprovação do órgão competente.
130 SANITARIEDADE Renato Dorsa
8.4-Produção:
8.4.1 – A produção deve ser realizada por pessoal capacitado e supervisionada por
pessoal tecnicamente competente.
8.4.2 – Todas as operações do processo de produção incluindo o acondicionamento,
devem ser realizadas sem demoras inúteis e em condições que excluam toda a
possibilidade de contaminação, deterioração e proliferação de microorganismos
patogênicos e deteriorantes.
8.4.3 – Os recipientes devem ser tratados com o devido cuidado para evitar toda a
possibilidade de contaminação do produto fabricado.
8.4.4 – Os métodos de conservação e os controles necessários devem ser tais que
protejam contra a contaminação ou a presença de um risco à saúde pública e contra a
deterioração dentro dos limites de uma prática comercial correta, de acordo com as
boas práticas de prestação de serviço na comercialização.
8.5 – Embalagem
8.5.1 – Todo material utilizado para embalagem deve ser armazenado em condições
higiênico-sanitárias, em áreas destinadas para este fim. O material deve ser
apropriado para o produto e as condições previstas de armazenamento e não deve
transmitir ao produto substâncias indesejáveis que excedam os limites aceitáveis pelo
órgão competente. O material de embalagem deve ser seguro e conferir uma proteção
apropriada contra a contaminação.
8.5.2 – As embalagens ou recipientes não devem ter sido anteriormente utilizados para
nenhuma finalidade que possam dar lugar a uma contaminação do produto. As
embalagens ou recipientes devem ser inspecionados imediatamente antes do uso, para
verificar sua segurança, em casos específicos, limpos e/ou desinfetados; quando
lavados devem ser secos antes do uso. Na área de enchimento/embalagem, somente
devem permanecer as embalagens ou recipientes necessários para uso imediato.
8.5.3 – a embalagem deve ser processada em condições que excluam as possibilidades
a contaminação do produto.
Renato Dorsa SANITARIEDADE 131
9 - Controle de alimentos
ANEXO I
GRUPO EUROPEU DE
Este anexo tem finalidade apenas informativa não devendo, em hipótese alguma,
substituir as normas originais, para qualquer que seja o fim.
INTRODUÇÃO
Como aspecto importante das normas disponíveis, elas tendem a ser baseadas mais
em opiniões do que em avaliação científica. Este fato é reconhecido pelo EHEDG, um
consórcio que foi formado para centralizar as publicações sobre higiene em uma base
tecnológica e científica.
Elos formais foram também estabelecidos com a Organização 3A nos Estados Unidos,
na qual a Administração de Alimentos e Fármacos (FDA), o Departamento Americano
de Agricultura, fabricantes de equipamentos e higienistas trabalham em conjunto para
estabelecer os requisitos para os equipamentos para processamento de alimentos.
Os planos do EHEDG para atingir estes objetivos pela publicação dos requisitos
mínimos para equipamentos higiênico e asséptico, princípios de projeto higiênico e
asséptico e métodos de teste se o equipamento atinge os requisitos mínimos de
higiene.
Objetivo e escopo
Introdução
Requisitos funcionais
Superfícies e geometria
As superfícies devem ser de fácil limpeza e não apresentarem riscos de toxidade por
liberação de componentes no alimento. Todas as superfícies em contato com o
produto devem ser resistentes ao produto bem como a todos os agentes de limpeza e
antimicrobiais (desinfetantes ou sanitizantes) em toda faixa das condições de
operação. As superfícies em contato com o produto devem ser feitas de materiais
impermeáveis (veja Materiais de Construção) e devem atender os requisitos de
rugosidade superficial (especificados em Fabricação a seguir).
Instalação
Materiais de construção
Atoxidade
Materiais que não tenham contato com o produto devem ser mecanicamente estáveis,
lisos e facilmente limpáveis.
Em geral os aços inoxidáveis comuns, AISI 304, AISI 316 ou AISI 316L oferecem
proteção contra corrosão suficiente e portanto são muito utilizados. Dependendo da
aplicação alguns plásticos podem ter vantagens sobre aços inoxidáveis como menor
custo e peso assim como melhor resistência química.
Em alguns países existem normas de práticas e diretrizes cobrindo a composição de
materiais em contato com alimentos e deve ser assegurado que o uso de um material
específico é permitido nas legislações existentes ou pendentes.
Aço inoxidável
Aço inoxidável AISI 304 (DIN 1.4301) é o mais comumente utilizado em ambientes
onde os fluidos não contenham cloretos. Fluidos com cloretos podem conduzir a altas
concentrações localizadas resultando em corrosão pontual (pitting). Se os cloretos
estão presentes, os aços contendo molibdênio como o AISI 316 ou eventualmente
titânio podem ser a melhor escolha.
Aço inoxidável AISI 316 ( ou DIN 1.4401) e AISI 346L (ou DIN 1.4404) são os mais
recomendados para equipamentos e tubulações onde os cloretos estão presentes e as
temperatura de operação são moderadas (≤ 60°). Trincas por corrosão sob tensão do
inoxidável AISI 316 devido a ataque de cloretos não ocorrem a temperaturas abaixo de
60°C mas isso irá ocorrer nos limites de temperatura entre 60 e 150°C. Aço AISI 316 é
recomendado para componentes de equipamentos como válvulas, carcaça de bombas,
rotores e eixos, enquanto que aço AISI 316L é recomendado para tubulações e tanques
devido sua acentuada soldabilidade.
Aço AISI 410 (ou DIN 1.4006, AISI 409 (ou DIN1.4512. aço duplex (ou DIN 1.4460) e
Incoloy 825 não sofrem trincas por corrosão sob tensão e podem ser requeridos para
aplicações específicas.
Plásticos
Os seguintes plásticos são de fácil limpeza e podem ser utilizados no projeto higiênico:
• polipropileno (PP)
• cloreto de polivinila (PVC)
• copolímero acetal
• policarbonato (PC)
• polietileno de alta densidade (PE)
Considerando-se o uso de politretrafluoretilno (PTFE ou Teflon) deve ser levado em
conta que o PTFE pode ser poroso e usualmente difícil de limpar. Além do mais o PTFE
não é suficientemente resiliente para se constituir numa junta constantemente sob
pressão o que o torna inadequado para equipamento especificado para processo
asséptico por exemplo.
Elastômeros
Assim como para os plásticos, os reforços a menos que a barreira entre o elastômero e
o reforço seja tal que a penetração do produto não seja possível. Compressão
excessiva irá causar dano aos componentes de borracha e pode causar a extrusão da
mesma na região do produto, afetando adversamente a limpeza. Portanto quando um
elastômero é usado como selo entre superfícies sólidas, a compressão do elastômero
deve ser controlada, levando também em consideração a expansão térmica durante a
pasteurização ou esterilização do produto ou equipamento.
Adesivos
Todas as colagens devem ser contínuas de forma que o adesivo não se separe da base
metálica ao qual está aderido.
Lubrificantes
Materiais de isolamento
O isolamento de equipamentos deve ser efetuado de modo que a isolação não possa
ser molhada pelo ingresso de água de fonte externa ( por exemplo: durante
trasbordamentos ou devido a condensação em superfícies frias). O ingresso de água
pode levar a um aumento de cloretos nas superfícies do inoxidável resultando em
trincas e porosidade por corrosão. O ataque de cloretos também pode ocorrer pela
escolha incorreta dos materiais de isolamento. Do ponto de vista higiênico o ingresso
de água irá propiciar o crescimento microbiológico e portanto aumentar o risco de
contaminação microbiológica.
Líquidos utilizados para transferência de sinais podem entrar em contato com os fluido
de processo se a membrana vazar. Portanto estes líquidos devem ter grau alimentício.
