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FORTALEZA – CE
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................03
2. JUSTIFICATIVA................................................................................................................04
3. OBJETIVOS DE PESQUISA.............................................................................................05
3.1. OBJETIVO
GERAL.........................................................................................................05
3.2. OBJETIVOS
ESPECÍFICOS..........................................................................................05
4.
METOLOGIA......................................................................................................................06
5. COWORKING E O NOVO AMBIENTE DE
TRABALHO............................................06
X.
REFERÊNCIAS..................................................................................................................xx
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1 – INTRODUÇÃO
Antigamente, os ambientes de trabalho eram locais destinados exclusivamente à
realização das atividades laborais, os quais não possibilitavam a realização de qualquer outra
atividade que não fosse relacionada ao exercício profissional. Com isso, a distribuição
espacial destes ambientes, bem como sua organização interna, tinha o intuito de dificultar
qualquer desvio da atividade trabalhista, fosse ele provocado por uma condição do espaço ou
pela interação com os demais indivíduos.
Dessa forma, visando produtividade e economia, de maneira equivocada, as empresas
disponibilizavam ambientes pequenos e isolados, seguindo uma ideia ultrapassada de
hierarquia corporativa, carentes de qualquer estímulo físico ou social capaz de firmar reais
relações dentro da empresa, bem como de condições confortáveis do ponto de vista térmico e
acústico. Além disso, esses espaços eram - e ainda são, por vezes - totalmente iluminados e
climatizados artificialmente, o que pode acarretar em diversos problemas no que tange a saúde
e qualidade de vida das pessoas, e configurar um caso de Síndrome do Edifício Doente – SED
(1982).
A SED foi reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1982, e trata-
se de um conjunto de doenças desencadeadas pela proliferação de microrganismos infecciosos
e partículas químicas em ambientes fechados, podendo causar fadiga, dores musculares,
estresse, sonolência, e até doenças mais graves, como depressão, gripes ou resfriados. A
enfermidade pode ocorrer de diferentes formas durante o ciclo de vida de uma edificação,
podendo acontecer imediatamente após a ocupação de um novo edifício, devido a dispersão
de materiais de construção particulados acumulados no ar ou, posteriormente, devido ao
envelhecimento ou manutenção incorreta dos sistemas de ar condicionado, que propiciam a
emissão de gases poluentes também agressivos à saúde (TEIXEIRA, D.B. et al., 2005).
Ademais, erros projetuais ou de execução da obra, bem como o uso de materiais
inadequados ou de baixa qualidade, também podem gerar estas adversidades. No final do
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século XIX começaram a ser apontados os reais impactos da ausência de qualidade ambiental
nos espaços de trabalho no que diz respeito a qualidade de vida das pessoas e sua
produtividade. Rozenfeld (2006) aponta que o desconforto gerado por fatores ambientais
como iluminação, temperatura, qualidade do ar e ruídos, influenciam negativamente na
produtividade. Da mesma forma, Lucas (2016) assinala que, quando esses sistemas são falhos
ou não estão favoráveis às necessidades dos ocupantes, podem ocorrer danos ao estado de
conforto e consequentemente no desempenho das atividades do profissional.
Dessa forma, é de grande importância o conhecimento das condições ambientais nas
quais os profissionais estão submetidos, levando em consideração a disposição do espaço
físico (paredes, aberturas, esquadrias, etc), suas condicionantes ambientais (orientação solar,
ventilação e ruídos) e as formas de manutenção deste espaço, uma vez que estas estão
intimamente ligadas à qualidade de vida dos trabalhadores, influenciando diretamente no
desempenho de suas atividades, bem como na prevenção de doenças ocupacionais que as más
condições do ambiente podem ocasionar.
2. JUSTIFICATIVA
Nos últimos anos, as mudanças nas práticas empresariais de grandes entidades
modernas, como a Google, mudaram consideravelmente a forma como trabalhar no escritório.
Ao perceberem os benefícios da utilização de ambientes de trabalho open space - espaço
aberto, compartilhado – na atualidade, deixaram de lado o conceito monótono da antiga rotina
de trabalho em ambientes isolados e passaram a introduzir novos estímulos à jornada de
trabalho. Foram incluídos novos ambientes e práticas, que antes não faziam parte do
programa de necessidades ou da cultura de uma empresa, como salas de reunião informal,
salas de descompressão, salas de descanso, espaços de lazer e prática esportiva.
