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ENSINO DE GEOGRAFIA
1ª Edição
Indaial - 2020
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
AR663d
ISBN 978-65-5646-041-3
ISBN Digital 978-65-5646-042-0
CDD 372.891
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
Correntes e Tendências Didáticas e o Processo de
Ensino e Aprendizagem da Geografia Escolar..........................7
CAPÍTULO 2
Estratégias Didático-pedagógicas e a Prática de
Ensino em Geografia....................................................................47
CAPÍTULO 3
Perspectivas para o Ensino de Geografia no
Contexto das Novas Proposições Curriculares....................91
APRESENTAÇÃO
Este livro possui como principal objetivo trabalhar com a Geografia Escolar,
o Ensino de Geografia na prática e de como as estratégias didático-pedagógicas,
além de fazerem parte, fundamentam, estruturam e devem servir como principal
ponto de fortalecimento da Geografia em seu alcance, significação e protagonismo,
como componente curricular e saber científico no percurso educacional dos
estudantes.
Pensar em uma rota de formação geográfica que contemple tais elementos
da realidade, contemporaneidade e complexidade educacional são alguns
dos desafios postos no percurso que lhe é oferecido nos próximos capítulos. A
Didática e a Prática do Ensino de Geografia recebem o foco necessário para que
tal diversidade e profundidade temática receba análises, indicações de reflexões
e diálogos que a permeiem e nos ajudem a melhor compreendê-las.
Como principais objetivos deste livro em relação à Didática e a Prática do
Ensino de Geografia ressalta-se a compreensão e importância dos principais
aspectos da relação entre a prática didático-pedagógica do ensino de Geografia
e da Geografia Escolar, e também compreender a relevância da didática na
Geografia Escolar, aprofundando e aperfeiçoando o processo de ensino e
aprendizagem dos conceitos, temas, teorias e metodologias geográficas.
No primeiro capítulo, intitulado “Correntes e tendências didáticas e o processo
de ensino e aprendizagem da Geografia Escolar” é trabalhada a questão de como
as formulações teóricas e metodológicas das correntes pedagógicas influenciam
e estão presentes tanto na prática do Ensino de Geografia como na Geografia
Escolar em seu cotidiano dos ambientes de aprendizagem escolares, como a
importância da didática neste processo, a exemplo das correntes de ensino da
visão geográfica entre a alfabetização e o letramento neste componente curricular
na Educação Básica, em suas diferentes etapas e modalidades.
Para o segundo capítulo, “Estratégias didático-pedagógicas e a prática de
ensino em Geografia”, estreita-se o foco na questão da elaboração de estratégias
didático-pedagógicas, com especial atenção às tendências atuais, como as
tecnologias digitais da informação e comunicação na sala de aula, as metodologias
ativas e metacognição como fronts pedagógicos atuais e de como tais tendências
podem ser observadas ou estar presentes no Ensino de Geografia.
Como fechamento, no terceiro capítulo, “Perspectivas para o ensino de
Geografia no contexto das novas proposições curriculares”, a centralidade do
currículo toma frente e protagonismo numa visão que abarque a complexidade
de se pensar a didática e a prática do Ensino e Geografia na realidade escolar.
Para esse debate são trazidos, por exemplo, alguns elementos curriculares
já estabelecidos, como a relação entre conteúdos, objetos de conhecimento e
objetivos de aprendizagem, bem como temáticas atuais, como a Base Nacional
Comum Curricular (BNCC) e a inserção desses debates numa visão educacional
com vistas à uma formação decolonial dos estudantes.
Bons estudos!
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Capítulo 1 Correntes e Tendências Didáticas
e o Processo de Ensino e Aprendizagem
da Geografia Escolar
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Como contexto ao estudo da Didática e Prática de Geografia, podemos elencar
ao menos três fatores centrais que estruturam e são inerentes a uma proposta
de revisitação, aperfeiçoamento e formação dos profissionais da educação em
relação ao seu percurso de atuação na Educação Básica: a diversidade da
Educação, em suas teorias e metodologias; a Geografia como ponto de dialogia
dos saberes escolares; a necessidade de reciclagem e acompanhamento das
novas tendências educacionais contemporâneas.
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Didática e Prática do Ensino de Geografia
2 CORRENTES PEDAGÓGICAS E A
GEOGRAFIA ESCOLAR
Para que possamos avançar no debate sobre os cursos de licenciatura de
componentes curriculares específicos é imprescindível a presença dos temas,
autores e referências da didática na formação desses futuros profissionais da
educação, que farão parte de equipes educacionais das etapas e modalidades da
Educação Básica. Nesse sentido é que se torna elementar a inserção do escopo
teórico e metodológico na prática docente e, no caso da Geografia, o papel das
correntes pedagógicas em sua realidade escolar e de ensino.