Silicone de grau alimentício ou glicerina podem ser utilizados com esta finalidade.
Renato Dorsa SANITARIEDADE 141
Fabricação
Acabamento Superficial
Soldas
Soldas no lado que não tem contato com o produto devem também ser contínuas e
devem se lisas suficientemente para permitir a limpeza adequada. O EHEDG apresenta
em artigo específico recomendações detalhadas sobre soldas para atingir os requisitos
de higiene.
Suportes
Isolação
• Nas condições de utilização os materiais usados não devem ser tóxicos, absorventes
e deverão ser resistentes tanto ao alimento como aos produtos de limpeza química.
• Plástico reforçado e elastômeros não devem permitir a penetração de produto.
• A compressão dos elastômeros deve ser controlada.
• As superfícies planas devem permitir drenagem (inclinação ≥ 3%).
• A rugosidade superficial deve ser inferior a Ra ≤ 0,8 µm.
A ser evitado:
• Juntas metal - metal (que não sejam solda).
• Desalinhamento entre equipamento e conexões da tubulação.
• Porosidade em selos e gaxetas.
• Anéis tipo O’ring (a menos que permitam fluxo).
• Conexões rosqueadas.
• Cantos vivos (raio preferivelmente ≥ 6mm; mínimo 3 mm)
Se for inevitável, desvios destes critérios são permitidos. O projeto porém deve ser tal
que mesmo com esta perda da facilidade de limpeza, os limites bacteriológicos sejam
compensados.
144 SANITARIEDADE Renato Dorsa
Ainda que seja o objetivo principal dos engenheiros de processo e projeto, deve ser de
interesse de todos os envolvidos na instalação e manutenção da planta a discussão
com companhias contratadas ou com responsáveis por higienização da planta. Os
elementos básicos para o projeto higiênico da planta e como são aplicados às juntas
soldadas serão considerados em primeiro lugar; em seguida os problemas da solda
comum são discutidos em relação aos riscos de higiene criados e as orientações são
resumidas para descrever brevemente o que constitui uma solda de qualidade
higiênica.
A filosofia de projeto de uma planta higiênica segue três temas centrais: o produto
deve fluir livremente através da planta e não ficar estagnado; a planta deve ser
facilmente limpável e deve permitir a destruição dos microorganismos; o produto
dentro da planta deve ser protegido do meio ambiente externo. Como resultado as
soldas devem também seguir os mesmos requisitos. Soldas mal feitas podem
contribuir para um grande número de problemas de higiene como retenção de
produtos em irregularidades ou áreas mortas ou superfícies ásperas, todas que podem
ser difíceis de limpar no ciclo usual do CIP.
Se os produtos retidos ficarem contaminados este local pode servir para inocular
produto bom com microorganismos. Solda inadequada pode, portanto comprometer
a qualidade do produto e também a planta projetada de forma higiênica.
A principal proposição de uma solda é fornecer uma junta de resistência mecânica
adequada para funcionar de acordo com o projeto. Consequentemente uma solda
deve atender os requisitos de resistência mecânica, principalmente quando a
legislação obriga a seguir determinadas normas (por exemplo normas para vasos de
Renato Dorsa SANITARIEDADE 145
pressão). Requisitos higiênicos que podem freqüentemente ser mais rigorosos devem
ser levados em consideração adicionalmente às considerações mecânicas.
• Vários tipos de defeitos superficiais provocados por soldagem podem agir como
fonte de problemas microbiológicos pela limpeza inadequada e retenção de
produto:
• Penetração incorreta da solda que pode ser causada por técnica de soldagem
incorreta (por exemplo, controle inadequado da corrente de soldagem) ou
parâmetros incorretos. Idealmente o material da solda deve preencher exatamente
a junta e permanecer rente com a superfície. Baixa penetração deixa porosidade na
junta que é um problema de higiene tanto em tanques como em tubulações,
embora que o excesso possa ser removido nos tanques por lixamento.
Muitos processos de soldagem estão em uso porém apenas alguns podem fornecer
soldas de qualidade higiênica livre dos tipos de defeitos citados anteriormente. O
processo de soldagem mais adequado é o por arco submerso comumente chamado de
TIG (tungsten inert gas). Neste processo um arco é formado entre um eletrodo de
146 SANITARIEDADE Renato Dorsa
O processo TIG pode ser usado para tubulações e chapas finas até 4 mm de espessura;
uma soldagem normal seguida por esmerilhamento da solda pode ser mais adequado
par seções finas. Para muitas aplicações sanitárias, tanques e tubulações de paredes
finas são utilizados.
Versões automáticas da solda TIG estão agora se popularizando e são disponíveis tanto
para tanques e tubulações. A maior vantagem da automação é que uma vez
estabelecidos os parâmetros para a geometria e espessura da solda, estas são
reproduzidas com alta qualidade e que soldas em grande quantidade demandam um
menor nível de perícia do que a manual. É preferível o uso de solda automática
sempre que possível.
Uma rugosidade superficial de 3 a 4 µm pode ser obtida com soldas TIG de alta
qualidade, enquanto que valores de 7 a 8 µm são mais comuns em soldas industriais.
Isto é acima do ideal se a área soldada é relativamente pequena; entretanto deve ser
prevista um tempo adicional para a limpeza requerida.
Para atingir uma boa facilidade de limpeza da superfície de um tanque ela deve ser
lisa; o valor de referência é usualmente de 0,8 µm. Isto é obtido na prática pelo uso de
chapa laminada a frio (grau 2b) tipicamente com Ra = 0,3 µm o que é facilmente
obtido para chapas de até 4 mm de espessura. A chapa deve ser protegida com um
revestimento de vinil. Isto pode ser deixado durante a conformação e removida após
Renato Dorsa SANITARIEDADE 147
A área de soldagem normalmente não requer uma preparação especial para chapas
finas mas deve ser livre de graxa e limpa. Após o primeiro passe de solda haverá
oxidação da face oposta e isto deve ser limpo do excesso de material antes do segundo
passe.
Após o segundo passe o cordão deve ser removido até ficar paralelo à chapa e depois
polido até grana 150 o que é suficiente para obter-se o acabamento superficial
desejado.
Os requisitos para solda higiênica em tubulações são resumidas na tabela anexa. Solda
orbital, uma versão automática de TIG é recomendada para solda de conexão de
tubulações retas. Um bom soldador manual pode produzir soldas da mesma qualidade
da solda orbital. Entretanto embora soldadores possam iniciar produzindo excelentes
soldas, sua concentração pode diminuir progressivamente pelo cansaço e distração
resultando em soldas inferiores no final do dia. Além disso as soldas não são
facilmente acessíveis em todas as posições.
Com a solda orbital isto pode ser superado com a seleção de um tipo específico de
cabeça de soldagem, mas com um soldador manual a qualidade pode variar com a
habilidade do soldador trabalhar bem todo tempo em condições restrita, as vezes
necessitando de espelho par enxergar a solda completamente.
Uma solda orbital, uma vez ajustada corretamente irá produzir repetidamente soldas
com qualidade definida e sem variação. Entretanto a solda orbital é extremamente
sensível ao procedimento de ajuste. Sendo automática, ela não pode compensar
nenhuma irregularidade, por exemplo desalinhamentos ou variações no diâmetro da
tubulação.
Não deve haver nenhuma perda de empo quando utilizado o equipamento de solda
orbital. De fato, quando o operador da máquina é competente, a produtividade em
comparação com a solda manual deve aumentar.. Os melhores modelos podem ser
acoplados a computadores (PC) permitindo a correta medida das variáveis (por
exemplo corrente de soldagem, pulsos, velocidade da cabeça de soldagem e
alimentação do arame) em comparação com os parâmetros ajustado para cada solda e
com a possibilidade de interromper a solda em execução se as variáveis não forem
mantidas dentro dos limites estabelecidos.