Com isso, o espaço de trabalho se tornou um ambiente mais agradável e diversificado,
capaz de estimular o processo criativo, aumentar o senso de pertencimento e oferecer
dinamismo no cotidiano dos profissionais, promovendo transparência, liberdade, e até mesmo
facilitando a aplicação de soluções bioclimáticas para promover o conforto de seus usuários.
Além disso, no atual momento histórico pós-pandemia, sem dúvida, o tema saúde
ocupacional tem se apresentado como um tema de extrema relevância e discussão no âmbito
organizacional das empresas. No mercado altamente competitivo em que vivemos, no qual a
produtividade e a eficiência são imprescindíveis para a conquista de bons resultados, é
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importante que sejam idealizados espaços por meio de estratégias bioclimáticas, capazes de
melhorar o bem-estar físico, psicológico e social das pessoas, contribuir com o aumento de
sua produtividade e motivação. Além disso, evitar possíveis afastamentos ou incapacidades
devido a problemas de saúde e evitar gastos desnecessários com iluminação e ventilação
artificiais.
Nessa perspectiva, seguindo as atuais tendências e necessidades de organização física
e social dos ambientes de trabalho, os espaços coworking surgem como uma opção bastante
interessante para as empresas, startups ou freelancers. São espaços adaptados que fornecem
ambientes diversos e personalizados, possibilitando a realização de diversos tipos de
atividades, profissionais ou não, de acordo com a necessidade, além de estimular a troca de
experiências entre profissionais de diferentes áreas de atuação.
Portanto, a concepção destes ambientes de trabalho compartilhado em conformidade
com um projeto arquitetônico que aplique estratégias bioclimáticas inerentes ao local,
possibilita a criação de um ambiente confortável do ponto de vista térmico, lumínico, acústico
e social, capaz atender as necessidades e expectativas da nova geração de trabalhadores,
melhorar a qualidade de vida dos usuários, sua produtividade e evitar possíveis problemas de
saúde.
3. OBJETIVOS DE PESQUISA
3.1. OBJETIVO GERAL
Este trabalho tem como objetivo desenvolver o projeto arquitetônico de um edifício
coworking com foco no conforto ambiental, apresentando uma forma sustentável de se pensar
novos ambientes de trabalho, cada vez mais integrados e capazes de impactar positivamente a
saúde e a qualidade de vida de seus usuários.
4. METODOLOGIA
Este trabalho foi realizado por meio de extensa pesquisa com enfoque no conforto
ambiental em ambientes de trabalho compartilhado, buscando uma melhor compreensão
acerca dos reais impactos da arquitetura não só na organização física do espaço laboral, mas
na qualidade de vida das pessoas que o usufruem.
Na Idade Média, que tem como marco histórico inicial a queda do Império Romano,
em 476 d.C., o sistema escravista estava em declínio, dando lugar ao sistema servil de
produção, baseado no Feudalismo (SOUSA, 2019). Nessa época, na qual a igreja católica era
praticamente a única detentora do conhecimento, surgiram os primeiros escritórios nos
mosteiros europeus, como espaços utilizados pelos monges para a produção intelectual. O
scriptorium era um local destinado à escrita e à reprodução dos livros manuscritos pelos
escribas monásticos. Esse trabalho era realizado por mais de seis horas por dia e muitas vezes
em pé, podendo ser comparado a penitência, pois era penoso e cansativo para os copistas que,
por medo de incêndios, evitavam ao máximo a utilização de luz artificial. (SICILIANO, 2016)
Fonte: https://frontispicio.wordpress.com/2016/02/12/o-scriptorium-devocao-trabalho-
e-memoria/
Fonte: https://www.romapravoce.com/galleria-degli-uffizi-florenca/
Fonte: https://arqnathaliamello.files.wordpress.com/2012/05/artigo-1-anc3a1lise-da-
forma.pdf
Em 1871, a cidade de Chicago precisou ser reconstruída de forma rápida e eficaz após
um grande incêndio que a deixou parcialmente destruída. Com isso, surgiu a Escola de
Chicago, um movimento arquitetônico que se utilizava da produção em série para a
construção de edificações com estrutura de aço e concreto armado, liberando as fachadas e
paredes internas de sua função estrutural e permitindo elevar as torres, criar plantas livres e
descolar os pilares das fachadas – para, então, envidraçá-las (CALDEIRA, 2005). Esse
movimento de cunho inovador contribuiu de maneira decisiva para a definição de uma nova
tipologia de edifícios de escritório – indicando o nascimento da arquitetura comercial.