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Capítulo 1 Correntes e Tendências Didáticas
e o Processo de Ensino e Aprendizagem
da Geografia Escolar
FIGURA 1 – OS CAMINHOS PEDAGÓGICOS DO PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO
FONTE: <https://www.pexels.com/pt-br/foto/aconselhamento-alemanha-
aventura-borrao-408503/>. Acesso em: 15 set. 2019.
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Didática e Prática do Ensino de Geografia
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Capítulo 1 Correntes e Tendências Didáticas
e o Processo de Ensino e Aprendizagem
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FIGURA 2 – AS PRINCIPAIS CORRENTES PEDAGÓGICAS
FONTE: O autor
FONTE: O autor
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Didática e Prática do Ensino de Geografia
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Capítulo 1 Correntes e Tendências Didáticas
e o Processo de Ensino e Aprendizagem
da Geografia Escolar
dos estudantes, seus conflitos e contextos, e a plena realização e
contemplação das potencialidades na conjunção entre as concreticidades
e subjetividade que perfazem a totalidade do ser humano.
• Libertadora: no Brasil, por influência conceitual e de método liderada
por Paulo Freire, a pedagogia libertadora ganhou força no seu discurso
e prática alinhados com o pensamento dialético na educação. Nessa
visão pedagógica, o estudante deve se empoderar dos conhecimentos,
de modo a atingir a emancipação e intervenção social e crítica em seu
contexto e realidade.
• Cognitivista: essa corrente pedagógica ganhou força, especialmente,
pelo fato de ser colocada, epistemológica e metodologicamente, em
contraposição ao comportamentalismo, priorizando os processos
cognitivos, valorizando a complexidade e diversidade dos caminhos
para se chegar aos aprendizados. A cognição e suas nuances recebem
destaque de análise nessa corrente pedagógica.
• Crítico-social dos conteúdos: também conhecida como histórico-
crítica, fundamentada principalmente na correlação da realidade histórica
dos estudantes com o seu percurso escolar, envolvendo os temas e
conteúdos contextualizados, que embasam os fins progressistas dessa
corrente pedagógica.
• Piajetiana e construtivista: surgiu a partir dos estudos de Piajet, que por
meio de observações científicas propôs uma epistemologia genética da
aprendizagem. Estudou a inclinação orgânica dos processos cognitivos,
em situações de assimilação e compreensão, em diferentes fases do
desenvolvimento intelectual do estudante.
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FONTE: O autor
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Capítulo 1 Correntes e Tendências Didáticas
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da Geografia Escolar
nas e pelas quais, o novo e o clássico se entrelaçarão em diferentes contextos,
narrativas, situações didáticas, práticas pedagógicas e, principalmente, objetivos
educativos, que são o motivo primeiro de existência dos ambientes escolares de
aprendizagem: “As teorias da educação e as práticas pedagógicas, os objetivos
educativos da escola e dos professores, os conteúdos escolares, a relação
professor-alunos, as modalidades de comunicação docente, nada disso existe
isoladamente do contexto econômico, social e cultural mais amplo e que afetam
as condições reais em que se realizam o ensino e a aprendizagem” (LIBÂNEO,
2013, p. 57).
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Didática e Prática do Ensino de Geografia
FONTE: <https://www.pexels.com/pt-br/foto/alegre-amontoado-
ao-ar-livre-caras-764681/>. Acesso em: 15 set. 2019.
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Capítulo 1 Correntes e Tendências Didáticas
e o Processo de Ensino e Aprendizagem
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teatro, literatura, dança; áreas de cuidados do ser humano, tais
como terapia, massagens, ginásticas. Todas elas procurando,
intencional e sistematicamente, compreender a realidade
e possibilitar formas de ação de forma crítica, consistente,
orgânica.
Nas palavras de Luckesi (1991), é imprescindível que as escolas assumam a
centralidade orgânica, diversa e dialógica dos saberes, conhecimentos, conteúdos
e temas curriculares. Observa-se, desse modo, que o autor também se aproxima,
fortemente, da tendência atual e contemporânea que caminha conjuntamente às
disciplinas, áreas do conhecimento, eixos temáticos, integradores ou transversais,
com vistas à colaboração mútua, contínua e democrática de todos esses atores e
representantes do processo de ensino e aprendizagem.