148 SANITARIEDADE Renato Dorsa
A solda orbital deve ser utilizada sempre que possível em uma instalação. Tipicamente
é considerado que 80 a 90% das soldas em uma instalação pode ser executada com
máquina orbital. A partir do isométrico de uma instalação um certo grau de
planejamento irá ajudar a maximizar o número de soldas que poderão ser orbitais.
Aquelas soldas de difícil acesso devem sempre que possível ser executadas na oficina
antes da instalação na planta.
Os casos em que a solda orbital não é possível são em áreas de acesso restrito (o
tamanho da cabeça não permite o uso em áreas de acesso estrito) e nos casos onde
não há comprimento suficiente para fixar as tubulações e cabeças de soldagem (por
exemplo tês e curvas). Curvas e tês pré fabricados são os recomendados:
comprimento mínimo da parte reta requerida deve ser de 3 a 5 mm dependendo da
cabeça de soldagem.
Diâmetro da tubulação
Um cortador mecânico ou serra deve ser utilizado para garantir que a face seja cortada
no ângulo correto em relação ao eixo longitudinal da tubulação. Qualquer rebarba
deve ser removida com uma lima ou lixa. Deve se tomar cuidado ara não remover os
cantos da tubulação (fig. 2), pois isto pode causar problemas na fusão da raiz da solda.
A superfície da tubulação no lado da solda deve ser escovada com uma escova de fios
de aço inoxidável ou lixa e deve ser desengordurada com um solvente. Falhas neste
procedimento podem causar defeitos na solda, assim como qualquer substância
orgânica remanescente na superfície do metal pode vaporizar durante a solda e
formar bolhas no metal soldado.
Alinhamento da tubulação
As faces em contato com o produto podem estar em duas categorias: aquelas que são
acessíveis (por exemplo tanques) e aquelas que uma vez concluída a solda ficam
inacessíveis durante o uso.
O próximo estágio em ambos os casos é lavar internamente as faces uma vez que
qualquer filme protetor tenha sido removido. A lavagem pode consistir de vários
estágios. Um tratamento de desengraxamento pode ser aplicado para remover
resíduos de óleos e graxas.
Em geral todas as superfícies devem ser limpas com solução detergente alcalina,
seguido do enxágüe com água de qualidade microbiológica adequada, usualmente
água clorada com 2 ppm de cloro livre no máximo. Após a drenagem os pontos
acessíveis devem ser fechados e selados.
Argônio
Fig. 1
Arame
de solda
correto
errado
(a) (b)
desalinhamento:
< 20 % da espessura da
(c) parede do tubo
folga ≤ 0,25 mm
Fig. 2
A preparação é a chave para obter-se uma solda de boa qualidade (a).
As pontas das tubulações devem ser cortadas nos ângulos corretos e deve
ser tomado cuidado para evitar-se remover os cantos (b).
As tubulações a serem soldadas devem ser niveladas e devem ter a mesma
espessura de parede e diâmetro para evitar desalinhamento.
Renato Dorsa SANITARIEDADE 151
Uma solda higiênica deve ser executada conforme uma recomendação de garantia de
qualidade visto que em muitos casos a inspeção final pode ser difícil ou impossível (por
exemplo, tubulações).
Para tubulação a restrição é menor, com a inspeção visual através de fibra ótica
inserida pela tubulação que é a única opção realística.. Claro que amostras de soldas
podem ser removidas em testes destrutivos: se esta opção é seguida, deve ser
previamente acordada na especificação e o nível de atuação deve ser pré acertado.
Por exemplo, o direito de remover 2% das soldas para testes deve ser combinado e as
soldas refeitas se o serviço estiver fora do padrão comparado com as amostras
previamente testadas.
Para aplicações críticas uma recomendação mais rigorosa é requerida. Cada solda
deve ser identificada com uma referência única e convenientemente agrupada em
segmentos. Isto pode ser obtido de forma simples em trabalho com tubulações pelo
agrupamento de todas as soldas usando o mesmo gás e revestimento. Se existem
falhas em um grupo, então 100% das soldas devem ser examinadas. Inspeções
externas de todas as soldas devem ser feitas. Um registro documental indicando a
identidade do soldador, detalhes da inspeção e resultados junto com as características
da solda deve ser requerido.
152 SANITARIEDADE Renato Dorsa
Solda Orbital
A solda orbital, uma versão automática de TIG é recomendada para solda de conexão
de tubulações retas. Um bom soldador manual pode produzir soldas da mesma
qualidade da solda orbital. Entretanto embora soldadores possam iniciar produzindo
excelentes soldas, sua concentração pode diminuir progressivamente pelo cansaço e
Renato Dorsa SANITARIEDADE 153
distração resultando em soldas inferiores no final do dia. Além disso, as soldas não são
sempre facilmente acessíveis em todas as posições.
Com a solda orbital isto pode ser superado com a seleção de um tipo específico de
cabeça de soldagem
A solda orbital deve ser utilizada sempre que possível em uma instalação. Podemos
considerar que 90% das soldas em uma instalação podem ser executadas com
máquina orbital, desde que o projeto seja executado visando esta alternativa. Um
projeto específico irá ajudar a maximizar o número de soldas que poderão ser orbitais.
Aquelas soldas de difícil acesso como manifolds, trechos com curvas devem, sempre
que possível, ser executadas na oficina.
Os casos em que a solda orbital não é possível são em áreas de difícil acesso onde o
tamanho da cabeça é maior que o espaço disponível e nos casos onde não há
comprimento suficiente para fixar as tubulações e cabeças de soldagem (por exemplo,
tes e curvas). Para tanto devem ser utilizados curvas e tes fabricados com
comprimento mínimo da parte reta compatível com a requerida pela cabeça de
soldagem.
154 SANITARIEDADE Renato Dorsa
Diâmetro da tubulação
Um cortador mecânico ou serra de material adequado deve ser utilizado para garantir
que a face seja cortada no ângulo correto em relação ao eixo longitudinal da
tubulação. Qualquer rebarba deve ser removida com uma lima ou lixa. Deve se tomar
cuidado para não remover os cantos da tubulação, pois isto pode causar problemas na
fusão da raiz da solda.
A superfície da tubulação no lado da solda deve ser escovada com uma escova de fios
de aço inoxidável ou lixa e deve ser desengordurada com um solvente.
Falhas neste procedimento podem causar defeitos na solda, assim como qualquer
substância orgânica remanescente na superfície do metal pode vaporizar durante a
solda e formar bolhas no metal soldado.
Renato Dorsa SANITARIEDADE 155
Este artigo descreve métodos de construção e fabricação ilustrando como podem ser
alcançados os critérios de projeto em equipamentos de processo fechados. Exemplos
são dados para mostrar como evitar porosidade, zonas mortas e áreas com produtos
estagnados e como conectar e posicionar equipamentos em uma linha de
processamento para assegurar livre drenagem e limpeza sem desmontagem (CIP).
Uma atenção deve ser dada para prevenir problemas com juntas, o que pode causar
vazamentos ou contaminações do produto com microorganismos ou mesmo com
pedaços do material do elastômero deteriorado.
Juntas e selos
Desalinhamento
Anéis O’ring
Instalações que utilizam os anéis O’ring convencionais criam fendas que são
impossíveis de limpar. Além disso, é difícil inativar microorganismos presentes nos
selos que utilizam anéis O’ring convencionais, pois os elastômeros têm um coeficiente
de dilatação muito maior que o do aço inoxidável (por exemplo, o da borracha é de ~
100 x 10-6/K enquanto que a da sede é de ~ 16 x 10-6/K); portanto quando o
equipamento é aquecido com selos tipo O’ring, este irá se dilatar ocupando um espaço
grande da junta, protegendo os microorganismos retidos na superfície do aço contra o
contato com a água quente, solução química ou vapor utilizado para limpeza. Após o
resfriamento e encolhimento do anel, os sobreviventes serão liberados e irão infectar
o produto que irá ocupar o espaço deixado livre no inicio da produção.