Segundo Cagnol (2013), o célebre arquiteto Frank Lloyd Wright foi o primeiro a
encarar de uma forma global e integrada o projeto arquitetônico e o design de interiores e de
instrumentos de trabalho específicos – como a cadeira de rodízio. Um exemplo disso é o
projeto do Larkin Building, 1904, em Buffalo. Wright propôs layouts mais flexíveis de
ocupação dos espaços corporativos, abriu grandes claraboias sobre os trabalhadores,
privilegiou todos os funcionários – independente de seus cargos –, e introduziu o ar
condicionado para a climatização do ambiente.
Figura x: Larkin Builduing
Fonte:
Segundo Shoshkes (1976 apud FONSECA, 2004), na década de 1930, após a Primeira
Guerra Mundial, arquitetos, designers de interiores e outros profissionais começaram a se
preocupar com questões relacionadas ao trabalho e como o ambiente laboral poderia ser
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melhor projetado de acordo com as necessidades de seus usuários. Nas décadas seguintes,
questões projetuais e ambientais dos espaços de trabalho foram analisadas e revisadas com o
objetivo de propor ambientes capazes de melhorar a qualidade de vida e aumentar a
produtividade dos funcionários.
Em 1927, o psicólogo australiano George Elton Mayo (1880-1949) coordenou a
experiência Hawthorne, na fábrica da Western Electric Company, em Chicago. Seu objetivo
era determinar o efeito das condições de trabalho sobre a produtividade, compreendendo
aspectos como a relação entre a intensidade luminosa e a eficiência, bem como a fadiga,
acidentes no trabalho e a rotatividade do pessoal.
Segundo Fonseca (2004), Mayo foi, portanto, foi o primeiro a criticar o modelo
taylorista, propondo a substituição do método coercitivo pelo emprego da psicossociologia e
da comunicação interna, buscando democratizar a administração nas frentes de trabalho das
indústrias e fazendo com que os funcionários se sentissem participantes das decisões da
empresa, o que aumentaria sua produtividade.
Toda essa padronização e falta de liberdade parece muito estranha para quem está
acostumado com os espaços de trabalho de hoje em dia. Porém, foi apenas a partir da década
de 60 que as coisas começaram a mudar. A maior valorização do trabalho criativo e a
preocupação com a ergonomia levantaram questões importantes quanto ao ambiente de
trabalho entre as décadas de 60 e 70.
Assim, a visão das organizações para construir ambientes de trabalho começou a se
concentrar nas necessidades dos trabalhadores. A economia baseada em serviços explodiu
junto com o desenvolvimento da invenção dos computadores, mudando a imagem do trabalho.
Contudo, a história dos escritórios nos mostra que os espaços ainda eram muito padronizados
e sem personalidade.
A tecnologia, o crescimento dos grandes centros urbanos, a vida corrida do século XXI
e as novas formas de trabalho revolucionaram a maneira como as pessoas lidam com essa
parte de suas vidas. Os modelos tradicionais de escritórios não atendem mais às necessidades
das empresas e muito menos dos profissionais.
Tecnologias como Skype, Zoom e outras ferramentas de comunicação virtual
começaram a permitir a implementação do trabalho remoto. Um colaborador pode estar no
Japão e trabalhar para uma empresa dos Estados Unidos. Isso, inclusive, tem sido incentivado
e visto como uma grande vantagem e oportunidade para as organizações.
Com isso, a necessidade de revolucionar os espaços de trabalho também surgiu de
forma latente. Os escritórios passaram a se tornar ambientes descontraídos, que incentivam a
criatividade, o trabalho em equipe e promovem o conforto, a praticidade e a estrutura
necessários para um profissional moderno.
A partir daí foi criado, também, o conceito de coworking, ou seja, um ambiente
compartilhado para profissionais remotos, empresas modernas e quem mais quiser fazer parte
de uma nova forma de trabalho.
não tem muito a ver com o conceito que conhecemos hoje, já que os coworkings são um
espaço físico e não virtual.
No entanto, em 2005, o engenheiro de software Brad Neuberg decidiu criar um novo
tipo de espaço para apoiar a comunidade e criar uma estrutura de trabalho colaborativa, dando
o nome de coworking. Esse é o início da história do escritório compartilhado, juntamente com
o surgimento da economia colaborativa.