Martins (2010), na mesma direção de uma composição múltipla dos saberes
e conhecimentos, propõe que os professores de geografia façam uso das
particularidades temáticas da Geografia Escolar e do ensino de Geografia. O
estudo do lugar, nesses termos, possibilitaria aos professores de geografia trazer
para sua prática didática todo o potencial de criação de pontes e realização de
estratégias de ensino orientadas para esse mundo complexo, múltiplo e carregado
de sentidos, identidades, composições naturais e sociais, retornando, inclusive, a
um dos pilares epistemológicos da ciência geográfica que é a relação entre o ser
humano e o meio natural: ”Estudar o lugar possibilita ao professor de Geografia
explorar o espaço de vivência do aluno, o seu mundo real, que é formado por
elementos naturais e humanos” (MARTINS, 2010, p. 77).
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Capítulo 1 Correntes e Tendências Didáticas
e o Processo de Ensino e Aprendizagem
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FONTE: <https://image.freepik.com/vetores-gratis/conceito-de-arvore-
de-educacao-com-ilustracao-de-vetor-de-simbolos-de-desenho-de-
aprendizagem-e-graduacao_98292-1031.jpg>. Acesso em: 15 set. 2019.
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Didática e Prática do Ensino de Geografia
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Capítulo 1 Correntes e Tendências Didáticas
e o Processo de Ensino e Aprendizagem
da Geografia Escolar
Ao colocarmos no mesmo plano a didática como principal base para as teorias
do ensino e a Geografia Escolar, com suas singularidades e especificidades do
componente curricular que representa, teremos, então, como ponto principal de
esforço pedagógico a construção de objetivos de aprendizagem que façam jus a
complexidade social, contextual e de recepção da diversidade dos estudantes nos
ambientes escolares:
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Didática e Prática do Ensino de Geografia
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Capítulo 1 Correntes e Tendências Didáticas
e o Processo de Ensino e Aprendizagem
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Ratzel. Recentemente, o território tem sido visto, também como um conceito
próximo das relações e questões socioculturais da Geografia, como trabalhado
por Rogério Haesbaert, na concepção de territorialização e desterritorialização.
FONTE: <https://cultura.estadao.com.br/galerias/geral,20-tiras-de-calvin-e-haroldo-
para-refletir-sobre-a-vida-e-sobre-o-mundo,28507>. Acesso em: 10 set. 2019.
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Didática e Prática do Ensino de Geografia
3 DA ALFABETIZAÇÃO GEOGRÁFICA
À FORMULAÇÃO DE PROCESSOS
COMPLEXOS DE APRENDIZAGEM
Alfabetização e letramento geográfico fazem parte do ínterim da Geografia
Escolar e da prática pedagógica de ensino dessa ciência. Alfabetizar e letrar,
geograficamente, significa proporcionar aos estudantes o contato, aprendizado e
aprofundamento do instrumental teórico, prático e metodológico necessários para
sua leitura do mundo que o cerca. Nessa interação entre o mundo geografado e
lido a partir da Geografia Escolar é que se torna fundamental a compreensão das
transformações dessa grafia, natural e social, do espaço geográfico, por meio do
percurso de aprendizado nas etapas e modalidades da Educação Básica.
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Capítulo 1 Correntes e Tendências Didáticas
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FIGURA 7 – OS PRIMEIROS PASSOS NO PENSAMENTO ESPACIAL E GEOGRÁFICO
FONTE: <https://www.pexels.com/pt-br/foto/bonitinho-crianca-
estudo-filho-576835/>. Acesso em: 20 set. 2019.
FONTE: <http://tudosobreleitura.blogspot.com/2010/06/charge-
mergulhe-de-cabeca-na-leitura.html>. Acesso em: 20 set. 2019.
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Didática e Prática do Ensino de Geografia
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Capítulo 1 Correntes e Tendências Didáticas
e o Processo de Ensino e Aprendizagem
da Geografia Escolar
portanto, fazer uso dos elementos do seu cotidiano e vida proximal em relação aos
saberes escolares, exigências e prescrições temáticas e de conteúdo presentes
no currículo e, também, a inter-relação e conexão entre o que é visto e aprendido
na escola como o que é vivido no seu dia a dia (KLEIMAN, 1995; MARQUES,
2009).
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Capítulo 1 Correntes e Tendências Didáticas
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Didática e Prática do Ensino de Geografia
FONTE: <https://br.freepik.com/fotos-premium/materiais-em-sala-
de-aula-para-alunos-de-pedagogia-alternativa-montessori_4004228.
htm#page=1&query=pedagogia&position=27>. Acesso em: 25 set. 2019.