Anéis O’ring podem ser aceitos do ponto de vista higiênico se montados de uma forma
que garanta que a área de metal coberta pelo anel do lado do produto não seja
afetada pela expansão térmica. Exemplos de aplicações aceitáveis são encontrados na
fig. 1. Devido ao volume do elastômero, seu virtual fechamento e as diferenças entre
a expansão do elastômero e o metal, as forças sobre o elastômero podem ser altas e
podem resultar em um envelhecimento acelerado. Limitadores metálicos devem
garantir a vedação às bactérias, mas devem evitam a destruição do anel durante o
aquecimento.
Renato Dorsa SANITARIEDADE 157
(a)
aquecimento refriamento
(b)
Fig. 1
Juntas metal-metal
Juntas metal-metal (que não sejam soldas) resultam em deformações superficiais nas
faces em contato do metal. O resultado é uma deformação permanente destas
superfícies que torna difícil a obtenção de uma vedação estanque da selagem após ser
desconectada diversas vezes. Mesmo quando estas juntas não dão vazamentos o
ingresso de microorganismos [e possível. Depois, a selagem obtida é muito difícil no
lado do produto, mas freqüentemente este tipo de selagem segue uma linha irregular
entre a parte interna e externa. A fenda anular resultante irá reter produto. Portanto,
juntas metal-metal não devem ser utilizados em uma planta higiênica.
Selos mecânicos
Deve ser tomado cuidado para que selos mecânicos não só selem mas que sua
construção também permita a limpeza. O espaço anular restrito que é normalmente
encontrado no lado do produto na proximidade do selo deve ser evitado. O espaço
em volta do selo deve ser tão largo quanto possível. Selos mecânicos simples não irão
prevenir a passagem de microorganismos. Equipamentos com selos mecânicos
simples se adequadamente projetados poderiam ser higiênicos porém não assépticos.
Vedação a bactérias
Quando não é possível (por exemplo, no caso de selos mecânicos rotativos), devem ser
utilizados selos duplos. O espaço entre selos deve ser limpo com um fluido estéril
(como água condensada, vapor ou solução de produto bactericida) ou com água estéril
para somente limpar os microorganismos que estão no espaço entre os selos. O fluido
que deverá ser utilizado dependerá dos requisitos do produto. Para evitar a
transferência dos microrganismos para dentro do equipamento, a distancia entre os
dois selos deve ser sempre maior que o avanço do pistão da bomba alternativa, de
forma a garantir a exposição ao fluido anti micróbios. Deve ser observado que em
eixos rotativos também aparece algum movimento axial o que permitiria a entrada de
microorganismos.
Renato Dorsa SANITARIEDADE 159
Drenagem
Deve ser tomado o cuidado que toda a linha de processo fechado possa ser totalmente
drenada. A tubulação deve ter uma inclinação de 3° na direção dos pontos de
drenagem. Mesmo construções lisas podem dificultar a drenagem. Isto é ilustrado na
fig. 2 que mostra a conexão de tubos de diferentes diâmetros. Embora que para
construções verticais uma redução concêntrica seja aceitável, o mesmo não ocorre ara
tubulações horizontais onde a redução concêntrica irá dificultar a drenagem. Para
tubulações horizontais devem ser utilizadas conexões excêntricas. É evidente que as
reduções devem ser longas o suficiente para evitar as zonas de difícil acesso.
Áreas mortas podem ser criadas quando bombas de produto são equipadas com
válvula de segurança ou by-pass no caso em que a bomba não tem capacidade de
circular todo o fluido de limpeza na velocidade requerida. Se montada com indicada
no lado esquerdo da figura 2, durante a produção o produto é retido na tubulação em
grande volume. Este produto pode sujar e infectar a passagem de produto. Com a
mesma válvula é também possível construir um by-pass sem partes mortas (fig. 2 -
direita).
160 SANITARIEDADE Renato Dorsa
errado
(a) certo
≤ 28 mm
(b)
(c)
Fig. 2
errado
certo
Se tubulações mortas forem inevitáveis devem ser tão curtas quanto possível. Para
diâmetros de tubulações maiores que 25 mm, a tubulações mortas devem ser
menores que 28 mm; para tubulações menores, devem ser menor que o diâmetro da
tubulação principal. A posição destas tubulações é também importante. Para a maior
parte dos líquidos as tubulações mortas devem ser posicionadas como mostrado na
fig. 2; esta configuração pode não ser adequada entretanto se o produto contiver
partículas sólidas que podem se acumular na parte morta. A configuração da fig. 2
pode ser aceitável se a tubulação morta for muito curta. A direção do fluxo de
produto tem significativa influencia no tempo de residência na área morta e deve ser
como indicada pelas setas. Os pontos mortos altos indicados nas figuras podem
impedir que o fluido de limpeza (água quente ou solução alcalina) atinja todas as
superfícies a serem limpas. Os pontos mortos baixos irão armazenar o condensado
durante a limpeza. Neste caso, como no caso de utilização de água quente, a
temperatura das superfícies nestes pontos pode ser muito baixa para a pasteurização
ou esterilização devido à dissipação na água armazenada.
Rugoside superficial
Para equipamento sanitário, as superfícies em contato com o produto devem ter uma
rugosidade Ra ≤ 0, 0,8 µm a menos que haja para casos específicos a evidência de que
uma superfície mais rugosa seja aceitável. A tabela anexa mostra a relação entre os
diversos tratamentos do aço inoxidável e a rugosidade superficial obtida em cada
tratamento. Esta tabela se propõe a ser apenas uma guia; quando se desejar conhecer
a rugosidade superficial esta deve ser medida. Os instrumentos de medição são
facilmente obteníveis e para superfícies que não podem ser alcançadas por estes
instrumentos, uma réplica da superfície pode ser feita para medição indireta.
Cantos vivos
Os cantos vivos devem ser evitados. Todos os ângulos internos e cantos devem ser
com raios longos para facilitar a limpeza, tanto na solda de chapas na perpendicular
como na montagem de tampos de tanques.
Conexões parafusadas
Roscas expostas não devem ser usadas no lado do produto. Se o uso de conexão
rosqueada for inevitável, um elastômero de vedação com especificado na ISO 225-
1983 deve ser usado. Quando possível, a solda deve ser utilizada no lado do produto
seguindo as normas de higiene. Uma alternativa aceitável pode ser o uso de adesivos.
Se forem utilizados adesivos, deve ser tomado cuidado para assegurar que a selagem
seja eficiente e possa suportar as condições de processo e limpeza. É evidente que o
adesivo deve ser compatível com aplicações em contato com produto alimentício.
Renato Dorsa SANITARIEDADE 163
(a)
direção do fluxo
(b)
Fig. 3
correto
errado
tanque A
tanque A
tanque B
tanque B
Fig. 4
A divisão de fluxo deve ser feita de maneira a evitar zonas mortas. Um sistema com
duas válvulas na divisão de fluxo pode criar duas regiões mortas na tubulação da
válvula fechada. O tipo correto de válvula é mostrado à direita.