Dentro desse contexto, vale dizer que os escritórios compartilhados evoluíram muito
nos últimos 15 anos. Eles se tornaram uma tendência mundial quando o assunto é espaço de
trabalho.
Os coworkings oferecem o melhor de dois mundos: a liberdade de um local
descontraído aliada e uma estrutura física completa. São escritórios que que incentivam a
convivência e o compartilhamento, preocupando-se em suprir as necessidades das empresas e
dos profissionais.
Segundo o Coworking Brasil, maior referência nacional sobre o tema, “Coworking é uma
nova forma de pensar o ambiente de trabalho. Seguindo as tendências do freelancing e das
startups, os coworkings reúnem diariamente milhares de pessoas a fim de trabalhar em um
ambiente inspirador”. São espaços que fornecem toda a estrutura necessária para que
empresas ou pessoas que trabalham individualmente possam desenvolver seus projetos e
negócios, utilizando uma infraestrutura muitas vezes melhor que a de um escritório
tradicional, oferecendo diversos tipos de ambientes e práticas, fomentando o
compartilhamento dos espaços e, com isso, construindo uma nova cultura de trabalho.
Portanto, o coworking pós-pandemia, para ser bem sucedido e amplamente utilizado pelos
trabalhadores, deve contar – além de internet estável e de alta velocidade – com bibliotecas,
salas de descanso, auditório, cafés, restaurantes e até mesmo espaços para crianças ou
animais.
Empresas e profissionais independentes, que valorizam a criatividade e inovação, buscam por
estes espaços personalizados e democráticos, nos quais possam desenvolver seus projetos e
expandir sua rede de contatos de forma confortável e produtiva, sem o isolamento do home
office ou as distrações dos espaços públicos.
8. REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Fonte: Archdaily
O projeto Container, situado na cidade portuária de Itajaí (SC) tem como objetivo
intervir sobre um modelo conceitual, interagir com as questões da sustentabilidade,
propor uma construção modular industrializada e ao mesmo tempo possibilitar,
através da arquitetura e criatividade, a aproximação com a natureza e arte. (Rodrigo
Kirck, 2016.)
Fonte: Archdaily
O projeto conta com a disposição de containers sobrepostos criando dois volumes, por um
sistema de abertura zenital abrigando as circulações verticais tendo como vantagem o maior
aproveitamento da iluminação natural.
Figura x: Interior Contaiener Coworking
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Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily.
Figura x: Planta Pav. Superior
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Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily
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Fonte: Archdaily
O partido arquitetônico surgiu da necessidade de remodelação completa de dois antigos
armazéns de edifícios vizinhos, os quais estavam completamente descaracterizados. Portanto,
foi necessário bastante criatividade e resiliência para unir os dois andares de cada edifício,
interligando-os e criando espaços amplos e conectados, tendo como característica principal a
flexibilidade.
Figura x: Corte
Fonte: Archdaily
Segundo os arquitetos, primeiramente foi deixada apenas sua estrutura de concreto
aparente, para posteriormente serem inseridas as infraestruturas elétricas, hidráulicas e de
refrigeração, que ficaram aparentes. Por último, foram colocadas as divisórias e painéis, além
dos mobiliários. Dentre as dificuldades do projeto, a maior foi a necessidade de cortes e
fechamento nas lajes existentes para a inserção de novas escadas e acessos.
Fonte: Archdaily
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Dentre as diversas... Segundo dados do site da Prefeitura de Fortaleza, o Bairro possui 16.852
inscrições comerciais e 18.167 inscrições residenciais, o que demonstra o equilíbrio e a
diversidade entre os usos, indicando ser uma área propícia tanto à moradia quanto ao
empreendimento, conferindo sentido à proposta de projeto.
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Além disso, com sua área de 3,88 km², o bairro possui um amplo sistema de transporte
público, contando com diversas linhas de ônibus e algumas ciclofaixas. Seu acesso é facilitado
pelas principais avenidas, como a Santos Dumont, Dom Luís e Heráclito Graça, no sentido
Leste-Oeste, e as avenidas Barão de Studart, Desembargador Moreira e Virgílio Távora, no
sentido Norte-Sul, permitindo um fácil deslocamento tanto entre a Aldeota e bairros
adjacentes quanto dentro do próprio bairro.
Metrô..
10. REFERÊNCIAS
4. CRONOGRAMA
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