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Capítulo 1 Correntes e Tendências Didáticas
e o Processo de Ensino e Aprendizagem
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FIGURA 10 – ETAPAS E MODALIDADES DA EDUCAÇÃO BÁSICA
FONTE: O autor
3.2.1 Etapas
• Educação Infantil: a Educação Infantil, se pensarmos na estruturação
da formação do estudante na primeira infância, e se pensarmos em
como a Geografia, como saber escolar, pode ser inserida neste contexto,
é importante que façamos o exercício de identificação da criança com o
meio que ela habita, significa, faz parte e interage, diariamente. Como
ocorrerá nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, especialmente a
partir dos 4 anos de idade, inicia-se o contato com as primeiras ideias
relacionas à correlação conceitual do que é visto na escola com o mundo
fora dela, ou seja, é o ponto em que o saber escolar se estabelece como
fonte de conhecimentos para além do observável, de primeiro momento,
como uma inserção ao que virá a ser o mundo das ciências naturais,
humanas, matemáticas e as linguagens nos vindouros anos escolares.
• Ensino Fundamental I (Anos Iniciais): nos anos iniciais do Ensino
Fundamental, a Geografia surge, inicialmente, como complemento
temático ao ciclo, bloco ou período de alfabetização dos estudantes,
compreendido, especialmente, nos primeiros dois ou três anos dessa
etapa da Educação Básica. Já no 4º e 5º anos, a Geografia aparece com
maior foco, assim como História e outros componentes curriculares dos
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Didática e Prática do Ensino de Geografia
3.2.2 Modalidades
• Educação Profissional: a Educação Profissional, como modalidade da
Educação Básica, tem como um dos seus pilares a integração curricular
entre a formação propedêutica e as possibilidades de formação para o
mundo do trabalho, seja como cursos de formação inicial e continuada
(FIC) ou cursos técnicos, a depender do tipo de integração almejado pela
unidade escolar, gestão, rede de ensino ou particularidades econômicas
do contexto que os estudantes estiverem inseridos. Para o ensino de
Geografia cabe a interlocução entre o potencial econômico local e
regional com o direcionamento da formação integrada com a Educação
Profissional, seja, por exemplo, nos anos finais do Ensino Fundamental
(com vínculos de menor aprendiz) ou na etapa do Ensino Médio.
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Capítulo 1 Correntes e Tendências Didáticas
e o Processo de Ensino e Aprendizagem
da Geografia Escolar
• Educação de Jovens e Adultos: para a Educação de Jovens e Adultos
espera-se da Geografia a visão de criação e manutenção de pontes
de diálogo entre os conceitos, temas e conteúdos geográficos com os
demais componentes curriculares e áreas do conhecimento, devido ao
seu caráter de adaptação e flexibilidade com as etapas que corresponde
(1º Segmento/Ensino Fundamental Anos Iniciais; 2º Segmento/Ensino
Fundamental Anos Finais e 3º Segmento/Ensino Médio). Nesse sentido,
por meio do direcionamento da Geografia Escolar para a diversidade
do público atendido pela EJA, formada por jovens, adultos e idosos,
possibilitará ao professor de Geografia ter como ambiente de trabalho
diferentes metodologias e necessidades de individualização e orientação
dos estudos geográficos, com vistas a atender às especificidades de cada
segmento da EJA.
• Educação a Distância: a EaD vem ganhando espaço e protagonismo
na Educação Básica, seja como formação geral, propedêutica, seja
como formação para o mundo do trabalho. A inserção da EaD adquirirá
especial notoriedade na nova arquitetura do Ensino Médio (e também
na EJA), devido às possibilidades de complementação de carga horária
a distância na composição da formação presencial obrigatória. Ao
colocarmos tais questões no âmbito da Geografia Escolar encontraremos
uma gama de autores e questões envolvendo o ciberespaço e os pontos
de caracterização da sociedade contemporânea, cada vez mais voltada
para um mundo conectado e pautado pelo uso dos meios de comunicação
e tecnologia nas esferas política, social, cultural, econômica etc.
• Educação Especial e Inclusiva: a Educação Inclusiva, como esfera
atual de desenvolvimento do atendimento educacional especializado se
mostra, mais do que um desafio, uma realidade para as redes de ensino
espalhadas pelo país. A formação inicial e continuada dos professores e
sua inserção nas principais questões referentes aos temas pertinentes
à inclusão como ponto de chegada na Educação Básica devem ser
enfrentados com urgência. À Geografia cabe a posição de possibilidade
de aproximação a esses desafios, por sua riqueza temática que dialoga
com questões mais concretas ou abstratas dos estudantes que possuam
algum tipo de deficiência ou necessidade especial.