164 SANITARIEDADE Renato Dorsa
Isolação térmica
Conclusões
(a)
pior
(c) (b)
melhor Fig. 3
TRATAMENTO Ra (µ
µ m)
Laminado a frio 0,2 - 0,5
Laminado a quente >4
Jateado com esferas de vidro 1,0 - 1,2
depende do tamanho da esfera
Carepa removida 0,6 - 1,3
Recozido brilhante • 0,4 - 1,2
Decapado quimicamente 0,5 - 1,0
Eletropolido depende do acabamento original (*)
Polimento mecânico com abrasivo:
óxido de alumínio/carbeto de silício
grana 500 0,1 - 0,25
grana 320 0,15 - 0,4
grana 240 0,2 - 0,5
grana 180 ≤ 0,6
grana 120 ≤ 1,1
grana 60 ≤ 3,5
(*) O polimento eletrolítico não altera o valor da rugosidade Ra, porém
arredonda as cristas da rugosidade, facilitando a limpeza.
166 SANITARIEDADE Renato Dorsa
Requisitos gerais
Selos e molas
Deve haver o menor número possível de selos na válvula. Deve ser tomado cuidado
para garantir que a máxima compressibilidade do material de selagem (usualmente
um elastômero) não seja excedida durante o processo, limpeza, pasteurização ou
esterilização. O material de selagem deve se projetar o menos possível na área de
produto e não deve prejudicar a drenagem. Poros ou fendas entre selos devem ser
evitados. Os selos devem também ser suficientemente resilientes de forma que o
aquecimento e resfriamento não resulte em formação de fendas.
Impermeabilidade microbiológica
Para aplicações assépticas, eixos com movimento nas válvulas devem se separados do
lado do produto ou por diafragmas ou foles. Selos mecânicos de eixos móveis em
168 SANITARIEDADE Renato Dorsa
contato com o produto devem incorporar uma barreira entre o meio ambiente e o
produto.
Selos duplos devem ser projetados preferivelmente de forma que a distância entre os
dois selos seja maior que o curso do eixo. Se não for este o caso, a capacidade de
prevenir o ingresso de microorganismos deve ser demonstrada. Deve ser possível
deixar todas as superfícies em contato com o produto e as entre os dois selos livre de
microorganismos relevantes.
Existem requisitos adicionais para certos tipos de válvulas como descrito a seguir.
Vazamentos devem ser detectáveis por saída livre para a atmosfera ou por um sistema
específico de detecção de vazamentos.
Válvulas tipo plug não são adequadas para limpeza CIP e portanto as instruções de uso
devem ser claras que é necessário a desmontagem para limpeza. Portanto,
considerando que elas podem ser livres de microorganismos relevantes após a re-
montagem, as válvulas tipo plug podem ser somente consideradas como Equipamento
Higiênico Classe II.
Válvulas de alívio
Válvulas de alívio devem ser auto drenáveis para o exterior de modo a evitar o
acúmulo de resíduos de produto. Válvulas de alívio de pressão devem ser dotadas de
dispositivos que permitam a limpeza do selo e do lado externo.
Válvulas de retenção
A área entre a esfera, corpo e faces de vedação deve ser limpável e deve ser possível
deixar a válvula livre de microorganismos relevantes. Válvulas de esfera tradicionais
não são projetadas para CIP.
Válvulas a prova de mistura são definidas como válvulas que de forma segura
impedem a mistura de fluidos incompatíveis de linhas separadas de produtos pela
criação de uma área neutra entre as linhas de produto. A área neutra deve ser
Renato Dorsa SANITARIEDADE 169
Documentação
Conclusões
Escopo
Este artigo fala dos requisitos higiênicos para equipamentos em processos abertos.
Descreve o método de construção e fabricação dando exemplos de como os principais
critérios de projeto podem ser alcançados nos equipamentos abertos. Em caso de
equipamentos para produtos especiais e processos especiais de fabricação, requisitos
mais restritivos podem ser necessários, que devem ser definidos em aditamento aos
aqui mencionados. Se os requisitos não puderem ser alcançados, a facilidade de
limpeza deve ser demonstrada em testes. Condições ambientais não são levadas em
consideração neste artigo. Requisitos neste campo que também podem ser aplicados
em processos abertos podem ser encontrados na seção “Empacotamento higiênico de
produtos alimentícios”.
As áreas em contato com o produto incluem todas as superfícies que são expostas ao
produto e todas as superfícies indiretas de onde respingam produto, condensado,
líquido ou pó que podem drenar, pingar ou espirrar no produto. Isto significa que para
o projeto higiênico das áreas dos equipamentos em processo aberto, a área próxima a
superfície do produto também deve ser levada em consideração.
Renato Dorsa SANITARIEDADE 171
Materiais
Muitos países tem diretivas para materiais em contato com alimentos. Deve ser
assegurado que o uso de materiais específicos estejam de acordo com a legislação.
Superfícies
Todas as superfícies em contato com o alimento devem ser fáceis de limpar. Portanto
devem ser limpas, contínuas e livres de trincas, porosidade, riscos e orifícios que
podem reter resíduos e/ou microorganismos após a limpeza. O acabamento
superficial recomendado para o aço inoxidável é Ra ≤ 0,8 µm. Isto deve ser mantido
durante toda vida útil do equipamento.
Juntas
A superfície em contato com o produto das soldas deve ser lisa (nivelada com a
superfície próxima). Para evitar descontinuidades no contato metal-metal a solda não
deve ser intermitente, porém contínua.
Juntas sobrepostas não devem ser utilizadas, pois podem reter impurezas e formar
áreas na parte sobreposta difíceis de limpar. Se a sobreposição for inevitável,
condições de drenagem e limpeza da área prejudicada devem ser levadas em
consideração. As soldas devem ser niveladas e lisas. Em caso de chapas grossas os
cantos da chapa superior devem ser bizelados. Se necessário, as soldas devem ser
retificadas como mostrado.
Renato Dorsa SANITARIEDADE 173
Soldas em cantos vivos de equipamentos devem ser evitadas, pois isto cria áreas de
difícil limpeza similar ao mostrado na figura. Cantos arredondados (raio ≥ 3mm) e
solda correta (como mostrado na figura) na área adjacente é recomendado para
projeto higiênico.
Se forem utilizados adesivos para juntas permanentes, eles devem ser compatíveis
com as superfícies, produtos e também com os materiais de limpeza/desinfeção com
que entrarão em contato. Todas as colagens deverão ser contínuas e mecanicamente
segura de forma que os adesivos não se separem do material base ao qual é colado.
fenda
Fig. 1
Juntas soldadas: (a) Chapas remontadas com solda intermitente criam fendas e áreas de
contato metal-metal. (b) Um desenho melhor de soldas em chapas remontadas deve ter
soldas contínuas e chanfros para facilitar a limpeza. (c) O projeto correto é caracterizado
por chapas niveladas com solda contínua, cantos arredondados e cordões de solda planos
nas áreas adjacentes.
174 SANITARIEDADE Renato Dorsa
risco higiênico porca cega - selo c/
compressão controlada
(a) (b)
Juntas desmontáveis: (a) Risco em juntas sobrepostas fixada por parafusos com
fenda entre chapas e porcas e pontas de parafusos expostos e sem selagem (projeto
pobre). (b) Se os parafusos expostos no produto são isolados com porca cega selada e
com selo entre chapas sobrepostas caracterizando projeto higiênico. (c) Projeto
ótimo usando anel de selagem e junta na face oposta sem contato com o produto.
Juntas desmontáveis (por exemplo, com placas ou apêndices), fixados por parafusos
ou porcas devem somente ser utilizados se a necessidade de desmontagem for
inevitável. As extremidades das juntas sobrepostas das superfícies de contato metal-
metal devem ser cuidadosamente seladas levando em conta a compressibilidade do
selo em consideração. Não deve haver roscas expostas nas superfícies em contato
com o produto. Se uma conexão ou junta deve ser feita através de parafusos deve ser
evitado um desenho inadequado das porcas e parafusos que apresentem fendas,
entalhes ou áreas mortas. O projeto higiênico do equipamento que inclua roscas
requer porcas ou parafusos que sejam adequados a limpeza mecânica ou CIP (por
exemplo porcas cegas). O contato metal-metal deve ser evitado pelo uso de junta de
selagem da rosca. Se aplicável, o risco pode ser evitado pelo uso da junta no lado sem
contato com o produto como mostrado na figura.