• Educação Escolar Indígena e Educação Escolar Quilombola: nessa
modalidade da Educação Básica encontramos, talvez, um dos maiores
pontos de inflexão para a mobilidade curricular do Ensino de Geografia e
Geografia Escolar. Pelo fato de trazerem consigo a riqueza e diversidade
cultural e territorial do Brasil, tanto a Educação Escolar Quilombola
como a Indígena possuem a seu favor a possibilidade de entremear-se
com outros assuntos, temas, conteúdos e objetos de conhecimento já
presentes na estruturação curricular da Geografia.
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Capítulo 1 Correntes e Tendências Didáticas
e o Processo de Ensino e Aprendizagem
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Didática e Prática do Ensino de Geografia
FONTE: <https://br.freepik.com/fotos-gratis/composicao-de-livros-e-globo_5301975.
htm#page=3&query=geografia&position=48>. Acesso em: 20 set. 2019.
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Capítulo 1 Correntes e Tendências Didáticas
e o Processo de Ensino e Aprendizagem
da Geografia Escolar
A aprendizagem da Geografia Escolar, como observável na figura anterior,
possui diferentes rotas, possibilidades, caminhos, encontros e desafios. E este
é o ponto colocado por Pérez (2005) no que diz respeito ao objetivo central da
Geografia, ou seja, que em sua presença na composição da Educação escolar,
deve possibilitar aos estudantes uma reflexão sobre as escalas e camadas de
complexidade dos fatos, fenômenos que compõem o espaço geográfico em suas
interfaces socioculturais, ambientais, econômicas e políticas:
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Didática e Prática do Ensino de Geografia
4 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste capítulo, estudamos como as correntes pedagógicas e a organização
e estrutura da Educação Básica estão próximas e precisam dialogar com os
componentes curriculares de saberes específicos, como é o caso da Geografia,
a partir da conceituação sobre as principais correntes pedagógicas e do sentido
epistemológico da didática como campo de maior proficuidade e fundamentação
dos estudos pedagógicos.
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Capítulo 1 Correntes e Tendências Didáticas
e o Processo de Ensino e Aprendizagem
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as imensuráveis possibilidades de diálogo, formação, debate, aperfeiçoamento
e atualização dos profissionais da educação, de modo que todo o trabalho
educacional, interior ao processo de ensino e aprendizagem, acompanhe as
tendências e incorporações das principais teorias e metodologias pedagógicas.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/Secretaria de
Educação Básica, 2018.
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Capítulo 1 Correntes e Tendências Didáticas
e o Processo de Ensino e Aprendizagem
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São Paulo: Ed. UNESP; CONPED, 2000.
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C APÍTULO 2
Estratégias Didático-pedagógicas
e a Prática de Ensino em Geografia
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Capítulo 2 Estratégias Didático-pedagógicas
e a Prática de Ensino em Geografia
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Neste capítulo, tratar-se-ão de temas envolvendo o planejamento escolar
cotidiano, das sequências didáticas a sua conexão com as escalas maiores de
organização escolar, que ligam-se diretamente ao trabalho docente. Haverá
também um momento de reflexão curricular e de formação do professor,
envolvendo questões de como as mudanças na educação devem estar presentes
na busca por uma constante atualização desses profissionais.
2 DIDÁTICA E A GEOGRAFIA
ESCOLAR
Na formação de professores, seja como pedagogos ou especialistas,
a incorporação dos fundamentos e metodologias da didática em sua formação,
inicial e continuada, é de fundamental importância para sua atuação nas escolas.
Saber identificar as especificidades e diversidade do seu público; organizar
os temas, conteúdos e objetos de conhecimento em planejamentos diários,
semanais, bimestrais e anuais; desenvolver atividades de aprendizagem e
avaliação, individual e coletivamente; dialogar com as demais esferas que
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Didática e Prática do Ensino de Geografia
FONTE: <https://br.freepik.com/fotos-gratis/pilha-de-livros-e-globo_5233677.
htm#page=1&query=geografia%20escola&position=11>. Acesso em: 20 out. 2019.
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Capítulo 2 Estratégias Didático-pedagógicas
e a Prática de Ensino em Geografia
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Didática e Prática do Ensino de Geografia
Zabala (1998) nos traz uma definição concisa do que deve ser entendido
como sequência didática. Segundo o autor, tais passos do trabalho docente
podem ser entendidos como: “[…] um conjunto de atividades ordenadas,
estruturadas e articuladas para a realização de certos objetivos educacionais, que
tem um princípio e um fim conhecido tanto pelos professores como pelos alunos”
(ZABALA, 1998, p. 18). E o autor ainda nos proporciona um agregado de ações
e atividades que podem fazer parte dessa sequência didática, na constituição do
passo a passo que devem ser as aulas dos professores:
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Capítulo 2 Estratégias Didático-pedagógicas
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Didática e Prática do Ensino de Geografia
FONTE: <https://br.freepik.com/fotos-gratis/os-executivos-de-
negocios-discutir-com-os-seus-colegas-sobre-whiteboa_1005923.
htm#page=1&query=planejamento&position=5>. Acesso em: 20 out. 2019.