Facilidade de drenagem
Bordas de reforço
Tampos
> 3°
equipamento equipamento
drenável Fig. 3
não drenável
risco higiênico
correto
Bordas de equipamentos. (a) A parte superior da borda é parte da área em contato com o
produto e deve ser drenável. (a)-(c), nas curvas do reforço fora do equipamentos podem ficar
retidas impurezas e afetar indiretamente o produto. (d)-(f) no projeto higiênico de
equipamentos, os reforços devem ser drenáveis tanto interna como externamente.
Renato Dorsa SANITARIEDADE 177
Se o motor de acionamento tiver que ser colocado sobre o produto, deve ser colocado
preferivelmente ao lado do equipamento. A possibilidade de contaminação por
lubrificantes e impurezas do motor ou do redutor entrando na área de produto deve
ser evitada pelo uso de bandeja em combinação com pingadeira no eixo (fig. 6). O
motor deve ser coberto por uma proteção higiênica.
Eixos e acoplamentos
Quando eixos e acoplamentos estão em contato com o produto, riscos causados pelo
contato metal-metal e áreas mortas nas ranhuras devem ser evitados, Se forem
utilizados adesivos nas juntas metal-metal, elas e a cola devem seguir as
recomendações para juntas permanentes. Cubos, porcas e eixos de acoplamento
devem ser cuidadosamente selados sob compressão controlada para evitar áreas de
contato metal-metal onde riscos e falhas possam segurar impurezas. Cantos (por
exemplo, em cubos e porcas) devem ser arredondados e as áreas horizontais com
inclinação. Para evitar qualquer junta parafusada os componentes (por exemplo,
agitadores, homogeneizadores misturadores e facas) devem ser soldados nos cubos.
Mancais
Mancais devem ser evitados na área de produto. Se for inevitável, eles devem ser
montados afastados da base para permitir o fluxo livre para limpeza do pé. O eixo
deve ter um espaço livre ou entalhe do topo ao fundo para lubrificação pelo produto e
para facilitar a limpeza. Mancais selados que devem ser lubrificados por lubrificantes
compatíveis com o alimento podem causar riscos higiênicos nas áreas seladas.
178 SANITARIEDADE Renato Dorsa
Correias
A correia deve ser acessível para limpeza. As laterais da correias podem ser
suportadas por capa removível e de fácil limpeza (fig. 7b). O projeto mostrado na fig. 7
é um exemplo de suporte das laterais da correia e um arranjo para esticador rápido
para limpeza da correia. A correia pode ser levantada, tubos plásticos podem ser
colocados sob a mesma e o espaço entre o suporte e a correia podes ser facilmente
limpo.
Motores e redutores das correis devem ser cobertos para evitar qualquer
contaminação do produto (fig. 7c). O projeto dos roletes deve evitar espaços mortos
onde o produto possa ser retido. As laterais dos roletes devem ser retas e lisas e os
topos devem ser soldados no rolete e no eixo. Construção soldada deve ser preferida
à selada.
Peneiras, telas, grades e chapas perfuradas devem ser evitadas na área de produção.
Sua aplicação (por exemplo, para proteção ou processo como filtração e secagem)
requer atenção particular para assegurar a facilidade de limpeza. Grades especiais
totalmente soldadas são disponíveis para evitar quaisquer pontos mortos.
O principal aspecto do projeto higiênico para processo aberto que não tenha contato
com o alimento é evitar o acúmulo de microorganismos, insetos e outros vermes em
áreas ou superfícies que sejam de difícil ou impossível limpeza.
Materiais e superfícies
Materiais para superfícies sem contato com o alimento devem ser fáceis de limpar e
resistente ao produto e também a detergentes e desinfetantes. Metais diferentes não
devem ser colocados em contato por causa do perigo de corrosão galvânica. Em áreas
sem contato com alimentos, o aço inoxidável é o preferido. Se os componentes são
revestidos (por exemplo, motores, redutores, carcaças) o revestimento deve ser
atóxico e resistente a trincas, lascas e escamação. Componentes revestidos não
devem ser posicionados sobre áreas abertas de produto. A isolação deve ser
impermeável a vapores para evitar o crescimento de microorganismos.
Renato Dorsa SANITARIEDADE 179
(a)
(b) (c)
(d)
Fig. 5
capa
(a) (b)
chapa de proteção
Fig. 6
Carenagem e estruturas
Carenagem do equipamento deve ser lisa, contínua e sem irregularidades para garantir
sua fácil limpeza.
Saliências, proteções e reentrâncias devem ser evitadas pois podem reter impurezas.
Se for inevitável, saliências horizontais e projeções devem ser em ângulo. Um ângulo
mínimo de 30° é o necessário para evitar o acúmulo de pó e permitir drenagem.
As caixas devem possuir um espaço entre a parte inferior e o piso de pelo menos 30
cm. Estruturas não revestidas são preferivelmente compostas por perfis fechados de
seção quadrada ou redonda. As extremidades devem ser fechadas por solda ou com
tampões plásticos. Para o projeto de estrutura que serão expostas a vibrações (por
exemplo, em torres de secagem), o uso de perfis abertos deve ser considerado.
Pequenas trincas podem ocorrer por vibração causando a entrada de umidade,
impurezas ou microorganismos nos perfis fechados. Para evitar que impurezas sejam
retidas em faces horizontais das estruturas, as seções abertas devem ser drenáveis e
fáceis de limpar.
Instalação
O equipamento deve ser acessível para inspeção e manutenção (fig. 9c). Tanques e
vasos elevados facilitam as operações de limpeza sob os equipamentos. Além disso
água e condensado correndo para baixo dos equipamentos pode resultar em danos
para motores e partes elétricas.
Passarelas e escadas posicionadas sobre qualquer produto exposto devem ser evitadas
pois os contaminantes podem se transferir das roupas e calçados do pessoal para as
linhas de produto abaixo. Se a movimentação do pessoal for requerida nestas áreas,
os equipamentos devem ser construídos de forma a serem totalmente fechados.
Chapas de rodapé devem ser projetadas como em peça única com o piso.
O piso deve ser construído em chapa com superfície anti derrapante. Degraus em
escada devem ser fechados. Os degraus devem ser construídos em chapas do mesmo
material anti derrapante do piso. O uso de material expandido ou grade deve ser
evitado para evitar que a sujeira seja transferida para o produto (fig. 9d).
Renato Dorsa SANITARIEDADE 181
correto
risco higiênico
≥300 mm
(c)
condensado
área livre
Instalação: (a) Para equipamento fixo ao piso, o espaço livre sob o equipamento está muito
pequeno o que dificulta a limpeza; pés não corretamente fixados, cantos vivos, fendas,
causam riscos higiênicos. À direita, pés adequadamente fixados a pedestais arredondados
ou selados no piso com espaço de limpeza adequado caracterizam projeto higiênico. (b)
Para equipamentos fixados em paredes garantir espaço suficiente ou fixá-lo diretamente
usando material de selagem. (c). O equipamento não deve ser montado embaixo de
tanques ou reservatórios de forma a impossibilitar manutenção e limpeza. À direita o
acesso ao equipamento é fácil e existe espaço para movimentação e limpeza abaixo do
tanque.
182 SANITARIEDADE Renato Dorsa
• Todos os fluidos utilizados para limpeza CIP devem ser compatíveis com os
materiais de construção nas condições de operação.