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FONTE: O autor
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Capítulo 2 Estratégias Didático-pedagógicas
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FONTE: <https://www.cepae.ufg.br/n/35329-as-tiras-da-mafalda-
geografia-em-quadrinhos>. Acesso em: 20 out. 2019.
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Didática e Prática do Ensino de Geografia
3 METODOLOGIAS ATIVAS E O
ENSINO DE GEOGRAFIA
As novas tendências para a Educação ocorrem e são elaboradas
continuamente, em temática que envolvem o ensino, aprendizagem sistemas e
propostas de avaliação, bem como a didática para os saberes escolares, dentre
outros campos direta, e indiretamente, ligados à prática pedagógica, nas etapas
e modalidades da Educação Básica e no Ensino Superior. As metodologias
ativas fazem parte desse movimento e inovação, mudanças e aperfeiçoamento
educacionais, e trazê-las para o interior do debate envolvendo o Ensino de
Geografia é o primeiro passo para que essa ciência acompanhe e faça uso de tais
ideias, práticas e reflexões.
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FONTE: O autor
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e a Prática de Ensino em Geografia
FONTE: O autor
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Capítulo 2 Estratégias Didático-pedagógicas
e a Prática de Ensino em Geografia
FONTE: <https://br.freepik.com/fotos-gratis/coach-by-whiteboard_5398989.
htm#page=1&query=professor&position=43#position=43&page=1&query=professor>.
Acesso em: 20 out. 2019.
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Capítulo 2 Estratégias Didático-pedagógicas
e a Prática de Ensino em Geografia
FONTE: <https://br.freepik.com/fotos-premium/sorrindo-professor-
de-meia-idade-nos-oculos-escrevendo-atentamente_5266954.
htm#page=4&query=teacher+job&position=15>. Acesso em: 20 out. 2019.
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Didática e Prática do Ensino de Geografia
Para romper com a prática tradicional da sala de aula, não adianta apenas
a vontade do professor. É preciso que haja concepções teórico-metodológicas
capazes de permitir o reconhecimento do saber do outro, a capacidade de ler o
mundo da vida e reconhecer a sua dinamicidade, superando o que está posto
como verdade absoluta. “É preciso trabalhar com a possibilidade de encontrar
formas de compreender o mundo, produzindo um conhecimento que é legítimo. O
professor, as suas concepções de educação e de geografia, é que podem fazer a
diferença” (CALLAI, 2005, p. 231).
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Capítulo 2 Estratégias Didático-pedagógicas
e a Prática de Ensino em Geografia
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Didática e Prática do Ensino de Geografia
4 A IMPORTÂNCIA DA
INSTRUMENTAÇÃO DE ENSINO PARA
O ENSINO DE GEOGRAFIA
O termo instrumentação de ensino pode ser entendido como os recursos
didáticos utilizados pelos professores em sua prática pedagógica cotidiana,
envolvendo também procedimentos que fazem parte da estruturação da prática
didático-pedagógica como um todo, na essência da Educação e os processos de
aprendizagem. Observa-se, portanto, que esse uso dos recursos, que podem ser
em forma de materiais ou atividades pedagógicas, pode ocorrer nas diferentes
etapas e modalidades da Educação Básica, diversificando-se, dependendo dos
aspectos gerais e específicos das práticas didáticas realizadas, público-alvo,
complexidade do que está sendo ensinado, dentre outras etapas e procedimentos
que fazem parte do alcance da instrumentação de ensino.
FONTE: <https://br.freepik.com/vetores-premium/banner-de-mesa-de-escola-
interior-de-placa-de-sala-de-aula_4076969.htm>. Acesso em: 20 out. 2019.
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Capítulo 2 Estratégias Didático-pedagógicas
e a Prática de Ensino em Geografia
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Didática e Prática do Ensino de Geografia
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Capítulo 2 Estratégias Didático-pedagógicas
e a Prática de Ensino em Geografia
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Didática e Prática do Ensino de Geografia
FONTE: <https://jornalggn.com.br/noticia/vamos-parar-de-educar-
para-a-mediocrizacao/>. Acesso em: 22 out. 2019.
78
Capítulo 2 Estratégias Didático-pedagógicas
e a Prática de Ensino em Geografia
FONTE: <http://www.infotv.com.br/portal/wp-content/uploads/2014/05/
imagemHome.jpg>. Acesso em: 22 out. 2019.