• Se o lado dos fluidos auxiliares do trocador de calor deve ser drenado, deve ser
assegurada a remoção completa de todo o fluido auxiliar.
• Pontos mortos ou fendas não devem existir no lado do produto pois são de difícil
limpeza e o produto ficará retido neles muito mais tempo que o normal.
• Para prevenir a corrosão sob tensão, o projeto deve prever diferenças na expansão
e contração que levem a tensões inaceitáveis quando ocorrerem as diferenças
máximas de temperatura, como no inicio de operação, parada e limpeza.
1. Objetivos
2. Escopo
2.1 Estes requisitos devem ser aplicados para todas as bombas que devem ser
utilizadas em processamento de alimentos, incluindo bombas centrífugas, bombas
de pistão, bombas de lóbulos, bombas peristálticas, bombas de diafragma,
bombas de anel líquido, bombas de cavidades progressivas (tipo mono fuso)
bombas de parafusos, bombas de engrenagens a também para
homogeneizadores e acessórios e deve incluir qualquer válvula que seja integrada
ao cabeçote de bombas ou de homogeneizadores.
3. Definições
3.3 Áreas mortas Áreas em que o produto não deve entrar pois não
poderia sair sob condições normais de fluxo de
CIP.
3.4 Áreas de sombra Áreas em que se houver produto, o líquido de
limpeza CIP não fluiria diretamente sobre a área
superficial
3.5 Selos dinâmicos Dispositivos de selagem localizados entre zonas
adjacentes do equipamento onde haja movimento
relativo.
3.6 Selos estáticos Dispositivos de selagem entre zonas adjacentes do
equipamento onde não haja movimento relativo
184 SANITARIEDADE Renato Dorsa
4. Materiais
5. Superfícies
6. Projeto
6.1 O projeto deve, para todas as áreas em contato com o produto, ser capar de ser
lavado durante a limpeza CIP.
6.2 Áreas mortas
Devem ser levadas as devidas considerações no projeto para evitar áreas mortas
sempre que possível.
6.3 Áreas de sombra
Devem ser levadas as devidas considerações no projeto para evitar áreas de
sombra sempre que possível.
6.4 Raios
O raio mínimo de cantos internos com menos de 135o deve ser de 3,0 mm. Se
existir um raio menor na área molhada pelo produto por razões funcionais, ele
deve ser adequadamente limpo durante o processo CIP normal. Todos os cantos
devem ser rebarbados.
6.5 Roscas, chavetas, rasgos, pinos, etc.
Roscas expostas, rasgos ou chavetas devem ser evitados sempre que possível.
Quando estes são necessários na área em contato com o produto, devem ser
adequadamente protegidos contra a entrada de produto ou possuírem saídas que
permitam limpeza adequada nas condições normais de limpeza durante o
processo CIP.
6.6 Molas
Quando forem empregadas molas em contato com o produto, delas devem ser do
tipo de espira aberta, de modo que, quando montadas no equipamento permita
fácil acesso do fluido de limpeza nas condições normais de CIP. Quando as molas
tiverem suas extremidades plainadas, estas devem ter a superfície plana com um
mínimo contato superficial e devem ser limpáveis nas condições normais de CIP.
186 SANITARIEDADE Renato Dorsa
7. Selos
7.1.1 Quando empregado como tipo de montagem interna (os elementos de selagem
giram na área com produto) o selo deve ser projetado de tal forma que todas
as áreas em contato com o produto são facilmente limpas durante o processo
CIP normal.
7.2.1 Retentores e o-rings devem ser utilizados para vedações de eixos quando
utilizados em superfícies com acabamento adequado.
7.2.2 Molas de aperto não são permitidas no lado do selo em contato com o
produto.
7.3.1 No caso de ser necessária por razões funcionais a utilização deste tipo de
vedação, a caixa de gaxetas deve ser projetada para limpeza CIP. Se
necessário, um sistema CIP especial com limpeza em ambos os lados do selo
deve ser utilizado.
7.3.2 Se for utilizado água de resfriamento ou lubrificação nas gaxetas, esta deve ser
potável.
8.3 Os selos dinâmicos devem ser duplos para permitir uma barreira secundária de
vapor ou líquido estéril.
8.4 Os selos estáticos devem no arranjo de selo simples e que não permita nenhuma
contaminação externa sob qualquer condição de operação.
8.5 Se uma operação satisfatória não puder ser assegurada com um selo simples,
então um arranjo com selo duplo com uma barreira estéril contínua deve ser
utilizado. Dependendo da aplicação, em particular durante o período de
produção, a barreira estéril deve consistir em um fluido estéril ou fluido
antimicrobiano (por exemplo: vapor, água quente ou solução química).
9. Aplicação
A seguir apresentamos uma lista dos materiais tipicamente utilizados, apenas com
propósito ilustrativo. Não é uma lista exclusiva e outros materiais podem ser
utilizados como adequados, desde que eles atinjam os critérios relevantes
apresentados em outras partes deste documento.
Carvão
Carbeto de silício
Carbeto de tungstênio
Ebonite
Borrachas nitrílicas
Polietilenos, polipropilenos
Borrachas fluoradas (Viton*)
Borrachas silicone
Poliuretanos
Borrachas naturais
PTFE (Teflon*)
ETFE
Poliamida
Perfluorelastômetomeros (Kalres/Chemraz)
Cerâmicas
Fibra de carbono
Furo alargado
Fenda
Introdução
Objetivo
Passivação
O aço inoxidável obtém sua resistência à corrosão pela camada de óxido de cromo que
se forma na superfície do metal e confere ao mesmo sua qualidade de inoxidável. O
filme passivo na superfície de um aço inoxidável consiste numa mistura de ferro e
cromo e, se presente na liga, de óxido de molibdênio. O filme de óxido de cromo pode
se formar instantaneamente em contato com o ar, se o aço inoxidável estiver limpo e
seco. Exposições posteriores ao ar não melhoram a proteção à corrosão. A passivação
completa não é atingida se as superfícies de contato não estiverem limpas ou
contiverem defeitos. Note-se que a interação entre os diferentes óxidos e as
características de passivação / corrosão dos aços inoxidáveis é bastante complicada e
até o momento não completamente compreendida.
Renato Dorsa SANITARIEDADE 191
Precauções na Fabricação
O tratamento do aço inoxidável com ácido nítrico ou com um acido orgânico é útil
após o trabalho mecânico para aumentar a natureza protetora do óxido de cromo. O
ácido nítrico aumenta o nível de cromo no filme protetor do aço inoxidável (a norma
ASTM 380 descreve oito tipos de tratamentos de limpeza/passivação baseados no
ácido nítrico e quatro tratamentos de limpeza baseados em outros produtos químicos.
Partículas de ferro são agregadas através de rolos de calandras, escovas de aço, mesas
de corte e lixamento.
Manchas coloridas por calor: a soldagem aquece o metal base causando a formação
de espessos filmes de óxidos na área onde é aplicado o calor. Os filmes de óxidos
variam de cor desde o amarelo ao preto. A variação de cor no metal base depende
também da quantidade de oxigênio presente durante o processo de soldagem. A
192 SANITARIEDADE Renato Dorsa
gradação de cor por calor irá resultar numa menor resistência do aço inoxidável à
corrosão.
Carepa de solda: é provocada pela solda com eletrodos revestidos e se forma ao longo
do cordão de solda. A carepa é de difícil remoção e requer lixamento com escovas de
aço inoxidável, disco abrasivo ou roda de lixas. Estes métodos podem deixar pequenas
partículas ao lado da solda. Estas partículas são excelentes formadoras da porosidade.
Solda por arco e respingos de solda: a solda por arco produz pequenos pontos de
defeitos na superfície do filme protetor assim como os respingos, que se tornam áreas
de corrosão,
Riscos e marcas de pintura: riscos mais profundos também iniciam corrosão, assim
como marcas de pintura, pincéis e lápis de marcação e outras marcas de instrução, se
não forem removidos convenientemente.
Tratamentos de passivação não são adequados para a remoção das manchas de sobre
aquecimento, partículas aderidas ou efeitos de tratamento térmico. Isto ocorre pois o
ácido nítrico não ataca ou remove as camadas de superfície contendo material
alterado ou aderido. A eliminação destes defeitos exige a remoção da camada
protetora normal e cerca de 25 µm a 40 µm do substrato de metal por decapagem em
um banho nitrico-hidroflórico.
NOTA:
Para a limpeza do aço inoxidável, este deve ser ligado como o anodo, em um circuito
de corrente contínua, utilizando-se um bom eletrólito. A camada da superfície é
corroída de forma controlada. O eletropolimento pode ser feito por imersão em um
banho do tipo de revestimento de forma reversa, ou localizadamente utilizando-se um
dispositivo manual de eletropolimento, como o que é mostrado na figura abaixo.
Renato Dorsa SANITARIEDADE 193
• Limpeza Mecânica
Existem vários métodos mecânicos utilizados para limpeza como usinagem,
lixamento, esmerilhamento e jateamento. Entretanto muitos destes métodos
podem trazer mais prejuízo que benefício se não forem executados
adequadamente.
O jato de areia deve ser evitado a menos que não haja outro método de limpeza
disponível. Se for utilizado, apenas areia nova sem contaminação deve ser
utilizada e apenas uma vez.
Polimento com discos de óxido de alumínio ou rodas de lixas podem ser utilizados
para remover manchas de solda ou outros defeitos de soldagem. Entretanto
mesmo um lixamento leve produz uma superfície que contém micro fissuras,
riscos, falhas, marcas e outros defeitos que podem inicias uma corrosão nas
fendas.
• Desengraxamento
• Inspeção
O teste de retenção de água descrito na norma ASTM A 380 é fácil de ser aplicado
e é uma forma efetiva de se determinar material orgânico residual que não foi
removido na operação de desengraxamento. Uma lâmina de água dirigida
diretamente à superfície irá romper em volta do óleo, graxa ou outros
contaminantes orgânicos que não foram completamente removidos da superfície.
Uma superfície que apresente um bom recobrimento pode ser considerada livre de
óleo.
A água pode ser usada para determinar contaminação por ferro: marcas de
ferrugem irão se formar na superfície molhada após o período de algumas horas,
se a contaminação estiver presente. Testes com sulfato de cobre e ferroxil são
mais sensíveis do que o teste com água, e são especificados quando toda a
superfície deve ser completamente livre de ferro. Embora estes testes sejam
simples de serem utilizados, as soluções de teste não tem vida longa.
• Lavagem
Proteção Ambiental
A não remoção destes itens irá resultar na sua destruição e irá causar potenciais
vazamentos perigosos da solução de passivação.
Segurança
4. Ácidos altamente oxidantes não devem ser misturados com qualquer outro
produto exceto água (uma exceção é a adição de um antiespumante aprovado,
para controlar o excesso de formação de espuma durante o espargimento).
Adicionar apenas o ácido à água.
8. Vapores de cloro e ácido nítrico irão ocorrer se o ácido nítrico for misturado com
detergente ou sanitizante clorado (assegurar-se da desconexão de qualquer bomba
de sistema CIP se for utilizado procedimento de passivação por espargimento. Não
misturar nenhum produto clorado com qualquer ácido (por exemplo cloro e ácido
nítrico) pois isto irá resultar no aparecimento de gases venenosos.
9. Violentas reações irão ocorrer se ácidos altamente oxidantes tiverem contato com
materiais ou soluções orgânicas. Poderá ocorrer combustão espontâneas se houver
contato com papel, serragem, alguns produtos químicos. (É importante um
cuidado particular na seleção de agentes umidificantes se empregados).
10. Derramamento: Lave imediatamente a área contaminada com água. Isole a área
para evitar pessoal andando sobre a área do derramamento.
Primeiros Socorros
ANEXO A
PREPARO GERAL
ANEXO B
5. Não inicie a passivação antes que antes que todo óleo tenha sido removido como
observado pelo bom escoamento da água superficial e a ausência de formação de
quebras da película.
ANEXO C
5. Antes de iniciar a operação, faça com que seja executado o sistema normal de
limpeza.
Renato Dorsa SANITARIEDADE 201
Equipamentos sanitários Equipamento que pode ser limpo no local e ficar livre dos
Classe I (hygienic microorganismos significativos, sem desmontagem.
equipment Class I)
Equipamentos sanitários Equipamento que pode ser limpo após desmontagem e ficar
Classe II (hygienic livre dos microorganismos significativos após esterilização,
equipment Class II) pasteurização ou tratamento químico após montagem.
Materiais de construção Materiais que não podem tornar o produto tóxico nas
não tóxicos (non-toxic condições normais de uso
constructions materials)
Materiais não absorventes Materiais que não retém internamente substâncias que
(non-absorbent materials) podem vir a entrar em contato com o produto nas condições
normais de uso
Vamos citar alguns exemplos clássicos, porém ressaltamos que para a utilização de
qualquer produto que possa ter contato, mesmo que eventual, com alimentos deve
ser levada em conta a FISPQ do produto e, se não aprovado para aplicações
alimentícias, não deverá ser utilizado na indústria ou deverá ter restrições de acesso à
área de produção.
11.1. Vapor
11.2. Hexano
11.5. Reagentes
Apesar de parecer obvio, não custa citar que todos os reagentes utilizados na
produção de alimentos devem ser grau alimentício (soda, ácido fosfórico, ácido cítrico,
terras adsorventes, assim como catalisadores: níquel de Raney e metilato de sódio). A
utilização do metilato de sódio dissolvido em metanol facilita o manuseio, porém traz
consigo um risco inerente à contaminação com etanol, altamente tóxico.
11.6. Hidrogênio
11.8. Amônia
Por exemplo, após uma limpeza CIP, pode ocorrer a presença de um residual de
produto de limpeza, dificilmente detectável. Caso este produto de limpeza tenha
padrão alimentício, não deverão ocorrer problemas de saúde com os consumidores.
No caso de selos mecânicos um fluido que poderia ser utilizado além da água potável:
é a glicerina farmacêutica (que resiste a temperaturas mais elevadas). Existem porém
outros produtos compatíveis (por exemplo: óleos vegetais de alta estabilidade).
A água de processo deve atender aos padrões expressos na Portaria 5/2017 - Padrões
de potabilidade da água para consumo humano.
Dado que em muitas fábricas a água não provem do sistema público, é absolutamente
necessário que sejam feitas análises de amostras colhidas nos pontos de consumo com
relativa frequência.
No caso de torres abertas a água de circulação entra em contato com o meio ambiente
e absorve todos os contaminantes da atmosfera, tanto químicos como biológicos.
Nos trocadores de calor poderão ocorrer vazamentos devido a furos ou trincas no feixe
tubular ou nas placas fazendo com que a água de resfriamento entre em contato com
o produto em processamento provocando sua contaminação. Em algumas fases do
processo isso não é muito importante, porém na fase de acabamento irá prejudicar o
produto final.
11.14. Aditivos
O usual é o ácido cítrico, que é adicionado até 0,006 kg / ton, enquanto nos casos de
BHT e TBHQ, a adição ao óleo varia de 70 a 85 ppm no óleo desodorizado.
REFERÊNCIAS
3) C.L.T.
Consolidação das Leis do Trabalho.
4) 3 A Sanitary Standards
International Association of Milk, Food and Environmental Sanitarians.
7) Micro-organismos em Alimentos
Literatura Merck