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Capítulo 2 Estratégias Didático-pedagógicas
e a Prática de Ensino em Geografia
FONTE: <https://br.freepik.com/vetores-gratis/colecao-icones-do-dispositivo_805204.
htm#page=1&query=gadgets&position=44>. Acesso em: 22 out. 2019.
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e a Prática de Ensino em Geografia
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Capítulo 2 Estratégias Didático-pedagógicas
e a Prática de Ensino em Geografia
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Didática e Prática do Ensino de Geografia
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
A prática de ensino compõe o centro do trabalho dos professores. Neste
capítulo, analisamos alguns elementos que fazem parte dessa composição, tanto
do ponto de vista da educação em geral como da Geografia Escolar e Ensino de
Geografia em particular. Se colocarmos os pilares que estruturam a educação,
por exemplo, as referências de construção curricular e a construção de objetivos
de aprendizagem até o planejamento escolar, em suas diferentes escalas, devem
ser considerados nesse exercício de pensamento sobre as práticas didático-
pedagógicas.
Se observarmos todo o processo de elaboração de objetivos de
aprendizagem, que trazem em sua esteira o referencial de pensamento, método
e formação dos professores e gestores das redes de ensino, devem ser pautados
nas mudanças e contextos que o mundo em que vivemos se estrutura.
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Capítulo 2 Estratégias Didático-pedagógicas
e a Prática de Ensino em Geografia
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. I. Ensino com pesquisa na licenciatura como base na formação
docente. In: ENDIPE: trajetórias e processos de ensinar e aprender: lugares
memórias e culturas. Porto Alegre: EDIPCRS, 2008.
DEMO, P. TICs e educação. Net, 2008. In: Prof. Pedro Demo. Blog Acadêmico.
Disponível em: http://pedrodemo.sites.uol.com.br/textos/tics.html. Acesso em: 20
out. 2019.
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e a Prática de Ensino em Geografia
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C APÍTULO 3
Perspectivas para o Ensino de
Geografia no Contexto das Novas
Proposições Curriculares
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes
objetivos de aprendizagem:
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Capítulo 3 Perspectivas para o Ensino de Geografia no
Contexto das Novas Proposições Curriculares
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Neste capítulo, trataremos de questões relacionadas a algumas das principais
perspectivas do Ensino de Geografia e a Geografia Escolar, especialmente no
que se refere à construção curricular interdisciplinar pautada na Base Nacional
Comum Curricular, a BNCC, e as revisitações existentes na contemporaneidade
envolvendo a prática pedagógica do ensino da ciência geográfica, com infiltrações
em temáticas da decolonialidade e a polifonia teórica e metodológica das ciências
e seu ensino escolar no século XXI.
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Didática e Prática do Ensino de Geografia
2 A BNCC E A PRÁTICA
PEDAGÓGICA INTERDISCIPLINAR
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Capítulo 3 Perspectivas para o Ensino de Geografia no
Contexto das Novas Proposições Curriculares
Tanto nos nove anos do Ensino Fundamental como nos três anos, ou seis
semestres, de acordo com as novas orientações legais do Ensino Médio, lá
estarão, na BNCC, discriminadas as aprendizagens a serem alcançadas pelos
estudantes das redes de ensino brasileiras, como o essencial a ser buscado e
trabalhado por professores, gestores e representantes do Estado, em suas
diferentes escalas de gestão, ação e decisão, nas ações voltadas para políticas
educacionais:
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Didática e Prática do Ensino de Geografia
Como nos lembra Sacristán (2013; 2000), a prescrição curricular faz parte
da educação. As escolas, como concretude de todo o papel do Estado como
fomentador, regulador e estruturador das políticas educacionais possuem, em
suas rotinas e cotidianos específicos, a relação entre o que se determina como
aprendizagem essencial, como é o caso da BNCC e os currículos regionais,
municipais e estaduais que serão construídos a partir desse novo referencial
curricular trazido pela base, o que acaba sendo estruturado e ocorrido de fato nas
salas de aula, como o processo ao qual o currículo representa e centraliza:
FONTE: <https://pixabay.com/pt/photos/escola-aprendizagem-
gr%C3%A1fico-design-2761394/>. Acesso em: 10 nov. 2019.
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Didática e Prática do Ensino de Geografia
FONTE: <http://pedagogatasegato.blogspot.com/2015/11/a-charge-
faz-uma-critica-ao-curriculo.html>. Acesso em: 10 nov. 2019.
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Didática e Prática do Ensino de Geografia
devem ser consideradas e atendidas” (BRASIL, 2018, p. 15). Esse ponto de vista,
da essencialidade dos conhecimentos, na prática, afetará um redimensionamento
das cargas horárias dos componentes curriculares e áreas do conhecimento,
especialmente na etapa do Ensino Médio da Educação Básica.
FONTE: <https://pixabay.com/pt/illustrations/marca-marcador-
m%C3%A3o-escrever-516277/>. Acesso em: 10 nov. 2019.
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FONTE: <https://br.freepik.com/vetores-gratis/modelo-de-escola-infografico_710565.
htm#query=conhecimento&position=0>. Acesso em: 12 nov. 2019.
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Contexto das Novas Proposições Curriculares
Entende-se, por meio dos projetos de vida, que a escola, conforme vimos,
possui tanto o papel de propiciar um ambiente de aprendizagem diversificado e
unificador como também de diálogo e recepção das singularidades dos estudantes
que por ela passam, esse é o maior desafio para os novos norteamentos
curriculares da BNCC para a educação brasileira.
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FONTE: <https://www.marcelo.sabbatini.com/educacao-
em-charges-2/>. Acesso em: 12 nov. 2019.
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FONTE: <https://br.freepik.com/vetores-gratis/icones-lisos-de-educacao_3925774.
htm#page=1&query=universidade&position=33>. Acesso em: 10 nov. 2019.
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Apple (2006) possui uma reflexão mais crítica em relação ao papel dos
currículos no contexto escolar. Na visão do autor, a questão da presença e
influência ideológica na constituição curricular é algo que não podemos abrir de
considerar a analisar. Dentro de uma construção de currículo há, segundo o autor,
o reflexo e complexidade de uma visão de sociedade e um modelo das relações
sociais, econômicas e culturais que dela fazem parte:
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3 REVISITAÇÕES E ATUALIZAÇÕES
DA PRÁTICA DO ENSINO DE
GEOGRAFIA E A GEOGRAFIA
ESCOLAR
FIGURA 8 – O MUNDO VISTO POR OUTRAS PERSPECTIVAS
FONTE: <https://www.pexels.com/pt-br/foto/bokeh-em-forma-de-bola-
esferico-fora-de-foco-893179/>. Acesso em: 10 nov. 2019.
3.1 DECOLONIALIDADE E
A GEOGRAFIA ESCOLAR:
EMANCIPANDO OS AMBIENTES
DE APRENDIZAGEM NA
CONTEMPORANEIDADE
O pensamento decolonial parte do princípio de que é preciso que os
países secularmente localizados à margem dos sistemas social e econômico
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Capítulo 3 Perspectivas para o Ensino de Geografia no
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Mignolo (2003) vai além, nos dizendo que é preciso, também, reconhecer
os avanços trazidos pelo pensamento moderno, mas reafirmando e buscando
resgatar o que foi negado e alijado do protagonismo epistemológico na história
do pensamento ocidental: “O pensamento fronteiriço, desde a perspectiva da
subalternidade colonial, é um pensamento que não pode ignorar o pensamento
da modernidade, mas que não pode tampouco subjugar-se a ele, ainda que tal
pensamento moderno seja de esquerda ou progressista” (MIGNOLO, 2003, p.
52).
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FONTE: <https://cdnqa.mesalva.com/uploads/medium/
attachment/EXCAEX7.jpg>. Acesso em: 10 nov. 2019.
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FONTE: <https://pixabay.com/pt/photos/navio-pirata-mar-lua-
fantasia-1719396/>. Acesso em: 10 nov. 2019.
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FONTE: <https://br.freepik.com/vetores-gratis/elementos-de-bate-papo_1010187.
htm#page=1&query=conversa&position=19>. Acesso em: 13 nov. 2019.
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FONTE: <https://br.freepik.com/fotos-premium/livros-abertos-sao-
uma-pilha-sobre-a-mesa-no-contexto-de-um-quadro-de-giz_5922591.
htm#page=2&query=livros+escola&position=38>. Acesso em: 13 nov. 2019.
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Contexto das Novas Proposições Curriculares
FONTE: <https://www.pexels.com/pt-br/foto/borrao-branco-
close-cores-6397/>. Acesso em: 13 nov. 2019.
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4 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste capítulo, fizemos um percurso de estudos que partiu da prescrição
curricular, a partir da construção de currículos prescrita nas habilidades e
competências da BNCC, para chegarmos à importância de garantir a diversidade e
complexidade das aprendizagens em roupagens culturais e didático-pedagógicas
contemporâneas, voltados à liquidez dos projetos de vida dos estudantes do
século XXI, que refletem a diversidade cultural, econômica, política e histórica de
nossos tempos atuais.
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REFERÊNCIAS
APPLE, M. W. Ideologia e currículo. Tradução: Vinicius Figueira. 3. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2006.
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